[Música] hoje em dia quase todo mundo sabe que o cérebro tem áreas específicas para determinadas funções que é numa determinada área que processa o sentido da visão que uma outra área a gente processa as emoções com outra a gente exerce de maneira predominante ou raciocínio mas a história desse conhecimento é muito interessante e a localização das áreas cerebrais hoje em dia é muito utilizada na clínica no atendimento a pacientes vamos conversar um pouco sobre como esse conhecimento evoluiu eu sou Eduardo Jucá e nós estamos novamente em conexão neural [Música] é preciso entender o cérebro como
uma área que cada região corresponde predominantemente a uma determinada função mas é preciso sobretudo saber que essas diferentes regiões se conectam se comunicam Então não é que o cérebro é um armário com as funções isoladas em cada lugar eu compararia mais o cérebro com uma grande central de comunicação uma Central Telefônica por exemplo em que em cada região Sim eu me relaciono a uma determinada função específico mas que essas regiões podem se conectar para que a gente funcione para que o sistema nervoso haja como um indivíduo único e cheio de peculiaridades Então a gente vai
entendendo que assim como um mapa do mundo o também tem o seu mapa a sua cartografia em que a gente pode mudar de região para região de função em função e isso faz o estudo do sistema nervoso ser muito atrativo único e realmente o assunto mais legal mais interessante de todas as biociências eu inclui o curso de medicina e os outros cursos da era da Saúde tô puxando assim a brasa para mim a sardinha mas não é difícil demonstrar que esse é o assunto mais legal existem órgãos e aí me perdoem os meus colegas que
gostam mais de determinadas regiões anatômicas existem órgãos por exemplo como os pulmões o fígado órgãos grandes e toda a extensão deles faz a mesma coisa executa mesmo função todas as regiões do pulmão desde a base do pulmão esquerdo até o ápice do pulmão direito ficam ali fazendo de gases as células do fígado que é um órgão grande os hepatócitos todos passam ali o tempo inteiro conjugando a bilirrubina fazendo fatores de coagulação o fabricando proteínas e tudo isso é importantíssimo para o corpo humano para o funcionamento do nosso organismo e para manutenção da nossa saúde só
que no cérebro acontece diferente porque se eu me desloco centímetros que sejam no cérebro Eu já mudei completamente de atividade de função então eu posso eventualmente estar na área motora na área responsável pelas ordens para movimentar o meu corpo e eu me desloca um pouquinho para trás eu já tô na área sensitiva primária na área que recebe as Sensações do exterior do meio ambiente e aí eu passo pela área que processa de maneira predominante as emoções que processa predominantemente as escolhas o raciocínio passando por visão audição Paladar olfato e nós vamos ter oportunidade em outros
vídeos aqui do nosso canal de estudar cada uma dessas funções de maneira separada hoje o que eu queria discutir é realmente essa separação por regiões que na verdade não é uma separação absoluta porque todas elas se influenciam se conectam e se modulo inclusive na intensidade da sua ação da condução dos impulsos nervosos e como é que esse conhecimento evoluiu afinal de contas como é que a neurociência evolui e como é que a gente descobre que determinada região do cérebro processa de maneira predominante uma determinada função mas é impossível a gente contar essa história sem passar
pela frenologia O que é cronologia eu posso dizer que ela era uma pseudociência um conjunto de teorias de conhecimentos na verdade equivocados mas por que que então ainda hoje em dia a gente fala dessa pseudociência mesmo séculos depois que este alemão o Franz gall propôs esses conceitos equivocados porque a gente vê aí o início de um esforço para estabelecer regiões cerebrais com funções definidas E por que que é frenologia estava equivocada por conta do método de estabelecer essas relações então o franzgalo Na verdade ele fazia medidas no crânio das pessoas inclusive de determinadas etnias de
