[Música] começa mais um conversa paralela o seu podcast da Brasil paralelo Boa noite meu querido boa noite Lara Brena como é que você tá Tô muito feliz com o nosso podcast de hoje muito feliz até porque combinando com o nosso convidado e você não ah pronto agora você ganhou dessa vez sempre por fora Artur sempre por fora mas eu eu fiquei feliz que o nosso convidado já abriu pra gente que é é o primeiro podcast que ele participa e eu achei isso máximo falei nós temos o privilégio de entrevistá-lo pela primeira vez pela primeira vez
que o que ele fez antes assim ah foi uns Hangouts umas coisas assim que tipo não é Podcast agora é Podcast exatamente vocês poderão ver não só ouvir mas também ver o nosso querido professor Rafael falcom bem-vindo Rafael Muito obrigado muito obrigado pelo convite né É um prazer estar aqui com vocês a alegria é toda nossa nós tivemos um pequeno problema antes do nosso programa nosso programa Hoje é sobre educação e não educação e eu perguntei Rafael Como que eu posso credenciar você e ele falou eu sou um professor só que agora eu tenho prazer
de ser aluna do professor Rafael Falcon e é professor de quê Ele é professor de português ele já deu aula de inglês Ele é professor de Latim ele tem uma academia chamada academia trivium então ele fala sobre essa parte das Artes liberais relativas ao trivium então assim é um um currículo muito grande mas que aqui humildemente ele pediu pra gente resumir a professor Então vou chamar só de professor Rafael quando a gente propôs essa conversa nós chamamos de educação clássica inicialmente né Rafael vamos falar sobre educação clássica e aí você falou assim não não não
concordo muito com essa terminologia eu prefiro falar sobre educação e não educação que que motivou sua decisão é o título eh original né que eu propus eh para para pra intermediária né e com quem eu conversei foi educação e falsa educação ah educação e fal foi proposto por um aluno né Mateus Um um grande aluno meu um excelente aluno meu eh foi ele que propôs o o título Eu gostei muito e aí vocês falaram que gostaram também eu falei pronto então tá fechado foi óo é E por que não educação clássica é como eu eu
até disse inicialmente né quando quando eu digamos assim gentilmente recusei o o título eh houve uma época que de fato eu tava falando muito de educação clássica né mas eu comecei a perceber que isso tava criando confusão né que as pessoas estavam começando a me associar com certas coisas ou para para não falar de mim como pessoa mas estavam associando o que que eu dizia Com certas outras coisas que não tinham muito a ver com o que eu dizia uhum por quê Porque existi um movimento americano chamado classical education e esse movimento ele de certa
forma ã roubou o termo ele roubou a expressão educação clássica uhum e toda vez então que se fala de educação clássica as pessoas pensam nesse movimento específico então começaram a aparecer algumas pessoas dizendo assim ah vocês que defendem esse movimento da educação clássica e eu dizia opa pera aí vocês quem uhum né eu não faço parte vocês vírgula eu não faço parte de movimento nenhum né não vocês que estão defendendo isso eu digo bom Como assim o que que eu tô defendendo né então comecei a a a ser associado com um um movimento que tinha
algumas características que não que eu tenha necessariamente algo contra ele né mas não eram as mesmas coisas que eu tava defendendo que eu tava ensinando que e na verdade foi que eu respondi a essa pessoa nessa ocasião eu falei olha eu não tô defendendo nada eu tô ensinando umas coisinhas que eu estudei só isso Uhum Então não faço parte de um movimento não tô defendendo né que você faça x ou Y alguns alunos meus de fato começaram a defender algumas coisas que eu ensino uhum né então acabou se criando um pequeno movimento de educação clássica
Tupiniquim aham né Aí tem algumas características nesse movimento posso posso citar por exemplo a defesa do estudo de morfologia né de que para você ensinar o português você tem que ensinar bem a morfologia porque Isso facilita que a pessoa Leia bem depois uhum né Isso é uma característica desse movimento é de fato uma coisa que eu ensinei né sei lá uns 10 anos atrás eu tava ensinando isso aí uhum Você tem quantos anos desculpa a inscrição 37 37 bom então tem tem essas características o ensino de morfologia eh a o ensino de gramática de forma
geral como um um uma introdução para a interpretação de texto né então tem algumas pessoas que inclusive hoje estão irritadas com isso né porque tem um grupo de professores que insistem né que você deve estudar a gramática para ler bem que a gramática é um um instrumento né pedagógico para você ler melhor e alguns Alguns outros não né esse esse grupo aí é mais ou menos o grupo dos meus alunos uhum e geral em geral uma ênfase na poesia na memorização e na recitação de poesia tudo isso veio de certa forma do das aulas que
eu dei ali uma década atrás uhum né E tem alunos meus que realmente tomaram isso como Bandeira sim e Falcon e você é Falcon né a pronuncia né Isso é galego você pergun você comentou do seu aluno né Mateus né Que deu essa ideia de chamar de educação e falsa educação Então o que seria essa falsa educação a educação que a gente vê hoje por exemplo no Brasil assim isso é uma falsa educação e o que seria o que o que é a educação de fato e o que é essa falsa educação só existe um
jeito de acertar mas existem milhares de jeitos de errar né Então essa é muito boa eu acho que o que o Mateus que sugeria é o o contraste ent entre você fazer certo e fazer errado mas definir a única forma que existe de fazer de dar uma falsa Educação não é isso aí não dá para fazer eh mas quando você diz por exemplo do que tá sendo feito hoje a gente pode discutir Existem algumas coisas sendo feitas hoje algumas coisas diferentes eh Cada uma com seus méritos né Ah e a gente pode discutir também se
tem alguma coisa que pode melhorar né eh mas eh eu não diria que existe só uma falsa educação né O que existe é um caminho tortuoso em que você necessariamente vai errar aqui e ali né e Santo Agostinho dizia eh corres bem mas corres fora do caminho então a gente tem que se preocupar em não correr rápido demais porque a gente entra por um caminho errado e vai longe uhum né então um caminho tortuoso e você tem que andar com cautela para que você se por acaso você você errar alguma curva você não vá muito
longe Uhum é e e eu acredito vendo as suas aulas ali que nós tenhamos entrado por muitos caminhos tortuosos dentro do que a gente chama hoje pedagogia moderna Então essa pedagogia de hoje Passou por muitos caminhos tortuosos e assim insistiu durante muito tempo de maneira que o desvio hoje já é enorme né Para nós recuperarmos isso não sei se é impossível acho que é possível mas vai demorar bastante para nós trazermos que que são e eu acredito que seja essa falsa educação né Essa pedagogia moderna quais seriam os contornos Gerais dessa pedagogia moderna que a
gente tem hoje no Brasil bom ah eu acho que a pedagogia dominante no Brasil ela ainda é a mesma né A não não mudou apareceram algumas correntes eh novas mas a pedagogia dominante continua sendo a mesma que era H 20 anos atrás ou e bom eh na Essência no núcleo é a mesma que começou no século 1 XVI né A o o movimento pedagógico que a gente vive Hoje ele começou ali e continua sendo substancialmente o mesmo uhum né ela tem algumas características H uma das características dela é que ela é horizontal ou seja ela
ela é baseada na na numa noção de extensidade do conhecimento e não numa noção de profundidade do conhecimento A ideia é que se a pessoa souber muitas coisas ela vai ser muito inteligente isso né e saber muitas coisas significa ter muitas informações na cabeça mas não há nenhuma preocupação com eh digamos assim como essas informações são compreendidas pelo indivíduo que que é capaz de reproduzi-las verbalmente Então isso é um primeiro é uma primeira característica da da da educação moderna né do da compreensão pedagógica moderna eh tem muitas pessoas mais recentemente muitos pedagogos mais recentes que
tentaram fazer frente a isso mas sem sucesso uhum né Eh porque isso parece tá intrincado na própria estrutura da da educação moderna sim quer dizer Eles não sabem Você não sabe o que propor como alternativa é uma espécie de um enciclopedismo né aquela aquela excesso deente de gaveta de informação que no final das contas nem conversa entre si só parênteses pessoais aqui eu fui professora de gramática normativa professora de texto e professora de redação em momentos distintos da vida e é tão engraçado Rafael a professora de texto não sabia o que é que a professora
de gramática estava trabalhando e a professora de gramática não trabalhava redação como se gramática fosse um universo completamente dissociado do universo da redação não eram interligados assim eraci patológico um monstrengo sab é igual quando você entra emuma sala de aula entra sei lá um professor de biologia Aí ele dá a matéria dele eem uma horinha ali aí daqui a pouco sai entra um professor de geografia que dá outra matéria que não tem nada a ver E aí o aluno tem que sair tentando entender todas essas coisas desconexas e não consegue juntar nada não faz nada
o menor sentido aí ele decora aí tem uma prova um dia seguinte aí ele esquece depois tudo que ele decorou porque ele só decorou umas data aleatória e é isso e E por que que isso vai de encontro por que que isso é contrário a SS Artes liberais a uma educação Liberal que é aquela pela qual você também advoga eh bom a princípio a educação Liberal se baseia na ideia de que você tem mais uma vez educação Liberal quer dizer o quê tem também tem uma expressão educação Liberal que é usada para advogaram a a
pedagogia por exemplo do mort merad que é outro americano assim por diante mas as artes Liber no sentido medieval certo o que que elas advogam eh que você tem um conjunto de de faculdades cognitivas né E essas faculdades cognitivas eh elas podem ser desenvolvidas de alguma forma eh quer dizer você tem aí uma noção de que o ser humano não nasce perfeitamente inteligente ou perfeitamente capaz de entender as coisas eh seja porque a natureza dele não comporta isso seja porque o pecado original por exemplo ele obscureceu a natureza né de tal forma que a inteligência
não funciona mais como devia e tem alguma coisa que você pode fazer para tirar esses obstáculos né para remover esses obstáculos e a pedagogia Então se concentra nisso em você remover esses obstáculos para que a inteligência possa funcionar bem eh então você percebe que se o que você tem que fazer é remover obstáculos o seu trabalho é um trabalho de escavador sim e não tanto de acumulador né em vez de você jogar o entulho na cabeça da criança tem que tirar o entulho da cabeça da Criança é uma ótima metáfora o laut su dizia né
se você quer se você quer conhecer e adquira um pouco todos os dias se você quer ser sábio perca um pouco todos os dias né E você acredita Rafael que esse modelo então atual que não é tão atual assim né Porque já vende séculos aí ele é então engessado arcaico ele não desenvolve o aluno O que é praticado assim da ah o professor é sempre o professor que passa o conhecimento numa turma com 30 alunos onde cada aluno é irrepetível individual cada um aprende de uma forma e aí o conhecimento é passado da mesma forma
