[Música] trabalho como segurança noturno em um escritório há pouco mais de um ano o prédio é pequeno com apenas três andares e normalmente o turno é tranquilo a maioria das minhas horas é passada monitorando as câmeras e fazendo rondas de vez em quando mais para esticar as do por necessidade real já que o prédio fica completamente vazio à noite se alguém tentasse entrar com certeza eu saberia pelas câmeras ou pelo barulho há uns TR meses comecei a notar algo que me incomodava sempre que eu fazia uma ronda pelo Terceiro Andar uma das janelas estava aberta
mesmo que eu tivesse certeza de que a havia fechado antes no início pensei que fosse distração minha talvez eu estivesse esquecendo de trancar direito mas depois que isso aconteceu várias vezes comecei a ficar intrigado não era possível que eu esquecesse de fechar a mesma janela toda vez eu nunca ouvia nenhum barulho não via nada nas câmeras a janela simplesmente estava aberta como se alguém tivesse acabado de passar por ali mas o prédio ficava vazio à noite e era sempre a mesma janela no terceiro andar sem falhar às vezes eu subia apenas para conferir e lá
estava ela aberta eu tentava ignorar afinal não fazia sentido ficar preocupado com uma janela num prédio vazio mas ao mesmo tempo era impossível não me sentir inquieto não havia explicação para aquilo e a repetição da cena me deixava cada vez mais desconfiado naquela época pensei que o trabalho era simples demais para que algo assim me incomodasse mas algo por menor que fosse me fazia prestar atenção naquilo eu sabia que não era coincidência fiquei paralisado por alguns segundos sem saber o que fazer a figura no parapeito continuava imóvel me observando com uma intensidade que me causava
arrepios tentei piscar pensando que talvez fosse um reflexo ou alguma ilusão mas ela não se mexia a presença dela ali do lado de fora era estranhamente real respirei fundo e dei alguns passos Anes em direção à janela o prédio estava completamente vazio àquela hora e a janela do terceiro andar onde aquela figura se mantinha parecia ser o único foco da minha atenção eu sabia que não devia estar acontecendo nada de anormal ali mas algo naquela noite estava fora do comum quando me aproximei pude perceber que a figura usava uma roupa antiquada quase como se estivesse
fora de época seu rosto no entanto permanecia COB por sombras impossibilitando qualquer tentativa minha de ver quem ou o que realmente era o silêncio no corredor fazia o ambiente parecer ainda mais pesado quem está aí perguntei com a voz baixa como se temesse chamar a atenção de algo ainda pior nenhuma resposta a figura continuava imóvel como se estivesse esperando que eu fizesse o próximo movimento com o coração acelerado me aproximei da ela e com um impulso de coragem que não sei de onde veio fechei a janela rapidamente foi nesse momento que o pavor tomou conta
de mim assim que tranquei a janela um som agudo de batidas ecoou no vidro a figura do lado de fora estava batendo freneticamente na janela como se quisesse entrar a Qualquer Custo o som ecoava pelo corredor vazio e a batida constante me fazia sentir um terror que eu nunca havia experimentado antes eu dei um passo para trás completamente paralisado pelo medo as batidas ficaram mais fortes como se a figura estivesse desesperada para entrar a sensação de que algo estava me caçando se intensificou e o suor frio escorreu pelo meu rosto a cada golpe no vidro
eu sentia meu coração quase sair pela boca sem pensar duas vezes virei e Corri em direção à porta das sala trancando a atrás de mim o som das batidas ainda ecoava pelos corredores mesmo Enquanto eu me afastava meu instinto me dizia que eu precisava sair dali Mas minhas pernas pareciam pesadas como se o medo estivesse me impedindo de me mover ainda assim com todas as forças consegui sair do andar e desci as escadas rapidamente trancando a porta atrás de mim e me isolando na sala de monitoramento agora estava apenas eu as câmeras e aquele som
