Análise de Padre José Eduardo sobre a crise da Igreja Católica atual.

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Padre Leandro Rasera
Apreciação do livro "A crise da Igreja Católica e a Teologia da Libertação" feita após a conferência...
Video Transcript:
Caríssimo Frei Clodovico, Padre Leandro, Padre Pedro, senhoras e senhores, eu quero agradecer a oportunidade de ter segundos leitores desse livro e, especialmente, do artigo inédito que o Frei Rodovia escreveu. Fico um pouco constrangido de estar aqui porque o veículo do aviso é um teólogo renomado, teólogo de ponta, né? E a gente fica um pouco, um pouquinho envergonhado porque é doutor.
Mas o Frei, toda vez, é com os teólogos, tudo na volta, como se dizia, né? Aquela formação rigorosa que, de alguma forma, nos foi sonegada. Então, diante disso, eu só posso dizer com o Evangelho: “Domini, de estar aqui”.
E a primeira coisa que eu queria compartilhar sobre esse texto é que ele nasce de um amor profundo pela Igreja, e a gente consegue sentir isso em cada linha que o Frei Rodovia escreve. Não com um observador externo dos problemas atuais, mas como um filho da Igreja que se preocupa com ela, com a sua saúde, com a sua fidelidade a si mesma, à sua identidade, e fala com essa sinceridade com que nos falou aqui. Quer dizer, não é algo fingido, não é um discurso oficial, não é simplesmente um recado institucional; fala com a sinceridade de quem tem compromisso com Deus.
É uma coisa que às vezes hoje falta um pouco, né? Que todo mundo quer ficar bonitinho diante daquilo que é eclesiasticamente correto dizer. Existe uma “politicamente correto” no nosso meio, né?
E, às vezes, nós precisamos de um homem sincero que fale com o coração. E é importante dizer isso porque críticas e críticas. Hoje, tem muita gente que fala como se não fosse filho da Igreja, que está dominado por um gelo amargo, sem caridade, que é a nota mais importante dos discípulos de Jesus.
E hoje em dia, é um pouco moda atacar a Igreja, lapidá-la, apedrejar a socialmente, né? E não é essa a natureza da análise que o Frei Rodovia faz. Pelo contrário, ela nasce de um amor referente e filial pela esposa de Cristo, porém é de um amor que não finge que os problemas não existem.
Eu fiquei muitas vezes impressionado quando lia o texto. Não sei por quê, mas quando ele escreve, ele o faz muito bem, com clareza, com objetividade, e sem perder o sentido de sobrenatural, que é uma coisa muito interessante, né? É possível, digamos assim, reduzir, às vezes, a teologia a uma teoria, ou seja, a um discurso racionalista sobre Deus, mas que não tem a pulsação de um amor espiritual por Ele, né?
E ele não perde esse sentido sobrenatural quando escreve. Ele toma a fé, como um critério, a fé cristocêntrica como, digamos, o princípio arquitetônico que deveria constituir toda a nossa fisionomia eclesial. Muitas vezes, eu pensei, enquanto eu lia, que aqueles temas deviam estar nos 13 dias das nossas assembleias pastorais, os nossos símbolos.
Quer dizer, era sobre aquilo que nós devemos estar conversando. Como é que nós poderíamos anunciar mais vivo no século 21? Essa foi a intenção de São João XXIII quando ele convocou o Concílio Vaticano II.
Ele o disse de maneira clara, ex professo, no seu discurso inaugural. Ele dizia: “A Igreja está bem, quem está mal é o mundo”, e nós precisamos encontrar formas mais adequadas de anunciar a fé e fazer com que ela seja conhecida fora dos muros da Igreja. É nesse sentido que o Frei Clodovico, de certo modo, coloca o dedo na ferida, porque esse é o tema que deveria nos tirar o sono, que deveríamos incomodar.
A Igreja declina porque a fé declina. Essa é a frase em que, digamos, tudo poderia ser resumido. O que acontece?
Assim como na psicologia, o estado de negação é uma espécie de mecanismo de defesa para proteger o psiquismo daquelas verdades que são chocantes, que são incômodas, existe uma espécie de negação que predomina no nosso psiquismo eclesial. Existem aqueles que se refugiam, por exemplo, em declarações muito triunfalistas que falam, por exemplo, que os nossos dias são os melhores que já existiram, ou que nós estamos numa primavera, que está tudo maravilhoso. E, certo, esses mesmos devem cruzar os dedos, assim, embaixo da mesa, torcendo para que isso tudo seja verdade, né?