determinadas raças de um modo bastante cercado de preconceitos então por exemplo considero uma determinada raça uma determinada etnia com uma certa característica eu considero que um certo grupo é formado por pessoas preguiçosas não feitas ao trabalho então eu vou medir o crânio daquelas pessoas e uma determinada região eu encontrei mais protuberante com a medida maior então ali é a região da preguiça Olha só nada a ver uma série de preconceitos tentando reforçar os próprios preconceitos por um modo pseudo científico e aí o gau colocou atribuiu funções diferentes é diferentes regiões cerebrais e divulgou ciência conseguiu
vários adeptos chegou até afundar uma revista científica de frenologia e a frenologia chegou a ter algum destaque em um certo tempo mas felizmente caiu em descrédito e hoje em dia não se discute mais esses métodos de estabelecer as funções cerebrais e a gente pode o mesmo falar que essa pseudociência da frenologia serviu para reforçar preconceitos contra determinadas etnias durante algumas épocas da história felizmente isso já passou já passou e a gente continuou na vontade de estabelecer as regiões cerebrais com as suas funções porém mais baseado em ciência em evidência em métodos científicos de modo que
hoje a gente tivesse um mapeamento uma cartografia cerebral que correspondesse mais ao que é biologicamente comprovado O que é biologicamente e neurocientificamente plausível Então eu tenho sim diversas áreas cerebrais e eu sei por exemplo que no giro pré-central existe a área motora primária no giro pós central a área somestésica primária no novo Hospital a área da visão do processamento visual e Não se preocupem que a gente vai ter sim vídeo no futuro explicando o que são essas áreas primárias secundárias e terciárias e também sobre cada uma delas o que eu queria conversar hoje é realmente
sobre como a gente descobre que essas áreas têm as suas funções e basicamente esse conhecimento é adicionado na neurociência de três formas vamos a elas a primeira forma importante de se acrescentar um conhecimento de localização cerebral é na verdade observando os que tem uma determinada lesão em uma área cerebral vamos seguir um raciocínio que não é complicado se eu tenho impaciente que tem um déficit em uma determinada função neurológica e ele tem uma lesão em uma determinada região cerebral o que que o deduzo que aquela região cerebral que está lesada no momento era responsável por
aquela função que está deficitária no paciente e assim eu vou atribuindo funções as regiões e contribuindo para esse mapeamento das funções do cérebro para essa verdadeira cartografia cerebral E aí eu sou obrigado a invocar o caso mais estudado de toda a história das neurociências Talvez o caso mais estudado da história da medicina que é o caso de finess Gate um caso tão importante que certamente será também motivo de um vídeo exclusivo aqui no canal no futuro mas eu já posso adiantar para vocês que finesgade um paciente que nos Estados Unidos na segunda metade do século
19 sofreu um acidente com uma barra de ferro enquanto trabalhava na construção de estradas de ferro no interior dos Estados Unidos essa barra de ferro atravessou o crânio de finis Gate na parte frontal e quase Como Um Milagre para época foi considerado ele sobreviveu sem déficits motores sem dificuldades motores nem de linguagem conseguia conversar perdeu esse olho do lado esquerdo É verdade mas se não continuava levando a sua vida só que Phineas gays apresentou Severo os transtornos de comportamento era considerado uma pessoa tranquila de se relacionar trabalhadora cumpridora das suas obrigações e depois disso passou
a não conseguir mais fazer escolhas acertadas controlar o seu comportamento dedução a área pré-frontal essa que fica mesmo na frente da parte mais da frente do lombo frontal aqui logo atrás da testa responsável por controle de comportamento por tomada de decisões no nível neural então isso exemplifica muito bem Aquele raciocínio que eu comentei uma função deficitária em uma região lesada eu deduzo que aquela região era responsável por aquela função e assim a gente pode citar o exemplo de inúmeros casos na história da neurociência por exemplo o caso do Senhor lebone que foi estudado por brocar
também na segunda metade do século XIX e que tinha uma lesão no giro frontal inferior do lado esquerdo na parte mais inferior do logo frontal da parte da frente do lado esquerdo e com essa lesão nessa região o senhor leborne paciente de um dos grandes neurologistas da história O que é brocar ele não conseguia se expressar expressar a linguagem falada ou seja deduziu-se naquele momento que a área da expressão verbal da expressão da linguagem é naquela região do lobo frontal e do lado esquerdo e até hoje essa área ficou conhecida como a área de brocar
