Unknown

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Video Transcript:
Não é uma boa ideia quando a pessoa transforma hobby em trabalho. a gente tem na na nossa sociedade um grande rol de vidas possíveis. Então, sempre vai ter alguém melhor que você em alguma característica tua. Esse tipo de pensamento assim é uma das coisas que mais traz sofrimento pra humanidade hoje em dia. A pessoa que basicamente não é ela, né? Ela vive um pouco em torno do que os outros acham. A pessoa ela fica angustiada, ela sente vazia, triste, não vê sentido nas coisas. Hoje você consegue na palma da mão enxergar palácio do outro lado
do mundo. O que você vê é o que a pessoa escolheu mostrar, que ela tá bem, ela tá feliz, ela tá curtindo alguma coisa e todo o sofrimento a pessoa geralmente não tá mostrando, né? Só que a gente esquece disso. Só que o bom hobby, ele tem essa característica, tipo, você não tá muito preocupado com os outros pensos, é o que você curte. Por que que o mundo tá melhor, mas as pessoas estão mais tristes? Esse é o grande problema, entre aspas, científico da saúde mental. [Música] identificar. Estamos começando mais um Lots Podcast. Hoje novamente
tem a honra de receber aqui meu amigo Jean Leonard, um dos maiores especialistas em psicologia do Brasil. Obrigado, Luts. Talvez o maior aí em psicologia baseada em evidência, é o que todos dizem. Obrigado mais uma vez por ter vindo aí. A gente já tá no streak aqui. Você não sei quando você tá vendo isso aí, mas é, a gente tá gravando isso aqui um seguindo do outro, né? No dia seguinte. Então, a gente já tá um tempo já conversando. A gente ficou hoje o dia inteiro tocando guitarra ali, conversando. E hoje a ideia é bater
um papo assim sobre isso que a gente estava fazendo até agora, que são hobbies, prazeres na vida, lazer, como é que isso seca com saúde mental e tudo mais. Então, obrigado por ter vindo aí mais uma vez. Obrigado, ser. Sempre bom tá aqui, cara. Então, vamos lá. Para começar, eu queria entender de você, primeiramente, até pessoalmente, assim. Uhum. Depois a gente pode até aí abrangir isso mais para a parte científica, mas quão importante é para você essa questão dos hobbies, cara? E exatamente o que que são essas coisas? Como é que isso se diferencia de
um lazer qualquer, sabe? Ótimo. Ótimo. Acho que vale a pena. Então, vou começar a respondendo a tua segunda pergunta, aí eu venho pra sua primeira, que é como é para mim. Eh, no dia a dia a gente fala em em hobbies, em lazer, em atividades quase como se elas fossem sinônimos ou equivalentes, né? Mas existe uma diferença bem importante entre hobby e lazer que tem a ver com a maneira pela qual você se relaciona com aquela atividade, mas especialmente o quanto que você se dedica, se aprofunda ou repete. Então, por exemplo, se você é uma
pessoa como eu, que assiste séries de televisão, então assiste uma série na Netflix, assiste uma série no Prime, etc., isso é uma atividade de lazer. Por quê? Porque é uma atividade que ela meio que acaba nela mesma. Ali você vê a série e acabou. Aí depois você vê a outra e acabou. O que que seria um hobby neste caso? Seria você ser um cara que se aprofunda sobre a série ou eh lê sobre o fotografia, direção, faz um curso ali de cinema e faz um curso de cinema, tem ou até mesmo, por exemplo, ah, é
um é uma série baseada num livro. e você depois da série vai lá e lê o livro, né? Então você de alguma maneira consegue ter evolução, você progride, né? Então se você vai lá e vê o show de uma banda que você gosta, isso é um lazero, né? Você viu o show, acabou, tal. Agora, quando você, por exemplo, aprende a tocar um instrumento musical, que a gente ficou aqui hoje de manhã tocando, tal, isso é uma coisa que você consegue a toda vez ter um pouco de progresso, né? Então você consegue ir lá, aprende uma
música nova ou consegue tocar aquele trecho um pouquinho mais rápido ou consegue variar o estilo, agora consegue fazer um som que você não fazia, etc. Então, por exemplo, eh, pode ser para muita gente uma atividade de lazer, sai para tomar cerveja, né? Que que é um hobby relacionado à cerveja? É aquela pessoa que começa a estudar os estilos, né? Ah, então isso é uma IPA, isso é uma, eu nem sei os nomes para falar, IPA. É, eu também não sei. Tem Bit Bear, né? Bit bear. É. Ah, isso aqui é mais, tem mais lúpulo, né?
É. P. O cara consegue saber ali pelo gosto se ela é mais de uma tradição, uma certa cultura ou mais de outra, uma, né? Então aqui você começa a ter conhecimento. E aí no hobby, obviamente que você pode ter desde uma pessoa que entende um pouco até uma pessoa que entende num nível super especialista assim, né? Então, por exemplo, eh, alguns anos atrás eu ganhei de presente um curso introdutório sobre café, tipos de café. É basicamente um curso que te ensina a comprar cafés melhores do que tipo simplesmente comprar as cegas. Então, é um curso
que me levou do nível zero ao nível um e eu parei aqui. E eu parei aqui porque eu queria parar aqui. Eu não queria pro nível 2, 3, 4, 5, 6, 7. Eu poderia, onde eu fiz o curso, por exemplo, tem mais vários níveis paraa frente, até profissional que vai trabalhar com isso. Então essa é a principal diferença, entende? Entre o hob e o lazer. Então você repete aquela atividade, você aprofunda, você progride, evolui, né? Então você, então existe uma existe uma progressão de habilidade ali, de conhecimento, de habilidade, exato, de conhecimento, aprofundamento, às vezes
até o a a relação que a pessoa estabelece com aquilo, né? Então, por exemplo, eh, eu, no meu tempo livre, eu fico olhando guitarras que eu não vou comprar e não porque eu não tenho dinheiro, é, mas eu não quero, eu só quero saber mais sobre aquela guitarra ou sobre aquele tipo de pedal de guitarra. E aí você vai ter aquela pessoa que vai ter isso, sei lá, com carro antigo. Uhum. Né? Eu tenho um amigo que ele entende de carro antigo. Esse é um carro da década de 30. O motor é assim, a peça
é assar e aí a produção era assim. Você olha só um carro, né? Eu entendo zero de carro. O carro para mim é para me levar daqui para lá, né? Se ele tem isso, ele tem aquilo, o que que significa, né? E aí você vai tendo eh essa então os hobbies como coisas que a pessoa eh consegue se dedicar, se esforçar, evoluir, aprofundar. Então tem muita gente que não tem nenhum hobby, a pessoa tem várias atividades de lazero, né? Então ela ela tem ali a série, tem ali o videogame, tem ali o cinema, tem ali
tomar cerveja com os amigos, tem lá fazer um churrasco, mas ela não tem um hobby, uma atividade em que ela para, ela se dedica e que geralmente acontece mais frequentemente e uma imersão, entende? A pessoa fica mais imersa no hobby, assim, ela fica mais quase que em mindfulness naquilo assim. Então você falava para pensar, a gente ficou aqui 2 horas, 2 horas meia, passou rápido, né? Né? Ninguém ficou não, que horas são? Que horas são? Não, ah, chega, né? Não, tá fala: "Ah, se deixar vai ficando, né?" E gira botão, ó, dá para mudar o
som aqui, dá para fazer. Então essa que é a ideia do do hobby. Então é uma atividade de lazer em que você tem essa dedicação, essa repetição, esse aprofundamento. Cara, eu sei que na saúde mental nada é sempre simples, nada é tudo preto no branco e tudo mais, mas você acha que é um problema a pessoa não ter um hobby? Tá. Eh, quando você olha assim para um um cotidiano de uma pessoa, de um paciente que tá com uma sentindo dificuldade de sentir prazer na vida e tudo mais, você acha que é por falta de
um hobby? Como é que você enxerga isso? Então, eh, como você disse, nunca é tudo 100%, 0%, mas a gente tem vários indícios de que sim, de que ter um hobby é bem importante pra saúde mental. Atividades de lazeres, certamente isso não há dúvida, tá? de que, tipo, você tem que ter atividades de lazer, até porque é muito difícil, a não ser que você seja um herdeiro bilionário que não precisa fazer muito nada da vida, você ter vários hobbies, porque você não consegue o tempo necessário para se dedicar, né? Essa é minha maior dificuldade. Exato,
né? O duro de você se dedicar a alguma coisa, seja uma especialidade no trabalho, seja um hobby, seja o que for, é tudo que você precisa abrir mão, né? É tudo que você precisa escolher não saber. Então, a hora que você eh talvez você lutes tenha potencial para ser bom em várias áreas e você tem que dizer não para várias delas para se dedicar a algumas, né? Então as atividades de lazer elas são super importantes assim também, né? Então coisas que a pessoa faz e lá e e que ela sabe que ela não quer se
aprofundar. Por exemplo, eu adoro ver série e sei que não quero me aprofundar. Eu não tenho nenhum interesse em ler um livro sobre a história do cinema. Eu não tenho nenhum interesse em saber onde posiciona a câmera para fazer aquela imagem. Eu só quero aquele entretenimento, né? E eu tenho hobby ou hobbies que aí sim eu vou ter essa dedicação. Agora, qual que é o grande ponto? Existe algum consenso que uma boa saúde mental depende de você ter envolvimento em áreas variadas da vida? O que eu quero dizer com isso? que você tenha algum grau
de satisfação no trabalho, que você tenha algum grau de satisfação na relação amorosa, namoro, casamento, que você tem algum grau de satisfação com amizades, né, vida social, que você tem algum grau de satisfação existencial, seja uma tranquilidade por ser ateu, seja um envolvimento numa igreja por ser daquela religião, né? Então, um uma questão existencial, filosófica aqui, né? Então, você ter cuidado com o corpo, etc. E o hobby entra nesse universo. Então, uma coisa que eu sempre digo assim, eh, eu amo trabalhar, mas se eu só trabalhasse eu ia odiar, né? Eu amo ficar com meus
filhos, mas se eu ficasse 24 horas por dia com meus filhos não fazesse mais nada, eu ia ficar de saco cheio. Eu amo tocar guitarra, mas se eu tocar 12 horas por dia, eu vou ficar de saco cheio. Então essa variação eh e esse, digamos cardápio de coisas que uma pessoa tem na vida é bem importante. Aí o hobby entra aqui, né? Agora olha só que interessante, né? Então tem o trabalho, tem a criação de filhos para quem tem uma vida social, etc, etc. Agora o hobby, ele tem uma coisa que pouquíssimas áreas da vida
tem. Atividade de lazer tem também, mas às vezes um pouco menos intenso que isso, que é uma ideia que o Aristóteles, filósofo, traz, que é a ideia de eudaimonia. O que que acontece aqui? Se eu perguntar para você por que que você comprou esses microfones para gravar o podcast? Por que que você faz um podcast para ganhar dinheiro, para ter uma ocupação para trabalhar? Por que que você trabalha para ganhar dinheiro? Tá, para que que você quer ganhar dinheiro? Ah, para eu pagar a conta de onde eu moro, comprar as coisas que eu quero. Você
vê que para cada pergunta para quê? tem uma resposta para isso, para aquilo. O que que é o algo que você faz eudaimônico? Eh, é uma palavra que geralmente é traduzida pro português do grego como felicidade, mas ela não tem uma tradução precisa. É quando você faz alguma coisa e quando eu te pergunto por não tem muito resposta. Eu gosto. É porque eu gosto, porque é legal, né? Por que que você joga esse jogo? Porque é legal. Eu me divirto. Por que que você toca guitarra? Porque eu me me faz bem, eu me sinto bem,
