Meus queridos irmãos e irmãs, com grande alegria, com grande alegria mesmo, celebramos a memória de Santo Tomás de Aquino. Grande comoção é olhar para esse grande amigo do Céu. Quem foi Tomás de Aquino?
Comecemos pela morte: aos incompletos 50 anos de idade, um frade dominicano, padre, sacerdote, teólogo, foi convocado pelo papa para participar do Concílio de Lyon, na França. Então, Tomás de Aquino saiu de seu convento no sul da Itália. No meio do caminho, vai visitar a sua irmã que morava na região onde ele nasceu, fica doente, não quis morrer numa casa profana de sua irmã, uma casa leiga, não consagrada, e então se recolheu no Mosteiro dos Cistercienses, em Fossanova.
Agonizando, morrendo, com 49 anos de idade, o seu secretário, Frei Reginaldo, entrou no quarto para ouvir a sua última confissão e saiu de lá chorando, dizendo: “Os pecados de uma criança”. Esse coração de criança é o coração do grande Tomás de Aquino: “Se não fordes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”. Dizer isso é dizer o contrário do que a maioria das pessoas pensa a respeito de Tomás de Aquino.
As pessoas que vão ler Santo Tomás de Aquino e se encontram com seus textos, que são sóbrios, poderíamos dizer, técnicos, científicos, pensam: “Ah, esse homem aqui era um cérebro matemático, calculista, frio”. E nada mais errado a respeito da biografia dele, da pessoa dele, da grandeza daquela alma, a alma de um místico, mas que não deixava transparecer essa mística nos seus escritos tão claramente, porque ele não tinha um estilo poético; ele tinha um estilo técnico, científico. Bom, vamos lá.
Tomás de Aquino nasceu no palácio, poderíamos dizer, dos seus pais, dos Condes de Aquino, em Roccasecca, na Itália. Para você se localizar, nós estamos entre Roma e Nápoles; Roma fica no centro da Itália, Nápoles fica mais ao sul, e Roccasecca fica no meio do caminho. Ele era de uma família nobre e a família tinha uma pretensão nobre para ele: desde criança, ele foi colocado no Mosteiro de Monte Cassino, uma grande abadia beneditina, porque os pais tinham o projeto de que ele fosse, quem sabe, um dia, o abade de Monte Cassino.
Acontece que os beneditinos, que foram uma fundação de São Bento e fizeram um bem maravilhoso, um bem enorme para a civilização, nessa época, estamos aqui no século XIII, continuavam seguindo a Regra de São Bento, mas, infelizmente, tinham perdido um pouco a sua capacidade, a sua potência evangelizadora. Os beneditinos já tinham feito, por mil anos, um bem enorme à Igreja; só que, imagine, você coloca centenas de monges vivendo a pobreza e trabalhando sem cessar, qual a consequência disso? Eles ficam ricos, né?
Eles são pessoalmente pobres, mas a abadia fica riquíssima. E, durante a Idade Média, onde os lugares eram invadidos pelos bárbaros, depois pelos vikings, depois pelos sarracenos, etc. , o povo queria ser protegido; os monges eram sábios, eram poderosos, então começou que a abadia de Monte Cassino se tornou uma pequena potência política na região.
Ou seja, quando eu digo potência política, todo mundo diz: “Ih, os monges se mancharam com a política”, não, é que alguém tinha que organizar a confusão. Historicamente, os monges protegeram o povo, só que agora os abades e os monges tinham que se dedicar à administração das grandes riquezas, dos grandes recursos, da administração política, e já não tinham mais a energia espiritual que tinham anteriormente; ela tinha enfraquecido, mas, seja como for, ainda eram monges bons. Claro, como em tudo na vida, havia escândalos, problemas políticos, confusões, etc.
, mas os monges beneditinos de Monte Cassino eram bons. Os pais do pequeno Tomás de Aquino disseram: “Vamos colocá-lo lá”, e ele foi pequenino, com quatro anos de idade, para ser educado no Mosteiro de Monte Cassino. Aqui vem a grandeza dos escolhidos de Deus: com quatro anos de idade, o pequeno Tomás de Aquino, aprendendo a ser alfabetizado, um dia chegou para o seu mestre, para o seu professor beneditino, olhou para ele e disse: “Quem é Deus?
