Cristo diz que nós seríamos suas testemunhas. O que é uma testemunha? É só alguém que fala de Jesus, que evangeliza, que compartilha ou será que existe algo mais por trás do significado dessa palavra e dessa definição?
É sobre isso que eu quero conversar com você hoje. Fique comigo e nos próximos minutos nós vamos entender melhor essa expressão de Cristo. Em Atos 1:8, o nosso Senhor Jesus, depois de ressuscitado, antes de ser assunto aos céus, disse aos seus apóstolos: “.
. . mas vocês receberão poder ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.
” Quando Cristo disse aos seus apóstolos que eles seriam suas testemunhas, nós precisamos entender algumas verdades por trás dessa frase. Em primeiro lugar, nós precisamos reconhecer o que é o significado de uma testemunha. Uma testemunha é alguém que viu, que ouviu algo e fala daquilo que presenciou.
Muitos anos atrás eu presenciei um acidente de trânsito e fui chamado como uma testemunha para depor. Me lembro quando me sentei diante do escrivão, comecei não apenas a descrever o quadro que eu vi mas tudo que eu imaginava, o que eu interpretava. Eu lembro que ele me estendeu a mão pedindo para que eu parasse falar e me disse o seguinte; “Você fala apenas o que você viu.
Você não tá aqui para falar o que acha ou o porquê você imagina que alguém fez alguma coisa. Só descreva aquilo que o senhor viu. ” E eu lembro que eu pedi perdão e descrevi exatamente o que eu vi, do começo ao fim, deixando o resto para eles.
Uma testemunha é alguém que fala daquilo que viu e ouviu. A pergunta a ser feita é: por que seria necessário a manifestação do poder do Espírito Santo na vida de pessoas para falar daquilo que viram e ouviram? Isso significa que os apóstolos não apenas eram testemunhas do ministério de Jesus, da sua morte, da sua ressurreição, sabemos que eles entram nesse nível de testemunha também, mas, se o que Jesus estivesse falando sobre ser sua testemunha era só falar do que presenciaram não precisava, necessariamente, nem ser crente e nem da unção do Espírito Santo para contar aquilo que viu, bastava uma boa memória.
Então, o que Jesus está propondo vai além disso, até porque, tirando aquela primeira geração, que teve o privilégio perto de Jesus, e não foram todos os que o viram morrer, que o viram ressuscitado, mas ninguém poderia então ser classificado como testemunhas, a não ser esse pequeno grupo. A bíblia fala de apóstolos, de homens e mulheres, para quem Jesus apareceu, de alguns grupos menores outros maiores mas nós reduziríamos a um número muito limitado de pessoas a possibilidade de ser testemunha se sustentássemos só a definição de que eles precisavam ter visto Jesus ressuscitado. Quando Jesus fala do poder do Espírito Santo, tão necessário para nos classificar como suas testemunhas, eu acredito que ele estava apontando numa outra direção: é a operação do poder do Espírito Santo nas nossas vidas que nos permite viver a realidade da ressurreição de Jesus.
E depois que nós passamos a ter experiências com Deus então, agora nós podemos falar daquilo que nós experimentamos. Por exemplo, em Atos, capítulo 4, só para fortalecer a ideia de que testemunha é quem presenciou, quem viu ou ouviu alguma coisa. Em Atos 4:20, os apóstolos dizem: “nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.
” Em outras palavras, ele estava dizendo: “nós não temos apenas uma mensagem com um plano de salvação, nós temos que falar do que vimos e do que ouvimos. ” Em Atos 22:15, o apóstolo Paulo fala que ele foi chamado para ser testemunha diante dos homens, das coisas . .
. o próprio Jesus falava isso para ele: “das coisas que tens visto e ouvido. " Então, uma testemunha fala daquilo que viu, daquilo que ouviu, fala daquilo que presenciou.