né? Então o hobby ele tem essa cara meio terapêutica. Então o hobby não é terapia, mas tem um efeito terapêutico, sabe? Assim, de bem-estar, de produzir emoções positivas, de você se sentir imerso numa atividade que tá desconectada das tuas preocupações, entende? Tanto é que geralmente não é uma boa ideia. E aí, de novo, nunca é sim ou não, mas geralmente não é uma boa ideia quando a pessoa transforma hobby em trabalho. Ia te perguntar isso, cara. Exatamente. Aquela frase trabalha com que você ama, que você não vai precisar trabalhar na sua vida. Exato. Exato. Não
é bem verdade, porque o que acontece? Vamos pegar videogame, pô. Adoro jogar videogame. Que lá, a gente tem hoje jogadores profissionais de videogame, né? Esports, campeonatos aí que que tem, né? Houve campeonato de final de League of Legends que tinha mais público do que final de NBA, né? Então não é brincadeira. O cara que passa a ser um jogador profissional, ele agora aquilo não é mais hobby e aquilo vira trabalho. Então ele passa a ter várias características de trabalho que ele não tinha antes, que é o tem o quê? Responsabilidade. É, por exemplo, eu não
tenho o que tocar guitarra. Se hoje não quiser tocar, não toco. Ponto final. Agora eu não, eu tenho que trabalhar, talvez eu consiga fugir um dia ou outro. Ah, hoje eu não quero trabalhar, vou dar um jeito de não trabal. Mas assim, é um dever meu. Eu tenho o quê? Tem consequências se eu não vou, né? Se eu não atendo um paciente, tem consequências. Eh, na minha reputação, na minha renda, na saúde mental do meu paciente. Você não tá guitar, não tô guitar. Tipo, né? Acabou. Não tem uma consequência. Cara, interessante. Então, quando você transforma,
eu tenho um, eu tenho um amigo que é que é psicólogo, muito bom psicólogo, atendendo em consultório, e ele desde final da adolescência tinha um lance de pescar. Ele começou pescando coisas assim, pequeno, peixe pequeno, meio aqui, ali, pesque pag e ele foi evoluindo até a ponto dele pegar um avião e no meio não sei aonde para pescar e tal. Nesse processo, ele transformou a pescaria num segundo trabalho. Ele começou escrever artigo paraa revista de pesca. Ele começou a ele abriu uma loja de artigos de pesca. Depois de dois anos, ele falou: "Foi a pior
coisa que eu fiz na minha vida. Que agora eu acho a pesca uma coisa contaminou com chatices, com desentendimentos, com problemas, com conflitos que eventualmente o trabalho traz. E o que ele me contou da última vez, faz um tempo que a gente não fala, é que nunca voltou ao estado zero, né? Então assim, você fala: "Eu amo tocar guitarra". Eu tenho um amigão que é música profissional de estrada tal, toca com gente grande. Eu olho a vida dele, eu falo: "Eu não queria essa vida para mim". Entendeu? De tá toda hora na estrada e dorme
20 noites por semana, por por mês em hotel ruim. E cara, eu não queria, né? Eu queria est do jeito que eu tô. Então você pode com certeza ter satisfação do seu trabalho, né? Nossa, você é um cara, eu sou um cara, você é um cara que a gente gosta, que a gente faz. A gente tem esse privilégio, né? Nem todo mundo tem esse privilégio. Às vezes a pessoa é obrigada a fazer uma coisa que ela odeia só para ganhar dinheiro e ela não tem opção. É isso. Ela não tem onde morar, não tem o
que comer, né? Eu e você temos esse privilégio. Você trabalha e você gosta de do que você faz. Eu atendo pacientes, gosto que eu faço, dou aula, gosto do que eu faço. A gente tem esse privilégio. Mas não são hobbies, são trabalhos. tem o dever, etc. Então isso é bem importante no hobby, essa característica de eu darimonia, de que eu faço a coisa nela mesma, ela não tem um paraquê, ela não tem uma obrigação. E é algo que eu genuinamente me interesso, né? Talvez se alguém vier aqui ficar vendo o que que a gente tava
falando, ó, esse som aqui, gira esse botão, olha que louco isso, mas aqui nã fique 10 minutos vendo ali e fala: "Meu, coisa chata", né? Talvez se eu ver duas pessoas conversando sobre tipos de isca de peixe, eu vou achar chatíssimo, cara. É interessante esse negócio da obrigação, porque toda vez eu sou um cara que eu não sei lá, nunca tive uma uma rotina de estudo de música ou de qualquer outro hobby que eu tenho assim, mas como vou acompanhando a galera que é profissional nisso e tal, galera fala: "Nossa, você precisa ter uma rotina
de estudo e tal". Geralmente eu começo a me desanimar e caio num burnout de estudo assim, de música, por exemplo, quando eu coloco para mim que não tem que estudar todo dia, meia hora, uma hora por dia, a escala tal, porque senão não vou ser bom. Então eu vou, eu mesmo crio essa pressão em mim e perde todo toda a graça. E aí você começa a se culpar porque naquele dia você não fez. Exato. Exato. E aí a questão é é você achar qual que é o teu ponto ótimo. O que que eu tô chamando
do ponto ótimo? Eh, você já jogou o FIFA? Aham. Se você jogar FIFA, para quem não sabe, né, FIFA é um jogo de videogame, de futebol, né? Se você jogar contra alguém que é muito pior que você, não tem graça. Tipo, vai lá, faz 15 a 0. Talvez você goste na primeira vez só para sacanear a pessoa. Não tem graça. Se você jogar com contra alguém que é muito melhor que você também não tem graça. Você não consegue fazer nada. O legal é esse meio termo que tá mais ou menos no teu nível. Tem chance
de você ganhar, tem chance de você perder, você tem que se esforçar. É difícil. Os dois outros lados ali mais extremos, eles são chatos. O hobby ele tem um pouco essa característica que assim, se você não se dedica, não pega naquilo, não vai lá e faz, ele perde um pouco a graça porque você não tá envolvido, não tá evoluindo. Se você exagera, eu tenho que praticar uma hora todo dia, porque senão ele começa a ir pro outro lado da história. Então você precisa achar um ponto ótimo aqui, entende? E aí é muito particular, tanto no
sentido de você saber até onde você quer ir, Uhum. no domínio, na profundidade e eh o quanto que você tem que ter o autoconhecimento para saber qual é o grau de autoobrigação, vou chamar assim que eu vou me colocar, para aquilo ter graça. Então, por exemplo, se eu praticar guitarra a cada 15 dias, para mim perde a graça. Eu tenho que ter um envolvimento em que eu sinto que eu tô progredindo aqui, melhorando ali, aprendendo uma coisinha nova aqui. Mas isso é o Jan. Isso não quer dizer que vale para todo mundo, entendeu? Então é
como você se relaciona com aquele hobby, com aquela coisa que te é legal, o quanto você precisa se envolver, né? Geralmente quando você tem um hobby que realmente você curte muito, isso é mais natural assim, né? A pessoa tipo faz assim. E aí a questão sempre vai ser o meio pro fim. Tipo, praticar escala talvez seja chato, mas se é praticar escala que vai te dar habilidade para tocar aquela música que você quer aprender a tocar, talvez isso agora você pegue, entende? Então, por exemplo, eu sempre tive a motivação na guitarra de tocar músicas que
eu gosto de ouvir. Uhum. Então, o meu lance é conseguir tocar aquela música, tocar aquela música, tocar aquela outra música. Eu nunca tive assim muita vontade de improvisar. Eu queria saber, mas uma coisa você querer saber, outra coisa é você topar o processo de aprender. Verdade, né? Então eu nunca, tipo, falei: "Ah, beleza, então vamos lá, eu vou estudar a improvisação". É, seria um negócio meio forçado para mim. Eu não sei improvisar muito bem, assim, eu praticamente não sei, né? Mas eu sei tocar solos idênticos de um monte de música porque eu aprendi e gosto
de fazer. Então é um pouco da tua relação com isso, entendeu? Desculpa interromper aqui seu podcast, mas prometo que vai ser rápido. A Insider, nossa parceira aqui, nesse mês, tá fazendo aniversário e quem ganhou o presente é a gente. Eles estão aí com desconto bem massa, bem acima do que eles costumam fazer durante o ano. Então, utilizando o nosso cupom loots lut, né? o código do cupom continua o mesmo ali, mas daí você ganha 15% de desconto em todo o site. Mas o que é mais legal é que durante esse mês todo é tem algumas
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gerenciava a vida com o seu hobby, sabe, cara? Perfeito. Eu não sei se você já teve a época que às vezes o seu hobby também tomou muito espaço na tua vida ou você nunca deixou isso acontecer mais do que deveria, por exemplo. Ã, talvez sim, mas não foi a guitarra. Deixa eu, vou, é, é, deixa eu contar um pouco da minha história, então, com a música, né? Porque eu comecei, eu tenho 43 anos no momento de gravação aqui do do programa. Eu comecei a tocar o instrumento musical ali com 14, eu acho, que era baixo
elétrico. Então foi por influência de ver um amigo tocar. Eram dois irmãos, um tocava guitarra, um tocava baixo. Eu gostei do baixo, pirei no baixo, comecei a tocar baixo. E aí ali quando eu comecei a fazer aula de baixo, meu professor falou: "Ah, mas era bom você saber um basicão de violão, porque para ser baixista é bom saber um pouco de violão." Ah, fui fazer violão, beleza. E aí que aconteceu aqui? que eu descobri o universo do violão clássico, né? O repertório. Então, do mesmo jeito que existem compositores famosos, tipo Mozert, Beethoven, etc., a gente
tem compositores que escreveram música para violão dessa época e que não são muito conhecidos por quem não é do universo do violão clássico. E eu comecei a tocar violão clássico. E aí, como baixista eu tive uma banda com umas pessoas mais velhas do que eu, que foi uma banda que que teve um crescimento, gravou dois discos, fechou ao vivo, essas coisas. né? E nesse processo aqui eu decidi que eu ia ser músico profissional. Quantos anos você tinha? 17, né? Só que eu tinha aquele sonho de ser o rockstar assim, né? E não tinha muita noção
de que, cara, não é assim, né? Que você monta uma banda e você vira o metálica, né? Não tinha muito essa noção. Então, eu era tipo moleque de 13 anos que quer ser jogador de futebol, ele acha que ele vai ser o Neymar quando é um 100.000, né? E aí, beleza. Aí eu fui fazer faculdade de música. Entrei na faculdade de música ali com 18 anos, [ __ ] Entrei na faculdade de música e sofri uma lesão. No primeiro semestre entrei no bacharelado em velo clássico, sofri uma lesão aqui nesse dedo que eu tava um
dia praticando, praticando, praticando, praticando, uma dor assim como parecia que tinha dado uma facada no meu dedo. E aí, cara, eu fui no ortopedista ali, o primeiro que eu vi no convênio. O cara falou: "Ó, uma semana sem tocar aninflamatório, acabou". E não acabou. E aí eu vou resumir aqui porque senão vou ficar falando disso até amanhã. Mas foram 4 anos de tratamento para essa dor que depois veio pro antibraço e não. Eh, cara, fiz 1 milhão de tratamentos hoje com conhecimento que eu tenho de ciência, com amigos que trabalham com fisioterapia baseada em evidência.
