Unknown

0 views15318 WordsCopy TextShare
Unknown
Video Transcript:
E aí [Música] E aí O olá boa noite sejam muito bem-vindos ao Roda Viva estamos ao vivo para todo o Brasil pela TV Cultura e emissoras afiliadas e conectadas ao mundo pelo UOL YouTube Twitter e Facebook em um dos seus livros em situado quem tem medo do feminismo negro Nossa entrevistada desta noite discorre sobre o caminho pelo qual descobriu a sua própria Negritude e construiu o seu caminho como intelectual foi lendo autoras negras resgatando a sua própria história familiar e ressignificando as experiências de preconceito que sofreu desde criança que ela descobriu a estratégia de e
aí eu abro "para ela ver a força da falta como uma mola propulsora para a construção de Pontes a forma didática e Franca com que ela fala sobre racismo estrutural e sobre o que fazer para ser anti-racista fez com que ela ganhasse espaço no debate público é longe de ser uma unanimidade no próprio movimento negro ela não hesitem em colocar o dedo na ferida e comprar brigas para dentro e para fora essa entrevista conhecido como um momento histórico os Estados Unidos a maior potência econômica e política do mundo acabam de eleger a primeira mulher e
uma mulher negra kamala Harris como vice presidente da república o que isso aponta para um debate sobre o racismo e o feminismo no mundo e aqui no Brasil com a palavra parar de bater essa e outras tantas questões está no centro do Roda Viva a filósofa escritora e ativista do feminismo negro de Jamil Ribeiro mestre em filosofia política pela Universidade Federal de São Paulo feminista e escritora ela é uma das personalidades mais ativas na defesa dos direitos da população negra no país foi secretária adjunta de direitos humanos e cidadania da Prefeitura de São Paulo na
gestão de Fernando Haddad em 2019 foi isso a personalidade do amanhã pelo governo da França seus livros como o pequeno manual anti-racista e o que é lugar de fala ganharam especial relevância na luta contra o preconceito que permanece arraigado em amplas camadas da sociedade brasileira para entrevistar a Camila Ribeiro nós convidamos Joice berth arquiteta escritora e colunista da Elle Brasil a de Júnior comunicador apresentador e Red de marketing da face Brasil Chris bate apresentadora do podcast mamilos maconha ou da área gerente do Instituto Avon e colunista na Marie Claire Brasil que Fernanda diamante Editora da
Revista Quatro cinco um contamos ainda com os desenhos em tempo real do nosso Paulo Caruso lá na casa dele Jamila muito boa noite obrigada por estar aqui com a gente nessa noite boa noite prazer é todo meu exame lá no seu mais recente livro né O Pequeno manual de racista vocês me Fala galera bem didática bem clara bem como um diálogo mesmo para não iniciados o que é preciso fazer para ter uma atitude anti-racista antes de se dizer ah eu não sou racista a eu tenho até amigos negros o como você tem uma atitude anti-racista
o que te levou a percepção de que era necessário fazer o diálogo nessa base bem didática bem Olho no olho e qual está sendo o resultado que você tá vendo desse livro O que que ele tá mudando no ambiente de conversa sobre racismo no Brasil é uma ótima pergunta era mas antes de mais nada gostaria de pedir licença para prestar minha solidariedade ao povo do Amapá sobretudo aos companheiros e companheiras a formas unidades que vem sofrendo aí com esse apagão é por mais seu Conselho Nacional de eletricista já tenho alertado sobre essa precarização que infelizmente
acontece no Brasil dessa lógica é um povo que enfim vem sofrendo com uma série de questões ainda mais com a invisibilidade nesse Durval Muniz falou muito bem sobre a invenção do Nordeste é porto com essa invenção do Norte enquanto que a gente isso destino ainda não visibiliza certas regiões reproduz lógicas coloniais dentro do Brasil Então acho que é importante aproveitar audiência e chamar a atenção por que tá acontecendo aqui no nosso país né na região norte agora respondendo à sua pergunta especificamente é o que me levou ela própria tradição do feminismo negro né que a
lélia Gonzalez por exemplo que um grande nome do feminismo negro no Brasil ela apontava para essa necessidade de estabilizar a norma hegemônica porque linguagem também é poder Então se a gente se eu for escrever de uma hora que só pessoas que estudaram filosofia política vão entendeu Estou escolhendo com que público eu quero falar estou partindo de um lugar como o Brasil que tem um sistema educacional injusto é importante a gente se comunicar de maneira a ser entendida E isso não é uma questão de capacidade mas de oportunidades né que muitas pessoas não tiveram oportunidades de
estarem certos espaços como espaço aqui bom então falar dessa maneira didática com esse livro eu queria atingir educadores jovens pessoas que nunca tiveram acesso ao tema para que esse tema não fique recuso só uma bolha da academia ou da militância porque é um debate que diz respeito a toda a sociedade e eu fico muitíssimo feliz de ver que está sendo adotado por escolas eu recebo cartas eu acho muito bonito de receber cartas de senhora de 75 anos e de adolescente de 13 anos para introduzir esse tema e com esse livro também eu trago uma série
de outros autores também para as pessoas conhecerem lerem que não debate começa agora eu conto com a importante também a gente visibilizar Quem veio antes de nós e o resultado está sendo ótimo ao seu livro mais vendido né até agora para livro mais vendido acho que é importante dizer que desde a para venda né os Inês 3.200 livros na pré-venda autografada ele Claro em junho por conta das movimentações pode de óleo Ford ele atinge o primeiro lugar mas é um livro acho que é importante dizer que já estava o mais vendido os 10 momentos que
ele foi lançado ali em 7º 8º e depois ficou três semanas em primeiro lugar em junho mas tem continua ainda na lista de mais vendidos essa semana por exemplo estava em segundo lugar da lista de mais vendidos para que a gente lá e a dar várias das questões Cris por favor vamos lá eu queria continuar aqui no tema anti-racismo com o pequeno manual de racista quando a gente fala para além do até tenho amigos negros quando a gente está falando com pessoas que têm consciência que o racismo existe e ela se esforçam para não usar
vocabulário racista para promover pessoas negras no ambiente de trabalho ela se importa com a causa negra é ponto a gente vai para esse grupo de pessoas e quando o manual traz a importância de sair desse lugar só da consciência e para o lugar da ação que até um lugar bastante incômodo porque ele vai exigir que você se disponha em algumas conversas a minha pergunta é é se você anti-racista em um momento e na sequência acabar tendo uma atitude ou um pensamento racista 11 racismo ele é binário ou você é ou você não é e a
pessoa pode uma vez que ela se torna anti-racista nunca mais cometer um ato de racismo vamos lá eu acho que é um processo né não tem como a gente romper com uma construção secular que nesse como racismo de um dia para o outro muitas vezes no Brasil fica muito no repúdio moral só racismo então uma pessoa muito conhecida sofre algum ataque assim se as pessoas vão às vezes e falam coisas do tipo assim pleno século 21 Brasil ainda é racista eu faço as observações seu lote fazia mais anjos Então isso é Mostra o quanto que
as pessoas não entendem o debate do racismo como uma estrutura quando o Brasil não foi racista nesse país Ele foi fundado o sangue os negros indígenas um país que teve mais de quase né na verdade século quatro séculos de escravidão em que a escravidão foi a base da economia desse país Então o que falta muitas vezes aos brasileiros ao entendimento do racismo como uma estrutura investigação sobre a origem social das desigualdades e de de romper com essa visão que ficou infelizmente muito popular no Brasil porque foi feita por uma elite intelectual dessa democracia racial essa
ideia romântica e não conflitos raciais isso de ficou dificultou muito um aprofundamento sobre a questão racial no Brasil Então entendo que não é algo que vai acontecer um dia povo tem um processo Todos nós somos ensinados Então a gente vai lidar com esse tema ao longo da nossa vida que acontece muitas vezes é que as pessoas acham que algo espontâneo né fala de empatia como algo muito espontâneo alguma precisamos ter empatia sobre essa questão mas o nosso entendimento em uma construção intelectual é necessário ler sobre os sistemas é necessário se incomodar É necessário desconstruir uma
série de construções assista se isso é um processo que obviamente as pessoas vão se pegar e produzindo porque foram ensinadas a mas não trabalho para ver inteira né Eu acho que esse entendimento que muitas vezes falta dessa construção intelectual que vai orientar essa praticante racista e que de fato vai levar uma consciência sobre esse tema é tu Joyce por favor já Mila é você a coordenadora de uma coleção chamada feminismos plurais que é uma coleção muito bem sucedida que trouxe diversos temas de maneira didática abordando Enfim uma série de questões que a gente discutia e
rede reuniões de militância mas que não tinha um material didático para que as pessoas pudessem trabalhar ao mesmo tempo você é best-seller em Três livros emplacados esgotados muito bem Aceito Aceito pela e eu no meu ver no meu entendimento eu acho que esses resultados eles mostram que a população brasileira tinha uma demanda Então os resultados desses livros são quase uma denúncia ou uma espécie de apelo de que as pessoas estavam precisando desse debate é agora quais serão os novos Passos os próximos passos desse debaixo da questão racial que não se esgota com essas Produções ainda
que a gente tenha junto com o sucesso da feminismos plurais o sucesso do seu livro A gente tem a vista meio um Boom de literatura acadêmica de literatura como um todo abordando essas questões raciais E de gênero também é a coleta femininos florais ela é uma coleção acho que é muito importante falar isso na independente é um projeto que nasce em 2017 como eu venho também dessa trajetória de movimentos sociais entendia que era importante seguir nesse caminho da coletividade da publicação de autoras e autores é uma vez que estou bem filosofia e ter estudado filosofia
significou esse tal pensamento de homens brancos europeus durante quatro anos e meio de graduação e dois anos e meio de Mestrado então mas é algo que é uma continuação de trabalhos que já vinham sendo feitos como do Quilombo hoje da editora Pallas mais edições uma série de editoras negras né que entendiam a importância da publicação É como diz a conservar este problema não é escrever é publicar só coleção quando ela surge né Eu acho que ela faz sucesso por alguns motivos primeiro eu acho que concordo atende a uma demanda reprimida segundo porque ela é acessível
