A Era Vargas 1930-1945 (Aula 3, parte 2)

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Neste vídeo, o professor Marcos Napolitano apresenta a segunda parte da aula A Era Vargas (1930-1945...
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[Música] [Música] bom em 37 inaugura um outro regime político ainda que vaga ainda que com vargas a frente conhecido como estado novo então as raízes desse desse novo golpe e 37 são diversos mas o processo que culmina no golpe ele tem que ser localizado em vários momentos o primeiro já falei pra vocês o levante em 35 é o tentativa de levante comunista ea repressão e se levante fortalece a figura de vagas e aqueles que defendiam a centralização do poder ea implantação de uma ditadura para controlar a sociedade é a lei de segurança nacional e do
estado de guerra dão poderes excepcionais e e e suspendeu os direitos constitucionais né durante praticamente todo o ano e 36 mesmo já com quase todos os comunistas enfim presos né há uma certa é uma certa abertura é um assim há um certo clima de liberdade política no país em 37 até porque lembremos vargas foi eleito em 34 para governar até 38 portanto para governar por mais quatro anos essa foi essa foi a opção da constituinte o que implica que em 37 deveria haver eleições presidenciais então efetivamente alguns nomes se lançou nesta campanha presidencial para substituir
vagas e o ano de 1937 é marcado então por esse e vamos assim por essa agitação eleitoral no país com a perspectiva portanto das eleições 38 basicamente três candidatos se despontaram nessa corrida [Música] armando salles de oliveira candidato tinha sua base na elite paulista o candidato que defende um modelo liberal portanto que defendia em grande parte os princípios políticos derrotados em 30 ainda que abertos a uma modernização do país a moralização eleitoral mas de todo modo a âncora dodô a mensagem era o liberalismo da acim josé américo de almeida que era o nome que tinha
sido que é que tinha sido ligado à vargas né a cúpula do poder por 30 que tinha se aproximado dos tenentes né ainda que de maneira moderada que tinha se aproximado e vamos assim de uma tendência forte em 30 que é aprofundado ruptura com a política de gastos são josé américo é de almeida ele se apresentava como candidato da revolução de 30 anos assim supostamente um candidato do governo vargas embora na prática vargas num não não não tinha chancelado plenamente isso é interessante olhar o que o que sugere que não porque vagas do grupo à
o rádio do poder alí palaciano já pensava numa solução continuísmo porque a relação com josé américo de almeida não era propriamente uma relação de 11 de um governo com seu candidato oficial embora assim fosse visto por uma parte da opinião pública e um terceiro nome cabelo colocando slide a plínio salgado salgado representando a extrema direita brasileira no caso a ação integralista brasileira quer o nome do grande movimento fascista que o vento e 32 e 38 no brasil que reuniu milhares também de de militantes eu não podia até 3838 e é interessante porque enfim já em
36 37 pelo menos os biólogos de vagas os historiadores e que precisa perder já demonstrou que havia uma forte movimentação nos setores militares e num círculo mais estreito do poder em torno de vagas pra continuidade ou seja para a implantação de uma ditadura e é interessante que a oportunidade para essa ditadura veio com a divulgação em agosto de 37 do chamado plano compõem a divulgação pela imprensa de um dos documentos encontrados assim é que provariam uma nova conspiração comunista um novo levante comunista que estava sendo planejado pelo pelo internacional e e pelo partido é é
interessante que é o plano cohen depois revelou se um documento falso é um caso é bastante interessante que talvez ainda tenha alguma tem alguma apresenta algumas possibilidades de estudo e pesquisa porque é um caso talvez o caso mais famoso de documento falso na história do brasil é na verdade depois revelou ser um documento que tenha sido forjado pelos integralistas sobretudo pelos integralistas ligadas ao exército havia militares integralistas embora o exército não cancelasse o movimento integralista a descoberta desse desses documentos ea providenciar a divulgação desses documentos na imprensa revelava assim o que seria um horror de
um novo levante comunista né o documento descreve que os detalhes de tomadas de fábricas destruição de igrejas não é é invasão de domicílios estupro de mulheres é burguesas enfrentam e descrever com detalhes do que seria o que deveria ser a tática né desse novo levante é repito depois disso revelou se falso na verdade forjado pelo então capitão ou empurraram e nas suas memórias e olímpio mourão dirceu é na verdade é o que eu fiz foi uma imaginar um levante comunista para imaginar como as milícias integrar a lista deverão reagir ele eu não tive nada a
