Breve história da democracia | MARILENA CHAUI

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TV Boitempo
Curso "Democracia: história, formas e possibilidades" Aula #1 | História da democracia, com Marilena...
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e aí oi boa tarde a todos é tão me dando início então essa seminário com a aula da professora marilena chauí que pela exclusividade do público já deu para ver que dispensa apresentações mas mesmo assim eu gostaria de dizer algumas palavras né professora marilena chauí a professora emérita da universidade de são paulo especialista em história da filosofia moderna e filosofia política entre suas várias publicações colaborou com a coletânea 10 anos de governos posso liberar após liberais no brasil 2013 organizado por emir sader e prefaciou mito da grande classe média em 2014 de março poste lá
ambos pela boitempo é eu gostaria também de saudável tempo e o sesc por essa importante iniciativa né dá boas-vindas a vocês com uma pergunta tão instigante tão importante na estaria democracia em colapso acho que é uma pergunta que vai o brasil mais para o mundo em geral mas pensando especificamente no brasil né no contexto de um governo de extrema-direita como é o dejair de jair bolsonaro que ocorre que ocorre na cruz eleição ocorre na esteira do golpe institucional de 2016 e das eleições mais manipuladas desde o início do regime de 88 no momento em que
vivemos ameaçados todos os nossos direitos mais básicos seja o da previdência trabalhista ou no âmbito dos direitos democráticos é o seminário como esse a oportunidade de ter uma discussão aprofundada como teremos aqui nos próximos dias é de fundamental importância e mais que isso pensar o que de fato é a democracia é um regime burguês em geral e no contexto da américa latina e do brasil em particular é uma tarefa urgente da esquerda é por isso esse curso e todos seminário a qual vamos ter a chance a sorte de aço o registo são uma ótima oportunidade
para refletirmos sobre essa questão premente do nosso tempo sem me alongar mais passo a palavra para professora marilena chauí que vai fazer sua exposição e também como já explicaram anteriormente com as perguntas posteriormente se dá tempo aberto ao público professora g1 eu vou fazer uma pergunta vocês me escutam porque a o pessoal do que preparou aqui o palco não foi informado que era um curso e que nós vamos dar aula e que a aula a gente traz por escrito então não como não é uma conversa mas é uma aula eu precisei dessa mesinha aqui e
não posso segurar o microfone porque eu segurar o microfone eu não viram minhas páginas então são são as dificuldades da condição de professor como professora eu quero saudar os meus colegas professoras e professores no nosso dia tão judiado nesse país tão judiado viva nós é e aí e aí e eu queria dizer explicar que essa aula é produto de um ato de loucura e da ivana gente gente usou organizadora do curso e eu e responsável que foi seguinte aí vai naquele formou com todo o curso e perguntou se eu podia fazer uma breve história da
democracia falei claro e depois eu sentei vigente são três milênios como é que eu vou fazer uma breve história da democracia em três meses então o que vocês têm aqui é um uma rapsódia oi eu gostaria que fosse uma rapsódia in blue vai mais rapsodia e longa eu vou pedir muitas mas muitas desculpas a vocês pelo tamanho do texto mas foi o máximo que eu consegui enxugar tá bom então eu chamei de breve história das aventuras e desventuras da democracia há entre vou começar com isso bom obrigada e entre os séculos 15 e 4 antes
de cristo a grécia em cena suas maiores tragédias e como gênero teatral a tragédia hein encenada em dois espaços o palco onde ficam os atores profissionais e falando em prosa representam deuses heróis e heroínas e o couro onde fica um grupo de pessoas que não são atores profissionais e que cantando o inverso naram e comentam o que se passa no palco a prosa no palco verso no couro e a palavra encontra-se assim dividida entre o palco eo coro o que significa essa divisão da palavra o que a tragédia é uma instituição político social de cunho
democrático uma reflexão que a cidade faz sobre o nascimento da democracia e no palco estão deuses e personagens do mundo aristocrático reis rainhas príncipes e suas famílias definidos pelos valores da aristocracia isto é pela coragem na guerra pela beleza física e pelos laços de sangue ou de família é mas o couro é um colégio de cidadão é um colégio de cidadãos muito obrigado obrigada a e aí e aí bom então e no palco estão as famílias aristocráticas mas o couro é um colégio de cidadãos que comentando as ações que transcorrem no palco avalia julga e
dialoga com as personagens aristocraticas dessa maneira a divisão cênica da palavra visa marcar a diferença entre o passado aristocrático que está no palco e o presente e democrático que está no couro o que ação se desenrola no palco uma sequência de crimes sangrentos impostos pela lei da aristocracia que exige que um crime sangrento no interior da família seja vingado por outro crime igualmente sangrento no seu interior o ponto inicial da tragédia é sempre um pare cídio como no caso de édipo um fratricídio como no caso de antígona uma infanticídio como no caso de efigênia um
adultério seguido de assassinato como no caso de medéia e assim por diante e esse creme inicial narra a exigência imposta pelos deuses de que ele seja vingado por um outro crime tão sangrento quanto ele hora esse novo crime por sua vez exige reparação por meio de um novo crime sangrento e a sequência dos crimes sangrentos no interior da família é interminável revelando que a lei de uma sociedade aristocrática pertence ao espaço privado a família e se realiza como vingança sem fim uma das funções políticas da tragédia e mostrar que essa lei precisa e pode ter
um fi e de fato as tragédias costumam ser escritas formando trilogias e na terceira peça os deuses que desde a primeira determinaram a obrigatoriedade da vingança se reúnem e discutem se afinal devem continuar impondo essa lei aos mortais ou se cabe aos mortais julgar os próprios mortais criando suas leis e os seus tribunais e os deuses decidem que os mortais julguem os mortais passando do espaço privado da família ao espaço público da cidade e assim por exemplo na terceira peça da trilogia oréstia de ésquilo a deusa atena recomenda aos atenienses seu povo que assumam a
responsabilidade pública pela justiça diz a deusa e eu sinto a peça cidadão de atenas como milhões agora julgar pela primeira vez um crime sangrento escutai a lei do vosso tribunal é sobre esse rochedo de áries doravante sentar-se à perpetuamente o tribunal que fará ouvir o julgamento de todo o município e este rochedo é chamado de aerópago aqui o deus respeito e seu irmão o deus temor noite dia igualmente manter a um cidadão de longe do crime enquanto conservarem alteradas as leis não manchei a pureza das leis com a impureza de estratagemas eu guardei bem e
com reverência a vossa forma de governo nem anarquia nem despotismo ex a regra que aconselho a cidade a observar com respeito o fim da citação a o início então agora meu percurso tu e o helenista moses finley descreveu o nascimento da política usando a expressão invenção da política como um acontecimento que distinguiu para sempre grécia e roma em face dos grandes impérios antigos porque invenção é porque gregos e romanos não dispunham de modelos mas tiveram que inventar a sua própria maneira de lidar com os conflitos e as divisões sociais e a política foi inventada quando
surgiu a figura do poder público por meio da invenção do direito e da lei isto é a instituição dos tribunais e da criação de instituições públicas de deliberação e decisão isto é as assembleias e os senados esse surgimento só foi possível porque o poder político foi separado de três autoridades tradicionais que anteriormente definiam o exercício do poder a autoridade do poder privado ou econômico do chefe de família de cuja vontade dependiam a vida ea morte dos membros da família é a do chefe militar que decidirá segundo sua vontade sobre a guerra ea paz ea do