como se todo mundo fosse sempre igual o que que você acha disso eh bom essas coisas que você disse acho que tem tem um fundo de verdade sem dúvida né Eh é a experiência que a maioria de nós teve na escola né mas o o problema Central para mim é que existem muitas pessoas que percebem que tem alguma coisa errada com o sistema mas ninguém sabe o que fazer sim para resolver o problema então por exemplo você tem o problema do enciclopedismo né que come inclusive muito eu falei do século X 1 começou muito antes
enciclopedismo já é um problema do dos humanistas uhum né é muito antigo eh e tem muita gente hoje que percebe o problema do enciclopedismo dentro da pedagogia Mas qual é a solução que a maioria das pessoas tenta dar a maioria dos pedagogos tenta dar para enciclopedismo remover o conteúdo e tentar fazer alguma discussão genérica vamos dizer assim quando eu digo discussão genérica eu quero dizer muitas vezes uma discussão abstrata ou filosófica né com os alunos e aí qual é o resultado mais uma vez a gente vai pra prática né Qual é o resultado Os alunos
não se mostram aptos a participar dessas discussões então o professor fica numa sinuca de bico é isso n quer dizer eu volto pro enciclopedismo porque teóricamente eu vou eu vou encher o meu aluno de informação até ele ficar pronto para participar dessas discussões ou eu insisto nisso aqui mesmo vendo que os meus alunos eh São semianalfabetos que eles não conseguem articular um silogismo que eles não conseguem eh responder aos argumentos uns dos outros que eles não conseguem sequer lembrar o que o o o o que o os interlocutor disse antes de responder né Eh então
como é como é que eu sigo pras coisas mais avançadas quando eu sinto que falta o básico no meu aluno né e eu acho que hoje não tem ninguém dando uma resposta adequada para isso né então tem algumas pessoas que dizem por exemplo que a criança vai aprender quase que sozinha algumas chegam ao ponto de dizer que vai aprender sozinha uhum mais uma vez o professor tenta pensar dessa forma mas não é o que ele vê nas crianças que tão é é é um pensamento assim russiano né a criança vai meio que se desenvolver ali
é sim e eu acho que o Rous não chegaria esse ponto né Eu acho que o rossau tem os seus defeitos mas não ele não não não chega a esse ele não pensa nenhum absurdo deste grau eh mas sim hoje em dia tem gente pensando assim e defendendo isso e dizendo olha simplesmente põe o conhecimento na frente da criança e ela vai absorvê-lo s não não é isso que acontece uhum né então o professor acaba se vendo na na situação em que ã ou ele é é um pouco como a a história da roupa nova
do rei né Uhum ou ele grita para todo mundo né imagina a professora da Escola Pública ali ela vira para todo mundo ali no no no no seminário que ela tá participando no treinamento que ela tá participando né E ela fala pessoal isso não funciona na realidade né E aí corre o risco de ser e apedrejada né Uhum que é a história da roupa nova do rei né quem é que vai dizer que o rei tá nu eu tô vendo que ele tá nu né mas aí você precisa de uma criança né é eu às
vezes tenho sido essa criança Uhum eu às vezes tenho sido a criança que diz pessoal tá pelado aham não funciona E aí dizem mas você tá louco né eu digo não vocês que estão aham né você falou um pouco dessa da criança Claro aprender por ela mesma dessa dificuldade mas eu queria falar um pouquinho do autodidatismo como é que você enxerga isso assim porque existe também uma corrente que ataca um pouco esse esse tipo de absorção do conhecimento né se o ensino formal tem problemas o autodidatismo tem muito mais uhum né na na prática Hoje
nós estamos condenados ao autodidatismo por exemplo eh eu ou as pessoas e as pessoas mais inteligentes que eu conheci né todos são autodidatas todos foram pessoas que em algum momento do ensino médio médio alios 15 16 anos começaram a perseguir as suas próprias leituras porque sentiram que na escola não iam receber nada é o famoso passa na prova da faculdade e estuda por conta própria em casa assim is é você vai PR escolaa e eu eu tô falando isso de uma forma assim nem um pouco eh condenatória aos professores né Eu sei que eles estão
se esforçando muito e fazendo o que eles podem e que o sistema é muito difícil mas a gente chega um ponto que a gente percebe no no colégio acho que muitas pessoas têm essa experiência que se a gente não for atrás do que a gente quer aprender se a gente de fato tem interesse por estudar e se a gente não for atrás a escola não vai dar pra gente uhum né E a escola portanto acaba virando uma obrigação burocrática né algo que você faz para receber um um canudo é isso um papel a faculdade é
um pouco melhor né algumas né sim verdade se a faculdade for boa é um pouco melhor existem faculdades que você ainda pode estudar ainda recebe orientação para estudar mas mesmo assim é um lugar comum entre os professores das melhores faculdades do Brasil eles dizem isso os professores das Universidades públicas dizem isso PR os alunos você se vira Você estuda sozinho né você não fica esperando que a gente vai te dar o a a o conhecimento de Band você vai ter que correr atrás né e isso é um sinal de que tem alguma coisa errada com
nosso sistema Sim claro talvez os professores não percebam isso Rafael eu vi você falando que quando você começou a estudar essa a estudar as artes liberais e perceber que precisava de uma alternativa ali para as vezes para educação dos seus filhos ou paraa sua própria autoeducação você foi perceber que quando nós falávamos em artes liberais havia essa esse pensamento de mort mer Adler ali e havia aquele pensamento com o qual você realmente se encantou pelo qual você realmente se encantou que é o pensamento medieval né das das Artes liberais e principalmente a sua área tem
até academia trivium Aliás já faz propaganda de graça para o Rafael Falcon que academia triv é muito bacana e ali você trabalha realmente essas três essas três artes liberais né a retórica a gramática e a dialética e a dialética E aí o que que significa isso de fato porque hoje quando a gente fala em gramática não é o que você quer dizer com gramática porque por exemplo para você um elemento indispensável da gramática para você né pros medievais é a Literatura e hoje quando nós falamos em gramática é quase uma coisa assim absolutamente seca é
análise sintática análise morfológica a fonologia o estudo da fonologia muitas vezes restrito só a questão fonética e e assim acabou né é um negócio cru desvinculado do texto O que que de fato é o trivium o que que é É cada uma dessas Artes liberais é engraçado né que quando eu tava na USP eh meus pesames Meus pesos não imagina vou justamente vou vou falar bem da uspo Com certeza ol S quando eu tava na USP a primeira coisa pela qual me interessei foi linguística né e eu lembro de um professor da do departamento de
linguística que ele dizia que a literatura era como o microscópio da linguística esse professor tinha feito física antes de fazer letras caramba ó que legal e ele às vezes fazia umas analogias assim científicas vamos dizer assim né ele ele continuava se considerando um cientista ele deixou de ser físico e virou linguista uhum né então ele gostava de de fazer analogias com a física uhum e uma vez ele bom o microscópio não é uma coisa da física mas é tem Digamos que tem essa aura científica e e ele falou isso olha o que é o microscópio
por exemplo para a Biologia né é eh a a literatura para a linguística quer dizer dentro da literatura a gente vê os problemas da linguagem amplificados como que eh esfregados na nossa cara né Uhum E muito tempo depois quando eu fui estudar a gramática eh clássica e medieval eu vi que a concepção deles não era muito diferente dessa né eles não tinham uma concepção de ciência moderna e nem a concepção de linguística propriamente Mas a forma como eles vinham a gramática era como um caminho para uma compreensão científica da realidade né então eles se importavam
muito em ver como as coisas realmente funcionavam né em explicar como as coisas realmente funcionavam e não tanto em dar um conjunto de regras que você ia memorizar para a repetição né que mais uma vez é um é um problema que começa mais recentemente eh com a educação humanista né o problema do do enciclopedismo dentro da gramática também uhum a gramática apenas como um conjunto de regras arbitrárias né sim não eles estavam interessados em de fato explicar eh como as coisas funcionavam dentro da da língua E para isso os gramáticos antigos tinham o costume de
citar extensivamente peças literárias né Era um negócio crucial eles citavam o tempo todo tudo que eles falavam eles citavam alguns trechos de diferentes autores para mostrar Olha é assim que acontece né É assim que o sujeito faz e hoje ã é engraçado que muitas vezes o professor de gramática tem medo de literatura por se você for interpretar um trecho de Camões na sala de aula ele vai contradizer um montão de coisas que você tá ensinando pras crianças é é você você fala lá de de por exemplo da concordância do do verbo e a concordância às
vezes tá diferente no Camões precisa nem para Camões se a gente for para Machado de Assis você fala não existe vírgula antes da conjunção aditiva e exet enc de Policía tá tá E tá lá Machado já se põe uma vírgula depois do M põe uma vírgula antes do e ele se E aí e o que que isso eh denuncia pro professor de gramática Se o professor de gramática tiver coragem de engolir esse sapo enorme né denuncia que aquilo que ele tá ensinando pras crianças não reflete exatamente a realidade exato né quer dizer o que o
que ele tá ensinando pras crianças que é vírgula não é exatamente o que é vírgula né mas aí como é que eu vou saber o que é vírgula se o o autor da gramática tá dizendo isso que que eu posso fazer né Pois é você vai ter que encarar essa Dura realidade de que o que tá no autor da gramática não reflete a realidade você vai ter que ir lá pro pro Machado de Assis pro Camões né Um dia desses eu vi alguém alguém se queixando de alma minha Gentil que te partiste né Por quê
Porque é Teoricamente é um cacófato Alma Minha parece maminha né mas aí que tá se você examina o negócio de perto o que ele tá dizendo é Alma Minha não existe nenhuma semelhança e real com maminha porque maminha se fala com a anasalado né então não existe nenhuma chance real de você confundir a maminha com maminha uhum né se você encarar o Camões você você absorve essas coisas né você aprende essas coisas mas se você fic com medo na hora que você vê o o maminha ali você fica com medo e não vai lá investigar
vamos dizer assim né Eh aí o que fica é um é uma é uma disposição neurótica né Uhum fica sempre com medo da literatura sempre tem medo da realidade os Escritores vão dizer que você tá errado então você foge deles uhum né Sim eles vão dizer que você tá errado mas eles vão te ensinar uma verdade melhor vamos dizer assim né eles vão te ensinar alguma coisa mais próxima da da Verdade é mais difícil mas é mais acolhedor também né porque ele é mais verdadeiro compensa mais né compensa mais então o que eu tava querendo