Só que as transformações verbais nem sempre se reproduzem na realidade. A vida, o mundo e a realidade concreta são maiores do que qualquer retórica. E por isso amar a Igreja hoje exige de nós o esforço, até a coragem, para diagnosticar as causas desses fenômenos que são gritantes, como por exemplo a invasão em massa de católicos para as comunidades pentecostais, o desprestígio de instituições importantes da Igreja diante da opinião pública, o inverno vocacional que ameaça a existência de dioceses em todo o mundo e até de antigas comunidades religiosas que presentearam a Igreja com muitos santos no passado.
Isso deveria nos preocupar. Isso, né? Quer dizer, é um problema desse tipo.
Nós não poderíamos responder com fingimento, dizer “não, não é assim, tá tudo muito bom”. Nós nunca estivemos. .
. calma, calma, não é bem assim. Quer dizer, o fingimento que faz com que a gente mantenha uma pose, ele custa caro, porque nós vamos precisar fazer as contas com a realidade.
Nós vamos colocar a mão na consciência, a mão no coração e pensar: onde nós estamos errando? Ao ler o artigo inédito do Frei Clodovico, me veio à mente o diagnóstico que um sociólogo protestante fez das igrejas evangélicas americanas que estão totalmente infeccionadas pela Teologia da Prosperidade. É interessante isso, porque a Teologia da Prosperidade é um tipo de materialismo individualista, enquanto que, digamos, no sul do planeta, predomina um tipo de materialismo mais coletivista.
Mas sempre é, digamos assim, a fé a serviço de um tipo de materialismo. O universo mental em que tudo isso se move é o da imanência mais brutal possível. E, lá nos Estados Unidos, as igrejas evangélicas estão despencando.
A verdade é essa: um fenômeno invertido que está acontecendo. Aqui na América Latina, há um sociólogo chamado Kristen Smith que dizia que as igrejas evangélicas americanas professam um "deísmo moralista terapêutico". O deísmo moralista terapêutico se define pela fé em Deus, mas é um Deus que não age; ele é apenas uma inspiração moralista, porque impõe certo tipo de comportamento, e terapêutico, porque ele vem apenas para afagar o ego das pessoas.
De certo modo, hoje muitas igrejas evangélicas são um pouco isso, né? A pessoa vai para se sentir bem. Por exemplo, fui a um culto hoje mesmo, acompanhando o meu marido numa igreja evangélica, e ela ficou bem admirada porque era um ambiente muito agradável, com muitas telas.
Todo mundo assistia como se fosse uma sessão de cinema; enfim, um clima um pouco diferente, digamos assim, dessa rigidez à qual estamos habituados. Um outro teórico evangélico chamado Michael, no seu livro "Cristianismo sem Cristo", explica melhor o que seria esse tipo de deísmo moralista terapêutico. Ele disse que, assim como o calvinismo está baseado em cinco pontos, seria simples: primeiro, Deus criou o mundo; segundo, Deus quer que as pessoas sejam boas, educadas e justas umas para com as outras, como é ensinado na Bíblia e na maioria das religiões mundiais; terceiro, o objetivo central da vida é ser feliz e se sentir bem consigo mesmo; quarto, Deus não precisa estar particularmente envolvido na vida de ninguém, exceto quando ele é necessário para resolver um problema; e quinto, boas pessoas vão para o céu quando morrem.
É interessante isso, né? Quer dizer, parece que a bondade natural é suficiente. Parece que, para ir para o inferno, alguém precisa ser tão mal quanto Hitler ou um demônio, né?
E que todo mundo está salvo até que se prove o contrário. Então, é uma inversão perfeita da "porta estreita", né? Quer dizer, largo e espaçoso é o caminho que leva à vida; estreita é a porta que conduz à perdição.
É uma inversão total disso daí. Aqui no Brasil, talvez o panorama poderia ser descrito de um modo geralmente diferente. Nós padecemos um deísmo moralista social, em que todo o cristianismo é recalculado com base nesse tipo de monetismo historicista, declinado dentro de um viés político.