chefe religioso que recebiam os segredos dos deuses e essas três figuras nos impérios antigos estavam unificados em uma autoridade única adorei e a política nasceu portanto quando a esfera privada da economia e da vontade pessoal do patriarca a esfera da guerra ea esfera do sagrado ou do saber foram separadas e o poder político deixou de se identificar com o governante como o pai comandante e sacerdote e a grécia inventou a democracia todos os homens adultos nascidos na pólis eram cidadãos com isonomia isso é iso novos igualdade perante a lei e isegoria isos dori igualdade do
direito de expor publicamente a sua opinião uso público da palavra e disseram membros natos assembleias e dos tribunais e participantes da força militar que se realizava a sob a forma da milícia popular isto é os cidadãos armados em roma inventou a república a república ou a coisa pública era o solo de roma distribuído entre as famílias fundadoras da cáritas os pais fundadores ou atrás de onde vinham os patrícios os únicos a possuir a cidadania a república não era democrática a república era oligárquica os homens adultos membros das famílias patrícias eram os cidadãos membros do senado
das magistraturas e os comandantes militares a plebe excluída da cidadania e da participação direta no governo fazia-se representar pelo tribuno da plebe um patrício eleito por ela e por meio do plebiscito ela se manifestado então através do tribuno e através do plebiscito a favor ou contra uma decisão e o fazia propostas ao senado e participava da força militar na condição de comandada em outro caso da democracia grega como da oligarquia republicana romana considerava-se que a finalidade da política era a realização da justiça e na boa ali por meio de leis decididas pelos próprios humanos por
isso vale a pena lembrar que aristóteles foi o primeiro a tomar como ponto de partida a existência da divisão social entre pobres e ricos considerando justa apenas perdão considerando justa apenas a política que opera no sentido de diminuir tanto quanto possível a desigualdade econômica e a política justa dele é a arte de igualar os desiguais por isso ele foi o primeiro a ter a clareza sobre a diferença entre o espaço público da política e o espaço privado dos interesses pessoais e de grupos essa diferença o levou a distinguir entre o economia e política de fato
o economia o que nós traduzimos por economia é uma palavra grega derivada de oikos a casa entendida como propriedade privada do chefe de família detentor de bens móveis imóveis escravos e clientes e em contrapartida política isto é a política é uma palavra grega derivada depois a cidade entendida como a atividade pública a respeito dos interesses e dos bens da cidade e dos direitos dos cidadãos justamente por haver separado o público eo privado a política ea economia aristóteles também distinguiu entre virtudes privadas e virtudes públicas isto é ele pensou numa ética pública não uma ética na
política é uma ética da política a qualidade ética das instituições e não das pessoas se fosse das pessoas são municipais privado através bom então justamente por haver separado o público eo privado aristóteles distinguiu entre virtudes privadas e virtudes públicas o e pensou então numa ética pública na qual a virtude central e a justiça ele distinguiu entre a justiça do partilhável ou a justiça distributiva que se refere à distribuição dos bens e ao problema da desigualdade socioeconômica ea justiça do participável ou participativa que se refere ao exercício do poder e a igualdade cívica ou seja a
justiça distributiva se refere ao que pode ser dividido distribuído partilhado a segunda justiça do participável se refere ao que não pode ser dividido nem distribuído mas somente participado é uma política injusta do ponto de vista distributivo quando tratos desiguais de modo igual e justa quando tratos desiguais de modo desigual por exemplo suponha que tem havido catástrofes naturais a seca enchente terremoto e que se perderam as colheitas havendo fome na sociedade se for estabelecido pelo poder político que cada família receberá 20 kg de cereais sem que se leve em conta o tamanho da família ea famílias
ricas que podem importar alimentos e famílias pobres que não podem fazê-lo ea família as pequenas que podem lucrar vendendo o excedente o recebido e famílias grandes para as quais a quantidade de cereais em suficiente a decisão injusta é porque deu o mesmo tratamento aos desiguais e a justiça participativa porém se refere ao poder político que pertence a todos os cidadãos igualmente uma política injusta nesse caso no sentido exatamente inverso ao da justiça distributiva isto é ela é injusta quando ela trata desigualmente os desiguais excluindo uma parte dos cidadãos do exercício do poder a prática democrática
pertence a esta justiça a justiça participativa e por isso se a política for considerada uma prática reservada a especialistas e profissionais excluindo os cidadãos ela será injusta a e sabemos que com o império de alexandre e o império romano a democracia ea república desapareceram assim seguindo o modelo imperial durante a idade média a política mesclou ideias gregas e romanas com a teologia cristã e de fato teologia cristã se torna uma teologia política quando ela recupera uma afirmação do antigo testamento que está em provérbios 80 que diz todo o poder vem do alto por mim reinam
os reis e os príncipes governo então todo poder vem do alto isto é o poder político é uma graça ou um favor divino que se deposita na figura do governante e este representante de deus na terra é com sagrado e coroado pelo papa que confirma a graça divina e assegura que o governante é filho da justiça pai da lei e que ele tem a lei no seu peito isto é a vontade do governante é a lei ou como diz o refrão o que a praça ao rei tem força de lei e a justiça se desloca
das redes das leis instituídas pela vontade dos cidadãos para vontade pessoal do rei como se realiza a justiça por meio do favor de fato tendo recebido o poder por um favor divino o rei governa distribuindo favores aqueles que escolhe ou aqueles que me convém então o rei é ungido e coroado pelo papa nós vimos há pouco tempo mas cerimônia parecida com essa na televisão né quando o presidente da república se ajoelhou e o pastor ungiu ele é o rei medievales a avenida joão paulo ii há como assegurar então tendo recebido o poder por um favor
de vinho o rei governa distribuindo favores aqueles que escolhe o aqueles que ficam vem como assegurar que o governo é que seja justo e já que a justiça não é nada pelas leis já que ele que faz a lei como é que eu vou garantir que justo afirmando que o governante justo é aquele que possui virtudes privadas não possui de todos públicas possui virtudes privadas as virtudes morais e ele deve servir de espelho aos governados de maneira que uma política é justa quando o governante é moralmente virtuoso uma pessoa em privado justa virtuosa e a
política injusta quando ele é moralmente vicioso nossa regressamos assim ao modelo dos antigos impérios isto é ao espaço privado da moralidade pessoal do governante e não o da qualidade justa das instituições públicas voltou se portar a ética na política em lugar de uma ética da política qualidades morais privadas do governante e não qualidades públicas e das instituições um nós podemos assim avaliar a imensa ruptura e subversão trazida pelo pensamento de maquiavel distanciando-se dos filósofos antigos e da teologia política maquiavel repõe a ideia republicana da política mas não apenas isso ele afirma que a política não
desrespeito à justiça nem a graça divina ela diz respeito ao exercício do poder toda a sociedade diz ele é atravessada por uma divisão originária e é importante originária não é uma divisão que aconteceu e a gente faz ela desaparecer não esta divisão é a origem mesma do social se você não tem como destruir lá você tem que ver o que você faz com ela então uma uma divisão originária porque ela se divide entre o desejo dos grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado diz maquiavel os grandes
são movidos pelo desejo de bens o povo é movido pelo desejo de liberdade e de segurança os lugares e tomar como ponto de partida a ideia clássica da sociedade com uma comunidade em busca do bem comum maquiavel parte da divisão social e por isso para ele a política é o exercício do poder em vista de domar refrear e conter o desejo dos grandes e concretizar o desejo do povo isto é o desejo de liberdade e de segurança é mas não é só o abandono da figura da comunidade una indivisa nem apenas o deslocamento da política