Me lembro, ainda na adolescência, de ter ouvido uma frase que mexeu muito comigo. A frase era: “Melhor do que viver pregando é pregar vivendo. ” Em outras palavras, quanto mais você experimenta a ação de Deus na sua própria vida, isso te dá autoridade para comunicar aos outros.
Então, eu queria construir essa ideia do que é ser uma testemunha de Cristo dividindo isso aqui em três partes distintas do mesmo pensamento. A primeira é que o poder de Deus deve agir na minha e na sua vida, primeiro para que nós sejamos testemunhas. Diferente dos apóstolos, que viram Jesus ressuscitado, eu e você não tivemos esse privilégio, nós precisamos do poder de Deus operando na nossa vida primeiro para que, então, a gente compartilhe com outros.
Nós podemos falar disso em relação à primeira geração. Já afirmei não foram todos que viram Jesus ressuscitado, mas esperava-se que todos fossem testemunhas de Cristo. Então, precisamos experimentar o poder de Deus.
É aí que faz sentido Jesus dizer: “permaneçam em Jerusalém até que do alto vocês sejam revestidos de poder. ” É aí que faz sentido da declaração de Atos 1:8: “recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo”. Algo que eu e você precisamos entender é que a manifestação do poder do Espírito Santo nas nossas vidas não apenas vai fortalecer o meu e o seu crescimento espiritual, mas vai nos levar a viver experiências com Deus.
A manifestação do poder do Espírito Santo tem esse impacto. E logo na minha adolescência, depois da minha experiência de ter sido cheio com o Espírito Santo, eu comecei a ter experiências que marcaram muito minha vida. Às vezes eu tentava falar de Jesus para alguém: "Olha, você tem que crer em Jesus" - "Ah, mas eu creio.
" - "Não, não é do jeito que você crê. " Agora, eu percebia que quando eu começava a compartilhar as minhas experiências, quando eu começava a falar daquilo que Deus estava fazendo na minha vida, isso não apenas chamava a atenção de alguém, mas dava um outro caráter, um outro nível de autoridade à mensagem que estava sendo compartilhada. Agora, depois de experimentar o poder, aí sim, nós vamos contar aquilo que nós temos experimentado.
Então, por exemplo, em Marcos, no capítulo 5, nós temos aquela experiência de Jesus libertando o endemoniado gadareno. E, depois disso, ele se oferece para seguir Jesus, para acompanhá-lo e Jesus fala para ele, como quem diz: “Eu tenho uma proposta melhor”, e diz: “Vai para os teus, anuncia tudo quanto Deus te fez e como ele teve misericórdia de ti. ” Jesus não estava dizendo: "Olha, chega lá e cita João 3:16, faz o plano de salvação".
. . naquele momento nem eles tinham esse entendimento completo para fazer essa exposição resumida, Jesus diz: “Anuncia tudo que Deus te fez e como ele teve misericórdia de você.
” Quando eu olho para as escrituras vejo a mesma coisa. Em João capítulo 4, aquela mulher samaritana que tem um encontro com Cristo no poço de Jacó, sai para a cidade contando: "Olha, esse homem falou toda a minha vida, tudo que eu tenho feito” e simplesmente ela atrai uma multidão para Jesus compartilhando o que estava com ela. Então, em primeiro lugar experimentamos.
Depois, nós passamos a compartilhar o que experimentamos. E eu repito: depois de ter experimentado o batismo no Espírito Santo, começar a adentrar nesse lugar em Deus de uma vida de oração, de exposição ao poder de Deus, e eu comecei a experimentar os milagres de Deus na minha vida. Não era apenas o que Deus queria fazer através de mim nos outros, era primeiro o que ele queria fazer em mim.
Então, eram milagres de provisão, eram intervenções, experiências específicas, livramento, proteção . . .
à medida que aquelas experiências iam acontecendo, elas se tornavam a base do que eu iria compartilhar para os outros. Agora, o interessante é que, depois de experimentar, quando vamos para o segundo nível e passamos a compartilhar, a contar para os outros, acredito que é nesse momento que nós vamos ter uma grande virada. É lógico que para contar para os outros temos que experimentar primeiro.
