o não é desconhecimento do racismo todo mundo sabe que o racismo existe mas há uma resistência a uma recusa o pensar o brasil a partir de sua história porque historicamente a nossa relação é de dominação de expropriação das terras de genocídio foram 1 500 anos de massacre racismo preconceito e que continua ainda por práticas que vão reproduzir em última análise esse processo de génese da violência estrutural que formou a identidade latino-americana e que tem como base a anulação direto real da vontade no outro é o mesmo tempo que esta outra população chegava como um mão
de obra como trabalhador escravo em cada dez anos da história do brasil sete anos foram obtidos sob o regime de escravidão a cerca de 100 etnias negras africanas foram trazidas durante aqueles três séculos e meio não é possível pensar o brasil se a gente não pensar que ele foi fundado na violência fundamentalmente na violência contra negros ou indígenas entre o extermínio absoluto ea sutil colonização cotidiana que a gente dá nos mais diferentes espaços e olhares existe toda uma gama de coisas ea psicologia infelizmente já foi e ainda é usada para essas formas de controle social
eu acho que a psicologia passou por algumas fases importantes ser levantado sair com relação ao que poderia ser uma interface dos povos indígenas primeiro lembrar que a dimensão psicológica dimensão subjetiva presente desde o século 16 aqui no início da colonização essa marca importante na história do continente do uso que hoje o brasil acho que a gente pode levantar dois marcos não se faz um deles é a propor fazia nem quer dizer o esse ethos indígena próprios tupinambá que essa idéia de devorar o outro no sentido de incorporar os valores do outro só para ter uma
idéia da importância que tem história antropologia quando a gente estava naquela passagem do século 19 para o século 21 na semana de 22 aqui tema quase central dela era a questão da partilha pelo oswald de andrade que quer um pouco buscar essas raízes brasileiras naquele momento vai atrás disso encontra companhia como o grande símbolo então é uma coisa bastante central nuclear de fukushima na psicologia do povo brasileiro né em um segundo momento é importante ressaltar a história do imaginário nacional ea construção do imaginário nacional passa diretamente pela questão dos povos indígenas né pouco o batizado
um pouco torto ali com josé de alencar o guarani mas e torto não tá diretamente participando da idéia de povo da idéia de nação está fundamentado identidade nacional e também a gente parte dessa leitura pra compreender o quanto que o sofrimento vivido hoje pelos grupos indígenas ele advém dessa relação histórica de muita desigualdade denominação o lançamento psicológico ele vem antes da organização da profissão no brasil e me entra é via medicina e via a educação é a gente sabe que a psicologia nos no seu nascimento ela faz um alinhamento com as teorias dos genes todas
as teorias raciais ao chegar no brasil um pouco mais tarde do que estava na europa chegamos no final do século 19 mas foi absorvida muito rapidamente pela elite intelectual era o momento do fim da escravidão à abolição ela acontece a partir de uma lei com dois artigos que diz a abolir a escravidão do país segundo artigo que revoga as leis anteriores mas nada foi feito naquele momento para a população negra fosse inserida na população brasileira como um todo é boa parte dos intelectuais da época começaram a se apropriar das teorias raciais pra justificar a fixidez
anão mobilidade entre as fãs é a na idéia de raça biológica um determinismo né uma não possibilidade de superação então pensa se que tem humanos inferiores e humanos superiores e isso é uma construção biológica uma figura expoente desse final do século 19 vai ser o médico raimundo nina rodrigues ele vai desenvolver uma série de estudos onde de alguma forma ele vai estabelecer uma associação entre determinadas características étnico-raciais e determinados problemas sociais como por exemplo criminalidade degenerescência da população e escondia se utilizou dessa decisão de científico para se constituir como uma ciência no sentido de fazer