na linguagem ela se viu no preço no Brasil em que vem livros podem custar muito caro um caro e não sei ser muito caros e apartar-se era para as pessoas né que o debate ao ele vem igualmente que o debate econômico as pessoas não terem acesso acho que o Outro fator do Sucesso a gente ter feito o lançamento Os fora e vai fazendo lançamentos em espaços públicos que as pessoas se sentem à vontade a gente não entende que a depender do lugar social que as pessoas vêm elas podem ser sentir intimidadas de estar em um
numa livraria ou não Sim se parte a gente também fez doação de livros em todos os lançamentos de todos os autores são todos os eventos as 100 primeiras pessoas ganhavam livros até 200 pessoas já fizemos eventos que entregamos duzentos Livres fazendo parceria no total hoje já doamos mais de 15.000 livros que eu acho que a coleção ela vem seguindo esse caminho que já foi pavimentada e ela faz sucesso por esse conjunto de motivos mas porque também mostra que sai desse lugar né de que literatura negra não vende o reflexão crítica de pessoas negras não vende
e achei um ponto fundamental também é trazer né como compromisso histórico que todos os autores e autoras da coleção sabem que tem que referenciar autores e autoras né E era uma em X então acho que esse conjunto de ações e que mostra aqui na verdade existe uma boa parcela da população que estava querendo se identificar com determinadas reflexões críticas mas não via e nesse sentido não tem como não falar da Lisandra Amazon que a diretora da editora Jandaíra que topou esse projeto com a gente de fazer uma parceria porque isso é novo no mercado editorial
Nós não somos submetidos a editora Nós somos parceiros significa que nós dividimos custos e lucros ela entendeu a importância de fazer isso e de mostrar essa potencia toda dessas autoras e autores que vinham sendo invisibilizados no debate público então Sem dúvida nenhuma coleção ela é um arco editorial no Brasil e que também faltou o debate público agora o caminho é seguir publicando eu acho que é importante a gente trabalhar nessa Perspectiva da publicação de deixar o registro histórico daquilo que a gente produz numa e como é que historicamente apagou o as epistemologias negras e os
saberes lembro é tem uma folha por favor Boa noite de Camila Que honra tá aqui com você eu queria pegar a situação que a Vera fez no começo quando ela diz que vira a força da mola para impulsionar as transformações e construir pontes e pensar um pouco sobre a construção de Pontes hoje a gente está no momento muito importante do país e do mundo e a gente vê cada vez mais as pessoas polarizando e não construindo Pontes né é a construção de Pontes ela é fundamental para o processo democrático a própria Democracia é um processo
para a gente olhar para essas Pontes entender como é que cada um faz parte que as visões não são únicas Mas isso não tem sido um caminho possível porque a gente olha a construção de Pontes como se a gente não tivesse as nossas próprias convicções como se a gente não pudessem e a gente desaprendeu a discordar e eu queria que você Contasse um pouco nesse caminho da construção de Pontes O que que você tem visto como as grandes estratégias para construir esses universos essas esses diálogos improváveis e necessários para gente pensar a transformação e o
que que você considera ainda que seja um grande desafio para gente e é eu pensei Então esse importante a gente construir pão x né já existem muros demais mas eu também pensa que as pessoas elas estão muito no lugar hoje é de ou você concorda comigo ou você é contra mim tem e eu que vem de uma tradição na filosófica isso para mim é significa inclusive a morte do pensamento crítico na Nick lá em latim significa reduzir a nada então você concorda comigo eu vou te reduzir a nado e a Justamente por isso que eu
não tenho algumas redes sociais porque eu acho que o debate que é tão importante essa construção histórica que é feita fica muito reduzida Às vezes a três linhas de Twitter e eu acho que a gente não pode fazer a toda a trajetória sobretudo das que vieram antes do que está acontecendo agora essa necessidade de Pontes muitas vezes a a uma discussão que fica nas redes sociais muito no campo extremamente superficial esvaziado Justamente por isso que eu acho que a gente não pode o Olá essa discussão que o que acontece nas redes sociais até porque a
gente está falando de um país que boa parte da população não têm acesso à internet Claro que as redes sociais tenha sua importância mas muitas vezes a gente se assusta com esse tipo de comportamento das pessoas porque a gente tá muito numa bolha de rede social no passado 2019 eu fiz 174 eventos no Brasil e fora e eu sou oportunidade de a lugares que eu nunca tinha ido com a minha pôde no interior do Rio Grande do Norte de te dar Mossoró de ter ido ao Acre há 2 anos atrás e fazer a discussão para
as pessoas ali é pessoalmente é muito diferente então às vezes a gente tem uma dimensão do que acontece nas redes sociais a gente acha que essa dimensão a dimensão que atingiu a todos e todas e ela não atingiu Ainda bem né Então acho que essa minha essa minhas viagens pelo Brasil pelo Brasil profundo tô indo para além dessa lógica sul-sudeste ela me fortalece Porque de fato o que acontece muitas vezes nas redes sociais ela encher de síndrome de alta importância e reduzindo debates que são extremamente complexos né em três linhas não dão conta de pensar
toda a complexidade que é o Brasil tudo que vem sendo feito em várias regiões do Brasil e que não são visibilizados e a Justamente por isso que eu continuo acreditando nas pontes porque eu não me baseio no que acontece nas redes que às vezes fica um espaço muito do Ego muito do esvaziamento do pensamento crítico e no antiintelectualismo que não avança e que não encontra pontes e que não pensa as nossas diferenças Como diz Angela Davis como fagulhas criativas pensa as diferenças como forma de Aniquilação Ou trata determinados autores como Intocáveis na O que é
extremamente anti-intelectual é porque a crítica no próprio sentido kantiano o sentido de apontar alimentos não deveria ser algo visto como inimizade mas sim como mola propulsora propulsor inclusive para gente pensar mais Pontes que o planeta por favor minha irmã que o primeiramente eu queria te perguntar sobre mês da consciência negra que é uma incrivelmente importante para falar sobre pautas que esse país sempre ignorou mas ao mesmo tempo a gente tá falando para uma bolha como você falou dentro das redes sociais e a pergunta é como é que agente faz para essa agulha para a gente
estourar esta bolha e começar a falar na periferia como é que a gente fala para o motorista como é que a gente fala para doméstica como é que a gente falar para o porteiro é você acha que essa discussão ainda consegue chegar nesses lugares apesar da internet ser um importante espaço de diálogo ou você acha que a gente não está muito longe de chegar a conversar com essas pessoas porque a gente sabe que muitas pessoas ainda a metade do que se fala algumas pessoas ainda são muito acadêmicas não falar a gente tem muita dificuldade de
falar de uma forma mas com cinza mais simples para onde a gente aponta essa discussão como é que a gente faz nossa voz chegar nesses lugares que diz que conheceu e e continuar trazendo aí eu gosto dessa pergunta de mas também acho eu da importância da gente a gente responsabiliza não é muito claro que nós somos negros e negras a gente vai se responsabilizar mas é muito importante que as pessoas brancas se responsabilize né pra gente coloca na gente sendo que nós a gente vem de um lugar em que a gente muitas vezes não têm
poder institucional para fazer isso então acho primeiro a gente precisa continuar faltando a democratização das mídias que é fundamental a gente precisa continuar defendendo projetos políticos que de fato defendo a democratização da educação a gente precisa defender políticas públicas e na contramão do desmonte das políticas públicas porque nós Olá queridos o nosso poder ele é muito restrito nem muitas vezes as pessoas cobram de nós né a vocês não chegam na periferia mas o que que essas pessoas estão fazendo para e também fica um lugar de achar que a periferia uma entidade que lá não tem
pessoas pensando trabalhando produzindo tem uma série de coletivos tem uma série de ações aconteceram na periferia as periferias também é um lugar de potência e nós só olhamos para a periferia pela Perspectiva da escassez não é porque não está nas redes sociais que não está acontecendo Então acho que é muito importante a gente olhar para Além disso né E também cobrar né que o pessoas que são privilegiadas entendam a importância de também se mobilizarem porque nós encontra negros e negras nós fazemos muito estando Vivo está faltando um debate vindo de um lugar de opressão que
acumula quase quatro séculos de desigualdade de material então acho muito importante que a gente também não se Coloque esse peso entendemos nossos alimentos os devidos Mas também de cobrar certas instâncias e defender de fato projetos políticos que vivem essa democratização do conhecimento Fernanda por favor Boa noite de Camila é fala em Privilégio Eu queria saber um pouco a importância da diferença entre o feminismo negro e o feminismo que você mesma é chama de age Mônica tenho lido muito autoras negras e uma das coisas que me fez assim é ficar um pouco chocada é o quanto
o empoderamento das mulheres brancas dependeu O Depende de uma opressão ainda as mulheres negras muitas vezes especialmente no Brasil Então eu queria que você falasse um pouco da importância do feminismo negro e especialmente aqui no Brasil e é eu gosto dessa pergunta Fernanda porque é o feminismo negro brasileiro ele apesar de trazer uma série de potência de como lélia Gonzalez dizia descansar modelos alternativos de sociedade acabou sendo movimento muito invisibilizado na no Brasil o feminismo Negro em geral mas porém a gente tem ainda Como dizia lélia Gonzalez e cala curtir ele vai falar brilhantemente no
seu livro interseccionalidade A gente ficar dependendo dessa postura missionária do Norte Global claro que o feminismo negro estadunidense é importante não é hegemônico nos Estados Unidos por está localizado no nosso Global mas acaba no Brasil por ser do Norte Global sendo recebido como o feminismo negro né negando aí uma série de complexidades que as feministas negras e latinas trazem eu acho que feminismo negro é muito importante porque ao contrário do que as pessoas pensam não é o movimento sectario né muitas vezes as pessoas falar está dividindo na verdade a sociedade já é dividida né o
