ARQUIVO.DOC | Documentário "O Caldeirão do Beato José Lourenço"

12.52k views7089 WordsCopy TextShare
ALECE TV
A obra, produzida e exibida pela primeira vez em 2011, conta a história da comunidade do Caldeirão, ...
Video Transcript:
[Música] agora está oficialmente inaugurada a TV assembleias a TV Assembleia apresenta no perfil de hoje o documentário [Música] no arquivo.doc de hoje você vai rever o documentário especial o caldeirão do Beato José Lourenço nesse programa a trajetória de vida do Beato José Lourenço que de 1926 a 1936 liderou no Caldeirão do Jesuítas região do Cariri uma reforma agrária de origem Popular essa comunidade foi invadida e destruída pelas forças policiais do estado que temiam a popularidade desse modelo social Vamos assistir e era um coração e a alma da multidão dos que criam e ninguém dizia que
coisa alguma do que possuía era a sua própria mas todas as coisas lhes eram comuns não havia pois entre eles necessitado algum porque todos os que possuíam herdades ou casas vendendo-as traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos Apóstolos [Música] e repartia-se a cada um segundo a necessidade que cada um tinha essa é a citação bíblica em que o Beato José Lourenço certamente suspirou para constituir e sedimentar a comunidade do caldeirão pois bem de 1926 a 1936 um Sertanejo José Lourenço liderou um grupo de camponeses para viver uma reforma agrária
de origem Popular uma experiência socialista aqui no interior do Ceará [Música] dizem os historiadores que José Lourenço nasceu em Pilões de dentro na Paraíba em 1872 e que era descendente de escravos talvez por essa razão trouxesse consigo marcas de injustiças que tentou reparar muitos estudiosos já pesquisaram e contaram em livros no cinema no teatro a história do caldeirão e do Beato agora chegou a nossa vez é com muito empenho e coragem que a TV Assembleia lança o documentário o caldeirão do Beato José Lourenço [Música] caldeirão do Jesuítas Município do Crato na Chapada do Araripe antes
esse lugar era chamado Conceição da Serra mas por volta do ano de 1676 com a chegada de dois Jesuítas que fugiam das perseguições do Marquês de Pombal Ministro do Rei português Dom José i o local passou a ser chamado caldeirão do Jesuítas o nome caldeirão vem dos muitos caldeirões de pedras que lá existiam e que conservavam água até no período da estiagem vai ser justamente por conta dessa água que é represada que é mantida entre pedras que possibilita a estadio humana que possibilita a criação de um pequeno Vilarejo lá que foi a comunidade do caldeirão
mesmo Nos períodos de seca no Caldeirão as terras não eram planas mas eram boas para o cultivo a água nunca secava e o solo fértil oferecia condições ideais para que as pessoas vivessem por lá foi no Caldeirão do Jesuítas que de 1926 a 1936 os Camponeses se agruparam em uma comunidade liderada pelo Beato José Lourenço eles eram Devotos da Santa Cruz do Deserto essa devoção a Santa Cruz ela se materializava em ritos Entre esses ritos o principal rito se destacava numa prática que eles chamavam de exercícios os exercícios aconteciam especificamente no Caldeirão quando o Beato
José Lourenço carregava um Madeiro que é um cruzeiro e esse Madeiro ele era decorado com fitas e com tecidos após essa decoração ficava semelhante forma humana e ele levava esse Madeiro ao ombro e as pessoas da comunidade seguiam em fila indiana primeiros homens depois as mulheres sendo que uma mulher seguia logo atrás do Beato porque ela era puxadora ela era aquela pessoa que tinha uma voz muito mal e fazia com que as pessoas seguissem nos cânticos e nos Benditos então eles subiam e desciam aqueles morros que havia lá no caldeirão é entoando aqueles cânticos cânticos
sagrados aqueles cânticos de devoção as pessoas da comunidade do caldeirão tinham casa trabalho e alimento para o corpo e para o espírito trabalho e oração eram o cotidiano dessas pessoas o fruto desse trabalho da lida era dividido por todos tudo era partilhado trabalhava em conjunto a roça para todos e de noite dá rezava as crianças só acompanhava a Régia mas não trabalha em Rocha não agora a gente maioridade de 12 anos assim mas era maior né Tinha que trabalhar né todo mundo era trabalhando para trabalhar da roça antes que até realmente começar a produzir o
Beato comprava mantimentos para aquelas pessoas sobreviverem eles sempre se preocupou que eles tivessem boa alimentação muitos frutas carne e ele comprava dois comprava frutas nos terrenos vizinhos Até Que A Terra começasse a produzir onde ele fez açudes casas de farinha casa de curtume para fazer células a Deus dos animais ele tinha uma roupa que usava o traje de ir para cidade onde ele visitava as pessoas com quem ele tinha interações de amizade ou de negócios vendendo a produção do poderão e de outras comunidades que ele fundou e também as pessoas que ele visitava porque tinha
esses laços de amizade entre elas principalmente o Padre Cícero ele era um negro né afrodescendente é muito alto segundo as pessoas que o conheceram era uma pessoa que tinha uma voz bastante agradável e também que era uma pessoa muito elegante se vestia muito bem e adequadamente a cada ocasião tudo começou quando José Lourenço chegou em Juazeiro do Norte na época das primeiras romarias Por volta do ano de 1892 o logarrejo vivia afervescência do fato extraordinário do milagre da hóstia que havia se transformado em sangue na boca da Beata Maria de Araújo naquela ocasião José Lourenço