dizer era que a compreensão dos antigos paradoxalmente é ela muitas vezes reflete coisas que a gente tá descobrindo agora aí na linguística por exemplo né Eh então essa essa ideia né de que a gente vai ter que se confrontar com as artes liberais e que elas não vão ser o que a gente espera ela por um lado vai criar esse mesmo Pânico né bom eu não sei o que que tá me esperando o sujeito vai dizer que tudo que eu penso tá errado tudo que eu aprendi tá errado Eh é E no entanto Pode ser
que você descubra que ele pensa mais parecido com você do que você suspeitava né você pode dizer Poxa de fato eu tinha percebido isso eu tinha percebido que isso daqui era um problema e esse sujeito também percebeu não é porque Ele viveu no século X que ele que ele não pensou nas mesmas coisas que você então ele vai dar respostas para questões que você tá tá se propondo agora também questões que estão te atormentando agora também e e feliz ou Infelizmente essa é a realidade se você for encarar as artes liberais da forma como elas
são eh compreendidas pelos antigos e medievais eh não tem nada em comum com o que você tá acostumado a ver com os mesmos nomes Talvez né o que Que Elas seriam dá só eu sei que é esse conteúdo é gigantesco mas pelo menos um Contorno Geral do que que é cada uma dessas três artes bom vamos vamos ver se consigo dizer você tem 3 minutos para cá Tod não eu sei que isso é difícil porque ele tem a academia trí inteira para falar sobre isso né então é claro que a gente vai ter só um
Contorno aqui eu gosto de pensar nas artes liberais como ã eu faço uma eu faço muitas vezes uma analogia com o corpo humano né Você tem os ossos você tem a carne você tem as veias as artérias a pele né você tem várias camadas né Uhum Então eh pensa no conhecimento científico vamos dizer assim quando você realmente sabe alguma coisa você sabe bem pensa nisso como se fosse ã uma parte do do corpo humano que tem todas essas camadas a dialética ela seria como que o osso né Ela é aquela parte mais dura mais sólida
eh mais difícil de questionar e de relativizar e etc né é o que a gente chamaria de mais científico propriamente no no conhecimento e no entanto a dialética sem as outras ela seria como um esqueleto uhum né então a gente às vezes nos desenhos infantis a gente vê ali eu lembro de um desenho clássico por exemplo que é a dança dos esqueletos acho que é do Walt Disney é do da da Disney sim é e são os esqueletos dançando né E então a dialética sem as outras seria um pouco aquilo ali seria um Leto dançando
não não é muito não é não é muito legal e não é muito substantivo não diz nada sobre a realidade uhum né acaba pode virar até uma brincadeira né Eh mas junto com as outras né Conforme você você coloca todas as camadas Você tem um corpo completo né que funciona organicamente então a gramática seria a epiderme né el seria a pele que aí você pode dizer bom mas é superficial então não vale nada digo ao contrário imagina o que seria o ser humano sem pele é o maior órgão do corpo humano a pele é o
que faz a intermediação do corpo com tudo uhum né quer dizer como é que a gente ia viver sem a pele a pele tá ali fazendo ela é o grande porteiro do corpo humano né então a gramática é parecido Isso quer dizer eh então se você pensa de dentro para fora você diz a dialética é o mais importante Mas a gente não chega no conhecimento de dentro para fora porque quando a gente começa a gente não sabe nada uhum né A então a gente chega do conhecimento de fora para dentro começa pelo sensível né então
a gente tem que passar pelo porteiro uhum né a gente tem que passar pela pele pelos poros E aí tem um autor medieval Bernardo Silvestre que num comentário a Eneida de Virgílio ele chega num ponto no canto sexto da enida em que ah Eneas encontra com Cérbero né Todo mundo conhece o Cérbero todo mundo viu Harry Potter né Ah então o é como é o nome dele ali é fofo não é fofo é o outro é acho que chama Cérbero mesmo cachorro do do hagrid né Isso é o cachorro de três cabeças aquele que fica
guardando lá aõ do inferno a Pedra Filosofal lá no é lá no lá no Harry Potter sim é ISO Pois é no na mitologia antiga ele guarda os portões do inferno justamente então Eneas vai descer aos infernos e ele precisa passar por Cérbero e Cérbero tem três cabeças E aí o Bernardo Silvestre comenta assim as três cabeças de Cérbero correspondem às três artes do trivium a gramática a retórica e a dialética pois sem passar por essas Artes não se chega a ciência alguma né quer dizer serb era o grande porteiro as três artes do triv
também são os porteiros e você passa por uma depois por outra depois por outra porque as cabeças não estão lá ao mesmo tempo uhum então eu eu gosto dessa analogia né de que você você precisa dos das três né E você precisa eh hã Você precisa passar numa certa ordem né você não pode dar saltos e você também não pode tentar vir de dentro para fora você não pode tentar começar do alto e depois descer pro baixo agora o que que aconteceu que desse entendimento de de todos esses que você sempre precisa você fala bastante
de Quintiliano de Bernardo de chato chartre que fala mesmo chartre Sim Bernardo de chartre de chartre e que alguns acham que é o Bernardo Silvestre e não né e e Outros tantos autores Ah que defenderam o trivium nessa nessa concepção o que que aconteceu que pegaram as mesmas palavras e mudaram completamente o sentido Por exemplo hoje quando a gente fala em em em retórica por exemplo retórica virou virou um verniz assim uma perfumaria sabe uma pessoa que que que é retórica automaticamente a gente já liga com com aquela pessoa que tem um discurso vazio meio
que de político e evidentemente não é isso nas artes liberais o que que aconteceu debatedor assim é você penso um debatedor frívolo Sabe aquela pessoa que fala um temo pejorativo é exatamente fala fala fala não fala nada mas encanta que aconteceu Rafael que um negócio tão valioso virou isso bom eu eu vou dar explicação geral mas depois a gente pode falar um pouco de da retórica do caso particular da retórica você quer arrancar As definições das Artes liberais você faz isso você vai de um em um que eu vou vou falando eu est fazendo esforço
uma boa estratégia eh bom de forma geral Eu acho que o problema é o seguinte a pedagogia eh é naturalmente conservadora né quer dizer pedagogo revolucionário é um negócio meio a contraditório porque o pedagogo é a pessoa que tá no papel de transmitir a tradição uhum fala isso pro Paul fre eh mesmo tentando mesmo o Paulo Freire ou seguidores dele tentando ser revolucionários ainda assim eles acabam sendo e meio conservadores não tem como não ser né porque o que eles estão fazendo é transmitir o que eles receberam né se eles ficarem revolucionando tudo que eles
receberam eles não vão conseguir transmitir nada uhum exato vai transmitir o quê né exatamente então tem uma tendência conservadora na pedagogia né né e e por isso mesmo quando você tem uma mudança em pedagogia eh alguma coisa acaba ficando sobretudo os elementos superficiais Então quando você mudou a pedagogia antiga né pedagogia antiga e medieval né que que a gente chama de clássica eh pra pedagogia digamos assim moderna né que a gente pode começar a chamar de pedagogia moderna não houve uma mudança imediata no currículo hum o currículo foi mantido uhum porque não é não é
natural em pedagogia você mudar tudo de uma vez né o natural é você mudar a perspectiva primeiro Ah então mantiveram-se os nomes mudou-se o objetivo ali exato tem então isso facilitou que esses nomes recebessem sentidos diferentes com o passado doos séculos né E por exemplo no caso da gramática como foi que aconteceu a mudança da gramática medieval paraa gramática humanista né Tem um excelente autor chamado Robert Black que documentou isso eh Ele estudou o os materiais didáticos né que se encontravam nas escolas eh da virada da idade média e o que que que que você
vê ali na acontecendo eh à medida que a aristocracia se interessa pela educação né que o que aconteceu no final da Idade Média a perspectiva da aristocracia é diferente da perspectiva do clero né então eles eles começam a gostar da ideia por exemplo dos filhos aprenderem gramática mas para que que um filho de um aristocrata aprende gramática o o se ele for ser um sacerdote por exemplo ele tá aprendendo aquilo ali para estudar Teologia que é o que ele quer fazer no final do curso eh mas se ele é filho de um aristocrata muitas vezes
o que ele quer é assumir uma posição dentro de um Palácio como uma espécie de secretário por exemplo então no começo do humanismo isso Começou a acontecer nós temos eh pessoas inclusive importantes eh da época que foram secretários de algum Nobre eh E por que que foram escolhidos como secretários e acabaram podendo viver ali naquela corte especial e receber certos favores e etc e e e sustentar sua vida intelectual e assim por diante porque tinha um latim elegantíssimo Hum então quando o sujeito precisava que você escrevesse uma carta para ele a carta ia ser bem
escrita ia causar boa impressão etc Então os objetivos são diferentes e conforme os objetivos dos clientes são diferentes os professores também eles começam a mudar de perspectiva né quer dizer todo Professor sabe que os pais dos alunos fazem pressão uhum né para você ensinar o que eles querem do jeito que eles querem do jeito que eles acham melhor então se você tá ensinando muitos filhos de Nobres italianos né eles vão te pressionar no sentido de você fazer o que eles querem e o que eles querem é que você estude muita teoria o que eles querem
é que você analise muitos clássicos antigos não porque fazendo isso o latim do filho deles não vai ficar elegantíssimo do jeito que eles querem Hum então você precisa desenvolver uma metodologia para que as crianças aprendam a escrever um latim bem impressionante bem rápido né para arrumarem uma boa posição num bom castelo num bom numa boa corte né e o resultado é os mesmos professores que ensinavam uma coisa antes eles vão começar a ensinar outra coisa agora Nossa mas é exatamente como a nossa educação hoje você aprende para passar no vestibular para fazer um curso um
curso numa faculdade ter um status que coisa he e as Universidades todas já preparam pro Enem sei lá é como se o Enem fosse o fim exato exato que coisa é exatamente isso a analogia é exatamente essa só que hoje o estado aprendeu a controlar as expectativas dos pais então por exemplo o estado cria o vestibular ele cria o Enem porque ele tá induzindo os pais a se preocuparem com aquilo sim né assim ele controla os pais controlando os pais ele controla as escolas sim né E claro que hoje não é o único meio hoje
eles controlam diretamente também as escolas eu queria que você falasse um pouquinho falcom sobre o papel da memória por que que ela é importante falo da memória ou falo da retórica não então vamos seguir na na retórica Então deixa ele terminar a retórica vamos seguir na retórica e aí depois a gente entra então com memora então a retórica também é um caso eh é um caso bem interessante porque uma coisa que eu insisto né pro pros meus alunos e é que a retórica ela ela uma arte Liberal que corresponde à faculdade humana de argumentar certo
