Todos os dias, você morre um pouco. As horas voam, as células se desfazem, você envelhece: uns se vão, outros nem. O automatismo, as distrações, as banalidades fazem com que a vida pareça uma mecânica sucessão de dias. As memórias se perdem até ficarem borradas, até ficarem desbotadas, até sumirem todos os detalhes. Aqueles momentos únicos e marcantes, bom, eles se tornam uma vaga lembrança fria, quase impessoal. No fim das contas, você não apenas se esquece de algo que lhe aconteceu; não, você perde uma parte de você mesmo. Como fazer, então, para preservar os detalhes daqueles momentos
luminosos que todos nós temos? A resposta está na escrita, meu caro, a ferramenta humana mais poderosa que existe. Somente o texto, o texto que traz à memória e permite revivê-la. Um texto autêntico é um pedaço de nós. Escrever, escrever é eternizar, é não deixar que o tempo corroa tudo que merece ser lembrado. Assim, você descobre que dentro de você há um oceano de experiências, de talentos adormecidos, de interesses esquecidos. Você percebe que, seja você quem for, você é muito, muito maior do que imagina. É isso, é isso que você vai descobrir na segunda edição do
evento "O Poder Mágico da Escrita Criativa", que vai acontecer nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro, sempre às 20 horas. Uma série de três aulas gratuitas e diretas ao ponto para você descobrir como, em 2025, transformar as suas experiências, as suas memórias, a sua vida em textos que vão ficar para sempre. A escrita criativa tem o poder de exorcisar a superficialidade, a banalidade, o automatismo, a confusão de sentimentos, a confusão de ideias e de pensamentos; tudo que nos distrai de quem nós realmente somos. Porque ela, a escrita, é capaz de nos fazer encontrar a
própria voz, encontrar os nossos talentos, encontrar o sentido da vida que está escondido nos detalhes aparentemente insignificantes do dia a dia, mas que revelam uma força vital, um sentido existencial profundo para quem tem um olhar atento. Sim, meu P, existe um poder único, mágico, libertador na escrita, e é isso que eu vou te apresentar na segunda edição do evento "O Poder Mágico da Escrita Criativa", que vai acontecer nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro, sempre às 20 horas. Uma série de três aulas gratuitas e diretas ao ponto em que você vai despertar a sua
atenção, a sua criatividade, e vai descobrir a grandeza que já existe dentro de você. A escrita criativa, então, bom, ela será capaz de transformar não só a forma como você escreve, mas principalmente a forma como você encara a sua própria vida. Dentro de você existe um vilão que quer jogar para bem longe a sua criatividade, que destrói as suas ideias antes mesmo delas nascerem. Quando você tem vontade de fazer algo diferente, quando você está prestes a fazê-lo, ele corta pela raiz. Ele te prende, te paralisa e sente prazer quando você se sente pequeno e insignificante.
Mas aí, dentro de você, existe também um talento adormecido, existem as ideias esquecidas que querem ser experimentadas. Existe um impulso de criar, de inventar, de fazer que está aí, precisando de um cutucão. A única forma de calar aquele vilão e fazer esse lado autêntico e criativo tomar as rédeas da sua vida e dos seus projetos pessoais é através das técnicas da escrita, da escrita criativa. Porque a escrita, meu velho, a escrita tem um poder mágico: o poder de revelar a você mesmo mais sobre você e colocar para fora a sua verdadeira voz, o seu verdadeiro
talento, a sua verdadeira genialidade. E para você dar o seu primeiro passo, meu caro, o melhor caminho é participar da segunda edição do evento "O Poder Mágico da Escrita Criativa", uma série de três aulas gratuitas e diretas ao ponto, onde você vai perceber que existem mais talentos e ideias dentro de você do que você nunca imaginou. Será nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro, sempre às 20 horas. Como escrever todos os dias sem falhar? É simples: basta nascer com dons extraordinários, inventar um sistema avançado de planilhas e cronogramas de gerenciamento de hábitos, e precisar,
todas as manhãs, olhar pro espelho e dizer: "Yes!", ah, depois de noite, já cansado: "Amanhã vai!", "Bora, amanhã vai!". Mas o que você mais precisa mesmo, meu caro, é de uma boa dose de bom senso. Porque essas ideias, meu caro, são uma completa bobagem. O que te falta para escrever todos os dias é disciplina. A disciplina é a liberdade do escritor. E para você dar o seu primeiro passo, meu caro, o melhor caminho é participar da segunda edição do evento "O Poder Mágico da Escrita Criativa", uma série de três aulas gratuitas e diretas ao ponto,
onde você vai perceber que existem mais ideias e talentos dentro de você do que você imagina. Será nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro, sempre às 20 horas. Bloqueio criativo: no episódio de hoje dos "Caçadores de Mitos da Escrita", nós vamos mostrar como vencer o fantasma que vem assombrando milhares de escritores ao redor do mundo. "Caçadores e Mitos da Escrita", versão brasileira. Era uma tarde. Eu sentei para escrever e, de repente, senti uma sombra prendendo as minhas mãos e disse: "Ah, meu Deus! Por favor, pare!". De lá para cá, não consegui escrever mais nada;
eu simplesmente não conseguia escrever. Então, olhei pela janela, era como se os tiras tivessem acorrentado os meus pensamentos. Então, percebi: "Oh, meu Deus! As minhas mãos estavam paralisadas!". Alô, câmbio, câmbio! Estamos aqui num vilarejo abandonado, dizem que aqui mora o fantasma do bloqueio criativo. Vamos entrar. Sinto, sinto um cheiro de mofo. Abaixem, abaixem, abaixem! Fiquem em silêncio, fiquem quietos. Parece que ele está aqui. Mas vamos descobrir o que é. Vamos descobrir: é isso, como eu suspeitava, não tem nada aqui. Esse tal de bloqueio criativo não tem nada. De aterrorizante, eu só tenho a agradecer ao
Rodrigo. Até voltei a escrever! Agora podemos respirar, ou melhor, escrever aliviados. Se você já se aventurou na escrita, certamente já enfrentou o terror do bloqueio criativo. Você senta para escrever e não sai nada; parece que as ideias sumiram e não há o que fazer. Mas a verdade, meu caro, a verdade é que existem recursos e técnicas de escrita que te libertam das amarras desse fantasma e fazem suas ideias jorrar, de maneira que o seu texto surja de forma clara, autêntica e criativa. E é isso que eu vou te apresentar na segunda edição do meu evento
"O Poder Mágico da Escrita Criativa", uma série de três aulas gratuitas e diretas ao ponto, que vai acontecer nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro. Muito bem, meus caros, muito bem, muito bem! É uma alegria estar novamente aqui com vocês para este segundo dia do nosso evento "O Poder Mágico da Escrita Criativa". Olha, aquilo que eu falei ontem, né? Que a gente está formando aqui uma comunidade de pessoas criativas. Bom, isso se confirmou nos comentários que vocês fizeram ontem durante a aula e, hoje, durante todo o dia, né? Que os comentários não pararam e
foi maravilhoso, porque o efeito que vocês relataram nos diferentes momentos da aula é exatamente o que eu pretendia alcançar. O que eu queria era despertar em vocês o desejo criativo e mostrar que vocês são capazes de ter ideias e escrever. E eu selecionei aqui alguns comentários, né? Poucos, para vocês verem, porque assim eu estou muito feliz com isso. Estou felicíssimo! Vamos ver alguns dos comentários que o pessoal deixou aqui. Bom, esse primeiro comentário é muito especial para mim. Eu vou explicar para vocês: "Rodrigo, assisti sua primeira aula. O modo de falar é do mesmo menino
que fazia discursos nas festas cívicas do grupo escolar. Saudades!" Bom, essa é a Ana Luísa Mesquita de Oliveira, né? Que vocês estão vendo aí. Ela foi minha professora no terceiro ano do antigo curso primário, lá no grupo escolar Conde de Parnaíba, em Jundiaí. Uma professora muito querida! E sempre que tinha alguma festa cívica na escola, 7 de setembro, a gente comemorava. Claro, era São Paulo, então nós comemorávamos o 23 de maio, Revolução de 32. Ela pedia para eu fazer o discurso, né? Eu ia até a casa dela e ela me treinava para falar. Então, essa
facilidade que eu tenho para me expressar eu devo a essa professora, muito querida, que hoje mora em Belém e é uma mulher maravilhosa. É uma alegria receber uma mensagem da senhora, dona Ana Luisa! Um beijo enorme na senhora e pode ter certeza de que a senhora está sempre nas minhas orações. A Maria Nilsa: "Olha, Maria Nilsa, muito obrigada, professor, por sua aula magnífica! Tenha uma boa noite." E muito obrigado, Maria! Muito obrigado se você considerou a aula magnífica, porque de fato foi! Olha, Nise Nascimento: "Até amanhã, professor! Estou saindo da aula emocionada. Obrigada!" Que bom!
