Salvador, a capital da Bahia, foi considerada o destino mais desejado pelos brasileiros para viajar em 2023. A cidade passou os Lençóis Maranhenses, Rio de Janeiro e até Fernando de Noronha, que ficou com o segundo lugar. Cercada por praias, lugares históricos e dona do segundo maior carnaval de rua do mundo, a cidade encanta o turista com sua riqueza cultural e hospitalidade.
Só que, apesar de agradar muito quem vai à cidade a passeio, não se pode dizer o mesmo sobre a capital baiana como lugar para viver. Relatos de conhecidos meus dão conta de que na primeira viagem pra lá, eles foram prontos para uma viagem tranquila, visitar as cidades alta e baixa, conhecer, andar no elevador Lacerda, visitar o Pelourinho e receber a hospitalidade baiana. Mas quando chegaram lá, foram surpreendidos por um monte de avisos pra evitar tirar fotos e esconder o celular por conta da quantidade de roubos em toda cidade.
Na verdade, eles estavam preparados para essa situação quando fossem para o Rio de Janeiro, logo depois de Salvador, e nunca pensaram que teriam que fazer o mesmo na capital baiana. Só que as duas cidades não se comparam só por serem maravilhosas, terem sido capitais brasileiras, terem os melhores carnavais do Brasil, e por atraírem um enorme número de turistas. Os dados de segurança de Salvador e da capital carioca também são muito parecidos.
Só que a criminalidade aumentou mais em Salvador que no Rio, nos últimos 3 anos. Os números são praticamente iguais: a quantidade de crimes contra a propriedade, problemas como vandalismo e roubo, pessoas que usam ou traficam drogas, taxa de crimes violentos como agressão e assalto à mão armada e quantidade de corrupção e suborno, é tudo muito parecido. Com isso, muitos moradores têm fugido da capital baiana.
Uma fatia de 9,6%, praticamente 10% do total da população deixou a cidade de acordo com o último Censo de 2022. Porque, apesar de ser o destino mais desejado pelos brasileiros naquele ano, Salvador não figurou nem entre as quatro mais visitadas em 2023. As pessoas disseram que queriam ir pra lá, mas não foram.
Foram pra Bonito, Gramado, e pro Rio. Mas a expectativa de que isso melhore nesse ano de 2024 já está se cumprindo. Por enquanto, Fortaleza está na frente, mas ainda estamos em junho, e Salvador está em segundo lugar como destino mais frequentado do país.
Então, quais são os problemas de Salvador? Será que a cidade está realmente em declínio? E uma possível retomada do turismo conseguiria reverter essa fuga da população?
Salvador deixou de ser a cidade mais populosa do nordeste, título que possuía desde 1980. Apesar de estudos anteriores já indicarem uma estagnação do crescimento da cidade, os especialistas não projetavam uma diminuição da população, muito menos antes de 2030. Mas pra entender porque a população de Salvador está deixando a cidade é preciso entender um pouquinho da sua história.
Com 475 anos, a cidade é um marco entre as cidades brasileiras por conta de sua importância histórica e cultural. Escolhida para ser a primeira capital brasileira ainda no período da colonização, ela se estabeleceu pela exportação de açúcar e mais tarde do cacau. A produção crescente de cacau impulsionou os primeiros passos da cidade na industrialização no início do século XX.
Mas essa industrialização foi acelerada, de fato, só nos anos 60, com a criação do centro industrial de Aratu, e ainda mais com a instalação do polo petroquímico de Camaçari, em 78. Tudo isso causou um enorme êxodo rural. Em apenas uma década, de 1960 a 70, a população de Salvador cresceu 56%, passando de 655 mil habitantes pra mais de 1 milhão.
E entre 1940 e 2012, sua população cresceu 9 vezes, quando um em cada cinco baianos moravam na capital. Consequentemente, a cidade foi ocupada de maneira desordenada. E este é um ponto muito importante pra quem quer entender porque é tão caro viver em Salvador.
Por conta da sua geografia, metade dos moradores vivem em zonas de risco. São mais de 400 áreas, com mais de mil pontos de perigo, segundo a Defesa Civil de Salvador. Em 2010, a Região Metropolitana da capital da Bahia apresentava um déficit habitacional de mais de 140 mil moradias.