então tem pessoal que diz não isso é a lógica tá errado tá errado Aristóteles ensinou né que a lógica diz respeito ao discurso demonstrativo ou científico né quer dizer pra maioria das coisas na vida a gente não usa lógica certo a lógica a gente usa se a gente for discutir uma ciência Hum mas em quantos casos a gente pode discutir cientificamente quase nenhum ao longo da vida a gente a gente não trabalha com premissas certas a partir das quais a gente pode fazer silogismos demonstrativos a gente trabalha com premissas prováveis a partir das quais a
gente pode fazer raciocínios verossímeis Uhum né então a vida humana é praticamente toda regida pela retórica né intelectualmente falando Uhum é uma pessoa que modernamente percebeu isso foi o nacin Nicolas taleb uhum do antifrágil o escritor do antifrágil ele praticamente descobriu a mesma coisa que o aristótele tava falando lá na retórica na sua arte retórica né quando ele descreve a natureza da da retórica quer dizer retórica é uma faculdade intelectual Ela não é uma arte de enganar os outros ela é a capacidade de pensar de uma certa forma em certas condições eh quando você tá
lidando com o problema político isso se mostra muito claramente é por isso que a retórica é famosa pela associação com a política né Uhum porque dentro da política você não sabe o que tá acontecendo né Por exemplo se você vai tomar a decisão de entrar ou não entrar em guerra com outro país você não sabe com certeza o que é o certo a fazer a única coisa que você pode fazer é usar o material existente né que são cois digamos assim são ideias prováveis uhum né fazer um raciocínio provável probabilístico né e tentar persuadir as
pessoas com base nisso que é o que Aristóteles chama de entimema Uhum é o raciocínio específico da retórica ou seja não dá nem para fazer uma investigação dialética de uma decisão dessa vai ser eminentemente retórica jeito de jeito nenhum se você tem que decidir se vai fazer guerra ou não vai fazer Guerra Não existe discussão dialética uhum não é discussão é retórica você não tem certeza de nada né Hum então Eh o o orador é obrigado a pensar nisso em termos retóricos o juiz é obrigado a pensar nisso em termos retóricos o o os senadores
são obrigados a pensar nisso em termos retóricos etc quer dizer é uma dimensão da vida humana que não pode ser removida uhum se você remove né que é o que aconteceu modernamente quando a retórica foi abolida da educação isso aconteceu mais ou menos entre o século XVI e XIX eh por causa do Iluminismo né Eh porque o Iluminismo propagava a ideia de que você ã você só podia só devia ter conhecimento científico uhum né Já falamos aqui inclusive já tem um programa Super Legal sobre o iluminismo e Teoricamente o conhecimento científico seria acessível simplesmente lendo
os fatos científicos né E aí por exemplo se eu tivesse um 1 milhão de fatos de fatos biológicos na minha cabeça Teoricamente eu ia saber tomar decisão se eu devo ou não devo fazer guerra né isso obviamente não aconte né você não fica mais inteligente porque você sabe um monte de fatos da biologia né e e muito menos para tomar a decisão de se vai fazer guerra ou não que não tem nada a ver com a história e Então essa gente que começou a entrar em guerra só por causa de mulher pô tem rei que
entrou em guerra porque o outro pegou a mulher de não sei quem você acha que tem alguma coisa de dialética nissa o que diga-se de passagem faz total sentido is que é o motivo mais nobre faz total sentido né S te contra besta mas tá certo tá certo né Eh o o amor é o principal motor das Guerras né e o ódio não é senão uma inversão do amor então aí Eh então quando eles baniram a retórica da educação sobre a desculpa de que ela era uma arte do engodo e de que o que você
precisava era só do conhecimento científico eh eles estavam no mínimo para não falar dos outros problemas tratando como se o ser humano vivesse no mundo científico uhum o ser humano não vive no mundo científico é uma desumanização vive num mundo caótico em que você tem que tomar um monte de decisões sem saber o que você tá fazendo né Uhum é Seria lindo né Eh e é engraçado que as pessoas mais inteligentes do mundo nunca tiveram uma ideia imbecil dessas né você uma pessoa como Aristóteles por exemplo teria toda a justificação para dizer um negócio desse
para dizer não temos que ter apenas o conhecimento científico o homem era um gênio né se ele dissesse isso eu entendia bom da perspectiva dele ele acha que dá para viver só com conhecimento científico porque ele sabe tanta coisa né que Uhum mas não os homens inteligentes sabem que não é assim começar por ele né então eles baniram a a retórica da educação e o resultado é que o homem moderno eh ele muitas vezes tem pelo menos até o século XIX eh você tinha muita gente com bastante conhecimento enciclopédico às vezes assombroso né Ou seja
a educação moderna ela funcionou nesse sentido uhum né mas na hora de tomar decisões políticas muitas vezes tomavam decisões infantis né Uhum eu disse Por que que isso tá acontecendo hum né ora justamente porque o sujeito não tem treino retórico né então assim não isso aí o aí vem o o o os intelectuais dizem isso é falta de lógica não é excesso de lógica né porque o problema é que o sujeito não pode resolver esses problemas com lógica Então se a gente banir a retórica da da vida humana a gente tá banindo também a discussão
racional né quer dizer não vai mais dar para discutir nada racionalmente uhum se a gente banir a discussão racional Qual é o próximo passo as pessoas vão dizer não dá para resolver as coisas racionalmente então como é que resolve com força sim uhum né com força o embrutecimento isso não é possível persuadir as pessoas pessoas são todas loucas não é não é que as pessoas são todas loucas é que você não não sabe conversar com elas né Hum então como você não sabe conversar com ela você diz que não é possível conversar aí é coersão
a partir disso então tem um um parágrafo maravilhoso do Cícero que era lido todo o curso de retórica medieval começava com esse com esse parágrafo do Cícero que é o prefácio é o de inven né que é a primeira arte retórica que o Cícero escreveu quando tinha ali 20 21 anos né era um menininho meu Deus né e ele escreve um prefácio maravilhoso que inclusive lembra Rousseau em algumas partes né Rousseau Com certeza leu e e foi inspirado por esse Prefácio em que ele fala de como surgiu a retórica de como surgiram os primeiros oradores
e ele descreve isso que os homens eram brutos que resolviam tudo na base da força Então veio o primeiro orador que era um sábio e ensinou aos homens que era possível eles se entenderem por meio do Diálogo né e a partir daí surgiram as cidades né então sem o diálogo não tem cidades sem o diálogo não tem leis sem o diálogo não tem paz se você tira retórica você tira tudo isso não tem comunidade né Uhum mas para isso a gente precisa de uma epiderme bem construída que permita a gente capturar is do mundo sensível
que é a vamos entrar na gramática só pra gente fechar isso manda ver eu sei que é que é o seu gosto manda ver mas eu acho que mas eu não ela vai puxar a sardinha pro lado dela entendeu só porque ela é não PR falar a verdade depois que eu comecei a a estudar com o falcom que eu fazia de um jeito muito muito mais ou menos até ont mais agora eu sou uma pessoa séria mas depois que eu comecei a a ver essas questões relativas ao trv eu fui vendo assim o que a
gente a gente chama de gramática hoje não é o que de fato é sabe e E durante muito tempo em sala de aula com a melhor das intenções e desempenhando da melhor forma que eu dava conta eu entrava e fazia Exatamente isso eu cumpria o programa esse programa me era dado sabe eu tenho que trabalhar isso depois isso depois isso não podia fugir muito mas era eminentemente enciclopédico por isso que eu acho legal que ele fale sobre isso de uma perspectiva das Artes liberais né são as artes dos Homens Livres não dos homens Acorrentados pelo
programa Bom e antes da gente continuar esse nosso papo aqui de educação e falsa educação com o professor Rafael Falcon Eu tenho um convite para você ontem a gente estreou o mais novo original BP unitopia é um documentário em dois capítulos o primeiro já está no YouTube para todo mundo poder assistir então se você não assistiu ontem ontem não teve conversa paralela hoje a gente tá tendo porque ontem a gente estreou unitopia já pode ir lá assistir o primeiro episódio se você quiser assistir ao segundo Episódio já está disponível na nossa plataforma de membros ele
é exclusivo pros nossos assinantes então em dois Episódios Você assiste o unitopia a gente tem uma meta ambiciosa aqui Lara a meta é o seguinte pessoal a gente tá abrindo um plano de R 10 lembra lá quando a gente lançou o Pátria educador e a gente abriu aquele plano de causa da Brasil paralelo r$ 1 mensais a gente voltou com esse plano r$ 1 mensais que você garante aí todos os originais BP e os programas dentro da plataforma tem programas exclusivos tem originais exclusivos que são só pros membros assinantes E se a gente conseguir bater
25.000 novos membros agora nesse lançamento nós vamos abrir uma nova Turma de graduação em História coordenada pelo professor Rafael Nogueira tá então a gente fala tanto em avançar com educação em trazer uma boa educação a gente fala tanto em educação a gente tá mostrando aí no unitopia o desastre das universidades federais então a gente quer est nesse Fronte de batalha também e formar professores de história Olha como isso é importante então saiba pessoal que você pode ajudar a formar professores alinhados com os conteúdos e valores da Brasil paralelo se a gente conseguir bater 25.000 novos
membros com esse plano de R 10 mensais nós abriremos essa nova Turma para formar mais professores de história Beleza então é isso pessoal vamos bater essa meta 25.000 novos membros pra gente formar novos professores de história o link aí na descrição o QR Code tá aparecendo aqui no cantinho da tela para você se tornar um membro da Brasil paralelo por apenas 10 mensagens e assistir unitopia e todas as nossas próximas Produções tá bom conto com vocês e vamos continuar o nosso papo aqui mas e aí perfeito bom para começo de conversa ã se você se
o que você precisa ter uma discussão racional a discussão racional vai se dar em que termos os termos da língua uhum né quer dizer você não vai conseguir falar com as pessoas por t patia is é o começo da conversa então ã droga eu achei que é humanidade mas não foi não não não não estou vivo ainda para isso agora o que que é chato na língua Como por exemplo o drumon observou famosamente num poema né você tem que lutar com a língua é uhum a língua não ela não não vem assim natural dentro de
você eu lembro de mais uma vez um professor lá da USP de literatura portuguesa que uma vez ele falou falando do do orientador dele eh o agora esqueci o nome do professor bom mas ele dizia que quando ele entregou o primeiro trabalho dele pro orientador o orientador leu e falou assim Bom você escreve como respira e que ele pensou que era um elogio então justamente se você escreve como respira quer dizer que as coisas estão indo muito mal né você provavelmente não tá se fazendo entender você provavelmente não tá se comunicando bem né porque a