mesmo opressão de classe sexismo já dividem a sociedade colocando a mulher negra na base o branco no topo nomear essas operações pensaram os feminismos negros é justamente Quando vai ter uma divisão que já está posta tô nesse sentido são mulheres negras pensando o mundo mas não somente naquilo que dizem respeito como historicamente os movimentos sociais fizeram o debate é de gênero né Como dizia audre Lorde que diziam aqui o debate de gênero somos todas mulheres aqui o debate racial que o debate é de classe EA mulher negra pobre né que entre Cruz essas opções fica
aonde então os próprios movimentos também reproduziram uma lógica de arquivação e o feminismo negro não ao pensar interseccionalidade vem dizer que não pode haver como é uma primazia de uma opressão sobre a outra Como diz Angela Davis entender isso entender que a gente tá discutindo o projeto de sociedade e não somente aquilo que nos interessa Então nesse sentido acho que me diz negro o que vende lélia Gonzalez Luiza bairros Vilma Reis e tantas outras mulheres negras foram muito importantes para visibilizar as nossas Produções tanto na história mas conta na teoria e para mostrar que não
tem como a gente universalizar as categorias porque isso a reproduzir a lógica do poder e manter aqueles indivíduos que entrecruzam opressões de fora né e trazer esse questionamento esse aprofundamento inclusive para o feminismo hegemônica inclusive para os outros movimentos que não tem como nós falarmos de mulheres sem falar de mulheres negras sem falar de mulheres indígenas sem falar de mulheres lésbicas e que se mulher não é uma categoria Universal homem também não é né então quando a gente fala o homem de qual homem nós estamos falando para fazer nos Felipe Carneiro já que o homem
negro também é discriminado e está abaixo da mulher branca na pirâmide social o feminismo negro é necessariamente anti-racista anticapitalista a gente Six está pensando em todas as identidades e não somente naquelas que nos dizem respeito certo com isso a gente encerra o primeiro bloco uma primeira rodada de perguntas vai para um breve intervalo e volta já fica aí ó nós estamos de volta com a entrevista com a filósofa de Camila Ribeiro Camila 2020 foi um ano muito importante na luta anti-racista episódios como a morte assassinato no George Flórida nos Estados Unidos o assassinato do menino
João Pedro aqui no Brasil levaram milhões de pessoas às ruas lá e aqui é em plena premia ele exigindo direitos e lutando contra violência aqui policial e lá também é você acha que isso teve um peso importante nessa nesse resultado da eleição norte-americana que peso foi esse como você vê o papel do ativismo negro na política de lá e se isso pode ter um paralelo aqui no futuro próximo também e é lá o ativismo negro foi fundamental né para eleição do weyden e da hits né o próprio para o como organização também de muitas mulheres
negras na inclusive em cadastrar eleitores negros e sem inegável no próprio mapa que a gente vê o quanto que as pessoas negras votaram mais nessa Chapa Democrata não que a gente acredite que isso vai ser a grande solução porque aí ficou também todo um debate nas redes sociais né de dizer que isso não ia mudar a realidade mas a gente percebe que primeiro que tem um valor simbólico inegavelmente da kamala que é uma mulher afro-americana de tá primeira vice-presidente é mas também não é necessariamente um lugar de pro by bem mas contra trump aí quanto
que é essa organização foi importante dos movimentos negros para isso por quanto que isso deve refletir Aqui as pessoas entenderem que isso é uma questão meramente identitária como é colocado o muitas vezes é colocado é eu era muito desrespeitosa em relação as nossas lutas pela na verdade elas são lutas estruturais e Sem dúvida nenhuma é isso implica no Brasil porque a própria eleição no bolsonaro quando se Analisa também o mapa maior parte dos eleitores do bolsonaro são homens brancos de classe alta né a maior parte das pessoas negras por mais que tem um pessoas negras
que votem nesses projetos políticos A grande maioria não voltou Então acho que isso mostra a importância dessa mobilização EA importância da gente olhar para essas questões com mais profundidade e não como um debate secundário é inegável que a gente entende todos os limites desse sistema é inegável que essa Chapa é a própria geladeira e defendeu a kamala mas a Rute Rio more que é uma outra amiga da Davis uma abolicionista geógrafa importante cima Estive com ela no evento semana passada era contra mas aí eu acho que mostra também a importância da gente saber dialogar da
gente não é a e as pessoas que pensam diferente que também fica no lugar de uma arrogância de algumas pessoas olha vocês estão achando que eles vão salvar o mundo na verdade todo mundo sabe que não vai mas é importante era importante tirar o trump era importante e tirar um presidente assim estar importante tirar um presidente que defendia a supremacia branca e não que a uma ingenuidade nessa mobilização negra em relação a Vitória dos Democratas mas que mostra o quanto que essa organização desses movimentos a foi fundamental para a eleição nos Estados Unidos certo tá
aberta Rosa gente primário Johnny o caminho aqui da Vera que a Vera Tá falando essa coisa do George Flora é de que é porque ocorreu lá e que gerou uma série de debates que acaba tomando conta do mundo inclusive do Brasil Você não acha que existe um caráter extremamente vira-latismo nesse bumbum né Carol como Silvio Almeida que já esteve aqui falou da Micareta racial aquela busca desenfreada Por que a gente aqui tá e os problemas os mesmos impasses da questão racial e nunca ninguém deu atenção então por que que precisa um norte-americano negro norte-americano passar
por situações que aqui na periferia acontecem diariamente cotidianamente e agora as pessoas falam a respeito disso acho que também não seria o momento da do Brasil fazer um debate racial também voltado para a realidade territorial para realidade geográfica que a gente tem aqui não sempre olhando para o lado de fora sem dúvida os movimentos negros sempre faltar essas questões aqui no Brasil na questão é que não recebi a tanta visibilidade tanta atenção até por conta do nosso histórico né enquanto um país que não é faltou a questão racial é qual a profundidade merecer por conta
dessas séries de políticas o avestruz combater kabengele munanga da democracia racial Com certeza muitas pessoas acabaram descobrindo o racismo no Brasil e depois em junho o mundo em junho Sem dúvida nenhuma a gente no Brasil a gente tem seu olhar mais para as coisas que acontecem não fora necessariamente para as coisas que acontecem no norte Global porque se são desastres também assassinatos massacres se acontecem na África ou acontecem inf na Ásia não traz tanta atenção do povo brasileiro existe ainda um componente muito Colonial na forma como nós inclusive nos mobilizamos ou de que a gente
vai ter empatia sobre determinados casos Mas independente disso eu acho que está posto infelizmente a gente precisa avançar Mas independente disso não dá para negar que é que essas mobilizações de pós assassinato de Jorge foge trouxeram debates importantes ou visibilizar ão debates importantes São Claro concordo que a gente precisa avançar que a gente precisa entender o João Pedro menino de 14 anos havia sido assassinado um pouco antes de hartford isso não gerou comoção mas a gente tá falando de um país que todos os dias na televisão o aberta passam programas diários várias horas de programa
O expectador ização da criminalização das favelas a gente está falando de um país que não tem a mídia democrática a gente está falando de um país que esses debates são super difícil de entrar na mídia hegemônica né inegavelmente claro que precisamos avançar e além mas eu não Retiro um ganho que existiu deste debate que de fato Ele trouxe algumas reflexões que foram importantes apesar da gente precisar e a lenha a Camila vamos aterrissar eleições municipais pela primeira vez nós temos mais candidatos negros que se autodeclaram negros como candidatos e candidatas nessas eleições a gente tem
o número crescente de mulheres e isso aponta para algumas preocupações que eu acho que a gente precisa ter de entender porquê que esse fenômeno aconteceu né é a gente tá no momento muito importante eu queria que você Contasse e conversar um pouco com a gente sobre isso né como é que você vê é porque a pandemia ela não trouxe nenhum problema novo mas ela nos desafia e nos catapultas para pensar processos novos problemas antigos que a gente tinha esse ano a gente não teria as eleições em novembro Então você tem novembro negro junto com as
eleições nesse cenário Então queria que você falasse um pouco sobre Quais são os desafios as oportunidades as estratégias importantes a gente está a em uma semana no primeiro novo do processo eleitoral não é do primeiro turno eu queria que você trouxesse um pouco sua reflexão a gente pegar um gancho na o fone para trazer alguns números para ajudar a gente nessa conversa o TSE a mostra que houve um crescimento 53 por cento e mulheres eleitas na última eleição mas segundo o Instituto alziras a atualmente somente doze por cento das prefeituras são comandadas por mulheres e
apenas três por cento dos Municípios são comandadas por mulheres negras então a eu gostaria também de saber dentro desse cenário qualquer importância que você ver para gente abrir a negociação já que a filosofia arte da da reflexão e do questionamento a política é a arte das negociações qual a importância da gente abrir negociações e conversas ao respeito do que mofone falou para a gente avançar nessa Pau e é eu penso que é importante nos mobilizarmos em torno de candidaturas de mulheres sobretudo negras é que tem um compromisso com as nossas faltas históricas eu acho que
a representatividade é importante é fundamental até porque a gente vive num país que mulheres sobretudo Negra não estão no espaço institucional como deveriam mas eu acho que é importante a gente avaliasse de fato essas candidaturas tem um compromisso com as pautas que são importantes para nós enquanto o povo negro e quanto mulheres negros e se sentir eu acho que é muito importante também fazer a crítica aos próprios partidos mesmos partidos de esquerda no Brasil e que as candidaturas negras recebiam muito menos a dinheiro do fundo partidário a gente sabe que se não tiver dinheiro a
gente não consegue fazer campanha Então significa que esses partidos estavam privilegiando ainda somente candidatos e candidatas brancas ficam nós falamos em mulheres né como desfile carna ele tem que falar quais mulheres nós estamos falando e que são mulheres têm muitos e é de acessar dinheiro por isso foi tão importante essa decisão do TSE né da paridade racial Porque precisamos de fato é que haja uma paridade a gente tem candidato as brancas recebem centenas de milhares de reais para fazer suas campanhas e temos candidatas negras no recebendo quase nada então quê que isso nos diz esse