influenciado pelo catolicismo popular em Juazeiro se aproxima do Padre Cícero Romão Batista que se torna seu grande orientador [Música] é um movimento de rebeldia da tradição a partir da própria tradição católica a partir desses princípios tradicionais esses sertanejos criaram uma sociedade diferenciada no sentido de que lá todos eram irmãos tudo na vida do José Lourenço a partir do momento que ele chega em Juazeiro do Norte e na sequência que vai para o Crato para o sítio caldeirão todos os episódios marcantes e os momentos mais decisivos de sua vida ele ele tem uma uma conversa anterior
onde ele coloca tudo que tá acontecendo ao Padre Cícero e toma as decisões e decides encaminhamentos junto com Padre Cícero historiadores contam que José Lourenço chegou ao Cariri como penitente ordem bastante conhecida em todo o nordeste brasileiro ele se reuniam nas ruas e nas procisões cantavam e rezavam seus rostos eram cobertos com capuz e eles vestiam capas para não ser identificados Além disso os penitentes praticavam a auto flagelação para ter o perdão dos pecados os historiadores também dizem que José Lourenço só foi considerado Beato quando chegou ao Caldeirão Essa ordem ela tinha como cara uma
das características dela que chama muita atenção que era a auto flagelação Então os homens se reuniam em espaços fechados e eles usavam chicotes com lâminas na ponta chamadas de silício e eles se flagelavam se surravam as costas com esse equipamento e isso tinha uma função de purificá-lo contra pecados contra atos que eles próprios reconheciam como sendo inadequado para missão deles para aquilo que eles consideravam como sendo o papel deles dentro do grupo dentro da humanidade entre os anos de 1894 e 1895 José Lourenço foi morar e trabalhar com sua família e alguns Romeiros no sítio
baixa D'Anta que havia sido arrendado pelo Padre Cícero ao Coronel João de Brito Zé Lourenço Já naquela época era o líder da comunidade de enxada na mão ele seu grupo começaram a plantar muitas pessoas naquela época achavam José Lourenço um homem caridoso porque ele oferecia trabalho e moradia a quem precisasse por isso várias famílias pobres foram morar perto dele no sítio que em pouco tempo se transformou em um bom lugar para se viver como ele tinha embaixo da Anta um Pomar com muitas espécies de fruta e espumar dentro de algum tempo né passa a frutificar
mangas laranjas todas as frutas da região que aquela região do Cariri não é proximidade da Serra no Crato é uma região muito fértil para produção de frutas em 1914 o governador do Ceará Franco Rabelo rompeu com Padre Cícero E ordenou a prisão do sacerdote com o apoio do deputado estadual Floro Bartolomeu da Costa jagunços e Romeiros montaram um batalhão na cidade para defender o líder religioso o movimento foi chamado de sedição de Juazeiro e ficaram sem mantimentos mas o beatava um jeito de mandar alguém trazer os mandamentos para Juazeiro que Juazeiro ficou cercado aí então
basta Dantas sustentou Juazeiro nessa época José Lourenço não participou da luta mas teve seu sítio invadido por jagunços que saquearam e destruíram tudo os prejuízos no baixa Dantas foram muitos e na lavoura José Lourenço teve grandes perdas [Música] em 1921 outro fato vem interromper as atividades agrícolas de José Lourenço Padre Cícero o presenteou com o boi depois de algum tempo espalharam-se boatos de que o animal fazia Milagres tem uma velhinha Dona Ana que cuidava do boi inclusive enfeitavam o chifre do boi com flores e tudo aí chegou aos ouvidos de Doutor Floro que era assim
braço de ferro é que empunha ordem aqui em Juazeiro qualquer indisciplina a era punido com a rodagem Então chegou aos ouvidos do padre disse que embaixo da Anta um boi estava sendo adorado então o Beato foi preso passou 17 Dias preso o bois esquartejado e foi todo uma confusão espalharam de que até a urina do boi servia de remédio mas conforme relatos de pessoas que conheceram a dona Ana do boi não disse que a única diferença é que era esse boi era manso e todo mundo brincava com este boi em 1926 o sítio baixa Dantas
foi vendido Zé Lourenço desapropriado e sem qualquer indenização segue para as terras do Padre Cícero na Chapada do Araripe mais precisamente para o caldeirão do Jesuítas lá nasceu a comunidade que fez história a comunidade do caldeirão seu Líder o Beato José Lourenço e o que determina o sucesso vamos dizer assim da experiência é a prática né e a construção de uma sociedade diferenciada da sociedade global de então né porque no caldeirão é o Beato dava organizar a sociedade de tal forma que cada homem produzia conforme a sua capacidade e recebia conforme a sua necessidade a
vida no Caldeirão foi se organizando aos poucos os trabalhos se diversificaram com a chegada de muitos sertanejos que ficaram atraídos pela maneira de viver daquelas pessoas todos trabalhavam e tinham tudo de que precisavam as pessoas que moravam no Caldeirão como acontecia com os que moravam no sítio baixa Danta trabalhavam ouviam as mensagens do Beato rezavam e aprendiam a viver em comunidade seis anos depois da chegada de José Lourenço e do sertanejos ao local as terras do caldeirão estavam transformadas em um Pomar o trabalho do Beato José Lourenço estava dando certo tinha muita fartura e a