de batidas que ecoava na minha cabeça fiquei na sala de monitoramento até o fim do turno tentando me acalmar mesmo com o sol começando a iluminar o prédio a tensão da noite ainda pesava sobre mim eu mal conseguia pensar em outra coisa além da janela do terceiro andar e da figura que vi no para peito não consegui mais tirar a imagem daquela coisa batendo no vidro da minha mente quando o relógio marcou 7 horas finalmente me senti aliviado por ter sobrevivido aquela noite estranha antes de ir embora tomei uma decisão eu precisava voltar lá com
o sol já alto a atmosfera do prédio parecia diferente mais tranquila como se a luz do dia afastasse tudo o que era Sombrio mas eu queria confirmar ver com meus próprios olhos se algo realmente aconteceu ou se foi apenas fruto do meu medo subi até o terceiro andar com um misto de apreensão e curiosidade quando cheguei a janela estava fechada como a tinha deixado mas algo me chamou atenção de imediato ao me aproximar da janela vi várias marcas de mãos no lado de fora do vidro não eram marcas normais de sujeira ou poeira mas impressões
Claras como se alguém ou algo tivesse pressionado as mãos contra o vidro tentando entrar essas marcas não estavam lá antes eu me aproximei ainda mais tentando entender eram de diferentes tamanhos algumas maiores outras menores mas todas pareciam Estar fixadas ao vidro de uma maneira que só podia ter sido feita durante a noite Aquilo me deu um arrepio na espinha era como se várias figuras tivessem estado ali do lado de fora batendo tentando entrar o medo me fez recuar decidi que não contaria a ninguém sobre aquilo quem acreditaria em mim seria fácil dizer em que eu
estava cansado que foi coisa da minha cabeça Além disso eu não queria parecer fraco ou medroso para os outros Seguranças no entanto depois daquela noite uma coisa mudou em mim toda vez que eu começava meu turno eu rezava era como uma proteção uma maneira de tentar me blindar contra o que quer que estivesse naquele lugar antes de sair para as rondas ou mesmo de olhar as câmeras eu fazia uma oração pedindo para que nada de ruim acontecesse e mais do que isso coloquei uma pequena imagem de Nossa Senhora na minha mesa no monitoramento era uma
forma de me sentir protegido mesmo que só um pouco depois daquela noite a janela nunca mais se abriu sozinha o turno continuou tranquilo e eu nunca mais vi aquela figura mas toda vez que passo pelo terceiro andar sinto um arrepio e evito olhar diretamente para a janela as marcas de mã sumiram mas a lembrança delas continua vívida na minha mente rezar me ajudou a ter coragem de continuar Mas até hoje quando entro naquele prédio sinto que algo ainda está lá apenas esperando o momento certo para se manifestar de novo e por via das dúvidas Nunca
deixo de Pedir proteção antes de da turno Eu me chamo Marcos e a alguns anos quando eu morava em São José dos Campos arranjei um emprego em uma lanchonete bem conhecida da cidade Prefiro não mencionar o nome mas quem é da região deve imaginar qual é eu trabalhava no turno da madrugada o que para muita gente seria um sacrifício mas para mim era tranquilo pouco movimento algumas entregas no drive-through e de vez em quando um cliente perdido vindo da balada querendo matar a fome a maioria dos clientes nesse horário era jovem geralmente com a roupa
amassada de quem já dançou a noite inteira ou um pouco alto por causa das bebidas eles faziam um pedido rápido Riam às vezes jogavam umas piadas com a gente no balcão e logo iam embora era uma rotina meio repetitiva mas eu até que gostava o tempo passava mais rápido quando tinha algo para fazer era por volta das 3 da manhã de uma noite qualquer uma dessas noites silenciosas que fazia parecer que a cidade inteira estava dormindo menos eu estava no Drive through mexendo na tela do sistema e organizando os últimos pedidos foi quando o interfone
do drive through tocou Boa noite o que vai ser perguntei já no automático enquanto olhava de canto de olho para a janela vazia do outro lado a voz de um homem aparentemente mais velho respondeu calmamente ele pediu um combo simples um dos lanches mais vendidos da lanchonete sem nada de especial no pedido peguei o lanche na cozinha preparei tudo e fui até a janela do drive-through para entregar quando cheguei lá nada nenhum carro o corredor do drive-through estava completamente vazio Olhei para um lado e pro outro tentando ver se alguém tinha saído correndo com o