ver com a divulgação desses documentos na imprensa é culpa do getúlio culpa do governo é interessante que o jipe mourão assumir a autoria mas ele não assume assim o plano de divulgar esses documentos como se fossem documentos verdadeiros porque assim que foi foram apresentados à imprensa e isso causou todo mundo rebuliço na opinião pública novamente obviamente não publica conservadora verdadeiro pânico da revolução proletária da revolução comunista e ensejou toda uma espécie de paranóia de comunista rede vida né que acabou sendo muito bem capitaneado pelo pelo governo getúlio e acabou criando uma van persie sobrepondo a
agenda da campanha eleitoral isso é interessante então para o governo que já não era muito simpático há rodízio de poder às eleições sobretudo com a perspectiva da volta de da oligarquia paulista poder na figura de amanda salles essa questão não havia propriamente pesquisa de opinião não é sofisticada da época mas tudo indicavam que a candidatura com armando salles de oliveira a candidatura mais sustentada por vários grupos é influentes na política brasileira a começar por são paulo no entanto a perspectiva é de uma vitória eleitoral de um membro é do estado vamos assim que de rossi
derrotado em 30 que representava portanto de maneira ou de outra ainda que de maneira um pouco do incidente a alternativa uma oligarquia derrotada talvez é efetivamente é isso que estivesse na preocupação do governo federal mais do que os comunistas que estão todos presos mortos e derrotados ninguém que tivesse uma informação séria de bastidores levava a sério a ameaça comunista naquele momento no entanto ela foi muito providencial pra criar um pânico na sociedade e dizer olha é é uma ditadura ou é enfim a revolução o apocalipse o otimismo é muito curioso porque logo quando vargas justifica
o golpe que se dá em 10 de novembro e 37 80 anos uma série de eventos aí o historiográficos em torno dos 80 anos do golpe do estado novo logo que valida justifica logo depois ele justificaria enfim se dirija à nação ele e lhe dá a entender que a questão central além da preocupação com o comunismo tal que está obviamente presente era a possibilidade da volta da política oligárquica em que aspecto da política oligárquica desagradava esse grupo estava no poder há possibilidade de um novo estilo ultra federalista ou federalista na política brasileira com as oligarquias
regionais novamente da criando uma agenda da política nacional então vejo que o que está em jogo é muito mais é assim uma política nacional minimamente integrada ainda que mantendo os interesses das oligarquias isso nenhum momento a chamada revolução de 30 o regime pós 30 afetou tem que tomar muito cuidado com essa às vezes essa auto imagem que à época se criou que ser um movimento que teria acabado com as oligarquias nisso nunca conseguiu de fato porque as oligarquias estaduais tinha muito poder ainda de fato só que o rearranjo da política nacional após 30 significativo ou
seja é é efetivamente a uma centralização no estado nacional no governo federal ea criação inclusive aparatos de regulação e de tutela sobre o tecido social que vem do governo federal então é perspectiva disso perder em grande parte que desagradava principalmente os atores políticos que sustentavam o governo vargas exército ea burocracia civil técnica então é obviamente conectado com sobretudo interventor ia se que eram eixos de apoio de vagas nos estados então quando vai se dirigir à nação é interessante que ele fala do comunismo da merda comoção intestino né mas também fala né da ameaça do federalismo
da ameaça da das oligarquias voltarem ao poder por um resultado eleitoral então é isso é interessante o golpe e mais contra a possibilidade de haver eleição e rodízio de poder ea volta das oligarquias e do federalismo do que propriamente um medo real do comunismo então essa é uma polêmica historiográfica um bom você tocar nesse assunto porque há uma certa historiografia né a história foi mais tradicional da revolução de 30 dia seguinte à revolução de 30 ela abre caminho para a industrialização do brasil para a ascensão da burguesia industrial e esse é o grupo que sustentava