testes que mediam inteligência teste de classificação que emocional trabalhava com a psicomagia com a medição dos crânios justificando a as diferenças e as desigualdades sociais por causa desses parâmetros psicométricos mas juliana rodrigues ele também vai ser fundamental pra fazer aquilo que a gente chama que é subjectiva o negro não é porque até antes dele não lembro não tinha subjetividade oxalá se se tratava da massa negra é se tratava de um contingente de ex-escravos a a miscigenação é seria aquilo mas não demais repudiado na teoria eugênica então ela simplesmente diria que o brasil não ia dar
certo porque nós somos um país basicamente miscigenado né então como eles fizeram eles pegaram dinheiro não é nossa não é tão ruim assim contanto que o país se torne um país de brancos e aí a imigração européia nem que que o brasil faz então acordos bilaterais e atrás né imigrantes europeus e depois japoneses e e e depois do oriente médio em função de uma perspectiva de embranquecimento dessa sociedade tinha uma intenção não é uma intenção ideológica é de que nas pessoas que deveriam compor esse país você vai ter no começo do século 20 minutos é
intelectual mais que vão se dedicar à psicologia psicologia também se funda nos estudos das relações étnico raciais porque os primeiros cursos de psicologia social no brasil são oferecidos por pessoas que estão ligadas ao estudo dessa temática então você vai ter um aqui em são paulo médico raul briquetes depois você vai ter o arthur ramos símbolo de nina rodrigues e todos esses intelectuais eles estão vindo se fascinar com o universo da cultura legria é com a produção cultural afro brasileira mas sobretudo com a religiosidade do atual presidente depois de 20 na década de 30 a idéia
de cultura né começa a prevalecer sobre a ideia biológica e acreditar então fatores econômicos sociológicos começam a fazer parte daquilo que a idéia de classificação dos povos e aí o maior representante disso no brasil é o gilberto freyre que bebe no fran boaz que é um culturalista e traz para o brasil essa idéia de que não existe raça biológica mas existe culturas inferiores e superiores é a partir dessa idéia de cultura ele falou tem que valorizar a miscigenação mas de uma forma muito hierárquica né no casa grande senzala ele fala muito das amas de leite
do afeto ou da própria sexualidade do homem branco que se inicia com essas mulheres né e escravizada que no fundo são estupro né e aí ele vai montando essa idéia de que todo mundo responde nosso brasil exige nada o nosso lindo brasil de mistura das raças né é e sem mostrar violência que seja a mistura da raça influencia uma sessão de estupro das mulheres negras uma limitação desses estudos feitos no período de 30 até 50 é que esse e se limitam apenas ao descrever a ocorrência do preconceito racial operando mas eles produzem muito pouco conhecimento
sobre aquilo que a gente poderia fazer para promover a igualdade étnico racial após o término da segunda guerra mundial o mundo está chocado com que o ser humano foi capaz de produzir é a partir dessa idéia de que o brasil ele não pára de ser apontado por vários estudiosos nessa época como um paraíso racial ou seja onde brancos e negros indígenas vivem muito bem e aí o projeto mesmo tem a intenção de tentar entender que tipo de relação que construiu aqui e fui que as relações raciais brasileiro elas são harmoniosas 1955 então sai o livro
dos resultados desse estudo da unesco em são paulo organizado pelo rangers bastante de floresta fernandes com a participação de daniel hughes bmg o bicudo a surpresa é que nenhum dos pesquisadores do projeto mesmo conseguiu dizer que havia harmonia racial a derivação desses túmulos né ela irá ajudar a destruir a ideia de que no brasil não haveria preconceito e o que é o mais importante é pensar que nessa época se descobre que o racismo ele não é apenas o legado da escravidão como colonização mas até hoje tem algo que legitima diariamente rápido com ele os estudos
de interculturalidade eles vão tentar compreendendo a mais na psicologia é que forma que acontece às relações entre grupos diferentes culturalmente quando que se dá de forma violenta quando que a hierarquia vai mostrar uma diferença de posições na sociedade não tem uma romantização que haveria atrás da palavra muito especial na puc de são paulo nós temos a psicóloga nem alguém dizer que vem é em funda am na pós graduação em psicologia social e começam os estudos interculturais no brasil eo professor rio angelina na universidade de são paulo e posteriormente no final dos anos 70 e 79