”. Desde então, a criança mostrava a sua tendência para a contemplação, para saber, conhecer, ver o rosto de Deus. Quando a gente fala de contemplação, as pessoas ficam: “Ah, o que é contemplar?
”, é ver Deus face a face; é aquilo que nós faremos no Céu. Agora, claro, aqui na Terra, se contempla de outras maneiras. Mas Tomás de Aquino, com quatro anos de idade: “Quem é Deus?
”, querendo saber quem era Deus; e assim, ele mostrou desde cedo uma capacidade extraordinária, essa busca da verdade. Os monges, então, mandaram Tomás de Aquino estudar teologia na universidade mais próxima, que era Nápoles. Foi então que Tomás de Aquino, que sempre foi um menino muito virtuoso, conheceu os dominicanos.
Quem eram os dominicanos? Enquanto os beneditinos, que eram uma escola de santidade com mil anos de história, mas que carregavam nos ombros o peso desses mil anos, ou seja, tinham muito poder, muitas riquezas, muitas coisas, os dominicanos eram um novo grupo de sacerdotes que queriam evangelizar e tinham a leveza de serem jovens, recém-fundados e pobres; ou seja, a coisa não era tanto uma questão política, eles queriam evangelizar mesmo, sair para fazer apostolado, como aqueles primeiros Apóstolos de Jesus: “Vai, deixa tudo que você tem e me segue”. Tomás de Aquino ficou apaixonado com aquela ideia.
Ele queria ir, queria deixar tudo. Além do mais, os dominicanos, além de serem grandes evangelizadores, apóstolos, homens que deixaram tudo para evangelizar, como os primeiros Apóstolos, eles também eram grandes contemplativos. O lema dos dominicanos poderia ser resumido nessa frase aqui: “contemplata tradere”, ou seja, transmitir as coisas contempladas.
Deixa eu explicar: foi o que Jesus fez com os Apóstolos. Jesus disse assim: “Vai, deixa tudo que você tem e me segue”, e Ele escolheu os Doze, nos diz São Marcos, “para que estivessem com Ele e para mandá-los a evangelizar”. Então, a vida apostólica é o seguinte: vinde ficar com Jesus, estar com Jesus, conhecer Jesus, contemplar Jesus, deitar a cabeça no peito de Jesus, como São João, contemplativo, e ide, anunciar aquilo que você contemplou: “Gente, eu descobri, eu descobri Jesus, eu sei quem Ele é, eu me apaixonei por Jesus e quero que vocês O conheçam também”.
Essa é a vida de um apóstolo e foi isso que encantou Tomás de Aquino. Embora. .
. Os beneditinos tivessem uma doutrina correta, eles não tinham essa realidade de “Vai, deixa tudo para buscar Jesus”. Tomás de Aquino ficou encantado com aquilo e quis ser dominicano.
Problema: papai não estava muito de acordo. Então, quando Tomás de Aquino, aquele menino aparentemente tímido, aquele menino contemplativo, introspectivo, quietão, tomou a decisão, largou tudo e entrou nos dominicanos. Os pais, que não estavam de acordo, mandaram os seus irmãos, que eram cavaleiros, que eram militares, raptarem Tomás de Aquino, e ele foi raptado.
Trouxeram-no de volta para Roccasecca. Eu estive lá em Roccasecca; é uma ruína hoje em dia. Roccasecca quer dizer pedra seca, e hoje em dia a gente vai lá e vê por que se chama pedra seca mesmo: só tem pedra.
No alto da montanha, tem a ruína de um castelo onde morava Tomás de Aquino. Em uma daquelas salas, naquelas ruínas, eles trancaram Tomás de Aquino e disseram: “Ah, quer saber de uma coisa? Se você não quer ser monge beneditino, se você está querendo desonrar a nossa família entrando para esses frades esfarrapados, esses dominicanos, então não vai ser monge, não vai ser padre, não vai ser coisa nenhuma, vai se casar”.
