O PERIGO IMINENTE da Epidemia de CIGARROS ELETRÔNICOS

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Olá, Ciência!
Quais são os riscos de fumar cigarro eletrônico? Cigarro eletrônico faz mal? Vape é mais seguro que ...
Video Transcript:
Anvisa mantém a proibição da venda de cigarro  eletrônico no Brasil. Ué, mas era proibido antes? No vídeo de hoje eu vou te contar se faz  sentido proibir cigarros eletrônicos no Brasil.
Será que eles são mesmo uma alternativa  mais segura do que o cigarro comum? Com a facilidade que é comprar  um vape na esquina mais próxima, não seria melhor liberar de uma vez e  controlar a qualidade do que é vendido por aí? Me conta aqui nos comentários  se você já usou algum tipo de cigarro eletrônico ou conhece alguém que usa.
Pra descobrir se faz sentido proibir a  venda de um produto que se diz mais seguro do que o cigarro branco tradicional, vamos entender a verdadeira diferença entre  cigarro tradicional e cigarro eletrônico. Os cigarros eletrônicos surgiram em 2003  como uma alternativa aos cigarros comuns. Eles são dispositivos pequenos, preenchidos com um líquido composto principalmente de  água, glicerina e propilenoglicol.
Esse líquido pode conter aromas, sabores  artificiais, e até mesmo nicotina em alguns casos. A mágica do cigarro eletrônico  acontece quando a resistência que está no dispositivo aquece o líquido, e ele se transforma em um vapor  que é inalado pela pessoa. Essa produção de vapor a partir de um líquido é a principal diferença entre o cigarro  eletrônico e o cigarro tradicional, que produz uma fumaça a  partir da combustão do tabaco.
O vapor que sai do cigarro eletrônico se  dissipa com muito mais facilidade que a fumaça, e não tem fogo e cinzas. É por isso que os vapes costumam ser tolerados  em ambientes comuns e até ambientes fechados. Muita gente nem acha que está de fato fumando.
Outra diferença é o sabor e o cheiro. A maioria dos cigarros comuns têm um sabor que  fica marcado na língua e um cheiro muito forte, até mesmo desagradável para quem está de fora. Já os cigarros eletrônicos têm sabores  artificiais que vão desde menta e frutas tropicais até sobremesas deliciosas As opções só aumentam a cada dia, transformando  o ato de fumar em uma experiência personalizada e atrativa para as pessoas.
O que por si só já é motivo  suficiente para deixar esses dispositivos bem populares,  especialmente entre jovens. Outro grande atrativo diz respeito  ao efeito do cigarro na saúde. No cigarro convencional, a queima do tabaco  produz um monte de substâncias tóxicas que geram problemas graves de saúde,  como doenças cardiovasculares e câncer.
Por isso, o cigarro comum é tão nocivo. Já o cigarro eletrônico não  tem combustão, então em teoria, é só um líquido aparentemente inofensivo. Por conta de toda essa atratividade, as estimativas mostram que o número de  pessoas que fumam cigarros eletrônicos no mundo passou de 21,3 milhões  em 2012 para 81 milhões em 2022.
Um aumento de 380%. E o uso está ficando especialmente  comum entre adolescentes e jovens. Nos Estados Unidos, em 2018, mais de  1 em cada 4 estudantes do ensino médio confessou ter usado cigarros eletrônicos  nos 30 dias anteriores à pesquisa.
E no Brasil não está sendo diferente. A pesquisa Nacional de Saúde  Escolar feita pelo IBGE em 2019 mostrou que 22% dos estudantes de 16 e 17 anos  já tinham experimentado cigarro eletrônico. Esses números mostram o que  todos nós já vemos nas ruas: passa no portão de qualquer  escola na hora da saída e vê lá se os meninos não  estão com o pendrive no bolso, só esperando a hora do sinal pra piscar a luzinha e baforar uma nuvem perfumada no ar?
Me conta aí como está essa situação na sua cidade. Mas será que o cigarro eletrônico é de fato tão seguro a ponto de ser usado  até mesmo por adolescentes? O que a ciência descobriu até agora sobre os  reais efeitos do cigarro eletrônico na saúde?
A queima do tabaco dos cigarros convencionais produz uma fumaça com mais de  sete mil substâncias químicas. E pelo menos setenta delas são cancerígenas. Os cigarros eletrônicos de fato não têm essa  queima de tabaco e não geram ESSA fumaça com uma infinidade de substâncias tóxicas.
Mas a verdade, pessoal, é que  eles têm OUTRAS substâncias nocivas e podem causar danos de outras formas. Muitos dos componentes do  líquido no cigarro eletrônico, principalmente alguns aromatizantes e aditivos, são considerados seguros e aprovados por  várias agências de saúde no mundo, né. Mas essa segurança diz respeito  à ingestão dessas substâncias.