da justiça para o poder como garantia da liberdade da segurança populares as marcas az marcas inovadoras do republicanismo de maquiavel também a inovadora a sua concepção da virtude do governante com efeito longe de propor que o governante seja um espelho de virtudes morais privadas e o governante virtuoso diz maquiavel é aquele que é o paciente ouvinte do verdadeiro o que lhe permite estar atento a veritá efetuar ali de le cose isto é dos acontecimentos o príncipe dos doso é aquele que está atento aos acontecimentos muda de ideia de sentimento e de ação segundo as exigências
da circunstância de garantia de liberdade e segurança ele o faz para não ser vítima das circunstâncias e sim o seu senhor donde a célebre oposição é conhecido em toda parte feita por maquiavel entre virtu e fortuna virtual a qualidade do governante que domina os acontecimentos fortuna os acontecimentos imprevisíveis que o príncipe domina há quase três milénios transcorreram há entre a instituição da democracia e da república o seu desaparecimento e a sua breve aparição a reaparição da república por cidades florentinas do século 16 a breve aparição da república no século 17 com a revolução francesa e
depois a longa permanência da democracia liberal a partir dos meados do século 19 e a democracia grega era direta participativa a democracia liberal moderna é representativa e nós podemos dizer que com aristóteles primeiro o e maquiavel e marques depois a política é pensada a partir da divisão social e os pobres e os ricos em aristóteles os grandes e o povo em maquiavel a classe dominante ea classe operária ou a classe dominada em marques em e se é assim o indagamos se a democracia liberal é capaz de enfrentar a questão da divisão social essa questão que
decisiva porque ela definir o que é a política e eu não sei a resposta terá que ser negativa ah pois em lugar da divisão social os pobres e os ricos em aristóteles do povo e os grandes em maquiavel e as classes sociais antagônicas e contraditórias max o liberalismo pensa a partir de indivíduos sem os referidos as suas condições sociais reais é isso porque a definição liberal da democracia a apresenta como regime da lei da ordem para garantia das liberdades individuais é disto que o pensamento ea prática liberais identificam liberdade e competição essa definição da democracia
significa um a liberdade esse os dedos a competição econômica da chamada com todas as aspas livre iniciativa ea competição política entre partidos que disputam eleições dois a uma redução da lei a potência judiciária para limitar o poder político defendendo a sociedade contra a tirania pois a lei garante governos escolhidos pela vontade da maioria e três a uma identificação entre a ordem ea potência dos poderes executivo e judiciário para conter os conflitos sociais impedindo a sua explicitação impedindo seu desenvolvimento por meio da repressão 14 que embora democracia aparece a justificada como um valor ou comum bem
ela é encarada pelo critério da eficácia da medida no plano legislativo pela ação de representantes entendidos como políticos profissionais e no plano do poder executivo pela atividade de uma elite mas eu ponho sempre muitas aspas aí elite de técnicos competentes aos quais cabe à direção do estado a democracia é assim reduzida a um regime político eficaz baseado na ideia da cidadania reduzida a ideia de organização em partidos políticos e se manifesta no processo eleitoral de escolha dos representantes na rotatividade dos governantes e nas soluções técnicas para os problemas económicos e sociais a hora e a
na prática democrática e nas ideias democráticas uma profundidade e uma verdade muito maiores e superiores ao que o liberalismo percebe e deixa perceber para isso nós precisamos nos voltar para o fato de que as repúblicas democráticas modernas se fundaram numa prática muito peculiar é que nem existia até então é a prática da declaração de direitos a prática de declarar direitos significa em primeiro lugar que não é um fato óbvio para todos os seres humanos que eles são portadores de direitos e por outro que não é um fato óbvio que tais direitos devam ser reconhecidos por
todos e em outras palavras a existência da divisão social das classes permite supor que alguns possuem direitos e outros não a declaração de direitos inscreve os direitos no social e no político não é uma não é uma lugar da declaração de direito na jurídico e social e político né e afirma sua origem social e política e se apresenta como aquilo que exige o reconhecimento de todos exigindo o consentimento social e político de todos esse reconhecimento e esse consentimento dão aos direitos a condição ea dimensão de direitos universais universais porque declarados por consentimento de todos e
porque reconhecidos por todos é a prática política da declaração de direitos ocorre em ocasiões muito precisas de fato nós nos encontramos a primeira declaração de direito numa situação revolucionária na revolução inglesa de 1640 essa declaração foi feita pelos radicais da revolução e nós vamos reencontrar a declaração de direitos na independência dos estados unidos século 18 na revolução francesa de 1789 na revolução russa de 1917 no período posterior à segunda guerra mundial isto é ao fenômeno do totalitarismo nazista e fascista com a declaração universal dos direitos humanos de 1948 dessa maneira a confirmação de que os
direitos dos seres humanos se tornaram uma questão sócio-política e não uma questão jurídica está no fato de que as declarações dos direitos ocorrem nos momentos de profunda transformação social e política quando o sujeito sócio-políticos tem consciência de que estão instituindo uma sociedade nova o ou defendendo a sociedade existente contra a ameaça da sua extinção e enfim o fato de que os direitos precisem ser declarados e que sejam declarados nessas ocasiões indica que existem relações profundas entre os direitos ea forma do poder e nós podemos indagar se a democracia liberal concretiza a declaração de direitos e
essa pergunta nos leva a examinar um dos pontos mais interessantes da discussão de marx sobre a sociedade moderna e ele repõe marcos repõe a questão de maquiavel qual seja a questão do poder a partir da divisão social marx indaga como se explica que a relação social de exploração econômica se apresente como relação política de dominação legal jurídica em pessoal como se explica que vivemos em sociedades nas quais as desigualdades econômicas sociais culturais e as injustiças políticas não se apresentam como desigualdades nem como injustiças porque a lei e o estado de direito afirmam que todos são
livres e iguais e como explicar que as desigualdades a exploração a opressão que define as relações sociais no plano da sociedade civil não aparece um dessa maneira nas relações políticas definidas a partir do estado pela lei e pelo direito e como explicar que o direito produza a injustiça como explicar que o estado funcione com um aparato policial repressivo cause medo em vez de nos livrar do medo é uma das respostas de marcos as suas próprias perguntas é bastante conhecida a sociedade capitalista constituída pela divisão interna de classes e pela luta entre elas requer para o
seu funcionamento a fim de recompor se sempre como sociedade aparecer como indivisa embora ela seja internamente dividida em com a indivisão é proposta por meio de dois ocultamentos da realidade o primeiro ocultamento da divisão de classes se dá no interior da sociedade civil ou seja como explica marx a sociedade civil mercado é isso a sociedade civil né a sociais civil é o lugar onde estão os interesses dos proprietários privados dos meios de produção né e como é que se dá o ocultamento da divisão na sociedade civil ou no mercado e pela afirmação de que de
que os indivíduos é que existem o e portanto esses indivíduos e não as classes sociais é que são livres e iguais e relacionando-se por meio de contratos o jackson pode haver contrato legalmente válido quando as partes contratantes são livres e iguais que os trabalhadores não foram considerados indivíduos livres não pode ter contrato trabalho e é por isso que eles são declarados perante a lei indivíduos livres não é porque eles o sejam ela da validade jurídica legal ao contrato se não você diz o contrário não vale nada não tem contato certo assim a sociedade civil isso
