3 RELATOS DE CAMINHONEIROS - História de terror

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Terror Sobrenatural
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[Música] eu havia acabado de pegar uma carga em São Paulo com destino final a Belo Horizonte o funcionário do depósito um sujeito magro com olhar apressado me informou que eram manequins destinados a uma nova loja que seria inaugurada no centro da cidade normalmente isso não teria demais já que na minha carreira como caminhoneiro já transportei de tudo um pouco de eletrônicos a móveis antigos e até algumas cargas que preferi não saber o conteúdo verifiquei a lista de entrega e contei cada manequim enquanto eram carregados no caminhão eram um total de 25 peças todas embaladas em
caixas de papelão com plástico bolha e amarradas com fita adesiva cada caixa estava ulada cuidadosamente indicando partes específicas do corpo ou manequins completos depois que tudo estava acomodado dei uma última olhada para garantir que a carga estava bem segura experiências anteriores me ensinaram que um contêiner mal fechado pode resultar em mercadorias danificadas e isso era algo que eu queria evitar a todo custo Além do mais com a chuva que estava prevista para cair durante no era essencial garantir que nada se molhasse assim que terminei de fechar o contêiner eu subi na cabine do caminhão e
liguei o motor sentindo o familiar ronco do diesel dando vida ao veículo iniciei a viagem já no fim da tarde observando as luzes da cidade que lentamente se acendiam enquanto o Crepúsculo dava lugar à noite Estava ansioso para entregar esses manequins isso havia algo sobre manequins que sempre me deixou um pouco desconfortável talvez fosse o jeito como pareciam observar tudo com seus olhos vazados ou como a luz às vezes jogava sombras estranhas em seus rostos inexpressivos de qualquer forma eu estava pronto para me livrar dessa carga o mais rápido possível com o endereço do destino
programado no GPS e uma longa noite de estrada pela frente ajustei o rádio para uma estação de música sertaneja me acomodei no assento e segui rumo à Estrada que cortava a paisagem noturna rumo a Minas Gerais a viagem pela Rodovia Fernão Dias estava tranquila com pouco tráfego e uma noite estrelada acima a estrada iluminada apenas pelos faróis do caminhão se estendia como um rio de asfalto escuro à minha frente tinha planejado fazer apenas uma parada para um café e esticar as pernas mas a vida como sempre tinha outros planos eram quase meia-noite quando os primeiros
Pingos de chuva começaram a cair marcando o início de uma tempestade que prometia ser forte eu aumentei a velocidade do limpador de para-brisas e diminuí a do caminhão mantendo uma distância segura dos poucos veículos que compartilhavam a estrada comigo a música sertaneja que tocava no rádio agora estava misturada com os boletins de tráfego e alertas meteorológicos Foi então que ouvi pela primeira vez um som baixo quase abafado como se algo estivesse batendo de leve contra o interior do contêiner no início pensei que fosse o efeito da chuva forte no metal ou talvez algum equipamento que
não tivesse sido acomodado corretamente mas à medida que a chuva diminuía o som persistia mais distinto agora como pancadas deliberadas deve ser algum equipamento solto murmurei para mim mesmo tentando ignorar a crescente sensação de inquietação decidi que pararia no próximo posto para verificar a carga não queria correr o risco de danificar os manequins ou a carga se soltar completamente quando finalmente parei o relógio marcava quase uma da manhã o posto de gasolina estava praticamente vazio iluminado por luzes fluorescentes que davam um tom fantasmagórico ao lugar desliguei o motor e peguei minha lanterna o som das
minhas botas no Asfalto molhado ecoando no silêncio da noite abri o contêiner com uma sensação de hesitação a luz da lanterna cortou a escuridão revelando as caixas de manequins aparentemente como eu as havia deixado por um momento pensei ter-me preocupado à toa foi então que ouvi novamente mais claro desta vez o som de algo batendo vindo do fundo do contêiner meu coração acelerou enquanto caminhava entre as caixas a luz da lanterna tremendo levemente em minha mão ao chegar ao final do contêiner parei abruptamente não eram as caixas que estavam fazendo barulho era algo ou alguém
