Em uma manhã fria um milionário encontra uma criança frágil deitada em sua porta o coração dele já fica apertado com a cena Mas é ao pegar a pequena carta deixada junto que ele não consegue segurar as lágrimas o que estava escrito ali mudaria sua vida para sempre Mariana acordava todos os dias com um sorriso que parecia impossível de apagar a luz do sol entrava pelas cortinas brancas iluminando o quarto decorado com tons suaves cheios de harmonia o berço de Clara ficava ali no canto perto da cama onde ela e Fernando tinham passado incontáveis noites trocando
olhares de admiração Enquanto observavam sua bebê dormir o cheirinho doce de leite ainda estava no ar misturado com aquele perfume suave de bebê que parecia ter o poder de curar qualquer preocupação Fernando seu marido era o tipo de pessoa que fazia você acreditar que ainda existiam pessoas no mundo tinha aquito de sorrir que não era só os lábios mas com os olhos também sempre que estava em casa ele fazia questão de participar de tudo desde trocar as fraldas de Clara até cantarolar músicas engraçadas enquanto tentava fazê-la dormir se eu desafinar não me julgue tá ele
brincava mesmo sabendo que Mariana adorava sua voz mesmo sem ser afinada a rotina deles era simples mas parecia perfeita o café da manhã era um momento especial enquanto Clara ainda dormia Fernando preparava torradas e café deixando a cozinha cheia do som animado do rádio ele sempre dizia que um dia cheio de energia começava com uma música boa e comida feita com amor quando Clara acordava era como se a casa ganhasse ainda mais vida os risinhos dela eram uma mistura de Puro Encanto e bagunça essa menina vai virar cantora dizia Fernando rindo toda vez que ela
soltava algum som engraçado como se estivesse saai uma música Mariana por sua vez vivia num misto de alegria e gratidão desde que Clara chegou ela sentia que o mundo tinha ganhado cores mais vivas como se a vida fosse mais do que só os dias que passam era diferente especial Fernando Fazia tudo parecer mais leve mais bonito ele não só ajudava em casa mas fazia Mariana sentir que nunca estava sozinha às vezes quando Clara finalmente adormecia depois de uma tarde cheia de brincadeiras os dois se sentavam no sofá para assistir alguma série ou simplesmente conversar eles
Falavam sobre tudo desde o trabalho de Fernando na oficina até os planos para o futuro a gente ainda vai ver essa menina correndo no quintal de uma casa com balanço anota aí ele dizia sempre cheio de esperança os fins de semana eram os melhores Fernando amava levar Mariana e Clara para o parque era o momento em que eles deixavam as preocupações do mundo para trás ele empurrava o carrinho de bebê com um cuidado que só quem ama de verdade demonstra enquanto Mariana caminhava ao seu lado sentindo que ali entre risos e brincadeiras era onde ela
mais queria estar às vezes Fernando comprava sorvete e colocava na mão de Mariana dizendo você merece um doce para combinar com o seu sorriso esses momentos eram pequenos mas pareciam grandiosos do tipo que você guarda para sempre Clara mesmo sendo tão pequenininha já tinha uma personalidade marcante ela adorava o móbile pendurado no berço e ficava encantada com as cores girando devagar mas o que ela mais amava era estar nos braços de Fernando quando ele chegava do trabalho e a pegava no colo era como se o mundo inteiro parasse para aqueles dois Mariana sempre ria porque
Clara tinha aquele jeito de segurar o dedo do Pai com uma força surpreendente para alguém tão pequena essa menina tem garra Fernando dizia cheio de orgulho era assim que os dias se passavam na casa deles cheios de detalhes simples mas tão recheados de amor que pareciam extraordinários Mariana muitas vezes se pegava olhando pela janela enquanto Clara dormia no berço pensando em como teve sorte de encontrar alguém como Fernando e de formar uma família tão incrível Claro eles tinham seus desafios a vida nunca é perfeita mas eles tinham um ao outro e isso parecia suficiente para
enfrentar qualquer coisa à noite depois que Clara finalmente adormecia o silêncio tomava conta da casa não era um silêncio Solitário mas um silêncio cheio de paz Fernando sempre dizia que o momento mais feliz do dia era quando ele podia sentar ao lado de Mariana segurar sua mão e simplesmente existir sabendo que tinha tudo o que precisava bem ali Eles não eram ricos não tinham grandes luxos mas tinham algo que dinheiro nenhum compra uma conexão genuína uma vida construída com afeto e parceria para Mariana cada risada de Clara cada abraço de Fernando cada momento compartilhado naquela
casa era uma prova de que a felicidade não precisava ser complicada era uma tarde como outra qualquer Mariana estava na sala com Clara tentando acalmá-la depois de uma dessas crises de choro que só bebês conseguem ter se agitava nos braços dela mas Mariana com a paciência de uma mãe que ama sem medida embalava a menina de um lado para o outro enquanto cantava baixinho na cozinha uma panela de feijão fervia no fogão espalhando aquele cheiro de comida caseira que faz a casa parecer mais acolhedora Fernando como sempre tinha ligado antes de sair do trabalho ele
nunca esquecia de avisar amor já tô indo para casa tá precisando de alguma coisa do mercado ele perguntou como fazia quase todos os dias só volta logo tô morrendo de saudade Mariana respondeu rindo Fernando sempre brincava sobre como ela sentia saudade rápido tá bom daqui a pouco eu tô aí para matar a saudade ele disse com aquele tom que fazia o coração dela ficar leve era isso que ele fazia deixava tudo mais fácil mais bonito Fernando saiu da oficina de moto ele adorava a sensação de liberdade que a moto dava o vento batendo no rosto
e o som do motor como música mesmo assim ele era sempre muito cuidadoso respeitava o limite de velocidade usava todos os equipamentos de segurança e fazia questão de seguir as regras de trânsito não era só porque gostava de andar certo mas porque sabia que em casa tinha duas pessoas esperando por ele Mariana e Clara ele pensava nelas o tempo todo naquele dia enquanto acelerava imaginava a carinha de Clara ao vê-lo chegar ela deve est ficando cada vez mais esperta ele pensava e também imaginava Mariana com o sorriso que fazia tudo valer a pena na outra
ponta da cidade Miguel esta em um bar Era só mais uma sexta-feira para ele e ele já tinha passado do limite com as doses de cachaa amigis queia táxi pona Miguel com aquela confiança imprudente de quem não pensa nas consequências entrou no carro mesmo assim tá tudo bem tô tranquilo ele disse mesmo com os passos cambaleando até a porta do veículo as ruas estavam molhadas por causa de uma chuva leve que tinha caído mais cedo mas Miguel nem se preocupou enquanto isso Fernando seguia seu trajeto de sempre era um caminho que ele conhecia tão bem
que quase fazia no automático a moto deslizava suavemente pela pista e ele já conseguia visualizar o portão de casa o abraço de Mariana e o cheiro de comida vindo da cozinha ele acelerou um pouco mais ansioso para chegar foi quando tudo aconteceu Miguel em alta velocidade invadiu uma curva fechada os faróis do carro surgiram de repente como se saíssem do nada Fernando não teve tempo para reagir a moto foi atingida em cheio arremessada metros de distância o som da colisão foi alto o tipo de barulho que faz qualquer pessoa nas proximidades correr para ver o
que aconteceu Fernando caiu no asfalto ele ainda respirava mas o impacto tinha sido violento demais pessoas começaram a se reunir Chamando por socorro tentando ajudar mas era tarde a sirene da ambulância cortava o silêncio da noite enquanto o sangue de Fernando manchava o chão ele não chegou ao hospital T ali mesmo no asfalto frio a vida dele foi tirada Miguel por outro lado mal conseguia sair do carro ele estava confuso atordoado mas ileso as pessoas ao redor gritavam apontavam acusavam a polícia chegou rápido e Miguel foi levado al gemado Ainda tentando justificar o que não
tinha justificativa na sala de casa Mariana esperava o relógio na parede marcava um horário mais tarde do que o normal mas ela não se preocupou de imediato Fernando às vezes demorava um pouco mais especialmente se encontrasse um amigo ou precisasse resolver alguma coisa no caminho mas conforme os minutos se transformaram em horas a ansiedade começou a crescer ela tentou ligar mas a ligação ia direto para a caixa postal deve ser a bateria Ela pensou tentando afastar o desconforto quando a campha tocou ela correu até porta com Clara no colo pensando que Fernando tinha esquecido a
chave mas ao abrir viu dois poliis parados ali expressões sérias o cora de Mariana parou por momento senora Mariana perguntou um dos oficiais ela só conseguiu balançar a cabeça sentio as pernas começarem a fraquejar lamentamos informar mas houve um acidente envolvendo seu marido as palavras pareceram perder o sentido o mundo ficou em silêncio como se tudo ao redor tivesse congelado Mariana segurou Clara com mais força sem acreditar no que ouvia os detalhes foram explicados mas nada parcia real fando esta morto aquela frase ecoava na mente dela repetio sem parar o homem que ela amava o
pai de sua filha não voltaria mais para casa a noite que começou com risos e esperança terminou em lágrimas e dor Mariana sentou-se no chão da sala com Clara chorando nos seus braços enquanto tentava processar o vazio que agora preenchia sua vida o cheiro de feijão queimado ainda vinha da cozinha como uma lembrança Cruel de que tudo tinha mudado Em um instante os dias depois do acidente pareciam não ter fim Mariana sentia como se estivesse presa em um pesadelo mas um pesadelo onde você não acorda a casa que antes era cheia de Risadas cheiros bons
e conversas animadas agora parecia vazia não era só o silêncio era a ausência de Fernando que fazia cada canto parecer maior frio sem vida logo na manhã seguinte ao que os policiais vieram à porta Mariana sentou-se no sofá olhando para a carteira de Fernando que haviam devolvido ela ficou lá por horas segurando o objeto como se pudesse tirar dali alguma resposta para a pergunta que não saía da sua cabeça por quê Clara ainda tão pequena não entendia o que estava acontecendo quando chorava Mariana pegava no colo mas seus próprios olhos se enchiam de Lágrimas como
explicar para uma criança de meses que o pai dela não ia mais voltar os dias seguintes foram um turbilhão primeiro houve o velório Mariana quase não tinha forças para sair da cama mas sabia que precisava estar lá a família e os amigos de Fernando estavam reunidos todos em choque Ela ouviu inúmeras vezes coisas como se precisar de algo é só pedir Ou ele era um homem tão bom mas nenhuma dessas palavras conseguia preencher o buraco que tinha se aberto dentro dela Mariana ficou a maior parte do tempo segurando Clara que dormia no seu colo enquanto
olhava para o caixão e pensava isso não pode ser verdade mas era depois que tudo acabou as começaram a diminuir as pessoas por mais que quisessem ajudar tinham suas próprias vidas para tocar Mariana entendia isso mas ao mesmo tempo se sentia mais sozinha a cada dia à noite depois que Clara finalmente dormia ela sentava no chão do quarto da bebê abraçando uma das camisetas de Fernando que ela tinha guardado o cheiro dele ainda estava ali e ela fechava os olhos tentando se lembrar de cada detalhe a risada o toque o jeito como ele dizia eu