vagas há uma certa ideia de que mal comparando é 30 teria sido uma revolução burguesa no velho aí dentro da nomenclatura do debate marxista boris fausto do seu livro é clássico e você tenta e disse olha a relação entre revolução de 30 industrialização não é direta ela é mediada por um processo econômico e político muito cheio de idas e vindas a primeira primeira questão é que não dá pra mostrar um país complexo no brasil o decreto não havia efetivamente forças econômicas né em 30 capazes de dar esse salto sobretudo no setor privado então 30 prepara
uma política econômica nacional que lá no final da década de 30 que vai efetivamente se transformar numa política estressante a tese de boris fausto e quais grupos obviamente em torno de vargas que pensavam o arranque industrial brasileiro é dentro de um cenário de controle político do estado nacional sobre as forças dos dois estados que eram vistas como força sagrada listas ligadas aos interesses da água exportação então é essa conexão que se faz as vezes de entre estado novo golpe político centralização industrialização mas é uma relação que tem que ser vista como mediada como indireta então
quais forças efetivamente apostavam néné essa centralização política no estado nacional e na coordenação de esforços políticos econômicos sociais na direção de uma industrialização basicamente o exército e uma um setor da burguesia industrial que passou a efetivamente se ligar ao varguismo né neste momento principalmente em são paulo roberto simonsen lodge no rio de janeiro não é e à família guinle querem famílias né ligadas às indústrias é esse grupo sobretudo depois do golpe 37 constitui uma espécie de base de apoio do wwf industrial em relação à vaga está mas o grande ator político talvez que tenha estimulado
essa idéia de uma centralização do poder uma planificação econômica de maneira muito componente é o exército o exército brasileiro entendia que a falta de uma base industrial no brasil era também um fator de fraqueza do país diante de um mundo conturbado que já tem a segunda guerra mundial então essa idéia de industrialização defesa nacional sempre foi muito é a marca do pensamento exército não é em grande parte explica porque tenente lá nos anos 20 e pediu uma política que não só valorizar esse café que a filha realizasse industrialização do país nada na questão da terra
era assim quando muito objecto de uma retórica muito vazia do governo vargas mas não houve uma política agrária nos sentidos principalmente de dividir terra latifúndio dá o tom boa parte dos interventores e oligárquico que apoiava os interventores estaduais eram latifundiários inclusive alguns deles que só eu é viviam na terra renda renda é fator de especulação mesmo assim viu na terra em fator de especulação financeira na rigorosa muitos estados a terra e produzir nada mas é um fator de poder e riqueza no sentido de ser de ser um elemento de futura renda é e além disso
a outra parte dos fazendeiros é ligada à exportação então é é curioso que a há a chamada revolução de 30 que embora tenha uma retórica muito voltada para o operariado urbano né direitos trabalhistas condições de trabalho e higiene nas fábricas né melhores salários né havia essa retórica viu um conjunto de uma preocupação principalmente até 43 de mais de tutela e controle do que de regulação mas havia já um esboço de regulação aliás desde o final da primeira república diga se de uma tentativa de organizar uma legislação trabalhista mais moderna que não existia operariado urbano havia
retórica e algumas ações legais práticas para o campeonato para os trabalhadores rurais do ponto de vista da mobilização desses camponeses e também na registros significativos o que há é muita violência no campo no brasil nesse momento que é sinal de uma tensão social causada pela miséria pela questão da terra mas movimento organizado acho que enfim é uma lacuna historiográfica talvez obviamente as futuras pesquisas consigam detectar mas a rigor a rigor é nos anos 50 que essa que essa questão agrária explode como agenda social e política e aí 5 movimento organizado disse em vários pontos do
brasil revoltas camponesas que já não se prendem aquela retórica religiosa que ela aquele discurso messiânico que está lá no no começo da república então é isso isso seria mais anos 50 agora é significativo portanto que essa é como diz o boris fausto estado de compromisso contra o construída em 30 tenha simplesmente apagada a questão agrária ea questão camponesa porque vamos assim as incidências oligarcas que sustentavam o regime admitiu obviamente colocar isso em pauta porque o poder político delas nos estados vindo coronelismo vinha da via dessas oligarquias grave essa é uma questão importante o que explica