batendo de dentro de uma delas meu primeiro instinto foi recuar o Coração batia forte no peito enquanto a mente tentava processar o que estava acontecendo a dentro de uma das Caixas estava se movendo batendo nas paredes de Papelão com força suficiente para ser ouvido através do contêiner engoli em seco a mão firme na lanterna tentando iluminar cada canto escuro a minha frente aproximei-me cautelosamente da caixa de onde vinham os sons estava um pouco afastada das outras escondida atrás de algumas maiores a etiqueta estava virada para baixo tornando possível ver o que deveria conter com uma
respiração trêmula puxei a caixa para um espaço mais iluminado e usando um canivete cortei as fitas que assavam o barulho parou assim que coloquei a mão na tampa um silêncio pesado caiu sobre o contêiner tão denso que podia sentir o peso dele lentamente levantei a tampa e olhei para dentro esperando encontrar algo Talvez um animal preso que tivesse entrado por engano mas não havia nada disso em vez disso vi um dos manequins mas não como os outros que estava transportando este parecia diferente seus olhos de plástico estavam abertos muito abertos e havia uma expressão no
rosto que parecia de medo quase humano parecia que estava tentando escapar da posição em que foi colocado recuei um passo a respiração presa na garganta não fazia sentido manequins não mudam de expressão não tê emoções mas a Luz da Minha Lanterna revelava claramente o terror em seu rosto não querendo ficar mais nenhum segundo naquele lugar fechei a tampa rapidamente e empurrei a caixa de volta para seu lugar meu corpo inteiro tremia enquanto fechava o contêiner e trancava o cadeado com mais força do que o necessário voltei para a cabine do caminhão tentando afastar os pensamentos
do que tinha visto liguei o motor e saí do posto de gasolina o mais rápido possível eu precisava colocar alguma distância entre mim e aquela carga pelo menos até poder entregar tudo em Belo Horizonte e esquecer o que tinha acontecido mas enquanto dirigia pela estrada escura e vazia o som das batidas começou novamente desta vez mais alto mais desesperado era como se aquilo que eu tinha visto quisesse me dizer algo ou como se estivesse tentando escapar as batidas continuavam cada vez mais fortes ressoando pelo espaço confinado do contêiner e invadindo a cabine do caminhão onde
eu tentava focar na estrada à frente a cada pancada um arrepio percorria minha espinha um lembrete constante da carga inquietante que eu transportava apesar do medo que me dominava decidi que não abriria mais o contêiner o que quer que estivesse acontecendo Eu não queria ver novamente aqueles olhos cheios de terror A a madrugada avançava e com ela a minha ansiedade crescia a estrada parecia não ter fim cada quilômetro se estendendo mais do que o último o cansaço batia forte mas o medo de parar e enfrentar novamente o contêiner me mantinha acordado a cada posto de
gasolina que passava pensava em parar pedir ajuda mas o que eu diria que minha carga estava viva que manequins estavam tentando se comunicar ninguém acreditaria seria motivo de chacota ou pior poderiam pensar que eu estava delirando de cansaço então continuei apertando o volante com força suficiente para fazer as mãos doerem os olhos fixos na estrada que se desenrolava so a luz dos Faróis a música do rádio há muito tinha sido desligada substituída pelo som incessante das batidas finalmente as primeiras luzes do Amanhecer começaram a atingir o céu de um azul pálido Belo Horizonte estava próxima
e com ela a promessa de me livrar daquela carga maldita Quando entrei na cidade o tráfego começou a aumentar um lembrete reconfortante de normalidade que ajudou a acalmar um pouco meu espírito atormentado chegi ao depósito ainda no início da manhã o funcionário que veio receber a carga olhou surpreso para o meu estado visivelmente abatido sem esperar ajuda abri rapidamente o contêiner e sem olhar para trás comecei a descarregar as caixas o funcionário tentou fazer algumas perguntas provavelmente preocupado com a minha pressa e aparência desgastada mas eu ignorei focado apenas em me livrar dos manequins o