é o mercado capitalista aparece como uma rede ou uma teia de diferenças de interesses entre indivíduos privados unificados por contatos e o segundo ocultamento da divisão de classes se faz por meio do estado isto é por meio da lei e do direito positivo o estado está encarregado de garantir as relações jurídicas que regem a sociedade civil mercado oferecendo-se como polo da universalidade da generalidade e da comunidade imaginárias a resposta de marx em fatias aqui nessa perspectiva o estado de direito é uma abstração ah pois a igualdade ea liberdade postulados pela sociedade civil e promulgadas pelo
estado não tem condições para existir e nessa perspectiva os direitos do homem e do cidadão acabam ficando a serviço da exploração e da dominação não sendo casual mas necessário que o estado se ofereça por isso como uma máquina repressiva e violenta fazendo medo ao sem poder uma vez que o estado e o direito nada mais são do que terem sido reduzidos ao poder il particular da classe dominante sobre as demais classes sociais e as indagações de marx nos levam assim a uma reflexão sobre o significado das declarações de direitos e é preciso perceber as contas
a contradição que posta para a sociedade a partir do momento em que os direitos são declarados e considerados universais como universalizar direitos numa sociedade dividida em classes sociais e nós podemos dizer então que as declarações de direito afirmam mais do que a ordem estabelecida permite e afirmam menos do que os direitos exigem oi e essa discrepância abre uma brecha para nós pensarmos o sentido histórico da democracia como luta pela criação e universalização de direitos e eu me proponho então a partir do vínculo entre a luta por direitos e a democracia marcar a nossa distância com
relação a democracia liberal o examinemos portanto a questão da universalidade dos direitos sem as quais não existe democracia e o que é um direito um direito difere de uma necessidade de uma carência e de um interesse é de fato uma necessidade ou uma carência é algo particular e específico alguém pode ter necessidade de água o outro de comida um grupo social por ter carência de transportes outro de hospitais é claro que há casos como nós que tem carência de tudo né e há tantas necessidades quantos indivíduos tantas carências quanto grupos sociais e o interesse também
é algo particular e específico dependendo do grupo ou da classe social que o tenha ou defendem a as necessidades e carências assim como interesses tendem a ser conflitantes porque eles exprimem as especificidades dos diferentes grupos e classes sociais em que a sociedade está dividida é um direito porém ao contrário de necessidades carências e interesses não é particular e específico ele é geral e universal ele é válido para todos os indivíduos todos os grupos e todas as classes sociais assim por exemplo a carência de água e de comida manifesta algo mais profundo o direito à vida
e a carência de moradia ou de transporte também manifesta algo mais profundo o direito à condesa boas condições de vida da mesma maneira o interesse por exemplo dos estudantes exprime algo mais profundo o direito à educação ea informação e assim por diante em outras palavras se tomarmos as diferentes carências e os diferentes interesses nós veremos que sobre eles estão pressupostos direitos mas um direito não difere apenas de necessidades carências e interesses ele se distingue fundamentalmente do privilégio é um privilégio é sempre particular eles jamais pode se transformar num direito sem deixar de ser privilégio enquanto
as necessidades as carências e os interesses pressupõe direitos a conquistar que pressupõe que os privilégios se opõe aos direitos é justamente por que opera com o conflito ea criação de direitos a democracia não pode se confirmar se confinar a um setor específico da sociedade no qual a política se realizaria o estado ao contrário a democracia determina a forma das relações sociais e de todas as instituições ou seja ela é o único regime político que é também a forma social da existência coletiva ou seja a democracia institui e pressupõe e exige a sociedade democrática e não
um regime democrático na sociedade democrática dizemos então que uma sociedade e não um simples regime de governo é democrática quando além de eleições os partidos políticos divisão dos três poderes da república respeito a vontade da maioria das minorias institui algo mais profundo que é condição do próprio regime político ou seja quando ela institui direitos e essa instituição é uma criação social de tal maneira que determina dirige controla e modifica a ação estatal e o poder dos governantes e essa afirmação criadora torna-se visível quando nós consideramos os três grandes direitos que definiram a democracia desde a
sua origem lá na grécia isto é a igualdade a liberdade ea participação nas decisões a igualdade declara que perante as leis e os costumes da sociedade política todos os cidadãos possuem os mesmos direitos e devem ser tratados da mesma maneira a hora a evidência histórica nos ensina que a mera declaração do direito à igualdade não faz existir os iguais isso se comprova por exemplo com o fato de que no início da democracia liberal o direito à cidadania pertencia exclusivamente aos homens brancos adultos da classe dominante e de alguns setores da classe média ficando excluídos os
trabalhadores as mulheres os negros e servos e os indígenas e definidos todos eles como dependentes e em condição de menoridade é daí que vem o uso de termo minoria a minoria não tenho sentido numérico né não quer dizer que a pouco a gente fica contrário se fosse as mulheres então como é que seria tá é uma condição jurídica o menor é aquele que não têm direito os próprios é aquele que depende de um maior para garantia desse direito estamos declarar os trabalhadores as mulheres os negros os indígenas e os servos etc como dependentes em estado
de menoridade significa eles dependem dos homens brancos da classe dominante etc é isso é assim que nasce a democracia liberal essa é a igualdade que está lá no momento do nascimento dela no entanto e a declaração do direito à igualdade abriu o campo para a criação histórica progressiva da igualdade por meio de lutas exigências e demandas dos sujeitos sociais assim no caso do voto por exemplo o direito foi conquistado pelos trabalhadores pelas mulheres pelos negros pelos indígenas pelos analfabetos e que tomemos o caso da liberdade a liberdade de clara que todo cidadão tem o direito
de expor em público seus interesses e as suas opiniões vê-los debatidos pelos demais e aprovados ou rejeitados pela maioria de vendo acatar a decisão tomada publicamente e aqui também a simples declaração do direito à liberdade não há institue e concretamente mas abre o campo campo histórico para a criação desse direito por meio das lutas políticas e sociais tanto é assim que a modernidade agiu de maneira a ampliar a ideia de liberdade além de significar a liberdade de pensamento e de expressão o que vem da reforma protestante né que a liberdade opção e também passou a
significar o direito à liberdade para escolher a religião o direito à independência para escolher o ofício o local de moradia o tipo de educação o cônjuge etc as lutas políticas fizeram aqui na revolução francesa de 1789 um novo sentido viesse acrescentar-se aos sentidos anteriores quando se determinou e esse é o terceiro direito e da declaração não me lembro se o terceiro ao sexto ou é o terceiro ao sexto e todo indivíduo é inocente até prova em contrário e a prova deve ser estabelecida perante um tribunal ea liberação ou punição devem ser dadas segundo a lei
ninguém pode ser condenado sendo inocente em 1789 e a seguir com os movimentos socialistas acrescentou-se a liberdade o direito de lutar contra todas as formas de tirania censura e tortura e contra todas as formas de exploração e dominação social econômica cultural e política no século 20 com as lutas contra o colonialismo e os movimentos sociais acrescentou-se na luta pela liberdade o direito de se opor e de lutar contra todas as formas de discriminação social ética sexual etária e cultura oi e o mesmo se passou com direito a participação no poder o que declara que todos