O Frei Rodovias, no seu artigo, expõe que é justamente esse modo intranscendente de conceber Cristo que causa, digamos assim, a crise de fé da igreja e da sua crise íntima. Como dizer, um Cristo humano, demasiadamente humano, e eu diria numa cristologia de baixo, demasiadamente de baixo. Quer dizer, muito baixo, que faz você perder de vista.
É interessante isso porque, por exemplo, existem frases que têm um sabor muito particular. Vira e mexe, vejo na boca de algum teórico. A frase, se não me engano, é "Deixar amargo", mas eu tenho dúvidas, que diz assim: "Cristo é tão humano que é divino".
Fernando Pessoa. Essa ideia sugere que a divindade é um cúmulo de humanidade, quer dizer, a dignidade é um resultado acumulativo da humanidade. É o Deus grego, no final, em última análise, sim.
E qual é o problema disso? É que, bom, primeiro que isso não é verdade. Essa questão fundamental é que a fé da igreja se baseia em um Deus encarnado.
Mas esse tipo de cristologia, com certa pitada ariana — uma quedinha ariana, ainda que não seja ariana — e mais uma vez, hoje em dia, de Santa Atanásio. Que, aliás, é um sinal eloquente, né? Porque, se nós não sabemos, a frase de São Jerônimo no tratado dele contra os feriados diz que a igreja foi completamente devastada pela heresia ariana e o único sensato era justamente aquele que se considerava doido na época, que era Santo Atanásio e seu grupinho de fiéis.
Mas como ele permaneceu firmemente agarrado à fé, conseguiu convencer a igreja inteira do contrário. Para nós, isso é muito eloquente porque, às vezes, a verdade brota em um canto desconhecido do quintal. Então, às vezes, é nas periferias que ela se impõe.
Olha, esse tipo de cristologia tem consequências soteriológicas que são muito perigosas porque elas vão acabar desembocando numa espécie de "pelagianismo" — que o Papa Francisco tem falado disso — que tem se difundido na igreja. O Frei faz uma pergunta no texto que é muito interessante: "Esse Cristo pode ser atraente, mas pode ser objeto de fé? É um Cristo que se pode adorar e dar tudo por ele, até a própria vida?
" Essa é uma pergunta importante porque, veja, é de fato, se Jesus é apenas uma inspiração do tipo revolucionário, etc. e tal, bom, no final das contas, ele é apenas um bom exemplo, como dizer, Pelagianismo, e nós permanecemos na mesma situação na qual nós nascemos. E esse tipo de humanismo cristão, precisamos problematizá-lo: será que ele é ainda cristianismo?
Porque, de um lado, a fé cristã se define a partir desse fato constitutivo base que é a divina Encarnação — Deus se fez homem. Mas nós não podemos esquecer aquilo que diz o credo: "Por nós, homens, e para a nossa salvação". Ou seja, para o cristianismo, Jesus não é só um aditivo que melhora as coisas, por exemplo, do ponto de vista individual pela Teologia da Prosperidade ou do ponto de vista coletivo por um tipo de teologia mais política.
Ou seja, o drama que requereu a Encarnação de Deus é o fato de que o homem não pode se salvar. E é por isso que, já desde o começo da igreja, quando a igreja não era nada — a igreja era apenas um grupo de pessoas que tiveram a ousadia de dizer "em nenhum outro há salvação" — e disseram isso na época em que a igreja não era nada. Eles anunciaram a necessidade de Cristo.
Salvador, de maneira escancarada, coisa que hoje em dia está muito perfeita, né? É quase pecado você falar que Jesus é o Salvador. Você tem que crer em Jesus Cristo como Deus encarnado, com condição para ser salvo.
Mas se o cristianismo, ou seja, sem Jesus, eu posso ser o melhor homem do mundo segundo os critérios humanos, mas eu não posso me salvar. É duro, é chocante, é pesado, mas esse é o Novo Testamento; ou seja, o Verbo não se encarna para melhorar o que era bom, mas ele veio salvar o que estava perdido. Nós precisamos ter isso muito bem claro porque é quando o veículo chamativo que a crise de evangelização decorre da crise de fé.