língua é um instrumento exterior a você ela tem um monte de dificuldades ela é um negócio meio enferrujado meio engessado né o Dante compara a gramática com a lua né Eh fazendo uma analogia entre os astros e e as artes liberais porque a lua reflete a luz do sol de vez em quando uhum e de uma certa forma mas a gente sabe que tem uma diferença e o sol é a verdade né isso então a gente sabe que o o que tá na língua o jeito como a língua reflete a verdade é problemático é complicado
não é o que a gente queria muitas vezes se a gente tem autoconsciência a gente fala um negócio e disz pô mas não Era exatamente isso que eu queria falar mas você não consegue À vezes botar em palavras isso pois é e por isso com razão os críticos literários às vezes elogiam os poetas dizendo eh observando como eles são precisos Olha a precisão da palavra que ele escolheu quer dizer ele disse exatamente o que ele queria dizer porque se fosse fácil eles não elogiavam né É não e vezes trocar uma palavra por mais que seja
sinônima não quer dizer exatamente o que aquela palavra que ele colocou ali quer dizer é por isso que precisão é obsessão assim você tem que estar sempre meio obsecado pela palavra mais certa para ver se a lua pelo menos fica cheia sabe não vai ser o sol mas quando você tá escrevendo tem esses momentos em que você sente que a lua tá cheia é isso nossa aqui eu consegui né É mas ainda assim é tu vira a página minguante exato exato exato mas ainda assim mesmo quando ela fica cheia não é exatamente o que você
queria dizer não é o sol né É não é a mesma coisa mas é o que dá para fazer então a gramática e ela cria sensibilidade né é com como ela é uma arte Liberal ela é em primeiro lugar intelectual né então não é a capacidade prática de você escrever mas ela é a sensibilidade para quando você vê uma coisa escrita você dizer isso aqui não tá do jeito que era para ser né dá para fazer melhor uhum hum eh agora um outro ponto interessante também indo mais pro lado intelectual e menos pro lado prático
né você se engana com seus próprios pensamentos né mas Isso é verdade tem muitas vezes a gente realmente acredita num raciocínio que a gente fez e quando a gente vai ver Foi por causa de uma palavra né Tem uma palavra que tem uma ambiguidade e né a gente caiu na ambiguidade da palavra Então quando você vai estudar dialética uma das no nos nos tratados de dialética muitas vezes a primeira coisa que o autor aponta é o problema do unívoco e do equívoco né quer dizer se a palavra tem mais de um sentido e eu prestar
atenção em que sentido eu tô usando porque se eu faço um raciocínio em um sentido uhum né na premissa eu usei um sentido e aí na conclusão eu tô usando outro sentido da mesma palavra o raciocínio vai virar um sofisma Uhum vai virar um raciocínio falso e a gente faz isso sem perceber isso aí dá um problema eu me lembrei de uma situação é ridícula essa situação vai rir da minha cara lá da Mas é porque me veio a mente é como a minha mente de vaga TDH no talo eh que tinha um pastor que
ele adulterava ele era adúltero né e ele ele tipo ele pegava as outras mulheres lá da igreja e tal e acho que ele era casado sei lá ele não tá na Bíblia tá na Bíblia vai lá pega e adultera não sei o quê aí tá o repórter do lado não é adúltera tipo assim ele leu errado o negócio em vez de adultera era adúltera assim Aí ele fica parado meia hora assim ele fala gente Tipo eu tava defendendo um bagul não é óbvio que é ridículo esse exemp c mundo mas o mundo dele caiu ele
falou ah então não pode adulterar é eu lembro disso eu lembro disso é um ótimo exemplo lá pro curso de letramento inclusive É sim isso é um exemplo trágico né meu Deus do céu não por favor não faça isso não bota esse exemplo não é ele ele convenceu a a a mulher a cometer Adultério Adultério mas Rafael indo nessa nessa nesse sentido que você tá desenhando agora eh Você tem uma uma aula que eu adorei falando sobre a estrutura Dual do pensamento e como essa estrutura do al também se reflete na língua de maneira que
quando a gente estuda a língua de alguma forma a gente está de alguma forma não de uma forma claríssima nós estamos desenvolvendo o nosso próprio pensamento por que eu estou falando isso embora o que você tenha dito agora a respeito de gramática seja sobre a escolha mais precisa da palavra essa intimidade com a palavra essa construção da lua cheia Ou pelo menos essa essa busca pela lua cheia a gente estuda ali por exemplo morfologia e talvez para alguém que esteja caindo aqui nessa conversa de de paraquedas a pessoa vai falar assim poxa mas o que
que tem a ver a escolha da palavra mais precisa com o estudo do dos morfemas sabe dos dos prefixos sufixos radicais das palavras um desinência de gênero desinência de número por que que isso esse estudo é importante para que eu para que eu posso me me valer da gramática da melhor forma possível como que a gente pode fazer essa ponte bom tá uma uma coisa que você comentou a o estudo de gênero né hoje essa palavra tá com sentido bem problemático completamente deturpado né exato sim é uma invasão da gramática sobre a Biologia por quando
a gente estuda gênero em gramática e a gente deveria pelo menos aprender ou deveria perceber ser levado a perceber que gênero não significa sexo né para começo de conversa eu me recuso a us a palavra gênero Para para que dizer sexo sexo é sexo né Eh o o gênero é a própria palavra eh genus né em latim ela significa um uma classe então é parecido com quando você fala eh classes de palavras partes do discurso gênero é uma palavra semelhante é um grupo de palavras uma categoria é uma categoria exatamente então é um negócio arbitrário
não é um ele não é não reflete perfeitamente a ideia de sexo embora possa ter uma associação eh digamos assim simbólica meramente parcial né Uhum mas a gente sabe que a casa não é do sexo feminino que aliás muda de língua para língua né Pois é então esse tipo de distinção é importante para desenvolver o pensamento racional né você saber que o fato de você usar uma palavra no no gênero masculino não significa que a o o objeto o ente ao qual tá se referindo a do sexo masculino né não que isso seja uma coisa
difícil de perceber simum embora hoje talvez esteja parecendo por certas confusões que as pessoas estão fazendo mas o o o hábito vamos dizer assim né ã a aquisição do de uma percepção sólida de que existe uma diferença entre a categoria gramatical e o objeto real e a característica biológica ou física do objeto ele é é uma coisa que ajuda a construir o raciocínio humano correto então o estudo da morfologia eh ele tem um papel Evidente na construção das percepções lógicas posteriores você percebeu O que é um substantivo realmente entender o que é um substantivo ter
aquele clique né Opa eu sei o que é um substantivo é interessante para quando depois você fori estudar a noção de substância Em lógica né Você percebeu que é um adjetivo é interessante para perceber o que é um acidente depois né e assim advérbios né também são são acidentes eh Então essas coisas são como que uma introdução à lógica né Uhum E ao mesmo tempo Inter ligado né Pois é tudo tá Inter ligado É como se uma coisa fosse a porta da outra e ao mesmo tempo também saber as diferenças entre elas faz com que
a sua mente se Organize né com que você tenha eh graus de percepção dos objetos você diz não esse objeto e por exemplo esse animal é do sexo masculino e eu de fato me refiro a ele com a palavra do do gênero masculino mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa se você pegar uma obra com a Suma Teológica el tem eh eh centenas de vezes em que eh São Tomás de Aquino resolve um problema de teologia mostrando que o que tem ali é uma confusão gramatical não veja bem é que
ele ele tomou esta palavra por uma por uma outra né então você conseguir organizar a língua e separar a organização da língua da organização dos conceitos é absolutamente fundamental para você pensar de forma organizada isso é muito legal né Tipo ele apontou pro referente errado por causa tu entender essa estrutura da língua realmente é uma coisa fantástica de signo significante significado e bom a sua teoria do letramento que hoje graças a Deus está sendo muito difundida né está chegando às escolas essa teoria é sua mesmo ela é criação sua sim está dentro do desenvolvimento dessas
três artes liberais né do trivium conta para nós um pouco eu sei que é impossível que a gente fale sobre tudo do letramento Mas quais foram as suas premissas quando você criou essa teoria do letramento é e o que é também né é e o que é de onde você partiu E aonde você chegou eu em primeiro lugar né eu passei a primeira década da minha vida profissional trabalhando só com linguagem né então essa parte de gramática ela era tudo né eu de fato me especializei E ensinei muita gente e eduquei muita gente nesse nesse
elemento nessa parte criou o primeiro curso de Latin online do Brasil foi o primeiro curso de Latin online do BR eu tô muito boa para vender os cursos do Falcon né você tá vendendo melhor do que ele próprio dele Obrigado contrata contrata ela por favor você para fazer uns víde fico mais feliz com o seu entusiasmo do que com a propaganda mas você não sabe tanto que eu fiquei feliz quando eu vi que havia um curso de Latin online porque eu achava que era impossível eu falei meu Deus existe funciona sim mas e aí Eh
então eu eu me dediquei muito a isso né e e a E aí teve uma hora teve algum momento em que eu comecei a ter certos insights né Eu estava ali dando aula e eu percebia uma coisa ã em sites pedagógicos propriamente Ou seja eu percebi o que que tava faltando para um determinado aluno fazer algum alguma passagem fazer dar um pulo e eu lembro eu lembro do dia que eu percebi a a a primeira coisa ali do primeiro conceito dos graus de en letramento né que é a diferença do passivo BR pro passivo incipiente
que foi um dia que eu tava tentando ensinar um elemento de morfologia do latim num curso intensivo é para uma adulta diplomada eh eh tinha um grupo de adultos ali muitos diplomados E aí tinha uma adulta diplomada ali pedagoga eh que não tava conseguindo entender uma um conceito de gramática e teve um momento que eu eu sou insistente né Eu sou teimoso às vezes os alunos ficam com um pouco de medo por causa disso se eles fizerem uma pergunta se falarem alguma coisa eu vou insistir eu vou entrar naquilo obsessivamente não vou deixar ele em
paz sim eu falei Santo falei mas é sem julgamento né Mas é por interesse mesmo então ela não entendia e eu queria saber por que ela não tava entendendo né Fale vamos lá vou vou tentar descobrir onde é que é que não ela não era ignorante né De jeito nenhum de jeito nenhum falante de português há mais de 30 anos com certeza diplomada né né etc eh Então por que que não tava entendendo e chegou uma hora que eu descobri que ela não estava conseguindo perceber um padrão morfológico dentro da palavra eh a gente não
ensina radical e e desinência né pronto então do mesmo jeito que você fala amemos por exemplo você tem o am né você tem a vogal temática Você tem o o a desinência eh radical vogal temática desinência tá bom pois é ela não estava conseguindo perceber que as palavras tinham o mesmo radical hum Tava colocando ali uma as palavras que tinham o mesmo radical só que tinham um desinências diferentes e ela não conseguia perceber o radical ali dentro E mesmo quando eu mostrava espiramente ela não via falei que lindo isso os olhos dela veem mas a
