“O corpo morre, mas o espírito que o transcende não pode ser tocado pela morte”. - Ramana Maharshi. Quando minha mãe estava morrendo em um hospital, eu pude assistir as pessoas a visitando em seu quarto.
Todos os médicos e parente diziam: “Sua aparência está melhor, você está indo muito bem”. Então eles saiam e diziam: “Ela não vai durar uma semana”. Pensei quão bizarro era, que enquanto um ser humano estava passando por uma das transições mais profundas de sua vida, todos aqueles que ela conhecia, amava e confiava, mentiam para ela.
Ninguém era direto com minha mãe, porque todos estavam com muito medo. Eu certamente já fui uma dessas pessoas que se esconde da morte, como acontece em nossa cultura Ocidental. Mas, como resultado de circular através de muitas dimensões da consciência nos últimos cinquenta anos, alguma coisa aconteceu comigo que mudou minha visão.
Muito do medo da morte que tinha desapareceu de mim. A primeira mudança veio como resultado de minhas experiências com químicos psicodélicos. Entrei em contato com uma parte do meu ser que eu ainda não conhecia.
Eu era um psicólogo ocidental, professor em Harvard e um filósofo materialista. Antes da minha primeira experiência com psicodélicos, eu me identificava com aquilo que morre – o ego. O ego é quem eu penso que sou.
Agora, eu me identifico muito mais com quem eu realmente sou – a Alma. Enquanto você se identificar com o que morre, sempre haverá medo da morte. O que nosso ego teme é a cessação de sua própria existência.
Embora eu não soubesse que forma eu tomaria após a morte – percebi que a essência do meu Ser – e a essência da minha consciência – está além da morte. Depois que comecei a me sentir como um “Ser da Consciência” – em vez de um psicólogo, ou de um conglomerado de papéis sociais, a experiência mudou profundamente a natureza da minha vida. Mudou quem eu pensava que era.
Percebi que; A Morte Não É o Fim. Ram Dass. Há uma tumba em Ashby (Massachusetts), que diz: “Lembre-se amigo, como você é agora, eu também fui.
Como eu sou agora, você também será. Prepare-se para me seguir”. Nas tradições budistas Theravada, eles mandam monges para passar a noite no cemitério, onde os corpos são jogados fora, descobertos para os pássaros comerem.
Assim, os monges se sentam ao lado de cadáveres inchados, infestados de moscas e esqueletos, e têm a oportunidade de estar plenamente consciente de todos os processos da natureza. Eles têm a oportunidade de assistir ao seu próprio nojo e ódio, e seu medo. Eles têm a chance de ver a terrível verdade daquela inscrição “Como eu sou agora, você também será” e o que isso realmente significa.
Vendo a forma como o corpo se decompõe, e meditando sobre a decadência, isso abre a consciência de que há um lugar em que você não tem nada a ver com o corpo – nem com a decadência. A ideia de morrer e nascer para a Verdade, ou a Sabedoria, ou Espírito, é realmente a essência do assunto quando falamos de morte. Quando você se liberta da identificação sólida com seu corpo, você começa a ter o espaço que permite a possibilidade da morte ser uma parte do processo da vida – e não o fim da vida.
As pessoas me perguntam: “Você acredita que existe uma continuidade após a morte? ” E eu digo: “Eu não acredito”. A crença é algo que você segura com seu intelecto.
Minha fé na continuidade da vida tem ido muito além do intelecto. A crença é um problema porque está enraizada na mente, e no processo de morte, a mente se desintegra. A fé, a consciência e a presença existem todas além da mente pensante.
Quando o grande santo indiano Ramana Maharshi estava morrendo de câncer, seus devotos lhe disseram: “Vamos tratá-lo”. E Ramana disse: “Não, é hora de deixar este corpo”. Seus devotos começaram a chorar.
Rogaram-lhe: “Bhagavan, não nos deixe, não nos deixe! ” Ele olhou confuso e respondeu: “Não sejam bobos. Para onde eu poderia ir?
” É quase como se ele estivesse dizendo: “Não se importem com isso. Eu só estou vendendo o carro velho da família”. Esses corpos em que vivemos, e o ego que se identifica com ele, são como o velho carro da família.
Eles são entidades funcionais em que a nossa alma viaja através da nossa encarnação. Mas quando eles estão usados, eles morrem. A coisa mais graciosa a fazer é apenas permitir-lhes morrer em paz e, naturalmente – para “soltá-los levemente”.
O que somos é Alma. . .
E quando o corpo e o ego se forem, a Alma vai viver, porque a Alma é eterna. Para a Alma, a morte é apenas mais um momento. Morrer é absolutamente seguro.
É como tirar um sapato apertado.