gente comia não faz ninguém passava fome não andava nu e o negócio lá era só trabalhar e fazer Penitência acabava de dia de noite era para fazer Penitência ele era nas costas né aí agora que ele não obrigava ninguém quem quisesse ele dizia assim a Penitência Só serve feita de coração que o nosso Deus Não Abriu aqui não tem contrição aí quem quiser ficar quem não quiser mas todos que vinha queria as pessoas que viviam no Caldeirão trabalhavam muito Imaginem que dois açudes foram construídos pelo beatos e Lourenço que contou com a ajuda de apenas
algumas mulheres da comunidade roupas redes tudo era feito lá mesmo em oficinas e teares caseiros e todos ajudavam na casa de farinha e no engenho de rapadura que já era médico tinha oficina de Ferreira Dias de marceneiro oficina eu deixei lá só para aquelas pessoas não pregava ninguém lá tinha um Engenho um jeito de fazer rapadura lá ninguém fazia o rapadura mas nem ninguém comia rapadura nem comia Não eu nem bebia a garrafa porque diz que coisa doce não era para ninguém usar ela não amargura só que hoje tinha amargura né Aí eu quem puxar
um gênio era gente era quatro homem quatro Numa manhã quatro minutos aí eu me doeu aquilo foi quando eu vi um homem para tomar eu a bandoleiro assim nas costas esticado puxando gente como um animal um boi né Aí quando o homem foi tomar uma fuga assim para descansar a força ele se ele largou a chibata nua assim com 5.000 para frente eu achei muito uma escravidão aqui Não era essa trabalhar porque tinha Carpinteiro tinha tinha então o caldeirão passa a ser um centro atrativo né de peregrinos que em busca de uma Redenção social passavam
a ver na liderança de José Lourenço e da comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto a saída da sua Miséria da sua ideia de flagelo [Música] o lema de José Lourenço era trabalho e oração ele orientava sua gente sobre os valores morais e religiosos mas o mandamento que regia a comunidade Era amai-vos uns aos outros A fraternidade era a base as pessoas rezavam muito e as profissões aconteciam Ao Som dos Benditos Zé Lourenço e seus seguidores praticavam a chamada religiosidade popular no Caldeirão a terra era uma divindade comum a todos era uma mãe e
do caldeirão se desenvolvia um trabalho não como objetivo simplesmente econômico ou mesmo de saciar fome mas um objetivo transcendente um objetivo de sintonizar a dimensão do invisível então no trabalho era levada à frente com uma Penitência e mais do que com uma Penitência com uma devoção no dia a dia José Lourenço usava roupas comuns mas para acompanhar as procisões Reza e fazer novenas ele vestia a túnica de Beato os historiadores dizem que José Lourenço foi acusado de fanático por organizar novenas e missas eles afirmam também que Lourenço nunca realizou nenhum ato litúrgico e quem seu
sermões Zé Lourenço não deixava de citar a figura do Padre Cícero por exemplo que o Beato celebrava as litúrgicos isso não corresponde a fatos é na memória das pessoas que viveram com ele nas pessoas que participaram das Comunidades organizaram por ele além do Beato outras pessoas também tiveram importância a história do caldeirão o paraibano Isaías braço direito de José Lourenço sua filha adotiva Maria de Maio e Severino Tavares considerado o Guerreiro da comunidade os grupos né que existiam dentro do caldeirão que seriam os grupos seguidores do Beato José Lourenço que eram pessoas mais ligadas à
religião mesmo né Muito mais voltadas a questão litúrgica e ao pessoal ligado a seguir em Tavares que eram também muito dotados de fé mas que também tinham a esperança de resolver seus problemas na questão do Trabalho em si Diferentemente de José Lourenço Severino não ficava apenas na comunidade ele saía para pregar em outros estados principalmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba o discurso de Severino Tavares teve um papel importante cresceu com essas pessoas que vieram principalmente do Rio Grande do Norte isto porque se virem Tavares uma vez que se integrou ao grupo do
caldeirão saiu pelo mundo falando das Maravilhas que era o caldeirão inclusive falando do fim do mundo e muita gente acreditava e ia para lá isso não era apenas pobres mas alguns fazendeiros ricos que impressionado né com aquela falação do Beato Severino Tavares ia também para o sítio Caldeirão que foi em Rio Grande do Norte aí papai gravou na cabeça que ele tinha dito que o mundo ia se acabar em 40 aí papai virou a cabeça pronto não quis voltar de jeito nenhum aí nós viemos no YouTube 35 aqui para o Ceará ela morava em Rio
Grande do Norte Pico dos carros município de Martins meu pai era fazendeiro e tinha uma propriedade agrícola né Aí nós vivemos muito bem de vida tudo bem controlado aí chegou o Severino Tavares lá por lá dizendo que o mundo ia se acabar com 40 não existia mais ninguém aí meu pai se envolveu-se com ele né Não foi só meu pai como muitos né Aí ele ficava fazendo aquelas aquelas missão dizendo que era uma missão pela noite né pela noite numa casa outra noite e andando no outro já distante e aquele pessoal que gostava dele ia
acompanhando meu pai tinha ele foi até cinco Léguas atrás dele e ele é cavalo dele tava né aí quando chegou Foi lá a última vez que ele não foi mais de minha mãe chamava de Beatriz Beatriz vamos embora vamos para lá todo mundo vai se acabar mas não tem mais vida aí minha mãe dizia Pedro Que conversa é essa porque vamos vamos embora daqui aí ele saiu pro para fazer Da onde era distante de 5 Mega num dia quando foi em três dias chegou aí a mãe disse o que foi que fez eu vendi o