projeto político de esquerda que ainda privilegia uma supremacia Branca Então acho que é fundamental nós criticaram esses Que bom que saiu essa decisão fruto de reivindicações dos próprios movimentos negros mas o quanto que é importante nós nos mobilizaram os entornos de candidaturas de mulheres negras sobretudo que tem um compromisso de fato com as nossas faltas e que não sejam meramente utilizadas né Por uma pertença que representa atividade pelos homens do poder mas que na verdade é só mais uma maneira de escamotear essa discussão que é tão fundamental pegando o gancho e eu acho que é
importante essas medidas como eu falei né do TSE e que veio por cobrança dos movimentos lembro de ter essa variedade por mais que nós tenhamos a cota de trinta por cento para as mulheres é Muitas vezes os partidos só preencherem essa cota para cumprir essa cota mas não apoio essas candidaturas e pode tem questionar de fato Qual é o apoio que os partidos estão dando para essas candidaturas sobretudo se são mulheres periféricas mulheres negras que vende uma realidade de desigualdade material e se de fato esses partidos têm um compromisso e energia essas mulheres por uma
coisa é se candidatar outra coisa até o apoio para se eleger e pensa que esses movimentos que as próprias mulheres negras tem feito nos últimos anos de laser suas candidatas de trabalhar em torno dessas candidaturas é fundamental e a gente entender que o debate anti-racista o debate feminista o debate é esse opressão de classe o debate de novo né de rede social é um debate de projeto político a gente tá discutindo Qual é a sociedade que a gente quer e de fato a gente precisa cobrar que existam mais mulheres comprometidas E que esses partidos de
Fato né apoia em essas candidaturas para que elas têm condições reais de serem eleitos a dele eu tenho uma pergunta sobre um livro manual para imprimir numa zona de racista tem um capítulo que chama reconheço os privilégios da branquitude e a branquitude no Brasil ela sempre se ela se viu um intelectual ela sempre se viu né Sempre no outro lugar e como é uma discussão que é tão importante no mundo falar sobre raça sobre Equidade foi acontecer para os bancos brasileiros tão tardiamente é que ele acontece isso você é uma filósofa que conseguiu com um
poucas mulheres no nosso país que está no mundo os números seguidores expressivos 1 milhão de pessoas que seguem nas redes e por conta do seu intelecto isso é uma coisa é novidade nas redes sociais porque não é assim geralmente funciona ali junto com o ator Paulo Gustavo se lançaram a moda de emprestar as redes sociais Então são duas perguntas primeiro Como pode a branquitude no Brasil Abrantes idade no Brasil até estudar entanto os colégios caros ao meu Deus viver viajar pro exterior entender nada sobre o país que eles moram sobre a própria história que ficam
chocados e dois você acha que no momento posso pandemia essas pessoas que agora estão Presas no Brasil não podem voar para lugar nenhum não pode ir na torre de ferrugem não pode no Pacajá tá dando para fazer nada você acha que eles vão cansar depois disso vai deixar de ser moda para ele bom é essa questão não é muito o quanto que Academia Brasileira era eurocêntrica né o quanto que tá entranhado de colonialismo a gente está num país de maioria negra em que nós não estamos nos Espaços acadêmicos como deveria Claro é por isso que
as ações afirmativas muito importantes no Brasil mas ainda muito aquém do ideal e o quanto que para citar né se dá bem que esse pacto Narcisa narcísico da branquitude se dá eu vejo isso com uma afirmação do projeto colonial do silenciamento como desgraça aqui lomba e o quanto que nós éramos visto somente como objeto de estudos e não como sujeito sistema lógicos e tem um incômodo também hoje com isso com um número maior de pessoas negras na universidade a gente começa a perceber uma maior tensão então de bater raça muitas vezes para essas pessoas é
colocada como algo menor o identitário quando são as pessoas negras fazendo esse debate não é muito interessante que a branquitude não pensa que branquitude também é uma identidade que mais comunidade também é homem de identidade Então identitários são sempre os outros né Então na verdade que a gente tá trazendo é um debate sobre a importância de coexistir dentro desse espaço e de não ser mais definido por esse olhar do homem branco e que nos marca e outra nos marcou com um objeto e nos querem se logo fixar nesse lugar de objeto é interessante Quando eu
escuto muito isso é nessas discussões sobre tudo sobre lugar te fala então as pessoas ali agora os homens brancos não podem mais falar quando não puder é eles falaram historicamente a lugar e se fala é o interdito ao contrário lugares de fala é irrefutável interdito que já está posto porque se não tivesse interdito eu teria estudado Angela Davis lélia Gonzalez Luiza bairros na universidade então ainda é um lugar que muitas vezes eles recorrem ao senso comum e inclusive para a manutenção do Poder eles preferem recorrer ao senso comum eles não leem as nossas Produções intelectuais
mas querem falar sobre elas bom mas já estivemos no espaço acadêmico a gente tava a gente não pode falar nada que a gente não saiba se a gente não lê a inclusive para criticar um objeto de Cristo a gente tem que ser censurável só a gente percebe também uma falta de respeito em relação ao seu interlocutor a interlocutora sobretudo é uma mulher negra é preciso nem estudar e eu posso refutar aquilo dizer que é uma bobagem como muitas vezes acontece com intelectuais Branco falando sobre lugares fala até a mesma coisa de é um negacionista né
a mesma coisa de debater terraplanismo negar né os processos históricos se criar as desigualdades e que impediram Que nós tivéssemos oportunidades iguais de acesso Então quem não ler intelectuais negros indígenas e outros grupos sociais e está com compromisso de legitimar uma supremacia branca e aí eu acho gravíssimo porque faz até está legitimando o racismo científico né do século 19 ao colocar que só a pessoa que pessoas brancas eram superiores em telectualmente as pessoas negras ou a continuar hierarquizando as nossas epistemologias Como dizia lélia Gonzalez que é ser a liquidação acontece fruta da classificação racial da
população então não tem como a gente legal isso e esse incômodo pela nossa o maior número de pessoas negras sobretudo de mulheres negras as regras são muito mais respeitadas dentro desse lugar da intelectualidade é sobretudo porque estamos discutindo poder né e Isso incomoda mas é fundamental que nós façamos que para mim não há grupo mais identitário no Brasil do que o homem branco heterossexual rico né Ele fala para se ele só se nele só governa para sim né identitária estão sempre os outros então essa invenção moderna do sujeito Universal ela precisa ser questionado e ela
incomoda quando nós marcamos esse sujeito branco e dizemos Você também é específico você fala do lugar do Poder você fala do lugar da Privilégio EA Justamente por isso que traz tanto incômodo eu queria trazer um outro elemento nesse o racismo estrutural brasileiro que é a língua a língua portuguesa assim como o país foi fundado no você disse faz fundada no racismo essa língua se desenvolve né a língua que a gente fala se desenvolvem nessa configuração e social e na verdade é que eu queria saber como lidar com a língua portuguesa não só nas coisas mais
óbvias ou mais ofensivas mais na se utiliza como por exemplo é deixar de dizer escravo e passar dizer pessoas escravizadas sutilezas que para muitas pessoas para branquitude é podem ser parecer irrelevantes mas que na verdade estão construindo uma uma visão de mundo né essa pergunta é muito importante porque muitas vezes quando a gente traz esse debate as pessoas mais floristas incomoda não não podemos mexer na língua Como se a língua também não fosse construída e a língua não fosse viva né E também tendo linguagem como forma de vida como dizia Vixi quem está aí né
a linguagem também é baseada nos valores de uma sociedade não é meramente uma toada de palavras né Como dizia de lidar é evidenciar eu era aqui é violenta que determina quem pode quem não pode falar então negar essas construções né na linguagem na língua é querer negar né a própria estrutura estrutura dessa sociedade Por que que a gente diz que cabelo crespo é ruim por exemplo e não disse que é um cabelo diferente o porquê que a gente fala escravo tentando naturalizar uma condição negando a ação de um sujeito que colocou um grupo naquele lugar
de escravisado né então é muito importante encher esses questionamentos porque senão a gente continuar leite e te mando uma série de valores que são extremamente opressores ou quando a gente diz por uma por um homem para ofendê-lo você joga como menina que significa que ele joga mal o que tem por trás disso né mulheres são construídas no lugar de fragilidade de fraqueza numa sociedade patriarcal são vistas como inferiores socialmente então isso se reproduz na língua então acho que é muito importante que a gente E essas discussões e Saia Desse Lugar do intocável é porque a
própria língua portuguesa foi imposto para nós falar a língua do colonizador Mas mesmo no Brasil é com vai dizer lélia Gonzalez tem uma série de influências de línguas africanas indígenas no Brasil e que não ela vai falar Eles não sacam que estão falando Preto gays nela estão rindo das pessoas que falam errado mas não está com que ali tem uma referência de uma língua africana que de repente não tem o Hélio mas tem o r e o conta também falta de conhecimento nessa arrogância de Quem determina quem fala errado porque também não percebe uma série
de influências dos povos que foram escravizados no Brasil e que influenciam esse português brasileiro que muitos linguistas vão falar que a gente fala brasileiro inclusive e não não percebe essa influência Então acho que é um debate fundamental porque muitas vezes as pessoas falam que é algo a não é deliberado não é negando essa própria estrutura é que quando a gente fala seu Negro para uma pessoa a gente acha que está ofendendo essa pessoa porque que a gente fala seu gay nesse tom a gente acha que está ofendendo uma pessoa porque que essa série de conotações
é porque a sociedade é homofóbico é porque essa cidade é assim sempre que a sociedade é machista acho que já discussão essa feita por neste nada ele é a esse propósito de Camila você outros teóricos negros Já disseram várias vezes que a gente vive o mito da democracia racial e que o racismo no Brasil é silencioso mas ele se tornou Rua idoso nos últimos tempos Né desde a eleição do Jair bolsonaro tem uma certa autorização de um discurso violento racista tem pessoas colocadas em postos de poder como presidente da fundação Palmares que faz um discurso