os cidadãos têm o direito de participar das discussões e deliberações públicas votando ou revogando decisões aqui também a mera declaração desse direito não faz esse direito existir o significado desse direito só se tornou explícito com as lutas democráticas modernas que evidenciaram que nesse direito é afirmado que do ponto de vista político todos os cidadãos têm competência para opinar e decidir porque a política não é uma questão técnica de eficácia administrativa e militar nem uma questão científica de conhecimentos especializados sobre administração e a guerra mas ela é a ação coletiva a decisão coletiva quanto aos interesses
e os direitos da própria em suma é possível observar que a abertura do campo dos direitos que define a democracia e explica por que as lutas sociais e populares por igualdade liberdade liberdade puderam ampliar os direitos políticos ea partir deles criar os direitos sociais trabalho moradia saúde transporte educação lazer cultura etc a criar os direitos das chamadas minorias mulheres idosos negros lgbt que mais crianças indígenas etc o direito à segurança planetária as lutas ecológicas de defesa do meio ambiente e contra as armas nucleares ah e hoje o direito contra as manipulações da engenharia genética e
por seu turno as lutas populares por participação política ampliaram os direitos civis direito de se opor a tirania a censura à tortura direito de fiscalizar o estado por meio de organizações da sociedade associações sindicatos partidos políticos e direito à informação pela publicidade das decisões estatais e a democracia o instituto direitos pela abertura do campo social a criação de direitos reais a ampliação de direitos existentes ea criação de novos direitos esse porque nós podemos afirmar em primeiro lugar que a democracia é a única sociedade e o único regime político que considera o conflito legítimo o conflito
não é obstáculo ele é a constituição mesma do processo democrático e essa talvez seja uma das maiores originalidades da democracia não só trabalha politicamente os conflitos entre necessidades e interesses e disputas entre partidos políticos eleições de governantes pertencentes a partir dos opostos ela não faz só isso ela procura instituir esses direitos como tais como leis ela exige que sejam reconhecidos e respeitados e mais do que isso a sociedade democrática na sociedade democrática os grupos e as classes serão os grupos se organizam em associações movimentos sociais e populares as classes sociais se organizam em sindicatos e
partidos criando um poder social que direta ou indiretamente limita o poder do estado e em segundo lugar a democracia é a sociedade verdadeiramente histórica isto é ela está aberta ao tempo aberta ao possível as transformações ao novo porque ela é criação do novo com a criação de direitos e com efeito pela criação de novos direitos e pela existência dos contrapoderes sociais a sociedade democrática não está fixada numa forma para sempre determinada ou seja ela não sessa de trabalhar as suas divisões suas diferenças internas seus conflitos e as suas contradições e por isso a cada passo
ela exige a ampliação da representação na participação da representação pela participação o que leva ao surgimento de novas práticas que garantam a participação como ato político efetivo que aumenta a cada criação de um novo direito em outras palavras somente na democracia a uma ampliação contínua da cidadania é por esse motivo a cidadania que nas chamadas democracias liberais se define apenas pelos direitos civis numa democracia social real ao contrário amplia o sentido dos direitos abrindo um campo de lutas populares por direitos econômicos e sociais o pão dos seus interesses e os privilégios da classe dominante a
democracia como forma da sociedade propicia uma cultura da cidadania e a democracia uma formação sócio política na qual o caráter popular do poder e das lutas tende a se evidenciar nas sociedades de classe na medida em que os direitos só se ampliam e só ampliam seu alcance e só surgem como novos pela ação das classes populares e não é qualquer ação só a das classes populares contra a cristalização político-jurídica que favorece a classe dominante e é por isso que na formação democrática distingue-se entre o poder e o governante essa distinção é garantida não só pela
presença de leis e pela divisão das várias esferas autoridade política mas ela também é garantida pela existência das eleições é porque as eleições contrariamente ao que afirma o liberalismo não significa alternância no poder as eleições se assinalam que o poder está sempre vazio que o seu detentor é a sociedade e que o governante apenas ocupa esse lugar porque recebeu um mandato temporário para isto em outras palavras os sujeitos políticos não são simples votantes eles são eleitores eleger significa não só exercer o poder soberano é isso que nós somos como cidadão nós é que somos os
soberanos somos nós a exercer o poder sobre a manifestar a origem da soberania do poder repondo um princípio que foi afirmado pelos romanos quando eles inventaram a política princípio dos romanos é é só se pode dar a alguém aquilo que se possui porque ninguém pode dar o que não tem se eleger e afirmar-se como soberano para escolher um ocupante temporário de governo e só no ato de votar aqui nós dizemos que somos nós que temos esse poder nós temos o poder se nós não tivéssemos nós não podemos eleger é isso a soberania na democracia a
e aí eu sei sua democracia e nós podemos fazer duas afirmações a primeira é que ela está em permanente permanentemente em colapso no brasil e na segunda é que hoje mundo afora ela está em total colapso e esse colapso se chama neoliberalismo e no caso do brasil a nossa sociedade é marcada pelo predomínio do espaço privado sobre espaço público e tendo no seu centro a hierarquia familiar é por isso que um é o filho um filho dois filho 3 e é isso é isso que está sendo dito para nós parece uma brincadeira de mau gosto
coisa de márcia que aparece na mídia tá sendo dito esse poder é poder privado e poder de uma família é uma coisa assim isso para gente não é pelo que eles fazem então eu até nem fazer nada é pelo simples fato de ser marcada a existência deles como forma do poder no entanto tem democracia não pode ter tem faz privado tem espaço público bom preparar o comício pequeno e aí e aí e a nossa sociedade é marcada pelo predomínio do espaço privado sobre o público entenda no seu centro a hierarquia familiar e o pai de
família ela é fortemente verticalizada em todos os seus aspectos nela as relações sociais intersubjetivas sempre são realizadas com a relação entre um superior que manda eum inferior que obedece ah tá bom doutor vamos fazer doutor claro doutor pois não malha o que que significa doutor com um cara que não tem diploma e madame para uma mulher que não tem nada mas é para marcar aí era ar kia marca a hierarquia quando eu chamo outro de doutor eu digo que ele é meu superior e que eu vou obedecer quando eu chamar ela de madame eu digo
que ela é minha superior eu vou obedecer ele tá na linguagem cotidiana nos gestos cotidianos a ver se a verticalização o autoritarismo a desigualdade no nosso modo de falar então as relações sociais e intersubjetivas são sempre realizadas como relação entre um superior que manda e o inferior que obedece as diferenças e assimetrias são sempre naturalizados e transformadas em desigualdades que reforçam a relação de mando e obediência o outro jamais é reconhecido como um sujeito como um sujeito de direitos jamais é reconhecido como subir boa tarde mim como alteridade as relações entre os que se julgam
iguais são de parentesco isto é de cumplicidade dentre os que são vistos como desiguais o relacionamento toma a forma do favor da clientela da tutela ou da cooptação e quando a desigualdade é muito marcada assumir por e simplesmente a forma da opção a sociedade brasileira está polarizada entre as carências das camadas populares e os privilégios das classes dominantes e portanto pelo bloqueio a criação e garantia de direitos núcleo definidor da democracia aqui nós vivemos permanente colapso da democracia e por isso mesmo o neoliberalismo nos cai como uma luva e a economia política neoliberal o ponto
