Ô de casa sejam bem-vindos a este canal do professor Júlio Rezende que sou eu e aqui a gente conversa sobre uma educação que transforma nós temos um podcast nós temos vários vídeos alguns cursos palestras e você está agora de volta ao curso de Paulo Freire e a pedagogia do oprimido nós estamos no segundo vídeo de seis se você não assistiu primeiro vídeo ele diz respeito a um pouco à vida e obra do de Paulo Freire e a introdução desse curso que a gente tá trabalhando aqui então Eh se você não fez eu o convido a
voltar no no vídeo um que tá disponível aqui no canal para que você chegue aqui mais contextualizado do que está acontecendo Nós estamos neste momento aqui eh na na parte um do livro Pedagogia do Oprimido eh na parte um de Cinco partes são quatro grandes capítulos e uma introdução e nesse momento aqui de introdução eh do livro ele já traz algumas reflexões algumas pontuações sobre a realidade sobre como ele vê o mundo e é muito importante pra gente compreender o resto do né do livro e e também do do pensamento dele como um todo uma
vez que o o Pedagogia do Oprimido é Central na obra dele imagina uma árvore e essa árvore tem um monte de Galhos que são várias reflexões e práticas muito potentes que ele pensou ao longo da vida mas a estrutura Central o tronco dessa árvore está em pedagogia do oprimido e por isso eu tô me concentrando neste momento aqui neste curso Lembrando que eh aqui estão disponíveis essas seis aulas mas esse curso ele é complementado com encontros presenciais que eu divulgo no no meu Instagram você pode encontrar aqui na descrição do vídeo eh Aí Eu divulgo
esses encontros para que a gente tenha momentos juntos e aí a gente possa refletir sobre essas aulas que estão gravadas sobre a sua leitura do livro que é muito importante e em roda compartilhar visões uma vez que a leitura não é simples uma vez que os argumentos eh são bastante complexos e quanto mais olhares diferentes a gente tem melhor então os momentos que a gente se encontra presencialmente Eles são muito importantes eu sou Júlio Rezende eu sou eh Professor educador do Instituto Federal e sou Doutor em educação mas não é exatamente isso que me fez
chegar a Paulo Freire o que me fez chegar a Paulo Freire foi eh muito a influência da minha família do caso da minha mãe depois eh as minhas experiências de vida uma escola que eu estudei eh até os 9 anos que era uma escola toda organizada em roda que transformou muito a minha vida depois várias experiências e por fim quando eu me descobri educador e fui me fazendo educador até hoje eu estou em movimento em Franco aprendizado eu fui me tornando cada vez mais influenciado pelo pensamento de Paulo Freire e também da fenomenologia Paulo Freire
foi muito influenci pela fenomenologia isso é bastante Claro eh no seu texto nos seus escritos nos seus argumentos eu me tornei pesquisador dentro dessa área e pouco a pouco a gente pode ir compreendendo Que história é essa eh uma reflexão que eu faço sempre com os colegas professores educadores estudantes é qual é a influência de você educador eh enquanto professor e essa é uma pergunta que uma parte dos colegas não faz a menor ideia como responder fica muito surpreso porque a maioria de nós vai se fazendo Professor a maioria eu não digo mas muitos vão
se fazendo professor e porque formou numa área específica numa determinada ciência na engenharia na Arquitetura em alguma outra Área depois se faz professor e e e ele se faz no dia a dia na prática dele e muitos não vão compreender ou não vão buscar a ciência da educação não vão buscar e os melhores métodos as melhores didáticas para os seus objetivos para aquela área que ele que ele lidera o ensino e aprendizagem Ou seja é uma pergunta que muitos de nós acabam não sabendo responder mas eu tenho isso bastante claro isso não quer dizer que
seja melhor ou pior quer dizer que que eu tenho referências Claras essas referências me ajudam a ser o professor que eu sou e no cotidiano já falei um pouco disso no primeiro vídeo mas vou falar em todos eles tem uma questão central em Paulo Freire que é a Praxis a Praxis significa que teoria e prática devem estar sempre juntas a gente não pode só pensar o mundo separado do mundo em isolamento só intelectualmente e a gente também não pode só agir no mundo e Militar no mundo buscar transformar o mundo sem buscar reflexões das da