gente tem publicação de introdução à psicologia intercultural do professor geraldo josé de paiva momento importante para ser ressaltado é quando a psicologia se aproxima das questões indígenas que enquanto profissão mesmo é que o momento que a gente pode localizar talvez entre os anos 60 entram nos anos 70 é é a psicologia que vai entrar um pouco nesse campo do que se pode chamar do conhecimento da espiritualidade dos povos indígenas porque a espiritualidade ela sempre foi tabu dia sendo que para os indígenas reflete a centralidade da concepção de mundo e de homem então psicólogos vão se
utilizar de técnicas e de metodologias que remetem diretamente à matriz virtual ao cotidiano ritual dos povos indígenas uma outra utilização importante é que a linha psicologia analítica que vai utilizar muitos mitos indígenas o mito que atravessa também os povos africanos cabeça os povos do oriente os povos indígenas vão ser mais um dos povos que vai contribuir com essa riqueza do mito pra essa linha da psicologia analítica sorologia no passado contribuiu com uma infinidade de um material sobre os povos indígenas mas que a tecnologia pode se dizer os ar sobre esse material e tomar cuidado para
não cometer os mesmos erros o desafio pra gente na psicologia é começar a construir a criar produzir psicologia à parte também do conhecimento dos povos indígenas e que destaca a importância que teve pesquisa que a professora sirlene que uma pessoa que é muito importante na psicologia em 2002 ela fez um projeto sobre as emoções culturais no xavante junto com o filósofo outra psicóloga olhando uma linha do tempo então você vai ter só a partir da década de 90 com os estudos da professora iraê carone da professora maria aparecida bento da professora edith pisa engenheiro nesses
estudos quem vai começar a investigar o tema na branquitude a identidade étnico-racial da pessoa de cor de pele branca o livro sobre branquitude ele começa a se desenhar na minha cabeça quando estava fazendo o meu mestrado e ele ia muito sobre o que floresta fernandes escreveu ele diz que as grávidas deformou a personalidade do negro mas ele não fala nada sobre a personalidade do branco mas o florestan fernandes ele é bárbaro é um dos intelectuais que a gente mais respeito e me perguntava como é que ele não se atentou não escreveu sobre a informação da
personalidade do branco esse escravidão de forma a personalidade do negro imagina a do branco foi escravizador e as pessoas não gostavam muito dessa discussão é porque ele é muito respeitado no movimento negro nos territórios progressistas e um respeito ele mas eu só pensava se um cara dessa envergadura com essa visão que florestan fernandes tinha não consegue ver o lugar do branco nas relações raciais brasileiras a gente precisa prestar atenção nisso o que deve ter em vista é que a branquitude ela aparece como forma de perceber o mundo logo isso também aparece na ciência psicológica o
olhar sobre o mundo ele é produzido a partir da branquitude em tempos mais contemporâneas é o conselho sistema conselhos de psicologia rapidamente respondeu a esta demanda colocada pela sociedade de pensar as relações étnico-raciais e se organizou produzir o conhecimento produziu normativas e portarias para lidar com isso um momento importante foi quando a comissão nacional de direitos humanos coordenada por marcus vinícius de oliveira faltou a questão racial ea discriminação racial a nossa orientação política foi de discutir a subjetivação no preconceito na forma de sofrimento o que gerou uma das campanhas mais bonitas do do conselho federal
em todos os tempos a chamada dela era o preconceito racial humilha humilhação social faz sofrer esse foi o primeiro tema de campanha de direitos humanos da entidade que trabalhava nacionalmente foi também trabalhava então saí pelo são paulo a gente fazia eventos e manifestações é para garantir publicidade para aquela nossa campanha e aí eu diria que ocorreu um dos momentos assim mais preciosos da minha gestão e do qual eu como presidente do conselho tiver sorte a honra de participar nós optamos por fazer um lançamento no fórum social mundial e os nossos companheiros porto alegre convidar um
movimento negro de porto alegre ea população quilombola que vive na li no entorno de algumas comunidades e que atenderam prontamente e o clima foi ficando um climão de muita emoção e eu me aproveitei independentemente desse clima todo pra fazer a minha fala dizendo que o conselho federal naquele momento o lançamento da campanha se associava a esta questão e eu lembro de ter terminado com a frase que jung está vivo está aqui entre nós e foi apoteótico que nós tivermos eventos e manifestações em todo o brasil e ela foi uma campanha disso sucesso porque ela repercutiu