gado todinho aí terminou ele vim embora arrumou arrumou os animais um bocado de animal pegou quatro animal famoso os outros ficou lá aí saiu de lá de noite aí chegamos no Caldeirão ele deu o dinheiro todinho a professora Marina Gurgel que era do Rio Grande do Norte veio para o Ceará sem a permissão dos pais ainda no início da década de 30 sua missão era alfabetizar crianças e adultos da comunidade do caldeirão de dar o mundo pregando uma missão quer dizer se ele chegar mais perto daqui eu vou ver o vídeo para eu entender e
compreender a metodologia que Marina escolhia para dar aulas Era original durante as horas de descanso usava a sombra das árvores para ensinar as lições aos alunos outubro de 1930 um golpe que tirou do Poder então Presidente o Washington Luiz agitou o Brasil assumiu a presidência da república o chefe civil da revolução Getúlio Vargas em todo o país ocorreram levantes nem a comunidade de José Lourenço no Crato Ceará escapou da ação dos revoltosos o caldeirão foi parcialmente destruído por revolucionários que acabaram com grande parte da propriedade foram muitos os prejuízos de José Lourenço e de seu
povo Mas uma vez o Beata é perseguido e acusado de perigoso a ordem estabelecida havia uma grande campanha contra o Juazeiro pouco tempo antes o conselheiro em Canudos tinha sido reprimido e tido sua comunidade dizimada e era um perigo diziam que era o fanatismo comunismo coisas muito perigosas e trataram também de taxar o Juazeiro diante de fanáticos de uma nova Canudos por isso o avião a campanha da República contra o parecesse contra o Juazeiro no período que compreende a década de 70 do século 19 até a década de 30 do século 20 houve uma série
de crises de autoridade de ordem econômica e ideológica a época era a diversa para o homem do campo as prolongadas secas abalavam a fragilizada a economia nordestina na seca de 1932 foram criados campos de concentração para atender a milhares de pessoas que recebiam alimento do governo Nesse ano nós tivemos aqui no Nordeste especialmente no Ceará uma grande seca como fala professora Kênia Rios no seu livro sobre esse período o governo criou vários campos de concentração para prender os retirantes da seca e na verdade o caldeirão acabou desenvolvendo uma política completamente diferenciada desse assistencialismo que a
gente vê a partir do estado e em 1932 os retirantes foram para o caldeirão e muitos ficaram na comunidade de modo que a gente pode perceber que em 1932 a seca encheu o caldeirão de novos componentes os campos de concentração não diminuíram os problemas trazidos pela seca miséria fome morte Claro porque esses campos eram apenas uma forma de prender o sertanejo para que eles não invadissem a cidades O Curral do Buriti um dos campos de concentração do Crato recebeu centenas de flagelados que viviam em condições sub-humanas em alguns lugares do campo podia se sentir forte
cheiro de fezes os casos diarreia aumentavam a cada dia políticas de imigração Campos construídos em lugares estratégicos encarcerados campos de concentração currais do governo enquanto isso no Caldeirão a situação era outra o Beato José Lourenço acolhia centenas de sertanejos eles ofereciam Guarida água e alimento ele ajudou mais aos flagelados da seca do que o governo porque ele dava uma sopa diariamente onde ele gastou muita muita sacas de farinha e de outros mantimentos para fazer essa sopa enquanto que o governo federal mandou para o Crato um trem cheio de retirantes que localizaram lá no sítio Buriti
uma espécie de campo de concentração onde morreram muitos dos retirantes onde eles não a prefeitura do Crato não tinha como manter aquele povo e que eles praticamente morreram um grande maioria a língua de fome a comunidade do caldeirão progredia e as oligarquias da época Como já dissemos se preocupavam porque sabiam que ali poderia ser uma nova Canudos o Brasil vivia o período da ditadura getulista o medo do comunismo era uma realidade em todo o país até no interior do Nordeste por essa razão o caldeirão tornou-se alvo dos olhares do estado e da igreja ele sofreu
bastante perseguição da parte dos poderosos da parte das autoridades dos políticos e também da própria igreja que consideravam este homem e a experiência que ele vinha realizando como uma ameaça para a ordem pública na época do Beato José Lourenço a experiência que Ele viveu com milhares de pessoas foi mal interpretada Mas hoje nós podemos dizer que a experiência dele foi uma experiência alicerçada sobre uma um paradigma uma forma de vida que vem da própria sagrada escritura Seguindo os conselhos de Padre Cícero José Lourenço começa ainda em 1931 a construção de uma capela dedicada a Santo
Inácio de Loyola fundador da ordem dos jesuítas depois disso O Beato passou a sofrer calúnias foi chamado de herege velho fanático e acusado até de práticas fetichistas dizia que na casa do Beato havia um primeiro piso e esse primeiro piso era construído por tábuas entre uma certa distância entre elas e que na casa do Beato moravam muitas garotas muitas adolescentes e que o Beato ficava embaixo e dizia para essas garotas passearem por sobre esse piso e onde ele ficava embaixo olhando e elas estavam estariam sem calcinha não é E além disso essas meninas que viveriam