te amo antes de sair de casa mas essas lembranças que antes traziam conforto agora pareciam doer mais do que qualquer coisa o que mais machucava era a falta das coisas pequenas o som da moto parando na frente de casa o jeito que Fernando chegava deixando o capacete no mesmo lugar de sempre dizendo cheguei minhas princesas com aquele sorriso que iluminava o dia até a bagunça que ele fazia na cozinha fazia falta era como se tudo que tornava a vida dela completa tivesse desaparecido de uma vez só e não era só a saudade Mariana Começou a
sentir o peso de todas as responsabilidades que antes eram compartilhadas as contas começaram a chegar o aluguel da casa a luz a água e tudo parecia tão Avassalador ela nunca tinha se preocupado com essas coisas porque Fernando sempre resolvia tudo agora era ela quem tinha que cuidar de tudo sozinha às vezes no meio da madrugada ela se sentava na mesa da cozinha olhando para as contas espalhadas e se perguntando como faria para pagar tudo Clara chorava no quarto e Mariana corria para acalmá-la mas a exaustão era tão grande que algumas vezes chorava junto havia momentos
em que a dor era tão grande que ela pensava que não ia conseguir seguir em frente alguns dias eram piores do que outros Mariana Tentava ser forte principalmente por Clara mas às vezes era impossível segurar o choro uma vez enquanto dava banho na filha ela olhou para o rostinho da menina e sentiu um aperto no peito Clara tinha os mesmos olhos do pai você vai ter que crescer sem ele meu amor e eu não sei como vou dar conta disso ela sussurrou com lágrimas escorrendo enquanto lavava pequena apesar de tudo havia momentos em que ela
sentia uma pequena Faísca de força como naquela manhã em que Clara tentou engatinhar pela primeira vez foi algo simples mas ao ver a filha se esforçando para se mexer Mariana sentiu que de alguma forma precisava continuar Fernando queria que a gente fosse feliz e eu vou tentar pelo menos por ela pensou mas tentar era difícil a dor Estava sempre ali como uma sombra que a seguia em todos os Mariana também tinha raiva não era algo que ela queria sentir mas estava lá queimando no fundo do peito raiva de Miguel o motorista bêbado Que destruiu a
vida dela ela evitava pensar nele mas às vezes a imagem daquele homem voltava à sua mente e ela se pegava desejando que ele pagasse pelo que fez mas a justiça parecia lenta e Mariana sentia que mesmo se Miguel fosse punido nada traria Fernando de volta os meses passaram e a dor não diminuía mas Mariana começou a aprender a conviver com ela ainda tinha Noites em que chorava até dormir abraçada a almofada que Fernando costumava usar mas de manhã quando Clara sorria para ela era como se o mundo dissesse Você ainda tem algo pelo que lutar
a ausência de Fernando nunca ia deixar de ser um buraco na vida de Mariana Mas aos poucos ela começou a entender que precisava achar uma forma de continuar não por ela mas por Clara que precisava de uma mãe forte mesmo com o coração em pedaços Mariana se levantava todos os dias segurava sua filha nos braços e enfrentava mais uma batalha e assim a vida dela seguia uma mistura de saudade dor e pequenos momentos de esperança que surgiam como raios de sol entre as nuvens escuras depois da morte de Fernando tudo na vida de Mariana parecia
desabar de uma vez só no começo ela tentou se manter firme achando que o dinheiro que ele havia deixado seria suficiente para que ela e Clara tivessem algum tempo para se reerguer mas não demorou muito para perceber que estava enganada as contas começaram a chegar como ondas uma atrás da outra e cada envelope parecia mais pesado do que o anterior Fernando era o responsável por pagar tudo o aluguel da casa as contas de luz água internet além das compras do mês ele cuidava dessas coisas com tanta naturalidade que Mariana nunca tinha se preocupado em entender
como funcionava agora sozinha Ela olhava para aquelas contas e sentia o peso de uma responsabilidade que parecia impossível de carregar a primeira dificuldade veio com o aluguel Mariana sempre achou que se precisasse poderia contar com o proprietário da casa o Senor Francisco um homem de meia idade que costumava cumprimentar com simpatia mas quando o mês virou e ela não conseguiu juntar o dinheiro inteiro a reação dele foi bem diferente olha Dona Mariana eu entendo sua situação mas eu também tenho contas a pagar vou te dar mais uns dias mas se não conseguir vamos ter que
resolver isso de outro jeito ele até Parecia um pouco constrangido mas o recado era claro ou pagava ou teria que sair Mariana começou a fazer fores primeiro cancelou a internet e a TV por assinatura Não era como se ela tivesse tempo para assistir alguma coisa de qualquer forma depois reduziu as compras do mercado ao essencial leite para Clara arroz feijão e alguns legumes ela começou a evitar o açougue porque o preço da carne parecia absurdo para quem já estava contando moedas quando Clara começou a crescer e precisou de fraldas maiores Mariana passou a comprar as
marcas mais baratas mesmo que a qualidade fosse inferior é o que tem filha ela dizia tentando não se culpar mas era impossível não sentir que estava falhando logo o dinheiro na conta acabou Mariana se viu Obrigada a mexer na pequena poupança que Fernando Tinha guardado um dinheiro que ele dizia ser para emergências ela se lembrava perfeitamente de como ele guardava cada centavo isso aqui é para o futuro da nossa filha ele dizia usar aquele dinheiro doía mas Mariana não tinha escolha ela precisava alimentar Clara e manter um teto sobre suas cabeças só que o fundo
de emergência acabou mais rápido do que ela imaginava quando a poupança se esgotou Mariana começou a vender as coisas da casa primeiro foi o micro-ondas depois um relógio antigo que Fernando adorava mas que ela não tinha coragem de olhar desde o dia do acidente cada objeto vendido era uma parte da vida que ela estava perdendo mas Mariana não via outra saída ela precisava do dinheiro mesmo que aquilo partisse seu coração é só uma fase ela repetia para si mesma tentando acreditar que as coisas iam melhorar mas não melhoravam uma das piores situações aconteceu no mercado
Mariana tinha ido comprar leite para Clara mas ao passar pelo caixa o cartão não Pass sou ela tentou de novo mas nada a fila atrás dela começou a crescer e as pessoas olhavam com impaciência a senhora tem outro cartão perguntou a atendente com uma voz que não era Rude mas também não ajudava muito Mariana ficou parada ali vermelha de vergonha segurando o pacote de leite como se ele fosse a coisa mais importante do mundo eu eu não tenho ela disse quase chorando saiu do mercado com as mãos vazias e uma sensação de derrota que parecia
esmagá-la com o aluguel atrasado e as contas acumulando o Senor Francisco voltou a aparecer desta vez ele não estava simpático Dona Mariana eu avisei você precisa pagar ou vou ter que pedir para você desocupar a casa Mariana tentou explicar tentou Pedir mais tempo mas ele Balançou a cabeça Sinto muito mas não posso esperar ela teve que sair naquela noite mariana arrumou o pouco que tinha em duas malas velhas enquanto Clara dormia no carrinho de bebê Ela olhava ao redor tentando se despedir da casa que tinha sido o lar da família cada canto tinha uma lembrança
a marca na parede que Fernando fez quando tentou pendurar um quadro o sofá Onde eles assistiam filmes juntos a mesa da cozinha onde ele sempre dizia que ela fazia o melhor café do mundo agora tudo aquilo ficaria para trás sem ter para onde ir Mariana passou a viver em um abrigo Municipal o lugar não era ideal mas pelo menos tinha um teto e comida só que a realidade de estar ali era Dura As outras mães também tinham suas histórias de luta e o espaço era apertado Mariana fazia o possível para manter Clara protegida mas sabia
que aquela não era a vida que queria para sua filha toda noite enquanto a bebê dormia ela olava para o rosto Sereno de clara e prometia que daria um jeito não sabia como mas ia dar o de finir trou não só difices práticas também um peso emocion Mariana Sena como se ese falhando fando ele sempre dizia que ela era forte que conseguia enfrentar qualquer coisa mas agora ela só conseguia pensar em como tudo parecia estar desmoronando o cansaço era constante e a esperança parecia cada vez mais distante mesmo assim Mariana continuava não era por ela
era por Clara Mariana Sena como ese no fundo de poço e não conseguia energ uma saída O Abrigo Onde esta era apertado barulhento e cheio de outas mã que também lam para sobreviv a cada dia que passava o peso da responsabilidade aumentava Clara ficava doente com frequência primeiro foi uma febre alta que não baixava por nada depois veio uma tosse que parecia piorar a cada noite mariana fazia o que podia com os recursos que tinha mas as idas ao posto de saúde raramente ajudavam é virose dê esses remédios e observe diziam os médicos mas ela
sabia que não era só isso Clara precisava deais o dinheiro que ela conseguia fazendo bicos não dava conta Mariana limpava casas lavava roupas para outras famílias e até passou alguns dias distribuindo panfletos n ruas o Pag era tão baixo que no final do mês parcia que ela mal tinha trabalhado algumas vezes ela vola para o abrigo tão Exausta que mal conseguia levantar Clara do berço improvisado as outras mães no abrigo eram solidárias mas cada uma tinha seus próprios problemas não havia muito o que fazer além de lutar para passar mais um dia então um dia
Mariana recebeu a pior notícia que podia imaginar depois de semanas com dores no corpo cansaço Extremo e pequenos desmaios ela decidiu buscar ajuda em uma unidade de saúde a médica pediu exames e dias depois o diagnóstico veio câncer um linfoma já em estágio avançado Mariana ouviu as palavras da médica mas parecia que elas estavam em outra língua você precisa Começar o tratamento o quanto antes a médica disse mas como ela faria isso não tinha dinheiro nem apoio nem um lugar decente para viver com a filha Mariana saiu do consultório sentindo como se a vida estivesse
sendo arrancada de dentro dela a volta para o abrigo foi um tormento ela segurava Clara no colo e as lágrimas escorriam sem que ela pudesse controlar sentia-se impotente como Se Tudo estivesse acabando quem cuidaria de Clara se algo acontecesse com ela não conseguia parar de pensar nisso durante os dias seguintes Mariana quase não falou com ninguém passava o tempo olhando para a filha se perguntando como a vida tinha chegado naquele ponto naquela noite chosa enquanto todas as outras pessoas no abrigo dormiam Mariana ficou acordada ela observava que dormia ao seu lado respirando com dificuldade por