O que os irmãos fizeram? Contrataram uma prostituta e a jogaram no quarto junto com Tomás de Aquino. O jovem Tomás de Aquino, quando viu aquilo, não teve dúvida: foi até a lareira, pegou um pedaço da lenha, com a ponta em brasa, e com aquele tição em brasa, começou a afastar a mulher dele.
Ela começou a dar berros, bater na porta: “Pelo amor de Deus, me tira daqui, ele vai me matar, ele vai me matar”. Abriram a porta, ela saiu correndo, ele se voltou, foi para a parede, pegou o tição com o carvão, traçou uma cruz na parede e se ajoelhou para contemplar o Cristo casto. Conta a história que, nesse momento, os anjos vieram e cingiram Tomás de Aquino com o cíngulo da castidade.
Cíngulo é essa corda que os padres usam para a missa, que simboliza a castidade. Então, cingiram Santo Tomás com o cíngulo da castidade. Se isso aconteceu de fato fisicamente ou aconteceu misticamente, não faz diferença; o que a gente sabe é que os anjos existem, e que os anjos ajudaram Santo Tomás e ficaram felizes de ver o amor de Tomás por Jesus.
Isso é uma das coisas que as pessoas não entendem. Se você for no mundo secular lá fora, quando a gente fala de castidade, nós, cristãos, católicos, falando de pureza, da castidade, eles dizem: “Tá vendo? São todos uns recalcados, reprimidos, neuróticos”.
Eles até teorizam; têm grandes teorias a respeito da repressão sexual dos cristãos que gera o fascismo, e é por isso que eles são ditatoriais. Então, se você guarda a castidade, você é um pequeno Hitler, um projeto de Hitler. Deixa para lá o fato de que os fascistas reais, concretos e históricos não eram castos, mas cada um inventa as suas teorias malucas.
Gente, deixa eu dizer para vocês: o amor não neurotiza ninguém. Essas pessoas que não entendem a castidade, não entendem a pureza cristã, não entendem nada de amor. Quando você ama, você não tem olhos para outra pessoa; essa é a verdade da castidade cristã.
Santo Tomás de Aquino, meus queridos, aquele homem tranquilo, sereno, de temperamento fleumático, inclusive, não era um grande apaixonado, com grandes sentimentos e emoções, mas ele tinha se encontrado com Jesus; ele tinha vida mística. Aquele “quem é Deus” dos quatro anos de idade estava brotando no jovem Tomás de Aquino; ele sabia quem era Deus. Que bobagem é essa de querer agora me seduzir com uma prostituta?
Isso é ridículo. É como pedir a uma pessoa que descobriu um grande tesouro, trocar um grande tesouro, sei lá, desculpa o palavreado, por um pinico sujo. Quem vai aceitar essa sedução?
Você tem aqui um tesouro e aqui um penico enferrujado; você sentiria: “Nossa, que tentação, vou ficar com o pinico”? É claro que não. Porque você viu o tesouro.
Se você viu o tesouro, você vende tudo alegremente, você deixa tudo alegremente. Essa é a experiência de Tomás de Aquino. Ele deixou tudo alegremente e dedicou sua vida a conhecer Jesus, conhecer a verdade, porque a verdade, meus queridos, é uma pessoa.
A verdade é uma pessoa. Então, olhar para a vida intelectual de Tomás de Aquino e não enxergar esse amor, esse fogo ardente que estava no seu coração é não conhecer Tomás de Aquino. “Mas, padre, eu leio os textos dele e é um negócio tão seco”.
Gente, primeiro, ele era fleumático; segundo, era o estilo acadêmico, mas não quer dizer que ele não tinha coração ou sentimento. O que pouca gente sabe, mas não se lembra, porque não liga a com b, é que Tomás de Aquino era um grande poeta. Depois, quando ele já era sacerdote e grande teólogo famoso, quando houve o milagre da Eucaristia de Bolsena, em que, na mártir Santa Cristina, um padre da Eslováquia, voltando de Roma, de uma peregrinação, um tal de Padre Pedro, foi celebrar missa e no momento em que ele quebrou a hóstia teve uma dúvida: “Será que Jesus está aqui presente?