carro mas era impossível a lanchonete ficava em uma parte da cidade que tinha uma visão Ampla e o próximo cruzamento Era longe demais para alguém ter sumido em tão pouco tempo achei aquilo estranho mas pensei deve ter sido algum cliente brincalhão não seria a primeira vez que alguém fazia isso só para irritar a gente então só Voltei pro balcão sem me ocupar muito sempre apareciam jovens voltando da balada ou indo para algum lugar depois de beber às vezes eles até faziam brincadeiras pediam lanches e depois sumiam era irritante mas nada que eu já não tivesse
visto antes normalmente esses trotes eram acompanhados de risadinhas ou vozes meio descontroladas Mas aquela noite foi diferente o pedido veio de novo a mesma voz Calma meio estranha pedindo o mesmo lanche e claro quando fui entregar ninguém olhei pelas câmeras de segurança Só por curiosidade achando que veria algum espertinho escondido só que nada apareceu nenhum carro nenhuma pessoa era como se o pedido tivesse vindo de um lugar vazio ainda assim continuei o turno normalmente fazia parte do trabalho mas conforme a madrugada avançava não consegui tirar aquela situação da cabeça havia algo muito esquisito no jeito
que a voz soava no interfone como se não pertencesse à aquele lugar algo calmo demais Sereno demais para alguém pregando uma peça no dia seguinte resolvi ficar de olho nas câmeras não era comum eu me preocupar com isso mas naquele dia fiquei mais atento comecei a observar a movimentação pelo monitor querendo entender o que estava acontecendo se fosse só mais um trote eu queria pegar era o engraçadinho a voz continuava ecoando na minha mente e cada vez mais me parecia estranha no meio da madrugada quando o movimento estava bem devagar o interfone tocou de novo
eu atendi já esperando o mesmo pedido Boa noite o que vai ser a mesma voz Calma respondeu como das outras vezes pediu exatamente o mesmo lanche mas dessa vez eu estava preparado olhei imediatamente para as câmeras de segurança pronto para flagrar o trote e para minha surpresa a tela mostrava o drive through completamente vazio nenhum carro nenhuma pessoa só o interfone tocando e aquela voz como se fosse normal eu já tinha lidado com muitos trotes na madrugada mas isso isso era diferente o silêncio no ar parecia estranho e eu não conseguia entender o que estava
acontecendo olhei de novo para o monitor torcendo para ver alguma coisa mas continuava vazio naquela mesma noite o desconforto continuou me perturbando eu estava com aquela sensação esquisita desde o momento em que vi o interfone tocar sem ninguém na câmera não consegui Deixar aquilo de lado então Resolvi compartilhar com os dois colegas que trabalhavam comigo no turno da Madrugada na lanchonete éramos sempre três eu ficava no caixa e cuidava do drivethru enquanto o Paulo trabalhava na cozinha preparando os pedidos e o Júlio era o faz tudo ajudava tanto na limpeza quanto na organização correndo de
um lado pro outro conforme precisava todos nós Estávamos acostumados com o ritmo da madrugada com as esquisitices que às vezes aconteciam mas aquela situação com o interfone era algo diferente durante um momento de pausa enquanto a lanchonete estava vazia puxei assunto com eles gente preciso perguntar uma coisa para vocês Vocês já notaram algo estranho no Drive through ultimamente Paulo que estava cortando uns pães na cozinha levantou a cabeça e arqueou as sobrancelhas como assim estranho expliquei tudo falei sobre a voz que tinha ouvido várias vezes o fato de não ter ninguém nas câmeras e como
isso estava acontecendo à semanas disse que naquela última vez fiquei de olho nas câmeras enquanto o pedido era feito e nada simplesmente não tinha ninguém ali Júlio que estava varrendo o salão parou e encostou a vassoura na parede cara você tem certeza que não era só trote ele perguntou parecendo meio cético se fosse trote eu não estaria nem falando isso a questão é que não tinha absolutamente ninguém lá nem carro nem pessoa nada só o interfone tocando do nada os dois ficaram em silêncio por um momento Paulo olhou de volta pro pão que estava cortando