Isso significa que 13% das pessoas ou não têm residência, ou a que tem está em péssimas condições. Além disso, muitas se encontram extremamente aglomeradas, e outras tantas cobram aluguéis muito altos. Aliás, 31,5% dos imóveis alugados de Salvador estão acima do preço que a população pode pagar, e quase metade de todo o problema de moradia da capital está relacionado ao preço do aluguel caro demais.
Só que, além não estar crescendo, a capital da Bahia tem mais dois problemas importantes: O primeiro é que ela se tornou muito cara para viver. O custo de vida em Salvador é o mesmo que o de Belo Horizonte, segundo o Expartisian. Contudo, o salário médio na capital baiana é de 1500 reais, enquanto em BH é de 2800.
O segundo é que, como a economia local é focada no turismo, comércio e eventos, todos atrelados, Salvador parou de oferecer boas ofertas de trabalho, pois ainda não foi possível que a cidade se recuperasse aos níveis pré-pandêmicos, Há criação de empregos, inclusive a cidade lidera qualquer outra capital nesse quesito, mas são trabalhos mal remunerados e, principalmente, se demite muito. Os empregos gerados são sazonais, têm data para acabar, que acompanha o fim dos eventos, como o carnaval e as festas de São João. A diminuição de oportunidades provocada pela pandemia contribuiu para a aceleração da desmetropolização, o êxodo urbano em Salvador.
Desmetropolização é um termo que serve para explicar o atual movimento das pessoas que estão deixando as metrópoles para morar em cidades menores, ainda que grandes. Este fenômeno pode ser explicado por uma mistura de fatores, tendo sido impulsionado pela pandemia. Entre eles, a popularização do home office, que permitiu ao trabalhador morar em lugares distantes da sede da empresa.
Para muitas pessoas, já cansadas da vida agitada das metrópoles e do seu alto custo, essa flexibilização foi o que faltava para que procurassem por moradias que proporcionam condições melhores de bem-estar. Eu eu entendo que nem todo mundo tem essa flexibilidade na sua profissão atual pra se mudar pra uma cidade mais barata e segura, eu senti isso na pele, já que me formei em engenharia de produção mas mudei completamente quando decidi que queria trabalhar pela internet justamente pra não estar preso a um lugar e ter liberdade pra trabalhar mesmo quando eu não estiver em casa. Por isso eu fiz uma parceria com o Igor, da Keep Nomad, plataforma especializada em profissões pra trabalhar online.
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Em entrevista ao G1, a soteropolitana, Priscila Leal, formada em enfermagem conta: “Tinha acabado de me formar em enfermagem e não consegui emprego de jeito nenhum. Acho que enviei currículos pessoalmente em todos os hospitais de Salvador na época, e não tinha conseguido nem uma entrevista de emprego. Isso estava me deixando totalmente desmotivada”.
A solução de Priscila foi mudar não só de cidade, mas de país. Ela se mudou de Salvador em 2010 para o Canadá quando viu a alta demanda por enfermeiras no outro país. Enquanto Salvador perdeu 9,6% de sua população, cidades do oeste baiano registraram grande alta populacional.
Somente Luís Eduardo Magalhães teve alta de quase 80% de crescimento em relação a 2010. Essa migração para esta parte do estado pode ser explicada pelo estabelecimento da região como polo de produção agrícola. Mas isso quer dizer que quem trabalha com turismo vive bem em Salvador?
E apenas o turismo é suficiente para movimentar a economia de uma cidade tão grande? A capital baiana, que foi considerada o maior PIB do nordeste em 2013, perdeu seu posto para Fortaleza e, em 2022, foi considerada a capital com o menor PIB do Brasil. Isso porque Salvador mantém uma economia sem planejamento estratégico, focada apenas no turismo, comércio e serviços.
Esse perfil estimula a economia criativa, as festas e a cultura, mas desencoraja o investimento na indústria, tecnologia, na construção civil e em tantos outros setores, além das políticas tributárias desfavoráveis. Com a alta cobrança dos impostos sobre propriedade, empresas se veem obrigadas a procurar cidades ao redor de Salvador ao invés de se instalarem na capital. Isso pesa tanto que entre 2019 e 2020, a capital teve uma perda de 10,4% do setor privado.