A ciência está começando a descobrir que quando  algumas delas são inaladas ou vaporizadas, elas podem ser muito perigosas. Um dos aditivos preocupantes é o diacetil, adicionado para dar um sabor amanteigado  ou de caramelo ao cigarro eletrônico, mas que pode provocar uma doença pulmonar  grave que culmina na perda da função do pulmão. Além disso, substâncias químicas  nocivas podem ser formadas quando esses aromatizantes  são aquecidos juntos com o glicerol que tem em quase todo cigarro eletrônico.
Uma dessas substâncias formadas é o formaldeído, que é sabidamente cancerígeno  em certas concentrações e pode causar problemas respiratórios, irritação dos olhos, nariz e  garganta, e afetar o sistema imune. Parece que sou eu que estou fumando,  mas não é não, galera. É só resfriado.
Pesquisadores também identificaram  partículas de metais pesados, como cromo, níquel, chumbo e cádmio nos líquidos e nos vapores  dos cigarros eletrônicos, provavelmente porque eles estão se  soltando da estrutura do cigarro. E esses metais estavam em quantidades  maiores do que as consideradas seguras. A verdade é que nós ainda não sabemos quais são as consequências da inalação  de todas essas substâncias somadas no longo prazo.
Os que os estudos estão começando a  mostrar que o uso de cigarro eletrônico aumenta em 30% o risco de asma e em 40% o  risco de doença pulmonar obstrutiva crônica. E por mais recente que seja o uso desses cigarros, eles já são os causadores  de uma doença pulmonar nova, chamada EVALI E-cigarette or Vaping Use-Associated Lung Injury. É uma doença grave que lesiona  o pulmão e gera uma fibrose, causando insuficiência respiratória  que pode levar à morte.
Um relatório dos EUA mostrou que entre  dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, 3 meses, foram quase 3 mil casos de hospitalização  pela EVALI e 68 mortes foram confirmadas. E um outro grande problema, que eu não  mencionei, né pessoal, é a nicotina. É ela a responsável por tornar  os cigarros comuns tão viciantes.
Os cigarros eletrônicos têm sal de nicotina,  em uma outra forma, que é sal de nicotina uma modificação da nicotina que cria um  vapor menos irritante para a garganta, mas não menos viciante. Estudos recentes estão mostrando que  os níveis de dependência de nicotina entre quem usa cigarro eletrônico chega a ser duas  vezes maior que entre quem fuma cigarro comum. Nem todos os vapes têm nicotina, mas  já houve casos em que pesquisadores encontraram nicotina em produtos  que se diziam livres dela.
Isso é especialmente preocupante  para uso por jovens e adolescentes, porque o cérebro ainda está em desenvolvimento. A exposição à nicotina nesse momento  pode ter efeitos permanentes na memória, no humor, e na aprendizagem. Fora a possibilidade de desenvolver  a dependência química por nicotina e ter que enfrentar esse  transtorno por muito tempo.
Esses riscos para a saúde, levantam  uma discussão muito importante sobre a regulamentação dos  cigarros eletrônicos no Brasil. É com base em vários estudos que eu citei  aqui que você encontra no comentário fixado que a comercialização desses dispositivos  é proibida pela ANVISA desde 2009. E em 2024, uma nova resolução da  ANVISA manteve essa proibição.
Mas será que essa é a melhor decisão? Com tanta gente usando, não seria melhor liberar e controlar a qualidade  dos cigarros eletrônicos vendidos? Nesse caso, teria até recolhimento de impostos que  poderiam ser direcionados para tratar as doenças que o cigarro eletrônico  eventualmente possa causar.
Eu já vou te contar o que eu penso  sobre essa história, mas na moral, você que chegou até aqui, se inscreve no canal  pra dar aquela força e me conta nos comentários: você é favorável à proibição do  cigarro eletrônico no Brasil ou não. E por quê? Reflete aí, não é uma resposta fácil, né?
Já se inscreveu no canal que mais te ajuda a tomar decisões baseadas em  ciência e já parou pra pensar? Então bora discutir se faz sentido proibir ou, melhor, manter a proibição do  cigarro eletrônico no Brasil. A primeira coisa que precisa ser  considerada na hora de discutir sobre a proibição dos cigarros eletrônicos é que o principal interessado na  liberação deles não é o fumante, nem mesmo a sociedade com  mais impostos arrecadados.
O maior interessado é a indústria do tabaco,  que historicamente usa várias táticas de lobby e desinformação pra manter seus  produtos nocivos à saúde no mercado. O exemplo mais recente foi um  estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, a Fiemg, que disse que ao manter a proibição, o Brasil estaria deixando de arrecadar  3,4 bilhões de reais em impostos. Mas o estudo foi patrocinado por quem?