Sei que 95% desses tratamentos eram inúteis, né? Na época não sabia nada disso. Até, só que eu fui fazendo a faculdade de música sem a parte prática. fiz harmonia, composição, regência e estética, contraponto, tudas essas coisas. E aí, beleza, até que chegou ali 4 anos fazendo isso, um médico falou para mim assim: "Não vai ficar bom, não vai ficar bom, você vai poder brincar aí com instrumento, mas bom não vai ficar, né?" E aí, beleza. Isso foi o suficiente para eu virava canhoto, cara. É, pois é. É. Não, não, não cogetei recomeçar assim. Mas é
[ __ ] É. Aí o cara falou para mim isso, eu falei: "Tá bom, então eu vou desistir da faculdade". Porque eu tinha essa esperança de que ia ficar bom, por isso que eu fui cursando as teóricas. E aí, bom, tá. Então aqui eu tinha 23 anos já. Nossa. Então você tipo ficou um tempão ali só na parte teórica. Só na parte teórica. Estudando história da música, estudando estéria. Nessa época você já pirava em psicologia. Então cara, olha só que interessante. Até o a oitava série, que é o atual nono ano, né? Eu falava que
eu ia ser advogado, mas porque eu tava repetindo ali o que o meu pai dizia que era para eu ser meu pai advogado, meu irmão advogado, tal. Ah, você vai ser advogada que eu repetia o o que eles diziam ali. No primeiro colegial ali já começando a pensar com a minha própria cabeça, eu decidi que eu ia fazer psicologia porque eu tinha muito interesse por porque as pessoas fazem o que fazem, porque as pessoas pensam que pensam e tararã. E eh eu não sabia que existia uma área, uma faculdade disso, né? E aí no lá
no colegial eu descobri, eu decidi que eu ia fazer psicologia. Segundo, terceiro colegial, eu tava meio dividido, só que no terceiro a coisa da música começou a ficar muito forte. Você estudar muito violão clássico, a banda crescendo, gravou o primeiro disco, tipo, cadê autógrafo no CD assim, só cara, né? É tipo, é isso, assim, vou fazer isso. Quando eu me machuquei, insisti, insisti, insisti, eu fui lendo na na graduação de música alguns livros, com aspas de psicologia que hoje eu sei que são pseudociência, que são blá blá blá, mas era isso. Entrava na livraria, psicologia,
eu fui com a cara desse aqui, vou ler. Hoje eu sei que é porcaria, né? Depois de anos na psicologia. Então eu sempre mantive de uma forma ou outra assim esse contato com a mente humana, digamos assim. Então, quando eu tive que sair da música, foi meio óbvio que eu ia fazer psicologia. E aí, bom, aí eu fiz psicologia e aí você conhece a história, graduação, mestrado, doutorado, docência, clínica, etc, etc. E eu fiquei 17 anos sem tocar nada. 17 anos sem tocar nada. Cheguei a já tinha me falado isso, mas eu não lembrava que
era tanto, tanto tempo sem tocar, velho. Pois é. Pois é. 17 anos, né? 17 anos sem tocar. Cheguei uma vez ou outra pegar um violão. Hum. Dói. É, porque é muito louco assim, né, cara? Eu eu tenho isso de novo agora, mas quando eu tocava lá, eh, eu além do do prazer sonoro do tocar, eu tinha um prazer tátil de sentir a corda, de sentir o movimento, tal, né? E isso com dor foi embora assim, né? E aí, bom, tocava bem para caramba. De repente você pega um instrumento, você não sabe tocar nada. é muito
desanimador, né? E aí que aconteceu? Passam-se 17 anos aí, né? E aí eu começo a dar supervisão clínica para um psicólogo que você conhece, que eu tenho quase certeza que já esteve aqui, que é o José Siqueira. Aham. Já esteve aqui, acho que uma vez, uma vez, né? Muito legal ele. Muito muito muito legal. Esse José, o que que acontece? Esse cara, hoje a gente é amigo, né? Mas esse era um cara que eu nunca tinha visto na vida, era desconhecido, que começou a lidar com pacientes borderline que tinham ideação de tirar a própria vida,
comportamento de se machucar, coisas do tipo e não tinha experiência com esse tipo de caso. Me achou no Google como alguém que tinha experiência nesse tipo de caso e começou a fazer supervisão comigo. previsão, para quem não sabe, não é da área, é quando você vai num outro psicólogo, um psicólogo, vai em outro psicólogo, eh, ou mais experiente ou que mais especialista naquele assunto para pedir algumas orientações de casos que atende naquela esfera assim, né? Então, ah, putz, eu não manjo muito de dependência química, eu comecei a atender um paciente, eu vou lá num especialista,
ele me dá umas orientações e tal. Então ele já era um ótimo psicólogo, mas ele não tinha experiência nesse campo aqui. E aí ele começa a fazer supervisão que ele, ele vai no meu consultório, paga, vai embora, vai. Só que claro, o cara começa a ir lá cada 15 dias a gente foi construindo uma relação. Aí um dia, ah, vamos almoçar depois da supervisão lá, vamos almoçar, bater papo, tal. E aí falei: "Ah, eu tenho uma história com música, ele: "Ah, é, eu toco, tal, toco violão, pô, tocava violão, se lá, ah, mas você não
toca não". Aí contei essa história da lesão e eu falava: "Puta, eu eu tenho tô num momento que eu tenho vontade de voltar a tocar, mas eu queria tocar guitarra que eu não tocava, né? Eu tocava violão clássico e baixo. É porque você não tocava guitarra, velho. [ __ ] É. Aí ele falou para mim, cara. E aí eu já estava no começo do doutorado sobre prática baseada em evidências. Ele falou: "Há 8 minutos aqui do teu consultório, tem um colega meu que é fisioterapeuta que trabalha com fisioterapia baseado em evidência". Ah, por quê? Deixa
eu abrir um parênteses aqui para dar o contexto, né? Nesse processo de conhecer o Zé que eu descobri aí já almoçando e me tornando amigo, que ele era e é até hoje o maior especialista em psicologia da dor, que trabalha com dor crônica, o cara manja tudo isso aqui. Ele falou ele, então ele trabalhava com ortopedista, com fisioterapeuta, com to. Ele falou: "Eu conheço um fisioterapeuta aqui perto trabalha fisioterapia baseada em evidência. Eu acho que esse cara pode te ajudar". Fui lá nesse cara, comprei uma guitarrazinha bem baratinha, só para ver que bicho ia dar.
O cara passou duas horas perguntando tudo que eu já tinha feito de tratamento. Fiz isso, fiz isso, isso de 20 anos atrás ali, né? Fiz isso, fiz isso, fiz isso, fiz isso, fiz isso. Ele foi anotando, registrando, ele falou: "Ó, isso não serve para análise, é pudo ciência, isso aqui nando métodos extremamente simples, extremamente simples, ele me botou a voltar a tocar, né?" Então isso foi mais ou menos 2016, que foi quando eu comecei a tocar guitarra. E aí comecei assim, era 5 minutos por dia, 10 minutos por dia, 15 minutos por dia, né? E
agora eu consigo tocar 3 horas e tem uma banda e tal, né? Então eu tive este percurso. Agora quando eu voltei a tocar aí 17 anos depois, né? Aí foi com muita clareza de que era um hobby, tá? Tá. Era muito claro que era um hobby, que eu não pretendia viver disso. Por quê? Bom, primeiro que quando eu voltei, voltei, eu ainda não sabia se eu ia conseguir voltar mesmo assim, né? Não ia conseguir tocar de verdade. Mas aí beleza, tô tocando de verdade, consigo tocar músicas, consigo tocar solos. Nunca passou pela minha cabeça migrar,
ah, agora eu vou viver de música, aluma coisa assim, né? Então, a psicologia é o meu trabalho, tanto em consultório quanto como docente lá no IPBE, no Instituto de Psicologia Baseada em Evidência. E aí o Rob acho que ele como como guitarra assim, eu não acho que ele chegou alguma vez a atrapalhar eh seja minha vida profissional, seja a minha vida como pai, assim, mas teve um papel e tem um papel muito importante pra minha saúde mental, assim, momento que tipo eu desconecto de todas as obrigações, responsabilidades e ainda que eu, tipo, tenha um grau
de seriedade assim, de me obrigar a praticar tal, é leve, entende? é leve. Agora eu acho que teve um hobby que acho que chegou a trazer um pouco de problema que antes de eu começar a tocar o guitarra que foi ali em meado de 2016, de 2000 a 11 a 2016 eu fiquei, o meu principal hobby era jogo de videogame, né? E aí era uma coisa meio leve assim, jogava um pouco, tal. Só que aí eu passei a jogar, pode falar o nome do jogo? Eu passei a jogar Battlefield 4. Só que o Battlefield, cara,
além de ser um jogo que eu gostava muito, acabou tendo um papel. E aí entra uma outra função terapêutica do hobby, é quando o hobby provê socialização. Porque às vezes a gente pensa no hobby só com uma atividade em si, mas por exemplo, você faz um curso de pintura, no mínimo você interage com a professora. Com o professor às vezes interage com colegas. Hoje eu tenho uma banda, então às vezes eu faço um churrasco com os caras da minha banda sem tocar, né? Então, às vezes o E aí o Rob tem esse lance. Nessa época
do da do do Battlefield tinha uma coisa que era assim: "Ah, eu conhecia o cara A que jogava Battlefield e vai, eu conheci o A e o B, aí a gente juntou os três, A, B e o C, só que o C tinha um amigo D e o B tinha um amigo E o E tinha um amigo FGH". Então, a gente entrava em oito pessoas com fone no chat, ficava jogando, eh, e era tipo meu, uma socialização ali, dava risada, a, a parte de intervalo entre as partidas falava besteira, batia papo. Eu cheguei a ter
uma dessas pessoas que que eu conhecia, amigo do amigo do amigo jogando online, que a gente virou amigo de sair para almoçar junto. A gente hoje se vê pouco que ele mora em outro estado, mas tipo sem de tipo ele ter problemas na vida dele pessoal e me pedir conselhos como psicólogo assim, entendeu? Tipô podemos trocar uma ideia, tal, então desenvolveu uma amizade ali. E aí aqui eu acho que me atrapalhou um pouco, assim, eu tinha uma coisa meio difícil assim, por exemplo, e jogava online na Steam, né, no PC, que eu tinha um aplicativo
da Steam no celular, não tava dirigindo, não tinha filho ainda, tava dirigindo eu e minha esposa, acho que já casado. É. Tipo, ia olhar no aplicativo quem tá online, quem tá online, te avisar que eu tô chegando e vou avisar porque daqui 10 minutos todo mundo entra, entendeu? E uma coisa de putz, eu devia escrever esse relatório agora, não, amanhã eu escrevo que eu vou jogar. Cara, eu tive esse problema com o jogo também, velho. É, é muito fácil cair nessa do jogo porque é tão estimulante, tem a a progressão de habilidade e aí fora
quando você vai progredindo, você vai ficando bom, você vai gostando mais ainda. É. É. E eu ficava assim, o cabo não fazia as tarefas de trabalho para jogar, esperava até realmente ficar no deadline máximo. Virava um procrastinador, né? É. É. Ficava. Mas, por exemplo, olha só que interessante, né? E e o Battlefield chegou uma hora para mim que eu não eu não via nenhuma graça em jogar, tipo, sozinho, eu e mais um. Eu queria jogar com a galera. O legal era era bater papo, o legal era combinar estratégia, era legal a ideia de coesão social,
né? A gente tem alguns estudos aqui, um assunto meio polêmico aqui, né? Mas a gente tem alguns estudos de que ter uma religião, ser praticante de uma religião, faz bem pra saúde mental da maioria das pessoas. A não ser que essa pessoa seja alvo de discriminação da igreja, né? Então, o cara é homossexual e aquela religião condena, coisa do tipo. Mas o que os estudos científicos sugerem é que o bem-estar proporcionado pela religião, ele só acontece quando há coesão social. Então são pessoas que têm grupo de oração, que conversam pré-missa pós missa. Então eu tinha
muito isso, era um grupo social. As pessoas mais velhas elas acham estranho a socialização online, assim como se ela valesse menos, mas não é verdade. Aqui a gente tinha um uma baita coesão assim, tanto que quando tinha dois um ou dois ou ninguém, eu nem queria, eu queria estar com com as pessoas, entendeu? Cara, maneiro, cara. É legal saber essa parte da sua história assim. Ah, eu algum aspecto dela no comecinho ali é parecido porque eh quando eu tinha 17 anos também, terminando no ensino médio, eu quis queria ser música profissional. Ah, é. Aí eu
comecei a ir por esse caminho. Aí eu já aí eu trabalhava CLT ao mesmo tempo que eu pensava se ia fazer faculdade de música ou não. Aí eu fiz um curso na época de eh de canto, estudava em casa para caramba também. Estudava canto, instrumento, que que era? É, eu estudava o canto no curso, em casa estudava violão, guitarra. composição, gostava bastante. Teoria musical, gosto muito. E aí o que o que foi me [ __ ] assim foi porque falei assim: "Tá beleza, eu preciso ganhar dinheiro com isso, já que eu quero ser profissional". Qual
que é a habilidade que eu posso ter agora dentro desse mundo para poder ganhar dinheiro com isso? Na época era produção musical. Aham. E tava começando a surgir essa galera do trap, essa essa galera toda. Falei: "Cara, vou começar a produzir isso aí". E aí, tipo, o primeiro cliente que eu consegui e era um cara de brega funk, cara. E foi tipo assim, se desmotivou. [ __ ] eu consegui o cliente, o cara me pagou era 200 pilas, sei lá, para produzir a música dele. E aí eu queria me matar enquanto eu ouvi o Entendi.