causa da tosse o som era quase insuportável Mariana sabia que se não fizesse algo logo sua filha corria perigo Mas o que ela poderia fazer sem dinheiro sem saúde sem ninguém para pedir ajuda era como se estivesse sozinha contra o mundo foi então que tomou a decisão mais difícil de sua vida ela lembrou-se de uma história que tinha ouvido no abrigo de um empresário rico chamado Roberto diziam que ele tinha perdido a esposa e a filha em um acidente e que desde então tinha ajudado várias famílias em situações difíceis Mariana não sabia se aquilo era
verdade mas era sua última esperança ela não podia mais continuar assim se algo acontecesse com ela Clara Ficaria sozinha mas talvez Roberto pudesse salvar sua filha mar começou a escrever uma carta as palavras vinham com dificuldade enquanto as lágrimas molhavam o papel por favor ajude minha filha ela escreveu tentando explicar sua situação contou sobre a doença sobre Fernando sobre tudo o que tinha perdido pediu que ele desse a Clara uma chance de viver quando terminou dobrou o papel e o colocou dentro de um cobertor velho naquele momento olhou para Clara e sentiu o coração partir
em mil com Clara enrolada no cobertor e a carta presa com cuidado Mariana saiu do Abrigo a chuva caía forte encharcando seus cabelos e roupas mas ela continuava andando determinada quando chegou à frente da mansão de Roberto hesitou por um momento o portão era grande imponente e havia câmeras por toda parte mas ela não tinha outra escolha colocou Clara perto da porta certificando-se de que ela estava bem protegida da chuva olhou para o rosto da filha pela última vez e sussurrou eu te amo meu amor me perdoa por isso Mariana se afastou devagar tentando não
olhar para trás cada passo Parecia um golpe no coração quando chegou ao final da rua caiu de joelhos soluçando alto sabia que estava fazendo isso para salvar a vida de Clara Mas isso não tornava a dor menor a chuva Ava caindo misturando-se com as lágrimas que escorriam pelo rosto de Mariana ela ficou ali por um tempo sem forças para se levantar até que decidiu voltar para o abrigo não sabia o que o futuro reservava mas naquele momento só podia torcer para que Roberto encontrasse Clara e ajudasse era uma manhã fria e silenciosa O céu ainda
estava cinza e as gotas de chuva da noite anterior escorriam pelos portões da mansão estava sentado na cozinha olhando para a xícara de café em suas mãos não era que ele gostasse de café de era só o hábito de tê-lo ali para preencher o vazio das manhãs já fazia dois anos desde o acidente que tirou sua esposa e sua filha e ele ainda não conseguia lidar com o silêncio da casa antes as risadas da pequena Isabela enchiam os corredores e os passos apressados de Júlia sua esposa faziam ecoar vida por toda parte agora tudo Parecia
um museu As Memórias estavam por toda parte mas não havia mais ninguém para compartilhá-las enquanto olhava para a janela Roberto percebeu algo estranho o porteiro da mansão tocava a campainha insistentemente algo incomum ele franziu a testa colocou a xícara na mesa e foi atender quando abriu a porta viu Paulo o porteiro parado ali com o rosto preocupado senr Roberto você precisa ver is é urgente confuso Roberto seguiu Paulo até o portão principal quando chegou lá viu um pequeno embrulho no chão perto da entrada de longe parecia algo deixado por engano mas quando se aproximou percebeu
que o embrulho se mexia seus olhos se arregalaram ao notar que havia um bebê ali uma criança pequena frágil enrolada em um cobertor surrado o coração de Roberto deu um salto ele se abaixou imediatamente e olhou para o rostinho da menina ela estava acordada com os olhinhos vermelhos de tanto chorar mas agora só soltava pequenos soluços como se estivesse cansada demais para continuar ao lado dela um papel dobrado estava preso com cuidado no cobertor Roberto pegou a carta com mãos trêmulas e começou a ler as palavras eram simples mas carregadas de desespero por favor Cuide
da minha filha eu a amo mais do que tudo mas não tenho como salvá-la ela está doente e eu não posso ajudá-la Seu nome é Clara confio que você possa dar a ela uma vida que eu não consigo mais oferecer Roberto leu a carta duas vezes tentando processar o que estava acontecendo quem teria deixado essa criança ali e por que ele senti uma mistura de emoções surpresa confusão e uma pontada de algo que ele não sentia H tempos algo que parecia com esperança olhou novamente para Clara que agora observava com olhos grandes inocentes o peito
dele apertou era impossível ignorar Aquele olhar tão puro tão vulnerável Paulo traga um cobertor limpo e me ajude a levá-la para dentro disse Roberto sua voz era firme mas ele estava claramente abalado enquanto carregava para dentro percebeu como ela era leve como se o peso dela fosse menor que o de suas próprias mãos assim que chegaram à sala Roberto a colocou no sofá e começou a avaliar a situação ela parecia frágil muito mais do que um bebê saudável deveria ser seu rostinho estava pálido e a tosse que ela soltou naquele momento fez Roberto entender que
a situação era séria ela está doente ele disse mais para si mesmo do que para Paulo Chame o médico da família agora o médico chegou rapidamente trazendo uma maleta com equipamentos e medicamentos ele examinou Clara com cuidado enquanto Roberto observava de perto como se cada movimento do médico fosse crucial ela está desidratada e muito debilitada disse o médico após alguns minutos precisa de cuidados médicos urgentes é possível que haja algo mais grave acontecendo recomendo levá-la ao hospital imediatamente sem pensar duas vezes Roberto mandou preparar o carro ele mesmo segurou Clara no colo durante todo o
trajeto sentindo a respiração dela ficar irregular de tempos em tempos durante a viagem ele não conseguiu evitar pensar em Isabela sua filha o peso daquela memória era quase insuportável mas ao mesmo tempo ele sabia que precisava se concentrar Clara precisava dele e de alguma forma isso fez sentir uma urgência que ele não sentia há anos no Hospital Roberto não poupou esforos ele mobilizou os melhores médicos e exigiu que cada exame fosse feito mais rápido possível apesar de ser um homem reservado que evitava usar seu dinheiro como influência dessa vez ele não hesitou era como se
a vida daquela menina tivesse se tornado sua prioridade número um enquanto esperava os resultados dos exames Roberto ficou sentado em uma poltrona ao lado do leito de clara ela dormia com a respiração leve mas ainda frágil ele segurou a mãozinha dela tão pequena que parecia desaparecer dentro da Dele quem te deixou aqui sabia o que estava fazendo ele sussurrou sentindo um nó na garganta Eu não sei quem foi mas prometo que vou cuidar de você os médicos voltaram com notícias preocupantes Clara tinha uma infecção respiratória e estava desnutrida Além disso exames preliminares indicavam que ela
poderia ter um problema mais sério algo que exigiria tratamento longo e caro mas Roberto não piscou façam o que for preciso ele disse com determinação ela vai ter tudo o que precisar naquela noite enquanto Clara recebia os primeiros cuidados Roberto sentou-se na sala de espera olhando para a carta mais uma vez as palavras pareciam mais dolorosas agora que ele sabia o quanto Clara estava vulnerável ele se perguntou quem era a mãe que havia escrito aquilo Quem era a pessoa que mesmo amando tanto teve que abrir mão do próprio filho para salvá-lo E por que escolheu
ele Roberto essas perguntas ficaram na cabeça dele mas por hora ele sabia que precisava focar em uma única coisa salvar Clara A Batalha pela vida de Clara começou naquele mesmo hospital com médicos entrando e saindo do quarto dela a todo momento Roberto que não tirava os olhos da menina sentia que cada minuto era uma eternidade ele não sabia como mas já estava completamente ligado àquela criança o simples pensamento de perdê-la o fazia estremecer os primeiros dias foram os mais difíceis Clara estava em estado crítico a infecção respiratória que ela carregava havia se agravado e sua
pequena imunidade enfraquecida pela desnutrição tornava o tratamento ainda mais complicado Roberto escutava as palavras técnicas dos médicos tentando entender mas no final tudo soava como um grande problema o que importava era que Clara estava lutando contra o tempo Senor Roberto disse a pediatra responsável uma mulher de meia idade chamada dout Helena Vamos ser sinceros o estado dela é muito grave Estamos fazendo o que podemos mas não podemos garantir nada aquelas palavras acertaram Roberto como um soco no estômago Ele nunca gostou de respostas que soavam como desistência eu não aceito isso respondeu com firmeza se há
algo a mais que possa ser feito vocês vão fazer eu não me importo com custos ou com o tempo que vai levar salvem essa menina no hospital a rotina de Clara era um caos antibióticos soros exames intermináveis o choro fraco dela era como uma faca no coração de Roberto toda vez que ela abria os olhos parecia procurar algo ou alguém talvez a mãe que ela não sabia que tinha perdido Roberto Estava sempre ao lado dela segurando Sua mãozinha murmurando palavras encorajadoras mesmo sem saber se ela entendia Você é forte pequenina vamos passar por isso juntos
ok ele dizia enquanto acariciava a testa dela as semanas se arrastaram Clara precisou ser levada para a UTI pediátrica aquela visão foi um choque para Roberto ver aquele pequeno corpo conectado a tantos fios e máquinas com monitores apitando sem parar era quase insuportável ele passava horas sentado em uma cadeira desconfortável ao lado da incubadora tentando não pensar no pior ela é mais forte do que parece disse D Helena tentando oferecer algum conforto bebês têm uma capacidade incrível de se recuperar Mas precisamos continuar monitorando apesar do esforço dos médicos alguns deles começaram a sugerir que Clara
talvez não resistisse ela tem pouca chance senr Roberto comentou um dos especialistas em uma reunião com a gravidade da infecção e o estado de desnutrição é provável que o corpo dela não consiga suportar Roberto sentiu o sangue ferver eu não quero ouvir sobre probabilidades ele disse com uma voz que carregava mais dor do que raiva eu quero ouvir sobre o que mais pode ser feito Roberto começou a buscar outras opiniões Ele usou seus contatos para trazer especialistas de Fora médicos de renome que tinham experiência em casos difíceis quando ouviu falar de uma pediatra renomada em
outra cidade ele não hesitou em pedir que ela fosse ao hospital para avaliar Clara qualquer chance por menor que fosse valia a pena ele sabia que era um privilégio poder pagar por isso mas também sabia que sem essa menina sua vida Voltaria a ser um vazio a luta de clara não era só dela Roberto se envolveu de corpo e alma ele passou noites acordado no hospital recusando-se a ir embora quando os médicos sugeriram um tratamento experimental para fortalecer o sistema lógico da menina ele concordou sem hesitar e se não der certo alguém perguntou não é
uma opção foi a resposta dele ele não era um homem de muitas palavras mas sua determinação falava mais alto do que qualquer discurso aos poucos sinais de melhora começaram a aparecer era como se Clara estivesse ouvindo todas as palavras de incentivo que Roberto dizia para ela a febre diminuiu a tosse que antes soava como uma luta para respirar começou a amenizar os médicos ainda estavam cautelosos mas Roberto via algo que ninguém mais parecia enxergar Clara estava lutando para viver e ela não estava lutando sozinha uma das noites mais emocionantes aconteceu quando Clara pela primeira vez
