Um bom dia a todos meus irmãos! Sejam bem-vindos a nossa meditação deste dia. Peçamos a Deus a Sua bênção em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo o mal, hoje e sempre, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
No dia de hoje, meus caros, seguimos pelo capítulo sétimo do livro "O Caminho de Perfeição" de Santa Teresa e entramos no parágrafo número seis. O Capítulo 7, parágrafo 6, diz Santa Teresa: "É muito importante este conselho, ainda falando sobre as amizades santas, para que saibamos condoer-nos dos sofrimentos alheios, por menores que sejam. Ele é especialmente útil para as almas de que falei, porque estas, como já desejam sofrer tudo, consideram pouco.
Sendo muito necessário que tenham o cuidado de lembrar-se de quando eram fracas, vendo que, se agora não o são, isso não se deve aos seus próprios esforços, a relevância disso vem do fato de o demônio poder aproveitar-se dessa disposição para tirar a caridade para com o próximo, fazendo-nos perceber como perfeição o que é faltar em tudo. É necessário ter cuidado e vigiar, pois o demônio não dorme. Para quem tem mais perfeição, o cuidado e a vigilância devem ser ainda maiores, pois as tentações são muito dissimuladas em pessoas assim, já que o inimigo não se atreve a mais do que isso, razão pela qual as mais perfeitas só perceberão o mal quando ele já tiver sido feito.
Por isso, mantenhamo-nos vigilantes e em oração. Não há melhor recurso para fazer o demônio dar sinal de si, revelando as sombras em que se oculta. Além da oração, procuremos também recarregar as energias com as irmãs, quando estas tiverem necessidade disso, e no momento costumeiro, ainda que não seja do nosso gosto, já que, havendo prudência, tudo é amor perfeito.
Assim, é bom que umas se apiem das necessidades das outras, mas sem falta de discrição e sem contrariar o dever da obediência. Mesmo que no íntimo considereis duro o que é o que a superiora mandou, não o demonstreis, nem conteis a ninguém, a não ser à própria priora e com humildade, para não provocar muitos danos. Procurai entender quais são as coisas que havereis de sentir e, quando apiedardes das irmãs, sentindo sempre qualquer falta notória que nelas virdes, aqui se mostra e se exercita bem o amor.
Nessas circunstâncias, devemos saber sofrer diante da falta cometida pela irmã, não nos espantando com ela, pois o mesmo hão de fazer as outras irmãs diante das nossas faltas, que devem ser em número ainda maior, ainda que não saibamos assim veementemente. A irmã faltosa a Deus, procurando praticar com grande perfeição a virtude contrária à falta que ela parecer ter cometido, esforçai-vos nisso para ensinar, através de obras, o que a irmã talvez não entenda por palavras e nem corrija por castigo. É muito comum que se pratique a virtude que se vê resplandecer na companheira.
Trata-se de um bom conselho que não deve ser esquecido. Ó, que bom e verdadeiro amor será o da irmã que puder beneficiar a todas, deixando o seu proveito pelo das outras, avançando muito em todas as virtudes e guardando com grande perfeição a sua regra! Uma amizade como esta será melhor do que todas as ternuras possíveis que não estão presentes nem haverão de estar nesta casa.
Tal como "minha vida", "minha alma", "meu bem" e coisas semelhantes usadas por algumas pessoas para se referirem às outras, tentando demonstrar amor, deixai estas expressões afetuosas para o vosso Divino Esposo, pois havereis de estar tanto com Ele e tão a sós que deveis tudo aproveitar. Visto que Sua Majestade se digna aceitá-las, a, ao passo que sendo muito usadas entre nós, não intercedem tanto ao Senhor. Na verdade, não sendo na presença do Senhor, não há sentido em usar essas palavras; elas são muito típicas das mulheres, e eu não gostaria, filhas minhas, que o fosseis em nada, nem que o parecesse, mas que vos assemelhasse a varões fortes.
Se fizerdes o que está em vossas mãos, o Senhor vos fará tão varonis que os homens vão se espantar! E como isso é fácil para Sua Majestade, que nos fez a partir do nada, é também uma boa mostra de amor procurar aliviar as irmãs do trabalho, tomando a si os ofícios da casa, o mesmo ocorrendo com o alegrar-se e louvar muito o Senhor pelo progresso que observar em suas virtudes. Todas essas coisas, deixando de lado o bem que constituem em si, muito contribuem para a paz e o acordo entre todas, como vemos agora por experiência, graças à bondade de Deus.