teoria daqueles gigantes que a gente anda no ombro daqueles gigantes que nos influenciam que são importantes filósofos pensadores cientistas entre muitos outros Ou seja é Central em Paulo freira a questão da Praxis ambos juntos pensando e agindo ao mesmo tempo que transforma o mundo então se você parar para pensar Paulo Freire a obra de Paulo Freire não é uma só ela é infinita por quê porque cada pessoa cada educador cada estudante aprendiz que adentrar a obra de Paulo Freire Vai ter uma perspectiva de mundo diferente uma prática diferente concepções de mundo às vezes diferentes ou
levemente diferentes e portanto Paulo Freire não vai ser único para todos A não ser que você queira considerá-lo apenas como um teórico como intelectual como ideias mas aí mora uma armadilha eh Paulo Freire demanda que você o coloque em prática que você o o invente na prática e por isso são infinitos Paulo Freires a a partir desse tronco comum que é a obra dele mas cada um de nós precisa inventar esse Paulo Freire e esse é um Desafio enorme porque Paulo Freire foi muito à frente do teu do seu tempo nós estamos falando de um
livro aqui escrito antes de 1970 e é impressionante como é que ele parece que tá falando dos dias atuais Exatamente porque ele ele ele pensou antes da maior parte de nós e aí é uma uma crítica que pesa não só sobre Paulo Freire às vezes sobre a escola nova também da pedagogia de que que é muito bonito protagonismo do aluno diálogos mas que na prática no dia a dia da sala de aula ou na comunidade no bairro não funciona muito bem eh mas não acho que é bem por aí não acho que o mundo agora
tá bem mais pronto para compreender o que o Paulo Freire tava dizendo E agora de forma bastante relevante Paulo Freire diria que Paulo Freire está pousando no cotidiano dos educadores dos Estudantes das Comunidades das instituições de ensino de sistemas de ensino mundo afora quando sistemas de ensino de alguns países que são referência e educação eh dizem e buscam o caminho maior do protagonismo do aluno do diálogo de metodologias diferentes de metodologias que não envolvem apenas o escutar e o decorar mas metodologias que colocam o aluno em prática fazendo projetos aprendendo com o mundo Transformando o
Mundo Como por exemplo o sistema de ensino da Finlândia dentre outros e quando esses sistemas de ensino dizem que Paulo Freire é uma referência isso é um indicador muito potente de que o mundo tá mais ou menos pronto e E cabe a nós agora educadores instituições de estudantes todo mundo envolvido nas comunidades nos mais variados níveis de educação cabe a nós agora trazê-lo p-lo no nosso cotidiano reinventá-lo reinventá-lo no nosso cotidiano Esse é o grande desafio e o que o que me deu coragem para para fazer esse curso não é exatamente eu se um grande
especialista um grande leitor eh de Paulo Freire sim eu tenho bastante leitura tenho essa influência toda acho que ele faz muito sentido acho que ele me contribui muito com como educador contribui com os meus alunos eh mas o que me faz eh ter essa coragem de de vir aqui e fazer esse curso é exatamente o o esforço que eu venho fazendo há mais de 10 anos como educador desde o dia um eu tive esse privilégio desde o dia um de buscar inventar Paulo Freire no cotidiano às vezes algumas pessoas falam assim ah mas me mostra
uma uma escola freiriana Ah mas minha escola me mostra uma aula freiriana eh e e aí quando a gente olha aqui e lá a gente tem mais dificuldade porque em geral as aulas você passa nos corredores nas escolas nas universidades as aulas continuam bastante tradicionais para maior parte dos professores ou seja uma pessoa falando 40 ouvindo né mas Mas é possível fazer diferente e eu fui eu fui percorrendo esse caminho Pouco a Pouco ao longo dos anos e me arriscando errando e acertando os alunos ajudando a aprimorar o cotidiano da sala de aula e portanto