mais rápido possível quando a última caixa Foi retirada senti um peso imenso sendo levantado dos meus ombros informei ao funcionário que todos os itens estavam entregues assinei os papéis necessários e voltei para o caminhão sem dizer uma palavra ao dar a partida dei uma última olhada para o depósito não houve despedidas nem olhares para trás eu só queria colocar tanta distância quanto possível entre eu e aqueles manequins dirigi de volta para casa em um estado quase automático os eventos da noite anterior girando em minha mente decidi que após aquela viagem precisava de um tempo longe
das estradas talvez até buscar um novo tipo de trabalho algo longe de cargas misteriosas e batidas inexplicáveis na noite era uma daquelas noites de chuva pesada que fazem qualquer um pensar duas vezes antes de sair de casa eu estava na BR 116 voltando de um frete no sul com a cabine do caminhão só para mim e o barulho dos pneus na pista molhada como companhia a estrada estava quase Deserta o que não é nenhuma surpresa para uma noite assim passava de meia-noite quando vi um vulto acenando na beira da estrada diminuí a velocidade ainda meio
na dúvida era um homem completamente encharcado sem capa de chuva só ali no Meio do Nada contra melhor julgamento parei e abri a porta para ele precisa de uma perguntei e o homem aliviado só acenou com a cabeça enquanto entrava assim que ele se acomodou no banco ao lado do meu fechei a porta e voltei minha atenção para a estrada o homem tremia de frio os dentes batendo num ritmo constante Você parece congelado cara quer que eu aumente o aquecedor ofereci já estendendo a mão para o controle sem esperar resposta ele apenas assentiu envolvendo-se mais
no casaco que estava tão molhado que pouco ajudava a aquecê-lo de onde você veio numa noite dessas perguntei tentando quebrar o gelo e preencher o silêncio que começava a se tornar desconfortável o homem olhou para mim com um olhar vago como se precisasse de um momento para formular uma resposta Ah estava visitando um amigo e perdi a noção do tempo a chuva começou e não tinha mais ônibus passando Obrigado por parar muita gente não teria feito isso seu agradecimento soou sincero mas sua voz carregava um peso como se cada palavra fosse um esforço Decidi não
pressionar com mais perguntas a chuva aumentava batendo forte contra o para-brisa e o foco precisava estar na estrada porém enquanto os limpadores trabalhavam sem parar uma parte de mim ficava curiosa sobre as histórias que aquele estranho caroneiro poderia contar conforme a estrada desaparecia sob o manto da chuva forte o silêncio entre nós se tornou mais presente meu passageiro que se apresentou apenas como Carlos parecia se perder em pensamentos olhando pela janela como se cada gota de chuva trouxesse uma memória distante eu mantinha meus olhos na estrada mas minha curiosidade sobre ele crescia após alguns quilômetros
de um silêncio quase ensurdecedor Carlos começou a falar não perguntei nada ele simplesmente começou a contar ele falou sobre as estradas que conhecia sobre as viagens que fizera mas não eram histórias comuns de viagens eram relatos que beiravam o macabro ele mencionou motoristas que haviam encontrado caroneiros nas noites chuvosas como Aquela e como esses encontros às vezes terminavam de maneiras que não se esperaria Carlos contou sobre um motorista que hav dado carona para uma mulher na mesma Estrada onde estávamos e que essa mulher havia desaparecido do carro sem deixar rastros deixando para trás apenas um
lenço úmido outra história foi sobre um jovem que pegou um caroneiro que supostamente conhecia atalhos Por uma estrada secundária o motorista nunca foi visto novamente as histórias de Carlos traziam um clima pesado para dentro do caminhão cada relato era entregue com detalhes vívidos que faziam você sentir como se estivesse lá observando os eventos desdobrar conforme ele falava a chuva parecia responder aumentando e diminuindo como se pontu asse as narrativas enquanto ouvia Não pude deixar de sentir um arrepio ocasional as histórias eram intrigantes mas havia algo nelas que perturbava profundamente talvez a maneira como Carlos As