e a gente vai estudar isso mas a fundo em um vídeo próximo mas é para explicar como essa é uma das primeiras formas de evoluir com esse mapeamento das funções do cérebro vão avançar um pouquinho na cronologia na história da Medicina na história das neurociências e vamos chegar a segunda forma em que o cérebro pode ser mapeado pode ser estudado E aí eu vou chamar a atenção para essa figura fundamental na história das neurociências que é um neurocirurgião americano mas que fez toda a sua carreira no Canadá na universidade magiu que é o aider tem
Field Weber operava o cérebro e ele já tinha a sua disposição ele é todos com os quais ele podia estimular o cérebro das pessoas sendo operadas em cada região que ele estimulava ele podia ver qual era a reação motora daquele paciente que estava obviamente anestesiado mas por exemplo ele estimulava eletricamente com eletrodo a região motora da mão a mão do paciente se mexer Então veja que é mais uma forma de contribuir para o mapeamento das funções cerebrais o estímulo intra-operatório dentro de uma neurocirurgia eletricamente Só que essa forma de estudar localizações e as funções do
cérebro não apaga a quera anterior ela vai se somando e aí o penfield ele construiu um mapeamento cerebral baseado tanto nas histórias de pacientes antes dele quando na contribuição que ele pode dar com a estimulação elétrica Direta do encéfalo então ele avançou ainda mais mais um erro nessa corrente do mapeamento do cérebro e aí a gente avança ainda mais na cronologia e a gente chega na ressonância magnética um exame de imagem de neuroimagem bastante avançado e uma das sofisticações da ressonância magnética é justamente a ressonância funcional o que que quer dizer isso eu posso fazer
a ressonância magnética de um paciente e posso pedir para que ele Execute algumas tarefas enquanto está lá na máquina de ressonância eu posso injetar substâncias nesse paciente que se concentram nas áreas do cérebro que estão especialmente ativas naquele momento em que ele executa a tarefa então por exemplo se eu peço para ele fazer um planejamento de executar o movimento mas não executar aí eu vou ter ativação da área que planeja o movimento eu vou ver isso na ressonância então o terceiro método de contribuir para descoberta de onde se passam as funções cerebrais e repito esses
três métodos não são excludentes na verdade eles vão se somando para que eu tenho uma ideia melhor das funções cerebrais da sua localização e olha só que interessante essa é uma ressonância funcional referente a linguagem e séculos depois que o brocar falou que a área da emissão da fala estava aqui no lobo frontal e que vernique na Alemanha estabeleceu que a área da compreensão da linguagem falada estava mais posteriormente a ressonância magnética funcional vem e comprova o que esses cientistas o que esses neurocientistas já tinham atestado séculos antes só com base na observação Clínica isso
é muito interessante Então com base nessas informações nesses avanços foi sendo formado essa cartografia cerebral isso mapeamento e ainda lá na época do pencil ou seja antes das ressonâncias ele contribuiu desenhando uma figura humana e as suas representações no córte tanto motor pode sensitivo e isso ficou conhecido como o homúnculo de penfield é uma expressão muito abordada muito conhecida nas neurociências homúnculo pequeno homem de pencil de que foi quem estabeleceu então a gente vê aqui por exemplo córtex motor as regiões do nosso corpo E aonde é a representação cerebral no córtex cerebral cortical dessas regiões
então por exemplo para mover a minha perna o meu membro inferior a área que proporciona isso é mais aqui no meio do cérebro na área Medial já para mover a mão é um pouco mais lateral para mover a face mais lateral ainda e percebam que aspecto interessante a área motora da mão ela é muito grande no Cortex desproporcional por exemplo ao tamanho do membro inferior por quê Porque a parte motora da mão para eu executar movimentos delicados como por exemplo os movimentos que a gente executa na neurocirurgia ela precisa ser muito delicada muito sofisticada do