eu me sinto aqui eh não Alguém capaz de ensinar sobre mas alguém que aprende que aplica que reinventa e que portanto vem aqui compartilhar com vocês Ness essa missão de reinventar Paulo Freire então Eh educadores educand fica o desafio pro seu cotidiano mas instituições de ensino escolas universidades fica também o desafio a contribuição é enorme quando a gente vai eh eh aprender com a obra de Paulo Freire buscar transformar essas instituições a partir eh dessa dessa referência né desses desses desses argumentos dessas reflexões dessas visões de mundo e para além das instituições de ensino sistemas
de ensino né Eh de cidades estados países eh eh eh cursos de bairros associações e muitos outros momentos em que a educação formal e informal perpassa a vida das pessoas bom eh então Eh de novo esse é o Pedagogia do Oprimido aqui é um é uma edição que eu tenho que é de 1979 foi da da minha mãe e eu herdei dela e tô partindo dessa edição para para trazer para vocês essas reflexões e foi escrito em 68 no exílio dele no Chile no Brasil foi publicado apenas em 74 e num primeiro momento lá no
primeiro vídeo eu falo um pouco mais da vida da obra vale a pena você ir lá também tem vários documentários por aí eh mas eh Vale reiterar aqui Paulo Freire é o intelectual brasileiro mais lido no mundo eh de maior impacto eh ele tem um impacto enorme na produção intelectual dos norte americanos dos europeus de outros continentes e e aqui nesse contexto que a gente vive nesse momento atual de muita polarização em caixinhas eh muito estanques de bem contra o mal eh Paulo Freire ainda é mal lido eh por vários motivos primeiro é difícil é
complexo porque ele dialoga com muitos pensadores com muitos filósofos a obra é bastante profunda complexa leitura nem nem sempre é simples eh segundo que às vezes muitas pessoas ficam no senso comum nas citações mais famosas e aí a caixinha uma caixinha diz que ele é maravilhoso e e às vezes não consegue aplicá-lo bem no cotidiano a outra caixinha diz que ele é do mal porque ele tem uma outra perspectiva de mundo uma perspectiva política mais Progressista eh e aí esse debate esse debate fica frágil e a gente acaba não eh dando o salto que a
gente precisa que a gente pode dar a partir dessa obra que é muito potente bom eh aqui tão os os são quatro grandes capítulos e e o que ele chama de primeiras palavras prefácio que é onde a gente tá nesse exato momento então ele já começa anunciando na nas primeiras páginas ele diz aos esfarrapados do mundo e aos que nele se descobrem e assim descobrindo-se com eles sofrem mas Sobretudo com eles lutam então ele já anuncia para a quem ele escreve eh com com qual público a obra dele é compromissada com qual missão eh de
humana existencial ele se dedica e a obra dele se dedica que está ligado à superação da das opressões superação dessa relação opressor Oprimido dessa sociedade que busca acima de tudo a o PR ingresso material isso gera um conjunto de desigualdades muito grande de de agressões muito grandes que coloca uma parte da população da terra maior parte eh numa uma posição de opressão que coloca o planeta terra agora em desequilíbrio em situação de grave risco ou seja ele já anuncia boa parte da sua visão política mas mas cuidado cuidado cuidado para não confundir política com politicagem
politicagem é essa coisa que nós estamos vivendo agora do bem contra o mal 13 contra o 17 o mal contra o bem se eu tô de cá Tod os meus argumentos são todos corretos do lá de lá são todos errados cuidado com a política quando ela vira fumaça quando ela vira Apenas partidarismo quando ela vira torcida de futebol eh política no final das contas diz respeito ao que a gente faz com o coletivo diz respeito às nossas visões de mundo diz respeito à questões bem práticas do que uma Prefeitura vai fazer com orçamento daquele 1
milhão que chega Quantos por cento vai pra saúde pra educação tô falando aqui de política pública então tem aspectos que acho eu que a gente deveria conversar muito mais muito mais sobre eles mas a gente fica um pouco inebriado por essa fumaça turo aqui diz que ele gostava de caminhar nas montanhas porque ele se distanciava da política e ele percebia que a política em muitos momentos é mais fumaça mais retórica mais narrativa mais emoção e a gente perde um pouquinho eh a gente perde bastante um pouco dos detalhes da profundidade do dia a dia da
