E com o Iron Made, eu tenho uma história muito legal, que é a história que o pessoal lá que viu o Rivotalks e viu o meu papo com o Ciro Gomes vai saber do que eu vou falar. Em 1994 saiu num jornal, não lembro que na Folha de São Paulo a seguinte notícia: aluno vai ser expulso de escola porque ele desenha e ele e ele escreve as letras do Iron Maiden no caderno e a diretora fala que isso é coisa do capeta. É, é, é.
Na hora que eu Isso, isso o menino morava em Ribeir era um preto. Uou. Na hora que eu li isso, eu falei: "Não vai fazer isso nem ferrando".
Eu era, é porque hoje eu não sou mais revoltado, viu, galera? Não, não. Hoje eu sou tranquilíssimo.
Nessa época eu era a revolta em pessoa. Minha mãe me chamava do revoltado, só para você ter uma ideia. Eu falei, não vai acontecer isso de jeito nenhum.
Eu fui para Ribeirão Preto. Eu fui para Ribeirão Preto, foi atrás do moleque. Eu fui na escola.
Não acredito. Fui falar com a professora. falei assim: "Vem aqui, olha essa letra aqui.
Eh, qual que você mostrou? O que que tem? " Não, fui mostrando todas para ela.
Todas, todas. The Ry of Anchet Mariner, que é um poema. Isso é um poema.
Isso, o maior poema dos Estados Unidos. Fui mostrando para ela. Aa de história também.
Uma aula de história. Aí a história. O Brickon é doutor em história.
O Steve Haris também ele estuda história. Isso aqui a professora é burra porque ela tinha que passar dar aula de história com a letra do Aeromí. Não falar que é coisa do capeta.
Me fala em que frase das músicas tá escrito capeta aqui. Uhum. Em qual frase aqui que tá escrito capeta.
Aí arrumei uma briga tal. O menino não foi expulso. Não foi expulso.
Aí olha só que olha olha como que o mundo é interessante. Vai passar muitos e muitos anos, eu comecei a trabalhar com petróleo e viajava muito. Aí um dia eu tô sentado assim no avião, quase dormindo.
Aí chega a comissário e bate assim, ó: "Ah, você é o Sérgio, né? " Eu falei: "Não, sou o Sérgio". Ah, você não vai lembrar de mim, não?
Eu falei: "Ah, não lembro mesmo. Eu sou a professora não, ela era a mãe do menino. A mãe do menino?
É, a mãe do menino virou comissário de bordo e me e me e me abordou e explicou tudo. Passa um monte de tempo, o pessoal do Riv Talks, um beijão lá pra Cecília e pra galera do Riv Talks. Eu contei essa história nele, senor atrás do menino.
Ah, acharam ele. Acharam o menino e ele continuou na escola, contou, fez tudo, tal, não sei o quê. O menino virou guitarrista, oh.
E eles trouxeram o menino, eu toquei o inting love com ele no negócio do Ciro Gomes. Então vocês foram lá no Rivot Talks, no negócio do Ciro Gomes. O Cris tava lá.
O Cris tava lá ao vivo. O Cris foi lá ao vivo assistir. Poxa, que legal.
O guitarrista era o menino lá de 94, entendeu? Olha que legal, que bacana. Então por conta da internet, essa coisa toda, eu ter criado o site do Iron Maider, ninguém nem tem nem sabe dessas histórias aí, não.
Então foi foi isso aí. E aí depois aí eu peguei a geofísica, abracei a geofísica, entendeu? Eu dei meio que uma sorte porque quando eu terminei o curso, a Petrobras tava tava tava encerrando o monopólio.
Uhum. A Petrobras tinha monopólio de tudo no Brasil, né? Hoje Hoje ela tem só na na distribuição, mas ela tinha na exploração e na produção.
Hoje não tem mais. Quando quebrou o monopólio, 70% da frota de navios que exploram petróleo no mundo estavam na costa brasileira. Uau!
Só que não tinha um geofísico para embarcar no navio. Olha, nenhum. Porque o meu curso formava três pessoas, duas pessoas, quatro pessoas por ano.
Ningém isso. Não forma ninguém. Discurso não forma quase ninguém.
A evasão é gigantesca. É muita gente que entra muita gente desiste, entendeu? Primeiro porque muita gente não sabe nem o que que faz um geofísico.
Às vezes o cara cai ali meio de para-quedas, não é? Hoje eu acho que tem mais noção da exploração. Não, hoje com certeza não.
Na época igual física, minhas minha turma tinha seis pessoas contando comigo. Tipo, isso uau. Uau.