Segurou o dedo de Roberto com força Ele tinha se debruçado sobre o berço dela para sussurrar Boa noite e foi então que sentiu o pequeno aperto era como se ela estivesse dizendo eu estou aqui não desiste de mim Roberto não conseguiu segurar as lágrimas P primeir vez em anos elou mas dessa vez não eram Lágrimas de tristeza e sim de esperança os dias passaram e Clara continuou a melhorar a equipe médica Ficou surpresa com a recuperação dela ela é uma lutadora admitiu D Helena com um sorriso discreto Roberto que já sabia disso Desde o Primeiro
Momento apenas Balançou a Cabeça Ela incrível respondeu com um sorriso cansado mas cheio de orgulho mesmo com as melhoras o caminho ainda era longo Clara precisava de acompanhamento constante de nutrição especial e ainda havia a possibilidade de sequelas mas nada disso parecia importar para Roberto Ele já estava decidido faria qualquer coisa para garantir que aquela menina tivesse uma vida saudável e feliz naquele momento sentado ao lado de Clara enquanto ela dormia profundamente Roberto percebeu algo importante ele não estava apenas salvando a vida dela de alguma forma ela também estava salvando a dele a vida de
Roberto tinha parado no tempo Dois Anos Antes quando o acidente tirou Júlia sua esposa Isabela sua filha desde aquele dia ele se tornou uma sombra do homem que já foi embora continuasse gerindo seus negócios Fazia tudo no piloto automático Não havia mais brilho nos seus olhos e o peso da perda estava em cada gesto em cada passo ele vivia sozinho na grande mansão que antes era cheia de Risadas e bagunça agora um lugar quieto e gelado Roberto não via propósito em nada mas continuava por bem porque continuar parecia ser a única opção mas então veio
CL a princípio ela era só uma criança que precisava de ajuda algo que ele poderia resolver com dinheiro e médicos mas não demorou para que aquela menina pequena e frágil começasse a mudar algo dentro dele sentado ao lado do leito dela no hospital segurando Sua mãozinha enquanto ela lutava pela vida Roberto Começou a sentir algo que não sentia há muito tempo Esperança cuidar de Clara trouxe rotina para sua vida mas mais do que isso trouxe sentir ele se viu acordando cedo não porque tinha reuniões importantes mas porque queria estar no hospital a tempo de ver
os médicos dando as primeiras atualizações do dia suas noites deixaram de ser solitárias mesmo que ainda fossem difíceis ele agora tinha um motivo para permanecer acordado a luta de Clara pela vida era também a luta dele para voltar a sentir algo além da dor quando Clara começou a melhorar algo dentro de Roberto também mudou ele começou a perceber pequenas coisas que antes passavam despercebidas o sorriso que ela dava quando ouvia sua voz o jeito que ela apertava seus dedos com força Como se quisesse dizer que confiava nele isso era novo ele que tinha se fechado
para o mundo agora estava conectado a alguém de uma forma que não esperava por causa de Clara Roberto Começou a sair da bolha que tinha criado para si mesmo antes ele evitava contato com pessoas era mais fácil assim mas agora ele interagia diariamente com médicos enfermeiros e outros pais no hospital ele até começou a ouvir histórias de outras famílias que estavam passando por desafios parecidos antes ele teria ignorado essas conversas agora ele ouvia com atenção até oferecendo ajuda sempre que podia um momento marcante aconteceu em uma manhã em que Roberto estava na lanchonete do hospital
ele viu um homem sentado sozinho com a cabeça entre as mãos claramente desesperado era uma cena que ele conhecia bem sem pensar muito Roberto se aproximou você está bem perguntou a voz baixa mas cheia de empatia o homem olhou para ele os olhos vermelhos de chorar minha filha ela está na UTI os médicos dizem que as chances são mínimas Roberto sentiu um nó na garganta ele sabia exatamente como era ouvir aquilo não desista disse colocando a mão no Ombro do homem por menor que seja a chance lute por ela é o que eu estou fazendo
ao voltar para o quarto de Clara Roberto percebeu que ao ajudar aquele homem ele também tinha ajudado a si mesmo era como se ao estender a mão Estivesse se reconectando com a parte dele que tinha ficado enterrada junto com Júlia e Isabela uma parte que queria acreditar que ainda havia bondade que ainda havia Esperança outro momento importante foi quando Clara finalmente pode deixar a UTI ver a menina fora daqueles aparelhos ainda frágil mas Respirando por conta própria foi um divisor de águas Roberto assegurou no colo pela primeira vez o peso dela era tão pequeno mas
ao mesmo tempo parecia carregar uma nova vida ele sentiu lágrimas escorrendo e dessa vez não tentou segurá-las você venceu pequena sussurrou você venceu e por sua causa eu estou começando a vencer também de volta à mansão Roberto começou a fazer mudanças a casa que antes era fria e sem vida começou a ganhar sinais de Clara um berço foi colocado em um dos quartos de hóspedes Depois vieram os os as roupinhas os cheiros de talco e pomada de bebê Roberto até começou a repensar os espaços que antes evitava como o Jardim onde Júlia adorava passar as
tardes ele decidiu reformá-lo com flores novas e uma área para Clara brincar no futuro a transformação de Roberto não aconteceu de um dia para o outro houve momentos em que ele sentiu que não era forte o suficiente para carregar tudo houve Noites em que ao colocar Clara para dormir ele ainda chorava sozinho pensando em Júlia e Isabela mas aos poucos ele começou a entender que a dor não precisava definir sua vida Clara estava ali e ela precisava dele e no fundo ele também precisava dela aos poucos Roberto Voltou a se conectar com o mundo ele
reatou relações com amigos que tinha afastado passou a se importar de novo com as decisões dos negócios não porque eram antes para ele mas porque queria garantir um futuro seguro para Clara ele também começou a sorrir mais era estranho no começo como se os músculos do rosto tivessem esquecido como fazer isso mas Clara com sua risada contagiante fazia o trabalho de lembrá-lo a chuva caía fina naquela noite Mariana estava parada do outro lado da rua olhando para a grande mansão iluminada o vento gelado fazia com que ela puxasse o casaco fino contra o corpo mas
isso não a fazia se mexer seus olhos estavam fixos nas janelas tentando ver qualquer sinal de Clara lá dentro fazia semanas desde que ela tinha deixado a filha ali e cada minuto longe Parecia um peso insuportável no coração depois que entregou Clara naquela noite desesperadora mariana se sentiu consumida pela culpa embora soubesse que tinha feito aquilo para salvar a filha a ausência da menina era como uma ferida aberta no abrigo ela acordava no meio da noite imaginando ouvir o choro de Clara mas o berço vazio ao lado da cama era um lembrete Cruel de que
sua filha não estava mais com ela cada sorriso de um bebê que via cada carrinho passando na rua fazia seu coração apertar ela se perguntava se Clara estava bem se estava sendo cuidada se chorava por ela ao mesmo tempo Mariana lutava contra a própria saúde os tratamentos para o câncer começaram logo depois que ela deixou Clara mas não eram fáceis os remédios a deixavam fraca enjoada e às vezes tão desorientada que ela mal conseguia sair da cama mesmo assim cada pequena melhora dava ela força para continuar eu preciso ficar bem para Clara ela dizia a
si mesma repetidamente como um mantra era isso que a fazia levantar todos os dias mesmo quando tudo dentro dela queria desistir foi em uma dessas visitas ao hospital que Mariana decidiu que não podia mais esperar não importava o risco ela precisava ver Clara não sabia o que encontraria mas precisava ter certeza de que sua filha estava bem a dor de ficar longe já era maior do que qualquer medo que tivesse de ser rejeitada ou julgada agora ali parada na frente da mansão Mariana sentia o coração bater tão forte que parecia ecar em seus ouvidos não
fazia ideia de como seria recebida Será que Roberto o homem para quem confiou a vida de Clara a entenderia ou ele a veria como uma mãe irresponsável alguém que simplesmente abandonou o próprio filho essas dúvidas a corroía mas ela sabia que não poderia voltar atrás reunindo toda a coragem que tinha atravessou a rua e Apertou a campainha foram alguns segundos de espera que pareceram uma eternidade então A Porta Se Abriu Roberto apareceu com uma expressão surpresa quase confusa enquanto olhava para aquela mulher encharcada e com o rosto visivelmente abalado antes que ele pudesse dizer qualquer
coisa Mariana falou rapidamente eu sou a mãe da Clara sua voz estava tremida e lágrimas já começavam a escorrer antes mesmo que ele pudesse responder Roberto ficou em silêncio por um momento processando aquelas palavras Ele olhou para Mariana com atenção tentando entender quem ela era e o que exatamente queria você é a mãe dela ele perguntou com a voz calma mas firme Mariana assentiu engolindo em seco Sim eu sou e eu eu precisava ver minha filha ela começou a explicar tudo as palavras saindo rápidas quase atropeladas contou sobre o câncer sobre o desespero sobre a
noite em que deixou clar ali sua voz era cheia de uma mistura de arrependimento e determinação eu sei que parece que abandonei minha filha mas não foi isso foi o contrário eu fiz isso porque queria salvar a vida dela mas eu não consigo viver sem ela por favor só me deixe vê-la só quero saber se ela está bem enquanto ela falava Roberto percebeu a profundidade da dor dela ele tinha lido aquela carta muitas vezes desde que encontrou Clara tentando imaginar Quem seria a pessoa que escreveu aquilo agora vendo Mariana na sua frente ele entendia não
era uma mulher fraca ou irresponsável era uma mãe desesperada que estava lutando contra forças maiores do que ela mesma entre disse Roberto abrindo a porta e dando espaço para ela passar Mariana hesitou por um momento como se não acreditasse que ele realmente estava permitindo Mas então entrou os olhos vasculhando o lugar procurando um sinal de Clara Ela está dormindo disse Roberto notando o olhar dela mas eu posso levá-la até o quarto Mariana seguiu Roberto pelos corredores da casa o coração acelerado quando finalmente chegou ao quarto viu Clara dormindo em um berço envolta em um cobertor
fofo e com um pequeno ursinho ao lado a visão da filha trouxe um alívio Tão Profundo que Mariana quase caiu de joelhos el colocou a mão sobre a boca para conter o choro e se aproximou devagar ao tocar no rostinho de Clara sentiu o calor da pele da menina um toque que ela tinha medo de nunca sentir novamente ela está bem disse Roberto ficando de pé ao lado dela está saudável foi uma luta mas ela é forte assim como você Mariana olhou para ele surpresa com a gentileza nas palavras obrigada ela surrou com os olhos