E ela escreve "emocionada" em caixa alta, em letras maiúsculas, para salientar a emoção que ela experimentou com a aula de ontem. Olha o Bruno Lago: "Que aula magnífica! Já mudou bastante a percepção e aumentou a confiança para escrever." Olha só! Só na primeira aula o Bruno já sentiu essa mudança, né? E essa mudança é a mudança que todos vocês, certamente, estão experimentando hoje e experimentaram ao escrever as cinco linhas, ao fazer o dever de casa que eu deixei para vocês. Mas vamos ver mais alguns comentários. A Yasmin de Almeida Siqueira: "Eu sinto que é para
mim." Claro que é para você, Yasmin! É para cada um de vocês que estão aí. Lando, né? Para superar as mentiras que ensinaram a vida inteira a vocês a respeito da escrita. Olha, Rosielle de Melo: "Tudo que ele fala está fervilhando dentro de mim. Parece ser diretamente para mim." Mas é isso mesmo! É para fervilhar! E é para você, Rosielle! É para cada um de vocês, meus caros! O Roberto Ferraz: "Muito bom, muito bom! Tudo que foi dito me deixou entusiasmado." Olha, entusiasmado, Roberto, é uma palavra maravilhosa! É isso que a gente precisa. Nós precisamos
sentir entusiasmo, né? Essa força que brota de dentro de nós e nos faz ter coragem para colocar no papel tudo aquilo que existe dentro da nossa alma. Perfeito, Roberto! Olha o Mael Jonathan: "Já escolhi! Minha imaginação está fervilhando aqui." Risos! É isso mesmo, Mael! Se você escolheu, está escolhido! Essa escolha é para sempre, é uma escolha para mudar sua vida. É para mudar sua vida e a vida de todos vocês que acreditarem no que eu estou dizendo, porque o que eu estou dizendo é a mais pura verdade! São décadas de experiência ensinando as pessoas a
escreverem. Bom, agora na aula de ontem, né? Eu também propus um exercício para vocês, não é mesmo? E eu vi que vocês, todo mundo, deixando exercício no chat desde ontem à noite, né? Enviaram exercício no link da aula de ontem e no link da aula de hoje, para as nossas atendentes do WhatsApp. Assim, são milhares, milhares de textos de cinco linhas! Não dá nem para contar de tantos textos que foram enviados. Isso é maravilhoso! O comprometimento de vocês, a responsabilidade de vocês com estas aulas, isso é fascinante! Agora veja só: quer dizer, esses comentários que
eu acabei de colocar aqui, é só um print, né? Um print da aula de ontem. Então, assim, foi uma coisa inesperada, mas eu achei maravilhoso, porque isso mostra o compromisso de vocês não só com estas três aulas aqui, não só com elas, mas principalmente com o que buscam, que é esse poder incrível que a escrita criativa dá para cada um de vocês! Um de nós, então, vocês estão começando a sentir o gostinho. Eu tenho certeza: o gostinho de que vocês são maiores do que vocês pensam. Isso é fundamental. Bom, e olha só: quem já fez
o exercício, já começou a nos comentários e pode seguir colocando. Tá certo, eu vou dar aí mais alguns segundos para vocês fazerem isso e, enquanto eu espero, vamos lembrar um pouquinho da aula de ontem. Vamos rememorar alguns pontos importantes. Nós conversamos sobre a genialidade que está escondida aí dentro de você, esperando para ser libertada. Nós vimos que você já tem dentro de você tudo o que precisa para fazer jorrar a sua personalidade no papel e começar a escrever. Então ontem, nós também aniquilamos, passamos com um trator por cima dos três principais mitos que barram a
sua criatividade. Que mitos foram esses? Bom, primeiro, o mito da inspiração, né? Quer dizer, aquela ideia tola de que você precisa esperar as musas, as fadas madrinhas aparecerem e soprarem no seu ouvido para você começar a escrever. Isso é uma bobagem, né? A gente viu que a inspiração, né? Depois que você começa a escrever, é aí que ela surge, e não antes, né? Então, assim, coloque isso na sua cabeça de uma vez por todas: inspiração é uma consequência do ato de escrever. E eu tenho certeza de que quem fez o exercício de ontem percebeu claramente
isso. O segundo mito que nós quebramos ontem é o mito da chamada originalidade, aquela ideia de que você precisa ter algo absolutamente novo, jamais antes na história da humanidade, para que você possa começar a escrever. E nós vimos — eu mostrei aqui para vocês — que a verdadeira originalidade está onde? Está em contar com autenticidade e sinceridade um fato universal experimentado por milhões de pessoas, mas com a sua perspectiva, com a sua voz. E eu dei o exemplo do tema do adultério, né, que já foi narrado por gigantes da literatura, né, inúmeras vezes, como Machado
de Assis em "Dom Casmurro", como Tolstói em "Anna Karenina", como Gustave Flaubert em "Madame Bovary", como Eça de Queiroz em "O Primo Basílio". E por fim, o terceiro e último mito, talvez aquele que mais incomoda, que é o mito de que ninguém vai querer ler os seus textos, né? E a gente viu o quê? A gente viu que essa é uma postura que revela a sua tremenda insegurança, com, claro, uma pitadinha de soberba. Por quê? Porque, em primeiro lugar, a escrita tem um valor para o seu próprio crescimento pessoal; e, em segundo lugar, porque esse
julgamento a respeito do seu texto pertence aos seus leitores e aos críticos literários, e não a você. Inclusive, o exercício novo que eu vou passar aqui hoje para você vai ser um passo a mais, um passo a mais para abandonar essa insegurança e continuar superando as barreiras desses três mitos e, mais, acessar o seu lado mais criativo, que eu tenho certeza, certeza absoluta, que mora aí dentro de você. Mas antes disso, eu vou analisar alguns dos textinhos das cinco linhas que vocês enviaram, né, os exercícios de descrição, e eu queria que vocês prestassem muita atenção
nessa análise. Por quê? Porque eu vou aqui falar sobre algumas características importantes que, em alguma medida, todo texto precisa ter. Tá, assim, eu confesso que eu fiquei impressionado não só com a quantidade de textos que vocês enviaram, né, mas também com a qualidade, né, da grande maioria deles. Eu vi vários talentos surgindo aqui. No geral, no geral, a qualidade dos textos está muito boa, né? Mas seria impossível analisar todos, infelizmente. Então eu separei aqui cinco textos e nós vamos — eu vou fazer a análise desses cinco breves textos para vocês. Tá certo? Então vamos lá.
