Olá tia Camila tá na área pra gente falar sobre Guimarães Rosa um mito da geração de 45 do modernismo e às vezes algumas pessoas vão lá e colocam na geração de 30 do modernismo vem que eu vou te explicar como é que isso Funciona olha só o Guimarães Rosa é um escritor que junto com os modernistas ali de 30 e 40 começa a focar sua obra no regionalismo quer dizer o Guimarães ele é de Minas Gerais mas ele fala muito do Sertão fala muito dos interiores do nosso país e isso é muito característico da geração
de 30 lá na geração de 30 com Jorge Amado com Raquel de Queiroz a gente via uma crítica social e política muito forte mostrando o Regional aqui a gente vê e confirma que o Guimarães da geração de 45 apesar de mostrar o Regional apesar de fazer uma linguagem típica de um lugar né trazer os elementos regionalistas as gírias ele não vai focar narrativa dele na crítica social ele vai focar na narrativa dele na questão poética numa questão popular na psicologia de seus personagens Então apesar de tudo ser bastante Regional bastante do interior o foco dele
vai ser trabalhar com essas questões da Psicologia Das Magias do intimismo e isso leva ele a geração de 45 Vamos pensar como é que isso funciona o Guimarães ele pega personagens que a princípio parecem muito simples e vai trazer para esses personagens grandes complexidades porque porque ele vai questionar aquilo que é lógico ele questiona a aparências ele vai pega um jagunço um cangaceiro que parece Durão casca dura que briga com todo mundo e mostra sensibilidade dele mostra suas dúvidas suas ânsias isso é muito bonito na obra do Guimarães então ele vai quebrar com essa coisa
que parece tão lógica que tão aparente para gente e quando ele constrói as narrativas dele ele é um cara que faz muito conta muito romance ele vai trazer um pouco de poesia uma linguagem com figuras de linguagem comentar fora vai trazer também hipérboles vai trazer todo um elemento de Fantástico de alegorias e isso é muito legal porque quebra aquela ideia de que um texto narrativo não vai ser poético ele traz a poesia para dentro da narrativa tem essa questão também que eu falei do mito e da magia porque ele vai trazer a mitologia mas na
mitologia grega na mitologia romana não a mitologia do Sertão a mitologia da Grécia a mitologia dos povos originários a mitologia do Povo sobre o qual ele está falando então isso é muito legal porque ele vai trazer elementos do nosso folclore e das crenças populares então é uma mistura entre o erudito que essa coisa de ter uma linguagem mais elaborada mais poética com o mágico com Imaginário popular e assim né ele é regionalista o grande livro do Guimarães Rosa chama Grande Sertão Veredas Grande Sertão Veredas se destaca principalmente pelos neologismos gente neologismo significa lógica nova logia
nova uma palavra nova só que assim palavra nova não é tipo inventar qualquer coisa e botar a mão de sílaba junto é criar palavras que se pareçam com algo da realidade um exemplo clássico aqui é o no nada ele vai falar logo no início do livro no nada o que que é no nada é não não é nada então tem uma lógica né não é uma coisa tipo assim inventei qualquer coisa não ele cria palavras que tem lógica no diálogo dos personagens e isso é bastante comum na obra dele mas Grande Sertão Vereda se destaca
por isso é um livro que fala sobre um sertão não nos localiza o sertão é um sertão que existe mas também não existe é um lugar mas também eu não lugar porque os personagens às vezes não conseguem se colocar naquele lugar naquele Porque eles estão outros pensamentos e também porque não lugar quer dizer que pode ser qualquer um dos cantos do Brasil também onde tem é um Sertão e a gente tem aqui também a questão do Cangaço do coronelismo os personagens principais do livro riobaldo e diodorin são cangaceiros fala-se muito de fé de Mito de
misticismo Porque existe aqui uma grande angústia do riobaldo por ser um grande cangaceiro desejar outro cangaceiro Então não é um livro que fala em si sobre uma relação homossexual ele fala sobre a crise de sentir-se assim no mundo que não aceita pessoas com relações homoafetivas né E aí então a gente vai ter muito essa questão do amor que envolve o livro que coloca esse Ribaldo em ânsias em questionamentos existenciais então para finalizar eu te convido para conhecer conto que faz parte do livro primeiros histórias é histórias assim mesmo que tá né publicado que chama a
terceira margem do rio esse conto ele traz pra gente A grande complexidade da obra do Guimarães ele vai desafiar a gente a entender vários lados de uma mesma história porque história se dá basicamente sobre um homem que vai e volta da cidade para Vila chega um momento em que ele cansa e ele para no meio do rio com seu barco e a partir daquele momento ele passa a ser uma outra margem as pessoas também tomam Aquele barco como uma referência não é mais a margem de carne Nem só a margem de lá mas é também
Onde está o barco e isso ajuda a gente abrir os nossos olhares a ver a mesma coisa sobre diferentes ângulos e daí uma grande complexidade da obra do Guimarães Fico por aqui um beijo até mais