contra os próprios movimentos negros é este momento do Brasil em que se tornou autorizado pelo presidente da república e pelo seu entor e assista fazer piada com negros dizer que o Fulano pesa em arrobas etc isso suscitou uma reação maior por parte da sociedade tanto Branca quanto negra que é anti-racista e isso nos permite avançar nesse debate a gente precisa Expressar e expor o racismo para avançar para o outro lugar Essa é a gente Infelizmente hoje no Brasil não é o projeto político que vem seu é um projeto deliberadamente a gente sabe antinegro ante o
populações negras indígenas em dúvida em mulheres também não esqueçamos da Damares também Ministério das mulheres enfim fazendo fala es totalmente contrárias Às nossas reivindicações históricas como mulheres um momento que a secretaria de mulheres não tem mais orçamento para o enfrentamento à violência contra a mulher não faz que é 5º em feminicídio quanto que esse presidente também naturalizou né a violência misógina ao dizer coisas no texto porque você não merece e que isso não é só o que ele diz na sua fala isso é o que representa esse projeto político de desmonte de políticas públicas de
ataque Educação de corte de orçamento de não titulação de terras quilombolas então Acho que o mais grave é a desse Presidente Claro ele falar esse tipo de coisa e continuar a Presidente é um grande absurdo Sem dúvida nenhuma e quanto que é essa fala dele é assim se do seu projeto político né quando a gente Analisa é de precarização de vidas de precarização da população negra e aí para mim que a questão mais importante porque Claro a gente tem que combater o que ele fala que as pessoas realmente se sente autorizadas mas sobretudo é importante
a gente está atento a este projecto político e o quanto que esse projeto político vai significar é um reforço Da Lógica de repressão na segurança pública para com a população negra é vai significar o deixar morrer de uma série de mulheres no país e que a quinta e feminicídio que é quatro em casamento infantil E que esse governo e políticas afirmativas e dos e políticas afirmativas e que infelizmente essas políticas que vão ser muito mais danosas na vida da população acha que esse presidente da fundação Palmares tão grande problema evidentemente mas é pensa que ele
não é o problema principal o principal é esse governo que se ele sai vai entrar um outro esse entrar uma pessoa branca vai entrar uma pessoa que vai reproduzir vai seguir o que o projeto político do bolsonaro é preconiza o grande problema é esse projeto político Sem dúvida nenhuma porque eu trocam-se as peças mas continua a mesma estrutura uma forma eu vou te pedir licença para que a gente precisa fazer um outro intervalo mas eu volto com você no próximo bloco não sai daí rapidinho e E aí e nós estamos de volta com a entrevista
com a Camila Ribeiro e a pergunta agora é da mafoane Odara bom queria pegar o gancho do final do último bloco e voltar para discussão sobre projeto político é a pandemia ela trouxe pela primeira vez eu nunca tinha ouvido os políticos pensarem sobre projeto político para o Brasil não é a gente sempre pensa pelos próximos quatro anos e a pandemia necessariamente nos obriga a pensar que os efeitos do que a gente vai fazer agora só vão surtir de fato efeito daqui a dois três anos então quanto mais a gente adiar e a gente está vivendo
também né pegando a a pergunta que a Fernanda fez com relação à comunicação que esse discurso que tá colocado negacionismo sobre todas toda a prevenção necessária para esse momento né o primeiro discurso do vai bem foi usem máscaras isso não é uma brincadeira são 120 mil pessoas a todos os dias infectados nos Estados Unidos e o Brasil só não está nesse estágio porque a gente tem o SUS que é um sistema por todas as críticas que a gente possa fazer um sistema que funciona e é o que nos ajudou a chegar onde a gente tá
então eu queria que você falasse Qual é o projeto político que você acredita para o Brasil e a segunda pergunta que não quer calar Quando você vai se candidatar a tá bom bom eu penso que o projeto políticos necessariamente eles precisam ser anti-racista no entendimento do que é ser anti-racista eu tenho lido muitas autoras da Índia bate levá-la também que a autora indiana ela fala e de empoderamento e democracia por exemplo tô pensar outra feminista é um debate democrático pensar em ti racismo é um debate democrático e muitas vezes isso Não é entendido então nas
minhas aulas né Estou professora Universitária a gente tem discutido isso mas então defender uma cursos defender a democratização da educação defender um projeto de habitação ele precisa Isso são são medidas necessariamente em sexistas e anti-racistas que muitas vezes isso é visto somente secretarias específicas né Vamos ter uma Secretaria de igualdade racial a secretaria de Equidade de gênero mas na verdade quando a gente pensa interseccionalidade aí citando Carla akotirene novamente se tu não tá falando somente de uma O que é analítica a gente não tá falando somente de um conselho pra gente está falando de ferramentas
de políticas públicas então se a maior parte da população que vive nas ruas é negra na hora de pensar um projeto de habitação necessariamente a questão racial precisa estar presente assim como a questão de gênero um país que tem um processo de feminização da pobreza que mulheres que são sofrem violências domésticas muitas vezes não tem pão de sal gente está falando de educação necessariamente pensar educação é uma política de racista e não pensar de forma isolada e específica muitas vezes como isso é feito no Brasil um país de maioria Negra então falta o entendimento né
de que pensar em ti racismo anticapitalista real né e não essa coisa de atacar indivíduos por a gente pensa em capitalismo real a gente está indo contra projeto de desmonte a gente está indo contra a lógica neoliberal que afetar a vida das pessoas e vai precarizar ainda mais a vida das pessoas Então acho que o projeto político precisa ter esse entendimento de pensar essas questões e naturais e fato e não como específicas e precisa ser de fato um projeto de sociedade um projeto de poder como muitas vezes é o que vem que é o que
a gente vem vendo no Brasil infelizmente só consegue dar um exemplo pois em para a gente é bom a gente ainda tem no Brasil é muitas vezes a população negra muito utilizada como uso político sua mente e não de fato como sujeitos políticos que a gente enxergue as pessoas negras como beneficiárias e políticas públicas e não como Aquela segundo sentar lá para pensar as políticas públicas a gente não reconhece ainda a intelectualidade de pessoas negras para estar está nesses nesses lugares de decisão muitas vezes querem a gente só ali um lugar muito do fetiche de
uma fertilização ali fazendo coisas muito mais que eles consideram ali de base não sentido bom da base porque eu faço trabalho de base nesse sentido mas não preocupar determinados cargos e isso e e mais essa questão a mas a gente está lá tanto faz quem está lá então ainda fica muito no lugar de não nos Enxergar como pessoas que estão aptas para estar nesses lugares de decisão ou ainda pensando pensar anti-racismo é como uma maneira como modo de vida e não como um projeto político então discutir Democracia é discutir anti-racismo necessariamente é discutir essas políticas
que são tão importantes curte economia no Brasil em que mulheres negras proporcionalmente sente mais o peso dos impostos discutir é como que as mulheres negras ficaram no lugar maior de informalidade Então na hora de discutir emprego como é que a gente tá discutindo essas questões das mulheres negras no país em que 6 milhões de mulheres negras empregadas domésticas e o que a gente vê que isso muitas vezes é colocado de uma maneira secundária ou não é primordial quando na verdade é a questão Fundamental e dentro da dentro dessas tô dessas áreas todas dentro disso a
pergunta da mafa e tem algum projeto de candidatura política Por enquanto não é prefiro continuar publicando livre é não tenho uma isso não quer dizer que o fecho as portas para isso pode ser que daqui uns anos me interessa mas nesse momento da minha vida ainda não estou muito focada em apoiar outras mulheres outras pessoas mas por enquanto não Talvez um dia eu acho que ele ia fazer uma pergunta você é voltando nessa questão da das eleições municipais a política e tudo mais a gente quer voltar em candidatas prioritariamente pessoas feministas por queremos voltar e
mulheres agora como que a gente vai conseguir não é para nós que conhecemos Estamos acompanhando o debate político eu acho que a gente tem ótimas opções né para ver e ansa enfim até para prefeitura também tem uma candidata a mulher negra que não tá recebendo a enfim o devido espaço Mas como é que a gente pode avaliar se uma candidata está de fato uma das pautas que a gente considera prioritárias para emancipação social para transformação que o feminismo negro ta pretiando como é que a gente o que a gente precisa observar nessas candidatas acho que
a importância avaliar suas propostas eu acho que a importância avaliar a trajetória dessas mulheres é mas eu acho que também a gente pesa muito a mão às vezes quando são as mulheres negras né quando estão homens brancos Geralmente as pessoas encontram muitas justificativas a ele cometeu esse erro mais ele é bom quando a sua mulheres negras a gente tem de muito a pesar a mão ou a duvidar ou a não acreditar tanto né a gente acaba achando que necessariamente essas pessoas não podem ter suas contradições ou elas não podem enfim ter opiniões divergentes trote primeiro
a gente tem que ter mais generosidade eu acho olhar essas mulheres sobretudo aquelas que vende espaços periféricos com muito menos dificuldades com muito mais na verdade dificuldade de acessar determinados espaços e de fato a estar junto com essas mulheres apoiar essas candidaturas é inclusive participando de projetos eu participei de projeto para da formação para mulheres candidatas e sobretudo negras eu acho que é importante a gente também disponibilizar o nosso capital intelectual Para apoiar essas mulheres que não tiveram as mesmas oportunidades de acesso que a gente mas sobretudo também de ter um olhar de obviamente avaliar
as propostas estão de acordo com aquilo que a gente acredita mas eu acho também que é importante a gente tem esse olhar mais de generosidade porque a gente tem de Apesar muito a mão quando o seu mulheres negras ao passo que a gente encontra uma série de justificativas quando são homens brancos né O que é o que acontece Infelizmente hoje eu achei muito interessante pessoas fazerem muito mais vídeos atacando a kamala do que eu bardem e o baile vem que é o presidente eles fazem parte da mesma Chapa então cara se nós vamos Eu não