Vamos ver o texto da Vanessa Barros. Olha, vejam só o que ela escreve: "O sorriso na foto sempre o mesmo sorriso, como eu nunca ouvi. O sorriso no espelho sempre o mesmo sorriso, como eu nunca ouvi. Minha maior perda me faz ver o sorriso do pai que descansa em sono eterno. Semelhança marcada, semelhança. Meu sorriso agora eu vejo, vejo assim como nunca o vi." Bom, então, assim, um texto belíssimo, né? Então vamos ver, vamos analisar o que a Vanessa fez aqui, tá? O que me chamou muito a atenção. Então, assim, ela começa com a constatação
de algo que está presente numa fotografia que ela vê sempre, e de repente, a partir do momento em que eu disse que ela precisava olhar para algo costumeiro na vida dela com uma forma de atenção diferente, ela olha então para essa fotografia e pergunta a si mesma: "Como eu nunca vi isto que eu estou vendo hoje?" E o que ela está vendo quando ela olha para a foto? O que ela está vendo não é o sorriso numa foto, é um sorriso num espelho. Ou seja, ela olha pra foto, mas ela vê a si mesma, né?
"Sempre o mesmo sorriso, como eu nunca ouvi." Quer dizer, ela repete a interrogação que já tinha feito antes no início do texto, né? E isso dá uma ênfase muito interessante pro texto, isso aumenta a emoção do texto. "Minha maior perda me faz ver." Quer dizer, é sempre assim, não é? É sempre assim: os grandes acontecimentos da vida, muitas vezes os mais dramáticos, são eles que abrem os nossos olhos. "O sorriso do pai que descansa em sono eterno." Quer dizer, o pai dela está morto, infelizmente, né, mas ela vê o sorriso dela no sorriso dele, né?
Uma semelhança, uma marcada semelhança. Vejam que ela não tem medo de repetir as palavras, né? Ela não tem medo de repetir certas construções frasais. Isso é excelente, mostra que ela tem total liberdade em relação à escrita, né? "Meu sorriso." Quer dizer, é o sorriso... Dela que está na foto, agora eu vejo. Vejo assim como nunca o vi. Ou seja, a partir de que momento ela começou a ver como ela nunca tinha visto antes? A partir do momento em que ela olhou com uma atenção nova e escreveu, colocou no papel. Por quê? Porque quando você escreve,
tudo muda dentro de você. A sua forma de olhar o mundo muda, a sua forma de olhar para você mesmo muda, né? Escrever é isso: escrever é uma forma de pensar, é uma forma de entrar em contato com você mesmo, com o seu eu, com tudo que já vive dentro de você e que você nunca conheceu ou então simplesmente esqueceu. Olha, achei lindo o texto da Vanessa. Vocês estão vendo poucas linhas, uma ideia muito simples, tá? Se você for resumir o texto, o que é? É uma pessoa olhando para o retrato do pai que já
morreu. E ela consegue extrair tudo isso. Maravilhoso! Vamos ver o próximo da Terezinha Carabel. "Elevei o olhar para saborear o primeiro gole de café. Vi a dança da fumaça saindo da xícara ao lado e me dei conta de que arrumei a mesa para nós dois." Nossa! Eu achei esse texto muito tocante, tá? Então assim, ela tá sentada para tomar o seu café de manhã, né? E ela vê a dança da fumaça saindo da xícara, né? Mas não da xícara dela, da xícara que está ao lado dela. E quando ela vê essa fumaça, que não é
da xícara dela, ela se dá conta de que arrumou a mesa para duas pessoas, né? Não qualquer duas pessoas, mas para nós dois, quer dizer, para ela e para alguém que certamente, por algum motivo, está ausente. E essa ausência, que surge nesta última linha do texto, de maneira tão cuidadosa, de maneira tão delicada, né? Quer dizer, ela cria um impacto emocional na gente tremendo. Por quê? Porque você começa a pensar: bom, mas quem é essa outra pessoa, né? E por que essa pessoa está ausente? E por que ela está arrumando a xícara para esta outra
pessoa que está ausente? Então, o que acontece? Você não tem certeza a respeito da resposta, mas você fica perguntando para você mesmo o que o texto está querendo dizer, né? Ou seja, um texto breve como esse desperta no leitor um impacto que faz ele ficar se questionando por minutos seguidos. Afinal de contas, o que está escondido aí nessa última linha, né? O que a Terezinha escondeu aí nessa última linha? Quem é essa pessoa que está faltando e por que ela está faltando? Bom, isso é uma maneira admirável de criar emoção, né? Esse texto é excelente,
gostei muito! Vamos ver outro, vamos ver outro do Marcelo Oton. "A quietude da tarde entra pela janela, fareja o sono dos felinos, passeia pelos móveis e desmaia nas miudezas das coisas. Depois, segue viagem como um rio imaginário na lembrança viva das horas." Nossa, o que impressiona nesse texto, assim, é o ritmo do texto, né? Vamos ler com atenção esse texto em voz alta e vocês vão ver a musicalidade do texto, a musicalidade das frases. "A quietude da tarde entra pela janela, fareja o sono dos felinos, passeia pelos móveis e desmaia nas miudezas das coisas. Depois,
segue viagem como um rio imaginário na lembrança viva das horas." É pura música, é puro movimento. Então, assim, o ritmo que ele construiu nas frases está tornando concreto para nós, leitores, o ritmo da quietude da tarde que entra pela janela, né, e faz tudo isso que ele está descrevendo. Faz esse passeio, farejando o sono dos felinos, cobrindo, passando por cima dos móveis, desmaiando na miudeza das coisas e depois seguindo adiante como um rio imaginário na lembrança viva das horas. Então, assim, não é que só o texto tem movimento. Não é só que a construção frasal
tem movimento. Não, o movimento da construção frasal se repete nas ideias, e as ideias, o movimento das ideias se repetem, se concretizam nas palavras, nas frases, né, e criam essa coisa absolutamente lírica, né? Essa coisa lírica que é um instante, né, mas é um instante que fica preservado para sempre. Por quê? Porque ele foi escrito. Se ele não tivesse sido escrito, ele agora estaria completamente perdido. Então, o texto do Marcelo também é muito bom. Acho que tem mais um, né? Tem mais um texto ou mais dois, mais um, né? Mais dois, mais dois textos. Então
vamos ver o texto do Bruno agora, do Bruno Bigli. "Paralelo das corridas: os cadarços amarrados, o pé direito torto para a direita, com um furo na sola. Talvez seja a hora de procurar um ortopedista. Preto e branco, porém marrom." Opa! É chegada a hora do seu banho! Ah, o texto é ótimo, né? Vocês estão vendo como é possível a gente extrair da escrita a emoção que a gente quiser, né? Quantas emoções diferentes nós já vimos nestes breves textos? E agora temos aqui esse texto do Bruno, que é muito bem-humorado, né? Por quê? Porque ele está
falando dos tênis que ele usa todo dia, né? É o parceiro de corrida dele, né? E ele está olhando para os tênis, cadarço tá lá, desamarrado, pé direito torto para a direita, com um furo na sola. E assim, talvez seja a hora de procurar um ortopedista, né? Ele está fazendo uma brincadeira com a gente, né? Preto, ele quer confundir, quer confundir pé do tênis com o pé físico, né? E ele faz essa confusão de maneira proposital para quê? Para tornar o texto leve, para tornar o texto um verdadeiro sorriso, né? Um texto que provoque o