Mas, apesar da retomada do setor de serviços, que gerou um crescimento do PIB de 8,2% em 2021, após a abertura, o valor não foi suficiente para superar o déficit nessa área. É fato que muitas metrópoles brasileiras estão perdendo habitantes, mas Salvador foi a mais atingida por esse êxodo devido à sua falta de diversificação econômica. Sendo uma cidade com foco econômico totalmente voltado para o setor de serviços e o turismo, Salvador passou cerca de dois anos sem sua principal fonte de renda.
E pra uma parte da população, muito insatisfeita com a queda da renda e o aumento da criminalidade, não há outra opção senão procurar, muitas vezes no próprio estado da Bahia, centros urbanos com melhores oportunidades de trabalho e qualidade de vida. De acordo com os principais especialistas, o que ocorreu em Salvador, que é uma cidade com um foco econômico totalmente voltado para o setor de turismo e eventos, passar dois anos sem essa principal fonte de renda foi extremamente danoso para a cidade. A queda de produção do setor industrial soteropolitano, que representava 15% da economia de Salvador em 2013, produzindo um PIB industrial de R$ 8 bilhões de reais, o maior do estado, para produzir R$ 6,5 bilhões de reais em 2022 pesou muito para o êxodo da cidade.
O PIB Industrial de Salvador, que era o 15º maior do país, despencou para 39º posição. As empresas perderam cerca de 330 mil funcionários, e as agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços da área tiveram redução de 28,4% nos seus quadros, de acordo com uma pesquisa anual do IBGE. Com menos dinheiro entrando por meio do turismo, empresas fechando e desemprego subindo, o crescimento da criminalidade era inevitável.
A vida na maior cidade da Bahia ficou muito mais difícil. E a cidade, vem passando por uma estagnação econômica, porque o setor de turismo e eventos, leva tempo pra se recuperar. O turismo compõe cerca de 6% da riqueza gerada pela cidade.
Apenas nos meses de janeiro e fevereiro a capital baiana recebeu mais de 1,6 milhão de turistas e teve um aumento de receita de quase R$ 2,5 bilhões de reais. O maior atrativo da cidade com certeza é o Carnaval. O carnaval de Salvador é um dos maiores eventos do país, já foi reconhecido pelo Guinness World Records como o maior Carnaval de rua do mundo, apesar de ter perdido espaço para o de São Paulo.
Apenas em 2024 a festa reuniu cerca de 3 milhões de pessoas na cidade e região metropolitana, injetando uma receita recorde de R$ 6,6 bilhões de reais para a economia da capital, que já chegou a contabilizar 16,5 milhões de pessoas curtindo a folia nas ruas durante os dias de festa. Mas este não é o único evento a movimentar nem as ruas, tampouco a economia da cidade. De janeiro a janeiro Salvador está pronta para festejar.
A Festa de São João, uma das mais importantes para os nordestinos em geral, apesar de ser mais popular com os moradores da região e não atrair tanto público do sul do país, consegue reunir mais de 270 mil pessoas só no Pelourinho. A importância do evento é tamanha que as férias escolares na região acontecem no mês de junho, não em julho, como no restante do país. Só em 2023, os investimentos do Governo do Estado da Bahia nas festas de São João geraram um retorno de R$ 1,6 bilhão.
Festas temáticas em todo o Estado tiveram um fluxo de 1 milhão e meio de turistas durante o período. Como se pode perceber, a atividade turística, associada aos mais de 15 mil bares e restaurantes de Salvador, é a principal responsável por gerar empregos formais na capital baiana. Diante de uma economia pouco diversificada e de um grande investimento voltado ao setor de serviços, o soteropolitano não tem outra opção senão trabalhar na área.
Por isso, o fechamento do comércio em 2020 prejudicou tanto a cidade, que ainda traz consequências. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, em 2023, 53% dos bares de Salvador tinham pagamentos em atraso, sendo que muitos tiveram suas portas fechadas durante este período. Aqueles que sofreram com o fechamento do comércio e a suspensão de festas durante a pandemia, mal esperavam pelo retorno dos turistas.
No entanto, apesar de, em números, Salvador ter recuperado os turistas, isso não ocorre com a arrecadação. Desde o fim da pandemia, o perfil do turista de Salvador mudou. No Carnaval de 2019, 10,8% dos turistas eram estrangeiros, oriundos em sua maioria da Argentina, França e Estados Unidos.