Queira Sua Majestade fazer-nos avançar nisso sempre, porque ao contrário seria uma coisa terrível e muito difícil de suportar. Que Deus não permita que sejamos poucas e mal-comportadas. Muito bem, e aqui paramos então.
Aqui no parágrafo número, Santa Teresa aqui ainda trata a respeito das relações humanas, do trato entre as irmãs, e nós podemos transplantar isso para o nosso trato diário com as pessoas da nossa família, da nossa casa e também, sobretudo, com as pessoas de fora. Aqui Santa Teresa dá conselhos muito práticos voltados para o modo de vida de suas religiosas, mas sempre é possível. .
. Tirar muitas lições daí. Aqui, a primeira coisa que ela vai dizer é o seguinte: as pessoas que vão avançando na perfeição começam a ser tentadas pelo demônio de modo mais sutil.
Isso é verdade. O demônio vai tentar utilizando propostas, digamos assim, mais baixas para aquelas pessoas que já estão mais próximas do pecado, mais perto dele e mais longe de Deus. Geralmente, nesses casos, o demônio vai tentar com vícios, com excessos no comer, no beber, no falar, na sexualidade.
Então, são outras tentações para quem ainda não conseguiu se sair totalmente das garras do mal. Uma pessoa que esteja muito no começo da caminhada terá tentações em coisas maiores, em coisas mais evidentes. Agora, uma pessoa que já se confessa regularmente, que reza todos os dias, que tem uma vida de igreja e uma vida espiritual ativa, o demônio vai se tornando mais sutil.
E aqui ela pega um ponto que é justamente a amizade. Ela diz assim, dentro do contexto de um convento: o demônio vai sugerir a essas pessoas, já mais adiantadas em perfeição, que elas não devem ter apego. Olha que bonito!
Não devem ter apego às criaturas, o que é uma verdade. O que devemos ter? Devemos ter o nosso coração em Deus, devemos amar as pessoas em Deus, devemos usar as coisas para a glória de Deus, tudo para Deus.
Muito bem, isso aí Santa nos ensinou! Isso é o primeiro passo na vida espiritual. Mas o que o demônio vai fazer?
Como ele sempre faz, ele perverte aquilo que é bom. Porque, para uma pessoa que tem uma vida espiritual, não adianta o demônio vir com grandes tentações; ela já venceu isso. Então, o que o demônio faz?
Ele perverte. Realmente, é muito bom desapegar o coração, e, sob o pretexto de desapegar o coração, o demônio pode sugerir a falta de caridade. A pessoa começa a viver uma espiritualidade voltada para ela mesma.
Ou seja, é uma pessoa que reza muito, vai muito à igreja, cria muitas devoções e muitos compromissos de oração, enche a sua vida com tudo isso, mas se torna uma pessoa julgadora, amarga, que aponta para os erros do outro e que, sob o pretexto de não tolerar o pecado, se torna intolerante com os defeitos dos outros. Ela se torna uma pessoa dura com os defeitos dos outros. Pronto, a sombra do demônio está feita: a pessoa se tornou alguém sem caridade sob o pretexto de devoção.
Então, este é o grande alerta de Santa Teresa no dia de hoje: olhar honestamente para nós mesmos e ter em mente exatamente isso: existem amizades que nos levam para Deus e existem amizades que não nos levam para Deus, mas são necessárias, porque nós temos que tratar com todo tipo de pessoas na nossa família, no nosso trabalho. Até porque, e aí vale aqui o princípio de São Francisco de Assis, o que São Francisco dizia para os seus irmãos? Ele dizia: "Meus irmãos, vivam bem, porque a vida de vocês pode ser o único evangelho que as outras pessoas vão ler.
" Talvez as outras pessoas não vão se aproximar de Deus como você, como eu, como nós tivemos essa oportunidade. Então, você será o evangelho que as pessoas vão ler. É um dever de caridade estar próximo das pessoas, amar as pessoas, rezar pelas pessoas.
Isso não significa que você deve ter amizade, familiaridade e deve endossar, inclusive, tudo de errado que as outras pessoas fazem. Não! A verdadeira amizade, a verdadeira caridade, quer o bem.
Quer a salvação dos outros. Então, devemos ter um coração desapegado, mas, ao mesmo tempo, uma atenção e um amor que nos faça nos preocuparmos com os outros, que nos faça rezar por essas pessoas, que nos faça encomendá-los a Deus. E depois, Santa Teresa fala das intimidades.