esse passivo social no brasil é até hoje porque aí se inaugura se um processo de modernização urbana industrial deixando de lado deixando resolver a questão agrária isso vai ser um fator de distorção no capitalismo brasileiro questão agrária não uma pauta socialista questão agrária é uma pauta de modernização capitalista você tem que sempre lembrará disso no brasil no debate público essa reforma agrária da extrema esquerda historicamente a reforma agrária é uma pauta de modernização capitalista porque se você tem um campo improdutivo uma terra produtiva isso vai afetar no custo de vida nas cidades vai afetar em
distorções na no fluxo de mão de obra rural para urbana vai afetar a capacidade de produção de alimentos à capacidade de gerar divisas uma série de distorções que a gente vê no brasil hoje na cidade enxadas processo migratório assim abrupto na baixa utilização de mão-de-obra superexploração do trabalho é sobretudo no campo é baixa produtividade da terra é claro que estamos falando principalmente dura realidade até os anos 60 e 70 depois disso o agronegócio é acaba dando uma solução vamos dizer sim para essa questão é patrocinada pelos militares lá nos anos 60 e 70 o agronegócio
vai criar um tipo de produtividade na terra não é 100 de propriedade h agrícola sem mexer na estrutura agrária que mantendo a estrutura de grandes unidades de propriedade é mas até os anos 60 a questão agrária é um fator de prejuízo é de um fator prejudicial para o desenvolvimento capitalista brasileiro ea um novo governo em 30 não mexe nessa questão eventualmente lançar uma retórica aqui e ali nos anos 40 é comum vagas para fazer um apelo mais retórico para os trabalhadores rurais [Música] é dizer que estenderá a legislação trabalhista para o campo mas isso na
prática vai esperar lá nos anos 50 e 60 inclusive sindicais sindicatos rurais eram proibidos é interessante que o estado regule o sindicato no meio urbano sindicato operário uma legislação de controle muito rígido mas ao mesmo tempo dificulta ao máximo no limite proíbe a criação de sindicatos rurais sintomático sindicatos rurais no brasil vamos sentir fund no brasil só no começo dos anos 60 em pouco tempo entre 59 64 são criados mais de mil quase mil sindicatos de 34 mil o que explica em parte a crise de quatro golpes que tem na questão agrária um fator importante
o golpe de 37 um golpe apoiado pelo exército nas forças armadas mas particularmente pelo exército como fator de união nacional de desenvolvimento econômico e de segurança nacional o exército tão portanto é que sem o exército que dificilmente vargas conseguiu articular esse auto golpe aliás é muito interessante porque o exército podemos dizer assim de maneira mais leviana coloca vaga no poder 17 é reforço poderia retirar ele em 45 essa mudança de correlação de forças é muito interessante entre vargas os militares é para ser pensado o que teria acontecido no meio do estado novo pra justificar essa
mudança de postura dos militares em relação a vagas a gente vai ver a nova constituição não é muito centralista autoritária ela pressupõe um bom primeiro reforçava o poder executivo a marca do estado novo é o reforço autocrático mesmo do poder executivo nacional e das e também do poder executivo estaduais enfim com as diretorias então ele pode ser até num fim de uma de uma de uma autonomia administrativa das 200 federativos o que repito não significa o fim da influência política das oligarquias estaduais não confunda uma coisa com a outra falar em fim de ser ciamento
da autonomia administrativa dos estados não é dizer que as oligarquias estaduais deixaram de poder real de fato porque elas ainda tinham acesso a cargos suas propriedades elas controlavam o jogo político que enfim que passava pelos interventores e pelo temos das estaduais né pelos departamentos de administração serviços públicos estaduais como mostra repetindo o trabalho do adriano codato ou seja é muito mais um rearranjo com essas elites em função de um projeto nacional do que o fim das elites oligárquicas tem que ficar a tendência historiografia atualmente a trabalhar nessa perspectiva não é uma perspectiva às vezes mais
tradicional da historiografia quem é disse que o estado novo acabou com as elites cabo com as oligarquias e centralizar o poder numa elite urbana industrial é a coisa não foi bem assim a é muito é muito curioso porque também há enfim a a constituição prevê a pena de morte previa suspensão em caso de crise é interessante não constitua uma constituição que permite a sua a suspensão por decreto presidencial em caso de crise social política em caso de ameaça à ordem social ou à segurança nacional isso é interessante que normalmente quando você tem suspensão de direitos
