A Fraude do Azeite de Oliva

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Video Transcript:
Outro dia, fazendo compras no mercado, eu  não sabia se eu ia pagar a conta de luz do mês ou comprar um azeite de Oliva, então  eu decidi comprar um azeite mais em conta. Chegando em casa e experimentando o azeite baratex  eu percebi que tinha feito a escolha errada. .
eu deveria ter atrasado a conta de luz. Isso me deixou intrigado, então eu fui dar uma pesquisada nessa questão. E eu percebi que, na verdade, não é só o valor alto.
Existe muito mais por trás desse mercado  de azeite de oliva. Praticamente um submundo da mistura e falsificação pra enganar o consumidor. Inclusive eu percebi que pessoas que consomem um azeite de consistência duvidosa, quase  sem sabor, pensavam que era assim que o azeite de oliva deveria ser, mas elas não  sabiam que haviam sido vítimas dessa fraude.
Isso porque muitas empresas estavam misturando  o azeite com um óleo mais barato e de baixa qualidade, mas só recentemente algumas  dessas falsificações foram descobertas. Para se ter uma ideia, em 4 dias foram  apreendidas mais de 6. 000 garrafas de azeite de oliva falsificado e esse bloqueio inutilizou  mais de 16.
000 litros de azeite importado, que foi considerado impróprio para o  consumo pelo Ministério da Agricultura. Então, como essas fraudes acontecem e como  tanta gente foi enganada sem perceber? Azeite, um óleo natural extraído  das azeitonas, frutas das oliveiras.
Ele tem sido usado há milhares de anos em várias  culturas por suas propriedades nutritivas e seu sabor único, mas se engana quem pensa que  ele sempre foi usado para fins culinários. Na Grécia e Roma antigas o azeite era  frequentemente utilizado para fazer remédios naturais e embalagens  medicinais. Essas preparações eram aplicadas na pele para tratar  feridas, queimaduras e inflamações.
Além disso, ele também era usado como óleo de  massagem, e já chegou até a ser chamado de ‘’ouro líquido’’ pelo seu altíssimo valor econômico na  época. Um produto que já serviu como alimento, moeda de troca e remédio milagroso para  diversas civilizações ao longo da história. Um dado interessante era o costume de entregar  coroas com ramos de oliveira aos atletas nos Jogos Olímpicos.
Os atletas untavam seus corpos  com azeite, antes e depois da prática esportiva, para receber massagens. Na verdade, até  hoje ele é bastante usado com esse fim. O azeite de oliva tem tanta importância histórica  e cultural que até na Bíblia, a oliveira e o óleo de oliva são frequentemente mencionados  como símbolos de paz, prosperidade e bênçãos divinas.
Em Gênesis, por exemplo, quando as  chuvas do dilúvio passaram e a arca ainda navegava sobre as águas, Noé teria soltado uma  pomba que retornou trazendo um ramo de oliveira. Além disso, o óleo de oliva era amplamente  utilizado na antiguidade para ungir reis, sacerdotes e objetos sagrados como  uma forma simbólica de consagração. Mas ainda assim, o uso principal atribuído a este  produto foi e continua a ser o uso alimentar.
E, na verdade, o Azeite em qualquer uma de suas  variantes, seja o virgem ou extravirgem, é o condimento universal para inúmeras receitas. E por conta dessa popularidade ele também é um alvo. Muitas vezes sendo violado, a “virgindade”  de alguns Azeites pode ser contestada.
A fraude alimentar consiste basicamente  em modificar alimentos de propósito, para ganhar dinheiro fácil. A fraude  pode ocorrer por substituição, adição, falsificação por informação  falsa, ou enganosa na rotulagem. De acordo com Fernando Mendes, do Serviço  de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, o azeite de oliva é o produto obtido somente  do fruto da oliveira, sendo excluído todo e qualquer óleo obtido pelo uso de solvente ou pela  mistura com outros óleos, independentemente de suas proporções.
“A adição de qualquer outro  produto ao azeite já caracteriza fraude”, O azeite é fraudado há milênios.  Há registros de fiscais do produto datados de mais de cinco mil anos. E, em todo o mundo, a fraude mais comum do azeite é a diluição do azeite extra virgem com algum  outro tipo de óleo de menor valor, como o óleo de soja.
