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Você sabe por que a Coreia foi dividida em duas e os dois países têm relações marcadas por tensões geopolíticas e uma das fronteiras mais fortemente armadas do mundo? Neste vídeo, veremos como se chegou a essa situação. Então bora saber mais!
A ocupação da Península Coreana tem milhares de anos de história. Nos últimos séculos, os governos imperiais da China, do Japão e da Rússia disputaram a influência sobre a Coreia. Como resultado da primeira Guerra Sino-Japonesa, o Império da China reconheceu a independência e a autonomia da Coreia, que estava subordinada ao governo chinês desde o século XVII.
Após a vitória do Japão na Guerra Russo-Japonesa, a Coreia se tornou um protetorado japonês e, em 1910, foi anexada pelo Japão. Começou um período de 35 anos de controle soberano japonês na Península Coreana, que terminou apenas com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. A data da rendição japonesa é comemorada nas Coreias como o dia da libertação nacional.
Logo após o fim da guerra, a Península Coreana foi dividida em duas zonas de ocupação, separadas na altura do paralelo de 38 graus de latitude: a região sul foi administrada pelos Estados Unidos, e o norte, pela União Soviética. A tentativa de restabelecer uma única Coreia independente não vingou. No norte, a União Soviética implantou um regime socialista e o armou com equipamentos militares; e no sul, os Estados Unidos estabeleceram um governo militar anticomunista.
A divisão da Península Coreana foi um símbolo da confrontação bipolar na Guerra Fria. O sul formou seu próprio governo e proclamou a República da Coreia, reivindicando a soberania sobre toda a península, embora controlasse de fato apenas a região ao sul do paralelo 38. Poucas semanas mais tarde, na região norte, foi proclamada a República Popular Democrática da Coreia, alinhada ao bloco soviético e liderada por Kim Il-sung, um ex-líder guerrilheiro que lutou contra a ocupação japonesa na Coreia e na China e integrou o exército soviético na Segunda Guerra Mundial.
Buscando reunificar os dois países à força, o exército norte-coreano cruzou o paralelo 38 e invadiu a Coreia do Sul em 1950, dando início à Guerra da Coreia. Em poucos dias, a capital sul-coreana, Seul, foi capturada. Em menos de três meses, as tropas norte-coreanas conquistaram quase todo o território do sul, e os sul-coreanos acabaram contidos no perímetro de Busan.
Na ONU, a União Soviética deixou de participar das reuniões do Conselho de Segurança em 1950, em protesto pela não admissão da recém-proclamada República Popular da China nas Nações Unidas. Com a ausência soviética, o Conselho aprovou resoluções em que condenou o ataque, declarou a existência de uma ruptura da paz e autorizou o emprego de forças militares, sob o comando dos Estados Unidos, em apoio à Coreia do Sul. Com o reforço de tropas estrangeiras sob o Comando das Nações Unidas, teve início o contra-ataque sul-coreano.
Seul foi retomada, e as tropas avançaram para o norte, conquistando a capital Pyongyang e comprimindo as forças norte-coreanas na região de fronteira com a China. Mas, com o apoio de tropas chinesas, a Coreia do Norte reconquistou seu território e voltou a dominar Seul. Após uma nova contraofensiva do Sul, o conflito chegou a um impasse a partir de em meados de 1951, e a fronteira entre os dois países foi estabelecida no formato atual.
O acordo de armistício foi assinado em 1953, mas nunca houve um tratado de paz. Na região de fronteira, estabeleceu-se a Zona Desmilitarizada, uma faixa tampão de cerca de quatro quilômetros de largura e 250 quilômetros de extensão. Essa é uma das regiões mais protegidas do mundo, e a passagem de pessoas pela fronteira é em geral proibida.
Logo após a guerra, os Estados Unidos e a Coreia do Sul assinaram um Tratado de Defesa Mútua, que previu o auxílio bilateral contra ataques estrangeiros e o estabelecimento de bases militares norte-americanas no território sul-coreano. A economia norte-coreana contou com o apoio da China e da União Soviética para a reconstrução pós-conflito. O colapso soviético nos anos 1990, uma crise alimentar e desastres naturais acentuaram as fragilidades do sistema econômico centralizado da Coreia do Norte.
A Coreia do Sul passou por uma transição democrática a partir de 1987, mas o vizinho do norte deu continuidade ao regime de centralização autoritária do poder e perseguição de opositores, com elevados gastos militares. As duas Coreias se tornaram membros da ONU em 1991 e no mesmo ano assinaram o Acordo de Reconciliação, Não Agressão, Intercâmbio e Cooperação. Em 1992, os dois países se comprometeram com a desnuclearização da Península Coreana, mas esse compromisso foi logo abandonado.
A Coreia do Norte denunciou o Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares em 2003 e realizou uma série de testes nucleares. Em seguida, o país tornou-se alvo de sanções do Conselho de Segurança da ONU por seus programas de desenvolvimento de armas nucleares e de mísseis balísticos. Com o apoio dos Estados Unidos, a Coreia do Sul instalou um sistema de escudo antimísseis para proteção de seu território contra possíveis ataques norte-coreanos.
Em 2018, os governos das Coreias iniciaram uma reaproximação diplomática e comprometeram-se a trabalhar conjuntamente para a desnuclearização da Península Coreana e a assinatura de um tratado de paz. Os EUA e a Coreia do Norte começaram negociações para a desnuclearização norte-coreana, mas divergências sobre a retirada de sanções levaram a um impasse, e a continuidade dos testes de mísseis norte-coreanos motivou novas sanções unilaterais contra o país. Curta o vídeo e se inscreva no canal, que toda quinta tem política internacional descomplicada por aqui.
Até o próximo!