a Netflix erra em muitos filmes e em algumas séries mas quando se trata de minisséries É impressionante como frequentemente vem um acerto É principalmente nos dois últimos anos aí vai e adolescência é mais um exemplo disso mas assim é um exemplo adolescência é um exemplo retumbante porque essa série aqui é uma experiência absurda são quatro episódios cada um realmente feito em PL de sequência um feito técnico por si só já impressionante mas que seria muito pouco se não tivesse aliado a um tema muito difícil e muito necessário que essa série traz o seriado começa com
a polícia entrando em uma casa ali né para levar um garoto sob custódia apontado como o principal suspeito de um crime a partir daí acompanhamos fragmentos dessa jornada a investigação policial os primeiros momentos ali do jovem preso a reação da família as consequências daquilo tudo A Busca Pela verdade a tentativa da psicóloga de entender ali a cabeça daquele jovem enfim em quatro episódios a min séri constrói um recorte muito preciso para discutir um tema fundamental a adolescência e mais do que isso a nossa desconexão nós adultos com a adolescência e aqui eu já adianto quem
reduzir a discussão Ah quem fez o que quem deixou de fazer quem é vítima qu é culpado vai perder a grande Pérola da série O que está em jogo não é a investigação criminal É sim um debate muito profundo sobre a adolescência a partir da nossa visão a partir da visão dos adultos é conosco que essa série fala a criação desse seriado é do Stephen grahan que também interpreta o pai do garoto ele divide o roteiro com Jack Thorn que é roteirista de extraordinário apesar de ser né Essa daí a estrela do grahan como roteirista
ele já é um ator consagrado sempre com boas atuações mesmo quando não está no papel principal a direção dos quatro episódios é do Felipe barantini que já havia comandado excelente boiling Point essa série que começou como um curtam metragem agonizado pelo próprio Stephen grahan e depois virou uma série né O grahan Ali envolvido na produção e na criação também mas ele não foi roteirista lá e roteirista aqui enfim além desses nomes a minissérie ainda tem o Brad Pit como produtor executivo o resultado cara O resultado é uma obra fora do comum tanto Tecnicamente quanto na
profundidade do que propõe ali discutir eu vou dividir esse texto em momentos diferentes tá a primeira parte eu vou falar desse lado mais cinema e a segunda parte desse lado mais temático não que as coisas sejam diferentes mas só para você entender aqui o recado no menu do YouTube você pode ir direto para um assunto ou para [Música] outro antes mesmo de entrar no tema da série que por si só já merecia atenção de qualquer jeito que ele fosse feito de qualquer jeito que ele fosse retratado o formato escolhido impressiona e faz sentido cada episódio
Como eu disse é filmado em PL de sequência é plan de sequência é quando a câmera filma sem cortes aparentes né podendo passar por diferentes ambientes e situações sem interrupções visíveis isso cria um efeito contínuo cria tudo como um bloco só por isso sequência né ou seja o agrupamento de cenas em um plano só e além de já ser difícil fazer um plano de sequência por si só aqui eles não vão no simples desde a primeira cena fica claro que a proposta é desafiar os limites dessa técnica e garanto a partir do que é feito
aqui adolescência será uma série citada para sempre quando o assunto for essa técnica para sempre os autores fazem questão de explorar múltiplos ambientes apresentar muitas situações simultâneas movimentar a câmera por muitos espaços de muitas maneiras diferentes e tudo de maneira muito muito muito complexa há mudanças de foco ali para mudar o tema para mudar o nosso olhar para onde a a série Diz Para onde quer que a gente olha mudando foco e mantendo tudo no mesmo plano no segundo episódio do nada a câmera é colocada no umang grua amplia mais ainda a dificuldade tem cena
com duas pessoas só que já seria difícil né por si só porque tem um monte de coisa para decorar mas é cena de 20 25 30 minutos tem cena cheia Gente que absurdo porque tem cena lotada atuação com crianças que é muito difícil de dirigir também tudo no ponto aqui tá tudo certinho agora se essa escolha fosse apenas técnica sem impacto na narrativa ou seja sem impacto na estética seria técnica por técnica algo Quase vazio ou apenas para fazer por fólio mas não é o caso aqui a escolha de fazer implant sequência funciona como um