Em alguns casos, são utilizados corantes e  aromatizantes pra mistura ficar mais convincente. Mas viver no Brasil não é pra amadores. As fraudes realizadas por empresas brasileiras, na sua maioria clandestinas, utilizam óleos não  comestíveis e impróprios para o consumo humano, como, por exemplo, o azeite lampante, que oferece  um grande risco para a saúde do consumidor.
O chamado lampante, que é um azeite extremamente  ácido e que servia para acender lamparinas, é o que se usa por aqui para fraudar o produto. Nas estradas brasileiras foram encontrados azeites falsos, que eram comercializados por  criminosos, como se fossem drogas. Provando o quanto esse esquema de fraudes  era frequente, até ser descoberto.
Para se ter uma ideia, alguns dos azeites  adulterados continham até mesmo óleo lubrificante para mascarar a consistência. Segundo o Ministério da Agricultura, 84% do azeite de oliva importado, inicialmente  vendido como extravirgem, é modificado. Identificar produtos adulterados pode ser  um desafio.
Algumas pessoas recomendam colocar uma amostra na geladeira durante  a noite. Se o líquido ficar mais viscoso ou pastoso no dia seguinte, é provável  que seja um bom azeite. Caso contrário, pode conter ingredientes adulterados e de baixa  qualidade.
Ou seja, pra identificar a fraude, você já tem que ter caído nela. Mas tem um jeito mais simples: comprar azeite certificado por órgãos reguladores. Tem também uma lista do Ministério da Agricultura e Pecuária com dez marcas retiradas de mercado,  algumas delas bem famosas, por importação, adulteração e distribuição de azeites  fraudados, e que todo mundo pode consultar.
Existem três tipos principais: extravirgem, virgem e comum. O azeite extravirgem  é o mais puro e de melhor qualidade, extraído apenas por processos mecânicos  e com acidez muito baixa. O azeite virgem também é de boa qualidade, mas tem uma acidez  um pouco maior e pode ter um sabor mais suave.
Já o azeite comum passa por refinamento  químico e misturas, sendo o menos puro e de qualidade inferior comparado aos outros  dois tipos. A escolha entre eles depende do uso que se quer fazer na cozinha e do sabor  desejado no alimento. O azeite extravirgem, conhecido por seus benefícios à saúde, como  a redução do colesterol ruim e a melhora da circulação, é o mais frequentemente  falsificado e comercializado ilegalmente.
Além das fraudes, as classificações irregulares  também são um grande problema no mercado de azeite de oliva. Muitas vezes, produtos são  rotulados de forma errada, como vender azeite virgem como se fosse extravirgem. Nas prateleiras, também podemos encontrar produtos como "óleo composto"  , “tempero português” ou “tempero misto”.
Não são casos de fraude, já que a  comercialização desses produtos é permitida. Mas isso deve estar muito claro nos  rótulos, evitando induzir as pessoas ao erro. A questão é que todos eles são engarrafados e  usam um rótulo muito parecido com o do azeite verdadeiro, e ainda são expostos nas gôndolas dos  supermercados bem pertinho dos azeites de verdade.
A adulteração do azeite de oliva  não é apenas uma questão econômica, mas também de saúde. O azeite extravirgem genuíno  é rico em nutrientes e benéfico para o coração, o que contrasta fortemente  com os produtos falsificados, que não seguem padrões de qualidade e  podem conter substâncias químicas tóxicas. Com isso, é evidente que as fraudes nos azeites  não afetam apenas o bolso dos consumidores, mas principalmente sua saúde.
Embora só isso seja muito ruim, especialmente se tratando de saúde,  ainda tem um outro grande problema. Não bastasse essa penca de problema, pra  piorar a situação ainda temos que pagar caro, por que falta azeite. Em 2023, a produção mundial caiu quase 20% em relação a 2022.
A seca, as pragas e o calor na Europa aumentaram o preço do azeite no Brasil em  quase 50% de junho de 2023 até junho de 2024. Os maiores produtores de azeite do mundo,  Espanha, Itália e Grécia, sofrem com isso até hoje, com a Espanha enfrentando  a quarta quebra de safra consecutiva. O Brasil, que importa 99% do azeite  que consome, traz a maior parte dele de Portugal, 53%, e da Espanha,15%.