sorriso em nós. Preto e branco, essas são as cores originais do texto, porém marrom. Opa! É chegada a hora do... Seu banho é excelente, né? Excelente texto, leve texto, descomprometido, texto que alegra o coração da gente, texto que, enfim, cria essa confusão entre o pé físico e o pé do... O pé do... Da... Do... Do... Do... Do... Do par de tênis, né? Eu achei esse texto assim uma graça! Muito, muito bom! Muito, muito bom! E mostra isso, né? Quer dizer, nós já passamos por textos mais melancólicos, depois um texto mais lírico, né? Agora, um texto
que trabalha com o humor de uma forma muito delicada, muito bem escrita. Vamos ver o próximo. A Lela, o sombreado em comum da iluminação, produz em mim a percepção de que os olhos do professor têm diferentes cores: azul e preto, como Gandalf, meu gato. Mas será mesmo? Então olhem! Olhem só! Outro estilo, outro estilo de texto completamente diferente! Quer dizer, ela já cria aqui um cenário, né? Quer dizer, ela já começa descrevendo um cenário, um ado em comum da iluminação. Quer dizer, daquilo que ela está vendo enquanto está assistindo à aula. Esse sombreado em comum
cria nela uma percepção inusitada de que os meus olhos têm cores diferentes. Eu achei incrível: azul e preto! E olha, pode ser verdade! De repente, eu tenho mesmo olhos de cores diferentes, né? Ou pode ser que os meus olhos mudem de cor a cada dia, né? Isso acontece. Por exemplo, eu lembro do meu pai. Meu pai, quando ele acordava de bom humor e estava tudo certo, o olho dele era castanho claríssimo, quase translúcido. Agora, quando ele ficava bravo, o olho dele ficava de um marrom fechado, escuro, impenetrável, né? E no final, essa comparação maravilhosa com
Gandalf, né? E aí, ela cria expectativa de que vai se referir a esse personagem maravilhoso desse romance incrível que é O Senhor dos Anéis, do Tolkien. Mas não! Ela está falando do gato dela, né? E no fim, ela termina com uma interrogação: mas será mesmo? Ou seja, ela não tem certeza. Nós não temos certeza, né? Mas a verdade é que as ideias estão aí, e nós podemos brincar com elas. Nós podemos tratar as ideias dessa maneira. Podemos tratar as palavras dessa maneira, né? Como um jogo, um jogo em que você se diverte, em que você
descobre a você mesmo, que você faz comparações inusitadas. E essas comparações fazem você descobrir coisas novas na realidade, no mundo e dentro de você, tá certo? Então assim, é uma pena que não dá tempo de analisar, porque assim, tem textos excelentes como esses, tá? Eu gostaria de analisar centenas desses textos, mas, infelizmente, não é possível. Então veja, agora você que escreveu o seu texto, né? Agora, a partir dessas análises que eu fiz, o que você pode fazer? Agora, você pode reescrever os seus textos usando esses diferentes critérios que eu comentei aqui brevemente com vocês. Se
vocês prestaram atenção, os meus comentários estão repletos de insights que podem ajudar vocês a aprimorar o texto de vocês e aprimorar a escrita em geral. E mais, você pode continuar a fazer esse exercício das cinco linhas todo dia! Quer dizer, não pare aqui, mas continue se abrindo, continue fazendo esse exercício, né? Isso é fundamental, porque, como eu disse para vocês, a inspiração nasce do esforço da escrita, do esforço diário, da disciplina diária. Então, continue escrevendo, tá bom? E realmente, a maioria dos textos, como eu disse, tá excelente, tá? Quer dizer, eu só olhar pra tela
aqui e vejo que há coisas muito boas, muito boas, e eu acho que vocês captaram muito bem a proposta do exercício, né? E qual era a proposta do exercício? A proposta do exercício era motivar todos vocês a aperfeiçoarem a sua maneira de ver a realidade. Motivá-los para quê? Para que vocês ampliem a capacidade de percepção e de descrição que vocês têm. E esses exemplos que eu analisei aqui mostram muito bem isso. E, como eu pedi ontem, vocês vejam: não havia necessidade de serem textos complexos, repletos de palavras difíceis, porque o que estava em jogo não
era uma demonstração de erudição, mas apenas a capacidade de olhar, a capacidade de ter um novo olhar e de encontrar palavras adequadas para traduzir o que só você, só você consegue perceber, né? E dizer: você percebe com o seu olhar e diz com a sua voz. Bom, e ainda que você não tenha feito o exercício ou não tenha assistido à aula de ontem, não importa, porque você está aqui hoje comigo. E olha, eu quero realmente dar meus parabéns para você, porque ninguém está obrigando você a estar comigo aqui hoje, tá? Ninguém está te pagando um
sanduíche de mortadela para assistir a estas aulas, não! Você está aqui porque você tem dentro de você uma chama, um interesse genuíno, verdadeiro pela escrita, e você está certo em pensar assim. Essa, digamos, inquietação interior por escrever que você tem revela, na verdade, um traço da sua inteligência. Porque, no final das contas, quem escreve, mal pensa. Essa é a verdade. Então, sim, escrever não é apenas o ato de registrar palavras no papel, não! Não é nada disso! Escrever é uma manifestação externa, física, do funcionamento interno da nossa mente. E a nossa mente, meus caros, ela
nunca se cala. Então, a escrita é justamente esse veículo maravilhoso, né? Por meio do qual você consegue domar as suas ideias, articular os seus pensamentos e dar a eles uma forma coesa, coerente, né? Vamos tomar um gole d'água. Veja, se você reparar bem, o dia de ontem foi uma espécie de remédio amargo, tá? Por um lado, foi um consolo. Por quê? Porque você percebeu que muitos dos bloqueios que te impedem de começar a escrever, bom, eles são meros espantalhos, né? Agora, por outro lado, agora você não tem mais desculpas para não... Colocar as suas ideias
no papel não é verdade. Com esse exercício, a gente provou que você consegue escrever, e pode ser que você tenha chegado a essa conclusão ainda ontem, ou pode ser que você, mesmo antes da aula de ontem, né? Antes de eu te passar o exercício, já tenha tentado colocar a mão na massa e começar a escrever. Acontece que, quando não há um direcionamento claro, como aquele que eu dei no exercício de ontem, você se depara com uma espécie de inibição, uma espécie de bloqueio criativo que impede você de prosseguir, né? Você trava e fica ali parado,
estanque, paralisado, sem saber como é que você vai começar. Esse problema, meus caros, é o que eu chamo de "O Fantasma da Página em Branco". Todo escritor, em algum momento, já sofreu desse mal, e eu aposto que você também já passou por isso, mesmo sem ser um escritor. Porque assim, quem nunca teve, sei lá, uma questão familiar delicada? Não é um assunto espinhoso? Um e-mail importantíssimo no trabalho, né? Em que você se pegou pensando diante dessas coisas: "Bom, mas e agora, né? Agora, como é que eu vou abordar esse assunto? Como eu vou responder a
este problema? Como eu vou responder a este e-mail? Como é que eu posso começar a falar ou escrever da melhor maneira? Como é que eu posso colocar todas as minhas intenções no papel? Como é que eu posso tirar do meu peito todas as inquietações que eu tenho e que eu não consigo sequer dar nome para elas direito? Como é que eu faço isso?" Então, veja que essas são todas diferentes manifestações do Fantasma da Página em Branco. Sempre que você se propõe a escrever e se convence de que isso é importante, mas trava na hora H,