Então tinha uns cursos assim, às vezes o cara fazia e ou só para entrar na USP, só para usar o Crusp, ou só para usar o o a parte de esportes da USP, ou só para aproveitar que o curso era gratuito e você conseguia passar no vestibular porque era menos concorrido do que outros cursos. Tem essas coisas para ter meia entrada, pagar meia entrada para essas coisas. E aí tem uma outra coisa também, às vezes a pessoa entrava num curso como geofísica, que era muito pouco concorrido e dentro da própria USP ele fazia uma provinha e ia pro autocurso.
Então o cara entrava, ele entrava em geofísica. Eu tive vários colegas do primeiro, do primeiro semestre ali que foram pra publicidade depois. É que não tem nada a ver.
E isso acontecia, acontecia muito, né? muito, muito, muito, muito mesmo. Então eu dei essa sorte quando eu me formei, já tinha uma emprego para você ali?
Tinha emprego e não é que tinha emprego, os eu tava sendo disputado porque não tinha geofísico para ir no Não tinha não tinha geofísico. Os três que formaram comigo não queriam trabalhar embarcado. Nossa!
E trabalhar embarcado? É. Aí eu fui trabalhar embarcado.
Aí eu fui trabalhar, fiz aquisição de dado sísmico. Em algum momento você cogitou parar? Porque você continua fazendo até hoje, né?
Apesar de você falar para mim sempre, não, eu não sou, você é um divulgador científico. Ah, não, acaba sendo, né? Acaba sendo, sim.
Eu nunca pensei em parar, sabe? Eu sempre gostei muito do porque como eu falei, eu era revoltado, muito revoltado. Aí que acontece em 2000 e em 2008 foi aniversário do Origem das Espécies.
Uhum. Foi em 2008. Olha.
E aí eu tava em casa assim e tava ligado, fantástico. E o repórter falou assim: "Hoje se comemora 100 anos do livro Teoria da Evolução de Charles Darwin. " Falei: "Que porcaria de livro é esse, cara?
" Hum. O Charles Dar não escreveu nenhum livro que chama Teoria da Evolução, escreveu um livro chamado Origem das espécies, entendeu? Exatamente.
Aí esse dia eu fiquei revoltado, fiquei muito puto, mas muito, foi pouco não. Eu falei: "Ó, que absurdo e tal, não sei o qu". Falei: "Quer saber?
Vou criar um blog de divulgação científica. " Não acredito. É porque aí de uma revolta surgiu de uma revolta revolta revoltas fazem isso.
A revolta faz isso mesmo. Porque acontece o seguinte, a depois obviamente, né, a internet foi evoluindo e tal, não sei o quê, depois não era mais site, aí virou blog e tal. Aí eu criei um blog que tinha um nome horrível, horripilante, chamava Ctech, ciência e tecnologia.
Ó que coisa horrível. As meninas aqui falam que eu sou bom de nome. Não sou não.
Conheci. Centec. Centec.
Eu não achei ruim não. Hoje é o nome do, tem um parque aqui em São Paulo, o Centec, lá onde era o IAG, lá na Água Funda. O parque chama Parque Centec.
Uhum. Era o nome do meu blog. Uhum.
Nasceu de uma revolta. Aí eu pegava coisas e falava: "Ó, isso aqui tá errado, isso aqui tá tal". E ficava corrigindo matéria que saia em jornal, essas coisas.
Meu blog era só isso aí. Era react. Surgiu de um uma um revolta e e você fazia um react ao vivo.
Veja que você estava sempre na vanguarda de tudo, né? Era um react escrito. Era um reactionário, né?
Bem visionário. Muito legal. E aí a gente, aí eu comecei a fazer parte de um grupo muito maneiro chamado Science Blogs Brasil.
Hum. Que reunia na época vários blogs de divulgação científica. Pirula tava lá já com o blog dele, o Attila tava lá com o blog dele e eu tava lá com o meu blog.
Quem mais que tinha? Ah, nossa, tinha muita gente, muita gente mesmo. Tinha uns 20 ou 30 blogs que falavam de ciência.
Sim, era bem legal. E por um acaso do destino, o cara que era o dono da Campus Pari, lá, o o lá em lá na Espanha, Campos Pari surgiu na Espanha, ele gostava muito de astronomia e eu não sei. Ah, aí um cara de Portugal me chamou para começar a escrever no site dele, no Astropt.
Uhum. E aí eu fui escrevendo e tal e a gente fez um post sobre Saturno que na época bateu mais de 2 milhões de views. Au, olha que legal.