Em 2023, a participação estrangeira caiu para 3,3%. Quanto aos brasileiros, houve uma mudança ainda mais significativa. Em 2017, a maioria dos turistas brasileiros em Salvador era do Sudeste.
Cerca de 23,5% eram paulistas e 15,7% do Rio de Janeiro. Que eram seguidos por pessoas vinda do Ceará com 8,8% e 8,6% da própria Bahia. Já após a pandemia, dos brasileiros que passaram o Carnaval em Salvador, 55% vieram do interior da Bahia, uma mudança gigantesca.
Essa mudança de perfil também causou uma mudança severa no consumo e na renda dos prestadores de serviços. Enquanto turistas estrangeiros tiveram um gasto de R$ 4. 524 reais durante os seis dias de Carnaval, os visitantes brasileiros gastaram em média R$ 6.
353 reais, exceto os baianos que gastaram em média R$ 2. 307 reais. Os baianos têm uma economia significativa de gastos, por poderem viajar de carro, hospedar-se em residências de parentes e carregar suprimentos.
Mas para os prestadores de serviço da capital, isso significa 63% a menos nas vendas de produtos e serviços. Com menos pessoas comprando, menos empregos serão criados. No início do ano de 2024, a Prefeitura de Salvador divulgou que o turismo poderia gerar cerca de 50 mil empregos, diretos e indiretos, na cidade.
Embora esses números sejam positivos, eles também geram controvérsias. Cerca de 1,5 milhão de soteropolitanos não trabalham com carteira assinada e 466 mil não contribuem para a previdência. Isso se deve ao fato de que muitos desses trabalhadores encontram, apenas na informalidade ou no trabalho ambulante, uma forma de se beneficiar do turismo.
11. 15% da população da capital da Bahia está abaixo da linha de pobreza, vivendo com menos de US$ 1,90 por dia. De acordo com o IBGE, 16,7% dessa mesma população, acima de 14 anos, está desempregada, e este é o pior índice entre as capitais brasileiras.
Com altos índices de desemprego e uma educação pública de péssima qualidade, a população de Salvador encontrou no trabalho ambulante uma forma de obter sustento. São 14. 501 ambulantes licenciados e uma estimativa de 70 mil sem cadastramento.
São milhares de pessoas que trabalham informalmente, sobrevivendo a jornadas de trabalho longas, de sol a sol sob as altas temperaturas da cidade. O atual prefeito tem investido em projetos de capacitação voltados para pessoas de renda mais baixa, como o Boca de Brasa, além de outros, como um voltado para as Baianas do Acarajé e para os chamados camelôs, mas será suficiente? Apesar de focar nas pessoas com renda mais baixa, o que é essencial, e de o turismo ser um importante injetor de renda e produção de empregos, não seria hora de formar os jovens para atuarem em outras áreas da economia?
Talvez fosse mais apropriado para Salvador seguir o exemplo de outras cidades turísticas globais e não se limitar a uma única coisa. É necessário criar mais empregos formais, incentivando a diversidade do setor privado, como serviços de construção civil, centros de distribuição de mercadorias, indústria da transformação, etc. Apesar de Salvador ter sido o destino preferido após a pandemia, o Índice de Movimentação Econômica mostrou uma redução de 12,5% nos passageiros de ônibus intermunicipais e 8,4% no Aeroporto Internacional, entre setembro e outubro.
E a causa pode estar ligada às notícias sobre violência na cidade. As consequências da pandemia fizeram com que vários indicadores sociais de Salvador caíssem muito. Salvador tem dez vezes mais pessoas abaixo da linha da pobreza em relação a Florianópolis (SC), dona da menor taxa.
A capital baiana também tem os piores índices de desnutrição infantil e a segunda maior taxa de homicídios do Brasil. De acordo com o estudo do Instituto Cidades Sustentáveis, lançado em março, que mediu indicadores sociais de todas as capitais brasileiras, Salvador foi a última colocada do país em 7 dos 40 indicadores sociais analisados pelo Mapa das Desigualdades entre as Capitais. Ela foi considerada a capital brasileira com o menor índice de renda, emprego e segurança pública.