O que com ele mesmo diz é o óbvio dos óvulos, né? Nós precisamos entender que não há modo de se produzir fé no coração dos homens sem a pregação do Kerigma. Como diz São Paulo, "a fé vem pelo ouvir".
Pelo ouvir o quê? Que Jesus é um cara legal? Que ele é um idealista, que ele morreu porque desafiou os poderosos do seu tempo?
E assim você escurece o seu sacerdote; obscurece o seu valor sacrificial. Quer dizer, é isso daí, isso daí é o produto. Aqui é exatamente o que dizia o famoso Sermão da Sexagésima do Padre Vieira, né?
Em que ele vai analisando a palavra do bonsai ganhador, ele diz: "Olha, se você planta semente, às vezes dá pouco, às vezes ela brota; quando não tem fruto nenhum é porque não é a semente que está sendo lançada, a gente está lançando outra coisa". Quer dizer, não é o Kerigma que nós estamos lançando; nós estamos lançando beijo humano. É bom humanismo, moralismo.
Assim é que vai bem para o ouvido das pessoas, né? É o que se diz hoje, né? Jesus é amor.
Que amor é esse que as pessoas dizem? "Eu moro assim. " Esse amor é insosso, pálido, espalhe do que não melhora nada, que não salva ninguém, que deixa tudo tal qual sempre esteve.
Isso daí é o amor que qualquer chefe de boca de fumo tem pelos meninos que ele começa lá a educar. É isso daí. Isso não é o amor do mundo!
Outra coisa: uma vez uma frase na Regula Grande que ele dizia o seguinte: assim como a falsificação de uma moeda alta é especialmente criminosa, a falsificação mais criminosa que se pode fazer é a falsificação do Ágape, porque você transforma o Ágape nesse amor filantrópico, meramente assim naturalista, na feição natural, que nada a ver com o Novo Testamento. Isso daí, ou seja, para a fé cristã, o que em Salmo não é o que eu faço, é o que Jesus fez. É o fato de Ele ser Deus e homem e de Ele ter apresentado ao Pai um sacrifício expiatório.
Não conversava com o sacerdote, amigo meu, na Itália, né, sobre essa doutrina do sacrifício expiatório, que é católica, conhecida de todo sempre. Ele me disse assim: "Nossa, isso daqui hoje é pornográfico você falar uma coisa dessas. É ofensivo porque se fala da Cruz como simplesmente o martírio de um preso político.
" No fundo, isso é a boa nova, a Boa Nova de Cristo Salvador e Redentor, que São Paulo diz: "O Evangelho é uma dinamicidade que age naquele que crê; é uma força, é um poder. " E quando nós anunciamos Cristo, Cristo crucificado, quando nós temos a coragem e parecemos já anunciar o Evangelho, então Deus honra a pregação da Igreja com o Seu respaldo, porque Ele só respalda a palavra que é d'Ele. Deus não respalda nenhum tipo de humanismo, não respalda.
Acontece nada. As pessoas não se convertem. O resultado é que elas continuam tão mortas como estavam quando Cristo é monetizado.
Também a salvação. E, para pontar, fechar, você tem que recalcular tanto a escatologia quanto a proctologia. Então você recalcula a proctologia meio que ignorando a ideia do pecado original, porque, de fato, se você tem pecado original, é difícil você construir o reino de Deus, né?
O homem construiu o reino de Deus parecendo a pedido do pecado original. É meio complicado. E você precisa recalcular também a esperança escatológica, né?
Como dizia bem 16: "Espécie salve, você tem que deslocar o alento a quem. " E aí você cria escatologias e vai criando novas chaves hermenêuticas que, na verdade, fazem você reescrever a Escritura. Por exemplo, hoje tem a tal da hermenêutica do movimento LGBT, cujo lema é "despatriarcalizar" a Bíblia, ou seja, varrer da interpretação bíblica a ideia de Pai e, assim, validar o Abá de Jesus.
A gente não vai poder nem dizer "Pai Nosso" daqui a pouco, né? Porque isso vai ser considerado um autoritarismo. Como é que nós podemos chegar a esse ponto de ser subservientes?