Mas a produção europeia caiu 20% entre 2022 e 2023, levando a uma redução  de 32% nas importações brasileiras. Mesmo consumindo mais azeite português,  a gente não escapou das consequências do aumento de preços, já que outros países  passaram a querer comprar o produto de lá. Pra você ter uma ideia, o azeite valorizou  mais que a bolsa de valores brasileira, se você comprasse azeite a 5 anos atrás e  deixasse estocado em casa, teria um retorno muito melhor que os míseros 21% da bovespa  no período, que foi menos que a inflação.
Fora isso, nesse mesmo período, o real ainda  perdeu um terço do seu valor frente ao dólar, onde um real valia 0,27 centavos  de dólar, agora vale apenas 0,18. Agora é claro que investir em azeite pra revender  no futuro não é o melhor negócio do mundo, já que você teria que estocar ele  e correria o risco dele estragar. O que pode ser tão arriscado quanto  ter todas suas economias em real.
Por outro lado, investir no exterior  é um negócio muito mais simples, seguro e lucrativo, isso porque o S&P500,  índice composto por 500 ativos das duas bolsas de valores americanas,  cresceu quase 85% nos últimos 5 anos Assim seu patrimônio cresce e você  não fica refém da economia brasileira ou da desvalorização sistemática do real. E a melhor forma de investir fora do Brasil é com a Nomad, a patrocinadora desse vídeo. Isso porque a conta da Nomad é uma conta global em dólar, e que te dá acesso a  investir no exterior sem precisar abrir conta em um banco ou em uma corretora americana.
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Porque se a seca está afetando a  produção de azeite de oliva na Europa, no Brasil a preocupação está voltada  para o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul e na Serra da Mantiqueira, as  principais regiões produtoras desse óleo. “Eu não vou mais fazer garrafas de meio  litro de azeite em 2024. É melhor vender apenas as pequenas, de 250 ml, pra ter uma  quantidade um pouco maior”, disse Marcelo Costi, empresário gaúcho do ramo do azeite de oliva.
Segundo especialistas, em ambos os casos a recuperação será lenta, pois as oliveiras  são árvores com vida extremamente longa, mas que levam anos para produzir frutos  suficientes. A estabilização dos preços depende de uma queda no consumo, o  que demoraria a impactar o mercado. Os consumidores logo perceberam o aumento do preço  do azeite, juntamente com a queda da qualidade, no sabor e na consistência, afinal quem  quer consumir um produto caro e ruim?
É aí que vem a pergunta: pra mitigar pelo  menos um desses problemas e não pagar caro em um produto adulterado, existem outras  formas de identificar um produto falsificado? As fazendas que produzem azeite de alta qualidade  no Brasil estão localizadas no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Nessas regiões, alguns  dos melhores e mais premiados azeites do mundo são produzidos.
A produção envolve anos de  estudo sobre o clima e o solo ideais para a plantação das oliveiras, além de um processo  cuidadoso de colheita, lavagem e extração. Para evitar cair no conto do vigário, a  primeira coisa a se fazer é consultar a lista do Ministério da Agricultura. Se a marca  que você quer consumir não está sendo vendida, é porque está proibida pelo órgão.
Além disso, você também pode verificar se no rótulo existe alguma certificação de  uma das entidades de controle de qualidade. E se a sua intenção é consumir um azeite  extravirgem, sua acidez deve ser inferior a 0,8%, o que indica pureza e boa qualidade, e essas  informações também estão no rótulo do produto. Além disso, fique atento aos preços:  se estiverem muito baixos, desconfie, pois o azeite não é um produto barato.
Após a compra, não resolve muita coisa, mas você pode, só pra garantir, usar seus sentidos  para examinar o produto. Assim como um vinho de qualidade, o azeite de oliva deve apresentar  um aroma que remeta ao campo, ervas frescas, frutas e especiarias. No paladar, o azeite  extravirgem deve possuir um sabor frutado e levemente picante.
Caso você não perceba essas  características, é possível que haja uma mistura do azeite com óleos mais neutros, ou seja, você  pode sim ter sido vítima da falsificação do segundo produto mais adulterado do mundo. E aí, você sabia sobre essa história do azeite de oliva? Comenta aqui abaixo e  já me diz o que você achou desse vídeo.
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Agora, pra entender como funciona o golpe do abate de porco, como ele está  fazendo vítimas pelo mundo inteiro e como inclusive quebrou um banco, confere esse vídeo  aqui que tá na tela. Então aperta nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse  vídeo é isso, um grande abraço e até mais.
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