seu estado do bem-estar social propõe um um estado forte para quebrar o poder dos sindicatos e dos movimentos operários para controlar os dinheiros públicos e contra o cortar drasticamente os encargos sociais e os investimentos na economia dois um estado cuja meta principal deve ser a estabilidade monetária contendo os gastos sociais e restaurando a taxa de desemprego necessária para formar um exército industrial de reserva que quebre o poderio dos sindicatos reforma da previdência reforma trabalhista certo três um estado que ele realize uma reforma fiscal para incentivar os investimentos privados e portanto que reduza os impostos sobre
o capital e as fortunas aumentando os impostos sobre a renda individual isto é sobre o trabalho o salário o consumo 14 um estado que se afaste da regulação da economia deixando que o próprio mercado o perry essa desregulação em outras palavras abolição dos investimentos estatais na produção abolição do controle estatal sobre o fluxo financeiro e drástica legislação antigreve e vasto programa de privatização e qual era a economia política do estado do bem-estar social aquele que tão brevemente nós conhece conhecemos aqui né por um brevíssimo período e aí e a economia política do estado do bem-estar
social possui a grosso grosso modo três características principais o primeiro o fordismo na produção isto é as grandes plantas industriais que realizavam atividade econômica desde a coleta e produção da matéria-prima até a sua distribuição no mercado de bens e de bens de consumo controlando por meio do planejamento e da chamada gerência científica a organização do trabalho a produção de grandes estoques com produtos de qualidade e de longa durabilidade e o controle dos preços dois a inclusão crescente dos indivíduos no mercado de trabalho orientando-se pela ideia de pleno emprego e três monopólios e oligopólios que embora
transnacionais ou multinacionais tinham como referência reguladora o estado nacional para que as economia realizasse o bem-estar foi preciso que o estado nela e interviesse como regulador e como parceiro o que foi feito pela criação do fundo público e as contradições geradas pelo fundo público de acordo com o chico de oliveira foi o que foram foram as que levaram ao que veio a ser chamado de a crise fiscal do estado ou da modernização e como ter o fundo público na democracia do bem-estar o fundo público opera de duas maneiras primeiro pelo financiamento simultâneo da acumulação do
capital os gastos públicos com a produção desde subsídios para agricultura indústria e comércio até os subsídios para a ciência ea tecnologia formando amplos setores produtivos estatais que deságuam no cérebro complexo militar-industrial militar o e valorização financeira do capital por meio da dívida pública 12 pelo financiamento da reprodução da força de trabalho alcançando toda a população por meio dos gastos sociais educação gratuita medicina socializada previdência social seguro desemprego subsídio para transporte alimentação e habitação subsídios para cultura e lazer salário-família salário desemprego e etc a ação desse duplo financiamento financial capital e financiada a a força de
trabalho e gerou um segundo o salário é um salário indireto ao lado do salário direto isso é o direito é aqui o direto é o salário pago privadamente ao trabalho e o salário indireto é aquele que é pago publicamente aos cidadãos por meio dos direitos sociais para a reprodução da força de trabalho é nesse processo de jesus tipo de oliveira o estados indivíduo e ele entrou em processo de dívida pública conhecida então como déficit fiscal e o a crise fiscal do estado os mais jovens não se lembram mais os mais velhos se lembram que no
governo do fernando henrique primeiro lado cola mas o cola coitado não tinha entendeu das coisas mas no governo do fernando henrique era esse era o tema crise fiscal o déficit fiscal isso foi martelado noite dia para nós tá bom essa é a essa crise fiscal do estado que vai responder o programa neoliberal com aqueles quatro pontos que eu mencionei que hora o neoliberalismo e não é de maneira nenhuma a crença na racionalidade do mercado eu vou fazer um pequeno parem é se há uma coisa que eu acho tão formidável então formado aparece em toda a
mídia toda mídia tá lá tempo inteiro e aparece no discurso frequentemente o discurso político né que é uma figura é estranhíssima e é uma figura transcendente a misteriosa quem é ela é um super sujeito é mas a gente não sabe o que que é efetivamente essa subjetividade esse sujeito a gente sabe que é um sujeito que quer que faz ele se chama o mercado e o mercado eu nunca vi uma fantasma guria igual e aí quando você pega nos noticiários você pega os comentaristas econômicos aí então fica mais divertida tem um fantasma ser fantasmagórico chamado
o mercado o mercado quer o mercado está agitado o mercado está calmo o mercado declarou o mercado e mais o mercado não é nada nem ninguém as classes dominantes estará as classes dominantes financeiras parada lá o capital financeiro tá não não se diz nunca se chama as coisas que chamam as coisas pelos nomes delas eu vou falar disso aqui um pouquinho é um ocultamento continuo que as pessoas falam o mercado o mercado nós falamos o mercado é como se como se fosse uma força transcendente uma espécie de anjo ou demônio percorre a nossa sociedade o
mercado fechei o pai então o neoliberalismo não é de maneira nenhuma a crença na racionalidade do mercado e o enxugamento do estado ea desaparição do fundo público e ele é a decisão de cortar o fundo público no polo do financiamento dos bens e serviços públicos e maximizar o uso da riqueza pública nos investimentos exigidos pelo capital disso resulta que a ideia de direitos sociais como pressupostos como pressuposto e garantia dos direitos civis e políticos tende a desaparecer é porque o que era um direito se converte em um serviço privado regulado pelo mercado e portanto uma
mercadoria aqui tem acesso apenas os que têm poder aquisitivo para adquirir o direito à educação vira o serviço educação direito à saúde o serviço aí você tem você tem a privatização dos direitos e essa privatização ocorre porque são transformados em serviços que você compra e vende no mercado né e o neoliberalismo é o encolhimento do espaço público dos direitos e o alargamento do espaço privado dos interesses de mercado apunhalando o coração da democracia nós podemos então caracterizar a nova forma do capital com um punhado de traço um o desemprego se tornou o estrutural deixando de
ser acidental ou a expressão de uma crise conjuntural porque ele é a forma contemporânea do capitalismo ao contrário que ao contrário da sua forma clássica não opera por inclusão de toda a sociedade no mercado de trabalho e de consumo mas por exclusão essa exclusão se faz não só pela introdução da automação é mas também pela velocidade da rotatividade da mão de obra que se torna desqualificado aí obsoleta muito rapidamente e como consequência tem-se a perda do poder dos sindicatos e o aumento da pobreza absoluta dois o monetarismo e o capital financeiro tornaram-se o coração e
o centro nervoso do capitalismo ampliando a desvalorização do trabalho produtivo e privilegiando a mais abstrata e fetichizada das mercadorias o direito à o dinheiro e três ter seres a terceirização isto é o aumento do setor de serviços tornou-se estrutural deixando de ser um suplemento a produção porque agora a produção não mais se realiza sobre a antiga forma fordista das grandes plantas industriais que concentravam todas as etapas da produção da aquisição da matéria-prima distribuição dos produtos agora ela opera por fragmentação e dispersão de todas as esferas etapas da produção com a compra de serviços no mundo
inteiro e com o abandono dos grandes estoques de longa duração passando ao chamado de entrar numa palavra de deus se a passagem do fordismo ao toytismo como consequência desapareceram todos os referenciais que permitiam a classe trabalhadora perceber-se como classe ah tá como classe social enfraquecendo-se ao se dispersar nas pequenas unidades terceirizadas espalhadas pelo planeta 4 e a ciência tecnologia tornaram-se forças produtivas deixando de ser mero suporte do capital para se converter em agentes da sua acumulação consequentemente mudou o modo de inserção dos cientistas e dos técnicos na sociedade porque eles se tornaram agentes econômicos diretos