contava com uma voz calma quase distante ou talvez o olhar vazio que acompanhava suas palavras não eram apenas contos passados para matar o tempo pareciam mais como advertências ou talvez confissões mesmo assim não interrompi nem questionei a veracidade do que ele dizia parte de mim não queria saber mais enquanto outra parte estava presa na Teia de suas palavras conforme ele falava a estrada à nossa frente parecia cada vez mais desolada e a tempestade não mostrava sinais de trégua as histórias de Carlos preenchiam o espaço criando uma atmosfera que eu não estava certo de querer escapar
mesmo que pudesse a noite avançava e cada história que Carlos contava parecia trazer mais escuridão para dentro do caminhão a chuva ainda batia forte contra o para-brisa e o som monótono dos limpadores se tornou uma acompanhamento sinistro para suas narrativas enquanto ele falava a estrada parecia cada vez mais isolada como se estivéssemos nos desviando da realidade para algum lugar suspenso no tempo e na lógica quando Carlos começou a contar a história de um caminhoneiro que desapareceu depois de pegar um estranho passageiro senti um frio na espinha ele descreveu como o Caminhoneiro havia sido encontrado dias
depois o caminhão abandonado na beira da estrada o motor ainda ligado mas nenhuma outra pista sobre seu paradeiro ou do misterioso passageiro foi nesse momento enquanto meus olhos ainda estavam fixos na estrada que senti o ambiente ao meu lado mudar virei-me para fazer uma pergunta a Carlos Talvez para tentar aliviar a tensão que suas histórias haviam criado ou para ver se ele mostrava algum sinal de que apenas brincava comigo mas quando o meu olhar se desviou para o banco do passageiro Ele estava vazio Carlos tinha desaparecido no lugar onde ele estivera sentado restavam apenas suas
roupas molhadas dispostas de maneira que quase pareciam ter forma humana como se o corpo que as ocupara tivesse evaporado deixando para trás apenas um molde vazio por um momento fiquei paralisado o coração batendo tão forte que seu Eco parecia a preencher o caminhão engoli em seco tentando racionalizar o que tinha acontecido pensei em parar em examinar as roupas procurar por alguma pista que me desse uma explicação lógica mas algo dentro de mim uma voz quase sussurrada pela intuição me disse para continuar dirigindo para não olhar para trás para deixar as roupas e a memória de
Carlos para trás Dirigi o resto da noite em um estado quase automático os pensamentos girando entre o que era real e o que poderia ser fruto do cansaço e da estranha companhia quando finalmente chegi a meu destino O sol estava comeando a raiar lanando luz sobre a paisagem que depois daquela noite nunca mais pareceria a mesma para mim deixi as roup mhas de Carlos em um banco de uma parada de Deso na estrada junto com um bilhete que dizia Cuidado Com quem você dá carona talvez fosse um aviso para outros motoristas ou talvez fosse apenas
uma maneira de me despedir daquele estranho passageiro e de suas histórias terríveis que mesmo agora ainda ecoam em minha mente toda vez que pego a estrada eu estava dirigindo pela estrada BR 22 no meio do Mato Grosso do Sul numa noite escura e sem lua a única luz vinha dos Faróis do meu caminhão que cortava a escuridão enquanto eu seguia para minha próxima entrega de repente me deparei com uma barreira no meio da estrada que Definitivamente não estava lá na última vez que passei há uma semana atrás a barreira era robusta feita de troncos de
árvores e grandes pedras bloqueando completamente a passagem não tinha como continuar sem descer e resolver a aquilo desci do caminhão peguei minha lanterna e comecei a inspecionar a situação o local era isolado sem sinal de celular e o mais próximo de civilização era uma pequena cidade a alguns quilômetros dali enquanto avaliava a barreira ouvia um som vindo da Mata ao lado da estrada parecia o estalar de Galhos como se algo ou alguém Estivesse se movendo por lá direcionei a luz da minha lanterna na direção dos ruídos mas a densa vegetação não me deixava ver nada
claramente o som parou subitamente deixando apenas o silêncio da noite e o ocasional assobio do vento resolvi então que o melhor a fazer era começar a remover os troncos e pedras com algum esforço consegui mover os primeiros pedaços grato pelo treinamento que tinha com minha rotina de carregamento e descarregamento de cargas a cada tronco que arrastava para o lado olhava ao redor sentindo uma estranha sensação de estar sendo observado Depois de alguns minutos de trabalho pesado um nevoeiro começou a se formar baixando rapidamente e reduzindo minha visibilidade a quase nada o ambiente começou a ficar