muito foi uma campanha que eu trago presente na minha memória com muito carinho muita admiração marcos vinício era presidente da comissão nacional de direitos humanos do conselho federal de psicologia na época e ao longo desse tempo todo marcos foi um grande companheiro nosso parceiro para realizar trabalhos para pensar ações e políticas no campo da psicologia diria que esta campanha só é primeiramente a cabeça do marco do início esse é um tema que fazia parte da vida dele foi uma grande perda o assassinato do marcos perdeu uma grande pessoa uma pessoa muito comprometida com a psicologia
e comprometida com o enfrentamento ao racismo inevitavelmente a fazer uma falta não vai produzir uma lacuna que não se supera a única forma de superação é nós que ficamos aqui fazer o melhor e procurar manter vivo na memória de martínez depois que a campanha foi aprovada é o representante do crp de brasília é de marcar us que me procura de jesus que tal a gente fazer o texto de uma resolução porque aí a gente amarra além de ter a campanha e também tem uma resolução que possa orientar a categoria ea gente assim fez o primeiro
texto o texto inicial dessa resolução 0 18 que foi encaminhada para o cfp e depois de trabalhada foi publicada ainda este mesmo ano de 2002 uma resolução importante que marca é a necessidade como princípio ético da atuação profissional o compromisso com o combate ao racismo é o enfrentamento ao racismo como um princípio ético do exercício profissional de maneira bem sucinta ela disse que o profissional da psicologia ele não pode nem promover um racismo nem ser conivente com eles essa resolução para a maioria dos psicólogos elas um suicida então na realidade a gente vem é nos
espaços de discussão ainda faltando o acesso da categoria a essa resolução os povos indígenas neve maneira geral a em 2004 é por meio do cimi conselho indigenista missionário chamará psicologia fala nós temos um problema aqui mas vão ajudar a gente resolveu o problema e logo em novembro teve o primeiro seminário subjetividade povos indígenas promovido pelo conselho federal de psicologia então a gente ficou lá esses três dias escutando as histórias e participando de rodas de debate de troca foi muito impactante e eu voltei com essa missão de tocar no estado de são paulo o que naquele
momento a gente entende como a aproximação da psicologia as questões indígenas nós passamos um ano mandando cartas tentando descobrir aonde existe um psicólogo apareceram três depois de um ano nós entramos ali pouco seu do mena teixeira e tal e começamos a procurar por uma interface com outras disciplinas que têm mais tradição como antropologia história e começamos então a estabelecer interlocuções aí você mergulha finaliza de down se dá esse contorno mais funcional preocupação da psicologia 400 posição em relação direta com as populações indígenas em 2006 para 2007 é que a gente conseguiu formalizar o grupo de
trabalho dentro da estrutura dos rpps e aí realizamos um evento dois eventos um engano em 2007 num contexto multiprofissional e aí materializou-se um grupo de trabalho e começou a fomentar eventos desde então a gente conta com a parceria ea produção conjunta dos antropólogos inclusive no próprio grupo de trabalho a gente sempre teve antropólogas vanessa caldeira conosco foi uma parceria fabulosa sem ela a gente não teria caminhado como caminhos além das lideranças e dos professores indígenas pra construir conosco as diretrizes para esse trabalho nesse caso acho que a psicologia ela tende a ajudar muito até tentando
entender um pouco mais esse sofrimento e tentando minimizar um pouco mais esse sofrimento uma discussão com as comunidades tradicionais com a população um pouco mais vulnerável em 2009 elaboramos um ciclo de oficinas convidando todos os profissionais interessados de cada região junto com os indígenas da região para discutirmos duas coisas básicas qual o papel de cada um na constituição de uma rede de atenção à pessoa indígena e qual seria na visão dos presentes o papel do psicólogo nessa rede é um momento muito importante que culmine em 2010 com o lançamento de um livro que o livro