cheios de gratidão mas ela sabia que aquilo era só o começo havia tantas coisas que precisavam ser ditas tantas decisões a serem tomadas ainda assim naquele momento tudo o que importava era que Clara estava viva segura e feliz Roberto não sabia exatamente o que fazer a chegada de Mariana mexia com tudo ele tinha se apegado a Clara de uma forma que nunca imaginou mas ao mesmo tempo Sabia que não podia negar o direito de Mariana de estar com a filha vamos conversar ele disse quebrando silêncio temos muito para resolver mas antes de qualquer coisa saiba
que Clara está em boas mãos e se você quiser fazer parte disso nós podemos encontrar um jeito Mariana sentiu sentindo um peso enorme sair de seus ombros pela primeira vez em muito tempo ela sentiu que tinha uma chance de reconstruir sua vida ao lado de sua filha Mariana e Roberto estavam sentados na sala de estar da mansão com Clara brincando em um cercadinho ao lado o som suave de seus risos preenchia o ambiente mas o clima entre os dois adultos era tenso Mariana sabia que havia chegado o momento de abrir seu coração de contar tudo
até agora Ela só havia falado superficialmente sobre os motivos que a levaram a deixar Clara na porta daquela casa mas Mas isso não era suficiente Roberto tinha o direito de saber a verdade ela respirou fundo olhando para Clara enquanto reunia Coragem eu sei que parece que sou uma mãe horrível começou a voz baixa e tremida eu sei que você deve estar pensando que ninguém que ama o próprio filho faz o que eu fiz mas por favor me escuta eu preciso que você entenda Roberto cruzou os braços seu olhar sério mas sem julgamento estou ouvindo disse
ele com um tom que a encorajou a continuar Mariana começou a contar sua história desde o início ela falou sobre a vida simples e feliz que tinha com Fernando o pai de Clara contou sobre o amor deles sobre como ele era o alicerce de tudo e como sua morte em um acidente devastador destruiu o que parecia ser uma vida perfeita cada palavra era pesada cada memória parecia arranhar a garganta dela enquanto falava Roberto ouvia em silêncio seus olhos fixos nela absorvendo cada detalhe depois que ele morreu tudo desmoronou disse Mariana com as lágrimas começando a
escorrer eu tentei tentei manter as coisas funcionando por Clara mas o dinheiro acabou eu perdi a casa não tinha ninguém para me ajudar estávamos morando em um abrigo quando comecei a me sentir mal pensei que fosse só o estresse mas não era ela fez uma pausa engolindo em seco antes de continuar foi diagnosticada com câncer um linfoma em estágio avançado quando ouvi aquelas palavras senti como se meu mundo tivesse acabado de vez não por mim mas porque eu sabia que se algo acontecesse comigo Clara ficaria completamente sozinha eu não podia deixar isso acontecer não podia
o olhar de Roberto suis enquanto ouvia isso ele sabia o que era perder tudo de uma vez e podia ver que Mariana carregava uma dor que não se apagava facilmente Então você deixou claro aqui ele disse mais como uma afirmação do que uma pergunta Mariana sentiu as mãos tremendo no colo eu ouvi sobre você sobre como ajudava outras pessoas e Pensei que talvez talvez você pudesse salvá-la eu sabia que não conseguiria cuidar dela sozinha eu estava doente sem dinheiro sem forças eu pensei que se Clara tivesse uma chance de viver seria aqui foi a decisão
mais difícil da minha vida e ao mesmo tempo a mais fácil porque eu só queria que ela sobrevivesse o silêncio tomou conta do ambiente por alguns segundos Mariana baixou a cabeça esperando pela reação de Roberto ela esperava raiva julgamento talvez até mesmo M desprezo mas o que veio foi algo completamente diferente você fez o que achou que precisava fazer disse Roberto a voz firme mas não dura e mesmo que tenha sido uma decisão difícil eu não posso culpá-la por isso você fez isso por amor ei honestamente Clara é incrível eu só posso agradecer por ela
ter entrado na minha vida essas palavras pegaram Mariana de surpresa ela olhou para Roberto vendo algo nos olhos dele que ela não esperava compreensão foi como se um peso enorme fosse tirado de seus ombros ela ainda tinha muito que resolver mas saber que ele não a odiava que ele entendia era mais do que ela poderia ter pedido Como está sua saúde agora perguntou Roberto mudando o tom da conversa Mariana hesitou antes de responder os tratamentos estão funcionando mas é uma luta alguns dias são melhores que outros estou tentando ser forte por Clara Roberto assentiu cruzando
as mãos sobre o joelho sei que já conversamos sobre isso mas quero deixar claro você não precisa enfrentar isso sozinha você e Clara tem um lugar aqui enquanto você precisar Mariana tentou segurar as lágrimas mas não conseguiu eu não sei como agradecer disse ela a voz embargada Você salvou minha filha os dois ficaram em silêncio por um momento como se o mundo ao seu redor estivesse parado depois da conversa com Mariana Roberto não conseguiu dormir ele ficou sentado na poltrona de couro do escritório com os olhos fixos na janela a cidade estava quieta as luzes
das ruas piscavam ao longe mas sua mente estava inquieta a história de Mariana ecoava em sua cabeça cada detalhe que ela compartilhou Parecia ter se infiltrado na parte mais profunda de sua consciência ele pensava nela em Clara no que já tinham enfrentado e no que viria pela frente Era óbvio para Roberto que sua vida nunca mais seria a mesma desde o momento em que encontrou Clara naquele cobertor algo dentro dele tinha mudado mas agora com Mariana de volta o peso das decisões que precisava tomar parecia ainda maior ele estava acost a liderar a resolver problemas
mas isso era diferente não era uma reunião de negócios ou um contrato complicado era a vida de duas pessoas que dependiam dele de formas que ele nunca tinha imaginado de manhã cedo antes mesmo de o sol nascer Roberto decidiu agir ele não era o tipo de homem que gostava de ficar pensando demais quando sabia o que precisava ser feito levantou-se passou uma água no rosto para espantar o cansaço e foi até o quarto de Clara A menina estava acordada balbuceando sons que só bebês conseguem fazer enquanto brincava com o ursinho que ele tinha comprado Roberto
sorriu se aproximou e apegou no colo Bom dia minha pequena disse ele enquanto ela puxava seu colarinho com as mãozinhas pequenas você não faz ideia do quanto já mudou a minha vida depois de colocar Clara de volta no berço Roberto foi até a cozinha onde encontrou uma ela estava de costas meendo no fogão preparando algo simples desde que chegou ela vinha tentando ajudar na cas TZ para se sentir menos como uma hóspede e mais como parte de tudo Roberto ficou parado por alguns segundos observando em silêncio Parecia Impossível imaginar o que aquela Muler tinha passado
mas ali esta ela de pé lutando Bom dia ele disse finalmente Quebrando o Silêncio Mariana se virou surpresa Bom dia respondeu um pouco sem jeito como se ainda não soubesse exatamente como agir na presença dele queria fazer algo para comer mas não achei muita coisa simples Espero que não se importe não me importo disse Roberto pegando uma cadeira e Sentando à mesa ele ficou quieto por alguns momentos Mas então tomou a decisão de falar eu pensei muito sobre tudo o que você me contou ontem noite sobre você sobre Clara e sobre o que isso significa
Mariana parou o que estava fazendo e virou-se para encará-lo nervosa Roberto eu sei que é muita coisa para você eu nem sei como agradecer por tudo o que fez pela minha filha não quero ser um peso você não é um peso interrompeu ele a voz firme nem você nem Clara muito pelo contrário desde o momento em que encontrei sua filha na minha porta minha vida mudou para melhor vocês duas trouxeram algo que eu nem sabia que precisava Mariana parecia prestes a dizer algo mas Roberto levantou a mão indicando que ainda não tinha terminado eu sei
que você está preocupada com a sua saúde com o futuro da clara e quero que você saiba que enquanto eu estiver aqui vocês duas nunca mais vão enfrentar isso sozinho Ela ficou em silêncio encarando-o com olhos arregalados como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo Roberto continuou eu tomei uma decisão quero ajudar você a se recuperar quero que você tenha o apoio que precisa para enfrentar o que está por vir isso significa médicos tratamentos tudo o que for necessário não vou medir esforços Roberto Mariana começou mas ele não a deixou terminar e Clara disse
ele a voz um pouco mais suave agora ela é especial eu me apeguei a ela de uma forma que não sei explicar não posso imaginar minha vida sem ela agora então quero que fique claro você tem um lugar aqui vocês duas TM enquanto precisarem Essa é a casa de vocês Mariana parecia lutar para processar o que ele dizia você não precisa fazer isso ela murmurou com lágrimas nos olhos já fez tanto por nós eu sei respondeu Roberto sorrindo levemente mas eu quero não é só sobre vocês é sobre mim também Clara me trouxe algo que
eu achei que nunca teria de volta um propósito uma razão para seguir em frente e você você é mais forte do que qualquer pessoa que já conhecia então sim eu quero fazer isso não porque preciso mas porque há coisa certa a fazer Mariana não conseguiu segurar as lágrimas elas escorreram silenciosamente Enquanto Ela olhava para Roberto tentando encontrar as palavras certas mas ele sabia que às vezes palavras não eram necessárias ele se levantou e se aproximou colocando a mão no ombro dela nós vamos enfrentar isso juntos disse ele ela sentiu incapaz de falar mas o olhar
dela dizia tudo pela primeira vez em muito tempo Mariana sentiu que não estava sozinha as noites na mansão de Roberto tinham se transformado antes eram silenciosas e solitárias agora o som dos risos de Clara mesmo quando meio abafados por sua voz infantil preenchia os cômodos com um calor que ele nem sabia que ainda era possível sentir Maria Ana Estava sempre por perto cuidando da menina mas também tentando achar seu espaço em um lugar que ainda parecia grande demais para ela era uma noite comum ou pelo menos parecia Clara tinha finalmente dormido depois de uma longa
batalha com o sono Mariana tinha ficado com ela no quarto até que a menina se rendesse e Roberto como vinha fazendo quase todas as noites ficou esperando na sala de estar com uma garrafa de vinho aberta na mesa de centro ele sabia que ela provavelmente desceria era como se ambos soubessem que essas conversas noturnas estavam se tornando um ritual quando Mariana apareceu estava com uma expressão cansada mas também aliviada finalmente dormiu ela disse soltando um suspiro enquanto se sentava no sofá ao lado de Roberto ele serviu uma taça para ela sem dizer nada e ela
aceitou com um pequeno sorriso de gratidão durante alguns minutos os dois ficaram em silêncio cada um perdido em seus próprios pensamentos é engraçado Roberto começou Quebrando o Silêncio eu nunca pensei que minha casa fosse se encher de vida de novo depois que perdi minha esposa e minha filha parecia que não havia mais espaço para isso Mariana olhou surpresa pela abertura dele até então Roberto tinha falado muito pouco sobre sua família ela sabia o básico mas nunca o tinha visto abordar o assunto de forma tão direta sinto muito por isso disse ela baixinho eu não consigo