mente não enxerga Olha só né e eu disse é impossível você aprender qualquer coisa em linguagem sem saber isso aqui sem você olhar para uma palavra e perceber o radical se você não consegue perceber o padrão do radical você não vai entender absolutamente nada a única coisa que eu posso fazer com você é o quê fazer você repetir você repete repete repete até que vira um hábito e você sai falando corretamente você sai você parece que você entendeu mas você nunca percebeu O que tinha dentro da palavra você nunca percebeu que a palavra era regida
por um princípio racional né se você não percebe em suma a forma fonética que corresponde ao princípio racional do radical você nunca vai perceber o princípio racional do radical né em outras palavras se você não percebe o elemento sensível você não vai perceber o elemento inteligível né Como dizia o velho Aristóteles Uhum E ali eu entendi você tem o passivo bruto e o passivo incipiente porque você tem a pessoa que ainda não percebe esses padrões e você tem a pessoa que deu clique e agora ela percebe na hora que você mostra palavras com os mesmos
radicais ou com as mesmas desinências ela identifica o padrão não é sem que você precise mostrar sim se deleita imensamente com aquela identificação Então e se eu pudesse aí é o próximo passo do raciocínio que eu não fiz naquele momento mas e se eu pudesse descobrir um jeito de pegar uma pessoa que não tem esta percepção e levá-la a ter esta percepção isso ia mudar completamente a experiência de aprendizado dessa pessoa não só de gramática de tudo porque a partir do momento que ela percebe padrões de de morfemas ela vai perceber muitos outros padrões também
Uhum Ela vai mudar de uma pessoa que não percebia padrões para uma pessoa que percebe padrões e isso vai revolucionar a vida de estudos dessa pessoa ela nunca mais vai ser a mesma né vai ser a diferença entre uma pessoa que toda vez que quer aprender uma coisa Tem que repetir repetir repetir repetir porque não entende e a pessoa que vê três quatro exemplos e já entendi Pronto pode passar pra próxima né Uhum todos os professores de linguagem já encontraram os dois tipos de aluno e sabem que o primeiro o que não percebe os padrões
é muito mais frequente Uhum E aí tem aquele aluno que percebe e que fica ali entediado se arrastando né porque para ele já podia passar pra próxima lição e e a turma não tá acompanhando são quantos níveis quantos graus de letramento eh varia entre dizer quatro e cinco porque teve uma para fins didáticos eu eu eu criei o vamos dizer assim o Quase que o grau zero né que é o passivo bruto incompleto Ah tá né o passivo bruto incompleto é o que a gente chama de um analfabeto funcional aham essencialmente é a pessoa que
não consegue ler por exemplo um um um artigo de jornal corretamente que não consegue escrever um texto longo um e-mail corretamente né comete erros muito básicos esse o treinamento você dá então exemplos insumos para esses alunos sejam dos graus mais baixos até os medianos eles terem um nível maior de de e eh instrução de leitura como é que é assim só só esse processo assim o que que você faz você pega um aluno que ele é um analfabeto funcional ele passa por esse processo ele ao final do processo ele ele ele já tá letrado assim
vamos dizer assim é só porque eu não realmente como eu Você já conhece o o curso eu não let curiosíssima então uma coisa que eu queria até e até pro pessoal de casa para poder entender o que que Como é que é esse essa jornada essa travessia assim do aluno eh eu me interesso sobretudo em explicar para um grupo mais seleto né esses conceitos de forma que eles possam levar isso para outras pessoas uhum né Eh eu veria um problema em você pegar uma uma descoberta assim muito recente não sei se eu eu tô dando
um um tom meio megalomania falando que é uma descoberta é uma descoberta uma pequena descoberta né mas você pegar uma descoberta recente e já tentar rapidamente transformar ela numa máquina entendi né quer dizer Você ainda não entendeu todas as consequências Você ainda não entendeu todos os pressupostos então eh eu eu cometi o erro de dar o curso do grau de letramento muito rápido né então eu dei um curso pequeno com poucas aulas e e Com passar dos anos eu vi que muita gente não tava conseguindo entender direito o que eu tava falando ali Uhum E
daí as pessoas podem começar a fazer umas besteirinhas né Hum então acontecem umas coisas chatas né Por exemplo eu falei muitas vezes no curso eu não quero que vocês usem grau de aleto como xingamento né isso não é xingamento tipo camadas da personalidade instrumento virou xingamento você não pega um sujeito que tá discordando de você e fala ah você é passivo bruto incompleto não faz isso por favor fe de quarta camada é isso é isso outra coisa contra a qual eu alertei muito e que também não não funciona alertar muito ah ah tomar cuidado com
você não tá se classificando num num grau alto demais ah numa autoclassificação né é pois é classificar É muito problemático uhum né E também também acabei sendo acossado por alunos que vinham querer que eu os classificasse digo você que que eu li seu né que que eu sei de você não sei nada eu tenho que confiar no seu testemunho então se você fala para mim que você faz x y e z eu vou dizer parece que você tá no Grau tal mas eu posso realmente eh diagnosticar isso quando você não é um um aluno meu
e quando eu Não te conheço pessoalmente quando eu não não vi eh não não te vi aprender não te vi passar por um processo pedagogico Não não posso fazer isso né então você cria certas ansiedades né hum as pessoas querem se colocar em caixinhas também né É então hoje eu tô explicando de novo mais devagar lá na academia trivium né tô indo mais devagar aí eles ficam pedindo Fala logo do passivo refinado Não não vou falar primeiro vocês T que estudar um pouquinho de dialeto tal que aí quando chegar no passivo refinado vocês vão separar
certas coisas né Vocês vão distinguir certas coisas tem que entender o negócio direitinho para você não sair se estaban não sair tropeçando né Uhum e falc um dos seus cursos é uma das suas grandes defesas e e eu cheguei por esse curso que é o de de Cultura literária né de desenvolvimento da cultura literária principalmente nas crianças ali mas em todos nós isso é fundamental eh e eu achei muito bacana uma coisa que você falou que é o seguinte o estudo da literatura não é mais um estudo todo o universo está ali dentro da literatura
Então não é assim você tem o estudo de matemática de física de química e literatura não é uma matéria está tudo ali dentro da literatura Por que que isso me veio à cabeça agora né só fazendo uma contextualização a criança que lá desde pequenininha já tem uma cultura literária uma apreciação estética um desenvolvimento uma perce ção poética ela provavelmente não vai ter muita dificuldade de perceber esse padrão do radical amo por exemplo porque ela já tem essa sensibilidade pro signo ela já já consegue aprender isso com mais com mais facilidade Como que você vê essa
importância da cultura literária hoje na verdade ela adquire essa sensibilidade enquanto está adquirindo a formação literária Porque no momento que você começa por exemplo a a ensinar a criança a recitar poesia você tá forçando a mente dela no sentido de reconhecer padrões só que primeiro são padrões fonéticos uhum sim né mas são esses padrões fonéticos que vão ser usados para criar os radicais e e as desinências Sim né e muitas vezes até coincidem né Eh daí a gente pode se queixar por exemplo do poeta que sempre rima os verbos na nas nas mesmas conjugações e
nas mesmas pessoas porque é fácil né Você rima tudo no mesmo tempo na mesma conjugação e na mesma pessoa bom é claro que ele vai ter a o mesmo final aham Ah então a primeira coisa que a criança percebe são as rimas que são padrões fonéticos ela se deleita naquilo ela acha aquilo interessante né É É muito engraçado quando os pequenininhos começam a perceber que tem que tem rimas né eles dizem eh papai olha olha isso aqui olha que interessante isso aqui que esse poeminha aqui que eu li Aí ela fala ela recita o poema
e o que que você achou interessante é que combina o final das palavras combina é ou tem tem outras vezes já já vai chegar às vezes eles usam umas palavras eh engraçadas para descrever né Aham coisas do tipo combina eh el não lembro agora mas crianças às vezes eles escolhem o vocabulário Ah parece casa né É bonitinho Eu adoro quando eles falam que casa alguma coisa e ess você diz ah que legal ele começou a perceber padrões fonéticos Uhum Então esse aí daqui a pouco vai est percebendo morfemas falando em padrão fonético eu queria voltar
um pouquinho para aquela pergunta da memória aham da memória e da questão da alfabetização né porque a gente tinha uma alfabetização que era fonética e agora a gente tem todo aquele modelo sócio construtivista eu queria que você falasse um pouquinho a respeito disso porque eu ainda peguei a alfabetização fonética uhum né do dado é de dodu aquela coisa assim toda e isso e era impressionante porque era uma decoreba Claro mas era aquela decoreba que em pouco tempo você já aprendia a ler você conseguia juntar perceber padrões e hoje em dia se a criança errar é
aquela ah não mas ela tá falando errado agora mas não não corrige Não corrige porque se você corrigir isso aí ela vai se frustrar é uma coisa ruim e tal ela vai aprender sozinha Qual que é o a palavra certa aí ela fica falando problema uhum exato até um problema moral né As crianças as nossas crianças estão adquirindo hábitos muito ruins assim na primeira infância eh uma coisa que a gente ouve muitas crianças dizerem é é assim como é que é eu falo do meu jeito é isso eu lembro de um priminho meu quando eu
era criança falando isso teve um dia que uma filha minha falou eu digo como assim você fala do seu jeito a língua portuguesa é sua você inventou você tá falando você tá falando consigo mesmo ou você tá falando com com outras pessoas né não é assim não você não fala do seu jeito né quer dizer tem um um egoísmo e plantado nesse tipo de de frase que essas crianças estão dizendo né um solipsismo do tipo eu não preciso dos outros eu não preciso me curvar aos outros eu não preciso falar de um jeito que os
outros também falam né eu faço o que eu quero do jeito que eu quero digo bom esse é o mesmo impulso que vai levar essa criança a fazer muitas coisas ruins depois né então tem até um um problema moral mesmo às vezes nesse negócio de é que as pessoas nascem hoje num mundo que já está estabelecido e elas acham que ah existem esses padrões é elas são inaugurais universais mas elas não eu não concordo com isso aí eu vou fazer do meu jeito e deveria ser justamente o contrário você está imerso numa cultura num padrão