psicologia povos indígenas que traz é contribuições muito importante eu destacaria a participação do de diferentes profissionais ea participação de lideranças indígenas sempre em nossos eventos havia uma mesa em que estavam ali as lideranças indígenas para apresentar a sua interlocução seu entendimento suas necessidades esse livro ele foi construído por 500 pessoas porque foram todos os participantes das oficinas em 2010 a gente retorna essas regiões apresentando livro fazendo lançamento a distribuição é um marco importantíssimo diria se um divisor de águas fundamental é a participação da avó deles virou uma líder uma mulher maravilhosa guerreira do povo guarani
caiuá na nossa amostra de 50 anos a psicologia em 2012 é se essa homenagem não é só pra mim essa homenagem também são para as pessoas para os caciques que tombaram na luta pela sobrevivência que tombaram na luta pela vida pela vida do povo indígena guarani kaiowá no mato grosso do sul e hoje nós vamos construindo um diálogo intercultural um diálogo é de conhecimento junto com a psicologia a partir desse momento a gente entende a psicologia deve estar ao lado dos povos em luta por território não só dos povos indígenas como de todos os povos
em luta por território no primeiro momento a gente teve como referência aquelas demandas iniciais dos indígenas aldeados no decorrer do processo a gente foi incluindo também as demandas dos indígenas em contexto urbano eu como articulador dentro da cidade de são paulo percebo que muitas vezes né a gente acaba fazendo um emigrante dentro do próprio país é como se você tivesse chegando com um país que nasceu rp e nos apoiou na primeira conferência de política indigenista para índios em contexto urbano isso é um fator a ser destacado porque no imaginário social indígena é aquele que está
lá na aldeia né só que existem problemáticas importantíssimas e um número considerável de indígenas em contexto urbano existe índios vivendo na cidade em decorrência de muitos processos históricos migração retirada dos territórios tradicionais perseguição política e muitas outras questões a partir do momento em que as áreas urbanas vão reconhecendo a presença dos seus indígenas a questão indígena ela vai se impondo como uma área necessária é pra a construção de respostas enquanto políticas públicas respostas enquanto a compromissos ético político ainda quando éramos um grupo candidato a gestão do trt em 2013 é nossa acho que tomamos começamos
a pensar e refletir sobre sobre como essa gestão ea tratar o contribuir para que a psicologia avançasse em relação a essa temática a gente tinha uma história é de de produção de algumas contribuições dos conselhos de psicologia em torno da questão racial mas uma avaliação de que essa temática tratada de forma pontual naquele momento em diálogo com o movimento negro em diálogo com um grupo de psicólogas e psicólogos negros que vinham tratando também dessa temática que trata historicamente dessa temática é como se discutir com eles o que era preciso para avançar e o que eles
falavam pra nós naquele momento era da necessidade da gente tratar dessa temática de uma forma mais estrutural eo reconhecimento do racismo como a questão importante é na estruturação das desigualdades que se constituem na sociedade brasileira nos provocados a pensar que se nós não pararmos para identificar e refletir sobre o racismo está presente na própria instituição nas nossas práticas nos modos de pensar e tetra nós também não poderíamos avançar na direção de ter um projeto para a psicologia que pudesse comprometer o combate ao racismo essa gestão assume que a psicologia é uma ciência racista essa gestão
assume que o conselho de psicologia é uma entidade que praticou racismo institucional ea partir do momento em que assumir isso aceita olhar para si mesmo e ver como é que se enfrenta essa esse fenômeno porque ele existe e até então sempre foi muito melindroso falar disso era preciso a gente reconhecer no próprio na própria entidade nas práticas das entidades as marcas e as expressões do racismo que historicamente se constitui na nossa sociedade então se compromete a enfrentar isso que acontece no dia-a-dia nas relações nas práticas nas normas eu acho que os conselhos são forçados a
assumir nisso na medida em que a nossa militância histórica vem né dizendo para os psicólogos e para as categorias que a psicologia precisa mudar o seu olhar a sua orientação em sua atuação em 2013 na época das eleições do conselho uma das chapas é sentiu a necessidade de ter na sua composição alguém que discutir tem raça e não tinha nenhuma pessoa negra compondo a chapa era fundamental que este grupo também pudesse ser composto também pudesse na sua composição ter psicólogas ou psicólogos meses naquele momento nós conseguimos então podemos que esse grupo e indicasse uma pessoa