ainda mais sinistro E eu acelerei o passo tentando limpar o caminho o mais rápido possível Justo quando estava removendo um grande tronco ouvi novamente o som de algo se movendo na mata desta vez mais próximo apontei a lanterna novamente para a direção do barulho e por um instante pensei ter visto algo se mexendo entre as árvores meu coração acelerou e uma sensação de urgência tomou conta de mim decidi que precisava terminar logo e sair dali limpei o suficiente para passar com o caminhão e corri de volta para a cabine trancando a porta assim que entrei
olhei pelo retrovisor e vi que o nevoeiro agora cobria completamente a área onde a barreira estava Como se quisesse esconder algo dei a partida e me afastei o mais rápido que pude a sensação de olhos observando cada movimento meu só desaparecendo quando finalmente reencontrei a estrada iluminada pelos postes da cidade à frente segui pela estrada tentando relaxar e focar na viagem não demorou muito para que o cansaço da tensão acumulado começasse a pesar e a necessidade de um Lugar Para Descansar se tornasse mais urgente decidi que pararia no próximo posto de gasolina para tomar um
café e esticar as pernas mas antes que pudesse chegar a qualquer posto uma luz fraca chamou minha atenção à margem da estrada era uma trilha Estreita que levava para dentro da Mata com uma placa de madeira gasta pelo tempo onde se Lia Vila esperança a curiosidade e o desejo de entender mais sobre a região talvez até perguntar sobre a barreira me fizeram considerar O desvio com um suspiro resignado virei na trilha guiando o caminhão por um caminho que rapidamente se mostrou mais estreito e menos cuidado do que parecia à primeira vista após alguns minutos de
uma condução cautelosa as árvores começaram a se abrir para um pequeno Vilarejo que ter saído de outra época casas de madeira com telhados de palha e uma pequena praça com um chafaris desativado formavam o coração do Vilarejo não havia sinais de carros modernos ou qualquer tecnologia recente tudo parecia incrivelmente preservado como um pedaço de história esquecido pelo tempo assim que parei o caminhão um grupo de moradores se aproximou eram pessoas de várias idades vestindo roupas mas limpas e bem cuidadas um homem mais velho com cabelos grisalhos e um Largo sorriso se apresentou como seu João
o líder do Vilarejo com uma cordialidade que há muito não encontrava ele me convidou para jantar com eles insistindo que era perigoso seguir viagem pela noite movido por uma mistura de gratidão pela hospitalidade e interesse pela peculiaridade do lugar aceitei o convite Jantamos uma comida caseira simples mas deliciosa e conversamos sobre a vida no vilarejo eles falavam pouco sobre o mundo exterior focando mais nas alegrias e desafios de sua vida isolada conforme a noite avançava seu João começou a falar sobre como o vilarejo era um bom lugar para se viver mencionando como alguns visitantes decidiram
ficar por lá encontrando paz e propósito ele olhava para mim com uma int ade que começava a me deixar desconfortável suas palavras insinuando um convite para que eu considerasse fazer o mesmo a situação começou a me deixar apreensivo a hospitalidade Inicial parecia agora um velado esforço para me convencer a permanecer no vilarejo quando mencionei que precisava continuar minha viagem logo cedo Notei uma troca de olhares entre os moradores a atmosfera amigável começou a ficar tensa e uma sensação de estar preso em algo que não compreendia totalmente começou a crescer dentro de mim à medida que
a conversa se desenrolava a insistência de seu João e dos outros moradores para que eu considerasse ficar no vilarejo tornava-se cada vez mais intensa eles falavam das dificuldades da vida moderna do Caos das cidades grandes e como ali na Vila Esperança eu poderia encontrar um Refúgio daquilo tudo aparentemente vários visitantes tinham se tornado residentes permanentes após descobrirem a paz que o lugar oferecia apesar da gentileza deles um alarme interno começava a suar em minha mente algo não parecia certo a maneira como alguns olhavam para mim quase como se estivessem avaliando e a forma insistente de