e você se submeter a isso né a premissa da da da P ideia lá coisa não gosto não gosto disso né você não gosta ou você não consegue né Qual o problema de você não conseguir alguém tá alguém tá te batendo porque você não consegue falar do jeito certo ou do jeito comum né alguém tá te xingando por isso alguém tá te maltratando porque você não fala do jeito comum não você só não consegue fazer tudo bem você não consegue hoje amanhã você pode conseguir agora não fala não gosto porque porque tá errado o problema
não é que você não gosta o problema é que você não consegue né e não tem problema nenhum em você não conseguir eu também não consigo fazer um monte de coisas Uhum não tem problema certo mas a gente não vai mentir a gente não vai tratar uma dificuldade material que a gente tem diade prática como uma questão de valor uhum como se fosse ruim sim nã aí não isso é perigoso uhum né interessante muito mas desculpa eu entrei nesse problema moral mas a pergunta não era sobre isso o que que era mesmo eu queria voltar
um pouco pra questão da memória o processo de memorização de decoreba que isso é algo não peraí a pergunta era sobre método sócio construtivista da questão fonética de como que você vê essa alfabetização fonética com esse modelo socioconstrutivista e a importância Claro da memória né pessoalmente eu acho que a abordagem lógica né lógica no sentido de racional né não lógica no sentido estrito Mas metódica vamos dizer assim costuma ser a melhor abordagem uhum né Tem pessoas que pensam de um jeito Tem pessoas que pensam de outro tem crianças que TM mais facilidade de um jeito
outras TM mais facilidade de outro mas pelo menos um pouquinho de método eu acho que é melhor do que método nenhum Uhum Então a abordagem de ensinar o alfabeto depois as sílabas depois as palavras né que essa abordagem novíssima né muito recente pode ser tratada de várias formas então tem várias correntes de alfab alfabetização né tem o tem o silábico tem o fônico e assim por diante eh eu não sou partidário de nenhum deles e não não entro nesse tipo de debate porque eu acho que todos eles funcionam Uhum E ao mesmo tempo eu acho
que entrar demais em qualquer um deles eh põe a gente em risco de virar uma espécie de fanático uhum e e acabar se preocupando demais com coisa pequena né que é que é o que às vezes eu vejo as pessoas eh muito obsecado com certos detalhezinhos que não são muito importantes eh que não não fazem muita diferença no aprendizado da criança Uhum mas só para seguir uma certa corrente né Uhum mas eu acho que todos eles estão fazendo bem na medida em que eles impõem uma ordem né E essa ordem vai do pequeno pro pro
grande do simples pro complexo Então eu acho que isso é legal porém eu devo admitir né que existem pesquisas já comprovando que não faz muita diferença se você começa do simples e vai pro complexo ou se começa do complexo e vai pro simples com tanto que você passe pelos por todos os níveis né então tem gente que aprende pelo Global por exemplo né que é o que você começa pela pela palavra inteira e com passar do tempo é ler bem né mas lê bem por quê porque passou pela palavra inteira depois passou pelas letras pelas
sílabas hum né se você não passar por todos os níveis não tem como né E ao mesmo tempo o sujeito que aprende do simples pro complexo em algum momento ele também vai aprender pelo global de certa forma no sentido de que a gente eu e você por exemplo a gente não não não chega aqui não vê essa caneca e faz c o co c o n com né a gente não faz isso a gente bate o olho e identifica conversa então a gente tá L pelo de certa formaum né Isso é uma habilidade que a
gente adquire com o tempo se estudar pelo fônico S adquire se estudar pelo Global mas tiver um um trato com os elementos básicos também desenvolve a capacidade de de decodificar o problema é se o tratamento pedagógico for preguiçoso e digamos assim você simplesmente esperar que a criança se identifique a relação dos das letras com os fonemas e com as sílabas etc tudo sozinho isso não vai acontecer muitas vão ficar analfabetas mesmo né então Eh como tem essa briga né de quem quer começar pelo simples e ir pro complexo quem quer começar pelo complexo e ir
pelo simples já teve muito exame já teve muita pesquisa e as Pesquisas mostram que se você fizer o trabalho Direito Dá no mesmo né agora eu pessoalmente a Pode até dizer que é uma preferência pessoal eu prefiro começar do simples e ir pro complexo eu acho mais lógico mas natural parece né Eu acho que funciona melhor de forma geral agora pode ter crianças que realmente aprendam mais rápido se você fizer o contrário pode ser Uhum eu não excluo essa possibilidade porque a inteligência Não funciona sempre da mesma forma né Eh quando a gente tem muitos
filhos a gente vê isso né né a gente ensina de um jeito para um filho e funciona maravilhosamente aí chega o outro a gente tenta fazer a mesma coisa e não entra e a gente diz ué aí a gente tenta alguma outra coisa Muda alguma coisa aí funciona melhor uhum a gente diz bom o que que tá acontecendo a inteligência dele funciona de uma forma diferente né É então ser professor inclui envolve Eu acho você hã tomar cuidado para não virar fanático de nenhum movimento pedagógico sim né não não não não querer seguir a risca
nenhum movimento qu era um cuidado que os medievais tinham né tinam de não ficar eles não tinham esse problema de movimentos pedagógicos eh ferrenhos que viravam ideologias né Isso aí não existia é cada professor se virava eles tinham uma tradição dentro de uma tradição você tem muita liberdade para fazer adaptações Então tinha professor que gostava de começar o ensino de de gramática lendo eh os poetas pagãos tinha outros que preferiam começar com os poetas cristãos posteriores depois iam pros pagãos tinha outros que não queriam nem ler um nem ler outro pegavam lá o boécio a
Consolação da filosofia e passavam o curso de gramática todinho só lendo aquele livro olha só que realmente vale por muitos poemas Uhum Então eh bom mas eu acho que como professor a sua primeira obrigação é olhar pro seu aluno Então você tá tentando um negócio e não tá funcionando você troca você fala o que que vai funcionar né e troca ã E aí se você entrar demais em um desses movimentos isso fica comprometido O duro é que pro professor trocar ele precisa ele mesmo ter repertório né porque às vezes ele foi adestrado a fazer de
um jeito só e aí vai trocar pro qu eu não sei fazer diferente infelizmente a Nossa vocação é essa aí né infelizmente não eu acho que é felizmente e lembrando que ele falou da questão dos filhos o falcom e adai tem cinco filhos então ele tem um laboratório em casa é algo importante dizer tem inclusive toda vez que falam assim a criança tem que estar alfabetizada com não sei quantos anos né Aham quando se fosse uma tabelinha né a partir dos cinco seis aí já pode sim isso aí nunca vi uma criança na vida né
tem que ter contato com algumas para você ver que algumas fluem muito bem outras já não fluem tão bem assim e não tem problema não tem problema e eu tenho filhos que se alfabetizar muito rápido eu tenho outros que demoraram um pouco e e eu eu lembro que lá atrás lá no tempo do formação literária da criança eu já falava nego vinha com essa conversa de quanto com quantos anos tem que alfabetizar eu dizia se com 7 anos ele não souber ler e escrever você se preocupa né até lá realmente não é uma preocupação vai
ensinando né porque eu eu já pensava assim e a minha primeira filha quando ela tinha o que uns 2 anos e meio ela começou a fazer pressão para aprender ai e Eu 2 anos e meio do anos e meio talvez mema me enganando eu ia falar que era por causa dos irmãos mas ela era a primeira né e eu dizia não até os 7 anos tá tranquilo aí ela com 2 anos e meio começa a fazer pressão quero aprender a ler e aí eu digo bom eu eu dizia pra minha esposa não vai decorando uns
poeminhas com ela não precisa se preocupar com esse negócio de alfabetização né é importante é ela ia adquirindo linguagem treinando a memória né adquirindo facilidade de falar lá também né de entender não precisa se preocupar com letra né mas ela começou a fazer pressão então o resultado com 4 anos ela já Lia maravilhosamente caramba Olha porque ela fez ela fazia pressão dela isso né mas encontra partida às vezes outro filho teu demorou foi só com seis sei lá sim eu tenho uma outra que agora com sete ela tá realmente Começando a ler fluentemente né ler
maravilhosamente né mas foi difícil não foi uma coisa fácil mas em compensação a a minha mais velha ela sempre leu de uma forma assim um pouco monótona vamos dizer assim não tinha muita facilidade de interpretação e essa já é muito elegante olha só que interessante as individualidade ô falcom já que é seu primeiro podcast a gente explorou todo o seu lado professoral e e as suas teorias e os seus encerrar de um jeito pessoal né É vamos encerrar porque puxa vida é o primeiro podcast do falcom já no Nossa ah gente não não por minha
culpa porque por mim a gente ficava aqui 20 horas conversando ia ser uma uma alegria mas nós temos um monte de programa né e pela frente mas eu queria entender de onde que veio isso falcom porque você tem 37 anos aí você falou porque quando eu comecei assim há 15 anos e eu pensando gente mas o rapaz começou no útero da mãe já a gostar de linguagem você fez letras na USP e você tem mestrado tem doutorado também tem o mestrado em letras clássicas tem mestrado em letras clássicas já cunhou sua própria teoria teoria do
do letramento e tudo mais De onde surgiu esse interesse por isso e como é que foi a sua experiência na faculdade também na USP conta para nós um pouco sua trajetória hoje eu penso que o meu interesse sempre foi educação né Eh eu fui pras eu eu inclusive A Minha Primeira ideia era fazer faculdade de Filosofia Hum mas eu eu tinha um primo que tinha tentado fazer faculdade de Filosofia tinha desistido e ele falou assim para mim na faculdade de Filosofia não não deixam você pensar eles tentam controlar o que você pensa não não só
e eu não sei em que medida ele tava certo mas eu acreditei ele era um primo inteligente eu considerava respeitava muito a opinião dele então tô fora ele falou isso eu digo então já sei o que eu vou fazer eu vou fazer letras aí eu vou fazer na época eu pensava fazer grego vou fazer grego vou aprender grego aí o professor só vai cobrar gramática né Aí eu estudo só gramática na faculdade só que eu tô lendo Platão e pensando só que ninguém vai tentar me controlar foi foi tipo um plano de dominar o mundo
Pink Sé quase é quase isso eu ou evitar a fadiga né F assim eu vou pensar escondido porque ninguém me incomoda mas acabou que você fez isso eu depois fui convencido aí pro latim né quando eu entrei na úp um professor ali do do curso introdutório que me convenceu a a fazer latim in vez de fazer grego e mas a minha motivação eh acho que era essa que eu sentia que precisava aprender muitas coisas que a escola não tinha ensinado é para que para que eu pudesse digamos assim ser alguém né para que eu pudesse
pensar alguma coisa para que eu pudesse fazer alguma coisa da minha vida tava faltando muito eu tinha eu lembro de uma vez quando eu era adolescente que eu ouvi alguém mencionar que antigamente existia o curso clássico no no ensino médio né né que que antes tinha o técnico o científico e o clássico uhum e eu senti muita inveja falei puxa vida se tivesse is hoje com certeza eu ia pro curso clássico né porque eu ia aprender todas essas coisas né latim grego ler todos esses caras legais né E então eu sentia que faltava e eu