constitucionais é uma proposição do poder executivo que passa pelo poder legislativo que passa pelo crivo do congresso o estado de sítio estado de guerra agora essa concessão previa quase que sua autodissolução isso é muito interessante muito portanto é centralizadora outro dado dessa constituição e que abrirá a possibilidade de organizar a sociedade na forma do poder corporativo que nós vamos ver o que é uma lógica corporativa ou seja que hoje é a historiografia identifica muito com o modelo facilita a uma sociedade organizada de maneira corporativa é enfim é falar de uma sociedade organizada nos moldes que
os fascismos nos anos 20 e 30 propunham seja sociedade que não é nem liberal nem socialista e sim corporativo nós vamos ver o que significa isso é bom lembrando que portanto só para gente sem precisar ao longo desse período pelo menos três grandes linhagens políticas atuaram no brasil fazer o tenentismo direitista teve seu auge entre 30 e 32 mas manteve a iaa alguma influência até até meados da década depois uma série de reformas no exército vai diluir o tenentismo como força política militar dentro do dentro das forças armadas o exército brasileiro passa por uma série
de reformas administrativas e burocráticas capitaneados pelo goiás monteiro que era o principal preposto militar do regime e pedro eurico dutra e depois tornar presidente eleito é então ambos realizam uma série de reformas administrativas brasileiro fica mais vamos assim centralizado mais verticalizada uma série também de de mudanças na carreira militar que acabam reforçando o poder da oficialidade da alta oficialidade os seus generais aliás é uma frase que o próprio goiás não ter usava muito pra justificar as reformas é preciso reformar o exército porque é pra quê para quê para que se impeça a política no exército
e para que se faça política do exército pense nisso a política no exército é ruim para o exército como coração e para a nação dentro da lógica do patriotismo militar a política do exército representará uma ação coisa dada né enfim dessa arma na condução da política nacional então essas reformas têm iniciativas tem também muito a ver com a com o reforço da capacidade de intervenção política do exército no cenário no estado e na própria sociedade como ator político e para isso o curso tem o tenentismo foi uma parte do espírito a dentista foi absorvida nessa
reforma mas os tenentes né como o corpo rebelde dentro do nada' não foram diminuindo alguns mais importantes passaram a generais e outros foram para a esquerda foram expulsos do exército né então o tenentismo ele ele se esgota como fenômeno político em meados da década lembrando que é o princípio da noite estarão militares nacionalistas um reformistas entendendo reformismo no sentido muito amplo da palavra né por uma série de reformas econômicas e eleitorais principalmente políticas e de caráter anti oligárquico ou seja a questão dos tenentes era com as oligarquias política oligárquica da primeira república num grande grande
eixo a ser combatido pelos tenentes né um outro uma outra linhagem importante é o liberalismo é oligárquico e antipopular antipopular no sentido de de ser contra uma política de massas qualquer tipo de política de massas é objeto de críticas dessas vozes liberais e que passou boa parte da década de 30 defendendo que a chamada restauração ligar aqui é claro que essa é uma expressão que fotografia construiu para implicar esse projeto a nomear seus projetos de reconstituir realização do regime e de volta dessa proeminência política das oligarquias e como é que qualquer ator é assim a
agenda desses grupos basicamente o federalismo a volta do federalismo já a ao reforço da cap dada autonomia administrativa do estado na política nacional veja não estamos falando aqui de separatismo tá federalismo separatismo ninguém questionava a a unidade territorial ea a a existência de um estado nacional no brasil eventualmente a avó separatista de são paulo 32 mas muito marginais ao processo político muita retórica mas efetivamente não era esse o projeto constitucionalismo ou seja é interessante porque os liberais projeto na constituição não é a existência de uma constituição de tradição liberal não é que defende portanto que