com ele elas formaram uma espécie de aranha Esse foi um dos boatos mais terríveis que surgiram em torno dele depois da seca de 1932 surge um fenômeno que com o passar do tempo vai marcar a vida do caldeirão as romarias que aconteciam principalmente por causa das pregações de Severino Tavares pelos sertões a liderança carismática de José Lourenço atraía Romeiros vindos de outros municípios e estados muitos deles apenas passavam alguns dias no Caldeirão outros resolviam até morar por lá José Lourenço sempre acolhia os Romeiros mandados pelo Padre Cícero para morar e trabalhar no Caldeirão mas quando
o Padre Cícero morreu em 1934 não deixou suas terras para o Beato e sim para a ordem dos Salesianos até o 1939 não apareceu Salesiano isso aqui e pena que quando chegaram Salesiano foram constrangidos e até acusados de ter um terreno onde tem essa comunidade repassaram as ideias negativas se não tiver um tempo de vamos dizer poder entrar em contato com a verdadeira realidade de Zé Lourenço mas sou com o Zé Lourenço humilhado e todo canto e o Salesiano também humilhado porque tinha esse terreno que no final não era nem propriedade deles mas tinha já
passado a diocese e um fato que se descobriu ultimamente com o livro de Paulo Machado então no papel não era deles né todo mundo pensava que era de Padre Cícero e portanto o Salesiano chegando Davi andar conta desse terreno que tinha esse focos de desordens a ordem dos Salesianos a diocese do Crato os latifundiários os políticos da liga eleitoral católica a polícia e o governo do estado concordaram com as acusações de que José Lourenço eram perigo para o estado e para a ordem estabelecida o deputado norões milfont chegou a afirmar o que muitos apenas pensavam
o caldeirão seria uma nova Canudos com os mesmos métodos Doutor Raimundo Noronha figura humana encantadora e modesta aquilo ele jamais eu sei que o caldeirão foi um terreno que participa deu para o Beato José Lourenço todo mundo até aí um visitá-lo lá não acredito que ali seria um novo canudo ali já o povo falava nisso a imprensa também mas também nunca vieram me sinto aí amigo do pacífico jamais iria sair fazer isso uma da das razões pelas quais a comunidade foi exterminada passa exatamente pela lembrança de Canudos caldeirão seria repetição de Canudos de modo que
a compreensão desse fato no caso o fato da da destruição mas também a própria existência da comunidade guarda uma relação muito íntima com a memória de Canudos e com a intransigência das elites diante das iniciativas populares em 1935 para fazer o altar da Capela do caldeirão José Lourenço mandou buscar na Alemanha três imagens São José Santo Inácio de Loyola e Nossa Senhora da Conceição as imagens vieram em caixotes de madeira e aí a imaginação das pessoas foi longe foi espalhado o boato por toda a região do Cariri de que as caixas estavam cheias de armas
e munição a única arma de fogo que havia na comunidade era uma espingarda de caça que durante algum tempo ou beatos José Lourenço usou nada mais outras armas que existiam lá eram foices Machados facões ou seja eram instrumentos de trabalho em 1936 houve uma reunião no palácio da Luz em que participaram o governador do Estado Menezes Pimentel o chefe da polícia do Ceará Capitão Cordeiro Neto e o bispo do Crato Dom Francisco de Assis Pires nessa reunião acertaram que o sítio do caldeirão seria destruído motivo haveria uma ligação do caldeirão com a revolução Comunista de
Natal no Rio Grande do Norte De certa forma estava muito próxima ao Ceará sobre tudo por conta de que o maior número de pessoas que moravam no Caldeirão era oriunda do Rio Grande do Norte mas nós sabemos que essas pessoas tinham vindo por conta de terem sido despojadas da das terras onde trabalhavam comentou-se no momento que um homem que tem um poder de comandar tantas pessoas é um homem perigoso Fala aí José Lourenço é falar em socialismo luta pela própria Terra trabalho e messianismo mas a classe dominante vai lá e faz terror no dia 10
de setembro de 1936 foi organizado uma força policial para atacar o sítio do caldeirão e obrigar os moradores a voltarem para seus lugares de origem o Capitão José Bezerra era o comandante da Tropa auxiliado pelo General José Góes de Campos Barros e outros oficiais os militares fizeram um recenseamento para avaliar o número de moradores revistaram casas em busca de armas e trancaram os homens na casa de Engenho José Lourenço avisado com antecedência da ação fugiu foi o início do fim do caldeirão na década de 80 é quando abrir a livraria na área formou-se um ponto
de encontros intelectuais do Ceará e um belo dia surgiu o seu idoso Magrinho careca que me lembrou muito meu pai era o General Cordeiro Neto que já tinha tomado conhecimento a participação dele no Caldeirão na década de 30 e O interessante é que ele sempre afirmou que tudo que aconteceu na época da repressão policial Caldeirão e isso foi fruto de uma pressão dos proprietários ao lado do sítio caldeirão porque estavam perdendo a mão de obra barata diziam para o caldeirão fazendo a sua comunidade que produzia tudo e as notícias chegavam na capital era assustadoras como
havia dificuldade de comunicação na época me dizer o general ele tem que se basear nos informes posteriormente ele mandou o general Góis até lá veio também com o mesmo noticiário que todos estavam temendo uma revolta camponesa na época a ordem da polícia era para que as famílias regressassem para seus lugares de origem mas a comunidade não aceitou eles alegavam que não possuíam bens para levar e por isso não iam sair ninguém reivindicava nada como seu então o chefe da polícia Capitão Cordeiro Neto decidiu mandar queimar as casas do caldeirão e entregar os bens ao município