pra compor o nosso plenário e indicamos o nome do jonathan zona para salatiel grupo ganhou as eleições então jonas passa a fazer parte do conselho como conselheiro negro dessa gestão e jônatas fez com que a questão racial fosse uma questão de todos os conselheiros e ao mesmo tempo ele foi um conselheiro que cuidou de todas as pautas junto com outras pessoas que tiveram compromisso com a temática o jogo todo sempre defendi que todas as ações deveriam dialogar deveriam transversalizar raça ele não estava lá para tratar só da questão racial ele estava lá para tratar das
demandas do conselho como um todo mas a sua presença isso é muito importante né e acho que as políticas afirmativas são fundamentais por isso a presença é de um conselheiro negro na constituição da plenária nos pauta essa questão nos torna visível esta questão o jogo todos um pouco depois que assumiu como conselheiro foi diagnosticado com câncer de intestino enquanto pôde enfrentou essa doença e ele cuidou dessa missão que ele recebeu e às vezes até bem demais e deixando de lado o cuidado pessoal mesmo quando ele estava no hospital a gente ia visitar ele queria saber
como estavam as ações e de lá muitas vezes inclui vivi continuava dando orientações essa presença do jônatas no nosso grupo trouxe para o concelho uma necessidade de compromisso ainda maior do que a vontade individual de cada uma das pessoas que participavam dessa gestão para o nosso grupo uma disposição uma motivação pra honrar aquilo que ele estava fazendo a gente perdeu o jônatas mas o jônatas deixou muitos outros e outras fumar se a clélia a ivani é o emiliano pra falar nomear alguns desses parceiros é que assumiram seguir essa trajetória sabe aquele tipo de amigo que
liga no meio da tarde e você fica pensando tá ele vai falar de alguma reunião de alguma questão e de repente ele fala com ninguém só pra vc também está bem e esse estilo do jônatas é essa forma generosa do se firme ele emprestou para o grupo e penso que esse grupo tem muito do jônatas ao lado de vários núcleos temáticos que trabalham temáticas como a educação a saúde o trabalho é reflexo de idade gênero nós decidimos constituir um núcleo é que chamamos núcleo terra raça e etnia com a idéia de ter então um coletivo
de de gestores conselheiros e colaboradores do crp de são paulo especialmente voltado a essa temática e que pudesse não só promover ações em relação à questão racial mas provocar os outros coletivos e outros núcleos do crp a trabalhar essa questão era a gente poder é não só tratar da questão racial como uma questão ao lado das outras questões da psicologia da sociedade mas tratar o racismo como uma questão transversal a todas as questões da psicologia todas as questões que em sendo questões que preocupam a sociedade devem preocupar também a psicologia nós estamos aqui numa grande
maioria para poder fazer frente pra poder é buscar mudanças e os indígenas também o fazem mas eles não chegam a 1 milhão num país que tem mais 200 melhores pessoas em grupos como os kamayurá por exemplo são 400 pessoas nerd são grupos que tem a sua cultura totalmente preservado em um grupo muito pequeno e que conflito com outros grupos indígenas enfrentam a humanidade indígena né então nascimento do lucro foi entendimento vamos sair para são paulo de que isso é preciso cuidar também dessas convergências juntamente com essas diferenças e de maneira absolutamente central é muito importante
ressaltar isso em diálogo direto ombreado com os movimentos sociais tanto os movimentos sociais e descola dos movimentos sociais do campo e os movimentos do movimento negro de maneira geral e talvez seja esse lugar que nós ocupamos uma possibilidade de manutenção do diálogo existente entre a ciência e essas diferentes culturas na psicologia que quer trabalhar e quer contribuir com a garantia de direitos da população indígena e que quer garantir também é a população negra esta garantia de direito no horizonte de uma sociedade igualitária democrática precisa reconhecer as necessidades desses dois campos e os crp de são