regime representativo é eleições rodízio de poder ainda que esse rodízio no brasil fosse muito fraudado o tempo todo de garantias individuais direitos individuais não é direito à propriedade quando se fala em profissionalismo os liberais imagino este tipo de constituição então eles colocam a um condicionalismo como um valor em si valor que garantiria a democracia em si então é interessante que essa tradição constitucionalista no brasil muitas vezes vai se combinar com um golpe de estado é nota em que em 64 a defesa da constituição que é uma pauta liberal não vai estar por trás do golpe
contra goulart pra quê para impedir que uma reforma na constituição aquilo podia ser tocada 2016 mesma coisa né sempre em nome da constituição é preciso derrubar um governo eleito é interessante que 54 15 54 também muitas vezes era a crítica vargas lojas no seu segundo mandato era focada em nome da defesa dos princípios constitucionais então é interessante próprio thomas skidmore o historiador norte-americano né ele ele localiza nessa tradição constitucionalista liberal 11 uma uma linhagem adiante vargues muito forte porque identificavam em vargas exatamente a o cerceamento esses três elementos né vargas era um centralismo vagas não
respeitava constituições ea tradição varguista e depois passa por joão goulart enfim é também não respeitaria as constituições os limites constitucionais ao poder e era um interventor na economia defende que o estado internet viesse na economia portanto esses três elementos são combatidos em nome do que do liberalismo econômico e do liberalismo político que se materializava na linguagem constitucionalista não por acaso a própria história aph oficial paulista vai chamar de revolução constitucionalista da revolução portanto ancorada nesses princípios liberais isso preste atenção sempre nessa linhagem política na história do brasil porque me parece o constitucionalismo liberal aglutina né
é um tipo de liberalismo que na verdade a liberdade bastante ao ligar que cuba e que muito críticos a a massificação da política é um dado interessante porque vejam é é um tema que vai atravessar o século 21 é chegar no século 21 a linguagem funcionalista de defender princípios liberal liberais e oligárquicos ou seja de pensar política de maneira formal representativa e com uma certa desconfiança das da exposição do corpo político nacional que não seja pelo voto individual é uma questão de movimentos de massa que está inclusive depois no final do estado novo está na
base do varguismo será objeto de crítica desses vetores constitucionais em princípio sim quer dizer não à nação que possa viver sem constituição sem dúvida é porque senão o que acontece é o poder discricionário de quem está governando se você não tem constituição que regula o exercício do poder regula a relação entre os cidadãos os direitos políticos de difícil né é que estabelece o marco jurídico geral a partir do qual as outras leis vão seguir é o caos é anomia assim é o chamado poder discricionário então quem está no poder quem manda de fato faz o
que quer é claro que num não é isso quer dizer o seguinte é que no brasil em torno da defesa dos princípios constitucionais se aglutinou uma uma cultura política oligárquica é isso que é interessante ou seja uma cultura política que não admite a revisão da própria constituição revisão das bases de uma constituição de uma sociedade no sentido de incorporar direito por exemplo vejam que os liberais hoje sobretudo segue no século 21 são muito críticos da constituição de 88 é muito curioso né porque é essa contradição do que vocês pensarem no campo político os liberais de
hoje por exemplo só para dar um exemplo pra gente fazer a volta ao passado depois liberar de hoje são muito críticos há há há há qualquer tipo de lei que viola um princípio chão inclusive de posição da dilma foi em barra é exatamente baseado nessa idéia de que ela teria violado o preceito constitucional então a constituição intocável a constituição é em 64 a mesma coisa não se pode revisar a constituição porque toda a briga em torno da continuidade da reforma constitucional no governo joão goulart o que era pra reformar dois artigos e permite reforma agrária
pagar a reforma agrária com um título senão dinheiro como defende a constituição então a liberasse o medo que a ao mexer na constituição ao convocar vide né é não só esses dois ativos fossem mexidos modificado mas também poderia haver um princípio de por exemplo o continuísmo do poder num goulart poder ser reeleito o que não é permitido então é interessante que é curso é em violável por outro lado se a gente pega hoje em dia há um conjunto de voz liberais e principalmente os que pensa a economia de mercado não querem reformar a constituição de