Só que is falando de 2009. Nossa. Nossa.
Basicamente era muita coisa num blog, entendeu? Sim. E o durante muitos e muitos anos foi o post mais lido no Astropt sobre Saturno, sobre a missão Cassine e tal.
Foi um negócio legal para caramba. E o cara da Campus Pari viu aquilo lá e entrou em contato comigo. E aí eu comecei a participar da Campus Pari.
Eu virei curador da área de ciência da Campus Pari. Olha só, e a primeira coisa que eu fiz foi uma reunião do Science Blogs Brasil na Campus Pari de 2009 aqui em São Paulo. Então tava ola, tava eu, tava o Pirula, tava ô pessoal do Jovem Nerd, entendeu?
Então tava essa galera toda lá. E aí foi foi um um Você era visionário mesmo, você já sabia da Goiana brasileira. Da Guiana Guiana Brasileira.
Por aí, por aí, por aí. Então foi aí a internet vai indo, né? O essa época não tinha nem como postar vídeo ainda.
Uhum. Mas não tinha tecnologia nem para gravar, nem para subir, fazer live. Então isso aqui é nossa, imagina você subindo um vídeo na internet com aquela velocidade horrorosa.
Subir, você tinha que gravar o vídeo e embedar ele no site. Era um negócio como, nossa, era complexo para caramba. Era uma, nossa, era muito difícil.
E aí você tinha que ter alguém que visse também, né? E as pessoas não tinham, não tinha esse celular, né? Esse smartphone que a gente tem hoje não existia.
É isso aqui ajudou muito a propagar. E quando que você migrou para esse, quando você viu essa mudança assim que acontece da internet, porque você tá há bastante tempo, né? Aí você começa a ter mais essa popularização, começa a ter mais acesso.
Você passou por tudo isso? Passei por tudo. Eu comecei com blog, aí o blog era muito bom, tinha muita, vi, muito acesso.
Blog é legal, né? Você blog continuo, continuo espace. com.
br. BR tá lá, acessem lá todo dia tem coisa lá. O Só que o que acontece é que vai tudo evoluindo.
Uhum. Então, podcast, podcast, como a gente como a gente conhece hoje, né? Isso aqui a gente chama de videocast, mas o podcast era só de áudio.
Vocês sabe por que que chama podcast? Hum. Vocês tm ideia?
Não. Por quê? Não, não.
Não, porque ele foi criado para ser tocado no iPod. Ah, é iPod? IPod.
Vocês sabem o que é iPod, pessoal? Iarinho que o Steve Jobs criou em para em homenagem à filha dele, que a filha dele ficava ouvindo aquele monte de música. Ele falou: "Um dia eu vou enfiar 1000 músicas no seu bolso".
Criou a ipodima, que foi uma das coisas maravilhosas. E aí o que acontece? Você só podia ouvir as coisas no computador.
Uhum. Quando o cara cria o iPod que você pode sair com ele andando e ouvindo, isso aí foi uma revolução. E aí foi criado o podcast.
O podcast tem esse nome por causa do iPod. Pode. Uau!
Então você fazia um áudio gravando aqui, fazia um áudio igual pega só o áudio nosso, subia num site aí tal do RSS, era um negócio complicado para caramba. Era muito difícil. E aí você colocava isso no dentro do iPod.
O iPod tinha o Apple Podcasts que é muito antigo, e o pessoal saía tocando. Então o podcast já já começou uma pequena revolução. Aí começou a ter os tocadores de MP3.
Sim. Aí o pessoal punha o podcast ali e conseguir ouvir. Então o podcast, só que eu nunca fui para podcast.
Hum. Por quê? Você tinha que gravar, você tinha que editar.
Era complicadíssimo para você fazer com isso aqui que a gente tá fazendo, quatro pessoas. Era impossível de fazer na época. Era impossível.
Não tinha como. Você não tinha equipamento que pegar ali, o software ali, ó, ele tá pegando todos os nossos áudios ao mesmo tempo. É, na época não tinha, era só uma banda, né?
Era um áudio para cada para cada pessoa num arquivo separado. Ainda às vezes mono ainda. É.
E aí você tinha que editar, cortar, juntar. Então eu não fui para essa área de podcast, mas o Jovem Nerd, os cara como em 2006 eles lançaram o o o podcast deles, o Nerdcast, que é o primeiro podcast do Brasil, na verdade. É muito bom também, né?
Muito bom. Bom, só que aí eles tinham um cara que editava para eles e tudo, mas é um tran. Eles contam essa história.