tenho amizade nenhuma com essa Chapa Eu acho que ela ganhou importante para tirar o trump assim como de a série de pessoas grada kilomba também ninguém é ingênua então fica no lugar também de querer colocar a gente consiste num soubesse com aquilo que aquilo aconteceu querendo negar também o poder de mobilização das mulheres negras para essa eleição mas é muito interessante como os vídeos são muito mais atacando porque a gente pode fazer críticas em atacar as pessoas nas redes sociais precisamos educar nesse sentido atacando a kamala Harris do que o Bayern em que é um
homem branco bilionário e que faz parte da mesma Chapa irão receber o mesmo tipo de ataque que afirmava Elvis então água para gente refletir Inclusive eu queria só complementar assim pegando essa essa direção que você levou você é sempre a gente tava inclusive brincando com os bastidores você sempre acusada de ser Liberal eu já acho que começa errado porque você não pode transformar um posicionamento político uma questão pejorativa numa ofensa ou algo do tipo Então já já mostra uma irracionalidade agora como é que você define uma pessoa Liberal para essas pessoas que acham né que
que uma mulher negra periférica e a pobre que vende uma série de questões e dificuldades que nós sabemos muito bem o que que é né levar no peito certas limitações que a vida nos impõe quanto mulheres Episódio enquanto mulheres negras como é que você definiu para essas pessoas o que é de fato uma pessoa liberar só contextualizando essa crítica o seu suposto liberalismo vem do fato de você ter feito algumas campanhas publicitárias isso foi criticado dentro do próprio movimento negro quando ele teve aqui o Emicida falou muito dessa coisa do estigma de que a pessoa
negra tem que ficar sempre no lugar se ela não pode ascender socialmente que isso é mal visto muitas vezes dentro do próprio movimento o que é que você também formula se entrar primeiro acho que é importante dizer que existem uma série de perspectiva sendo um movimento negro assim como a esquerda você tem várias correntes no feminismo movimento negro também você tem várias perspectivas né não é uma coisa só essa movimentos negros Não Há Nada de excepcional nisso muitas vezes a gente vê aí mas a própria pessoa negra não concorda com ela Bom eu acho que
os eleitores o gol em conservatórios do mundo está tudo bem né mas quando são com as pessoas negras elas acho que a gente tem que concordar em absolutamente tudo negando a nossa própria multiplicidade não nós não pensamos iguais e temos perspectivas diferentes por essa questão do Liberal sistema é muito engraçada né porque também foto muito a leitura né eu digo que a intelectual de três linhas no Twitter Então as pessoas de fato precisam ler né Eu não tenho nem poder econômico para ser liberal e na verdade que você critica determinado autor automaticamente você é liberal
né Como assim essas pessoas que dizem que nós somos liberais estão llegando a histórica a história elas estão sendo a históricas como é que a gente nega a realidade material como é que a gente nega que mulheres negras partem de um lugar que carregam quase quatro séculos de opressão que a gente quer minha mãe foi empregada doméstica a minha avó a minha bisavó e as anteriores a elas foram escravizados e que o ciclo da opressão quebrou não dá pressão né mas o ciclo do trabalho doméstico quebrou na minha geração e querem negar a desigualdade material
da qual ela se beneficiarão a vida inteira então é um lugar que fica num lugar muito desonesto muitas vezes porque de criticar as mulheres negras simples e fazem críticas à determinadas correntes porque eles tratam isso como se fosse time de futebol fica um antiintelectualismo absurdo e eu me vejo como quilombola eu não me vejo como liberar eu me vejo tirando de quem tem para dar um juntei eu me vejo inclusive utilizando a cosmovisão do Candomblé e aos uma mulher que Acredite isso que acreditar na troca que acredita num outro lugar o mundo na Europa então
ele se baseia somente na Europa e autores europeus como os únicos a tratarem de determinados temas e que se você questiona ele já te coloco naquele lugar então geralmente eu não respondo mais a essas a esses questionamentos porque eu acho que o meu trabalho ele é para além das redes sociais eu preciso Honrar o meu trabalho e como fruto do movimentos sociais que eu venho do movimento de mulheres negras desde os meus 19 anos eu venho de uma outra tradição e sobretudo de mulheres negras como a minha mãe quis dizer para mim eu lavei privada
sua vó lavou privada sua bisavó e você não vai lavar não porque é isso seja vergonhoso porque nós tivermos que fazer isso mas por que esse país nos deve então colocar a gente nesse estigma é mais uma maneira de querer desde a gente mata e de achar que a gente tem que ficar só nesse lugar de subalternidade que só Romantizar a pobreza quem nunca viveu né só um mantida pobre não é legal você pobre inclusive nós somos pobres o povo negro fruto de opressões históricas né durante quase quatro séculos Essa sociedade teve como economia com
o vaso da economia escravidão e negar isso essa histórico a história né contexto a história determinação e acho que quem MH isso na verdade está fazendo um um de serviço inclusive quem a Roda com a mobilidade social de pessoas negras quem se incomoda com a ascensão econômica das pessoas negras não deveria estar no campo que diz estava aqui na verdade e isso é fazer couro com a supremacia branca que ainda nos querem nos lugares de subalternidade então eu não me incomodo eu não tenho problema nenhum em viajar não tem problema nenhum e viver a minha
vida porque eu acho que as pessoas é querem nos colocar e determinado as caixinhas e isso é mais uma maneira de reforçar não só racismo mas como a misoginia porque eu sinto que isso é muito mais forte em relação às mulheres negras Então eu acho que essas pessoas precisam na verdade estudar é o que tá faltando época com isso a gente fecha esse terceiro bloco Volta para nós dois fica aí que agora tá esquentando a gente volta já é G1 nós estamos de volta para este quarto bloco da entrevista com a djamila Ribeiro e a
pergunta agora é da Fernanda diamante de Camila a gente viu nas manifestações Black lives matter é muitas pessoas brancas é inclusive protegendo pessoas negras nas manifestações uma atitude anti-racista é física né colocando os corpos ali é claro que é o país é super dividido a gente está falando de uma parte pequena da branquitude Americana e eu queria saber como você enxerga a as pessoas brancas a branquitude brasileira é Progressista digamos né você você nota com esses últimos anos de publicação de autores e debate público você Dota é uma transformação existe uma movimento qual é o
problema E como que você eu penso que sim existiram algumas mudanças Eu acho que o fato desse termo está no debate público é muito importante coisa que durante muitos anos não se esteve é até Tabu né falar sobre Mas pensa que ainda temos muito a vantagem que as pessoas brancas no Brasil mesmo as pessoas progressistas ainda estão muito aprendendo esse debate porque não legitima trata como um assunto menor ou muitas vezes também não tem interesse nem ler essas autoras e esses autores né eu digo o Clóvis Moura lélia Gonzalez kabengele munanga uma série de autores
que estão Nilton Santos né que já esteve aqui no Roda Viva pensando o Brasil mas que ainda são colocados no lugar é de específicos ou não são considerados os cânones então ainda acho que falta ainda é essa leitura de boa parte eu entendo que muitas pessoas de fato ignoram debate nem todo mundo é deliberadamente São pessoas que não tiveram acesso a essas reflexões é uma vez que a gente está num país em que a fazer flexões não estão nos espaços de saber como deveria estar mas existem pessoas que ele faça deliberadamente querem negar a importância
dessas obras e não entendem que não dá para pensar o Brasil sem ler esses autores sem pensar essa questão como Fundamental e se sentem ameaçados até meio que num campo Progressista com o avanço do pensamento feminista negro porque enxerga isso como disputa de poder e não como reflexões que são fundamentais para a sociedade brasileira então Acho que muita coisa mudou eu acho que esses números é dos meus livros de outros autores mostram isso mas a gente ainda sofre uma resistência muito grande por parte de muitos intelectuais que ainda são mantém uma postura ainda muito Colonial
djamila você disse que tá escrevendo um livro sobre colorismo e essa é uma discussão grande no movimento negro recentemente uma das polêmicas envolvendo seu nome nas redes sociais foi o fato de você numa Live o Marcelo freixo tem se referido a uma militante do movimento negro como Clarinha de turbante como você se situa essa questão do colorismo você acha que isso é importante de fato existe essa distinção Ao se tratar as pessoas negras como que é esse debate como ele precisa ser feito na verdade quem tá escrevendo esse livro Alessandra devulsky que é uma pregadora
do direito e foi lançar pela coleção feminismos plurais vai ser o nosso nono título e escolheu entendo que é uma discussão muito importante porque no Brasil por conta de todas essas ideias românticas muitas pessoas negras não sabiam que era negras estão de fato é fundamental que hoje no Brasil a grande maioria se Entenda como negro isso é fruto do trabalho histórico dos movimentos negros num num país que se criou uma série de nomenclaturas para falar que para dizer que a pessoa não é negra então eu concordo muito com que as militantes mais velhas falam sobre
esse tema porém eu acho que muitas pessoas negras que se descobriram e às vezes é recentemente às vezes elas não entendem a importância desse debate como fundamental que pessoas como eu que são pretas e sempre souberam pretas passam por uma série de experiências diferentes a experiência da negritude e ela não é uma experiência Universal e a gente não pode negar isso foi mais que muitas vezes esse tema se já Tabu é fundamental que nós enfrentamos então eu vou muito na linha da lélia Gonzalez Alguns são negros outros são os moreninhos mulatinho sobretudo aqueles que não
entendem qual é o peso histórico muitas vezes se deixar usar por uma branquitude racista para atacar pessoas pretas que estão fazendo seu trabalho honestamente então acha que falta às vezes ainda essas pessoas uma reflexão mais profunda do que a Negritude E qual é o significado de Negritude e para as pessoas que são pretas e que por isso acabam tendo uma série de experiências que são muito mais complexas né a gente vê que sempre tem uma questão dos negros claro que isso não é culpa do a face Negra quem criou estas diferenças foram sistema racista mas