Quer dizer, que a fé é impostada em chave totalmente secularista? Você, na verdade, está transformando, focou em chave hermenêutica; você trocou Cristo, trocou a tradição, tocou tudo, né? Você pega um viés, fanatiza naquilo, como o século dos apontas, com bastante acerto, da teologia da libertação, enquanto uma decorrência daquele pensamento renneriano, que estetizou todas as correntes teológicas das décadas precedentes; um esforço de naturalizar o sobrenatural.
De fato, já que ele mesmo tinha um postado relação entre a Igreja e o mundo como uma relação de identidade total, na tentativa de superar aquilo que Gutierrez chamou de Agostinho, ali, um político, repetindo a tese de Henri Xavier, que já é anteriormente refutada. No fundo, é isso, né? As ideias que já foram refutadas são representadas e viram uma desculpa para você esvaziar o sobrenatural no natural.
Ou seja, a moderna foi muito infectada por uma espécie de complexo de inferioridade e é psicologicamente angustiada, porque você tem que acompanhar as pautas circulares, engajar nelas para se sentir incluído. Se você tem um pânico de perder o bonde da história, você se sente. .
. Deixado para trás, e desse modo a gente acaba invertendo o eixo metodológico, porque se a teologia tem que se tornar crítica dos seus próprios fundamentos em função dos condicionamentos sociopolíticos, ignorando esses aspectos que são atemporais, por que não dizer, em termos da Divina Revelação? Ela acaba por se tornar a crítica dos seus próprios condicionamentos sociopolíticos e acaba sendo, digamos assim, uma teologia que está a reboque das revoluções da ordem do dia.
O que acontece, no fundo, no fundo, nós vamos, sem perceber, deixando para trás bandeiras que são importantes; por exemplo, a opção pelos pobres, que João Paulo II dizia ter implícita na fé psicológica da Igreja. Mas hoje, praticamente, não se fala muito disso, porque o pessoal está mais preocupado, por exemplo, com a revolução sexual, a revolução feminista, a revolução racial, com a revolução ecológica. E a maior parte dos pobres não está nem aí para isso, né?
São temas bastante pequenos-burgueses, historicamente falando, sejamos sinceros. Então, aquilo que se chama de "New Left" abandonou os pobres e agora está atrás dos universitários, das fundações internacionais. Que Dom Bosco, por exemplo, comentou: se ele quisesse se dedicar aos estudos de gênero, já tinha ganhado uma bolsa da Fundação Lemann, muito farta, muito rica.
Mas é cristão e não pode trair a sua fé por causa disso. Portanto, as teologias genitivas acabaram por se tornar elas mesmas ferramentas de alienação, ou seja, elas trocaram os pobres pelo totalitarismo de Estado. Elas respaldam, por exemplo, o controle da opinião; elas respaldam a ditadura sanitária.
Eu fico impressionado, porque ficou deve-se revirar no túmulo, porque ele vive, ele bradando contra o que ele chamava — ele mesmo definiu — de biopoder, que é o controle do sistema sanitário sobre os corpos. E hoje, essa mesma esquerda que se declara "ficou cotiana" é a que responde tudo isso, inclusive entre muros. Ou seja, e aqui concluo, né?
Nós precisamos realizar aquilo que o documento de Aparecida e o Papa Francisco chamam de conversão pastoral, e que é o veículo de. . .
Simplesmente, nós precisamos retornar ao Cristo de Deus, a esse cristocentrismo cruciforme. Se nós quisermos, com palavras mais bonitas, se o homem pós-moderno é caracterizado por essa fome mística e vai buscar saciá-la em esoterismos não cristãos ou até pseudocristãos, nós precisamos descobrir a fonte da verdadeira mística, que não é a autotranscendência do homem, mas que é a graça divina, Deus agindo em nós. Isso só na revelação cristã nós temos em plenitude.
Ou seja, Deus se fez homem, ele não tem assepsia, né? Ele se fez homem, realmente morreu na cruz no nosso lugar e, como diz São Paulo, ele morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação. Ou seja, ele age, ele está agindo em nós verdadeiramente e produzindo em nós santidade, vida plena.
É esse anúncio que efetivamente pode nos devolver ao cerne da nossa vocação. Muito obrigado. Fico duvidoso, porque o seu texto realmente eu acho que deveria ser lido pela Igreja do Brasil e do mundo inteiro.
Muito obrigado!
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