os soldados chegaram né e cercaram todo o caldeirão e mandaram várias pessoas e ficaram em torno do Cruzeiro aí elas ficaram de 6 da manhã até quatro da tarde né no sol sem comer sem beber sem poder sair dali agora não nem todos foram para lá porque no caso da Minha avó é meu avô ficaram com saudade na frente na porta da frente e outro na porta de trás já o meu tio ficou lá com a mãe ficou no em torno do Cruzeiro com a mãe e lembra que o pessoal rezava os soldados matando os
animais cortando as plantas e procurando Beato e xingando os beatos xingando os Romeiros ali que estavam né em torno do Cruzeiro aí aqueles rezavam e oravam encantavam Benditos e eles atiravam ameaçavam não chegaram assim a matar pessoas nesse dia aí a não ser uma uma moça que estava só numa casa e a mãe dela tinha morrido há pouco tempo ela tocou fogo jogou querosene e tocou fogo morreu incendiada se suicidou nesse dia ocasião ao lado e houve a pressão do Governo dos políticos a solução ficar aqui dali era um ninho comunista ele enviou o General
Góes lá o general Góis não esteve no local trouxe informações dos latifundiários e logo em seguida começaram algumas providências que ele mandar ele me dizer o seguinte eu mandava fazer mas a tropa fazia dobrado muita coisa aconteceu senhor ter tomado conhecimento não ocasião dos fatos conhecimento que vinha minha irmã depois ele inclusive me disse que para convidou através do tenente Bezerra ele se retirarem mas houve relutância retirar e ele resolve para as casas ele mesmo disse que houve muita maldade após a ocupação do caldeirão seus moradores fugiram para localidade Mata dos cavalos na Chapada do
Araripe [Música] quando foi de tarde faça aí uma janta para nós jantar de noite matar um bocado de carvão pode matar e se não tiver Capão aqui para buscar ali do da Fazenda mesmo viu vai matar vai buscar para matar fazer uma janta para nós aí minha mãe disse eu não vou não aí chegou um Pereirinha Chamamos o policial chamava Pereirinha de esfumada vocês quiserem saber tirar essa retirem jantar tem deles aí que tira couro de um aí papai vamos sair fugimos lá para Batista de Batista saindo para matar de cavalo aí fiquei da Mata
dos cavalos para o Cruzeiro Passamos o dia lá e papai veio embora para cá e nós e uns procurando meu padrinho ninguém falou né um bem uns 20 dias mas foi que viu uma pessoa deu comida implantou aí quando tava tudo a ver aí a tropa foram da outra denúncia aí já tava bem agora já disseram lá no Cruzeiro tá certo do Cruzeiro de novo em Fortaleza durante a ocupação foi solto e indignado com a destruição de sua comunidade arquitetou um plano para vingar o caldeirão no dia 10 de Maio de 1937 o Capitão José
Bezerra e seu filho resolveram fazer uma diligência na região onde estariam acampados os habitantes do caldeirão o momento foi fatal para ele e seus auxiliares a polícia foi recebida com cacetes e foices pelos rebelados o Capitão José Bezerra recebeu Muitas pancadas e morreu posteriormente a polícia disse que morreram mais de 200 pessoas nesse ataque e Severino Tavares que ficou gravemente ferido também morreu e na verdade foi esse o grande momento da chacina a culminância toda de uma violência muito grande de uma falta de compreensão muito maior que levou aquelas pessoas a morrerem e outras a
se desestruturarem é causando até por muito tempo a inibição das pessoas o medo temor pela procura né Então na verdade o que aconteceu foi uma injustiça muito grande uma desumanidade muito cruel que aconteceu no Caldeirão Morreu José Bezerra e o filho Anacleto meu tio que a gente chama tio Pedrinho ele era adolescente e presenciou o confronto dos Soldados né com os beatos E aí eles guerrearam mesmo lá no local e era muitos corpos que depois acho que sim antes de começar por tração alguém foi lá e jogou um óleo um querosene e tocou Fogo porque
não tinha como enterrar que eram muitos a repressão aos habitantes do caldeirão não parava e era cruel a polícia patrulhava a serra Todo O Camponês que vestisse preto e andasse com Rosário era detido para interrogatório as pessoas para circularem livremente precisavam provar que não eram moradores do caldeirão e sim trabalhadoras com residência comprovada que pensar que tudo era o porto do Beato aí o Ramiro Monteiro que era o nosso patrão levou meu pai meu marido meus irmãos Para Para o Crato para modo de fazer um documento para poder atravessar da Baixada para aqui que nós
não era do porto do veado que nós morava distante não era de lá tudo aquilo que era identificado como sendo do caldeirão sofria perseguição no caso da filha do tio Bernardino que foi esquartejada né E foi o corpo dela colocado em vários pontos no caminho do caldeirão e pessoas que eram identificadas como sendo de lá era obrigada já engolir o Rosário se tivesse com o Rosário algumas disfarçar um escondiam ou encurtava roupa porque o gato a mulher usa roupa né lá embaixo tudo muito comprida eles cortavam que no caso da minha avó que rapidinho cortou
a saia dobrando cós né e escondendo o Rosário nas fraldas nos Coelhos dos meninos Então realmente ele sofriam perseguição por ser identificado como Beato em 11 de maio de 1937 sobre o comando do Capitão José Macedo parte de Fortaleza um avião com destino a Juazeiro a intenção era fazer um voo de reconhecimento sobre o local do conflito os sertanejos temiam uma nova chacina não se sabe ao certo se realmente houve um ataque aéreo a lugar Muitos dizem que sim outros que não poucos mas falam que realmente houve o bombardeio houve O Massacre né E tá