dispositivo narrativo muito poderoso que nos impede de escapar daquela situação não há cortes né não há cortes e não há tantas pausas quando se propõe a iniciar uma cena mas mesmo assim é como se ela cortasse e fizesse uma montagem dentro da própria execução a experiência de assistir dessa forma se torna sufocante como se estivéssemos presos junto ali aos personag mas como se a gente tivesse preso e proibido de sair daquele tema proibidos o tempo não acelera não há tantas elipses que que chegam aqui para aliviar a atenção no episódio apenas de um episódio pro
outro a gente naquele Episódio é obrigado a ficar ali isso torna a experiência magnética mas ao mesmo tempo angustiante na mesma medida com mais magnética a série vai ficando por conta da técnica mais angustiante por conta do tema e é por isso que tinha que ter sido feita dessa maneira ainda assim a série trabalha passagem de tempo e se fur de criar um Panorama geral não não ao escolher o plano sequência ela também escolhe uma limitação ou seja ela está limitada a fazer aquilo dentro desse escopo dentro desse estilo e isso vem porque não há
preocupação em construir uma verdade absoluta com todos os detalhes mas sim uma continuidade que sugere várias reflexões das verdades que ali aparecem criar tudo isso Em um formato tão limitado enclausurando a sua narrativa digamos assim sem a possibilidade de recorrer a cortes para justificar momentos chave a partir de outras cenas por exemplo é Um Desafio assim brutal mas que o resultado tá aí em tela tá nessa impossibilidade de fugirmos daquilo tudo em muitos filmes né A maioria a montagem guia o espectador e ajuda a estruturar um arco narrativo mais tradicional fazendo com que cenas mais
à frente ou emaranhadas naquele momento nos levem a entender o que o roteiro está dizendo aqui não tudo precisa ser absorvido no tempo em que realmente acontece O resultado é um monte de conclusão que foge da lógica convencional da Verdade nos levando a Obrigatoriamente refletir a partir de tudo que a gente vai vendo a gente não tem como fugir da reflexão não tem não dá é proibido proibido proibido a escolha do plano de sequência também impacta o modo como os personagens são retratados como a narrativa não pode se deslocar rapidamente de um ponto para outro
sem uma transição intrínseca ou seja dentro da diegese por exemplo se você precisa sair do ponto a para o ponto b então você vai até o ponto b desde o ponto A então a gente é obrigado a permanecer com os personagens em momentos que em outra estrutura poderiam ser descartados aqui não são descartados e são utilizados para duas coisas um tempo pra gente refletir aquela cena que a gente viu enquanto eles transicion pra próxima cena e não só isso nos implora a olhar né a buscar um olhar humano para tudo aquilo dali Ou seja é
tão humano que a gente tem que esperar alguém chegar na cena que a gente tem que sair de uma cena para outra como se a gente tivesse caminhando ali dentro daquela história a gente não está sendo levado a é como se nós estivéssemos indo portanto é um chamado para humanizar toda aquela situação Por mais difícil que seja para nossas mentes que adoram chegar a conclusões assim que Lemos título a série nos pede para rompermos com essa estrutura com essa maneira de interagir com as histórias uma coisa que às vezes eu não gosto dessa técnica quando
ela sobressai ao tema é porque você começa a olhar mais pra execução e isso acredito que quebra de egese né quebra a imersão mas aqui não acontece isso a execução é tão bem feita que em certo momento você simplesmente esquece da câmera esquece que tem alguém se enrolando ali na cena para te mostrar a próxima cena sem que seja cortado né sem que haja um corte e aí a diegese ou seja o universo interno da narrativa é tão imersivo que o o movimento da câmera se mescla com a cena e ela em si passa a
ser um acessório para aquele tema um acessório de intimidade um acessório para nos conduzir por dentro daqueles assuntos de dentro daqueles assuntos Olha que poderoso melhor do que isso meu amigo só se fosse documental e olhe lá viu e olhe lá eu assisti a série novamente é tentando prestar atenção apenas na movimentação da câmera como ela se desloca como se posiciona e mesmo assim foi difícil focar nisso Ou seja a narrativa é muito poderosa é muito poderosa e muito envolvente e a técnica se dissolve na experiência se perde some mesmo ela sendo gigante como pode
um exemplo perfeito de técnica que ajuda a narrativa a acontecer porque elas não são separadas ou não deveriam ser diferente do que a gente vê muitas vezes por aí e dentro dessa proposta um dos momentos mais impressionantes está lá no terceiro episódio nesse terceiro episódio tem uma cena longa de diálogo entre dois personagens uma conversa entre o garoto e uma psicóloga a cena se Desenrola exige um trabalho absurdo dos atores da atriz da direção mas o mais impressionante não é a dificuldade técnica é assim como essa cena nos permite observar cada detalhe necessário pra gente