política então aqui ele começa a anunciar para que veio para quem veio com quem ele trabalha para quem ele trabalha eh e a E aí ele vai aprofundando isso aos poucos ISS é a primeira página Lembrando que eu tô trazendo aqui frases citações diretas dele que eu preparei como uma espinha dorsal de cada uma dessas aulas e para para refletir sobre elas eh a partir da minha experiência como eu disse mas eu quis trazer as citações diretas eh para que vocês tivessem contato aqui nessas aulas também com a com as palavras deles porque ele escreve
muito bem as palavras são muito potentes e e e convidá-los para leitura aqui eh ele já diz na verdade porém não é a conscientização que pode levar o povo aos fanatismos destrutivos pelo contrário a conscientização que lhe possibilita inserir-se No processo histórico como sujeito evos evita os fanatismos e o inscreve na busca de sua afirmação ele tá falando aqui um pouco do medo da Liberdade esse medo que as as elites têm eh de melhorar o sistemas de ensino que as pessoas sejam capazes de pensar por si próprias por si próprias que sejam mais sujeitos da
própria vida ou seja estejam mais no volante das suas vidas das suas comunidades dependam menos de Mitos heróis de pessoas que vêm salvar a sua vida e E aí ele diz que o caminho eh um passo do caminho é a conscientização é compreender melhor o mundo compreender melhor a si mesmo a sua inserção no mundo eh e aqui ele eu já trouxe ali atrás um pouquinho sobre a Praxis como caminho mas ele já logo no começo ele enuncia e diz as afirmações que fazemos neste ensaio não são de um lado fruto de devaneios intelectuais nem
tão pouco de outro resultam apenas de leitura ou seja eh não se tratam apenas de pensamentos lucubrações invenções eh leituras literatura por mais importante que nos tenham sido estas leituras estão sempre ancoradas como sugerimos no início destas páginas em situações concretas então ele tá começando aqui a explicar aos poucos o que ele chama de Praxis a importância que ele foi construindo a obra dele a partir de quem ele Lia de quem ele admirava de quem ele dialogava com eh mas sempre em constante contato com as experiências com as vivências com as tentativas eh práticas de
de inventar essas teorias no cotidiano então a prática é Central eh pra obra dele e e deve ser Central para você que se interessa em em em tê-lo como referência se interessa em melhorar o seu cotidiano como educador como cidadão eh como eh membro de uma família como aprendiz a Praxis é fundamental E aí ele começa fazer eh alguns Alguns avisos algumas algumas alguns recados que são importantes ele diz enquanto a secara é mítica por isso alienante a radicalização é crítica por isso Libertadora a seiza porque mítica irracional transforma a realidade numa falsa realidade que
assim não pode ser mudada parta de quem parta Seara é um obstáculo à emancipação dos humanos parta de quem parta então eh ele fala muito da secação daqueles que estão mais à direita no espectro político Mas ele também fala da da do risco da Seara para aqueles que estão mais no espectro Progressista mais à esquerda Bom seiza basicamente é uma visão muito parcial da realidade eh isso é comum para para todos nós a vida nos impõe um pouco disso a gente está sempre posicionado no tempo no espaço seu corpo no mundo e portanto a gente
tem uma uma visão sempre parcial mesmo da realidade A gente nasce numa Cultura a gente come CCO 10 tipos de de comida ouve dois ou três tipos de música conhece uma duas ou três religiões e e portanto a gente é é natural que a gente tem uma visão bastante parcial do mundo contudo a gente vive num mundo hoje que a gente sabe que tem três 6000 religiões tem milhares de comidas e músicas diferentes e a gente precisa fazer um esforço de caminhar pelo mundo aprender com o outro com a cultura do outro com a música