as coisas que ele tavam passando ali, sabe? É que é isso. Às vezes quem trabalha com música, quem não trabalha com música e vê alguém que trabalha com música, acha que é só glamor, é só diversão, o cara fica só tocando. E é isso, né? Tem que produzir um negócio que você não gosta, tem que tocar um negócio que você não gosta, é um profissional, né? Deixa. E aí é o lance, né? Por exemplo, eu só toco hoje o que eu eu só toco o que eu gosto, porque é um hobby, né? Eu, se eu
for jogar videogame, eu só vou jogar o que eu gosto, não tenho nenhuma obrigação, né? Então é muito louco. Você não sabia que você tinha considerado ser muito profissional, cara? Já pensei. É iso é [ __ ] cara. Eu acho que num universo paralelo, por exemplo, se você não tivesse tido a lesão, que que será que teria acontecido? Pois é, é uma boa pergunta, né? É uma boa pergunta, mas é engraçado assim porque eh olhando retroativamente a minha impressão é que tinham pessoas muito melhores do que eu. Assim, eu tava na linha da média para
baixo, assim. Então é, eu me achava um bosta, porque eu tinha um amigo ali que é, tipo, sei lá, o cara era muito bom. É. É. Não, e assim, na quando eu entrei na faculdade de música, embora não fosse 100% assim, tinha umas coisas meio assustadoras assim, que era tipo, sei lá, primeiro dia de aula, né? se apresenta aí, quem é você, qual que é a tua história, tal. E cara, tinha umas pessoas que era assim: "Ah, meu nome é Mariana, eu comecei a tocar piano com 3 anos, arpa com cinco, violino com seis e
com 12 anos eu regia o couro na cara, com 12 anos eu tava jogando videogame correndo atrás de bola na rua. Nunca tinha visto instrumento musical na vida, entendeu? Mas entra entra aquele papo, né, cara, de comparação assim. É, até a gente como hobby, se a gente ficar se comparando, perde toda a graça do negócio. Exato. Exato. Exato. É. E aí, aí que é o o lance de você saber exatamente o que você quer com aquele hobby, o que que é importante para você, qual é a parte da diversão. Então, por exemplo, é isso que
você disse hoje. Se você abrir um vídeo na internet, cara, você vai achar alguém que toca, um moleque de 8 anos, que, tipo, faz tudo na guitarra e que toca coisas que eu nunca vou tocar, etc. A questão é: "Tá, essa pessoa é melhor do que eu?" E a pergunta que tem que vir é: "E daí? E daí?", né? Porque eu eu não preciso tocar daquele jeito para me divertir. Eu eu quero ter as habilidades para tocar as músicas que eu gosto de ouvir hoje. O que que acontece? Eu tenho habilidades para tocar acho que
90% de tudo que eu quero. Você fala: "Ah, vamos tocar um negócios, né, tipo malmos negócios ultra vel?" Eu não consigo. Eu consigo acho que no 75% da velocidade. Se eu baixar em 75 eu toco. Mas não é assim a música, né? A música é em 100%. Mas assim, tudo dentro do repertório que eu gosto, que a banda quer tocar, eu gosto de tocar, eu eu consigo assim. Então é mais uma questão de treinar aquela música, aprender os movimentos e fazer. Isso é suficiente, entende? Porque se você for nesse raciocínio, ele é infinito, né? Tipo,
você, sei lá, você começa a vida profissional, você ganha lá, sei lá, R$ 2.000 por mês. Tem alguém que ganha cinco. Agora que você ganha cinco, tem alguém que ganha 10. Aí você ganha R$ 200.000 por mês. Cara, tem jogador de futebol que ganha isso a cada 10 minutos. Tem gente que não vai ganhar essa vidinha. Então, sempre vai ter alguém, né, melhor que você em alguma característica tua. Então você tem que aprender a deixar o pé no chão e falar: "Não, o que que é para mim? O que que é a minha vida? O
que que é importante para mim? Quais passos eu quero dar?" A impressão que eu tenho é que esse tipo de de pensamento assim é o que talvez não o que mais, mas uma das coisas que mais traz sofrimento pra humanidade hoje em dia, cara. É, talvez porque a gente tenha mais acesso a diferentes vidas a rede social, a gente começa a a se comparar mesmo assim, mas a a criar um uma um personagem ali, uma endeusar, uma figura que, cara, às vezes o cara nem é feliz ou às vezes o cara nem Exato. Exato. Não,
tá cheio e tá cheio de gente que na rede social é vida perfeita, maravilhosa, incrível e se você conhece na intimidade é puro sofrimento, a pessoa não quer nem continuar viva, né? Agora, a essa coisa da comparação na rede social existe um problema que é meramente estatístico. Então, por exemplo, eh, você tem ideia de quantas pessoas você segue no Instagram? Acho que umas 500, 600. 500, 600. Você você concorda comigo que se você segue 500, 600 pessoas e o ano tem 365 dias, provavelmente todos os dias do ano quando você abrir a o Instagram, alguém
tá de férias que você segue. Então, então 365 dias no ano você vai estar no teu Instagram e vão ter pessoas de férias. Então, durante todos os dias do ano, você vê lá um deitado na rede fazendo nada, um curtindo a piscina com os amigos, o outro é surfando, o outro na frente da torre E você, pô, eu tô aqui trabalhando, tô aqui trabalhando, tô aqui trabalhando, tô aqui estudando, tô aqui. Só que a questão é é você não tá acompanhando um a um, você tá vendo só essas pessoas expondo aquilo. Cara, o pensamento que
vem na minha cabeça assim, que eu hoje depois de fazer terapia, entender como o mundo funciona, eu sei lidar com ele, mas que vem sempre é tipo, cara, mas será que só eu que sofro? Exato, cara. Será que só eu que tô errado? Será que só eu que tô sofrendo? É, você sabe que teve uma vez que fizeram uma campanha, não sei se você chegou a ver isso, não sei se era uma campanha, alguém fez uma imagem que era assim: "Se os nomes do das redes fossem de verdade. Aí tinha tipo assim, o Facebook não
chamava Facebook, chamava alguma outra coisa, né? Ou do Instagram chamava assim: "A gente sabe que você não é tão feliz assim", né? E e e cara, tem uma coisa que é meio eh do próprio funcionamento de do que a gente escolhe postar, né? Primeiro porque todo mundo que vê uma rede social tem que saber que houve uma escolha em postar aquilo, certo? você ativamente fez aquilo, postou aquilo, você quis mostrar aquilo. E geralmente a gente mostra coisas eh que de alguma maneira saem um pouco do óbvio cotidiano, né? Se você no seu Instagram faz assim:
"Adei, tomei café, lavei louça, fui no banheiro, você faz todo dia, cara, é chato para [ __ ] ninguém mais vai te seguir, né?" Hoje eu postei lá um um vídeo da gente tocando. Por que que eu postei? Porque um negócio diferente. Saiu da minha rotina com quantas vezes eu toquei junto com você? Nunca. Foi a primeira vez. Ah, um negócio novo, né? Eu não vou sair daqui e vou postar pegando o elevador ou tipo me preparando para dormir, né? E e do mesmo jeito que a gente tende a às vezes a gente posta coisa
chata, ah, [ __ ] que saco, tô preso no trânsito, mas a tendência é a gente postar coisas interessantes, coisas que a gente quer mostrar pro mundo. E aí a gente consome aqui o tempo todo coisas legais e na nossa vida tá ruim, né? Então, eh, o que você vê é o que a pessoa escolheu mostrar, que ela tá bem, ela tá feliz, ela tá curtindo alguma coisa e todo o sofrimento que todo ser humano tem, que é inviável não ter, você, a pessoa geralmente não tá mostrando, né? Só que a gente esquece disso. Hoje
você sabe que quando você olha e pensa, meu, será que só eu tenho problema? Será que só eu sofro? Todo mundo tá numa boa. Hoje você sabe, opa, pera aí, isso que é uma armadilha, não é assim, a vida não é assim, mas tem gente que cai nessa armadilha, né, cara? Porque que o mundo tá melhor, mas as pessoas estão mais tristes, tá? Que que você chama de mundo melhor? A gente hoje não precisa se preocupar tanto mais com, por exemplo, eh, escassez como um todo, seja de qualquer coisa, comida, qualquer coisa assim, não tem
mais tanto isso, obviamente tem no mundo, mas isso vem diminuindo, aumentou a expectativa de vida, a gente tem mais segurança. Exato. As pessoas têm mais possibilidades de escolha e tudo mais. Tá, tá. Mas eu sinto que não que eu sinto, mas pelo que todo mundo vem aqui e fala que as pessoas estão mais perdidas, mais tristes, mais deprimidas, mais ansiosas, mais tá, eu acho, Luds, assim, tem aí é é um grande conjunto de vetores e depende um pouco de onde você tá pondo a lupa. Então, por exemplo, a hora que você vamos escolher um lugar
para pôr a lupa. É, não, não. Então é isso, porque a hora que você diz assim, ó, tô pondo a lupa na escassez, tem bem menos escassez, tô pondo a lupa em, sei lá, a gente não precisa est, você não tem medo de sair na rua e ter um tigre, vai me comer vivo, né? Então quando a medida que você vai pondo a lupa em algumas mudanças no mundo, são mudanças muito mais positivas, muito mais eh pró saúde mental, vou dizer assim. Só que você também tem na paralela transformações que se você põe a lupa
nela, são transformações que vão produzir tristeza, coisas do tipo. Tipo o quê? Por exemplo, eh, a comparação que a gente tava falando até agora, verdade, né? Então, por exemplo, quando você é é de uma geração que nasceu com internet, Sim, né? Eu sou de uma geração que não teve internet, né? Fui ver internet ali, eu tava me tornando adulto já. Então, o que que acontece, cara? Você tinha ali, sei lá, alguns amigos, alguns talvez da mesma classe econômica que você, talvez alguns com um pouco menos de condição, um pouco mais de condição e acabou. Era
esse, era até aí que se enxergava. Hoje você consegue na palma da mão enxergar eh um palácio do outro lado do mundo e, né, os 10 hotéis mais chiques e caros do universo, assim. Aí você olha uma coisa que você nunca veria na tua vida, né? E você sabe que existe, você consegue ver, você consegue saber que você não tem acesso, etc., né? Então você hoje tem muito mais cenouras que você sabe que você não vai conseguir alcançar e comer, entende? Isso é uma coisa. Você tem outra coisa que é desigualdade social. Desigualdade social é
fonte de tristeza, ansiedade permanente, assim, por Mas isso não diminuiu, cara, com em alguns lugares, né? Mas, por exemplo, o os o Brasil pós-pandemia aumentou. Hum. Né? Então, o que que acontece na desigualdade social? Assim, você de novo, é uma questão de lupa. Quanto depende do país, a desgade social é muito menor. Finlândia, Dinamarca, Suécia. Quando você vem aqui pra América do Sul, a desigualade social é muito maior, né? Então o que que vai acontecer? A desigualdade social, ela é uma questão porque quem é pobre não tem acesso à a várias fontes de saúde mental,
tipo segurança, boa alimentação, tempo para fazer exercício físico, a ansiedade de será que amanhã eu vou ter dinheiro para pagar o meu aluguel ou será que eu vou ser despejado? coisa do tipo. Quem é classe média tá tentando não cair para ser pobre e tá ali olhando para esse monte de cenoura que queria ter e não consegue ter. E quem tá na extremidade da do rico, ele tá sofrendo porque ele tá com medo de ser assaltado, ele tá com medo de ser sequestrado, ele tá com medo de de tomar um tiro, etc. Percebe? Que interessante,
cara. Então você tem desigualdade social, você tem comparação, você tem acesso a vários mundos que você agora nunca vai ter acesso. Você tem uma coisa que chama paradoxo da escolha. É um é um conceito cunhado pelo Barry Schwarz, né? Um psicólogo. Que que é o paradoxo da escolha? Nós temos talvez intuitivamente a ideia de que quanto mais opção, melhor, mais liberdade. Então, se eu chego aqui para você e falo assim desculpa o inverso, você fala para mim assim: "Já quer tomar alguma coisa? Eu tenho café curto, café longo, chocolate quente, cappuccino, chocolate gelado, eh, p,
tenho 20 opções. Nossa, é tanta opção boa, eu falo: "Não, eu vou querer tal". A gente acostuma achar que quanto mais opção, melhor. Só que aí que entra o paradoxo da escolha. Por quê? Porque quanto mais opção eu tenho, maior a probabilidade de eu escolher achando que eu escolhi errado, sentindo culpa, eu devia ter escolhido outro, o outro deve ser melhor, etc. Total, car, né? Então, hoje, por exemplo, a gente tem na na nossa sociedade um grande rol de vidas possíveis. Você pode ser host de podcast, você já me falou que você tem uma profunda
inclinação por psicologia, você poderia ser psicólogo, você pensa em estudar mais profundamente tecnologia da informação, programação, computação. Talvez você pudesse ter uma inclinação boa também para, sei lá, ser um escritor, tá inventando aqui, não sei. Só que dificilmente você consegue ser host, psicólogo, escritor, dominar a programação. Talvez daqui uns 30 anos estudando tudo isso, talvez você consiga, mas assim, você vai ter que abrir mão de coisas. Perfeito. E aí você sempre fica nessa questão: "E se eu tivesse sido psicólogo? E se eu tivesse sido host de podcast? E se isso? E se aquilo?" Então você