aí a história A gente contando a história os historiadores não conta de um jeito outro conta de outro mas uma maioria realmente dizendo que foram bombardeados por Aviões Esse é o grande mito do caldeirão que ele foi bombardeado o brigadeiro Macedo eu fui levar como ele costumava ir ele era um mais da aviação gostava de o Crato né viuvitar a família inclusive o seu irmão Júlio Macedo era amigo do Beato José Lourenço era o único homem que entrava armado no dentro da propriedade do caldeirão e ele jamais iria fazer assim bombardear o caldeirão né Ele
trouxe essas pessoas e o avião que ele veio eu perguntei a especialistas era um avião da cam né do correio aéreo nacional que não era um avião apropriado para bombardeio nem sequer tinha metralhadoras adaptadas e pediram para ele dar uns voos rasantes lá no Caldeirão né onde a população já tinha se espalhado na mata nas fraldas da Chapada né para ver para ele verificar se ainda tinha gente na Casas redondezas e ele faz alguns ousados antes Segundo o Senhor Lima Verde que era um proprietário de terras lá na Santa Fé Ele disse que ele fez
e o próprio brigadeiro me falou né disparos de metralhadora e jogou algumas granadas de mão ele fez isso porque ele era mais da aviação ele tava pilotando e ao mesmo tempo com a metralhadora na janela do avião na janelinha né ele fazia o disparo e o ser uma vez disse o que aconteceu foi que a as vacas que estavam pastando algumas foram mortas porque realmente ele não estava direcionando aquelas rajadas de metralhadora porque nem sequer o povo estava na comunidade na verdade é essa eu me recuso a falar sobre isso aí que envolve familiares e
tal o neto do Capitão José Sampaio de Macedo o empresário Ricardo Macedo de biscuúcia mostrou o plano de voo e explicou que o destacamento não foi ao Crato bombardear o caldeirão E sim fazer um sobrevoa de reconhecimento da área existe essa dúvida quanto ao caldeirão na qual Muitos dizem que houve um bombardeio no Caldeirão e o fato não é real Na verdade ele sobrevoou a área do caldeirão ele teve dia dia 10 de Maio de 37 sai de Fortaleza trazendo duas pessoas um Tenente Capitão para Juazeiro do Norte e sobrevoar o caldeirão e no dia
11 de maio de 37 ele teve um voo de 30 minutos no caldeirão é reconhecimento da área retornando ao campo de posto de Juazeiro do Norte e seguindo dia 12 de maio de 37 para Fortaleza Então na verdade não houve esse bombardeiro caldeirão no início do ano de 1938 José Lourenço recebeu do governo do Ceará o direito de trabalhar em qualquer lugar do estado com tanto que não reorganizasse uma outra comunidade no retorno ao caldeirão encontrou tudo destruído mas não desanimou junto com alguns Sobreviventes dos ataques refez as plantações sobre Severa vigilância da polícia em
1939 José Lourenço foi para Pernambuco lá comprou uma fazenda em Nova show A Fazenda União estamos exatamente nessa localidade a casa do Beato Zé Lourenço aqui onde ele construiu a sua nova morada e vocês podem ver que ainda tem uma parte do alicerce né da casa era feito Barro com óleo de mamona que era para poder fazer a argamassa e veio de usar cimento e ainda hoje tem bastante a parte do alicerce da casa ainda tá porque tá um pouco coberta mas essa área todinha era realmente a residência do Beato a compra foi feita com
o dinheiro recebido do depósito dos bens leiloados O que representava uma pequena parte do que foi saqueado por ocasião da invasão em 1936 uma indenização ao estado e essa indenização foi pedida e ele Teve muita muita força de vontade foram muitos esforços para o estado da essa indenização entretanto foi considerado que o tempo legal desse pedido tinha sido exaurido que não existia mais como ele fazer esse pedido de indenização do estado com seu seguidores construiu esse Açude que era bem maior esse assunto ele pegava mais ou menos lá naquelas naqueles morro por lá era bastante
água e daqui é onde que as pessoas beberam o gado né todos os animais dele aqui ele realmente as pessoas se utilizavam desse assunto viveu no sítio união entre os amigos e com a visita constante de Romeiros em 1946 morreu de peste bubônica seu corpo foi importado para Juazeiro do Norte por camponeses que moraram tanto no Caldeirão como no sítio união o Beato foi sepultado no cemitério ao lado da Capela do Socorro lugar onde Padre Cícero está enterrado eu tô na praça tirando a Barbara alfabética tava lá quando vai passando uma rede branca com aquele
povo todo de branco aí um conhecido meu aqui do leite dos Maroto eu digo quem é Ananias é o Bia Zé Lourenço eu digo é mesmo é quando é que vai vai lá para Igreja São Miguel em frente à Igreja São Miguel lá botaram ele mais ou menos 8 horas do dia a igreja não permitiu que o corpo do Beato fosse velado dentro da Capela para homenageá-lo seus seguidores construíram um túmulo onde colocaram as três imagens da Alemanha e alguns retratos o túmulo é zelado pelo neto do Beato Severino José Tavares [Música] tem muita coisa
que vai bulir com muita gente grande [Música] a experiência do caldeirão foi há muito tempo nos anos 20 e 30 do século passado quase nada resta apenas resquícios de uma comunidade que viveu dignamente da fartura do trabalho de muita Fraternidade e de orações o pesquisador Sandro Leonel bisneto de Severino Tavares mostrou cada detalhe ao visitar suas ruínas aqui é a estrutura da antiga Casa do Beato essa madeira que se encontra aqui é ainda da época da construção era uma casa grande né e que aqui era o lugar da morada do Beato que era um dele