Ainda em 2015, 59,9% dos moradores de Salvador e da Região Metropolitana viam a falta de segurança pública e violência como principais problemas. Mas o estado passou a enfrentar problemas mais graves com a violência e as mortes, pelo menos, desde 2020. O número de assassinatos, latrocínios e outros crimes violentos aumentam desde então na Bahia, atingindo um recorde em 2023.
De acordo com o instituto Fogo Cruzado, já morreram mais soteropolitanos vítimas de arma de fogo do que cariocas em 2024. Foram cerca de 116 mortes registradas pelo Instituto em Salvador, contra 57 registradas no Rio de Janeiro. Em 2023, 7,7 mil pessoas morreram em Salvador.
O estado foi o primeiro colocado no ranking, à frente de São Paulo, com 7,1 mil vítimas, e do Rio de Janeiro, com 6,9 mil. Ao levar em conta os números relativos ao número de habitantes, o problema se torna mais visível. No país, foram 37,9 mortes por 100 mil habitantes em 2023.
Na Bahia, foram 55,2. Em 2023, de janeiro a julho, foram registrados 939 tiroteios na capital, ocorridos entre facções criminosas e em ações policiais, representando uma média de 4,5 confrontos por dia. Desses confrontos, 900 pessoas foram baleadas e 711 pessoas morreram.
Segundo o Fogo Cruzado, somente no primeiro trimestre de 2023 ocorreram 132 tiroteios por mês ou cerca de quatro por dia. A polícia baiana também é a que mais mata no país. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, a PM do estado registrou 1.
464 mortes em intervenções, e a do Rio de Janeiro, 1. 330. Isso tornou a polícia de Salvador a mais violenta do país, superando a posição longamente mantida pela polícia do Rio de Janeiro.
Com as disputas, a circulação de armas pesadas por parte dos bandidos cresceu nas ruas, e na tentativa de conter os avanços das organizações criminosas, a polícia não teve alternativa, se não seguir com as operações ofensivas. E a população fica à mercê do crime. Nos seus momentos de fuga, tanto da polícia quanto de bandidos de outras facções, criminosos entram nas casas de cidadãos inocentes e fazem os moradores de refém.
Os confrontos com a polícia são 35% dos casos, ou seja, 65% dos tiroteios são entre os próprios bandidos. Além disso, as disputas afetam serviços básicos, entre elas a educação e a saúde da cidade. Em 2023, cerca de setenta escolas municipais de Salvador suspenderam as aulas por conta da insegurança, deixando mais de 20 mil alunos sem aula.
E, ainda, mais de 30 unidades de saúde interromperam seu atendimento com medo da violência. Sem falar nos comércios fechados e na alteração e redução das rotas de ônibus que dificultaram a chegada dos moradores ao trabalho e levaram ao fechamento de comércios. De acordo com o Coordenador da Rede Observatório da Segurança na Bahia, Eduardo Ribeiro, a chegada de organizações do sudeste brasileiro, especificamente São Paulo e Rio de Janeiro, acirrou as disputas locais.
A situação que antes atingia apenas os bairros de periferia piorou com o tempo e se espalhou primeiro para regiões próximas e agora atinge bairros antes considerados seguros. O Alto das Pombas foi um dos bairros atingidos pela onda de violência, antes considerado um dos mais seguros de Salvador, foi protagonista de uma intensa troca de tiros. Em novembro, por conta da alta de violência, o Ministério da Justiça enviou policiais de grupos táticos e carros blindados para a capital baiana.
Um dia após a morte de um policial em confronto. Em agosto a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia e a Polícia Federal já haviam formalizado uma parceria com a criação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado. De acordo com o superintendente da Polícia Federal na Bahia, Flávio Albergaria, a organização tem o objetivo de investigar líderes de facções e descapitalizar os grupos criminosos.
No entanto, apesar dos esforços, é crescente o número de casos de violência na cidade e vem afastando não só os turistas, mas também moradores, que estão deixando a região. Apesar das medidas implementadas pelas autoridades, a escalada da violência continua a afetar Salvador de maneira significativa. A crescente insegurança não apenas espanta turistas, mas também força os moradores a reconsiderarem sua permanência na cidade.
A capital baiana enfrenta um desafio monumental para restaurar a segurança e a confiança de seus habitantes. O futuro de Salvador depende agora de ações eficazes e de um esforço conjunto para combater a criminalidade e reconstruir a paz social. E você, mora em Salvador?
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