paulo por exemplo tem feito campanha em discussões novas né a gente vinha discutindo um aspecto clínico por muito tempo a psicologia anjos fez algumas discussões do campo é do debate sobre a violência policial onde fez algumas discussões sobre a atuação de profissionais em áreas e essa temática como horizonte para fazer com que a gente é efetivamente enfrente esse fenômeno que traz problemas para todos brancos negros e indígenas em todos nós e agora nós temos uma outra fase de um aprofundamento nesse momento aprofundamento dessa peça dessa fase inicial que é o entendimento das organizações e das
dos movimentos indígenas como parceiros diretos da psicologia uma construção mais igualitária mais horizontal de quem tentar criar referências em campo para a atuação do psicólogo a psicologia na perspectiva do conselho do trabalho que a gente fazendo é uma tecnologia que se alinha aos direitos humanos e às lutas ético políticas de todo e qualquer grupo em desvantagem social nós tínhamos que sem lançar um livro uma verdade é revolucionária e que era um livro que que onde a psicologia também reconhecia a necessidade do direito a história memória com isso denunciar os impactos da violência de estado que
pretendíamos então seguir com a violência de estado como um tema importante um tema central da nossa então campanha de direitos humanos que vai trabalhar violência de estado nas suas várias formas é pegando as instituições que reproduzem a violência do estado pregando é diferente práticas de cuidado que promovidas na verdade reproduzem violência de sábado antes de nos lançarmos a campanha de direitos humanos nós fizemos debate sobre a questão do genocídio da população negra esse debate inclusive resulta em um caderno temático que é lançado ainda no início da gestão que dispara o tema e quando então nós
lançamos um ano e pouco depois a campanha ela já tinha um acúmulo dessa discussão que foi essencial para a constituição para o alinhamento da campanha neste momento vamos também construindo ao longo da gestão ações em parceria com a finep que a associação nacional de psicólogos e psicólogos negros realizamos um evento histórico no concelho em apoio antes inep um evento muito cheio que discutirá racismo homofobia é um evento que as pessoas não cabiam no auditório então estavam na recepção assistindo pelo computador o evento está acontecendo ali embaixo e que pra nós é algo muito significativo porque
a nossa sociedade a categoria tende a não aderir à discussão da temática sobre a questão racial ea gente tem percebido cada vez mais um envolvimento da categoria quando nós faltamos a temática racial um deles que eu gostaria de destacar foi um evento que realizamos no final do ano passado em agosto chamado discriminações e sofrimento psíquico fazendo um link de do racismo da da homofobia e do do sexismo na vida das pessoas foi um evento que teve muito sucesso uma grande participação da da categoria da sociedade dos estudantes a partir desse evento alguns estudantes começaram a
se organizar pra cobrar das suas instituições de ensino há alguma disciplina que faz essa discussão os nossos encontros já ocorreu de recebemos estudantes de algumas universidades que estão concluindo a graduação em psicologia e percebe o racismo dentro do atendimento quando eles vão estagiar e se sentem desamparados por não tê teoria que ampare que discuta quando nós pensamos informar psicólogos na lidar com essa realidade complexa realidade brasileira nós temos que ver que pra falar das questões indígenas que das questões africanas nós temos poucas pessoas preparadas para isso nós temos que incentivar um preparo de agentes capazes
de realizar essa tarefa uma mulher estava sendo atendida por um estagiário de psicologia e ela chega a relatar para ele olha não consigo falar do meu racismo pra você porque você é um homem branco quando essa situação este relato foi levado para a sala de aula para discutir com professores entender como que poderia proceder esse atendimento o professor teve uma análise dizendo que quem era racista era moça a mulher negra que não conseguia conversar com um estagiário de psicologia branco ouvindo isso em sala de aula os alunos vêm até a gente fala bem pedir ajuda
olha a gente está vendo que não está certo eu sinto que não é legal mas eu não consigo dizer o porquê então levamos para a sala de aula uma discussão que diz da pessoa que não consegue falar do racismo pra uma pessoa branca ela está denunciando grau de sofrimento tão amplo que faz com que ela aquela congele que ela não consiga mais interagir com as pessoas e isso não necessariamente significa que essa pessoa seja racista quer dizer não é que você tem que ter um teste psicológico específico uma entrevista específica pra para os negros é