ponto de vista neural então a representação cortical motor da mão ela é maior que a representação cortical de todo membro inferior porque como eu preferia hoje a gente coloca ele para frente para trás para andar a gente pode chutar um objeto mas com a mão a gente faz coisas muito mais sofisticadas e é claro que a neuroplasticidade vai influir então se você pega por exemplo um grande jogador de futebol que consegue fazer coisas muito boas com os seus membros inferiores com seus pés certamente a área de representação motora vai ser maior do membro inferior então
com isso córtex vai se adaptando isso invoca o conceito que a gente já falou algumas vezes aqui de neuroclestidade então assim foi que o pente de desenhou o homúnculo motor e posteriormente a gente pode até fazer uma reconstrução por meio de arte gráfica do homúnculo de pensilts do modo tridimensional vamos ver como é que fica imagina um ser humano sim a sua composição corporal fosse proporcional a área do cérebro correspondente é assim que a gente seria e ainda bem que a gente não é então a área do cérebro destinada a mão é muito grande a
área para o membro inferior para parte motora do membro inferior já é menor para o movimento da face é grande da língua bem grande desproporcional então é assim que seria o homúnculo de pênis de tridimensional é assim que a gente seria se o nosso corpo fosse proporcional ao tamanho da área do cérebro responsável pelo movimento daquela área mas enfim todas essas informações e esses avanços levaram a gente ter hoje uma ideia sobre as áreas do cérebro a cartografia o mapeamento cerebral bastante avançado então não sei por exemplo onde é que fica a área E aí
a gente cita também esse grande pesquisador corbinho brodman também alemão que estabeleceu 52 áreas separadas para o córtex cerebral então a gente chama de áreas de brodman agora curiosamente o brodman separou as áreas dele pouca gente sabe disso não com base na função mas com base na estrutura e na histologia dessas áreas cerebrais e depois com o avançar da pesquisa do entendimento foi se vendo que sim cada área daquela de brozmann teria uma função diferente então a área 4 de brodman que corresponde ao giro pré-central é a área motora primária com área que eu mexo
o meu corpo que eu emito as ordens motoras já as áreas um dois e três aqui no giro pós Central correspondem a somestesia quer dizer ao tato a sensação de próprio percepção tudo isso vai ser interpretado depois de seguir complexa a gente ainda vai estudar vai chegar aqui no giro pós Central que é a área submetânica primária um sentido fundamental para nossa é interação com o meio ambiente que é a visão a área visual fica aqui no lombo occipital então o paciente com uma lesão no novo hospital vai ter déficit visual Então veja como os
conhecimentos foram sendo acrescentados ao longo do tempo nós temos também a área auditiva que fica na parte superior então do logo temporal e temos uma área olfatória primária que fica na parte medial do logo temporal responsável então pela interpretação do sentido do olfato e que está como a gente já citou aqui algumas vezes muito próximo a regiões também relacionadas ao processamento emocional daí explicando porque que o olfato tem tanto a ver com a nossa vida emocional e daí hábitos que a gente usa até hoje em dia de usar perfume para provocar boas emoções nas pessoas
Então dá para ver que a gente fez muito avanço sim ao longo dos séculos no entendimento das regiões do cérebro e das suas funções e aqui tá uma visão Global da parte lateral e da parte do meio das áreas de prova de uma a gente sabendo que cada uma delas tem uma função embora até inicial do blogman nesse aplicável exatamente as funções e isso é um esforço que não para a neurociência continua avançando e cada vez mais nós vamos descobrindo áreas específicas do cérebro responsáveis por comportamentos por memórias por afetos ou seja Pelo modo como
a gente vive e se relaciona com a gente mesmo com o meio externo e com as outras pessoas Olha a beleza desse assunto então se você gostou desse conteúdo compartilhe com quem você sabe que também vai gostar inscreva-se no nosso canal para receber sempre os melhores conteúdos de neurociência deixe aí o seu sinal de gostei e interaja com a gente deixe os seus comentários e também nos contatos por meio das nossas outras redes sociais Muito obrigado pela atenção e até a semana que vem quando vamos estar assim novamente em conexão na [Música]