é justamente por isso que negros consciências não podem legitimar essa criação do movimento racista ao se deixar a utilizar muitas vezes por determinados setores para atacar pessoas pretas e não entender qual é o significado histórico disso certa Cristina uma pergunta Jamila ao longo do programa você falou várias vezes sobre como ser mulher negra no Brasil é difícil e a gente tá falando da maior parte da população que é 28 por cento da população brasileira o Doutor Silva Almeida que recentemente esteve aqui no Roda Viva conversando ele é disse que as mulheres negras desenvolveram a tecnologia
de sobrevivência e manutenção da vida inclusive da vida de homens negros que as garante o protagonismo no enfrentamento das questões sociais no Brasil sendo o sustentáculo da vida social Inclusive liderando a pro Oi tá aí a coleções plurais para corroborar com essa colocação do Dr Sílvio é a minha pergunta é dá para ser humana no meio de estudo a mulher negra ela pode apenas existir ela pode errar como é que você lida com seus erros com seu cansaço de uma sociedade que te hesite ser supermulher o tempo todo essa mais essa questão muito importante aqueles
Porque existe toda essa construção de que a mulher negra ela tem que ser guerreiro e ela tem que ser forte foram na verdade a gente tem que ser forte porque eu estava é omisso naturalizar uma pretensão a força da mulher negra é negar né as violências sistemáticas as quais elas elas são 20 mas historicamente Então esse lugar por exemplo a mulher negra forte e irei uma Werneck vai falar nossa tese de doutorado faz com que mulheres negras homem menos na anestesia por exemplo faz com que mulheres negras sejam menos tocadas no pré-natal então quanto aqui
a mente uma construção teórica né as teorias elas são importantes porque elas elaborem organiza a sociedade o quanto que isso vai significar concretamente porque a opressão circunscrevem os corpos os corpos das pessoas é não são coisas abstratas e a gente passa de um lugar que as pessoas elas exigem o a gente é discriminada dessa forma como eu falei mulheres negras são as que mais morrem de mortalidade materna são por volta de Seis Milhões de empregadas domésticas no Brasil uma série de questões a base da pirâmide social ou a gente a deusa a Mili tudo é
que tem que saber tudo que tem que dar conta de tudo atendente de demanda das outras pessoas e eu pergunto quando é que eu sou humana é essa humanidade ela é negada as mulheres negras por conta da opressão e por conta de todas essas criações de que nós temos que dar conta do mundo a mãe preta Aquela que está Sempre disponível para todos e grada kilomba que é uma importante pensadora uma querida amiga uma entrevista que eu fiz com ar em 2016 ela dizia eu quero dizer que tem vezes que eu sei vezes que eu
não sei tem vezes que eu quero tem vezes que eu não quero tem vezes que o Rio tem vezes que eu choro eu quero ter a liberdade humana descer eu eu acho que isso falta as pessoas e por isso que eu não me levo esse lugar de humanidade é quando a Vera na minha apresentação falou longe de ser uma unanimidade Eu também nem quero ser humanidade porque eu sou um ser humano né Eu não tô no concurso de popularidade da fui fazer um trabalho né então pessoa pode gostar de mim que tá tudo bem né
pode não gostar também está tudo ótimo eu também não gosto de uma série de pessoas tem dia que eu também não gosto de mim mesmo e tá tudo velho mas as pessoas também se dão uma importância no lugar eu não gosto de você eu falo cara é isso aí né lide com isso então fica no lugar também de que a gente tem que atender a todas as expectativas do mundo o a gente tem que atender a todas as expectativas do que as pessoas entendem que um ativista é querendo nos colocar em caixinhas Isso é uma
maneira de colonização e sua maneira de negar Nossa humanidade então para O Anthony Morrison que é uma das minhas escritoras favoritas no mundo falta dando entrevista para Oprah Winfrey ela fala nossa tão demais você é muito segura né E ela responde sim eu sou e a outra falar que bom que você não ficou imagina né você conhecer esse lugar mas nem onde vem essa sua segurança e ela respondeu porque eu tenho me sinto muito confortável com as minhas qualidades e que os meus defeitos né e eu me sinto muito confortável com as minhas qualidades que
os defeitos que são próprios do humano e que as pessoas querem negar sobretudo quando nós somos mulheres negras sobretudo quando nós somos ativistas elas acham que a gente tem que ficar seguindo determinados scripts e eu me nego isso porque tá tudo bem Eu não estou no concurso de popularidade Eu não quero o seu anime mas as pessoas têm que respeitar o nosso trabalho que conta não é um Twitch O que conta é 134 eventos 15 mil livros doados a que conta são 13 livros publicados o último sendo mulheres quilombolas escrita por 18 mulheres quilombolas de
vários territórios do Brasil E é isso que conta agora você gosta de mim você não gosta de mim é uma questão que as pessoas que precisam lidar Adele diz que eu queria falar um pouquinho sobre economia sabe porque vem muito dessa questão do não gosta de mim aí foi criticada a gente até falou sobre isso a Vera trouxe os negros são uma potência um 24 por cento do PIB passa na mão de pessoas negras a produção at aí nós temos mais cinquenta por cento dos empreendedores que são pessoas negras não somos a força que basicamente
movem-se país né E aí eu tenho uma pergunta durante muito tempo as marcas ficaram muito distantes né do da pauta de falar sobre negativo tinha medo de falar né o mês da consciência negra e nós estamos vivendo um momento muito interessante em que as marcas estão começando a se aproximar e inclusive querendo colocar pessoas negras como protagonistas e você sabe que está no processo de implementação de um canal aqui em que a super importante para firmar um lugar né de representatividade e diversidade como você vê isso em 2020 no ano passado era muito difícil você
tem marcas querendo falar sobre essa questão porque era um ponto delicado e hoje elas estão tá chegando você vê isso como um avanço como é que você vê para onde o caminho esse esse essa relacionamento do movimento com as marcas faz são várias respostas primeiro outras pessoas passam a se incomodar quando são pessoas negras quando historicamente são pessoas brancas gente não vê isso por exemplo no filme do Pantera Negra é uma série de críticas de que ponta negra era mais uma refrigeração do capitalismo mas quando sai o Homem de Ferro ninguém falou nada quando saiu
Os Vingadores então só trazem esse debate e quando tem um negro protagonista eu acho que esse é um ponto segundo. Claro que nós temos que tomar cuidado né de entender que existe em uso também disso pelas marcas a gente tem que entender a importância de não ser computado uma perspectiva de esvaziamento de certos de termos que são muito caros para nós e interesseiro e é importante sim que isso aconteça importante blogueiras negras a faça um público ou se ganhar dinheiro já que as brancas fazem Ninguém fala nada quando as blogueiras brancas de milhões seguidores fazem
uma série de publicou x isso não é assunto quando é uma blogueira Negra vira um assunto estrondoso Como assim por que que ela está fazendo isso então acho que a gente precisa perder o medo como pessoas negras de falar sobre dinheiro nós precisamos de dinheiro para pagar nossas contas para viver e a gente precisa sim fazer certos trabalhos para pagar as nossas contas e porque quem são problemas eu acho que isso passa é só um problema quando eu por exemplo faço um público Poxa isso é o a reação a isso é ataques absurdas que levam
ameaças a minha família eu acho que o problema não é fazer o Porquê poxa eu acho que o problema é a reação das pessoas nesse lugar o nosso de ganhar dinheiro nesse lugar nosso dê autonomia como se as coisas caírem do céu como se as coisas não tivessem dinheiro o programa tem patrocínios né e qual que é o problema de ter Patrocínio com todas as pessoas que estão aqui são patrocinadas então isso e essa discussão não vem quando são pessoas brancas Então eu acho que a gente tem que perder esse medo de falar sobre dinheiro
eu acho que é importante que nós enfrentamos Essas barreiras essa fertilização que muitas vezes tem esse lugar e que a gente Sim fale sobre a questão Econômica nós temos de novo quase quatro séculos de desigualdade Econômica quem Mega isso está fazendo uma discussão é totalmente esvaziada e desonesta nós precisamos Eu por exemplo mantenho tem projetos Eu preciso de dinheiro para publicar as coisas as pessoas vão elas acha que as coisas vão cair do céu mas fica muito no debate o desonesto Eu acho que o verdadeiro debate a gente capitalista é levar acho que nós estamos
fazendo das da precarização do avanço da lógica neoliberal que é o desmonte do SUS é o e o corte de orçamento das Universidades públicas são projetos que visam técnica inclusive em São Paulo né acabaram com a CDHU e uma série de projetos e não ataque a indivíduos que estão enfim vivendo trabalhando e ganhando suas vidas certo com isso a gente isso é esse bloco volta já para o último bloco da entrevista com a djamila Ribeiro minutinhos estamos de volta para o último bloco vai ser um bloco mais curto porque a gente estourou tempo nos anteriores
Joyce por favor essa fermento já Mila é eu tive oportunidade recentemente conversar com duas moças que são feministas negras de Angola ele tem um copo super produtivo vão é do salão Jango feminista inclusive é ele tem pode ser produtivo e elas entraram muito na questão é da diferença de classe social que se abre neste momento em Angola por exemplo a gente acabou de falar no último bloco de entrou nessa nessa questão do dinheiro de como a gente necessita desse desse aporte financeiro para conseguir colocar as nossas pautas estruturar nossa condição dentro da sociedade Eu também
defendo isso é sabe que eu escrevi sobre isso empoderamento sobre o quanto é importante também a questão Econômica entrar no jogo e tudo mais é mais por outro lado eu conversando com a TIM guita sobre essa questão né da diferença de classes que se abrem Angola eu lembrei de uma entrevista que Milton Santos deu acho que se eu não me engano 97 enfim na virada dos 90 para 2018 que ele tinha um receio é de que no Brasil existisse ou se criasse um distanciamento uma reprodução da luta de classes dentro do do movimento da população
negra A partir dessa inserção do negro em alguns espaços desse e naquela época Ainda era uma coisa meio né abstrata Hoje em dia a gente começa a vislumbrar novos horizontes né E aí ele lembra também da Silva Almeida ela já esteve aqui falando que a gente não pode se distanciado os nossos objetivos de pensar que a luta é luta anticapitalista não se descola da luta anti-racista né eu queria que você desce aí para a juventude para as pessoas que estão nos ouvindo uma perspectiva de como a gente pode agir de modo que a gente não