mas percebi que ele estava pensando no que eu tinha dito Júlio deu uma risadinha nervosa e Balançou a cabeça eu nunca ouvi nada assim mas agora que você falou essa semana também achei umas coisas estranhas ontem de madrugada quando estava limpando perto do drive through ouvi uns barulhos esquisitos achei que era o vento mas agora não sei aquilo só me deou mais Será que era só a minha cabeça pregando peças ou tinha algo de verdade acontecendo ali Paulo ainda parecia meio cético mas não descartou completamente o que eu disse olha cara ele disse voltando a
cortar os pães madrugada sempre tem umas coisas malucas acontecendo Talvez seja só trote mesmo mas vou te falar uma coisa se isso continuar acho que a gente devia ficar de olho juntos Júlio concordou e eu me senti um pouco mais aliviado mesmo assim o clima não ficou mais leve algo naquele Silêncio nos olhares trocados me fez sentir que todos estavam tão incomodados quanto eu talvez não quisessem admitir mas sabiam que tinha algo estranho acontecendo naquela Lanchonete A lanchonete estava tranquila como de costume e eu e Júlio Estávamos na área do caixa de repente o som
do interfone do drive-through tocou novamente eu Olo a do e como da outra vez tinha ninguém L chamei o jlio rapidamente para olhar a tela olha isso eu disse com a voz baixa apontando para o monitor ele se aproximou e a ver a tela vazia me lanou um olhar de surpresa e nervosismo o interfone continua tocando mas o Dri estava completamente deserto resolvi que dessa vez não ia simplesmente ignorar peguei o interfone e antes de atender sem dizer nada comecei a apertar o botão de atendimento algumas vezes só para ver se o som parava ou
se tinha algum problema técnico o toque continuava resolvi tentar outra abordagem perguntei com a mão no botão mas sem falar diretamente no interfone quem está aí não houve resposta apenas o som persistente eu e Júlio ficamos parados por alguns segundos olhando para o monitor e o interfone como se esperássemos que algo acontecesse Foi então que eu decidi arriscar pressionei o botão do interfone e fiz a pergunta que vinha me incomodando desde a primeira vez por que você está aqui nada nem uma risada nem uma provocação nem qualquer som que parecesse humano só o som do
interfone aberto e o silêncio do outro lado Soltei o botão e fiquei olhando o monitor Júlio estava visivelmente desconfortável como se Esperasse algo ainda mais estranho o som cessou o interfone parou de tocar do nada olhamos de novo para a tela e tudo parecia absolutamente normal mas a sensação de que algo estava muito errado era impossível de ignorar depois daquele toque estranho no interfone o clima na lanchonete ficou pesado Júlio voltou para a cozinha com Paulo mas eu não conseguia tirar os olhos do monitor já passava das 4 da manhã e a madrugada seguia como
sempre silenciosa e vazia mas o silêncio naquela hora só aumentava minha ansiedade de repente o interfone do drive-through tocou novamente o som ecoou pela lanchonete gelando minha espinha olhei automaticamente para o monitor e como antes não havia nenhum carro lá fora Chamei Júlio rapidamente que veio até mim nervoso nós dois ficamos olhando fixamente para a tela a câmera mostrava o drive-through vazio sem sinal de ninguém o interfone ainda tocava incessante isso não tá certo cara Júlio murmurou olhando para a tela sem entender eu concordei com a cabeça sem tirar os olhos do monitor decidi pegar
o fone para escutar Quem estava tentando falar sem dizer nada uma respiração pesada tomou conta da linha como se alguém estivesse muito perto apenas respirando no interfone Segurei o fone com força sem saber o que fazer foi quando Fin a voz veio baixa e lenta eu estou aqui fora engoli em seco e olhei para o monitor novamente nada o drive continuava vazio a câmera não mostrava nenhuma movimentação Júlio tem alguém lá fora Perguntei mais para me certificar de que eu não estava enlouquecendo ele Balançou a cabeça claramente sem saber o que dizer foi então que