do outro com a com a espiritualidade do outro é importante que a gente faça eh esse exercício Então essa secularização é um risco que todos nós corremos de ver o mundo apenas por um um prisma pequeno ou por uma um um um ponto de vista muito pequeno imagina que o que o que o mundo é uma bola assim com com mil lados e e muitos de nós às vezes consegue ver duas a bola fica bem aproximada a gente consegue ver dois ou três pedacinhos desse Panorama eh complexo e isso pode acorrer com com pessoas de
direita com pessoas de esquerda pode ocorrer com todo mundo mas isso é um risco porque a gente perde a perspectiva de todo a gente a gente perde eh a causa dos problemas por isso ele diz aqui radicalização é crítica radicalização no sentido de raiz de de ir à raiz dos problemas à raiz das propostas eh e por isso pensamento mais crítico né nessa frase embora escrito em 68 parece que ele tá falando da atualidade como é que a sectar iação acaba tornando eh a visão da realidade bastante alienante né então é impressionante nós estamos falando
aí de de mais de 50 anos de distância entre o entre o que foi escrito e agora mas parece que ele tá falando de hoje nos serve muito hoje essa essa secara ela existe de ambos os os os espectros políticos né dos mais variadas tonalidades aí do do espectro político eh do lado da da direita eh Há uma há uma negação de uma parte da realidade na medida que em geral né assim de forma muito simplificada a direita entende que esse modo de produção eh produz muita riqueza e e e melhora a vida das pessoas
principalmente a partir do fruto do esforço do dos indivíduos e e e cria essa essa essa promessa que é uma falsa Promessa de que na medida que as pessoas se esforçam eh os países se esforçam um dia todas as pessoas teriam uma excelente condição de vida porque basta se esforçar e todos os países um dia seriam a Suíça então Eh é uma visão eh sectária porque ela perde uma parte da da realidade da raiz das questões Ou seja que esse modelo ele traz consigo eh as as injustiças sociais ele gera injustiças sociais ele causa um
efeito agora no planeta Terra que a gente tá muito assustado Ainda tentando aprender como é que nós vamos buscar recuperar o planeta terra ou seja é eh é mais fácil de ver o sectarismo eh de direita mas ele existe na esquerda também com certeza e aí ele traz aqui eh o humano de esquerda ao sectar iarse se equivoca totalmente na sua interpretação dialética da realidade da história deixando-se cair em posições fundamentalmente fatalistas é que o fato de um concebe presente como bem comportado aqui ele tá falando da direita ou seja do conservador que acha que
as coisas estão indo bem possível e e portanto a gente precisa conservar continuar seguir eh e o outro o futuro como pré-determinado aí eu já já chego lá com as minhas interpretações não significa que se tornem espectadores que cruzem os braços o primeiro esperando manutenção do presente uma espécie de volta ao passado o segundo a espera de que o futuro já conhecido se instale Esse é um ponto muito importante que o que geralmente pessoas de esquerda acabam incorrendo nesse erro vão se aprofundando nesse modo de produção na compreensão do capitalismo nos problemas e acabam compreendendo
tanto esses problemas as minúcias e e a potência desse desse modelo e acabam compreendendo que que o contexto é tão mais forte de que pouco que fizerem podem transformá-lo ou seja eh uma visão fatalista de que o futuro já estaria dado nós vamos caminhar para isso e e que nada que fizermos pode realmente transformá-lo e acaba gerando um um pessimismo bastante eh relevante enquanto a direita eh pessoas de direita conservadores pretendem manter o modelo porque acham que tá que tá indo bem que tá dando certo eh a esquerda às vezes acaba incorrendo nesse erro de
de de conceber um futuro já pré-determinado né e portanto acaba enfraquecendo sua Praxis a sua energia em direção à transformação do mundo e tem um outro um outro aspecto também que é muito importante na Seara que é Essa visão parcial no mundo tão complexo como o nosso ela acaba às vezes nos engolindo Então vou dar alguns exemplos de militâncias possíveis de transformação do mundo com relação à ética humano animal nós temos os os veganos por exemplo E aí quando eles vão estudar os números os fatos o que acontecem eles podem trazer argumentos muito fortes como