e a força e o poder capitalista encontra-se no monopólio dos conhecimentos e da informação donde surgimento a expressão sociedade do conhecimento para indicar que o poder do capital sem raízes na ciência na tecnologia e na posse de informações se podem avaliar o que está sendo feito o desastre que está sendo feito com educação um desastre total e nós vamos ser completamente excluído da sociedade do conhecimento 15 atrás transnacionalização da economia o que faz com que os centros econômicos jurídicos e políticos planetários e se encontra no fmi e no banco mundial seis opera por lutas e
guerras com as quais efetua a maximização dos lucros isto é opera por dominação e extermínio e modifica antiga ideia do imperialismo pois como explica david harvey o capital se tornou planetário não há nada fora dele ele a realidade econômica total e por isso para sua expansão ele já não precisa da figura da colônia como ocupação política de um território bastando agora delimitação de um espaço de um tempo para que um território seja ocupado militarmente seja economicamente devastado e a seguir ser desocupado o novo imperialismo se realiza segundo o modelo militar definido pela ideia de operação
a oração é um termo militar e a operação é a delimitação espacial e temporal de uma ação e no caso econômico de ocupação de um território para sua devastação 17 as novas tecnologias de informação estruturam um novo poder planetário de vigilância e de controle que suplante os estados nacionais e as particularidades sociais trata-se da web sob a forma da internet da multimídia como um sistema de comunicação que integra todos os veículos e suportes da comunicação em escala planetária um em nenhum estado nacional tem condição para sozinho implantar esse esse poder levando por isso a formação
de consórcios empresariais regionais e globais que são empresas de armamento empresas financeiras operadores de comunicação empresas de telefonia e provedores de serviço da internet e por meio da internet protocol com duas sedes uma nos estados unidos outra no japão detém o monopólio de todos os endereços mundiais e controlam o sistema informativo comunicativo em escala planetária e nós estamos então prontos diante disso para compreender o que que o neoliberalismo é a nova forma do totalitarismo e eu uso o termo totalitarismo tomando como referência as análises da escola de frankfurt e sobre o surgimento e os efeitos
a ideia de sociedade administrada e em oposição e com é com essa sociedade a oposição entre instituição social e organização o movimento do capital tem a peculiaridade de transformar toda e qualquer realidade em objeto do e para o capital convertendo tudo em mercadoria e por isso produz um sistema universal de equivalências próprio de uma formação social baseada na troca de equivalências de equivalentes ou na troca de mercadorias pela mediação de uma mercadoria universal abstrata o dinheiro como equivalente universal e aí isso corresponde o surgimento de uma tática a prática contemporânea da administração essa prática se
sustenta em dois pressupostos o primeiro é um minutinho g1 oi desculpa o primeiro esse é o de que toda a dimensão da realidade social é equivalente a qualquer outra e por esse motivo é administrável de fato e de direito e o segundo o de que os princípios administrativos são os mesmos em toda a parte porque todas as manifestações sociais sendo equivalentes são regidas pelas mesmas regras em outras palavras a administração é percebida e praticada segundo um conjunto de normas gerais desprovidas de conteúdo particular e que por seu formalismo são aplicáveis a todas as manifestações sociais
todas e essa prática sempre ia à medida que vai sendo implantado o neoliberalismo é a articulação administrada transforma uma instituição social numa organização é uma instituição social é uma prática social fundada no reconhecimento público da sua legitimidade e das suas atribuições não princípio de diferenciação que lhe conferem autonomia perante outras instituições sociais e ela é estruturada por ordenamentos regras normas e valores de reconhecimento e legitimidade internos na sua ação se realiza numa temporalidade aberta porque a sua prática a transforma segundo as circunstâncias e as relações que ela mantém com as outras instituições uma instituição social
e histórica é uma organização difere de uma instituição por se definir por uma outra prática social ou seja a da sua instrumentalidade fundada em dois pressupostos como nós vemos toda a dimensão da realidade social equivalente a todas e os princípios que regem uma regem todas a organização é praticada segundo normas gerais desprovidas de conteúdo ela está referida a um conjunto de meios particulares por obtenção de um objetivo particular ela não está referida ações articulares articuladas a idéias e reconhecimento externo e interno interno de legitimidade interna ou externa ela está referida a operações isso é estratégias
baseadas pelas ideias de eficácia e sucesso no emprego de determinados meios para alcançar o objetivo particular que a definir ela é regida pelas ideias de gestão planejamento previsão controle e êxito por isso a sua temporalidade é efêmera e ela não constitui uma história e por que designaram neoliberalismo com uma nova forma do totalitarismo explicamos totalitarismo porque no seu núcleo encontra-se o princípio fundamental da formação social totalitária qual seja a recusa da especificidade das diferentes instituições sociais e políticas que são consideradas homogêneas e em diferenciadas porque são concebidas como organizações o novo porque em lugar da
forma do estado absorver a sociedade e nós vemos ocorrer o contrário isto é a forma da sociedade absorve o estado e os os totalitarismos anteriores nazismo fascismo stalinismo instituíam a estatização da sociedade 1 span sionismo imperialista e o nacionalismo exacerbado o totalitarismo neoliberal prática uma outra forma de imperialismo não precisa do colonialismo porque ele não tem o estado nacional como enclave territorial para o o capital e por isso melhor liberalismo não precisa de nacionalismos extremadas a sua grande novidade está em definir todas as esferas sociais e políticas não apenas como organizações mas como um tipo
determinado de organização que percorre a sociedade de ponta a ponta de cima embaixo empresa a história uma empresa hospital uma empresa centro cultural é uma empresa e por aí vai é isso porque o estado é concebido como uma empresa e sendo por isso isso o espelho da sociedade e não contrário nos como nos antigos totalitarismos em que a sociedade é o espelho do estado a situação se inverteu e é por isso que a gente não percebe quando teu pai tá aí nós estamos tão acostumados a que tu tá ligado meu querido estado da sociedade que
quando a gente quando o totalizando tem da sociedade precisava você não percebe né e aí e isso porque o estado é concebido como empresa sendo por isso espelho da sociedade e não contrário como os antigos totalitarismo ele vai além o link obra desemprego estrutural por meio da chamada uberização do trabalho e por isso ele define o indivíduo não como membro de uma classe social mas como um empreendimento uma empresa individual um capital humano ou como empresário de si mesmo destinado a competição mortal em todas as organizações dominado pelo princípio universal da concorrência disfarçada com o
nome de meritocracia o salário não é visto como tal mas sim como renda individual da educação é considerado o investimento para que a criança e o jovem aprendam a desempenhar comportamentos competitivos dessa maneira desde o nascimento até a entrada no mercado de trabalho o indivíduo é treinado para ser um investimento bem sucedido ea interiorizar a culpa quando não vence a competição tô brincando ódios ressentimentos e violências de todo tipo particularmente contra imigrantes imigrantes negros índios idosos mendigos mulheres sofredores mentais lgbtq + destroçando a percepção de si como membro de uma classe social e destruindo formas