”, e a hóstia sangrou abundantemente, sangue no altar, manchando o corporal, a toalha e o altar. Pois bem, teve esse milagre; o papa morava ali perto, em Orvieto, e o papa foi lá em procissão de Orvieto para Bolsena e foi a primeira “procissão” de Corpus Christi. O papa instituiu a festa de Corpus Christi, a festa do Corpo de Cristo por causa desse milagre e pediu: “Ah, está passando aqui o famoso teólogo Tomás de Aquino, Tomás, faz para mim, escreve o Ofício e a Missa de Corpus Christi”.
Até hoje nós cantamos “Tão Sublime Sacramento”, é de Santo Tomás. E outras poesias maravilhosas que ele compôs: “Lauda Sion salvatorem”, cantando a Eucaristia, cantando o seu amor por Jesus, “Adoro te devote” e assim por diante. Um grande poeta.
Aí você vai dizer que esse homem não tinha alma, que esse homem não tinha amor? É que, quando ele escreve teologia, está escrevendo com a economia de espaço, de fazer as coisas corretamente. Mas havia esse grande amor por Jesus, e esse amor de Tomás de Aquino por Jesus era um amor que o levava também a viver uma vida onde não havia.
. . Ira descontrolada, a pureza de Tomás de Aquino e a mansidão.
Tem aquela anedota famosa de que ele, quando era seminarista, frade dominicano, foi aluno de um grande santo, Doutor da Igreja, Santo Alberto Magno, que também era dominicano, o Frei Alberto. O Frei Alberto era o professor, era o chefe dos seminaristas, o reitor do seminário, por assim dizer, e os meninos viam aquele rapaz corpulento. Tomás de Aquino, só para dizer, tem muita gente que pinta Tomás de Aquino como gordo; ele não era gordo, ele era grande.
O homem era um armário, por quê? Porque era de origem alemã, embora morasse no sul da Itália; a família dele era de raça, digamos assim, alemã, e ele era um alemão, altão, grandão, constituição física grande, era um armário. Só que ele, fleumático, quietinho, calado, contemplativo, grandão daquele jeito, recebeu um apelido, o que o estudante faz de melhor?
Bullying, colocar apelido nos outros. Os seminaristas viram aquele cara grandão daquele jeito e disseram: “Ah, é um Boi Mudo”, é um boizão mudo, não fala nunca. Viram que ele tinha uma certa ingenuidade; achavam que era ingenuidade e achavam até que ele era burrinho.
Um dia, teve uma aula, uma lição bastante difícil, e um dos alunos, vendo que Tomás de Aquino estava lá com o olhar perdido, na verdade, ele estava com o olhar perdido porque estava contemplando as coisas: “Ah, ele não entendeu, vem cá, deixa eu ensinar para você”, chamou ele, sentou na mesa e começou a ensinar, repetir a aula para ele. Lá pelas tantas, o professor chegou num ponto que não sabia explicar direito e ficou pensando, pensando, pensando. Aí, Tomás de Aquino, vendo a dificuldade intelectual do rapaz, disse: “Espere, deixa eu explicar para você” e deu uma aula magistral porque ele estava entendendo tudo, mas estava, humildemente, quieto e calado, recebendo lição do burro.
Esse era o grande Tomás de Aquino, essa mansidão, essa humildade. Um dia, disseram para Tomás de Aquino: “Frei Tomás, Frei Tomás, olha aqui”, seminarista, né, uma coisa perigosa; os seminaristas fizeram uma pegadinha, todos foram para a janela correndo: “Olha lá, olha lá, meu Deus, que coisa extraordinária” e apontando na janela, “Vem aqui, Frei Tomás”. Frei Tomás estava lá, era horário de estudo; ele estava no lugar dele, estudando, vendo a molecada na janela: “Olha lá, olha lá, vem cá, Frei Tomás, veja, tem um burro voando”.
Tomás de Aquino serenamente se levantou, foi até a janela e todo mundo rindo: “Mas ele é idiota mesmo, ele acredita que burro pode voar”, Tomás de Aquino, sereno, respondeu: “Não, eu sei que burro não voa, mas eu pensei assim: o que é mais fácil, um burro voar ou um frade mentir? Eu achei que era mais fácil o burro voar. Então me levantei para ver”.