persuadir começaram a me deixar desconfortado tentei mudar de assunto perguntando sobre a barreira na estrada e se eles sabiam algo sobre isso a reação foi imediata e um tanto evasiva seu João apenas Balançou a cabeça dizendo que às vezes árvores caíam na estrada devido ao tempo mas nada mais Notei uma rápida troca de olhares entre os moradores como se compartilhassem um segredo que não queriam revelar esse momento fez minha desconfiança crescer ainda mais conforme a noite avançava fui ficando cada vez mais ansioso para deixar o lugar a hospitalidade Inicial havia se transformado em uma Sutil
mas firme pressão para me integrar à comunidade deles quando mencionei que precisava ir dormir pois pretendia partir cedo na manhã seguinte seu João ofereceu que eu ficasse em uma das casas vazias do Vilarejo apenas para sentir como é viver aqui segundo ele agradeci mas declinei insistindo que preferia dormir no caminhão seu João pareceu desapontado mas não insistiu mais acompanhou-me até onde o caminhão estava estacionado desejando uma boa noite com um sorriso que embora amigável carregava um peso que eu não conseguia descifrar de volta ao caminhão travei as portas e deitei mas o sono não vinha
a mente girava tentando conectar os pontos por eles eram tão insistentes para que eu ficasse qual era o segredo por trás daquela barreira e do isolamento do Vilarejo a sensação de estar sendo observado continuava e eu passava cada momento olhando pelas janelas do caminhão esperando ver algo ou alguém lá fora decidi que ao nascer do sol partiria imediatamente independentemente da insistência deles para que ficasse a Vila Esperança embora pacífica a primeira vista escondia algo que eu não estava disposto a descobrir a madrugada lentamente se transformou em Alvorada e eu sentindo uma mistura de apreensão e
decisão comecei a me preparar para deixar a Vila Esperança a despeito da gentileza e das estranhas ofertas dos moradores algo dentro de mim gritava que eu precisava manter minha liberdade minha vida na estrada liguei o caminhão enquanto ainda estava escuro tentando fazer o mínimo de barulho possível para não atrair a atenção dos moradores olhei pelo retrovisor e notei que algumas figuras começavam a aparecer entre as casas movendo-se lentamente em minha direção não queria confrontos nem discussões eu só queria sair dali quando me aproximei da saída do Vilarejo vi que a barreira de troncos ainda estava
lá bloqueando o caminho sem hesitar desci do caminhão e comecei a remover os troncos rapidamente o ar fresco da manhã me deu a energia que eu precisava e a urgência da situação me dava força seu João apareceu enquanto eu trabalhava você não precisa ir ele disse sua voz calma contrastando com a firmeza de suas palavras aqui você poderia encontrar paz Uma vida sem O Caos das cidades grandes eu parei encarando-o diretamente eu agr ado sua hospitalidade e por me oferecer um lugar aqui respondi mantendo meu tom respeitoso mais firme mas minha vida está lá fora
nas estradas eu não posso ficar percebendo minha determinação seu João deu um passo para trás acenando lentamente com a cabeça então vá com segurança amigo a estrada está chamando e é a sua escolha segui-la uma vez que a passagem estava livre voltei rapidamente para o caminhão dei a partida e não olhei para trás enquanto dirigia para fora do Vilarejo sentia uma mistura de alívio e uma estranha tristeza a estrada à frente estava aberta e a luz do Amanhecer começava a banhar a paisagem Eu sabia que talvez nunca mais encontrasse um lugar como a Vila Esperança
e parte de mim questionava se minha decisão havia sido a correta mas conforme a Vila desaparecia no meu retrovisor senti uma sensação familiar de liberdade que apenas a estrada poderia oferecer aquele era meu lar meu destino sempre mudando sempre à frente e Enquanto o Sol nascia marcando o começo de um novo dia eu seguia em frente pronto para o que quer que a estrada troue a Vila Esperança agora era apenas uma memória um breve desvio na longa jornada da minha vida l
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