discutir os temas que ela vem apresentar a gente pode discutir os atos falhos do garoto e isso é parte da atuação dele a gente pode discutir os seus movimentos também parte da atuação parte da direção parte da preparação daquele jovem para aquela cena a gente pode discutir a sua inquietação ou seja tá tudo na entrega podemos observar e discutir o sentimento de quem olha para aquilo dali estamos ali com a psicóloga vendo que ela vê interpretando junto com ela outro as na manga ali da atuação dela assim eu tenho certeza que alguém treinado né um
psicólogo psicóloga talvez conseguiria enxergar muito mais camadas do que eu conseguir nessa cena E precisa que enxergue muito mais camadas do que eu enxerguei precisa tá tudo lá ela permite só que note essa cena é um espetáculo de controle e vulnerabilidade um espetáculo é é um espetáculo tão grande que em cenas marcadas muitas vezes não conseguem atingir e fazem isso num plano longo um plano de sequência Avassalador o garoto busca dominar a conversa enquanto a PS psicólogo de forma Sutil permite que ele Exerça Esse controle ao mesmo tempo que tenta guiar a situação e depois
não consegue mais nem ela entender o que tá acontecendo profundamente a confusão dela é a confusão da gente dizendo assim ah eu vou conseguir compreender tudo e depois a gente perde o total controle imagine nós né a gente tá sendo portanto manipulados a atestar a favor de um lado depois do outro e essa cena depois nos pede para não sermos nem júri nem juiz nem vítima nem nada mas que a gente apenas debata o tema debata tudo que tá acontecendo Eu sempre vou valorizar vou valorizar demais quando técnicas nos pedem debate e não apenas a
técnica em si acontecendo por isso a importância dessa construção tão íntima e buscando um Realismo intenso nesse caso aqui repito não é um técnica vazia não é não é só habilidade tem Essência tem motivo os altos e baixos desse diálogo dessa consulta muda de Tom várias vezes traz camadas íntimas desse garoto convida muitos profissionais a olhar a discutir aquilo por aquilo engatilhados pela possibilidade que aquele plano de sequência deu por estarmos ali por completo entende o meu ponto eu não sou psicólogo repito né mas sei que a série é tão bem escrita tão bem atuada
que permite a quem entende de determinados assuntos que são traçados ali permite que enxerguem sinais quase sem filtros porque a escolha da fotografia e da Montagem são a partir desse plano de sequência sendo um caminho para que o mínimo de filtros seja utilizado seja levado a quem está assistindo é uma cena que bate de maneira diferente para cada espectador como toda boa arte É verdade mas aqui esse Impacto se amplifica porque a série convida diferentes perspectivas a interagirem com ela não dá para você estar tanto tempo naquela cena com tão poucos filtros com tão poucos
recordes não dá para você passar tanto tempo ali sem pensar sem querer perceber os detalhes é uma obrigação você é obrigado a refletir sobre aquilo não dá não dá não dá pr você parar e fazer outra coisa não não dá não dá eu já falei Já reclamei de várias séries da Netflix que ficam narrando o que acontece em tela aqui não a tela narra o que acontece em texto isso é viceral demais viceral demais e falando em viceral a partir disso eu vou aos temas da min séria antes de ir aqui né paraa discussão sobre
adolescência que eu julgo ser né o tema principal digamos assim eu preciso falar de outra coisa que se entrelaça fortemente na narrativa da série que é preciso ser internalizado por você que assistiu ou para você que vai assistir para entender esses temas mais densos no caso é uma discussão da narrativa sobre o conceito de verdade repito que insistir na busca por quem fez o que eu deixou de fazer é perda de tempo focar nisso é ignorar toda a construção técnica e narrativa da série que não está interessada em dar respostas adolescência se camufla de um
thr investigativo só que ela é uma construção que não quer ser um ponto final quer ser um meio quer ser um veículo é audacioso É verdade mas consegue justamente quando discute o conceito de verdade sobre várias perspectivas na cena já citada do maravilhoso terceiro episódio a discussão para entendermos o garoto passa por suas mentiras e depois por suas verdades sendo arrancadas por aquela psicóloga no segundo capítulo nos diálogos entre o os dois policiais né a policial e o policial um deles acredita que está ali para descobrir a verdade enquanto a outra entende que a verdade