imaginar como deve ter sido Roberto soltou um pequeno riso mas sem humor é uma dor que não dá para explicar você acha que vai durar para sempre e talvez dure de certa forma mais clara Ela trouxe algo de volta algo que eu achava que estava perdido Mariana não sabia o que dizer por mais que quisesse encontrar as palavras certas Sabia que não havia nada que pudesse realmente aliviar aquilo mas Roberto parcia não esperar uma respostae olou para ela como se estivesse tentando decidir se deveria continuar ou não e então ele decidi esposa jlia era tudo
para mima era o tipo de pessoa que iluminava sal só de entrar F isaba tinha só 6 anos uma criança cheia de energia cheia de planos para um futuro que nunca chegou perdê-las foi como perder partes de mim mesmo eu passei meses talvez anos fingindo que ainda era o mesmo mas a verdade é que eu não era Mariana sentiu um nó na garganta não era só o que ele estava dizendo mas o jeito como dizia como se cada palavra fosse uma luta e agora ela perguntou quase num Sussurro você sente que mudou ele ficou em
silêncio por um momento antes de responder sim Clara mudou tudo e você também eu não esperava que minha vida fosse se cruzar com a de vocês mas de alguma forma parece que era para ser Mariana sentiu o rosto corar não sabia exatamente como responder a isso mas ao mesmo tempo senti uma vontade de compartilhar algo que tinha guardado para si mesma Eu também sinto isso disse sua voz hesitante desde que Fernando morreu eu não eu não soube como seguir em frente tudo o que eu fazia era por Clara mas mesmo assim eu sentia como se
estivesse falhando o tempo todo e deixar ela aqui naquela noite foi o momento mais difícil da minha vida mas também foi o único momento em que eu senti que estava fazendo algo certo Roberto inclinou-se para a frente apoiando os cotovelos nos joelhos você fez o que achava melhor hein Sinceramente eu não acho que alguém poderia julgar você por isso eu não julgaria na verdade eu admiro sua coragem não é fácil fazer o que você fez os olhos de Mariana se encheram de Lágrimas ela virou o rosto tentando esconder mas Roberto percebeu desculpa ela disse rindo
de nervoso eu não sei porque estou chorando você está chorando porque é humana respondeu ele com um pequeno sorriso e porque está carregando mais do que qualquer pessoa deveria carregar Mariana olhou para ele sentindo algo se aquecer dentro dela não era só pelas palavras dele mas pela maneira como ele olhava para ela como se realmente entendesse como se não precisasse de explicações ou justificativas e pela primeira vez em muito tempo ela se sentiu Vista Obrigada ela disse simples mas com um peso que dizia muito mais do que a palavra sozinha os dois ficaram em silêncio
novamente mas não era um silêncio desconfortável era como se cada um estivesse processando tudo o que tinha sido dito Roberto olhou para o relógio e percebeu que já era tarde mas não se sentia com vontade de acabar com aquele momento Mariana por outro lado sentiu que era hora de subir mas hesitou antes de se levantar Boa noite ela disse finalmente E obrigada por tudo boa noite mariana respondeu Ele observando enquanto ela subia às escadas quando ela desapareceu de vista Roberto Ficou na sala pensando em tudo o que tinha acabado de acontecer ele sabia que essas
conexões essas conversas eram apenas o começo e pela primeira vez ele sentiu que talvez houvesse algo novo esperando por ele algo bom Mariana começou seu tratamento com médicos que Roberto havia contratado ela tinha relado no início tentando recusar a ajuda financeira mas Roberto foi firme você precisa disso Mariana e eu não aceito um anão pense em Clara ela precisa de você saudável essa frase foi o suficiente para Mariana ceder pela primeira vez sentiu que havia alguém que realmente se importava com ela não apenas como a mãe de Clara mas como uma pessoa as sessões de
quimioterapia eram exaustivas Mariana voltava para casa fraca às vezes sem energia para comer ou até mesmo segurar Clara nos dias mais difíceis Roberto assumia todas as responsabilidades ele carregava Clara no colo brincava com ela para que não sentisse falta da mãe e preparava sopas leves para Mariana mesmo que ele próprio não tivesse muita experiência na cozinha não é nenhuma obra prima mas é o que temos dizia ele arrancando um pequeno sorriso dela mesmo nos piores momentos Mariana estava determinada a lutar toda vez que olhava para Clara encontrava um motivo para continuar a menina agora mais
saudável estava florescendo o brilho em seus olhos e os sorrisos constantes eram a prova de que apesar do começo difícil ela estava vivendo plenamente cada som novo que Clara aprendia a emitir era comemorado por todos na casa Mariana costumava dizer ela está crescendo rápido demais Roberto sempre respondia com um sorriso porque ela sabe que tem muita coisa boa esperando por ela a rotina delas foi se estabilizando aos poucos Mariana passava os dias focada na recuperação e nos cuidados com Clara mas também começou a encontrar tempo para si mesma Roberto a incentivava a sair para caminhar
no jardim ou simplesmente sentar-se na varanda e sentir o sol no rosto Você precisa se cuidar também Mariana não se esqueça disso ele dizia essas pequenas pausas começaram a fazer diferença houve momentos difíceis é claro como naquela noite em que Mariana teve uma crise de choro após uma sessão particularmente pesada de quimioterapia ela estava sentada no chão do os joelhos dobrados contra o peito quando Roberto bateu na porta Mariana posso entrar perguntou com a voz baixa mais firme ela hesitou antes de responder mas acabou permitindo Roberto se sentou no chão ao lado dela sem dizer
nada apenas Ficou ali oferecendo sua presença enquanto ela derramava todas as lágrimas que vinha segurando quando ela finalmente conseguiu falar disse eu sinto que nunca vou melhorar que isso nunca vai acabar Roberto colocou uma mão no ombro dela vai acabar Mariana eu sei que vai e até lá eu vou estar aqui sempre foi uma promessa simples mas que significava o mundo para ela enquanto Mariana lutava por sua saúde Clara dava sinais de que sua própria recuperação estava completa os médicos ficaram impressionados com o progresso dela a infecção respiratória que a deixou à beira da morte
foi tratada com sucesso e ela agora ganhava peso e energia rapidamente ver Clara tão cheia de vida era a força que Mariana precisava nos dias mais difíceis minha pequena guerreira ela dizia segurando a filha no colo você me dá forças para continuar Roberto também estava mudando ele não era mais apenas um homem que cuidava de clara ou oferecia apoio para Mariana ele era parte da família que estavam construindo mesmo que ninguém tivesse dito isso em voz alta ainda ele começou a fazer questão de estar presente em todos os momentos importantes desde as consultas médicas de
Mariana até os pequenos Marcos no crescimento de Clara cada gargalhada da menina era uma recompensa para ele cada dia em que Mariana Parecia um pouco mais forte era uma vitória compartilhada os dias se transformaram em semanas e as semanas em Mariana começou a se sentir mais como ela mesma a energia voltou devagar mas voltou ela conseguiu acompanhar Clara em suas primeiras tentativas de engatinhar pelo tapete da sala e até teve forças para brincar com ela no Jardim Roberto observava nesses momentos sorrindo como se soubesse que o esforço de todos estava valendo a pena Mariana sabia
que ainda havia um longo caminho pela frente mas também sabia que não estava mais sozinha e isso fazia toda a diferença uma noite enquanto estava na cozinha com Roberto ela se virou para ele e disse eu não sei como você conseguiu suportar tudo isso por nós mas sou muito grata você nos deu uma segunda chance Roberto Balançou a cabeça e respondeu vocês me deram uma segunda chance também Mariana eu não sei onde estaria agora se não fosse por vocês era verdade enquanto Mari lutava para se recuperar Roberto também estava se reconstruindo cada vitória dela era
uma vitória para ele e juntos estavam começando a criar algo novo algo bonito algo que nenhuma das tragédias do passado poderia apagar Mariana ainda estava se acostumando com tudo viver em um lugar tão diferente de tudo o que conhecia era desafiador a mansão era elegante e cheia de detalhes luxuosos que pareciam muito distantes da simplicidade da vida que ela tinha antes ela frequentemente sentia um desconforto silencioso como se não pertencesse à aquele lugar não precisa se sentir assim coberto disse uma noite percebendo o olhar dela enquanto encarava os lustres do salão principal essa casa é
tão sua quanto minha agora vocês fazem parte dela essas palavras ficaram com Mariana mas ainda havia algo dentro dela que demorava a acreditar ela compensava isso se dedicando ao máximo a Clara e tentando ajudar Roberto com as tarefas da casa ela limpava cozinhava e até Começou a organizar os armários que estavam bagunçados há anos Roberto notou isso e embora apreciasse o esforço não queria que ela se sentisse em dívida você não precisa fazer tudo isso ele disse certa vez pegando um pano de prato das mãos dela eu faço porque quero ajudar ela respondeu mas ele
sabia que havia algo mais ela ainda estava tentando encontrar seu lugar já Roberto estava redescobrindo como era dividir a casa com outras pessoas durante os dois anos após a perda de Júlia e Isabela ele havia se acostumado ao silêncio o único som frequente era o tic-tac do relógio na sala de estar agora com Mariana e Clara ali tudo parecia mais dinâmico quase caótico em comparação Clara era uma fonte constante de energia mesmo nos momentos em que exigia atenção Roberto se pegava rindo sozinho ao assistir a menina tentando engatinhar até ele ou tentando alcançar o cachorro
de pelúcia Que adorava e Mariana bem Mariana o fazia sentir coisas que ele não sentia há muito tempo ele admirava a força dela mesmo nos momentos em que ela parecia duvidar de si mesma admirava a maneira como ela cuidava de clara como se cada momento com a filha fosse um presente precioso mas também começar a perceber outras coisas o jeito que ela inclinava a cabeça para o lado quando estava concentrada ou como sua risada suave parecia fazer todo o ambiente ao redor ficar mais leve os dois começaram a desenvolver uma rotina de manhã Mariana geralmente
era a primeira a acordar preparando o café e colocando clar em sua cadeirinha na cozinha enquanto cozinhava algo simples Roberto sempre aparecia um pouco depois com os cabelos bagunçados e um sorriso meio o sonolento ele adorava o cheiro do café fresco e os sons de Clara balbuceando enquanto brincava às vezes ele ajudava a preparar a mesa e outras simplesmente ficava sentado observando as duas com um sorriso discreto você sabe que é estranho para mim Mariana disse certa vez enquanto colocava uma fatia de pão na torradeira o quê perguntou Roberto curioso esse lugar toda essa vida