Em 2º Coríntios 1:4 Paulo diz: “Com a consolação que nós somos consolados nós consolarmos os outros. ” Em outras palavras, nós só podemos dar aquilo que recebemos. Mas é quando decidimos contar, saindo do primeiro estágio, experimentar, para o segundo, que é compartilhar, que nós vamos automaticamente entrar num terceiro estágio, quando compartilhamos, quando testemunhamos.
O poder de Deus agirá ainda mais agora não apenas nas nossas vidas mas na vida daqueles a quem nós testemunhamos. Em Marcos, no capítulo 16, nós vemos, a partir do versículo 15, Jesus orientando os discípulos: "Vão, preguem o evangelho a toda criatura". Ele começa a dizer: “Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer, condenado.
” Então, Jesus afirma: “E estes sinais seguirão aos que crêem: em meu nome, imporão as mãos sobre os enfermos, falarão novas línguas, expulsarão demônios”. Você pode olhar uma variedade de sinais mas o interessante, é que, no verso 20 a bíblia diz: “Então, foram eles e cooperava com eles o Senhor, dando testemunho da sua palavra por meio dos sinais que acompanhavam. ” Eu acho interessante isso que nós decidimos ser testemunhas do Senhor e Deus dá testemunho do que ele fez na nossa vida quando nós estamos testemunhando dele.
Em outras palavras, o poder de Deus agora começa a agir. Atos 4:33 diz que os apóstolos davam testemunho com grande poder e aí começam a entrar sinais, intervenções da parte de Deus. Em Atos, no capítulo 8, nós vemos a mesma coisa em relação à Felipe, compartilhando o evangelho em Samaria, o poder de Deus se manifestando.
Depois, quando ele pega uma estrada deserta por direção de Deus, espera passar uma única pessoa, que era um etíope que que vinha de viagem e ele está compartilhando com o etíope o evangelho, o leva à Cristo, esse homem é batizado. A bíblia diz que Felipe foi trasladado. Eu digo para as pessoas que o grande volume de experiência que nós podemos ter com Deus com a operação dos dons, com a unção é quando nós nos dispomos a trabalhar.
Jesus disse: "Os sinais seguirão aos que crêem", mas tem crente que não se mexe, não obedece a "comissão", não compartilha com ninguém, então como é que o sinal vai acompanhar alguém que nunca saiu do lugar? Então, se queremos os sinais nós precisamos nos dispor a fazer a obra de Deus, crendo que ele fará exatamente aquilo que ele disse que faria. No livro de Hebreus, no capítulo 2, nós temos uma declaração no versículo 4 que diz: “também Deus testemunhou juntamente com eles", fala da salvação, versículo anterior, que, inicialmente, foi anunciada pelo Senhor depois foi confirmada pelos que ouviram, e aí o versículo 4 diz: “também Deus testemunhou juntamente com eles por meio de sinais, prodígios e vários milagres e por distribuição do Espírito Santo, segundo a sua vontade.
” Então, se queremos cumprir o papel de ser testemunhas, precisamos, em primeiro lugar, viver essas manifestações do Espírito Santo, ter encontros diários com Deus na vida de oração, de devoção, permitir que as experiências marquem a nossa vida e, então, passamos a compartilhar e quando passamos a compartilhar nós vamos ver Deus sendo testemunha, testemunhando junto com as testemunhas que ele enviou e agora nós começamos a ter outras experiências com gente recebendo o toque do poder de Deus. Os apóstolos viveram isso. Os crentes do primeiro século viveram isso e Jesus ainda é o mesmo ontem, hoje e será para todo sempre.
Viva um evangelho buscando experiências com Deus. Compartilhe as experiências e espere um ciclo progressivo de experiências ainda maiores com aquilo que Deus vai fazer na vida de outros quando você conta o que recebeu dele. Que Deus nos dê essa graça de sermos suas testemunhas e vivermos experiências cada vez maiores.