e a produção de carne por exemplo ela é em parte responsável pelo pelas mudanças climáticas então tem as informações de emissão de carbono derrubada de Floresta E aí Eles seguem nos argumentos e na forma de produzir carne na sociedade hoje em dia os animais sofrem muito nos frigoríficos E aí tem documentários tem vídeos tem tem muito muitos dados e informações que nos mostram que isso realmente ocorre e E aí eles criam uma uma Praxis a partir desse dessa compreensão de mundo uma praxes bastante interessante no sentido de transformar isso né vou deixar isso aqui de
lado mobilidade urbana carros a ma maior parte das cidades do mundo são Preparadas para carros carro é uma pessoa é uma máquina carregando uma máquina de Du toneladas carregando uma pessoa de 80 kg eh produz também aproximadamente 1/5 talvez mais do carbono do mundo então é é relevante para as mudanças climáticas eh o trânsito é muito violento o trânsito brasileiro mata mais por ano do que uma guerra do Vietnã por exemplo eh o trânsito brasileiro ele é preparado pros automóveis o transporte público não é muito bom e portanto a gente não consegue Cumprir o que
a legislação diz eh sobre o ir e vir ou seja uma pessoa que não tem o carro para ir ao parque no domingo pode simplesmente não conseguir ou pode ter que esperar o ônibus 1 hora e meia porque o transporte público não é bom e ou seja E aí as pessoas vão construindo as suas praxes militando em prol do transporte público melhor em prol da das bicicletas mobilidade urbana multimodal mais sustentável perceba a gente vai aprofundando os argumentos e aquilo fica cada vez mais claro fica cada vez mais Óbvio E aí eh a gente incorre
em arrogâncias de hierarquização de militância a gente conhece tanto sobre aquela área específica que a gente para dialogar com as outras pessoas a gente fica impaciente arrogante do tipo você não percebe o quão importante é por que você ainda tá utilizando o seu carro e só que a questão é o seguinte o essa pessoa da mobilidade urbana tá indo de bicicleta pro trabalho de uma forma eh até heróica porque as cidades não tão bem Preparadas e ela não tá emitindo tantos carbonos beleza e a pessoa o vegano que não come carne também tá numa relação
muito mais ética com os animais também contribuindo eh eh para soluções vamos imaginar assim paraas mudanças climáticas mas perceba as duas com as melhores das intenções com conhecimento muito aprofundado sobre as suas causas mas se forem sectários se incorrerem nesse erro percebam que o vegano eh não come carne tem uma relação ética incrível com os animais mas dirige carro e a pessoa do lado de cá que que milita pela mobilidade urbana que vai ao trabalho de bicicleta come carne e aí quando esses dois se encontram o se eles são sectários se eles estão muito aprisionados
numa visão de mundo e perceba estão fazendo o seu melhor possível estão estudando as minúcias a complexidade mas quando eles se encontram às vezes eles não dialogam bem e aí a gente acaba criando rivalidades disputas de qual militância é mais importante do que qual não é o o feminismo por exemplo a gente tem dados informações estudos que nos apontam que nós vivemos numa sociedade patriarcal há muito tempo agressiva com as mulheres que elas recebem menos que há um índice de violência contra as mulheres enorme eh todos os argumentos e mesmo dentro do feminismo tem várias
Vertentes o ecofeminismo eh e muitas outras e E aí o o feminismo a feminista e e o vegano dirigem carro e se eles se envolvem num acidente com moto eh aqui eles estão militando uma sociedade melhor e de menos opressão e e dirigindo o seu carro e por o motivo outro atropelando uma moto aqui eles estão como opressor então perceba que a realidade é bastante complexa e eu quis me dedicar um pouco mais de tempo a essa essa reflexão porque porque a esquerda tem corrido muito nesse sectarismo e a esquerda muitas vezes tem dificuldade de