nova É como se eu tivesse entrado em um sonho e estivesse esperando acordar Roberto Balançou a cabeça sorrindo bem se isso é um sonho eu espero que dure para sempre as noites também eram momentos importantes depois que Clara dormia Roberto e Mariana começaram a passar mais tempo juntos às vezes assistiam algum filme na sala de TV rindo ou discutindo sobre o enredo outras vezes apenas ficavam na cozinha conversando sobre coisas simples como as lembranças de infância de Mariana ou as histórias de viagens de Roberto esses momentos estavam criando uma intimidade que ambos sentiam mas que
nenhum dos dois sabia como nomear houve também pequenos conflitos como é natural em qualquer convivência Mariana às vezes insistia em fazer tudo sozinha o que irritava Roberto você não precisa carregar o mundo nas costas Mariana você precisa de repouso lembra o que o médico falou ele dizia eu estou aqui confie em mim por outro lado Mariana se incomodava com o fato de Roberto ser tão reservado em alguns momentos você sempre parece estar pensando em algo mas nunca diz o que é ela comentou uma Vez Roberto deu de ombros sorrindo de lado talvez eu só esteja
tentando entender tudo isso vocês vocês chegaram e mudaram tudo mas de alguma forma eu gosto disso Clara sem saber era o elo que unia os dois cada avanço dela cada pequeno gesto parecia aproximá-los mais houve um dia em que Clara finalmente começou a engatinhar sozinha indo em direção ao ursinho que Roberto segurava Mariana gritou de emoção e Roberto soltou uma risada alta levantando Clara no ar como se ela esse conquistado o mundo nossa pequena campeã ele disse enquanto Mariana enxugava os olhos emocionados com o passar das Semas Ficou claro que eles est torando algo mais
do que apenas TRS pessoas dividindo Mariana e Roberto estavam aprendendo aiar um no out aender um do outto estava se permitio sentir de novo e Mariana pela primeira vez em muito tempo sentia que não estava enfrentando o mundo sozinha não era perfeito e ambos ainda tinham feridas para curar mas juntos estavam descobrindo que talvez a felicidade não estivesse tão fora dec quanto imaginavam meses que seamer peos Miles para famía o dia em que Mariana recebeu notícia de que esta oficialmente cada foi um Marco ela de seg as mãos de com for verit disic com um
sorriso caloroso os exames mostram que você está em remissão completa as palavras pareciam surreais Mariana ficou em silêncio por um momento deixando o significado se infiltrar em sua mente lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto mas desta vez eram Lágrimas de alívio Roberto abraçou com força Como se quisesse compartilhar o peso que finalmente havia sido retirado dos ombros dela eu disse que ISS ia acabar lembra ele sussurrou de volta para casa a atmosfera estava diferente a notícia trouxe uma nova energia Clara parecia perceber que algo havia mudado e sussurrava Alegremente enquanto brincava com seus blocos
coloridos no chão da sala Mariana se ajoelhou ao lado dela abraçando-a enquanto lágrimas ainda molhavam seu rosto mamãe está bem agora meu amor vamos aproveitar cada segundo junto Roberto começou a notar que algo estava diferente não era imediato nem algo que ele poderia colocar em palavras no início era mais como uma sensação um calor novo em sua vida algo que ele não sabia que precisava mas que se tornava impossível ignorar toda vez que Mariana entrava na sala segurando Clara no colo ou ajeitando o cabelo de um jeito distraído ele sentia o coração bater um pouco
mais rápido para Mariana o sentimento era mais confuso desde que Fernando tinha partido ela acreditava que aquela parte de sua vida estava encerrada o amor o romance o calor de estar com alguém tudo isso parecia algo que pertencia a outra vida mas então veio Roberto com sua presença constante sua bondade tranquila e o jeito protetor com Clara aos poucos Mariana começou a perceber que sua atenção estava voltada para ele mais do que deveria cada gesto dele cada sorriso mexia com algo dentro dela que ela achava que estava adormecido tudo começou a ficar claro em momento
simples noite Mariana estava nazinha lavando aça Depois do jantar Clara já tinha dormido e Roberto entrou para pegar um copo de água ele se encostou na bancada e comeou a conversar sobre o dia como sempre fazia mas naquele momento algo diferente aconteceu Mariana olhou para ele e por um instante perdeu o foco o jeito que ele falava o tom da sua voz o modo como ele se preocupava com ela e Clara tudo parecia mais significativo do que antes ela rapidamente desviou o olhar sentindo o rosto esquentar está tudo bem perguntou Roberto percebendo a mudança de
expressão dela Mariana sorriu de um jeito tímido e Balançou a cabeça Sim tudo bem respondeu tentando parecer casual mas por dentro ela sabia que algo estava diferente para Roberto os sentimentos ficaram ainda mais evidentes Em uma manhã ensolarada quando ele saiu para o Jardim e viu Mariana brincando com clara ela estava sentada na grama ajudando a menina a segurar um brinquedo enquanto ria com aquela leveza que parecia iluminar todo o lugar Roberto ficou parado por alguns segundos observando ele não sabia exat o que sentia mas sabia que naquele momento não queria estar em nenhum outro
lugar as interações entre eles começaram a mudar pequenos gestos passaram a ter mais significado quando Mariana colocava uma xícara de café na frente dele ele sentia um calor que não tinha nada a ver com a bebida Quando Roberto A ajudava a carregar clara ou segurava algo para ela suas mãos às vezes se tocavam por um instante mais longo do que o necessário esses entos eram simples mas cada um deles parecia carregar algo novo algo que nenhum dos dois estava pronto para admitir houve um dia em que as coisas ficaram ainda mais claras Roberto estava no
escritório revisando alguns documentos importantes quando ouviu um som de Risadas vindo do Corredor Mariana estava segurando Clara nos braços tentando distraí-la para que parasse de chorar as risadas vinham de algum jogo bobo que ela tinha inventado no momento e perto sem pensar saiu para ver o que estava acontecendo quando ele parou na porta viu Mariana segurando Clara no alto e fazendo sons engraçados enquanto a menina ria sem parar Vocês estão se divertindo ele comentou com um sorriso no rosto Mariana parou por um momento parecendo Surpresa por ele estar ali tentando distrair essa pequena enquanto termina
o trabalho duro ela brincou mas quando os olhos de Roberto encontraram os dela o ar pareceu mudar foi só por alguns segundos Mas eles ficaram ali em silêncio como se o mundo tivesse parado algo não dito estava presente e ambos sabiam à noite enquanto Mariana colocava a clara para dormir ela se pegou pensando no momento anterior aqueles olhos o jeito como ele a olhava fazia com que ela sentisse algo que há muito tempo não sentia um misto de nervosismo e empolgação ela Balançou a cabeça Como se quisesse afastar o pensamento ele só está sendo gentil
disse para si mesma mas no fundo sabia que não era só isso já Roberto No Silêncio do seu quarto tentava entender o que estava sentindo Mariana tinha entrado na vida dele por acaso mas parecia que ela estava lá por um motivo ela era forte Generosa E acima de tudo incrível com Clara ele não sabia se era certo sentir algo por ela considerando tudo o que ela já tinha passado mas ao mesmo tempo sabia que os sentimentos estavam lá e cada dia eles se tornavam mais difíceis de ignorar os dois estavam em um ponto delicado nenhum
queria admitir o que estava sentindo talvez por medo de estragar o que já tinham mas a cada dia que passava ficava mais claro que algo estava crescendo entre eles algo que ia além de amizade além de respeito era o tipo de coisa que parecia surgir aos poucos como um nascer do sol mas que inevitavelmente iluminava tudo ao redor os dias foram se transformando em semanas e o que antes era um turbilhão de emoções não ditas começou a se tornar algo mais claro entre Roberto e Mariana os sentimentos que eles evitavam admitir estavam lá visíveis em
cada gesto em cada olhar mais longo e em cada momento de silêncio compartilhado no começo parecia algo que que ambos ainda estavam aprendendo a aceitar mas com o tempo tornou-se impossível ignorar a mudança aconteceu de forma natural quase imperceptível era como se o dia a dia cheio de pequenos momentos estivesse construindo algo sólido e real entre os dois Roberto começou a se aproximar mais e Mariana que no início parecia insegura e hesitante começou a deixar suas Barreiras caírem tudo começou a ficar mais Evidente em uma noite comum Clara tinha adormecido cedo e Mariana estava na
cozinha preparando o chá Roberto entrou como fazia quase todas as noites e se sentou à mesa eles tinham essa rotina de conversarem antes de dormir mas naquela noite o clima parecia diferente Mariana estava mais relaxada rindo de algo que ele havia dito sobre o dia e Roberto por sua vez parecia completamente à vontade você sabia que tem o riso mais cont diante que já ouvi ele disse de repente pegando a de surpresa Mariana olhou para ele um pouco desconcertada mas sorriu eu não sei sobre isso respondeu mexendo na xícara de chá para disfarçar o nervosismo
mas obrigada é sério continuou ele inclinando-se um pouco para a frente quando você ri parece que a casa inteira ganha vida eu não tinha isso antes não desde Bom há muito tempo o olhar de Roberto era sincero e Mariana sentiu algo aquecer dentro dela havia uma verdade no que ele dizia que ela não podia ignorar ela se virou para ele segurando a xícara com as duas mãos e disse você também trouxe algo de volta para minha vida algo que eu achava que tinha perdido para sempre por alguns segundos o silêncio pairou entre eles mas não
era desconfortável era o tipo de que carregava significados os olhos de Roberto encontraram os dela e ele sentiu que não podia mais evitar Mariana ele começou com a voz baixa mais firme eu sei que isso pode parecer estranho mas eu preciso dizer eu me importo muito com você mais do que deveria talvez Mariana ficou sem palavras ela sabia que sentia algo por ele mas ouvir aquilo em voz alta era diferente Roberto ela disse respirando fundo eu eu também sinto algo mas é complicado tudo o que aconteceu tudo o que passamos eu não sei se estou
pronta eu não estou pedindo pressa respondeu ele com um sorriso compreensivo só quero que você saiba quero que você saiba que estou aqui não só por Clara mas por você também não importa o tempo que demore aquela foi um Marco depois disso algo mudou eles começaram a Se permitir explorar esses sentimentos ainda com cuidado mas sem negar o que sentiam Roberto fazia questão de mostrar nos pequenos gestos o quanto Mariana era importante para ele uma vez ele a levou para o Jardim que tinha mandado reformar eu fiz isso pensando em Clara disse ele enquanto andavam
entre as flores mas acho que também fiz pensando em você você merece um lugar bonito onde possa se sentir em paz Mariana por sua vez Começou a confiar mais nele quando tinha um dia difícil quando a saudade de Fernando batia ou quando as inseguranças sobre o futuro a consumiam ela se abria com Roberto e ele sempre estava lá ouvindo com paciência segurando sua mão quando as lágrimas vinham um dos momentos mais especiais aconteceu durante uma tarde chuvosa Clara estava brincando no tapete da sala enquanto Mariana e Roberto estavam sentados no sofá conversando sobre algo banal