o Fantasma tá ali diante de você, segurando você, e é dele, é desse fantasma que nós vamos tratar hoje. Seguindo o nosso itinerário, a aula de hoje vai ser muito prática porque eu vou te apresentar um exercício para você nunca mais, nunca mais sofrer com essa assombração. Hoje, você vai aprender a expulsar, a exorcizar o Fantasma da Página em Branco e encontrar todos os temas que estão aí pulsando dentro de você, tá certo? Então, vamos lá! O que eu vou ensinar para vocês aqui, né, é algo que eu ensino exclusivamente aos meus alunos da oficina
de escrita criativa. É um exercício que eu venho aperfeiçoando ao longo de muitos anos e que agora eu vou entregar para vocês de graça. Então, assim, prestem atenção, tá? Por quê? Porque ele vai mudar a sua vida, ainda que você não queira, ainda que você não pretenda ser um escritor. Esse exercício, ele é transformador. Eu tô falando sério, tá? Então, veja bem, eu, você, todo mundo, todos nós temos aquilo que a gente chama de consciente e inconsciente, não é verdade? Quer dizer, com certeza você já ouviu falar nesses termos, e o exercício de escrever é
uma atividade em que o consciente e o inconsciente estão presentes. O que acontece é que, num primeiro momento, é o inconsciente que precisa fluir livremente, usando tudo o que existe na sua memória, todas as suas emoções, todos os incidentes da sua vida, todas as cenas de que você se recorda, todas as características da sua personalidade e todas aquelas associações, analogias que você, durante toda a sua vida, armazenou nas regiões mais profundas do seu ser, da sua alma. Ao mesmo tempo, a mente consciente tem a função de quê? De controlar, de combinar, de discriminar todos esses
materiais. A mente consciente, o que ela faz? Ela classifica, ela estabelece diferenças, ela faz discernimentos, tá? A mente consciente não é criativa, e isso é bom. Por quê? Porque a gente precisa disso! A gente precisa de alguém que faça o serviço de discernir. O problema da mente consciente sabe qual é? É que, de antemão, ela já começa a censurar o nosso inconsciente. Esse é o problema. O inconsciente vai oferecer para você todos os modelos imagináveis: modelos de personagens, de cenas, de situações, de argumentações, de respostas emocionais ou racionais, tá? E o consciente, o que ele
vai fazer? Vai realizar a tarefa de decidir quais modelos são, por exemplo, pessoais demais, né? E quais, ao contrário, são mais universais, ou seja, podem ser experimentados por um grande número de pessoas e, portanto, podem ser mais úteis para um escritor. Então, o inconsciente cria tipos e vai acrescentando a esses tipos traços especiais. Não importa quais são esses traços, não importa quais são essas características; podem ser as mais loucas ou as mais óbvias, tá? E não importa por quê. Porque depois, depois que o inconsciente fez o trabalho dele, o consciente vem e faz a seleção,
faz o aprimoramento desses tipos. Bom, então, o que é que a gente pode deduzir de tudo isso que eu acabei de explicar? Em primeiro lugar, nós temos que chegar à conclusão de que todos os nossos textos estão e vão estar sempre, sempre carregados de informações pessoais e isso é perfeitamente normal, tá? Na verdade, isso é inseparável do ato de escrever porque, em alguma medida, você sempre vai falar da sua experiência, do que se passa com você na sua vida. Mas a gente não deve ver isso como uma possibilidade de que os textos se transformem, né?
Por causa disso, em coisas monótonas e que não vão despertar o interesse dos leitores, tá? E por que a gente não deve pensar assim? Porque o inconsciente faz tudo transbordar sem censura, mas, depois, o consciente vai trabalhar para alterar, para recombinar, para introduzir elementos de surpresa ou de novidade a cada novo texto, tá? Todas as histórias, todos os textos nascem do inconsciente. É no inconsciente, nessa zona... Da nossa mente, que nós não conhecemos, que as histórias e os textos sempre nascem. E, se tudo surge do inconsciente, dessa zona sobre a qual nós não temos nenhum
controle, as ideias podem surgir completamente desordenadas ou só superficialmente delineadas, ou até mesmo assombrosamente precisas e minuciosas. E tá tudo bem, porque, num primeiro momento, no primeiro momento da criação do texto, é para ser assim mesmo. Então, vejam, eu sei que isso tudo que eu falei até aqui pode parecer um pouco abstrato. Eu sei disso, então vamos fazer o seguinte: agora eu vou deixar a coisa mais concreta e tenho certeza de que vocês vão entender melhor o que eu quero. Te mostrar é como é que você pode ensinar o seu inconsciente a fluir através do
canal da escrita. E digo mais: a partir do seu inconsciente, podem nascer textos maravilhosos. Esse exercício eu venho testando e ensinando aos meus alunos ao longo de todos esses anos, e eles vêm dando os melhores resultados. Bom, ontem eu pedi para vocês cinco linhas, não é? E todo mundo fez. Bom, então agora nós vamos dar um passo a mais. Agora eu vou pedir para você escrever uma página inteira, uma folha A4 de um caderno comum. Mas você não vai escrever baseado numa observação de um objeto ou de uma pessoa, como você fez para o exercício
de hoje. Não, agora o desafio é diferente. Então, preste atenção: o desafio é o seguinte: você vai sentar, vai colocar a caneta sobre o papel e só vai parar de escrever quando terminar a página. E você vai escrever o que vier na sua cabeça. Você não vai raciocinar; você vai lutar para não raciocinar. E é o que vier na sua cabeça mesmo: é o sonho que você teve durante a noite, são as atividades do dia anterior, é uma conversa real ou imaginária, é um exame de consciência, é um, sei lá, um pesadelo, é uma lista
de, sei lá eu, do que você quiser. Não importa, mas siga um critério fundamental: não pense no que você vai escrever. Não racionalize. Isso é muito, muito importante; isso é fundamental. Vou repetir: não pense no que você vai escrever. Por quê? Porque eu quero que você libere o seu inconsciente. Quando você pensa no que está escrevendo, você está abafando o seu inconsciente, que é o seu lado criativo. Então, esqueça por completo as suas qualidades críticas. Pense que não faz diferença se você escreve sentado na cama ou na mesa da cozinha, se você escreve à mão
ou num computador. Não interessa: escreva do começo ao fim, sem parar. O exercício vai ficar mais fácil se você entender este exemplo prático que eu vou dar agora sobre como a sua mente funciona. Imagine que na sua cabeça existem duas partes, e elas estão separadas por um alçapão. E esse alçapão está fechado com um cadeado, um cadeado enorme. E, além disso, sentado em cima desse alçapão, tem um anãozinho. Ah, é isso mesmo, mas não é o anãozinho da Branca de Neve, não! É um desses duendes horríveis, narigudos e com ruga ainda na ponta do nariz.