começa a explorar um monte de vidas possíveis não vividas. Isso também traz angústia, percebe? A gente tem outro outra fonte de tristeza que tá relacionado a poder de compra. Toda vez que a gente tem algo que se compra, você tem o valor do objeto e o valor simbólico derivado do objeto. O que eu quero dizer com isso? Ó, você tem um celular aqui. Por que que você tem este celular e não outro? Por que que você escolheu ter este celular aqui? Porque eu preciso de como ele funciona no Instagram. Uma câmera boa. Você precisa de
uma câmera boa e você precisa de várias outras coisas que um celular tem, que aí valeria qualquer um, talvez o e-mail, WhatsApp, calculadora, teu documento, cartão de crédito, né? Então existe várias características desse telefone que são importantes para você e eu vou chamar isso de uso direto, tá? Então você precisa da calculadora, você precisa do cartão de crédito, aí isso facilita tua vida, você sei lá, controla aí quanto espaço você dá no ano, você tem várias funcionalidades. Fala: "Putz, eu preciso disso aqui, preciso dessa câmera, né?" Beleza. Quando você compra um objeto por este motivo,
se ele tá dentro da da tua realidade financeira, geralmente tá tudo certo. Qual que é o problema? O problema é que se existe uma coisa que é o valor simbólico que se cria com aquilo e que o marketing faz de uma maneira que você se torna obrigado a comprar aquilo. Então agora, obrigado impelido, né? Então o que que acontece? Esse celular faz tudo que ele precisa fazer para você, mas o que significa não ter um modelo mais novo, entende? Então, o quanto que a pessoa compra aquela bolsa pelo que ela serve, carregar o celular, carregar
a maquiagem, eh servir de peça de acessório ali que combina com o vestido, etc. O quanto ela compra para mostrar pras pessoas que ela consegue ter uma marca, uma bolsa daquela marca X, que isso passa uma mensagem, certo? Só que o que acontece, eh, isso aqui muitas vezes vai gerando uma necessidade de ter coisas e comprar coisas que a felicidade quando você compra some, né? Então, voltando pro hobby, pro lazer, por exemplo, eh, a gente tem no mercado de guitarra, por exemplo, guitarra boa, guitarra média, guitarra ruim, vamos chamar assim. E você tem guitarra famosa,
guitarra média famosa e guitarra desconhecida. Nem sempre isso anda de mão dada, né? Então existe, por exemplo, eh, eu tenho participo de vários grupos de venda, rolo, compra, troca de instrumentos musicais, tal. Então, tem guitarra de marca famosa que custa R$ 200.000 e ela é uma peça de colecionador, né? Só que ela não faz mais do que uma guitarra de R$ 15.000, R$ 1.000, que é às vezes de uma marca desconhecida ou de uma marca menos conhecida ou de um fabricante brasileiro que só é conhecido numa determinada região. Então, se você compra um carrinho 1.0
com 10 anos de uso e compra um carro zero, 2.0, maior, com direção hidráulica, tem uma diferença funcional muito grande de conforto, etc, etc., chega um nível de carro que não tem diferença funcional. você tá comprando pelo significado dele, entende? Para, tipo, quando você chega de Porsche ou Ferrari num restaurante, é mais do que um carro confortável. Isso diz algo, passa um recado para você, de passa um recado pras pessoas. Isso tem um simbolismo ali, cara. Mas aí a pessoa que faz isso por com esse com esse tipo de visão, porque eu acho que vai
ter o cara que vai querer a porche porque ele vai ver o design daquilo, ele vai ter uma, igual a gente tem com a guitarra de 50.000. Exato. Mas a maioria das pessoas compram esse carro num são assim, eu acho, sabe? Uhum. Hum. Esse cara não percebe que ele vive numa ilusão, que ele foi manipulado. A não, cara, pensa marca de roupa. Eles têm o melhor negócio do mundo, porque quanto mais famosa é a marca, mais caro alguém paga para fazer propaganda dela por conta própria pros outros. Verdade. A hora que eu ponho essa camiseta
aqui com símbolo da marca, eu tô fazendo propaganda para todo mundo. A marca e eu que tô pagando para fazer propaganda. as pessoas não têm essa sacada. E é e e é uma questão de existe toda uma cultura construída pró consumismo para isso, né? De forma que em alguns ambientes você colocar o teu celular na mesa e ele ser de duas gerações atrás, talvez faça mal pra sua imagem. Então é uma sociedade doente, do meu ponto de vista, uma sociedade do espetáculo, né, das aparências. E aí a questão é, a gente não pode se render
a isso, né, cara? Eu acho que não. Acho que se a gente tá num grupo de pessoas que são assim, acho que a gente tem que é, eu tenho uma coisa que eu gosto de falar e que é totalmente da minha cabeça, né? é zero baseado em evidências, assim, é um achismo, mas eu tenho a hipótese de que se os seres humanos aprendessem a não se importar com o que os outros pensam, não sentido do desrespeito, da imoralidade, do preconceito, não nisso, mas o tipo, ah, que que o Jean vai pensar se eu tiver usando
a marca de Não, eu eu acredito que se as pessoas se libertassem do pensamento, do que os outros vão pensar, metade das pessoas fazem terapia, não precisa fazer terapia. Interessante, cara, ouvir isso de uma pessoa que já atendeu muitas e muitas pessoas, porque essa é uma coisa, né? O que que o outro vai pensar, mas que impressão eu vou causar? Como eu vou ser visto? Eh, de novo, né? Não tô falando de danis que o outro pensa no sentido da imoralidade, do preconceito, não é disso, né? Eh, mas nesse sentido das aparências mesmo. E aí
eu acho, isso para mim sempre foi uma fonte de sofrimento muito grande, cara. é de de importar demais assim com com o que os outros vão pensar, sabe? É em algum grau, é claro que em algum grau você tem que se importar no sentido funcional da coisa. Então assim, é óbvio que você tem que se importar com se as pessoas gostam do seu podcast, porque você vive disso. É, você depende de elas assistirem, você depende delas engajarem, compartilhar. É óbvio que você tem que se preocupar neste ponto. Agora, eh, a gente pode também olhar e
falar assim: "Tá, mas tem quem não gosta, tem quem te detesta, quem quem tem quem te acha raso ou sei lá o quê." E sempre vai ter a questão é, tá, qual é a porcentagem aqui, né? Então tem tem uma tem uma tirinha luts que eu gosto, eu nem sei quem desenhou ela, se é de um brasileiro, se não é, que é a tirinha é assim, eu já postei isso lá no meu Instagram uma vez, é um casal na roça que acabou de casar. Então, tão eles ali na roça, o homem e a mulher, a
bagagem e eles vão sair de lua de mel em cima de um burro, um burrinho. O primeiro quadrinho é o homem no burrinho, a mulher e a bagagem embaixo. É. E as pessoas ao redor dizem: "Olha só que machista". Ele vai sentado no conforto da burrinha, do burrinho e a mulher vai a pé com as bagagens. Aí muda. Agora ele vai a pé com as bagagens e ela vai no burrinho. E aí as pessoas ao redor diz: "Aí, ó, pau mandado, ó. A mulher fala o que ele tem que fazer, ele tá indo a pé
e ela fica lá na vida boa. Muda. Agora vão os dois e a bagagem em cima do burrinho. E as pessoas dizem: "Ó lá, que pessoas desumanas colocando todo esse peso em cima do burrinho. Coitado do burrinho, que pessoas horríveis e tal". Até que no último eles vão, o burrinho sem ninguém em cima, o o homem e a mulher e a bagagem andando. E as pessoas ao redor diz: "Ó lá, burros são eles que não sabem que o burrinho serve para você montar e usar o burrinho para ir nos lugares." Você vê que explorou todas
as opções, né? Então, a hora que você escolher um óculos redondo, alguém não vai gostar. A hora que você escolher um óculos quadrado, alguém não vai gostar. A hora que você escolher usar lente em vez de usar óculos, alguém vai achar que você fica melhor de óculos, né? Então a questão, cara, faz o que você prefere. E conectando com os hobbies, geralmente o hobby tem isso. Ele ele é mais gostoso quando não existe essa preocupação com que o outro vai pensar. Tipo, eu não tô preocupado se você vai gostar da minha guitarra ou não. Eu
não tô preocupado se você vai gostar dos meus pedais ou não. Se você achou minha guitarra feia, se você achou minha guitarra bonita, você achou minha guitarra barata, se achou minha guitarra cara, você acha que a marca, não importa, porque aquilo importa para mim, entende? Então, a pessoa que pinta um quadro, faz um curso de pintura, ela como hobby, ela deveria se importar se ela gosta da pintura. Se ela vai pintar para vender para alguém, ela tem que se importar com o que os outros vão achar, porque ela quer vender aquilo, né? Eh, se você
tivesse gravando podcast só para você ouvir, tá em privado, ninguém vai ouvir, só você, tanto faz, né? Não, aqui não. Não importa o que as pessoas acham, as pessoas precisam ver, tal. Então o hobby, o bom hobby, ele tem essa característica, tipo, você não tá muito preocupado com que os outros pensam, é o que você curte, tipo, tanto faz se eu gosto da tua guitarra ou não, tanto faz, você gosta do quadro, não, tanto faz se você acha que eu danço bem ou não, tanto faz você acha que eu cozinho bem ou não, tanto faz
você acha que o meu conhecimento sobre cerveja é bom ou não, entende? Tipo, eu simplesmente me envolvo com aquilo do jeito que eu quero me envolver. Qual que foi o maior extremo que você já viu num num paciente ou em histórias que você ouviu assim de da pessoa se importar tanto com os outros, com que os outros vão pensar e que ela evita de fazer aquelas coisas que importam para ela e tudo mais. E o que que isso afetou na vida dessa pessoa, sabe? Cara, isso é bem comum, porque assim, a gente pode pensar talvez
em ansiedade social um pouco nisso, mas não sei. Tá, você pode ter um pouco de ansiedade social nisso, mas não necessariamente. O que acontece, isso existe com alguma frequência, assim, não é tão raro. Eh, a pessoa que basicamente não é ela, né, ela vive um pouco em torno do que os outros acham ou ou valorizam, etc. Geralmente os efeitos são horríveis assim, porque a pessoa ela fica angustiada, ela sente vazia, triste, não vê sentido nas coisas, porque tipo, de fato, não tem sentido, né? Ela tá fazendo algo porque o outro valoriza, porque ela tem um
uma necessidade de agradar o outro, porque ela tem um medo de rejeição, alguma coisa assim. Mas aí ela começa a viver uma vida muito empobrecida, uma vida triste, uma vida sem propósito, uma vida que ela não vê graça e que muitas vezes tá recheada de ansiedade porque assim, eu vou fazer isso, mas que que o outro vai pensar? Eu vou fazer isso, mas o que que ela vai pensar, né? Eh, e isso é muito comum em grupos que você é ligeiramente ou muito diferente do resto. que, por exemplo, eh, se eu tô num grupo aqui,
imagina que tem cinco pessoas aqui, os cinco são doido em guitarra, vá de guitarra, chega uma pessoa que ela tá muito mais inibida a falar: "Cara, eu não gosto de guitarra, acho barulhento do que se tivesse, sei lá, só duas pessoas ou se o grupo de cinco, só um valorizasse isso e tal, né?" né? Então, acho que a grande questão é quando você tem um grupo social, eh, o quanto que você valoriza as mesmas coisas que essas pessoas valorizam, né? Então, eu já vi acontecer, por exemplo, certas competições e de ver, tipo, quem tem a
bolsa mais cara ou que tem quem tem mais de eh valor em bolsas, né? Ah, eu tenho R$ 700.000 em bolsa, essa aqui tem 650.000 em bolsa. Nossa, isso aqui comprou uma bolsa de não sei, entende? Eh, e aí vira uma coisa que essa pessoa nem tira a bolsa do armário, assim, vira uma coleção assim, né? Quando eu vim aqui falar, eu vim aqui uma vez, a gente gravou um episódio sobre felicidade, né? O que a ciência fala sobre felicidade, tem muito disso da compra, eu explico isso lá, de o quando que a compra ela
é simplesmente um bem material e morre nela mesmo ali. O quanto que você compra algo no sentido de ter experiências e vivenciar coisas, isso faz muita diferença, cara. E eu não sei, você deve ter essa visão também, mas como eu vejo muito YouTube, gasto muito do meu tempo de lazer no YouTube, tem um fenômeno engraçado que vem acontecendo cada vez mais, que são pessoas que, sei lá, tão com 37 anos, tão passaram boa parte da vida já. E aí elas soltam um vídeo assim meio de desabafo, falando assim: "Caramba, durante todo esse tempo e eu
me transformei em alguma coisa que eu nem sei mais quem eu sou, não me identifico mais com isso, né?" Então foi é isso que você falou, só que durante a vida inteira, ah, eu preciso me encaixar nesse grupo aqui de amigos, depois nesse grupo do trabalho, depois com a minha esposa ou com meu marido. E aí ela vai se transformando numa coisa que, tipo, ela olha no espelho, acho que ela não, caramba, quem eu sou de verdade? O que que importa para mim? E quando eu falo, quando eu falei de hobbies lá no no meu
Instagram, eu postei lá, vocês têm hobbies, tal, não sei o quê, muita gente mandou mensagem falando assim: "Cara, eh, eu não tenho hobbies, eu não, eu não tenho atividades. Eh, me dá algumas ideias de alguma coisa, eh, queria querer tocar guitarra, mas eu não tenho talento. Enfim, você vê que tem muitas pessoas que elas nem eh não se dão até, não sei, não são, culpa, acho que não é culpa delas, mas não dão nem a oportunidade de se conhecer melhor, de conhecer melhor o que elas, que que elas gostam. É, e eu nem sei exatamente