sem perceber Mariana descansou a cabeça no ombro dele Roberto ficou tenso por um momento mas logo relaxou passando o braço Em volta dela nenhum dos dois disse nada mas naquele instante souberam que algo entre eles tinha se consolidado não era só atração ou carinho era amor depois disso gestos como aquele se tornaram mais comuns Mariana começou a deixar seu coração se abrir para Roberto e ele fazia o mesmo ambos tinham cicatrizes perdas que ainda doíam mas juntos pareciam encontrar força para seguir em frente Roberto até começou a compartilhar mais sobre Júlia e Isabela algo que
evitava fazer antes Mariana por sua vez fala sobre Fernando com menos tristeza e mais gratidão como se finalmente estivesse encontrando paz clara como sempre era o centro de tudo ela Parecia sentir a conexão crescente entre os dois e os unir ainda mais cada momento com ela cada gargalhada cada novo Marco em seu crescimento era comemorado como uma vitória compartilhada Roberto e Mariana se tornaram parceiros em tudo e a convivência que começou por acaso agora era cheia de propósito certa noite depois de colocar Clara para dormir Roberto se virou para Mariana e disse eu não sei
como cheguei até aqui mas sei que onde estou agora é exatamente onde quero estar com você Mariana com lágrimas nos olhos respondeu apenas segurando sua mão as palavras não eram necessárias ambos sabiam Roberto estava nervoso não era algo que ele costumava sentir mas naquela noite parecia que tudo dentro dele estava preste a explodir ele havia planejado cada detalhe com cuidado mas ainda assim não tinha certeza se tudo sairia como imaginava era um risco um grande Passo mas ele sabia que estava pronto depois de tudo que ele e Mariana tinham vivido depois de tudo que haviam
construído juntos ele sabia que não queria passar mais um dia sem deixá-la saber o que realmente significava para ele a noite estava perfeita o jardim da mansão que Roberto tinha reformado meses antes estava iluminado por luzes suaves espalhadas entre as árvores e os arbustos floridos ele havia montado uma mesa pequena e elegante no centro do Gramado coberta com uma toalha branca e decorada com velas Clara que sempre era o foco de suas noites tinha adormecido mais cedo sob os cuidados de uma babá de confiança tudo estava pronto quando Mariana Desceu as escadas ela parou ao
ver Roberto esperando na porta com um sorriso que parecia esconder algo ele estava vestido de forma casual mas havia algo diferente no jeito que ele a Olhava O que está acontecendo Ela perguntou desconfiada mas também curiosa eu quero te mostrar algo disse ele estendendo a mão Mariana hesitou por um segundo mas aceitou sentindo a curiosidade crescer ele a guiou até o jardim e quando ela viu o cenário que ele havia preparado sua expressão se transformou em por espanto Roberto O que é isso ela perguntou a voz quase um sussurro as luzes as flores o cuidado
com cada detalhe tudo parecia saído de um conto de fadas ele a levou até a mesa e puxou a cadeira para que ela se sentasse é só um jantar disse ele tentando parecer despreocupado mas o nervosismo em sua voz era Evidente O jantar foi tranquilo cheio de Risadas e conversas mas Mariana não conseguia deixar de sentir que havia algo mais acontecendo Roberto estava mais quieto do que o normal como se estivesse esperando o momento certo para dizer algo importante Finalmente quando os dois estavam terminando a sobremesa ele respirou fundo e se levantou Mariana começou ele
sua voz um pouco hesitante mas cheia de emoção ela olhou para ele intrigada enquanto ele se ajoelhava na grama ao lado dela eu pensei muito sobre como faz isso sobre como colocar em palavras tudo o que você significa para mim mas acho que não importa o que eu diga porque nada vai ser suficiente Mariana ficou imóvel com os olhos arregalados ela cobriu a boca com as mãos como se não acreditasse no que estava vendo quando você e Clara Entraram na minha vida continuou Roberto eu era um homem sozinho eu tinha perdido tudo e não via
mais sentido em nada mas vocês me Trouxeram de volta trouxeram vida amor e esperança para um lugar que antes era só vazio você me mostrou que ainda havia motivos para acreditar para sonhar ele tirou uma pequena caixa do bolso e abriu revelando um anel simples mas lindo o brilho da pedra refletia a luz suave das velas mas o que mais importava era o que aquele momento representava Mariana disse ele com os olhos fixos nos dela eu te amo Eu amo a maneira como você cuida da Clara a maneira como você me faz rir a força
que você tem mesmo nos dias mais difíceis eu quero passar o resto da minha vida com você quero ser seu parceiro seu amigo e tudo o que você precisar que eu seja você aceita se casar comigo por um momento Mariana ficou em silêncio incapaz de falar as lágrimas escorriam pelo seu rosto mas o sorriso que surgiu era de pura cidade finalmente ela encontrou as palavras sim Roberto disse ela com a voz trêmula Sim eu aceito Roberto colocou o anel em seu dedo e quando se levantou Mariana o abraçou com tanta força que parecia que nunca
mais ia soltar eles ficaram ali por um tempo apenas segurando um ao outro Enquanto o mundo ao redor parecia desaparecer Não havia mais dúvidas nem medos apenas a certeza de que haviam encontrado algo raro e verdadeiro naquela noite enquanto estavam de volta na sala com Clara dormindo profundamente no quarto ao lado Mariana olhou para Roberto e disse eu nunca achei que poderia amar de novo mas você me fez acreditar obrigada por não desistir de mim Roberto sorriu e beijou sua testa eu nunca desistiria nós somos uma família e sempre seri a vida de Roberto e
Mariana já estava cheia de mudanças mas nada os preparou para a notícia que estava por vir depois do casamento os dois se ajustaram rapidamente à Nova dinâmica como uma família Clara era o centro de tudo sempre brincando explorando e espalhando alegria pela casa para Mariana casar-se novamente foi um passo enorme algo que ela nunca imaginou que seria capaz de fazer após a perda de Fernando mas com Roberto ela sentia que estava onde deveria estar e para Roberto ter uma família novamente era como receber um presente que ele jamais pensou que teria outra vez Foi durante
uma manhã tranquila que tudo começou a mudar Mariana estava na cozinha preparando o café da manhã enquanto Clara brincava com uma tigela de plástico no chão ela sentiu um leve enjoo algo que não dava para ignorar e Precisou se sentar não foi a primeira vez que isso aconteceu nos últimos dias mas ela estava tão ocupada com a rotina que não tinha dado muita atenção Roberto sempre atento notou que algo estava diferente você está bem ele perguntou colocando a mão no ombro dela Mariana sorriu tentando Minimizar só um pouco de tontura deve ser cansaço mas ele
não ficou convencido Você devia ver um médico insistiu ele Mariana sem querer preocupá-lo concordou tudo bem vou marcar uma consulta dois dias depois ela voltou do consultório médico com uma expressão no rosto que misturava surpresa e emoção Roberto estava no escritório e quando ela entrou ele imediatamente percebeu que algo estava diferente o que foi perguntou preocupado Mariana hesitou por um momento como se estivesse tentando encontrar as palavras certas Mas então com um sorriso que iluminou seu rosto ela disse eu estou grávida Roberto ficou imóvel por um segundo como se estivesse tentando processar o que tinha
acabado de ouvir você está o qu ele perguntou quase sem acreditar Mariana repetiu rindo nervosamente eu estou grávida Roberto nós vamos ter um bebê o sorriso que surgiu no rosto dele foi instantneo ele se lev e abraçou com tanta força que ela começou a rir Isso é incrível disse ele ainda segurando-a Você tem certeza está tudo bem com você e o bebê Mariana sentiu com os olhos cheios de Lágrimas sim está tudo bem Eu não esperava por isso mas estou tão feliz nos dias que se seguiram a notícia foi recebida com uma mistura de alegria
e ansiedade Claro é claro não entendia exatamente o que estava acontecendo mas parecia sentir a energia diferente na casa ela continuava sendo a pequena fonte de felicidade que unia todos e Roberto já estava imaginando como seria quando ela tivesse um irmão ou irmã para brincar Mariana começou a se preparar para a nova fase com a mesma determinação que demonstrava em tudo que fazia apesar dos medos naturais ela sabia que poderia contar com Roberto Ele estava ao seu lado em cada consulta sempre segurando sua mão e fazendo perguntas aos médicos para se certificar de que tudo
estava indo bem você está me mimando demais disse Mariana uma vez enquanto ele insistia para que ela descansasse e vou continuar mimando respondeu ele sorrindo você está cuidando de algo muito importante quando eles descobriram que era um menino Roberto ficou em Êxtase ele já amava clara como se fosse sua própria filha mas a ideia de ter mais um bebê na família o enchia de alegria eles começaram a planejar o quarto do bebê juntos pintando as paredes de um tom suave de azul e decorando com estrelas e Planetas um tema que Mariana escolheu porque queria que
ele Sonhasse grande Clara parecia estar se adaptando à ideia de ter um irmãozinho embora ainda fosse pequena para entender completamente ela adorava apontar para a barriga de Mariana e dizer bebê Roberto costumava rir e dizer isso mesmo pequena você vai ser uma irmã mais velha incrível quando chegou o dia do nascimento Roberto estava ao lado de Mariana na sala de parto segurando sua mão e encorajando-a a cada momento foi um processo difícil mas quando o choro do bebê coou pela sala todas as dificuldades pareceram desaparecer é um menino saudável disse o médico entregando o bebê
para Mariana ela o segurou com cuidado olhando para aquele pequeno rosto que parecia tão frágil e perfeito ao mesmo tempo Roberto ao lado dela estava completamente emocionado eles decidiram chamar o bebê de Samuel um nome que simbolizava a nova chance e o Recomeço que tinham encontrado juntos quando levaram Samuel para casa Clara foi a primeira a vê-lo ela olhou para o irmãozinho com curiosidade antes de apontar e dizer novamente bebê todos riram e naquele momento Ficou claro que a família estava completa a chegada de Samuel trouxe uma nova dinâmica para a casa as noites voltaram
a ser interrompidas por choros de bebê as manhãs estavam cheias de fraldas e mamadeiras mas ninguém reclamava cada momento era uma bênção um lembrete de como haviam superado tanto para chegar até ali Roberto que já era um pai incrível para Clara assumiu o papel com Samuel de forma natural ele era aquele pai que fazia questão de acordar no meio da noite para trocar fraldas de cantar músicas engraçadas para acalmar o choro e de estar presente em cada Marco do crescimento do filho Mariana por sua vez olhava para sua família com um coração cheio de gratidão
depois de tudo o que tinha perdido ela nunca imaginou que poderia ter algo tão bonito novamente e assim a vida na mansão ficou ainda mais cheia de amor risadas e aquele tipo de felicidade que só vem de uma família que encontrou força e renovação no meio das dificuldades [Música]