Bom, e o duende tá lá, sentado em cima do alçapão, e debaixo do alçapão, preso nesse outro espaço da sua cabeça, mora um gigante, um gigante imenso. E ele fica esmurrando a porta do alçapão e gritando o tempo inteiro que ele quer sair dali, que ele precisa sair dali. E esse gigante é enorme. Sabe por quê? Porque ele carrega dentro dele todas as forças que existem no nosso inconsciente: todas as nossas ideias, as nossas memórias, os nossos sentimentos. É o gigante que possui toda a força criativa. Esse gigante somos nós, é você. E esse exercício
de escrever sem censura prévia, colocando no papel o que aparecer na sua cabeça, vai fazer com que você arranque o duende de cima do alçapão, dê um chute na bunda dele, abra a porta do alçapão e deixe o gigante falar. Ou seja, esse exercício é uma libertação. Agora, não pense que é fácil fazer isso. Não é! O nosso duende, o nosso lado consciente, a nossa razão, as censuras que nos controlam, vão estar sempre tentando impedir que você escreva com liberdade. Tô me referindo àquela vozinha, aquela vozinha que vem no seu ouvido e diz assim: "Não,
não, que ideia ridícula você teve! Não, não escreva isso! Isso é uma bobagem!" Ou então, ela vem e fala assim: "Não, pelo amor de Deus, se seu pai tivesse vivo, ele jamais permitiria que você escrevesse isso!" Né? Essa vozinha também vem dizer assim: "Pelo amor de Deus, imagina se a sua esposa lê isso! O que ela vai pensar de você?" Né? Ou ela vem e diz: "Você acha que você sabe escrever? Você acha? Imagina o que seus amigos iam dizer se eles lessem isso aqui no seu perfil do Instagram! Você vai virar motivo de gozação
pro resto da vida! Para com essa bobagem!" Essa vozinha irritante que fica falando tudo isso é a voz do duende, sentado em cima do alçapão, impedindo que o gigante saia e se liberte. E é essa voz que você vai enfrentar com o exercício que eu acabei de passar, mais uma vez. Então, como nós vimos ontem, a base de tudo, meus caros, é a coragem. É a coragem! Sem ela, você não vai conseguir fazer esse exercício. Agora, depois que você fizer esse exercício, você vai descobrir o quê? Você vai descobrir que ele começa a dar frutos.
O trabalho real de escrever já não vai parecer tão árduo ou tão cansativo, e você vai perceber que conseguiu abrir um pouco o canal de contato com o seu gigante, com o seu inconsciente, e conseguiu expulsar da sua cabeça, por alguns momentos, o duende. Censura. E, se você for dedicado, se você fizer a sério mesmo isso, você vai começar a perceber que todo o material bruto que a vida te oferece tudo pode ser transformado em texto. Tudo que existe dentro de você pode se tornar texto, e isso só vai ficar nítido se você fizer o
exercício. Na teoria, na conversa, só não tem como você experimentar esse efeito maravilhoso de libertação do seu gigante. Então, eu vou recapitular para você anotar aí as regras do exercício. Amanhã de manhã, você vai escrever uma página do começo ao fim, sem parar e sem pensar no que você está escrevendo. Você vai simplesmente escrever, deixando a fluir livremente ao longo de uma página. E olha, deixa eu te falar uma coisa, eu vou repetir: não tenha medo. Se o que vier na sua cabeça forem coisas loucas, alucinadas ou até moralmente censuráveis, pelo amor de Deus, não
tenha medo. Deixa o texto fluir, tá? Certa vez, uma aluna, depois que começou a fazer esse exercício, me procurou e disse assim: “Professor, olha, eu tô muito angustiada por assim porque, quando eu começo a escrever sem censura, quando eu começo a fazer o exercício, só aparece o pior tipo de pornografia na minha cabeça. Mas acontece que eu sou uma pessoa católica, ou seja, eu não poderia estar escrevendo essas coisas. Então, eu quero saber do senhor o que eu posso fazer.” E ela realmente estava angustiada, coitada. Eu respondi para ela o seguinte: “Fique tranquila. Escrever não
quer dizer que você está fazendo essas coisas. Na verdade, ao escrever, você está expulsando do seu inconsciente todas essas coisas. Você está se libertando delas e, se você continuar escrevendo lentamente, sabe o que vai acontecer? Esses temas vão desaparecer e vão ser substituídos por outras coisas, muito mais profundas, muito mais verdadeiras, mais essenciais. Então, eu só peço uma coisa para você: confie em mim e não pare.” Bom, ela seguiu em frente. Depois de uns três ou quatro meses, nós conversamos novamente e ela me disse que eu estava certo e que agora o que ela escrevia
era exatamente quem ela era. Então, você anotou tudo para fazer o exercício? Você vai fazer o exercício? Me diga aqui no chat se você vai fazer ele. Mas é amanhã de manhã para pegar você de cabeça fresca, não é? Agora, eu quero saber de você. Escreva aqui: “Eu vou fazer o exercício.” Fale para mim. Não tem nada de bagulho do Freud, senhorita Lamis. Nada! Não tem nada a ver com Freud aqui, não, viu? Nada, nada, nada disso. Não comece a misturar as coisas, tá? Que eu nunca fui freudiano e nunca serei. Então, não venha misturar,
não venha bagunçar minha aula, hein? Com essa coisa de Freud. Olha aí todo mundo dizendo: “Eu vou fazer, eu vou fazer, eu vou fazer, sim, vou fazer o exercício.” Eu vou, eu vou, eu vou. É isso mesmo! É isso mesmo, eu vou fazer esse exorcismo. Muito bem, muito bem! Vocês! Puxa vida, vocês são excelentes! Olha, vocês são admiráveis, admiráveis! Que coragem! E é isso que vai transformar vocês em escritores. Bom, o passo seguinte, depois que você fez o exercício, qual é? É você ler o que você produziu. E por que você vai ler? Você vai
ler exatamente para tentar descobrir quais os gostos, quais os talentos que você tem, quais as características que o seu texto tem. Tá, mas há uma forma correta de ler o seu texto. Você precisa ler o seu texto como se ele tivesse sido escrito por um estranho e não por você. Agora, nesse momento do exercício, entra em jogo o duende, a mente consciente. Então, é o momento de ler sem pressa, calmamente, como se esse material tivesse sido escrito por outra pessoa. Esqueça que esse texto é seu. Esqueça também a sua ambição de ser escritor ou de
produzir textos incríveis. Não esqueça até mesmo a esperança de se tornar escritor. Esqueça também o medo que você pode encontrar nesse texto que você vai ler, porque o que pode ter ali, você não sabe. Então, eu vou repetir: pense que esse material todo que você escreveu pertence a outra pessoa, e um outro escritor escreveu isso e veio bater na sua casa para pedir a sua ajuda para avaliar o que ele produziu. E você topou. Você vai ler o texto dele e vai dar sua opinião. Bom, o que vai acontecer quando você começar a leitura? Podem
acontecer muitas coisas, né? Você vai encontrar repetições, você vai encontrar frases interessantes, você vai encontrar ideias que utilizam, às vezes, as mesmas fórmulas de expressão, né? Você também vai encontrar repetições até na maneira de como você compõe as frases. Né? Não importa! Não importa, tá valendo! Atentamente, não pare. Depois que você terminar essa primeira leitura, sabe o que você vai fazer? Vai mandar o material para mim, tá? Isso tudo amanhã. Por onde? Por meio de um formulário. Você vai mandar o texto por meio de um formulário. Você vai clicar no link que eu vou enviar
amanhã de manhã no grupo do WhatsApp. E, clicando nesse link, você vai enviar o seu texto para mim por lá. Então, só vai poder participar do exercício quem tá no grupo, no grupo do WhatsApp. Se você ainda não entrou no grupo do WhatsApp, a minha equipe tá deixando aqui nos comentários e na descrição do vídeo o link para você entrar. Tá aqui na descrição do vídeo o link do grupo do WhatsApp para você entrar no grupo. Bom, e por que você vai enviar para mim o seu texto? Porque amanhã eu vou analisar alguns textos de