o que que significa isso de ah, quem quem sou eu de verdade, né? Mas a gente nunca sabe, mas a gente começa a entender melhor quando a gente se solta um pouco dessas amarras, sabe? É. É. Então, aí tem algumas coisas, né? Esse exemplo que você trouxe, né? O cara tem 37 anos e grava um vídeo de desabafo lá do tipo, meu, o que que eu fiz da minha vida, né? Acho que tem uma coisa, eh, que são os automatismos. Então, o que que é o automatismo? É, tá, você tem que ir pra escola. Por
quê? Porque teu pai também não vai mandar. Vai pra escola. Bom, você terminou a escola, você tem que fazer faculdade. Por quê? Porque falaram que tem que fazer. Aí você tá na faculdade, tem que arrumar um estágio. Por quê? Porque alguém falou que você tem que arrumar um estágio. Aí você tá terminando o estágio, você tem que ser efetivado. Por quê? Porque alguém falou que você tem que ser efetivado. Entende assim? E aí você acaba continuando uma vida que assim, ah, você tem que namorar, né? Ah, mas você tem que casar, né? É, mas se
você casar, você tem que ter filho. Então, cara, eu conheço pessoas que tiveram filho de maneira não refletida, simplesmente tiveram filho, cara, para, de certa forma reproduzir um uma expectativa social, uma coisa, cara, é um negócio que não tem volta e de enorme responsabilidade, né? Se amanhã não quiser mais tocar guitar, toco uma guitarra, vendo, dou, queimo, não importa, né? Eh, mas e aí, cara? você tem um filho e você não pensou nisso, você não queria ser pai, queria ser mãe e agora, né? Então, acho que muito disso tem a ver com essa vida não
refletida. Então, tem um, eu acho que foi Sócrates que dizia que uma vida não refletida é uma vida que não vale a pena, assim, né? Que você tem que ter uma vida refletida. Acho que essa é uma coisa. Eh, obviamente, né, Ludes, que essa conversa aqui sobre hobby, ela tem um um ponto de partida de alguns privilégios, assim. Então, por exemplo, às vezes uma pessoa que pega lá 2 horas para ir trabalhar, 2 horas para voltar, trabalha 12 horas, às vezes não tem espaço, tempo, dinheiro na vida para ter um hobby, né? Essa parte é
interessante mesmo, né? Essa questão do beleza, hobbies são importantes, essas atividades eudaimônicas são importantes, mas como é que a gente faz quando nossa vida [Música] é complexa? Duas horas para ir pro trabalho, trabalho difícil ou então vivo num lugar que é que é difícil, não tenho dinheiro para nada. É, eu assim, eu queria ter a resposta perfeita aqui, né? A resposta perfeita seria uma reestruturação da sociedade pós-moderna, né? Mas perfeito, mas o que acontece assim, sendo pé no chão e realista com o que tem, acho que tem dois pontos aqui. O primeiro deles é que
existem hobbies mais caros e hobbies mais baratos ou até gratuitos, né? Então, sei lá, às vezes a pessoa pode ter uma atividade do tipo jardinagem, que certamente é mais barato do que mexer com carros de 100 anos atrás. como ter um amigo meu que faz, né? Eh, assim como alguns hobbies vão ter um espectro grande, né? Você pode comprar uma guitarra de R$ 1.000, como você pode comprar uma guitarra de R$ 40.000, né? Mesma coisa para um amplificador e tal. O, então tem tudo isso. A, ah, acho que essa é uma consideração. A outra consideração
é a depender da vida cotidiana da pessoa, quão mais tranquila ela tá ou mais privilegiada ela é, essa pessoa consegue se dedicar mais ou menos. Mas um hobby, né? Então, tô imaginando uma pessoa que trabalha 10 horas por dia, leva duas horas para ir, duas horas para voltar, tem casa para cuidar, tem filho para cuidar, etc. Talvez seja um espacinho ali no sábado, talvez seja um espacinho ali no domingo, né? Tem tem um tempo ali para cultivar, tal. Então eu, por exemplo, há claro que de novo, né? né? Tô nessa posição de alguém muito mais
privilegiado, mas há momentos em que eu tô mais tranquilo de trabalho e eu consigo me dedicar talvez todo dia um pouco. E há momentos em que eu passo, sei lá, uma semana sem fazer nada do meu hobby, porque eu tô mais ocupado do ponto de vista de trabalho ou tô viajando ou tô viajando a trabalho, né? Ou fazendo alguma coisa que me impede eh de praticar, de tocar e tal. Então acho que é isso. Uma pessoa que tem uma vida com mais limitações de tempo, de dinheiro, acho que é explorar ali opções mais baratas ou
gratuitas e e achar brechas de tempo ali, seja num domingo, o que der para fazer, assim, né? E aí talvez se vai do gosto da pessoa, mas se te for possível com socialização, a gente sabe que é legal assim, né? A socialização costuma ser bem importante pro ser humano. Posso puxar um assunto meio polêmico sobre isso? Se você não quiser falar, você me xinga e tá tudo certo e a gente não fala. Eh, é preciso de dinheiro ou de um certo privilégio para ter uma boa saúde mental? É, é porque não é nada polêmico. É,
inclusive é meio é meio óbvio até no sentido de que assim a gente tem que tomar cuidado para quando eu falar é isso não significa duas coisas. Garant dinheiro é garantia de saúde mental, não é? Boa, boa. E dois, quanto mais dinheiro, mais saúde mental eu vou ter. Boa. Também não é verdade, tá? Agora, por que que existe uma relação entre dinheiro e saúde mental? Porque a base, o deixa eu voltar, Platão, vou voltar bastante. Vou voltar. Platão, ele dizia uma coisa bem importante que ele falava assim: "A filosofia só deve ocupar espaço depois na
na vida de alguém depois que essa pessoa tá bem alimentada, tá saudável, a sua cidade não está em guerra, entende? Porque ela é interessante, cara, uma e ela não é, digamos, infraestrutural, né? Então, o que que acontece aqui? Quando a gente tem uma pessoa que ela não tem acesso à saúde de qualidade, falando de saúde, médico, enfermeiro, internação, precisa fazer um exame, né? Então, ela não tem acesso a serviço de saúde, ela não tem acesso à boa alimentação, ela vive num lugar barulhento, eh, sujo, fedido, né, na beira ali num rio poluído, eh, com muita
poluição sonora. Essa pessoa não tem, tem que contar ali as moedinhas para comprar comida, etc. essa pessoa está sendo socialmente privada de de toda a parte infraestrutural da vida. E isso aqui é por si só extremamente prejudicial paraa saúde mental, entende? Então, eh, sem acesso, é, é, é mais ou menos assim, antes de eu discutir quantas gramas de proteína você come para desenvolvimento muscular, eu preciso saber se você bebe água ou não. Se você não bebe água, a conversa nem começou porque ela é infraestrutural demais, entende? Não sei se é um bom exemplo, mas estou
tentando fazer um, né, uma analogia aqui. Então, nesse sentido, você não vai ficar tentando entender as crenças do cara antes de saber se ele tá tendo uma alimentação legal, um sono legal. Exato. Exato. Se ele tem, se ele consegue dormir em paz sem medo de, tipo, invadir a casa dele ou se ele, né, consegue, porque assim, a gente vive uma situação, né, Lu, que assim, às vezes o cara ele quebra o pé, eu testemunhei isso com uma pessoa próxima a mim, né? Pessoa quebra o pé, ela precisa de uma cirurgia de emergência. Isso um amigo
meu que me explicou lá do ortopedista. Por quê? Porque se ela não faz a cirurgia até tal hora, as consequências são completamente diferentes. Assim, tipo, se ela que machucou o pé de um jeito X Y Z e fizer a cirurgia aqui, ela vai ter sequelas de um tipo, ela vai ter danos de um tipo, etc. Se ela espera 24 horas fazendo cirurgia, muda o cenário, complica, a sequela é muito maior, o tempo de recuperação é muito maior, se pode dar uma complicação a ponto de acontecer sei lá o quê, entende? Então assim, essa pessoa não
tem acesso ao básico. Então, nesse sentido, o dinheiro ele é uma necessidade básica para ter saúde mental. Só que a medida que você vai subindo na vida financeira, a curva vai ficando cada vez mais achatada. Então, o que eu quero dizer com isso, né? Você ter acesso a isso é uma grande evolução da saúde para o bem-estar. Daqui da daqui na, vamos chamar a classe médico, agora a pessoa tem a tem tudo isso garantido. À medida que ela vai subindo, a felicidade vai ficando, a felicidade, o bem-estar, a saúde mental vai sendo cada vez menos
dependente de dinheiro. Porque agora é o seguinte, cara. Agora é a quinta bolsa que você tá comprando. Isso não muda nada. É diferente do teu primeiro e único moletom de frio. Agora você tá comprando tua 20ª guitarra, não faz diferença nenhuma no teu bem-estar, na tua qualidade. Pode fazer momentânea ali, né? No momento da compra, liberou dopamina ali, mas é horas, percebe? Então sim, tipo, mas quero enfatizar de novo, dinheiro não é garantia de saúde mental, né? Quantas pessoas você conhece que são tem dinheiro para 10 gerações não trabalharem e é bem ruim a saúde
mental, cara. É, mas não existe nada que é uma garantia, né, de tipo assim, não existe uma, se eu falar assim, ó, ajustei meu sono, minha alimentação, minhas meus relacionamentos, tenho dinheiro, tem um lugar para caimor, tem tipo tudo arrumadinho. Não quer dizer que eu não posso ter um episódio depressivo, as a probabilidade é menor. Isso, isso. Isso que é bem importante que você falou, porque tudo a gente como ser humano, a gente tende a pensar em termos binários, né? Tipo, eh, café faz mal ou faz bem, né? Não, tem um universo aqui entre o
bem e o mal, assim, né? Então, em saúde mental, em saúde como um todo, isso é fundamental. Então, quando você falou assim, alimentação saudável, eh, equilibrada, tal, isso é um vetor a favor da saúde mental. Sono de qualidade é um vetor a favor. Morar aqui onde você mora, que tem bastante trânsito, é um vetor contrário à saúde mental, né? Então você vai tendo probabilidades. E essas probabilidades, de novo, a tem uma coisa que as pessoas não entendem sobre probabilidade que é assim, né? A previsão do tempo diz que vai chover. A previsão do tempo diz
que é 95% chance de chuva. Cara, é muito provável que chova, só que aí não chove. Mas cara, caiu no 5%. Isso é, a vida é assim, né? A probabilidade de um avião cair é 0,001%, mas ele cai de vez em quando, não cai, né? Então é uma questão probabilística. E aqui nesse sentido é a mesma coisa quando você fala assim: "Ah, boas relações, opa, é, é, é como se tivesse pondo uma moedinha na tua saúde mental e aí tem isso aqui que tira uma moedinha, põe a moedinha, tira a moedinha. Então isso vai aumentando
ou diminuindo probabilidades, entendeu? Eu acho que eu caí numa armadilha d assim, porque quando eu comecei a fazer terapia, a entender sobre esses assuntos, conhecer os psicólogos e tal, eh, eu entendi, tá bom, tem um monte de coisa que eu preciso fazer para ah me, sei lá, garantir maior probabilidade de saúde mental, mas na época eu não entendia que era uma questão de probabilística. Eu que não via que, [ __ ] minha vida tá boa, tá tudo certo, fazendo tudo certo e mesmo assim eu tô deprimido, né? E eu ficava, caramba, cara, mas alguma coisa
tá errada em mim e tudo mais, né? ficava com essa coisa, mas e aí eu aprofundando mais, fui buscando entender mais e aqui tem pessoas que simplesmente vão ter mais episódios do que outras. Aí você vai olhar um pouco na genética e falar: "Ah, entendi." É. E aí você fala: "Caramba, cara, então não tem como eu fazer um design perfeito da minha vida, entender tudo o que faz bem para mim, trabalhar 4 horas por dia, tocar guitarra, eu posso fazer o design perfeito, não vai ser o suficiente para eu ser feliz para sempre." É, você
tá aumentando a probabilidade, né? Porque é isso, você trouxe a questão da genética, que é super importante. Então, por exemplo, eh, se for depressão, depressão tem um aspecto genético importante. TDH ele é 74% genético. Então, assim, você pode fazer várias estratégias ambientais, coisas que um psicólogo ajudaria em termos de organização, planejamento, quebrar atividades maiores, em passos menores, remover distratores, etc, etc., que vão ajudar. e e são importantes e devem ser feitos, mas você não pode deixar de considerar que você tem ali todo esse funcionamento TDH ali de base genética e que tem uma parte ali
que você não consegue mexer. Então, por exemplo, você pode ter eh boas amizades, uma esposa super parceira, um relacionamento ótimo e ser feliz no trabalho e ter hobbies, etc., Mas você ser um cara muito mais sensível a eventos adversos do que outro. Então, um evento, um evento adverso em você é como se tirasse 10 moedas do cofrinho, enquanto que no outro tira dois por conta do teu funcionamento fisiológico, mental, genético, entendeu? Eh, então é isso. A gente sempre deve buscar essas coisas que fazem bem no bem-estar, lembrando que é probabilístico, né? Cara, uma coisa que