fui procurar isso na faculdade né mas só um passo antes mas você teve essa referência em casa por que grego Ah é eu sou meio maluco mesmo era era sua maluquice então mas maluí do bem mas ao mesmo tempo a minha mãe tinha outro outro tipo de maluquice né então a minha mãe ela era do tipo que ela saía para fazer alguma coisa aí passava na livraria e via por exemplo a república de Platão aí ela comprava e levava pra casa e jogava na minha frente só só sua mãe fazer ISO olha Eh nenhuma mãe
eu vi esse livro e achei que você ia gostar de ler Car Olha só faz isso com a Joaninha deu cer tinha muita explicação eh mas mas é isso ela ela tinha esse lado né minha mãe ela ela gostava muito de estimular que eu lesse e e que eu lesse essas coisas estranhas e você Lia desde pequeno assim essas coisas é no começo eu era mais eu não era muito interessado em filosofia eu comecei a me interessar em filosofia ali pelos 15 anos mais ou menos né Antes eu era um cara mais da da literatura
mais de de L historinhas sim e aí entrou pra Faculdade de Letras na USP como é que foi olha elha foi fenomenal Ele é a única pessoa que fala bem da USP não é É verdade é verdade cara que eu já vi na minha vida olha por exemplo quando eu entrei na Faculdade de Letras lá da da USP ã eu eu lia essas coisas né meio meio na louca né Aham mas eu nunca tinha visto uma pessoa citar por exemplo Platão ou Aristóteles dizer o livro o Capítulo e o parágrafo né eu nunca tinha visto
isso então eu fiquei assim eh Maravilhado com aquilo aquele nível de conhecimento técnico né Eh a osp levou meu padrão sobre sobre certo aspecto Eu não eu nunca tinha visto uma pessoa fazer as coisas que os professores da USP faziam né então depois eu eu conheci o o o Olávio de Carvalho eh do meio pro final da faculdade e ele levou o meu padrão num outro sentido ou seja ele me colocou algumas questões que estavam Acima das questões técnicas né ou das questões puramente metodológicas né ele me colocou algumas questões mais existenciais sobre estudar sobre
viver inclusive Uhum E então isso também aumentou meu padrão mas eu em relação à escola entrar na USP foi um uma coisa muito boa para mim né acrescentou bastante bastante coisa assim é aquil todo lugar que você entrar vai ter alguma limitação é né todo mundo que você conhecer vai ter alguma limitação sim então é é importante agregar né é importante você tirar o que tem para tirar de cada lugar e ser agradecido pelo que você recebeu sou muito agradecido aos meus professores da USP e sou muito agradecido ao Olavo também e sei que um
não se bicava com o outro paciência eu tô nesse mail aí tá tudo certo paciência você conseguiu absorver o o melhor dos dois tanto que ele ficou lá e fez mestrado né se funcionou Eu gosto de todos eles sim algumas vezes fui fui meio maltratado né não tem problema faz parte eu lembro de uma vez que eu tava conversando num Corredor da USP e falei o nome do Olavo em voz alta que era proibido né ah não podia fazer descobriu não ali que não podia mais ou menos eu também era meio audacioso e fazia o
que sabia que não podia você tinha quantos anos você lembra Ah não sei 20 21 talvez caramba já já tava com lava ali na frente já e E daí um professor muito querido passou do lado e ouviu e olhou para mim com aquela cara do tipo traquinas tá fazendo o que não po conversamos depois conversamos depois aquela repreensão assim nossa senhora aquela repreensão simpática né e a partir dali ele não entendeu porque ele só tirava F nas nunca fizer não fizeram isso com amigo no no mestrado deu uma é mestrado teve uma alguma coisinha nesse
sentido mas eh de forma geral não me queixo Ah eu acho que é o que é o que tem que ser é o que a gente tem que esperar na sociedade você chegou a conhecê-lo pessoalmente o Olávio ou você infelizmente não quando eu conhecia ele já estava fora do Brasil né e eu não sei por mas eu eu acho que eu levei um pouco a sério demais as coisas que ele dizia então quando eu ouvi no no no no né no curso online de filosofia que você tinha que casar trabalhar sustentar família etc eu corri
para fazer isso e fui com bastante sede a pote isso me deu muita ocupação Ah por falar nisso a Dai você conheceu lá na faculdade ou não não teve nada a ver a minha esposa eu conheço desde os 15 anos ai que legal achei eu conheci meu marido no no Jardim de Infância você acredita nisso é muito legal isso uma história de uma vida vocês não sei se você se todo mundo é da época de todo mundo mas o a gente conversava pelo mirk era demais era demais não chegi jovem um jovem né era pelo
mirk na na conversa fechada porque tinha aquelas comunidades do mirk só lembro do is pra frente mcn entendeu é muito jovem você todo dia era meia hora discutindo como o mundo foi criado quant olha olha os pafos que ele tinha o mundo era eterno aos 15 anos o mundo foi criado eterno não sei o qu eu acho que eu com 15 anos 20 anos eu caçava Pokémon Ah eu ador eu gostava muito Pokémon tamb não é para dizer que não gostava Pokémon é de quando eu tinha fez sucesso quando eu tinha uns 11 12 anos
gostava muito ol tá vendo e aí a a sua primeira filha você tinha quantos anos minha primeira filha eu tinha o que 22 Nossa levou a sério Professor Olavo mesmo era ali sendo repreendido por ser traquinas e já tendo filho ali resolvendo vi que eu assisti uma das primeiras aulas do cof e ele passou um sabão em alguém lá por algum motivo e daí ele ele falou assim que se você queria ser um filósofo se você queria ser um intelectual você tinha que se sustentar você tinha que pagar suas próprias contas aí no dia seguinte
eu fui procurar emprego porque eu tava nessa época ali querendo seguir fazer um projeto de iniciação científica na faculdade né já tinha feito um queria fazer outro e eu pensei não eu vou vou trabalhar vou botar a mão na massa resolver minha vida aqui logo e assim fez lá salvou tua vida olha muito provavelmente Muito provavelmente ajudou bastante esse linha maravilhoso não muito bom muito bom Rafa muito muito bom que bom que deu certo você vir para cá viu vamos perguntar né como que as pessoas acham você nas redes sociais já quero dizer que não
são muito ativas mas os cursos tem muito conteúdo tá um pouco mais ativo agora tem aluno me ajudando eh precisa precisa eu ter que divulgar mais isso aí é tem e tem muita coisa que fica escondida né então tem o Instagram né tem o o Twitter YouTube o Twitter é é mais obscuro e é para textos grandes aquela co ah você não é treteiro no Twitter não ah não não vale a pena não vale a muito ódio aham Qual que é o Instagram vai tá aparecendo na tela é rss Falcon sem sem acento né naturalmente
aham é e tem o YouTube também né Eh o o a gente coloca os vídeos no no canal do YouTube também ah que é é isso é Rafael Falcon né Óbvio tudo meu é muito Óbvio o site é rafaelcunhaof né Eh eh ensino técnico do dos conceitos das Artes liberais n etc e o projeto animus ele é mais pro lado da ética né e e ele é mais livre a gente aborda muitas coisas tem aulas falando por exemplo de mitologia de folclore e o curso de Latim está dentro desse projeto ou é a parte isso
é o curso de Latim é é hoje em dia qualquer pessoa que entrar na academia trí não tem acesso ao curso de Latim Ah entendi né e a formação literária da criança a formação literá da Criança é a parte Ah é a parte Ah tá mas na verdade a formação literária da Criança é um curso mais antigo então da forma como eu vejo eu tô refazendo né eu tô retratando os mesmos assuntos na academia trivium só que com mais calma uhum com com mais paciência com mais continuidade abordando por mais ângulos juntando as coisas né
conectando as coisas que muitas vezes ficam fragmentadas quando a gente dá curso sim legal Muito obrigada B Papo né obg dá uma vontade de ser nerd não dá dá uma vontade de falar vou levar isso aqui a sério vou estudar de verdade até o fim sou nerde com orgulho nerde com orgulho né Muito obrigada Rafael seja sempre bem-vinda as portas sempre abertas viu Eu que agradeço Valeu demais beijo meu querido obrigada pela companhia mais uma vez e beijo para você que nos acompanhou até aqui nós vamos ser um negócio mais revolucionário do mundo porque vai
vai ser grande e ainda vai fazer o bem a gente encontrou Talvez um modelo de organização para influenciar a cultura Talvez o nosso modelo dos nossos [Música] valores não tem como você produzir um efeito na sociedade sem trabalho sem mão de obra e eu e o Lucas o Felipe desde desde faculdade desde novo assim a gente tinha sonho de Ender se sentia numa outra vocação assim né e e eu dizia cara eu não quero fazer uma ONG que vai receber dinheiro porque daí eu vou né esse modos operand tem alguma coisa que não fecha tinha
uns R 10$ 10.000 ali guardado botamos esse r$ 1.000 depois surgiu mais 3.000 e pouco ao todo a gente investiu do bolso R 1.800 e ao todo pegamos R 94.000 de empréstimo então foi isso investimento da Brasil paralelo não tinha chance de dar certo esse negócio e que que a gente fez a gente fala olha tem alguns princípios primeiro negócio privado tem que ser atrativo PR pras pessoas todas que não estão interessadas pelo tema a gente tem que despertar novas pessoas para esse negócio aqui não pode receber dinheiro público Porque a gente já viu o
embrulho que isso gerava a dependência Total sempre a gente queria fazer algo que a gente acreditasse filosoficamente também tinha essa pegada E então a gente sempre até hoje a gente nunca nunca fizemos um apoio an político mesmo as nossas críticas sempre são críticas históricas e ponderadas etc conscientes não é uma coisa fervorosa ideológica e nós tínhamos esse esse perfecionismo de de fazer um negócio que fosse didático como era essa apresentação aqui olhou para as pessoas falou assim olha isso aqui vai ser o maior negócio de conteúdo do do Brasil talvez do mundo nós vamos ser
um negócio mais revolucionário do mundo porque vai vai ser grande e ainda vai fazer o bem Brasil paralelo Brasil paralelo Brasil paralelo Brasil paralelo Brasil paralelo entramos em ência aí no Brasil inteiro viamos para São Paulo o crescimento do negócio todo ele foi financiado com o lucro E nunca tivemos nenhuma rodada de investimento nunca tivemos nenhum fundo interessado nada a nossa área de produção é muito eficiente comparada ao mercado de audiovisual em geral né a gente faz aí do TR meses lança levanta um filme às vezes gasta 200 300000 no máximo e geralmente algumas milhões
de pessoas assistem produzimos mais documentário que qualquer produtora dessa que pegou dinheiro do Estado sempre mais baratos ão sempre mais barato sempre com muito mais audiência sempre mais rápido e com conteúdo bom a gente acredita que a educação através do entretenimento é um é um belo caminho no fundo hoje a gente percebe que aqui a gente é uma empresa de educação mas de uma nova uma nova educação né uma empresa que olha para esse mundo de entretenimento de de vídeos e Internet faz nós vamos educar Através disso aí como é que eu vivi até agora
sem alguns conhecimentos que aprendi com vocês eles são como fosse uma luz né em contraponto é de extrema importância a gente educa com o entretenimento