vocês, como eu fiz hoje com as cinco linhas, e vou mostrar para você como é que você trabalha. Com esse material bruto, para chegar a um texto interessante, então, desse exercício, vejam bem, podem surgir os mais diferentes tipos de escritor: do contista ao romancista, do autor de histórias infantis ao cronista. O importante é você perceber, calmamente, lendo e relendo o que você produziu, por quais caminhos a sua imaginação viaja e quais os temas que são mais próximos de você. Quase sempre, quando os meus alunos da oficina de escrita criativa fazem esse exercício, bom, é fatal:
eles se entusiasmam e começam a produzir mais e mais textos, com uma animação. E isso é ótimo, porque essa produção espontânea, feita sem uma forma prevista, serve para mostrar aquilo que eu falei durante a campanha inteira: que você é maior do que você pensa e que, dentro de você, tem esse gigante que precisa ser libertado, custe o que custar. E o resultado desse exercício é que, amanhã, quando eu mostrar para você os aspectos positivos do que você escreveu, você vai perceber que tem nas mãos um diamante bruto, pronto para ser lapidado, pronto para ser transformado
num texto genial, memorável. Né? Mas, para isso, bom, você vai precisar de algumas ferramentas, não é mesmo? Assim como o ourives, que vai lapidar um diamante, tem lá, sei lá, a sua pinça, as lixas, um tipo de broca especial para dar acabamento na pedra, bom, você vai também precisar dispor de um arsenal para transformar a sua ideia bruta numa joia. E é exatamente isso o que eu vou mostrar para você amanhã: eu vou te apresentar as ferramentas da técnica literária. E é claro, eu sei que muitos de vocês estão esperando isso, né? É claro! Amanhã
é o dia em que eu abro as inscrições para a próxima turma da novíssima oficina de escrita criativa. Então, amanhã, eu espero todos vocês para a nossa terceira e última aula, cujo tema é engenharia da escrita criativa, o método definitivo. Tá certo, pessoal? Muito obrigado a todos vocês pela presença! Tenham uma excelente noite e não percam a aula de amanhã. E não deixem de fazer o exercício, porque eu vou estar aqui esperando os textos de vocês chegarem no formulário, tá bom? Um abração, tudo de bom e até amanhã! Pessoal, então comecei a fazer a oficina
e, hoje, depois de alguns meses, o que eu posso ver é que se você nunca escreveu e tem a maior insegurança, acredite em mim: a disciplina e os exercícios vão te ajudar. Não tem como você não escrever! Inclusive, a minha escrita em outro idioma melhorou, porque o meu processo de comunicação melhorou. Oi, eu sou a Carla, eu moro nos Estados Unidos há 7 anos e sou advogada. Eu comecei a fazer a oficina após muitos anos com a prática de diário; o diário sempre foi terapêutico para mim. E não é por acaso que quem sabe que
a oficina entende o porquê. Eu gostava de algumas coisas que eu escrevia, então eu vi ali um certo potencial, mas eu tinha inseguranças também. Será que eu tenho repertório para escrever algo interessante? Será que eu realmente tenho esse talento? Então comecei a fazer a oficina e, hoje, depois de alguns meses, o que eu posso ver é que ambas as ideias eram mitos. A minha insegurança foi sanada com exercício, com a disciplina; ela se mostrou muito mais eficaz do que mero talento. E o que eu achava que era talento, eu consegui identificar e melhorar na minha
escrita. Consegui identificar vícios e jargões. Então não interessa onde você esteja; se você acha que já é um escritor pronto, você vai se beneficiar identificando erros e melhorando a sua escrita. Se você nunca escreveu e tem a maior insegurança, acredite em mim: a disciplina e os exercícios vão te ajudar. Não tem como você não escrever! Inclusive, a minha escrita em outro idioma melhorou, porque o meu processo de comunicação melhorou. Mas eu acho que o bônus maior disso tudo é a forma de enxergar a vida. Quando a gente busca, quando a gente se obriga a buscar
na vida, nas cenas mais cotidianas, a matéria-prima para a escrita, não tem como voltar atrás. As suas lentes sobre o mundo mudam. A maneira de olhar qualquer cena cotidiana, qualquer conversa, qualquer ser humano muda. E isso é maravilhoso. O processo se torna muito mais importante do que o resultado, e claro, o resultado é uma consequência dele. Então, o meu testemunho para vocês é que sim, a escrita melhora muito, mesmo para quem já tem uma certa maturidade ou para quem não. Mas esse processo, eu não posso descrever para vocês o quanto é transformador. Eu entrei na
oficina de escrita criativa como uma criança que precisava ser alfabetizada, e eu saí de lá como um homem formado em leitura e escrita. Se você quer ter a sua mente ampliada, o preparo para escrever melhor, não importa o objetivo, sua área de atuação, não perca a oportunidade de fazer a oficina de escrita criativa; ela vai mudar sua vida! Olá! Eu me chamo Leonardo Esqu de Araújo, eu sou gerente de projetos de TI e, a cada aula que eu assistia, eu ficava maravilhado. Eu não conseguia assistir só uma vez; eu me encantei por cada aula que
foi dada ali e descobri, ainda, que eu não sabia ler. O curso não ensina só a questão relacionada à escrita, mas como você se tornar um leitor melhor. A oficina me ensinou não só o caminho da escrita, mas também como absorver melhor o que a vida me oferece, de modo a tentar devolver uma história, algo criado daquilo que nós temos ao nosso redor. Eu entrei na oficina de escrita criativa como uma criança que precisava ser alfabetizada e eu saí de lá como... Um homem formado em leitura e escrita, e foi na oficina que eu aprendi
a observar melhor o que ocorre ao meu redor, a questionar os motivos daquilo acontecer e perceber que a situação pode se tornar uma narrativa envolvente. Dessa forma, entendi como tornar as minhas experiências de vida em grandes histórias. Além disso, a oficina me ajudou a mudar o meu pensamento de mero espectador a um escritor prolífico, realizando os exercícios e técnicas propostas. Após a oficina, sob a minha perspectiva, o mundo não é mais um aglomerado de situações adversas, e sim um vasto campo pronto a ser colhido de histórias a serem contadas e escritas. Se você quer ter
a sua mente ampliada e o preparo para escrever melhor, não importa o objetivo ou sua área de atuação, não perca a oportunidade de fazer a oficina de escrita criativa; ela vai mudar sua vida. E hoje, graças à oficina, eu escrevo todos os dias. Fui buscar informação, comprei vários livros, todos os livros relacionados à técnica de escrita que tenho aqui em casa. Já li e estudei, mas nada se compara à oficina de escrita, que é simplesmente esplêndida. Olá, meu nome é Ricardo, eu sou aluno da oficina de escrita criativa do professor Rodrigo Gurgel. O curso do
professor é fantástico; é um curso muito completo. Ele tem quatro módulos, onde o professor descreve desde os aspectos psicológicos necessários para se chegar à escrita até as técnicas mais avançadas de escrever. Eu sou músico, mas estou escrevendo um romance já há alguns anos. No processo de escrita do romance, eu travei diversas vezes. Fui buscar informação, comprei vários livros, e nada se compara à oficina de escrita, que é esplêndida. E hoje, graças aos exercícios propostos nas aulas e aos textos que o professor traz para o curso, onde ele faz uma análise minuciosa, isso nos ajuda muito,