British American Tobacco, dona dos cigarros  Lucky Strike, Dunhill, e vários outros. Eles afirmam que o cigarro eletrônico resolveria um problema ao invés de criar  um. O que não é bem uma verdade.
E os custos com o tratamento das doenças  causadas pelo cigarro eletrônico? Quanto o Brasil vai gastar tratando  câncer e a dependência química de nicotina que não foi colocado nessa conta? Quem está pagando somos eu e você.
A indústria do cigarro defende que o cigarro eletrônico é uma contenção  de danos do cigarro comum. Só que com o cigarro eletrônico, nós só estamos começando a entender os  danos, principalmente a longo prazo. O uso do vape como alternativa é muito incerto,  alguns estudos mostram benefícios e outros não.
Mas ainda que se comprove o benefício, é  perigoso liberar a venda para todo mundo, já que muitos vão começar a fumar por causa dele. O que alguns países como Austrália  e Reino Unido estão fazendo, é fazer o cigarro eletrônico com nicotina ser  um tipo de "remédio" vendido só em farmácias, em que é permitida a compra só para  quem tem receita médica indicando que se trata de um tratamento para reduzir o fumo. Um outro argumento a favor da liberação  é que os fumantes deveriam ser livres para decidir se querem um cigarro eletrônico.
A Phillip Morris, dona do Malboro, embalada  nessa onda da liberdade de escolha, lançou a campanha “Eu quero escolher”, para que as pessoas se posicionassem  contra a proibição da Anvisa. mas chega a ser bizarro, galera, porque se por um lado a pessoa  realmente tem a capacidade de escolher começar a fumar, por outro, no momento que a dependência de nicotina  se instala, meu amigo, vira uma doença. A pessoa não consegue parar a  não ser que haja um tratamento ou uma força de vontade absurda  diante das crises de abstinência.
Quem fuma e não conseguiu parar de  fumar, sabe do que eu estou falando. Pensa comigo: Você realmente acha que uma pessoa com dependência ou você  mesmo que está nessa situação você tem total controle das suas  escolhas? Não é fácil parar.
Além disso, eles não dão todas as informações de  forma clara para a pessoa tomar a melhor decisão: não é todo mundo que vai ler artigos científicos e descobrir que o cigarro eletrônico pode  viciar até mais do que o cigarro comum. Ou causar doenças exclusivas dele. E o pior: uma grande parcela dos  fumantes afetados são adolescentes.
Pessoas que estão formando a opinião O argumento da indústria é que  o produto é feito para adultos, principalmente para quem quer  parar de fumar o cigarro comum. Mas você acha mesmo que esses produtos coloridos,  com luzinha e que você pode fumar o bob esponja, são feitos para o público adulto? A indústria sabe muito bem que quanto mais  jovem um adolescente comprar o seu produto, mais tempo ela ficará ligada à marca.
Quem acompanha aí marketing digital  sabe que esse é o LTV, lifetime value O tanto que o consumidor vai  consumir ao longo da vida. Sem contar as propagandas nas  redes sociais, sempre coloridas, com pessoas saudáveis, usando  o cigarro em momentos de lazer. A mesma estratégia usada no passado, quando o  cigarro era visto como um símbolo de beleza.
E não podia faltar ele: o argumento de  que a proibição estimula o mercado ilegal e que a liberação garantiria  um controle da qualidade. Na teoria pode até ser, mas nós temos  exemplos de que isso não funciona na prática. É só ver o exemplo do cigarro comum.
Mesmo a venda dele sendo liberada no Brasil, 49% dos cigarros consumidos  em 2020 eram contrabandeados. Ou seja, liberar a venda não garante que  só produtos registrados vão ser consumidos. Mas oh, mesmo proibido, a indústria do cigarro vem se beneficiando muito da  falta de fiscalização rigorosa e das brechas na legislação.
Hoje você encontra vapes sendo vendidos como  vaporizadores de ervas ou difusores de aroma, mascarando seu verdadeiro  uso como cigarro eletrônico, só porque esses produtos em tese são permitidos. Por esses motivos, dá pra dizer que a decisão  da Anvisa em manter a proibição da venda de cigarro eletrônico no Brasil  foi acertada na minha visão e, principalmente, baseada em evidências  científicas de custo-benefício. No passado, foi errado permitir  a venda dos cigarros no Brasil, que trouxeram um custo  gigantesco para a saúde pública.
Será que vamos cometer o mesmo erro de novo? E aí, você acha que a Anvisa está certa? Me conta aqui nos comentários.
Se você quiser conhecer um outro lado do cigarro  que nunca te contaram, que é o impacto ambiental, assiste esse vídeo aqui! Um grande  abraço, se quiser parar de fumar, ligue 136 e busque ajuda  profissional e diga Olá, Ciência!
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