que eles estão construindo pode ser manipulável a série nunca define tudo com muita clareza nunca entrega tudo com muas certezas e essa ambiguidade é parte do impacto de quem quer discutir O que diabos é verdade dentro daquilo tudo dentro daquele contexto inteiro por isso somos colocados em uma posição de constante dúvida para que nos proíbam de conclusões antes da hora e eu digo que até depois da hora estamos na mesma situação por exemplo do que o advogado lá do primeiro episódio os jovens parecem saber mais do que nós como se o mundo deles falasse outro
idioma e a gente não pudesse acessar esse mundo como muitos ali também não podem essa limitação gera angústia porque a narrativa nos impede de ter acesso aos privilegiados o tempo todo o policial protagonista por exemplo nos proíbe de enxergar além do que ele mesmo vê conhecer emos a sua relação com o filho mas não entendemos completamente a sua relação com aquele caso isso nos mantém presos dentro do mesmo caminho que os personages adultos percorrem os pais os policiais os professores quer que seja estamos muito pouco com os jovens porque a partir de entendermos que uma
verdade pode ser completamente distorcida e refeita a partir do contexto e do ponto de vista novamente o roteiro nos pede que fujamos de conclusões mas não de discussões a partir disso eu vou convergindo noutros temas o Instagram as redes sociais né cria uma falsa realidade pros jovens Um Mundo Paralelo que se impõe como verdade mas que é difícil de descrever compreender interagir para que não está inserido naquilo a partir do contexto daqueles jovens H uma desconstrução do mundo real acontecendo ali por eles mas que também esbarra totalmente no mundo real porque muita coisa que acontece
lá nas redes vai descambar na realidade por isso o último episódio nos coloca no íntimo do íntimo né no quarto perto dos objetos que definiam aquele jovem mas que também fizeram aquele jovem ter contato com aqueles assuntos que levaram a conclusões absurdas como a gente viu nós adultos Podemos até estar presentes nesse espaço digital naquele caso ali do quarto mas se você perceber aquele adulto naquele quarto ele está desconectado com aquilo a gente pode até estar presente nesse espaço digital Mas isso não significa que sejamos capazes de entendê-lo como um todo de entendê-lo verdadeiramente ainda
que entendamos esse meio mas a gente não entende todo o linguajar todo o idioma que é utilizado nesse meio se antes então a barreira era só geracional né adultos versus jovens essa barreira é geracional e também contextual e a série trabalha isso assim com primazia outra cena que atinge um nível absurdo de atuação em profundidade é a conversa entre marido e esposa quando dizem que não é culpa deles ou tentam se né entender que não é culpa deles o peso daquela fala assim é é é devastador a atuação dos dois inclusive impressionante tá impressionante a
a gente não vê atores esperando a sua vez de falar né eles vivem aquele momento mesmo conhecendo o roteiro eles não se tornam autoconscientes daquele roteiro em cena e esperam as falas acontecerem para só então começarem a reagir é tão difícil fazer isso gente é tão difícil fazer isso tão difícil fora isso voltando né levanta um debate que descende disso tudo que é sobre a origem do Mal como como isso não é algo tangível como muita gente tenta vender né filho de beltrano é assim porque o pai não dá para culpar os pais e nem
precisa Eles já se culpam muito mais do que qualquer um poderia fazer isso por eles é tão tensa essa cena que os pais falam sobre o filho como se ele tivesse morrido e de certa forma ele morreu né porque morreu a versão dele que existia na cabeça deles a versão deles de um ideal e vamos lá falar da tal da adolescência essa fase lotada de conflitos internos que se torna ainda mais brutal quando colide com essas estruturas engessadas do mundo dos adultos onde culpa onde impotência andam assim lado a lado a adolescência é uma fase
de transição que para muitos se parece mais com uma guerra de sobrevivência se pra Nossa geração já foi difícil hoje se tornou ainda mais brutal mas mesmo assim nós estamos cada vez mais distantes cada vez mais negando cada vez mais nos desconectando daquilo dali e tornando portanto cada vez mais difícil essa guerra digamos assim essa guerra de sensações enfim os pais quando estão falando no carro sobre a adolescência deles esquecem as bobagens que eles viveram né Por tudo que eles passaram e depois o pai percebe como tornou-se desconectado e poderia ter feito um pouquinho mais