dormir aqui era onde acontecia sepultamento moradores do caldeirão é durante os 10 anos que a comunidade aqui esteve [Música] a história do caldeirão também tem curiosidades dizem que alguns dos seus moradores possuíam o dom da Premonição eles tinham até a capacidade de prever suas mortes todos os remanescentes do caldeirão que aqui ficaram como exemplo Dona Maria de Maio ele otário Tavares Alexandrina Tavares eles comunicavam comunicaram os familiares né o período que o ano que iriam falecer e mais chegaram ao ponto de em alguns casos explicitar exatamente a data precisa eu tenho um conhecimento de caso
a questão né de ser Moisés Alves que um ano antes de morrer me procurou para falar comigo sobre o caldeirão e me avisou que no ano seguinte pela mesma época que ele tava aqueles dias falando comigo lá nas propriedade dele e Umarizal no Rio Grande do Norte que ele faleceria e exatamente um ano depois da minha conversa com ele né na casa dele ou seja de durante três dias eu passei lá precisamente com um ano depois ele faleceu cineastas escritores e artistas tem na história do caldeirão uma fonte de inspiração o artista plástico Hermínio Castelo
Branco o menino pintou em painéis a trajetória do Beato José Lourenço um desses painéis está exposto no prédio Dom Hélder Câmara onde funciona a justiça do trabalho menino responsabiliza a ignorância e a prepotência das fossas dominantes pelo insucesso do caldeirão foi um caso de injustiça social gravíssima a imprensa fez parte o governo fez parte parte da igreja também fez parte E isso tem que ser reparado com a chegada de Dom Fernando Panico em Maio de 2001 ao município do Crato houve uma disposição da diocese em retomar a trajetória da comunidade do caldeirão a igreja vem
promovendo romarias ao lugar Dom Fernando batizou o caldeirão de Santuário das Comunidades [Música] o caldeirão do Beato José Lourenço Fez história a quem critica o Beato pelos excessos religiosos e pelo seu fanatismo mas a fé as crenças Sem dúvida são importantíssimas para que a gente acredite em dias melhores [Música] [Aplausos] [Música] no arquivo.doc de hoje você conheceu a história de lutas das pessoas do Caldeirão do Beato José Lourenço uma comunidade cristã e socialista que viveu no interior do Ceará até o nosso próximo programa [Música]
Related Videos
documentario princesa do sertao
2:06:00
documentario princesa do sertao
Ewerton Michel
443,477 views
Os Cearenses 9 - Virgílio Távora
38:03
Os Cearenses 9 - Virgílio Távora
Os Cearenses - Fundação Demócrito Rocha
19,594 views
Começou a Romaria de Juazeiro do Norte com Muita Animação e Romeiros Chargando na Cidade
37:42
Começou a Romaria de Juazeiro do Norte com...
Andre do Cariri
58,940 views
Jequitinhonha, vida talhada com as mãos
54:02
Jequitinhonha, vida talhada com as mãos
TV Brasil
98,270 views
O Beato José Lourenço e o Sítio Caldeirão  - Crato  - CE
16:03
O Beato José Lourenço e o Sítio Caldeirão ...
Conhecendo os Lugares e suas Histórias
397 views
Documentário Luiz Gonzaga - Vida, Música e Conquistas - Tv Assembleia Ceará
1:00:50
Documentário Luiz Gonzaga - Vida, Música e...
ALECE TV
2,212,815 views
Massacre de Pau de Colher últimas memórias
38:32
Massacre de Pau de Colher últimas memórias
Davi
37,365 views
ARQUIVO.DOC | Perfil Patativa do Assaré - o poeta cidadão
40:12
ARQUIVO.DOC | Perfil Patativa do Assaré - ...
ALECE TV
18,624 views
Os Cearenses 18 - Beato José Lourenço
42:20
Os Cearenses 18 - Beato José Lourenço
Os Cearenses - Fundação Demócrito Rocha
20,120 views
Documentário sobre o Padre Cícero Romão Batista, TV Assembleia #TrindadeSanta #NossaSenhora #FénoPai
58:57
Documentário sobre o Padre Cícero Romão Ba...
Juazeiro em Fotos e Vídeos.
23,717 views
documentario sobre os 250 anos do Crato Fundação Democrito Rocha
31:39
documentario sobre os 250 anos do Crato Fu...
Luis Carlos Duarte Sobreira Saraiva
27,921 views
Guerras do Brasil.Doc (Completo)
2:11:11
Guerras do Brasil.Doc (Completo)
NordestHi Concursos
114,046 views
Filme Os Milagres de Juazeiro, direção de Helder Martins; Morais Produções Cinematográficas. 1975.
1:40:56
Filme Os Milagres de Juazeiro, direção de ...
Juazeiro em Fotos e Vídeos.
469,407 views
Massacre do Caldeirão após 85 anos .Dona Mariquinha e seus filhos e netos moram no local.Tem museu
35:54
Massacre do Caldeirão após 85 anos .Dona M...
PELAS VIAS DO CARIRI Simone Pauluke
869 views
O CERCO AO CANGACEIRO CHICO PEREIRA NA FAZENDA PAU FERRADO (CAJAZEIRINHAS - PARAÍBA).
22:43
O CERCO AO CANGACEIRO CHICO PEREIRA NA FAZ...
Cangaçologia
151,192 views
PERFIL | Humberto Teixeira - vida e música
44:03
PERFIL | Humberto Teixeira - vida e música
ALECE TV
35,706 views
Lampião, o rei do cangaço  - CANGAÇO 1/4
31:59
Lampião, o rei do cangaço - CANGAÇO 1/4
Fatos Desconhecidos
2,214,566 views
Dendê na Mochila - Cabaceiras/PB - Episódio 058 - 22.10.2016 - 2ª Temporada
46:53
Dendê na Mochila - Cabaceiras/PB - Episódi...
Ser-Tão do Mundo
490,394 views
SUPER DOCUMENTARIO SOBRE PADRE CICERO E JUAZEIRO DO NORTE
22:23
SUPER DOCUMENTARIO SOBRE PADRE CICERO E JU...
J.D PLAY UM CANAL NOSSO
559,601 views
MEMÓRIA VIVA | Dinarte Mariz (1980)
57:55
MEMÓRIA VIVA | Dinarte Mariz (1980)
TVURN
15,954 views
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com