algo estranho aconteceu na câmera um vulto escuro apareceu no local onde os carros costumam parar mas não havia nenhum veículo era como se uma sombra estivesse ali imóvel era impossível ver os detalhes mas parecia uma figura parada como se estivesse esperando Júlio apontou para a tela com a voz falhando cara o que é isso eu não conseguia responder ficamos olhando aquela figura estática na câmera de repente o vulto começou a a se mover lentamente para longe aos poucos a sombra desapareceu na escuridão e a imagem voltou ao normal o drive through estava novamente vazio o
silêncio tomou conta de nós não sabíamos o que dizer o que pensar e muito menos como explicar o que tínhamos acabado de ver depois daquele momento tenso o silêncio tomou conta da lanchonete eu e Júlio estávamos parados sem saber o que fazer Paulo ainda não tinha visto nada veio da cozinha e percebeu o clima estranho perguntou o que tinha acontecido mas nós dois ficamos emci por alguns segundos sem saber como explicar o que tamos acabado de ver cara você precisa ver isso jlio disse Paulo para per doitor mostrou aação da câmera o VTO não aparecia
mais tudo parecia normal como se nada tivesse acontecido isso me deu um arrepio ainda maior era como se a câmera só tivesse registrado o vazio Paulo Sem Entender direito o que estava acontecendo deu de ombros e voltou para a cozinha achando que era mais uma paranoia de quem passa a madrugada inteira sem dormir resolvi encerrar o turno mais cedo estava cansado e aquele clima pesado não me deixava concentrar em mais nada fui direto ao monitor para verificar as gravações mas nada par Fora do Normal como se tudo aquilo tivesse sido apenas um Delírio nosso só
que eu sabia no fundo que não era na semana seguinte Fiquei em Alerta evitei olhar o monitor com a mesma frequência e tentei seguir com a rotina de sempre mas todas as vezes que o drive ficava vazio eu me sentia observado como se aquela figura aquela voz estivesse esperando o momento certo para voltar desde então nunca mais recebemos pedidos estranhos no Drive through tudo voltou ao normal ou pelo menos Parecia ter voltado Mas eu ainda tenho aquele momento gravado na minha cabeça aquele vulto no monitor e a voz que sussurrou que estava lá fora agora
sempre que escuto o interfone do drive tocar minha espinha gela e eu nunca mais vou encarar isso como uma simples brincadeira em 2015 eu trabalhava como porteiro noturno contratado por uma empresa terceirizada que me enviava para diferentes locais em São Paulo após algumas transferências fui designado para um hotel no centro da cidade um prédio antigo e imponente mas que já mostrava sinais de desgaste o trabalho pare tranquilo ficar na recepção durante a madrugada garantindo que tudo estivesse em ordem a recepção do hotel tinha um balcão de madeira escura já meio desgastada pelo tempo e as
luzes eram meio amareladas dando ao ambiente uma sensação de estar preso no tempo da minha posição eu tinha uma visão Clara do Lobby da entrada e principalmente do elevador que ficava de frente para mim a poucos metros aquele elevador antigo com portas de aço que faziam um estalo sempre que se abriam e fechar era uma das primeiras coisas que me chamaram a atenção na primeira noite O movimento foi bem fraco eu basicamente fiquei sentado na recepção fazendo algumas anotações conferindo as entradas e saídas dos hóspedes as câmeras de segurança estavam todas ali no monitor ao
lado mas o trabalho principal era estar presente e atento ao que acontecia no saguão foi lá pelas 3 da manhã já perto da metade do turno que o elevador começou a agir de forma estranha sem que ninguém estivesse por perto as portas começaram a abrir e fechar sozinhas no início achei que algum hóspede poderia estar brincando ou Que Fosse Só Um defeito mecânico as portas se abriam devagar ficavam assim por alguns segundos e depois se fechavam novamente aconteceu isso duas três quatro vezes eu achei aquilo curioso mas nada além disso quando turno acabou e o
porteiro do dia chegou resolvi comentar cara esse elevador fica abrindo e fechando sozinho à noite sabe o que pode ser perguntei ele deu um sorriso leve e respondeu Ah isso é normal esse elevador tem uns defeitos estranhos mas não se preocupa já faz tempo que ele é assim apesar de achar a explicação meio vaga deixei passar era meu primeiro turno ali e eu não queria parecer paranoico logo de cara continuei o trabalho e nas noites seguintes o elevador seguia com o mesmo comportamento eu tentava ignorar mas tinha algo nisso que me deixava desconfortável uma sensação