de solidariedade e desencadeando o práticas de extermínio politicamente a consequência da passagem instituição a organização significa que o estado deixa de ser considerado uma instituição pública regida pelos princípios e valores da legalidade e legitimidade republicano democráticas ainda que seja só não há nada que seja só tem um caráter liberal e passa a ser considerado uma empresa é isso explica por que a política neoliberal se define pela eliminação dos direitos econômicos sociais e políticos garantidos pelo poder público em proveito dos interesses privados e esse por quê e os governantes são chamados de gestores é né o
seu estádio uma empresa é o cara que governa que que ele é o gerente e agora fica chato que gerente uma palavra né meu carro comida que são os gestores que vem do aprendiz o que meleca né e em resumo o que faz o neoliberalismo primeiro ele põe fim a nas duas formas democráticas existentes no modo de produção capitalista ele põe fim a democracia social o a privatização dos direitos sociais o aumento da desigualdade e da exclusão e ele põe fim da democracia liberal representativa com a política definida como gestão e não mais como discussão
e decisão pública da vontade dos representados pelos seus representantes os gestores criam a imagem de que são os representantes do verdadeiro povo da maioria silenciosa com a qual ele se relacionam ininterruptamente diretamente por meio do twitter do blog e das redes sociais isso é por meio do chamado digital parte e por isso isso é que é grave eles operam sem mediações institucionais eles colocam em dúvida a validade dos congressos a validade dos parlamentos políticos das instituições jurídicas e promovem manifestações contra todas essas instituições terceirão introduz a judicialização da política pois numa empresa e entre empresas
os conflitos são resolvidos pela via jurídica e não pela via política propriamente dita sendo estado uma empresa os conflitos não são tratados com uma questão pública é mas como uma questão privada e portanto como uma questão jurídica a judicialização da política não é causa a judicialização da política é efeito da formação totalitária e empresarial e quais as consequências ideológicas do neoliberalismo estimula o ódio ao outro ao diferente ao socialmente vulneráveis e esse estímulo conduz a práticas de extermínio 2 instaura o que marcos chamou de discurso totalitário isto é uma a maneira como a linguagem opera
como um discurso fechado sobre si mesmo dissolvente dos significados e o que é feito por meio de dois procedimentos o primeiro é a redução da linguagem exclusivamente à sua dimensão denotativa ela se realiza por isso de uma maneira repetitiva ritualística por meio de frases e fórmulas feitas ela ela opera por meio de slogans e de clichês encarregados de produzir a total coincidência entre palavras e coisas pensem regulação flexibilização gestão monte de falar que não quer dizer nada é mas que indica é denotativa e é usada de forma inteiramente ritualística não inteiramente e o segundo procedimento
exclui a dimensão conotativa da linguagem isto é a dimensão que a linguagem produz significados produz produz sentido e produzem assim discurso que opera por tautologia expulsa polissemia e contradições a fim de que a linguagem faça uma reconciliação dos contrários e das oposições por exemplo bomba limpa bomba inteligente capital humano empresário de si mesmo e esse discurso totalitário é permitir que os fatos mais terríveis e horripilantes sejam tomados sejam banalizadas tornando impossível o protesto a recusa ea resistência terceiro é uma expressão marxismo cultural perseguem todas as formas de expressão do pensamento crítico e funcionam pela divisão
da sociedade entre o bom povo que usar apoia e os diabólicos que contestam pretendem fazer uma limpeza ideológica social e política e para isso desenvolvem uma teoria da conspiração comunista que seria liderada por intelectuais e artistas a palavra comunista é empregada sem qualquer sentido preciso sem qualquer significado ela significa apenas todo pensamento e toda ação que questione o status pó ou senso comum por exemplo questiona que a terra é plana que no a evolução das espécies que a defesa do meio ambiente é uma conta uma conspiração e que a teoria da relatividade não tem nenhum
fundamento em suma e esses limpadores são autodidatas que se formaram lendo manuais são conselheiros dos governantes oferecendo os argumentos racistas homofóbicas machistas religiosos isto é eles transformam medos e ressentimentos e ódios sociais silenciosos em discurso do poder em justificativa para o externo eu quero então encerrar com as palavras e walter benjamin os mais jovens talvez não saibam quem foi walter benjamin walter benjamin foi um filósofo a esquerda alemão de origem judaica o que teve que fugir da alemanha bom e no período final do exílio quando se imaginava que ele poderia sair definitivamente da europa ele
não suportou tudo o que estava acontecendo e ele se suicidou ele escreveu entre as várias obras extraordinárias que ele escreveu ele escreveu uma que se chama teses sobre a filosofia da história e eu vou ler a tese número 6 1 e para concluir as minhas palavras o articular historicamente o passado não significa conhecer lu tal como ele foi efetivamente o mar significa tornar-se senhor de uma lembrança que brilha no instante do perigo e o dom de acessar para o passado a chama da esperança cabe somente ao historiógrafo perfeitamente convencido de que diante do inimigo se
este vencer até os mortos não estarão em segurança oi e esse inimigo não têm cessado de vencer obrigada tá e aí e aí e aí e aí e aí e aí eu não queria agradecer a professora marilena chauí pelada de diante aula porque nos brindou hoje né reflexões ideias com as quais podemos entrar em contato que são tão importantes é de uma maneira panorâmica mas que não deixou de ser profunda passando em revista os últimos três mil anos atrás história ufa e nos colocando questões são muito importantes para o brasil de hoje já tá acabando
o nosso tempo mas eu acho que daria tempo para uma pergunta que nós temos aqui se a professora topar respondendo pode ser a pergunta do rafael pereira e ele perguntar em que medida as experiências socialistas quiseram e conseguiram avançar na realização de direitos concretamente e no exercício democrático radical é a época que ele coloca e ele não coloca nem uma época mas eu acho que ele deve tá falando é a mais contemporânea ah tá e aí e sempre sempre em todo o problema é por isso que eu escolhi o benjamin para encerrar todo o problema
é que essas experiências sempre foram realizadas no caso dos regimes totalitários vamos excluir os já de cara né então lá é impossível mas elas foram sempre realizadas no interior do modo de produção capitalista e portanto tendo que ininterruptamente trabalhar com essa contradição a contradição entre a proposta da radicalidade dos direitos na luta contra a dominação a exploração econômica exclusão etc no interior de uma sociedade que só funciona dessa maneira então eu diria que sempre se avançou eu procurei mostrar como em cada um dos direitos que são afirmadas pela democracia o quanto se avançou é mas
não se avançou porque o sistema vão tá se o sistema não faz senão repetir se a si próprio o que aconteceu é que dentro dele os as classes os grupos se organizaram e se organizaram para lutar na luta por direitos e portanto fizeram isso avançar isso não significa que não que você periodicamente por força do modo como o modo de produção capitalista opera que você seja obrigado a recuar bom e que você tenha a experiência da perda da perda eu tenho a experiência da perda de várias de vários várias conquistas por outro lado poder experimentar
isso como uma perda já é o primeiro passo porque você não experimentar isso como alguma coisa inevitável como alguma coisa que não tinha outro jeito como uma coisa natural olha eu não é o caminho que o tempo se você experimenta isso como perda significa que tinha havido uma conquista essa conquista se perdeu e você se organiza para recolocá-la então eu diria aqui lá onde houver socialistas essa luta se fará continuamente e ela sofrerá n interruptas regressões porque ela vai se realizando no interior de um modo de produção capitalista porque eu vim falar hoje sobre a
herança da revolução é [Aplausos] e aí é muito obrigado então professora marilena chauí ao público e encerramos aqui desejo a todos um ótimo seminário temos ainda muitas aulas vamos pensar bastante sobre a democracia obrigada muito obrigada [Aplausos] [Música]
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