se distancie não deixa acontecer isso essa reprodução né da enfim da do modus Operandi da branquitude dentro da nossa sociedade negra brasileira que é no Brasil é muito longe né o Brasil de fato não tem uma elite Negra né Tem uma classe média provavelmente mas em Angola né esse distanciamento sua conta é essa aí nos Estados Unidos também e é muito importante que a gente não reproduza essas lógicas é uma coisa a gente tem acesso a obviamente com direito nosso a gente foi negado historicamente desses passos mas o quanto que a gente não pode reproduzir
achava que o feminismo negro é necessariamente anti-capitalista é que está discutindo essas estruturas nós somos nós acabamos saindo o grupo que interseccionam a essas três operações e o quanto que a reprodução disso não nos favorece é justamente por isso que eu acho que a gente tem que saber como nós estamos fazendo nosso projeto a gente não desvincular do projeto político de fato que a gente acredita não é por isso que eu vou publicar mulheres que são de lugares distintos do meu é por isso que eu publicar mulheres quilombolas que vivem em comunidades rurais Como que
eu posso usar o espaço que eu consegui hoje no Brasil Apesar né de ainda ser uma pessoa de classe média para também possibilitar que outras companheiras também possam ser visíveis eu acho que a gente nunca pode descolar isso não quer dizer que a gente não pode ganhar dinheiro Isso quer dizer que a gente não pode reproduzir essas e entre nós é e o quanto que é importante que o nosso trabalho nunca perca esse foco Quanto que o nosso trabalho tem que ser comprometido de fato com as bases para o trabalho de base que eu trabalho
com acredito é que o vindo uma através de uma tradição de cursinho Popular ser professora de cursinho popular de mesmo ser uma mulher da classe média mas que estava participando de cursinhos populares de informações assim como eu sou professora de vários projetos na periferia promotoras legais populares escola feminista de Heliópolis e o próprio trabalho também é editorial no sentido de visibilização de empregar pessoas que vêm de territórios com menos oportunidades Então acho que a gente nunca pode perder o Focus o nosso trabalho né a gente não pode reproduzir determinadas lógicas Mas isso não quer dizer
que a gente não tenha que estar nesses espaços eu acho que a gente tem que estar mas eu acho que a gente nunca pode perder o compromisso e como eu sou moleca não do é né Eu sou uma mulher de terreiro que Oi Isa na terra a gente pisa no chão batido e como diz o Babalorixá Rodney William né o Candomblé devolve para a gente assar autoestima essa Nova Veneza mas o candomblé é profundamente coletivo né o quanto que o dentro do candomblé todos os orixás né eles vão dançar no cherê che o comércio achar
lá termina Exu é completamente diferente de Oxalá Mas eles dançam no mesmo Xirê que eu acho que é muito importante a gente também entender essas nossas diferenças obviamente sem desrespeitar as outras pessoas Oxum é diferente de Iansã né e muitas vezes a gente acha que todos nós temos que ser iguais reproduzido até uma loja Colonial isso isso é uma coisa que a gente de fato precisa superar Mas mesmo ele saindo diferença eles estão lá dançando naquele cheiro eles fazem parte do mesmo Panteão e a importante a gente tem de sempre o sentido de coletividade Sem
dúvida nenhum uma flor então é E aí esse ano ou ele foi um ano muito desafiador a gente vem conversando entre as organizações que vem trabalhando na linha de frente para enfrentar os desafios e você trouxe Em algum momento O Grande Desafio que a gente tem em relação à violência contra as mulheres EA violência doméstica EA violência especialmente contra as mulheres negras as mulheres negras como você bem colocou estão nos piores índices de todos os indicadores sociais Então o que a pandemia nos trouxe como possibilidade foi abrevias respostas trabalhar coletivamente e construir de fato redes
que eram redes que elas não necessariamente se colocavam Então você trouxe a referência em relação às empresas o que eu vejo é que você tem um conjunto de empresas de organizações da sociedade civil que falar um bom mais um tem que dar três Então a gente tem percebido que alguns movimentos a pandemia tem feito impulsionado transformações eu queria pegar o Fernando birri quando ele fala sobre o tupia né Nós somos mães e você a linda jovem de 15 anos que tá aqui para pensar Quais são os sonhos que você tem não É porque a gente
sempre é perguntado quem tá nas questões sociais então É racismo são as violências eu queria que você Contasse sobre os seus sonhos sobre o que que você acredita não só para você mas como sociedade né Queria que você trouxesse um pouco dessa perspectiva para a gente pensar juntos aqui esse projeto de país e essa possibilidade de tupia que a gente vai percorrer aí para os próximos anos e é uma excelente pergunta que está no momento não é uma forma de pandemia que as mulheres negras são as que mais estão sentindo o peso economicamente da academia
isso mesmo acredito no momento que a gente tem um governo que não tá prestando o socorro nenhum as empreendedoras as microempresas e o quanto que é essas mulheres de novo tão tendo que se virar é tão tendo que trazer toda a sua sabedoria de botar mais água no feijão que a gente sabe que é botar mais água no feijão para poder render é o como a mãe do meu Babalorixá Rodney William pipo que fez a passagem infelizmente por conta do convide errado o primeiro bolo para solar para levar o bolo para casa que ela empregada
doméstica alimentar os seus filhos Então as nossas ancestrais elas sempre tiveram que pensar essa Ginga da capoeira elas sempre tiveram que pensar uma série de estratégia de tecnologias nos traz para poder prover as suas famílias uma sociedade que as lesões não é numa sociedade que historicamente mantém essas mulheres um lugar de e Elas tiveram que dizer que algum era o marido delas para que elas pudessem se sentir protegidas e para que elas comecem proteger os seus filhos por exemplo podem te traz toda essa sabedoria que eu acho que é importante mas também o quanto que
isso é rico para nós mas o conto também seria bom partir de um lugar em que a gente só pudesse sonhar né Isso é muito distante infelizmente não faz como nós e que o nossa primeira preocupação é a sobrevivência né mas o quanto é importante a gente é cuidar de nós até como uma maneira de Honrar aquelas que não puderam era uma coisa é uma coisa que eu acho que é fundamental né Eu não quero que a minha filha passe pelas coisas que eu tive que passar aí mesmo tendo uma família militante eu tive que
trabalhar como auxiliar serviço geral tive que trabalhar vendendo pastel mesmo tem melhores qualificações do que as meninas brancas que trabalhavam na mesma empresa é a primeira oportunidade na minha vida e respeitou a minha trajetória que me deu foram mulheres negras que na Casa de Cultura da mulher negra de Santos que até o mesmo eu falando Inglês mesmo eu tendo capacidade intelectual era o lugar a limpeza que ela ajudava que essas pessoas me davam Então acho que as mulheres negras Elas têm esse potencial tanto dessas tecnologias Mas também de reconhecer a gente porque foram elas que
me deram as oportunidades foi um mundo que se abriu para mim a partir da Leitura dessas mulheres a partir da militância eu venho desse histórico de militância social que forma que me deu base política e eu acho que para as próximas gerações é o que a gente trabalha aí para que elas possam sonhar eu não quero que a minha filha tenha que limpar como minha mãe dizia o meu pai limpar a casa para branco eu não quero ir se não porque você já vergonhoso Mas por que que ela que eu quero de fato que ela
tem oportunidades para isso e poder sonhar pela minha filha acho que ao que me contem que eu trabalho muito né Eu sou a pessoa que eu trabalho às vezes 13 14 horas por dia apesar das pessoas dizerem que eu tô rica queria fazer uma vergonha que eu não esteja rica nesse país a prova do colírio é injusto eu queria te ver mas eu trabalho muito Porque de fato Eu também acho não só para mim porque meu trabalho ele é coletivo ele é um trabalho que ele tem impacto na sociedade mas também porque eu quero que
a minha filha tulane possa sonhar é o nome dela significar pacífica e ao contrário do que as pessoas pensam Pacífico não tem nada de passivo Pacífico aquele que faz a paz acontecer nem que para isso ele tenha que guerrear né então eu acho que eu venho de uma trás de saúde uma dinastia de lavadeira de empregadas domésticas que me ensinaram esse valor do trabalho mas também que me ensinaram que era importante a cuidar de mim que algo que hoje eu consigo fazer que minha mãe não pode que minha avó não pode ir é o que
eu desejo para as mulheres negras que elas possam ser humanas que elas possam ser amadas mas sobretudo que elas entendam para finalizar com o Babalorixá disse que a felicidade é uma obrigação acestral que apesar de tudo é importante que a gente sonha candomblé trabalho mas ele também é festa que a gente também se permita esses momentos que a gente também entenda que nós temos direito a felicidade o que entender que nós temos direito a felicidade é um movimento fundamentalmente anticolonial né porque numa sociedade que nos rodeia a gente ser feliz é praticamente uma afronta né
gente tá fazendo tudo para elas não serem felizes e mesmo sem ela mesmo assim elas são Eu acho que a gente vai resgatar que a nossas astrais nos ensinaram para poder sonhar mas sobretudo para entender que a gente tem direito a felicidade tá certo eu conheço a gente chega ao fim dessa entrevista Eu agradeço muito em cima você djamila Ribeiro pela entrevista brilhante também a Joice berth ao lado de Junior A Cris bartis Amazônia da área a Fernanda diamante e ao nosso Paulo Caruso agradeço sobretudo a você pela sua audiência é isso não basta pensar
o repetir que nós não somos racistas que nós temos amigos negros para superar o racismo estrutural é preciso que nós estejamos anti-racista ler ouvir e dar voz a autores pensado as vistas empreendedores artistas cientistas médicos políticos estudantes influenciadores negros e negras são formas muito efetivas de ação que não dependem do Estado dependendo de cada um de nós na semana que vem a gente continua essa conversa recebendo aqui no Roda Viva no centro da roda ele quer uma cria da favela lá da favela depois Fortaleza e hoje Preside a CUFA Global o ativista e escritor pretos
exército na próxima segunda-feira às dez da noite no espero vocês um E aí E aí E aí
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com