Esse é o grande Tomás. Várias vezes, durante a vida dele, enquanto ditava seus livros etc. , se via a grandeza mística desse homem; ele era capaz de ditar cinco, seis, sete livros ao mesmo tempo, por quê?
Porque naquela época não tinha nem computador, nem máquina de escrever e nem papel e caneta como hoje; para você escrever, tinha que escrever em cima de um pergaminho, com tinta, e aquilo levava tempo para secar. Então, a pessoa que escrevia, escrevia uma linha, tinha que esperar secar, colocar um pó, passar o mata-borrão; era uma arte, porque era desenhado. Ele era tão inteligente que tinha à sua disposição cinco, seis, sete secretários, e ele então ditava uma frase para um, depois ditava uma frase para outro, no próximo livro, ditava outra frase para outro, e era capaz de ditar cinco, seis, sete livros ao mesmo tempo; quando terminava o ditado de um, voltava para o próximo na mesma frase, continuando direitinho.
Tinha cinco, seis, sete livros girando na cabeça dele ao mesmo tempo e os amanuenses davam conta de escrever tudo o que Tomás de Aquino ditava. Esse é o grande gênio, mas um gênio que era um místico. De repente, ele empacava no meio do ditado, não sabia o que dizer: “Espere um pouco”, se levantava, ia até o crucifixo, abria os braços, pedia inspiração de Deus e, quando vinha a luz, ele se levantava e voltava a ditar.
Esse é o grande Tomás de Aquino, um grande místico. Aí você vai dizer assim: “Padre, muito bom, muito curioso, muito legal e aí? E para a minha vida?
” Bom, o que eu gostaria que vocês levassem para a vida de vocês é o seguinte: aplicando Tomás de Aquino à sua vida pessoal, vocês querem ter um grande amor por Jesus? Então vocês precisam contemplar, porque ninguém ama o que não conhece. Só que se você não caprichar na castidade, lembra dos anjos cingindo Tomás de Aquino?
Se você não caprichar na mansidão, nada de ira, raiva, vingança, ódio, rancor, lembra Tomás de Aquino, sereno, o pessoal fazendo bullying e ele tranquilo. Se você não caprichar na castidade e na mansidão, você não vai contemplar nada. Você vai rezar, e o que vai aparecer na sua oração são os seus sentimentos desordenados.
Então, se você quer ter um grande amor por Jesus, se você quer ter esse coração de criança de um Tomás de Aquino que, ao morrer aos 50 anos de idade, faz o Frei Reginaldo chorar: um coração de criança. Se você quer ser um grande contemplativo arrebatado no êxtase místico de contemplar Jesus, de vê-lo face a face como Tomás de Aquino via, você precisa fazer a tarefa de casa. A tarefa de casa é pureza e mansidão.
Mas pureza, você tem que caprichar nos mínimos detalhes; não é neurose, não é isso, amor. Não queira outros amores, queira Jesus como seu único amor. Pureza.
E não queira fazer justiça com suas próprias mãos, vingar-se, etc. , entregue tudo a Deus com serenidade e mansidão. Confie nele.
Capriche na mansidão de não perder a paciência, de aceitar os defeitos dos outros, senão como vai ser a sua vida? Vai virar um inferno. A partir disso, na oração, vai começar a ver os frutos, vai contemplar e a contemplação, a luz da verdade vai acender a chama no seu coração de um amor ardente por Jesus.
Mas com essa vida desordenada de quem só vive com piadas impuras, de quem só vive vendo fotos e coisas, “Ah, não é pornografia ainda”, mas é cheio de impureza, com essa vida desordenada de quem se irrita. Com qualquer coisa, alguém atrasa, já perde a paciência; faz calor, já fica irritado; sofre uma pequena injustiça, já quer invocar raios do céu para fazer justiça. Assim, você não vai contemplar nada, porque quando você for rezar, o que vai aparecer são os seus sentimentos desordenados.
Essa é a lição que eu gostaria que a gente levasse do grande Tomás de Aquino: grande pureza, grande mansidão para poder rezar e estudar e, na oração, no estudo, contemplar a verdade que é uma pessoa, Jesus, e amá-Lo. Amá-Lo apaixonadamente, amá-Lo cheio do fogo do Espírito Santo que ardia no coração do grande, grande Tomás de Aquino.