estranha de que não era só um problema técnico na terceira noite de trabalho as coisas começaram a ficar estranhas de verdade era uma daquelas madrugadas bem calmas sem qualquer movimento no hotel não havia hóspedes entrando ou saindo e o silêncio dominava o lugar interrompido apenas pelo leve ruído do ventilador no teto da recepção já passava das duas da manhã quando o elevador começou a abrir e fechar novamente como nas noites anteriores dessa vez porém o som parecia mais intenso o estalo das portas ecoava pelo saguão de um jeito que me causava um arrepio O silêncio
que vinha depois de cada fechamento tornava o ambiente ainda mais pesado resolvi dar uma olhada mais de perto me aproximei do elevador e apertei o botão de chamada curioso para ver se ele pararia de abrir e fechar sozinho para minha surpresa ele atendeu ao comando e as portas abriram lentamente revelando o interior vazio um cheiro levemente desagradável como algo velho e úmido saiu do elevador mas ignorei achando que era só a falta de circulação de ar no hotel esperei alguns observei o painel de Controle lá dentro e como não vi nada fora do comum as
portas se fecharam novamente voltei para a recepção me sentindo meio Bobo por dar tanta importância para aquilo foi então que decidi dar uma olhada nas câmeras de segurança para ver se algo aparecia o monitor mostrava o Lobby vazio exceto por mim e o elevador que insistia em agir por conta própria mas enquanto eu observava as algo diferente chamou minha atenção na câmera que mostrava o corredor do segundo andar notei um movimento rápido como uma sombra passando no vídeo vi claramente a porta do elevador abrindo sozinha no segundo andar e enquanto as portas estavam abertas uma
figura esguia e escura parecia se mexer bem ao fundo quase como se estivesse flutuando era rápido mas nítido o suficiente para me fazer congelar por por um segundo o que me deixou mais desconfortável foi a sensação de que aquela sombra estava me observando o jeito como se movia como se soubesse que eu estava vendo desliguei o monitor por um instante tentando entender o que acabara de ver meu coração começou a acelerar voltei a olhar as câmeras agora com mais cuidado mas não havia mais nada ali o elevador continuava com seu comportamento estranho abrindo e fechando
Mas aquela sombra havia sumido será que tô vendo coisa pensei mas algo me dizia que aquilo não era só paranoia Decidi não comentar nada com ninguém pelo menos por enquanto Afinal era meu terceiro turno ali e não queria parecer Maluco logo de cara depois daquela noite eu tentei seguir com o trabalho normalmente ficar sozinho na recepção de um hotel vazio nas madrugadas já não era tão tranquilo quanto nos primeiros dias as noites seguintes passaram sem grandes incidentes mas o incômodo com o elevador persistia sempre à mesma hora o elevador abria e fechava sozinho como se
estivesse sendo usado por alguém que não conseguia ser visto aquela sombra que eu tinha visto na câmera não saía da minha cabeça numa dessas madrugadas quando tudo parecia calmo demais o barulho do elevador abriu de novo interrompendo silêncio mas dessa vez o som foi diferente mais pesado olhei na direção dele e vi as portas abrirem lentamente mas o estranho é que elas não se fecharam como de costume ficaram abertas como se esperassem que algo ou alguém entrasse ou saísse Aquilo me deu um calafrio resolvi me aproximar conforme andava até o elevador o ar no Lob
parecia ficar mais denso pesado era como se a temp tivesse caído deixando o ambiente gelado de uma hora para outra quando cheguei perto o suficiente para olhar lá dentro tive a sensação de que não estava mais sozinho de repente as luzes do elevador piscaram e por um breve momento a figura escura apareceu lá dentro estava encostada num dos cantos imóvel era como se fosse uma pessoa mas algo nela estava errado completamente errado meu coração acelerou e dei um passo para trás a figura estava imóvel mas eu podia sentir que ela estava ciente da minha presença