me irritou uma época que eu comecei a abrir bastante questões da minha saúde mental aqui no programa, eh, que quando eu falava que, pô, mesmo estando tudo bem, eu ficava muito deprimido, pensava coisas horríveis e tudo mais. E aí vinham pessoas eh meio que falar assim: "Ah, o seu problema é Deus". Aham. Cara, não que sabe, mas falando que o seu problema é tal coisa, você só precisa disso para resolver como se fosse simples, sabe? como se só fosse resolver uma, se fosse acrescentar uma coisa, um um pouquinho no tempero que minha vida tá resolvida,
entende? Exato. Exato. É, eu acho que a gente cai muito nessa armadilha de que vão ter, cara, eu falo isso até e aí você pode me xingar aqui à vontade, mas eu acho que tem gente que até tem essa essa só precisa de terapia, sabe? Só precisa fazer uma terapia que vai est tudo certo. É, é. E e cara e assim, esse é um raciocínio perfeito, seu. Eu nunca vou te xingar por isso. Pelo contrário, eu vou concordar com você, porque o que que acontece? A terapia ela pode te ajudar a resolver problemas. A terapia
pode te atrapalhar por ser uma máapia, uma terapia ruim. Ela pode ser uma boa terapia que não deu bons resultados, né? Nem todo mundo que tem câncer faz quimioterapia sobrevive, né? Ah, se você, a gente sabe hoje que se você fizer uma terapia muito bem feita, baseada em evidências para aquele problema, etc, etc., a chance de sucesso é em torno de 80, 85%. Então, tem gente que não vai melhorar, tem gente que vai piorar, etc., né? Então, a terapia não é garantia de nada, ela é mais um vetor no na tentativa de eh acrescentar ali
mais moedas no teu bem-estar ali, nesse cofrinho de bem-estar. Agora, essa coisa, ah, é falta de Deus ou é porque você precisa resolver um conflito familiar X ou é, né? É uma super simplificação, né? É uma é uma tentativa de achar ali um elemento. Ah, você tem autoestima baixa porque na adolescência sofreu bullying, tá? O bullying é uma uma parte da história, importante, mas é uma parte, né? É tipo aquele e aquela coisa assim, o cara come almoço, pulou o pimentão que caiu mal, não, né? Se comeu um monte de gordura, você comeu um monte
de açúcar, você comeu pimentão, você comeu isso, comeu. Então é é um é um conjunto de fatores assim. E aí isso eu acho que é polêmico, mas que muito psicólogo psicologiza demais as coisas. Como assim, cara? Eh, eu vou dar um exemplo extremo e didático, depois eu volto só para ser claro assim, por exemplo, a gente sabe que se você tiver com uma profunda deficiência na tiroide ali de hipotiroidismo, você vai ter sintomas depressivos, você vai ter tristeza, você vai ter falta de energia, você vai ter alteração na alimentação, alteração no sono, você vai ter
perda de prazer, etc., né? Você vai mimetizar ali um quadro depressivo maior. Eu olho para você como psicólogo, fala: "Esse cara, tem depressão e você tem toda a sintomatologia. Bem legal, mas esa aí, vamos olhar que mais é a quem mais é o Luts além da vida mental dele, digamos assim. Como é que estão teus exames, né? Você que tá comendo, quando foi que você Vamos, vamos ver isso, cara. Se for um hipotiroidismo grave, você repõe o hormônio e acabou. de terapia, não para isso pelo menos. Ou fala: "Cara, tá tudo". É possível, é possível
que às vezes o cara esteja com tipo vários padrões de pensamento ali negativos, ruminativos e tudo mais só por causa disso. Assim, isso isso gera só o hipotiroidismo? Eu acho que não. Eu não sei te dizer, eu acho que não. Eh, porque ele ele só fica com, o que eu quero dizer é assim, ele só fica com sintomas de, por exemplo, aquele cansaço, aquela fadiga, sem vontade de fazer as coisas. Ou ele chega para você e fala assim: "Cara, eu tô pensando aqui em finalizar minha vida. Tô aqui, acho que as pessoas não gostam de
mim. Tipo, é, não sei, eu nunca não sei. Teria, não sei, de verdade, não sei mesmo. Mas é isso, você pode ver uma coisa ali que é outra coisa, né? Então, nesse sentido de não psicologizar demais as coisas assim, né? Então tem, já teve na história da psicologia, por exemplo, autores que quiseram falar que o TDAH ele nada mais é do que fruto da nossa cultura acelerada, né, com celular e rede social. Você tem uma base genética enorme, é provável que essa cultura contribua, né? Mas vamos olhar pros diferentes vetores, pros diferentes forças para um
lado, forças pro outro. Se o ambiente vai impactar, mas bom, existem outras coisas ali que também não dá para ignorar. Exato. E aí o erro é dessa super simplificação, entende? Tipo assim, o você tem TDH por causa disso, você tem depressão por causa daquilo, nunca é um fator, outro fator. Esse é o grande problema, entre aspas, científico da saúde mental, das patologias. identificar, cara, quais foram os vetores que levaram você a ter este problema, quais foram os vetores que levaram eu a ter aquele problema. Não é preto no branco, assim, isso, então aquilo, entende? Mas
existe um um padrão nos elementos que afetam negativamente as pessoas. Existe, existe. Eu entendi o que você quis dizer. fatores em comum. É. E aí se a gente sempre atacar esses padrões, meio que podem sobrar só coisas específicas ali que Sim, sim. É por isso que a gente gostaria como psicólogo que tivesse menos igualdade social. Perfeito. É por isso que a gente gostaria como psicólogo, que as pessoas eh se comparassem menos nas redes sociais. É por isso que a gente gostaria que as pessoas tivessem um equilíbrio alimentar. É por isso que a gente gostaria que
as pessoas dormissem bem, né? Porque se você faz isso, é como se você tivesse eh eliminando já um monte de vetor para um monte de gente ao mesmo tempo, né? E aí vai ter, quanto mais você vai eliminando essas coisas, você aí você vai chegar no específico. Tipo, teve aquele dia que você, Luts, precisava da ajuda do seu melhor amigo e você ligou para ele e ele falou para você que ele não ia te ajudar porque, entendeu? aquele negócio que só você viveu e que aquilo seguin foi só para você. Aí a gente chega aqui,
mas sem dúvida você tem vários elementos em comum. Então, por exemplo, a gente sabe que um dos principais, se não o principal fator de risco para desenvolver depressão, é um negócio que chama stress crônico moderado, né? Você tá ligado disso, né? Então, resumidamente, é o quê? Você tem um estressor, tipo ficar preso num trânsito ou um estressor, poluição sonora, que sozinhos não fazem nada, nada. Só que a hora que você é exposto a eles de maneira frequente, tipo todo dia, quase todo dia e combinados, agora é o trânsito mais a poluição sonora, mais a bagunça
no sono que você ficou exposto à luz até 11 da noite, mais alimentação pobre de fast food, todos esses elementos combinados por muito tempo. Isso leva um efeito em que muitas pessoas tendem a deprimir. que que vai decidir o que se você deprime ou não, vai depender da tua genética, vai depender da tua história de vida e tudo que você viveu até agora, etc, etc., né? Os outros fatores de proteção. Mas se a gente elimina o estresse crônico monerado, a gente já elimina um monte de depressão, entende? Então, é mais ou menos assim, se eu
diminui a desigualdade social, vamos imaginar, eu vou zerar a igualdade, desigualdade social, eu ainda vou ter ladrão, vou, mas vou ter bem menos. Então a mesma mesma lógica pra saúde mental, entendeu? Cara, você, não sei se você gosta de abrir sobre essas coisas, mas você pessoalmente já teve depressão? Aham. Já. Já. Eu tive depressão no seguinte. Eu era um adolescente meio estranho, porque eu estudava numa escola católica e eu tinha o cabelo comprido, usava uma argola desse tamanho na orelha e eu era o único metaleiro do meu ano. Tinha uma menina metaleira um ano acima,
né? Então eu era um pouco diferente da maioria ali, mas eu tinha bons amigos e boas amigas, assim, sempre tive mais amiga mulher do que homem desde a escola, assim, e eu era, eu me sentia meio deslocado, mas eu não tinha depressão. Eu talvez tivesse ali uma certa tristeza, não via muito sentido algumas coisas, mas eu não tinha depressão. Eu, cara, acho que 100% dos podcasts que eu vou, eu falo isso. E eu vou falar aqui de novo, porque isso é muito importante, né? Falta de atenção não é igual a TDAH. Tristeza não é igual
a depressão, né? Ter uma um episódio ali de raiva extrema não é borderline. Qualquer transtorno você precisa ter vários sinais e sintomas, comportamentos, pensamentos, emoções que duram por um tempo, esse conglomerado de coisa. Quando eu entrei na faculdade de música, eh, eu tava meio que realizando um sonho assim, né? Tipo, vou ser música profissional. Entrei na faculdade de música, seis meses de faculdade, sofri a lesão, né? Sofri a lesão, fui aquela tá bom, me machuquei, mas eu me recupero já já. E aí eu não me recuperava. Só que aí eu comecei a viver um conflito
muito grande, que era qual? Depois de acho que um ano e meio do de lesão, então você imagina que eu devia ter ali em torno de 20 anos para 21 anos, eu comecei a ter um problema que era qual assim, né? né? Um conflito. Eu tenho 21 anos, eu não trabalho e eu meio que não sei fazer nada porque eu fui um péssimo aluno na escola. Eu odiava estudar, né? Isso muda na faculdade, mas eu não gostava de estudar na escola. Aí na na faculdade de psicologia eu era o mais nerd de todos assim, mas
então eu me não sabia fazer nada assim, né? Não fui um bom aluno. Então eu não trabalho e se eu quisesse trabalhar, tipo, o que que eu vou fazer da vida? Eu nem estudo de verdade, né? que eu faço faculdade de música, mas eu não toco. E aí eu tinha o grande dilema que era assim: será que eu abandono e vou fazer outra coisa da vida? Provavelmente psicologia, ou será que mais um mzinho, mais dois mesinhos fazendo tratamento, eu vou ficar bom e vou voltar a tocar. Só que é mais um mzinho, mais um mzinho,
mais um mzinho, mais um mzinho. Isso passa um ano. E esse conflito aqui, essa coisa de parece que eu não vou melhorar e que que eu aqui eu deprimi aqui eu fiquei com sintomas de depressão mesmo assim, né? Transtorno depressivo maior, tomei remédio, comecei três terapias que eu não passei da primeira sessão, as três primeiras sessões achei horríveis assim e eu nem era da área, né? E aí a quarta, o quarto processo que eu iniciei, aí eu fiquei tipo, acho que um ano assim que aí eu gostei. Eh, então aqui eu tive depressão assim, então
daquela coisa de desesperança quanto ao futuro. Eh, não tive pensamento de terminar com a vida. Eh, mas tinha aquela coisa de hipersonia, né, de querer dormir o dia inteiro assim, de querer dormir 12 horas por dia, de não ver o tempo passar, de não de não ver esperança no futuro. Eh, muita tristeza, muita anedonia, né? aquela perda da capacidade de prazer, tudo meio que tanto faz assim que vocês, mas você acha que esse conflito veio do fato de você de ter acontecido algo inesperado que modificou aquilo que era, que você não era você não era
mais capaz de fazer aquilo que era importante para você. Exatamente. Que você já tinha imaginado todo um futuro que aquilo é o que você ama e agora, caramba, tiraram de mim. E e não tem um culpado, né? E não tenho culpado, né? É. É, isso é complexo, cara. Isso é difícil mesmo. E e é isso, né? Talvez eu hoje eu diria para você que tem um culpado. Sim, eu acho que tem. Eu acho que o meu professor de violão na época, que era uma grande referência, eu fui fazer aquela faculdade por causa dele, hoje ele
já é falecido. Eu acho que ele não prestou atenção, porque um bom professor ele teria visto que eu tava tensionando demais. Hum. Entendeu? tipo que eu tava tocando muito forte, que eu tava tensionando, que eu tava com uma postura ruim, eh, né? E e e por outro lado me vinha uma culpa também, então eu eu responsabilizava um pouco ele e uma culpa de tipo, como é que eu não percebi isso? Devia ter percebido que tava dura, né? Mas também, cara, vinha uma certa raiva do mundo assim, que era assim, pô, tem um monte de gente
aqui na faculdade de música que não estuda, não senta, não pratica. Eu que quero praticar 6 horas por dia, eu não consigo, sabe? Assim, vi uma certa raiva do universo assim, né? Eh, então aqui eu tive depressão mesmo assim de tomar remédio, de cara, como que você hoje organiza até a gente tá falando em off um pouco assim, mas organiza a E eu gosto de entender isso dos psicólogos, mais vocês que estudam, estudaram a vida inteira aí, estudaram doutorado do caramba e atenderam por muitos anos. Como é que você pessoalmente na tua vida, organiza o
teu a tua rotina, os teus horários? como é que você lida com a hierarquia do que é importante, o que que não é? Perfeito. Tá. Eh, eu acho que isso foi mudando ao longo da minha carreira, no sentido de, putz, quando eu tava fazendo doutorado, isso era o mais importante, no sentido de tempo de dedicação. Eh, acho que isso foi foi mudando um pouco assim. Então, mas mais ou menos eu faço o seguinte, né? Eu eu acho que desde antes de me formar eu já usava agenda meio que pra tudo assim, né? Então eu sempre
