Algumas coisas precisam de um manual, um pequeno livro ou folheto que ensina como devem ser usadas. Mas, ferramentas ou objetos verdadeiramente úteis e que resolvem nossos problemas, normalmente, não precisam de um! Quando algo é tão complicado a ponto de precisar de um manual e, principalmente, se esse manual é tão complicado a ponto de começar com uma explicação sobre ele mesmo, você pode começar a ficar preocupado!
Este vídeo explica a Internet das Coisas, e foi feito pelo NIC. br Hoje, você não precisa mais de um manual pra usar a Internet em seu tablet, smartphone ou computador. Certo?
Mas, não foi sempre assim. . .
A Internet nasceu da ARPANET, uma rede experimental financiada pelos militares dos Estados Unidos. Ela nasceu interligando grandes universidades e centros de pesquisa. Era, literalmente, uma rede que interligava computadores de médio e grande porte, permitindo que os pesquisadores em cada universidade compartilhassem a capacidade de processamento dos seus equipamentos.
Com o tempo, mais e mais redes foram se interligando, até chegarmos à grande rede mundial que temos atualmente. Várias aplicações interessantes, usadas principalmente para facilitar de alguma forma a interação entre pessoas foram sendo criadas, e houve diversos avanços na tecnologia. Tivemos o email, os computadores pessoais, a Web, o comércio eletrônico, os buscadores, a tecnologia de redes sem fio, as músicas online, os PDAs, a tecnologia de voz sobre IP, os vídeos online, os smartphones e as diversas redes sociais.
Hoje, muito mais que uma rede de computadores, a Internet é uma rede de pessoas e comunidades. Num nível mais básico, ela ainda interliga computadores. Mas ela evoluiu para ser muito mais do que isso!
Mark Weiser, um importante cientista da computação criou, no final da década de 1980, um conceito interessante. Nas palavras dele: "A computação ubíqua é a terceira onda da computação, que está apenas começando. Primeiro tivemos os mainframes, compartilhados por várias pessoas.
Estamos na era da computação pessoal, com pessoas e máquinas estranhando umas às outras. A seguir vem a computação ubíqua, a era da tecnologia 'calma', quando a tecnologia recua para o pano de fundo de nossas vidas. " É dele ainda a afirmação de que: "As tecnologias mais importantes são aquelas que desaparecem.
Elas se integram à vida do dia a dia, ao nosso cotidiano, até serem indistinguíveis dele. " É verdade que ainda hoje estranhamos um pouco a tecnologia. Mas é cada vez menos verdade.
Lembrando o que afirmamos no começo deste vídeo: Hoje, você não precisa mais de uma manual pra usar a Internet. Podemos também dividir a história da Internet em três fases. A primeira fase foi a da Internet como uma rede de computadores.
Com o tempo, ela evoluiu para uma segunda fase, onde passou a ser uma rede de pessoas e comunidades. Estamos atualmente vivendo o nascimento de uma nova fase, da Internet das coisas. Nessa fase, a rede passa a interligar vários tipos de objetos e dispositivos inteligentes, que vão interagir entre si e conosco, tornando nosso dia a dia mais fácil.
A Internet e os computadores estão desaparecendo. Estão cada vez mais tão presentes em tudo, que nem reparamos mais neles. Simplesmente esperamos que estejam lá, e os utilizamos sem muito esforço.
O físico e escritor contemporâneo, Michio Kaku, afirma que em cerca de um século talvez nós possamos ser como os deuses da mitologia: "Computadores, silenciosamente lendo nossos pensamentos, serão capazes de realizar nossos desejos. Nós poderemos mover objetos apenas com a força da mente. Com o poder da nanotecnologia, poderemos pegar um objeto e transformá-lo em alguma coisa diferente.
Embora coisas assim possam parecer inimaginavelmente avançadas, as sementes dessas tecnologias estão sendo plantadas nesse momento. É a ciência moderna e a tecnologia, e não mágicas e encantos, que nos darão esse tipo de poder. " Atualmente, já é possível, por exemplo, automatizar toda sua casa, e controlá-la por um tablet.
Eventualmente você não precisa nem controlar as coisas. Os objetos podem simplesmente reagir à sua presença! Cidades podem espalhar sensores para monitorar a temperatura, velocidade do vento, umidade e qualidade do ar, e esses podem ajudar na previsão do tempo.
Um automóvel pode comunicar-se com outros diretamente, avisando-os de um engarrafamento, ou mesmo de uma freada brusca ou acidente. Você pode usar objetos, como relógios, ou roupas, para monitorar constantemente seu pulso ou outras medidas do seu estado de saúde, e avisar seu médico automaticamente, em caso de problemas. Sua geladeira pode fazer, sozinha, o pedido dos produtos que estão para acabar.
Há realmente tantas possibilidades diferentes que é difícil escolher quais enumerar como exemplos. Essa evolução da Internet tem realmente muitas possibilidades promissoras, e é muito bem vinda. Contudo, também temos que tomar alguns cuidados.
Vamos falar agora de alguns pontos de atenção importantes, em relação a esse futuro. Em primeiro lugar, não podemos esquecer da segurança dos dispositivos. Na Internet atual já temos muitos problemas: invasões, ataques, spam, vírus, botnets, etc.
Alguns deles decorrem de problemas nos softwares usados nos computadores, ou configurações mal feitas. Ao embutir um pequeno computador em um objeto qualquer não se pode deixar a segurança em segundo plano. O que aconteceria se um hacker invadisse seu automóvel e acionasse os freios numa hora indevida?
Outro ponto de atenção é a privacidade. Quem terá acesso aos muitos dados disponíveis sobre você? Por exemplo, você poderá compartilhar os dados de muitos tipos de sensores que avaliam seu estado de saúde com seus médicos.
Mas será que você vai desejar que seu banco tenha acesso aos mesmos dados? Recentemente fomos todos negativamente surpreendidos com denúncias de que a NSA, um órgão do governo dos Estados Unidos, está coletando dados sobre nós todos. Certamente não queremos que o futuro nos lembre do filme 1984, de George Orwelll, onde um ditador, chamado de Big Brother, ou Grande Irmão, vigiava e controlava tudo e todos.
A discussão sobre os limites da privacidade na Internet já é atualmente uma pauta importante, e sua importância só tende a aumentar. O terceiro ponto de atenção é um desafio técnico relacionado à própria infraestrutura da Internet. Hoje temos alguns bilhões de dispostivos na rede mundial.
Com a Internet das Coisas, em breve serão dezenas, depois centenas de bilhões! Os endereços IP, que identificam cada um desses dispositivos de forma única, não têm a capacidade para todo esse crescimento. Por isso a Internet está em um processo de transição, com a implantação de uma nova tecnologia que substituirá o IP versão 4.
O novo protocolo é o IP versão 6, ou IPv6. E essa transição está muito atrasada. Já não temos mais IPs versão 4, e muitos provedores estão começando a compartilhar endereços entre vários usuários simultâneos, usando uma técnica chamada Carrier Grade NAT.
Isso pode, no extremo, levar ao fim da Internet como a conhecemos. A implantação do IPv6 é necessária pra continuidade da Internet, e para sua evolução. Bem, é isso.
Fique atento à implantação do IPv6, exigindo que equipamentos e serviços sejam compatíveis. Fique atento também às questões de privacidade e de segurança na rede. E aproveite o futuro em que a tecnologia é sua amiga!
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