É muito bonita. Acho que foi o primeiro que eu escutei. Foi o Nedcash.
Ah, é porque só tinha eles também, né? Durante muitos e muitos anos foi só ele. E aí as coisas evoluindo, surge o YouTube e surge a possibilidade da gente começar a gravar vídeo.
Orcut antes. Não, Orcut sim, como rede social, né? Você chegou a usar o Orcut?
Para quem não usava Orcut? Todo mundo. Melhor rede social.
É mesmo. Até hoje o cut muito. Mas o era melhor, né?
Era, era mesmo. Era muito. Podia ter voltar, né?
Os caras cogitaram em voltar com ia fazer sucesso. Ia fazer sucesso. Eu amava Orup.
Depoimento, cara. Deixava a gente feliz. Comunidades era muito bom, meu.
Comunidade. Então, tinha muita comunidade de astronomia, de astrofotografia. Imagina porque era um meio aonde as pessoas podiam publicar a foto que tinha um café orbital.
Eu eu participava, era muito legal. Não. Ah, e antes disso tinha as listas.
Uhum. Lembra das listas? Lembro.
Eu fazia parte o grande o nosso amigo lá do Caramba, cara. esqueceu o nome dele do Se esquecer é normal. Eu eu eu nem penso em lembrar porque eu sou esquecido para caramba do nome das pessoas.
Mas conversi com ele 10. 000 vezes lá do do planetário da Gávia lá no Rio de Janeiro. Ele criou a famosa lista urânia.
Hum. Eu participava da lista urânia. A lista urânia era um compilado de notícias do espaço e tal que os caras faziam todo dia de manhã tava no seu e-mail, você baixava ela e imprimia impressora matricial.
Era um negócio legal para caramba. Eu tenho essas listas urânia até hoje. Até hoje eu tenho isso.
E que conselho você daria pro Sérgio de 20 anos hoje? De 20. De 20 anos.
Ah, não, não. De 20 anos. Ah, tá novo ainda.
30 anos atrás. Só tem 50. Não, porque você tem muita história de vida, né?
Tem uma experiência enorme. Então, eh, você mudaria alguma coisa? Ah, não.
Acho que não. É, não me arrependo de nada. Não, continua, faria tudo igual.
É, olha, ainda bem que você não fez astronomia, você não foi fazer, então, né? E isso é muito legal, né? Porque conversando aqui no no Sens Fim, com várias pessoas, com vários cientistas, eh, tem vários casos, né?
Tem o caso da pessoa, por exemplo, vou pegar aqui a Thaís a Thaísa Bergman lá, a pesquisadora de buracos negros lá do da Sim. Uhum. Ela sempre quer aquilo.
Então ela seguiu a vida dela e foi linearmente falando. Só que tem muitas pessoas que a vida vai virando de um lado pro outro, tá? A sua, né?
Então a vida vai de um lado, vai pro outro, tal, e chega nisso e na hora que dá essas viradas, você acha que é o fim do mundo. É, né? Sim.
Fala, caramba. Igual lá quando eu falei, pô, não acredito, meu, que os astronos não sabem que tem eclipse da lua, cara. Que que eu tô?
A minha, sabe qual foi minha que que eu tô fazendo aqui? Uhum. Pô, saí lá da casa da minha mãe, comida de graça, dormia bem de graça e tudo.
Tô aqui fazendo o quê? Se os caras nem eclipse, ele sabe que vai ter. Dá uma, dá um tilt, né?
Dá uma tiltada. Só que aí depois você vai ver que, caramba, ó, realmente foi a melhor coisa que aconteceu. Se eu não tivesse feito isso, eu não teria focado na geofísica, não teria trabalhar embarcado, não teria entrado, né, na na na área de petróleo e trabalhado com em tudo que eu já trabalhei e tudo que foi muito importante para mim e talvez não tivesse nem aqui uma hora dessa, entendeu?
Sim, com certeza. Então essa que não teria conhecido sua esposa. É, minha esposa não teria conhecido.
E que o que a sua família pensa de tudo isso e que tem acompanhado sua mãe vendo você desde criança e agora aonde você e os seus filhos e a sua esposa. Eu vejo que tô mostrando não, que eu tô viajando muito. Então dá um beijão aí para ele.
Aí você que tá assistindo esse vídeo aqui no Talk Flow, dá para você virar membro cara do Flow. Agora é um botãozinho do lado do botão de se inscrever. A gente faz um programa semanal só pros membros.
Olha, então fica esperto aí se quiser virar membro.