que você tem que prestar atenção que se torna uma sociedade racista então o profissional tem que prestar atenção sabendo que o viés racial está sempre presente lá e cá essa é a diferença não é que você tem que ficar montando programas específicos para mim porque isso seria colocar um negro numa condição de um sujeito que precisa de algo específico pra ele não ele precisa ser trabalhado como sujeito como sujeito de direito e como sujeito que não quer mais ser violado violentado o psicólogo e não precisa reinventar a roda é o que é essas populações no
caso da população negra precisa de escuta és e sensível é te escuta é le le é preciso formação é preciso conhecer a história a ferramenta mais importante que o psicólogo tem na sua formação e isso ele tem na sua formação que a escuta ativa como é que eu escuto essa pessoa que está na minha frente que interesse a tenho por ela e que possibilidades a partir desse interesse do meu desconhecimento de quem é este outro de construir uma relação que me permita dialogar com ele ou seja não se trata de um psicólogo fazer pelos indígenas
mas de se colocar um lado dos indígenas como um apoiador e um estimulador fortalecedor né um catalisador de processos que sejam autenticamente daqueles coletivos entendendo que aquele grupo que aquela pessoa é é radicalmente diferente de mim e isso deve despertar um psicólogo o interesse por conhecer isso se não houver esse interesse é quase impossível uma intervenção que preserve os direitos e que reconheça a riqueza que está presente ali essa é uma das coisas mais bonitas e mais difíceis a gente conseguir fazer essa interlocução com os povos indígenas com um com os grupos raciais que convivem
na sociedade brasileira a importância de nós vermos e sermos humildes né no sentido de aceitarmos a nossa ignorância atender e acolher faz parte da nossa obrigação enquanto profissionais faz parte da nossa prática profissional precisamos reconhecer que o o sofrimento humano ele independe da cor da pele a gente termina a gestão de verdade com com muitos colaboradores com muita gente transitando nessa gestão do concelho que são psicólogos psicólogos negros que são parceiros são identificados com esse projeto que fizeram essa gestão que estiveram juntos em diferentes momentos e isso é muito bacana muito bom acho que a
gente vai pro outro momento agora com esse acúmulo é acho que a garantia que essa a porta continua aberta nessa construção constante é importantíssima que o sistema conselhos e no caso da ip são paulo tem feito na interlocução entre essas sociedades entre esse cabelo isso é o que a gente tem como ideal e como mote que esse não seja um projeto de uma outra sugestão é que seja um projeto da psicologia do século 21 a psicologia enquanto ciência enquanto profissão e joga um papel decisivo para a promoção da igualdade racial nós esperamos que no próximo
congresso nacional da psicologia como resultado dessa trajetória que nós fizemos no concelho essa temática apareça de forma mais contundente é apontando os projetos que devem as novas gestões do conselho encabeça levar adiante produzir fazer avançar qual é o nosso lugar para formar o brasil um país mais democrático um país para todos de verdade então a psicologia tem um gasto nem pense em um lugar ea gente precisa construir juntos juntas esse lugar agora cabe a gente profissional de psicologia pensar o que faremos com isso como que vamos adequar a nossa prática profissional os instrumentos que nós
temos o conhecimento desenvolvido para que as relações entre pessoas brancas negras indígenas sejam revistas dentro desta sociedade e seja superado toda essa violência histórica que nos tem acontecido outro dilma mesmo no facebook muito emocionante diz assim que no brasil todo mundo tem sangue de índios alguns nas mãos outros nas veias e outros na alma qual seu e nesse caminho nós vamos encontrando pessoas sensíveis pessoas comprometidas com a mudança com a democracia com um país é que possa acolher a todos e com isso a gente vai também conseguindo com que a psicologia e os conselhos regionais
de psicologia possam incorporar o enfrentamento ao racismo como uma causa que também é deles ae