Tanta gente, para criar intimidade com o outro, para criar proximidade, começa a usar expressões carinhosas, etc. E tal. E aí Santa Teresa fala: isso, diante de Deus, não é nada!
Porque, às vezes, exteriormente, quantas pessoas tratam as outras de uma maneira aparentemente muito carinhosa, e, na verdade, não estão nem um pouco preocupadas em ajudar essa pessoa a sair do erro. Não estão nem um pouco preocupadas em indicar os caminhos que essa pessoa está tomando na vida. Ou seja, por mais que você use expressões que demonstrem amor, se você não luta, não trabalha pela salvação desta pessoa, você ainda não a ama de verdade.
E o pior: quem não busca a própria salvação, a própria conversão, a correção dos próprios pecados, ainda não ama de verdade. Então, pensemos nisso nas nossas relações. Nas nossas relações, né?
Quem é pai, quem é mãe, quantas vezes nós não corrigimos os nossos filhos, às vezes até com uma certa dureza, para que eles entendam? E, às vezes, eles perguntam: "Mas por que isso? " Quantas e quantas vezes eu já ouvi isso do meu pai e da minha mãe!
Hoje eu falo isso para os meus filhos. Vocês também? Quantos já não ouviram dos pais e agora falam para os filhos o seguinte: "Olha, eu estou fazendo isso porque eu gosto de você.
Eu não estou deixando você fazer isso porque eu gosto de você. Eu quero seu bem e eu sei o que vai acontecer lá na frente. " Mesmo assim, às vezes os filhos erram.
Mas quanto nós podemos? Nós tentamos corrigi-los. Por quê?
Porque nós já sabemos do mal que determinadas ações e determinadas atitudes podem realmente causar na vida deles. E justamente por amar é que, às vezes, nós somos duros. Quantas vezes, podendo dizer sim, nós dizemos não aos nossos filhos para corrigi-los?
Porque nós os amamos verdadeiramente. Então, essa deve ser. A amizade, esse deve ser o amor que nós devemos demonstrar pelas pessoas.
E, por fim, né, Santa Teresa usa uma expressão aqui que eu acho até engraçada, né? E ela fala isso várias vezes. Ela fala para as irmãs: “Eu quero que as senhoras se tornem tão fortes de caráter, de gênio, que as senhoras se pareçam com homens e que quem olhar de fora se espante.
” E, de fato, as filhas espirituais de Santa Teresa eram mulheres firmes, mulheres fortes. Mas vejam, isso não significa a perda da delicadeza. Santa Teresa era muito delicada, era muito simpática.
Santa Teresa, inclusive, falava muito; as pessoas gostavam da companhia, da alegria, da vivacidade dela. Justamente por isso, ela foi se deixando transformar por esta verdadeira caridade, que é a caridade de Cristo. E, ao mesmo tempo, ela sabia ser dura, sabia ser firme com aquilo que era necessário.
Santa Teresa temperava essa simpatia e essa bondade com uma dureza e uma determinação necessárias para a santidade. Que nós aprendamos a temperar, a equilibrar dentro de nós essas coisas. E, por fim, ela fala assim a respeito do bom exemplo: se você tem uma pessoa do seu círculo de convívio que, às vezes, está vivendo uma dificuldade, essa pessoa já foi repreendida, você já falou, outros já falaram, ela foi aconselhada, mas ela não muda.
Então, que você, que eu, possamos fazer todo o esforço possível para dar bom exemplo, para viver de maneira virtuosa junto dessa pessoa. É a história de São Francisco: talvez você seja o único evangelho que essa pessoa vai ler, e o seu bom exemplo será um benefício para você mesmo, que vai se corrigir, e será um benefício para quem estiver perto. Que Deus nos abençoe, que Nossa Senhora nos ajude neste propósito.
Hoje eu vi que o padre Diego Baltes, de Santa Maria, Rio Grande do Sul, eu tive a graça de conhecer pessoalmente o padre Diego e, na semana passada, ele esteve aqui perto de mim. Nós nos encontramos e o padre Diego está acompanhando aqui a reflexão de hoje. Então, peço ao padre Diego que nos dê a sua bênção sacerdotal e, enquanto isso, rezamos pedindo a Nossa Senhora a sua benção sobre nós: "A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos.
Ó Virgem gloriosa e bendita. Amém! " Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe e nos guarde.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ótimo dia para vocês!
Deus abençoe e vamos aos nossos trabalhos deste dia. Até amanhã, se Deus quiser!