não dava para ver o rosto só aquela forma distorcida como se estivesse envolta em sombras foi quando as luzes do elevador começaram a piscar novamente e em um dos clarões vi um pedaço do rosto não eram rosto humano pelo menos não mais a boca estava retorcida num sorriso grotesco e os olhos eram vazios como se não houvesse vida ali apenas um buraco escuro que me encarava meu corpo ficou paralisado por um segundo e eu senti uma onda de pânico me invadir eu queria correr Mas minhas pernas não obedeciam então num piscar de luz a figura
sumiu as portas do elevador fecharam bruscamente com um estalo alto como se quisessem me afastar de qualquer resposta que eu pudesse buscar dei alguns passos para trás Ainda tentando processar o que tinha acabado de ver meu corpo tremia e a respiração estava ofegante olhei para as câmeras mas hesitei algo me dizia que olhar para as imagens daquela noite não seria uma boa ideia eu estava sozinho ali e seja o que for aquilo que eu vi parecia querer me deixar ciente de sua presença tentei me acalmar voltei para a recepção e fiquei ali sentado com os
olhos fixos no monitor de câmeras esperando que a noite terminasse as horas se arrastaram e cada pequeno som no hotel me fazia Pular mas nada mais aconteceu o elevador no entanto permanecia como uma presença inquietante no fundo da minha mente algo me dizia que aquilo estava longe de acabar depois de ver a figura no elevador fiquei em choque mas tentei me acalmar voltando para a recepção só que o silêncio que veio em seguida foi ainda mais perturbador era como se o hotel inteiro tivesse parado no tempo nenhum som de Vento nenhum ruído das tubulações apenas
o silêncio Tentei continuar fazendo minhas tarefas mas meus olhos constantemente voltavam para o elevador ele não abria mais e a figura não aparecia novamente mas eu sabia que algo estava errado eu conseguia sentir quase como uma presença que ainda estava ali observando esperando de repente ouvi novamente passos ecoando no corredor ao lado da recepção como se alguém estivesse caminhando lentamente minha primeira reação foi pegar o rádio e chamar o segurança mas por algum motivo a voz não saía o medo estava me travando de novo tomei coragem e caminhei até o corredor onde os passos ecoavam
mas assim que virei à esquina os passos Pararam o corredor estava vazio eu sabia que não estava sozinho mesmo sem ver ninguém voltei para a recepção tentando fingir que tudo estava normal mas no fundo eu sabia que algo de muito errado estava acontecendo não era só um erro no sistema do elevador ou algum defeito nas luzes havia algo naquele hotel que eu não conseguia explicar saí do hotel antes mesmo de o turno acabar eu estava exausto mentalmente e fisicamente e precisava resolver aquilo de uma vez por todas no dia seguinte fui até a empresa de
terceirização Expliquei tudo para o meu supervisor desde o elevador abrindo sozinho até a figura sombria que vi por duas noites seguidas ele ouviu tudo com um sorriso no rosto balançando a cabeça como se achasse aquilo uma grande piada quando terminei ele deu uma risada e disse isso aí é só cansaço rapaz Trabalhar de madrugada mexe com a cabeça você tá vendo coisa vai lá e faz o seu trabalho eu não conseguia acreditar que ele não estava me levando a sério eu insisti dizendo que queria ser transferido para outro lugar qualquer lugar menos aquele hotel mas
ele se Manteve firme não tem transferência não o contrato é para trabalhar no hotel você vai ter que encarar ou procurar outro emprego naquele momento tomei minha decisão não ia ficar ali sendo forçado a trabalhar em um lugar que me aterrorizava olhei firme para ele e disse então eu tô pedindo demissão ele me encarou por um instante surpreso talvez não Esperasse que eu fosse realmente tomar essa decisão mas não tinha volta levantei entreguei meu crachá e saí do escritório desde então nunca mais voltei naquele hotel até hoje quando penso sobre o que aconteceu sinto um
arrepio sei que o que vi não foi coisa minha cabeça mas algo que não consigo explicar e sei que tomei a decisão certa em me afastar enquanto ainda podia