diferente do que os pais sugerem os professores também não dá para se esconder da adolescência chegar a conclusões sobre o adolescente sem olhar pro contexto que o molda é um erro culpá-lo e apenas só é um erro a Ministério deixa isso bem claro a escola por exemplo é uma instituição que deveria ser um espaço de aprendizado de Formação mas ali é apresentado como um ambiente mais aterrorizante do que uma prisão ou um reformatório que a gente vê ali ao longo dos episódios é todo mundo gritando é adolescente e criança berrando um com o outro cercados
por adultos que gritam ordem sem realmente se conectar com aquilo dali que não tem mais paciência para terem compromisso de educador é tem uma discussão gente tão difícil acontecendo ali tão difícil a a policial até fala como ela foi salva por uma professora desse sistema fechado onde os adultos não são bem-vindos porque também quando ultrapassam Barreiras não sabem bem o que fazer uma vez que negam Aquela fase e por negar Aquela fase de si mesmos né como a gente vê na cena lá do do carro quando ultrapassam as barreiras não sabem o que fazer tentam
tratar aqu aquele ambiente como adultos se esquece de conectar com que lá estão é um desastre e ao mesmo tempo também os adolescentes reforçam as suas próprias Barreiras contra os adultos porque faz sentido aqui entra a personagem da filha né ela tá prestes a sair da adolescência e simboliza alguém que conseguiu passar por aquilo tudo os pais falam com orgulho dela mas talvez não se lembrem que vai que ela tenha passado por questões parecidas que só chegou aos pais em partes ou não chegou aos pais chegou de outra maneira então se o filho é símbolo
do conflito dessa fase né da luta da desconexão e etc a filha representa a possibilidade de atravessar essa fase e de dar bom ao final dela o pedido de desculpas do pai dizendo que deveria ter feito Mas é devastador porque ele não tá ali se referindo apenas ao crime ou ao que aconteceu com o filho ele fala sobre a própria impotência diante da adolescência se enxergarmos a adolescência como um fardo como um problema como algo que passa deixando só a função do tempo as coisas se resolverem a gente não vai est rejeitando apenas os jovens
a gente vai estar rejeitando a nossa própria história talvez a dificuldade em compreender e aceitar essa fase seja no fundo no geral uma dificuldade em aceitar o que fomos a gente sempre negando a fase anterior a construção emocional da última cena é brutal para um ator ou atriz cada cena exige assim um um preparo específico e muitas vezes é necessário tempo para acessar certas emoções para você fazer uma cena de 2 minutos aqui o sentimento ele não é fabricado do nada ele vem sendo carregado desde o começo do episódio vem sendo preparado desde a primeira
cena passa por toda a jornada dos personagens até desaguar naquele momento final um clímax que só funciona Porque tudo que aconteceu antes foi meticulosamente colocado ali no roteiro no texto nas atuações nas né nos contextos nas vivências em tudo portanto assim como aqueles atores e atrizes precisaram passar por tudo para conseguir viver aquele final em Catarse em plenitude o plano sequência aqui nos implora por olharmos nossa vida como uma sequência e jamais negarmos as dores que um dia sentimos mas agora que estão em outras pessoas e aí a gente nega essas pessoas se distancia dessas
pessoas porque é bobagem se a gente passou eles passam as dúvidas as confusões as incertezas isso não deveria levar distanciamento pelo contrário deveria levar a conexão a gente deveria ter obrigação nós adultos de entender isso porque a gente superou e estar lá junto com não distante de distanciamento leva esses mundos a jamais poderem colidir e sem a e sem essa colisão jovens longe da maturidade pensam que eles têm que resolver as coisas deles por eles mesmos Eis o resultado em tela Eis o resultado na nossa frente e ao final a pergunta dá para fazer mais
talvez dê talvez não porque repito aqui é uma série de consequências portanto plano sequência um plano que leva a outro uma questão que leva a outra a vida é esse emaranhado que não dá necessariamente para olhar para trás mas dá para olhar para agora sem ignorar aonde estivemos porque se a gente ignora onde estivemos a gente vai fazer vários outros passar por coisas que passamos de maneira muito mais difícil muito mais complicada e o pior às vezes não conseguir passar por isso que é o pior dos casos