encontrar pontos de diálogo Paulo freir Nos ajuda muito a superar muito a superar essas visões parciais porque porque um outro Pilar além da Praxis é o diálogo o diálogo é uma capacidade de escuta uma capacidade de aprender e e e admirar o outro e ao mesmo tempo a capacidade de se colocar assertivamente tranquilamente e e o diálogo então é uma referência a gente vai falar um pouco mais sobre ele tem um Capítulo inteiro so sobre isso bom Chegamos aqui e ele diz eh eh a gente não pode temer enfrentar nem temer ouvir nem temer o
desvelamento do mundo Ou seja conhecer o mundo como ele é suas mazelas seus problemas eh e ele continua não teme o encontro com o povo não teme o diálogo com ele de que resulta o crescente saber de ambos não se sente dono do tempo nem Dono dos humanos nem Libertador dos oprimidos com ele se compromete dentro do tempo para com eles lutar ele tá falando aqui da da perspectiva ou de um intelectual ou de um educador ou de alguém que se propõe a militar para para transformar e e e anuncia importância do Diálogo a importância
da compreensão de que eu sei um pouco sobre mund eu sei um pouquinho sobre o mundo e tenho muito a aprender e o outro também sabe um pouquinho tem muito aprender e ele tem esse pouquinho a me eu ten um pouquinho a ensiná-lo e é muito importante que a gente o faça eh em todos os níveis eh em todos os espaços para que a gente possa eh construir essas Pontes esses diálogos E e essa praxe de transformação eh sem sem nos sectar eh isso também é Central na obra dele muitos vão conhecê-lo e vão enfatizar
a perspectiva da educação popular por exemplo outros vão enfatizar eh a perspectiva da problematização da realidade Às vezes você encontra um professor Ah eu sou bastante freiriano eu problematizo bastante a realidade com os meus alunos etc então eh Há diferentes leituras de Paulo Freire e e ele anuncia que ele ele ele buscando entender a complexidade do mundo a necessidade superação das desigualdades e dessa relação violenta entre opressor e Oprimido que a gente precisa construir uma Pedagogia do Oprimido que o Oprimido seja eh e precisa ser o único eh não único mas ele precisa ser o
protagonista da da libertação dessa relação de opressor oprimida ele liberta ambos E é claro depois a gente vai compreender aqui que é a função do do opressor que se descobre opressor e portanto pode se solidarizar pode e deve se solidarizar com com o Oprimido Mas então ele propõe como uma primeira grande etapa ou paraas comunidades ou paraas sociedades essa Pedagogia do Oprimido Mas o que ele diz eh ele ele traz mais profundo sobre a vocação do ser do ser mais ou seja imagina que a gente conseguir superar essas eh Em algum momento ali na frente
essa relação opressão Oprimido porque a gente mas a gente seguiria num processo constante de de de construção de liberdades de de de sermos melhores enquanto pessoas enquanto coletivos então eu prefiro chamar Pedagogia do Paulo Freire de pedagogia do ser mais pela compreensão que ele tem do ser humano eh de que o ser humano nasce para aprender é altamente capaz do aprendizado o ser humano é muito poderoso coletivamente e e nasce com essa vocação para o ser mais eu acho isso muito bonito para dar um exemplo bem prático do cotidiano uma sala de aula que é
que é organizada e com uma pessoa falando na frente 40 ouvindo apenas memorizando reproduzindo e ela tá partindo de um princípio que aqueles seres que estão ali na frente eles são seres vazios que não tem muito a contribuir com aquele processo de aprendizado Professor prepara tudo antes fala a maior parte do tempo depositando conhecimento eh naqueles estudantes eh Então essa concepção não parte exatamente dessa vocação do ser mais ela meio que obriga o estudante a estar ali como se ele não tivesse condição de decidir estar ali como se ele não nascesse para aprender Se ele
não fosse altamente capaz de aprender a todo momento no bairro no ônibus em casa no trabalho e também eh no no espaço da educação formal então a vocação por ser mais e para mim na minha compreensão é como melhor a gente pode resumir a obra de Paulo Freire e a visão dele eh do ser humano e E aí pra gente concluir esse esse esse primeiras palavras e é importante dizer que ele tem posicionamento político Claro a gente já começa a compreender isso mas não pode confundir de política com politicagem essa politicagem da Fumaça que eu