não só como escritores, mas também como leitores, porque, bom, para se escrever bem, é necessário ler bem. Nesses anos todos, desde que comecei a escrever o meu romance, eu travei diversas vezes por falta de habilidade técnica e de conceitos, e sobretudo foco. No curso, o professor trabalha muito isso; ele dá inúmeras dicas de como você ter foco, mas um foco muito bem direcionado, e como você ir no lugar certo, do jeito certo, para extrair o melhor resultado daquilo que você quer para a sua história. E hoje, graças à oficina, eu escrevo todos os dias. Esse
curso é o melhor que existe. Falo porque já fiz outros, e como eu disse, já li todos os livros sobre escrita criativa, e nada se compara. Um abraço! O incentivo do mestre deu-me ousadia para publicar um livro de poesias de minha autoria. Adquiri o hábito de escrever todos os dias. Eu me chamo Lígia do Vale Cay, e estou aqui hoje para fazer um depoimento sobre algo que tenho vivenciado e que melhorou a minha vida: é a oficina de escrita criativa do professor Rodrigo Gurgel. Fiquei muito feliz quando eu soube que haveria uma oficina sobre isso;
pensei que finalmente iria aprender como extravasar esse turbilhão de ideias que se agitam no meu ser, e realmente isso aconteceu. Eu tenho aprendido muito com as lições do professor Rodrigo Gurgel. Hoje sei que esse escrever exige muito mais empenho e disciplina do que inspiração. O incentivo do mestre deu-me ousadia para publicar um livro de poesias de minha autoria. Adquiri o hábito de escrever todos os dias e estou convicta de que somos feitos de histórias, como alguém já disse, e essas histórias estão dentro de nós pedindo para sair em forma de palavras. Elas, com o que
aprendemos na oficina, jorram de nossas penas, ou de nossa pena, cada dia com mais facilidade. É incrível como o processo de escrita nos aproxima de nós mesmos. Hoje, com 73 anos e praticando os exercícios sugeridos, eu me conheço melhor, me expresso melhor e já não me censo tanto como fazia em outros tempos. Foi como se desentupisse uma fonte de energia criativa que eu nem sabia que existia dentro de mim. Meu nome é João Miguel, tenho 23 anos, sou estudante de engenharia civil e queria contar um pouco da minha experiência com a oficina de escrita criativa
do professor Gurgel. Eu comecei a me interessar por escrita quando comecei a escrever diários, assim, mais para tirar os pensamentos da cabeça. Eu percebi que aquilo era muito gostoso de fazer, e eu queria começar a criar, contar histórias, saber e tirar da minha cabeça aquilo que eu queria contar para as pessoas. Quando eu vi o professor Gurgel falar com tanto critério e seriedade sobre o que é escrever e o que é ser um escritor, eu me interessei muito. Aquilo foi como se acendesse uma luz para mim, porque era exatamente a visão que eu tinha do
escritor que eu queria ser. Então, decidi entrar na oficina, porque era como se ele tivesse o caminho certo para eu me tornar o escritor que eu queria ser. E no meio da oficina, começam a surgir dúvidas. Já falaram para mim que eu precisava ler e precisava escrever para ser um bom escritor, mas ninguém nunca me falou como. O professor sabia exatamente o que eu tinha que fazer; ele ensina a forma como você lê para absorver os estilos dos autores que você gosta. Ensina o exercício fundamental que são as páginas matinais; foi como se desentupisse uma
fonte de energia criativa que eu nem sabia que existia dentro de mim. Então, foi uma experiência muito boa; era como se toda aula eu encontrasse um professor, um amigo. Sábio que sabia exatamente o caminho que você tinha que seguir, e ele sabia qual era o caminho não porque alguém já contou para ele, mas porque ele trilhou. O professor mostra com muito critério que ele seguiu todos aqueles exercícios. Eu recomendo demais a oficina, é uma oportunidade muito boa se você quer escrever, se você quer aumentar a sua criatividade, e eu acho que é muito interessante. Eu
acho que vocês vão gostar bastante de fazer a oficina. Eu comecei a escrever dois livros após o início das aulas da oficina de escrita criativa. Eu devo dizer que a oficina de escrita mudou a minha vida e a minha relação com a leitura, com a escrita e com a minha própria vida. Meu nome é Luciana, eu decidi entrar pra oficina de escrita criativa porque a leitura e a escrita sempre fizeram parte da minha vida desde muito pequenininha. Eu tenho aqui um sem-número de cadernos com cartas, diários, poemas, reflexões, das mais diversas ideias para livros, romances,
e eu tenho uma necessidade muito grande de ordenar todo esse material e de continuar escrevendo com uma qualidade melhor do que eu vim fazendo de uma maneira muito intuitiva durante a vida. Eu comecei a escrever dois livros após o início das aulas da oficina de escrita criativa; um é o meu livro de ensaio sobre educação, as minhas experiências com educação, e o outro é o meu primeiro romance. Eu devo dizer que a oficina de escrita mudou a minha vida e a minha relação com a leitura, com a escrita e com a minha própria vida. A
clareza, a compreensão sobre o que eu leio, sobre o que eu escrevo, sobre as minhas experiências estão se espraiando pelas minhas aulas e pela minha escrita. Eu nunca tive medo da folha de papel em branco, mas a oficina me levou à necessidade de aprofundar-me em mim mesma de uma maneira muito sincera e verdadeira. Me levou também à necessidade de me entregar inteiramente ao processo, a um doloroso processo da escrita cotidiana. Com o professor Rodrigo, eu venho aprendendo a beleza desse processo, dessa constância, e aqui apareceram o medo e o desafio inesperados. Porém, a beleza, a
sinceridade, o amor que o professor Rodrigo Gurgel imprime nas suas aulas da oficina de escrita criativa lançam luz nesse processo da escrita, do ensino e da percepção da realidade. Eu indico a oficina a todos os que desejam desfrutar melhor da vida, da realidade e de si mesmos, seja lendo ou escrevendo. Eu hei de conseguir narrar essa eterna gratidão e admiração que eu dedico ao meu mestre Rodrigo Gurgel, em especial após eu ter me tornado aluna da oficina de escrita criativa. Obrigada, professor Rodrigo! Hoje eu já consigo escrever pequenos contos, pequenos textos, como por exemplo, o
meu primeiro conto "Estradas e Estrelas", um conto que já tinha algum tempo na minha cabeça, mas que eu nunca consegui transmutar em palavras. Hoje eu consegui. Meu nome é Maria Lúcia dos Santos. Quando eu conheci a escrita criativa do professor Rodrigo Gurgel, eu percebi que aí estava finalmente a minha oportunidade de me expressar no mundo e decidi fazer o curso. Foi uma decisão muito, muito acertada, porque ele me deu a certeza de que sim, eu posso escrever. Apesar de todo o tempo já perdido, eu ainda posso escrever. A partir dos inúmeros exercícios propostos pelo curso,
como por exemplo, esse aqui: páginas matinais, nós exercitamos a disciplina, nós exercitamos como vencer a procrastinação; ainda trabalhamos o nosso inconsciente para ser nosso aliado no nosso ato de escrever. O curso de escrita criativa nos mostra que é possível sim inserir as nossas atividades de escrita no nosso dia a dia. O curso nos toma pela mão e nos faz vislumbrar o caminho, fazendo com que nós achemos o nosso próprio jeito de caminhar. Se você, como eu, já entrou na terceira idade, não procrastine mais, mas ainda é tempo. E se você ainda é jovem, nossa, meu
Deus, que sorte a sua! Que maravilha você ter ainda na juventude a oportunidade de encontrar ao alcance de suas mãos uma mão que lhe aponte o caminho da jornada da escrita. Não perca tempo, o tempo é agora!