fui um cara muito encanado com o horário, cara. Sempre fui [ __ ] você marcar comigo de vir na minha casa às duas, chegar às 4, cara, eu que tipo eu quero matar assim, entendeu? É, até porque se você combinou comigo de estar as duas, eu 1:30 tô pronto já, sabe? Assim, putz, isso me deixa lascado assim, a não ser que assim, né, furou o pneu do carro, né? Aí eu entenderia, mas putz, essa coisa de ah, tanto faz assim e tal. Então eu sempre fui muito encarnado com o horário. Então a primeira coisa que
eu fiz foi quais horários eu vou disponibilizar para atendimento no quando você é recém formado, é qualquer horário, horário que o paciente puder. Se ele falar 10 na noite, você tem 10 da noite. Você que precisa trabalhar, você quer atender e tal. Então, hoje eu tenho lá esses horários aqui, eles estão abertos para pacientes ou supervisão clínico, mentoria de carreira que eu dou para psicólogo que tá em dúvida assim de o que que eu estudo, faço tal curso, como é que eu seleciono o meu nicho, vou atender presencial lá, né? Então, a mentoria de carreiras
previsão clínica paciente. Então, tem esses horários aqui, geralmente eu distribuo tipo um pouco de manhã, um pouco à tarde, um pouco final da tarde, começo da noite, para não ficar tipo vários um atrás do outro e para ter opções, né? Tem quem prefere de manhã, tem quem prefere à tarde, tem quem prefere mais pra noite e tal. Então, primeiro isso. Depois disso, eu coloco exercício físico. E o exercício físico, ele tem que tá muito bem demarcado na minha agenda, porque a vida inteira eu tive problema de engajamento, assim, de manutenção, né? Eh, então eu já
experimentei treinar 8 da manhã, já experimentei treinar 3 da tarde, já. Então, hoje eu faço de segunda a sexta às 11 da manhã. É o horário que que é tipo, eu já saio de lá, tomo banho, almoço, levo os cílios na escola assim. E é um horário que geralmente o paciente não gosta. Então, beleza. Depois disso, eu eh tenho uma um bloco de notas com diferentes pendências que eu tenho. Essas pendências elas podem ser desde coisas simples e rápidas até chegar em coisas extremamente complexas e longas. E aí o que que acontece? Eu começo a
encaixar na minha agenda essas pendências que eu tenho. Então, por exemplo, eh, então eu tenho aqui dois pacientes aqui, eu treino aqui, é que eu vou almoçar. Bom, sobrou uma janela aqui de 3 horas, tá? Nessa janela de 3 horas, eu vou fazer o quê? Eu vou anotar nessa janela um copiar e colar, né, as pendências que estão ali, que eu vou usar neste horário. Então eu vou puxar para esse horário aqui. Por exemplo, é, eu poderia estudar coisas novas que eu quero no futuro ensinar no IPBE, ou eu posso estudar coisas novas para refinar
minhas habilidades clínicas, ou eu posso preparar uma aula ou eu posso, mas eu nesse nesse bloco são sempre coisas relacionadas ao trabalho. Sempre coisas relacionadas a trabalho. E aí eu vou ter Você fica vendo pedal de taça, então. Mas aí eu vou ter os blocos para isso. Eu vou ter o bloco aqui que é prática guitarra. Só que esses blocos eles vão depender. Por exemplo, imagina que eu pus um bloco de uma hora praticar guitarra e uma hora antes era um paciente que cancelou. Eventualmente vira um bloco de 2 horas, percebe? Só que tudo isso
vai dependendo de como estão as minhas pendências. Então, por exemplo, final do ano passado eu tinha um monte de curso para gravar, tinha que preparar um monte de aula, etc. Então eu tava botando assim 3, 4, 5 horas por dia de preparação de curso, de aula nã slide, beleza? Aí eu passei o mês de dezembro, outubro, não, dezembro, novembro, sem montar nada disso e com mais abertura ali, mais tempo para hobby, eh, dei alta para alguns pacientes sem que tenha chegado novos, comecei a ter muito mais tempo, pô, vou dedicar aqui, final de ano, vou
me dedicar mais ao meu hobby. Agora, nesse mês, passando aqui esse tempo com você, eu tenho que preparar um novo curso lá mais denso, mais complexo aí, entende? Então, eu vou, mas tá tudo na agenda. E e aí essa é uma coisa importante assim, isso é uma coisa que é muito importante para mim, velho. É você colocar ali, porque a gente tende a fazer o quê, né? A gente tende a respeitar compromisso com terceiro, n? Ah, eu tenho dentista, não tá marcado com o dentista, ela tem que ir, o cara tá lá marcado, eu tenho
uma reunião, não tem que isso a gente tende a priorizar e não tem nada de errado, mas a gente tende a, tipo assim, tá? Então, eu coloquei o dentista, eu coloquei o médico, eu coloquei o trabalho, eu coloquei as reuniões, eu coloquei isso. Eu vou fazer o meu hobby no tempo que eu tiver livre, mas eu não tenho tempo livre, então como é que eu vou fazer meu hobby? Então é assim de novo, né? Se você tem essa possibilidade, tem esse privilégio. E aí para você que você entendeu que isso é importante pra tua saúde
mental, que se você não faz você, as coisas todas pioram, né? Exato. Aí você coloca ali, né? você coloca ali. Então, por exemplo, eh, eu levo muito a sério esse negócio da diferentes atividades na vida. Então, por exemplo, agora isso tá mudando um pouco, mas a minha esposa, ela sempre foi mais de socializar que eu. Então, por exemplo, houve uma época que, tipo, se dependesse dela era assim: "Ah, sábado a gente almoça com essa galera aqui, janta com essa galera aqui, à tarde a gente toma um café não sei aonde aqui, né?" E eu falei:
"Não, pera aí. E eh eu quero ver essa galera aqui, mas eu quero tocar. Então, pera aí. Então, a gente vai ver essa galera aqui, às vezes ela até fica brava comigo, fala assim, ó, a gente tá indo, eu quero até 3:30 ir embora. Pô, mas como é que vai pôr o horário para ir embora? Eu falei, não, 3:30, 4 horas, quero tá indo embora, porque 7 horas ali tem não sei o quê e eu quero das 4 às 6 tocar, né? Então, ah, tá. Então, tipo, porque é uma coisa que é muito importante para
mim, não é? Ah, faz aí no tempo que der, ah, faz aí no tempo que der, você não faz. Isso é uma coisa que eu percebi também, cara, do por isso que eu voltei a tocar e e gostar e ter prazer em tocar e realmente ter aquela sensação de hobby que faz bem como um todo. Foi quando eu me organizei falar assim: "Cara, não dá para ser só quando tiver tempo e não dá para também ter aquela pressão de pô todo dia vou fazer aquele estudo complexo não sei o quê." Hoje a guitarra é teu
principal hobby? Não. Hoje sim, cara. É, é. Você pega, você acha aqui quantas vezes por semana? Por quanto tempo assim? Cara, todo dia eu pego pelo menos 20 minutos. Porque como que eu faço hoje, cara? A minha rotina é, eu acordo de manhã no horário entre 5 e 6 horas, depende se eu vou apertar o botão snu não lá doar. E aí eu acordo nesse horário, assim que eu acordo, eu faço as coisas básicas de higiene, levo cachorro para passear, quando eu volto começo a trabalhar, tá? E aí o meu trabalho é, eu já tenho
a listinha que eu fiz no dia anterior com tudo que eu preciso fazer o mais rápido possível. E essas coisas de trabalho são 100% podcast, não? Você tem teus alunos? Meus alunos, podcast, se tiver alguma coisa mais burocrática, qualquer coisa eu faço a primeira coisa. E aí tem vezes que, e aí eu faço isso até às 11, né? Então das 6:30 até às 11 eu tenho esse bloco de trabalho e tem vezes que eu termino antes, tem vezes que eu não termo. São quase cinco, são 5 horas de trabalho ali quase, né? Ex. E aí
tem vezes que eu termino antes que eu ou tem vezes que eu, né, que vou até às 11 mesmo, mas normalmente eu consigo terminar antes. E aí se eu consigo terminar antes, eu separo um tempo para estudar. E aí estudar, geralmente eu tô estudando coisas de computação porque é um hobby, mas também eu produzo várias coisas para nossa empresa aqui. Então não é muito hobby quando eu faço isso, mas não é um negócio que para você é tipo trabalho, um negócio mais leve, mais gostoso, é tudo gostoso de fazer, mas não chega a ser tanto
um hobby assim. E aí eu vou treinar 11 horas também, tá? E aí quando chega tarde, à tarde é meu horário de e trabalho leve, então coisas que eu consigo fazer sem precisar pensar demais. Ou então quando tem podcast, que o podcast é uma coisa que me motiva mais do que qualquer outra coisa. Consigo que botar ali naquele horário ou então outros estudos leves também, uma carga cognitiva menor ali. É. E aí quando dá, tipo 5 horas, 5:30, eu já paro de trabalhar e é o horário que eu fico, tem horário de tipo umas duas
horas para fazer o que eu quiser. E normalmente é nesse horário que a primeira coisa que eu faço é pegar a guitarra. Então, tipo, 5:30, 6 horas, eu vou lá, pego a guitarra ou violão e aí fico de 20 minutos a uma hora assim só brincando, me divertindo, depois vou assisto série e acabo dormindo, eu dormo cedo. É, porque você dorme cedo, você acorda 5:30 da manhã, você acorda, dorme que horas? 8:30, 9. Ah, tipo assim, um dia que eu tô é sem sono, vou dormir no máximo 10 horas. Entendi. E aí eu consigo acordar
esse horário aí semana, porque tipo, geralmente as pessoas marcam, ah, vamos jantar no sábado 8:30 da noite, é quase o horário que você tá indo dormir. Você encontra pessoas nesses horários? Não encontra não, nunca. É, eu acho que eu sou meio igual você assim, nesse sentido de não socializar tanto e o podcast para mim já é uma socialização muito forte, sabe? E aí final de semana minha esposa também fica fica meio chateada, mas final de semana geralmente eu não quero socializar não. Mas às vezes eu faço porque é importante para mim, igual te falei, tem
meus amigos lá que a gente é desde a escola, a gente é muito parceiro, muito amigo e às vezes faz bem mais faz mais bem para mim eu ir lá ver eles e ficar nem que seja uma horinha, duas horinhas lá com eles do que se eu fosse dormir mais cedo, sabe? Ah, aí [ __ ] meu. Sou tão apegado assim com as minhas com essa questão. Os meus amigos mais próximos, todos eles sabem, eu falo que tem uma bateria social, né? E eu eu tenho uma uma coisa que eu falo, as pessoas acham que
é brincadeira, mas é bem sério assim. Eu falo, eu só convido para ir na minha casa quem eu tenho intimidade para mandar embora, né? Então meus amigos, eles sabem, por exemplo, teve uma vez, agora já é assim, né? Eles falam assim, sei lá, ah, vem aí 7 horas, tal. Eh, aí eles, ah, mas que horas que ia para ir embora? Não, 10:30 vai todo mundo ir embora. E aí a galera vai embora mesmo. Não, tá chegando hora, né? Aí teve uma vez que eu fiz um negócio tipo do dia inteiro assim, começou meio-dia, acabou 10
anos os cara, meu, como é que você tá aguentando? Não sei o quê? Ô, você não quer? Aí falou: "Eu vou dormir, se vocês quiser ficar aí, vocês ficam tal". Então eu tenho essa coisa de, ó, putz, deu assim, entendeu? Eh, para mim é muito cansativo esse negócio de passar o dia inteiro, não sei, parece que chega uma hora que você, eu quero variar, não é nada contra a pessoa, não é que eu não gosto da pessoa, não é que eu não quero falar com a pessoa, nada disso, é, não é que não tem assunto,
é, eu só quero tipo ir para outro outra coisa, entendeu? Tipo outra atividade assim, do mesmo jeito que se eu ficar 10 horas tocando guitarra, vou encher o sacar para outra atividade. Essa variação aqui assim, isso vem de um entendimento profundo de quem você é e o que que importa para você e até das outras pessoas que relacionam com você e entenderem quem você é, né? Exato. Ex. E respeitarem isso, né? Porque às vezes o cara fala: "Ah, o cara chato ficando embora". Mas não, quando é um amigo legal, ele vai entender, vai entender que
puto, que ele é importante para você. Aqui em casa, quando o pessoal vem aqui em casa, eu geralmente eu deixo eles aí e vou dormir e aviso nada. Vai dormir. É isso aí, cara. Muito obrigado. Obrigado você. Valeu, cara. Obrigadão. Papo mais de boa hoje descontraído. É, mas é um papo, cara, que eu acho que é não é um papo assim besta, é importante, né, cara? Hobbies, atividades prazerosas, uma coisa que às vezes a gente passa por cima assim, sabe? E não entende que, pô, isso é importante também, é um fator de saúde mental importante
também. Um vetor, com certeza. Um vetorzão. Aí, cara, eh, seus links, melhores coisas para te acompanhar. Você tem PB, você tem seu podcast? Perfeito. Eu tenho meu podcast, o Saúde Mental em Evidência, tá no YouTube, no Spotify. Meu Instagram, eu posto sobre psicologia lá todo dia, @janleonard. Eh, tem o o IPB, o Instituto de Psicologia Baseada em Evidências, onde eu coordeno um curso de pós-graduação em psicologia clínica lá em prática baseada em evidências. Eh, temos curso de formação também para quem não é formado ainda e tá na graduação, já quer se adiantar estudos aí de
psicologia clínica científica. E acho que é isso. Mais uma vez, Lutos, obrigado pelo convite. Obrigado você. Sempre bom conversar contigo. Valeu. E é isso, pessoal. Obrigado pela sua audiência. Vou deixar todos os links do Jan aí na descrição, então v lá, acompanhe ele e é isso. Até a próxima e tchau tchau.
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