falei do do 13 contra o 17 do 17 contra o 13 quem tá de C bom quem tá de lá é Malu eh São caixinhas muito estanques eh é muito emocional e enquanto isso a gente debate pouco o que vai ser feito com o Ministério da Agricultura o que vai ser feito com a educação eh o que queremos pro Ensino Médio brasileiro em 20 anos o que fazer com o orçamento como aplicar o orçamento melhor n Segurança Pública eh que é que é a política do cotidiano que é o que vamos fazer com o nosso
coletivo de forma mais mais prática ou seja raramente um debate para Presidente as pessoas estão debatendo eh percepções dos candidatos ou propostas dos candidato pro Ministério da ciência perspectivas o onde eles vão aplicar Qual que é o o plano de né o plano de governo deles e quais são as diferenças a política ainda fica muito nessa fumaça nessa parte emotiva nesse nesse futebol né Eh que vira nesse nessa torcida de futebol então Eh por que que é importante dizer isso porque se você tá aqui nessa fumaça nessa politicagem digamos assim eh você vai eh de
antemão enquadrar Paulo Freire como bom ou mau mas não o faça vai ler ele é um dos intelectuais que mais contribui eh o intelectual brasileiro mais lido no mundo que mais contribui com com educadores eh sistemas de ensino mundo afora ele nos transforma vai ter momentos que você vai ler vai falar disso eu não concordo vai ter momento que você vai ler falar nossa como isso é impactante relevante como isso aqui faz sentido então o é mais importante conhecê-lo com mais profundidade para que você principalmente educador educando ou quem quer que esteja interessado aí que
participa de processos de educação formal e não formal na comunidade é importante que você leia antes de de enquadrá-lo como bom ou mau Como tem sido feito às vezes em documentários na internet em vídeos Nas superficialidades Paulo feira é bastante profundo mas ao mesmo tempo é bem possível de compreendê-lo e bem possível de realizar esse desafio que eu tô propondo que é de enfim de inventá-lo eh na prática Então já deixa aqui tô terminando essa essa aula dois já deixa o convite para o terceiro momento que aqui é a parte dois no sentido de que
é o Capítulo dois né que se chama justificativa da pedagogia do do Oprimido onde ele vai apresentar mais como ele faz essa leitura de mundo eh como ele explica um pouquinho do mundo e o porquê da necessidade de termos Enfim uma Pedagogia do Oprimido uma pedagogia para a liberdade do Diálogo né uma pedagogia para o ser mais eh e e aqui a gente portanto eh caminha para encerrar aqui tão de novo os os os quatro capítulos principais do livro mas esse que a gente eh conversou debateu agora que é o o primeiras palavras é um
pouco do prefácio é isso hoje a gente fica por aqui eh assistam ao próximo vídeo fiquem atento às datas desses encontros pra gente dialogar sobre trazer as nossas percepções aprofundar as nossas impressões a partir da leitura né Principalmente faça a leitura nem sempre vai ser simples mas faça a leitura de forma lenta às vezes anotando que nesses momentos que a gente se encontrar a gente pode inclusive eh eh juntos compreendermos um pouco melhor eh dessa leitura e fica o desafio nosso como educador educando de de reinventá-lo na prática aquilo que fizer sentido Claro para cada
um de nós eh fica o desafio para nossas instituições de ensino nossos sistemas de ensino para as nossas associações de bairro para os políticos para as comunidades porque Paulo Freire vai além da sala de aula vai além da educação formal eh ele faz uma leitura de mundo de como a gente pode transformar o mundo de como a formação do ser humano em geral é feita hoje e de como ela pode ser então ele é um intelectual bastante grande não confundam com uma didática não confundam com o método que em determinado momento da carreira ele ele
criou eh para alfabetizar as adultos tudo isso faz parte dele mas ele é um um um Pensador e um educador um teórico um prático que que ajuda a gente a compreender o mundo e possibilidade sobre a formação humana para que a gente possa ser mais Então é isso fico por aqui assistam aí a terceira aula e quem quiser participar dos dos encontros sejam bem-vindos um abraço