88 presta boa ceia ela regula demais lacres direitos para o qual o país não está preparado e é interessante isso nem para um lado a construção é intocável no outro deve ser mexida que o que sinaliza as sinaliza na verdade uma espécie de cultura política brasileira que o próprio filho more vejo que não é um historiador um jogador bastante ponderado e moderada diria né ele vai nomear como uma espécie de pensamento conservador que se expressa pela linguagem constitucionalista isso não quer dizer que a constituição seja ruim ou seja impreciso seja prescindível ser a constituição em
qualquer circunstância é imprescindível país sem constituição e sem respeito à constituição é um país é aberta a anomia para o caos pra poder discricionário agora veja bem pra cá a ao regime 37 que o regime centralizado autocrática tinha constituição também existência a constituição garante liberdade pública é isso que então o que eu quero dizer o seguinte é o pensamento liberal conservador no brasil the math de de base oligárquica né ou seja aquela base que vê com desconfiança a expansão do corpo político que vai ligar o que é isso olha o clube da política de ser
fechado eventualmente um indivíduo que venha de baixo pode até se tornar um indivíduo votante mas as massas os trabalhadores não devem votar como trabalhadores devem votar como indivíduo se passar pelo crivo de por exemplo caso isso na favela não pôde votar né então é o que existe no brasil é a expressão de um pensamento conservador liberal conservador que que tem em torno do funcionalismo seu o seu baluarte legal mas assim que muitas vezes usa essa linguagem pra contra a consolidação de um processo democrático que existe democracia sem ampliação do corpo político ea possibilidade de aqueles
que não participam da política participarem é claro que esse processo é tranqüilo porque ele é um processo conflituoso e também tem que ser na constituição a construção teria que exatamente ter mecanismos pra arbitrais conflitos que surgem no processo político agora quando é usada para justificar o golpe de 64 logo depois do dado levante militar e da deposição do governo foi eleito e jornais estampavam a seguinte manchete a constituição saiu vitoriosa muitos jornais davam citou a constituição está preservada só que nove dias depois tem o ato excepcional que diz exatamente o contrário a gente vai ver
isso no curso não se disse que a revolução obedece o poder constitucional o poder condicionar o que emana da revolução já deram o recado a quem está esperando que a construção será em tocada não entendeu nada do que aconteceu por isso que muitos liberais inclusive depois rompendo com o regime à medida que os atos regionais vão se sobrepondo à constituição então isso no brasil é interessante porque há um pensamento portanto liberal conservador o mesmo moderado que vem na constituição um elemento um baluarte e muitas vezes isso prejudica o processo de consolidação da democracia as constituições
mas tem que ter mecanismos de revisão também para ampliar novos atores né e esse é o grande grande pedra filosofal da coisa não sei citar só responder em nenhum momento eu quero nossa imagem importante para o país é fundamental e quanto mais o processo constituinte foi democrático melhor ainda porque aí você tem um conceito dificilmente você vai ter nenhum país que tenha uma sociedade competitiva mas a constituição tem que ser algo tem que ser incorporado pelo pela pela sociedade civil e é interessante que talvez a única constituição que tenha havido um processo amplo debate é
um processo democrático de escolha a um processo amplo de debate e uma incorporação no dia a dia tenha sido a construção de 88 justamente também a sala agora por exemplo é o ministério público de combate à corrupção é importantíssimo ele é um grande parte fruto da consultoria de 8 direitos sociais na idéia de que você tem direitos sociais como como fundantes do pacto político construção de 88 cidadania universal sony 88 é claro que isso no dia a dia 6 não aconteceu essas coisas aconteceram na prática nós temos ainda né dependendo do lugar que você vai
enfim os mais pobres não têm direito a condicional nenhum polícia faz o que quer mata nem prende mas de qualquer forma é é um preceito legal que que serve de parâmetro até você lutar contra qualquer arbitrariedade que é do estado mas é interessante que ela está sendo criticado justamente nesse aspecto principalmente na no aspecto dos direitos sociais universalizados ao país não comporta e ao mesmo tempo ela é cultuada como elemento de cerceamento de uma autoridade presidencial um pouco esquizofrênico é bom não é boa ela tem que ser ela é tocada ou pode ser revista
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