eu vou falar em Francisco Adolfo de Van Hagen ei pessoal meu nome é Felipe Figueiredo mais um vídeo no YouTube hoje falando aproveitando o Bicentenário de Francisco Adolfo de Van Hagen nascido em fevereiro de 1816 e que é considerado por alguns o primeiro Historiador brasileiro por assim dizer então aproveitar essa ocasião para falar um pouco tanto da sua biografia falar mais principalmente da sua obra do seu legado e também daquela questão que eu tento trazer um pouco aqui que muitas vezes não é discutida digamos assim chamado Grande público não é debatido muito fora das Universidades
fora das faculdades da história como uma ciência da história da metodologia histórica das perspectivas historiográficas diferentes colocando aí o Van Hagen no seu papel lá no século XIX Ok então vamos começar agora a gente vai voltar ao seu passado aí pra gente começar uma breve biografia vai nasceu em fevereiro de 1816 no interior da atual São Paulo filho Portuguesa de um alemão ele depois foi estudar em Lisboa e nas guerras liberais de Portugal lutou ao lado das forças liberais de Dom Pedro IV que é o nosso Dom Pedro I é a mesma pessoa já citei
isso aqui algumas vezes né de como ele tem esse caráter duplo nas duas perspectivas em Portugal e no Brasil ele depois gradou-se como Engenheiro Militar e em 1841 foi admitido no Instituto Histórico geográfico brasileiro que eu já citei também alguns vídeos e deixei o link para o site do hgb que existe até hoje aqui embaixo vou falar um pouquinho mais de hgb daqui a pouco em 1844 ele recebe a nacionalidade brasileira ele desejava ser brasileiro e segue a carreira de diplomata que até o fim da sua vida será a sua ocupação junto com a de
historiador e Aqui começa a questão do caráter duplo digamos assim de Van Hagen para a história e aqui eu falo para o estudo da história brasileira recapitulando o Instituto Histórico geográfico brasileiro foi criado em 1838 tinha como principal patrono teve como principal patrono em toda sua história lembrando ele ainda existe o imperador Dom Pedro II no período monárquico e tinha como sua principal função na sua criação a ideia da elaboração de uma história Nacional elaboração de uma história brasileira que servisse uma identidade nacional a criação da nacionalidade brasileira que era uma nova nação uma nação
recém independente independente inclusive por um processo monárquico que fazia parte da sua da monarquia da sua antiga Metrópole ou seja mostrando uma parente contradição enfim havia necessidade da criação de uma identidade nacional brasileira que foi entre aspas digamos assim encomendada ao H entender que criasse essa identidade nacional a partir de uma história brasileira de uma história do país Brasil desse novo país que legitimasse que justificasse a existência desse país a existência dessa nova monarquia aqui na América do Sul né esse é um assunto que eu já abordei aqui um pouco no canal e eu pretendo
inclusive talvez fazer um vídeo exclusivamente sobre o i hgb pois bem dentro desse papel de criação de uma história Nacional o Van Hagen ele foi um dos Pioneiros na historiografia brasileira no Brasil e talvez na historiografia como um geral a usar bastante os documentos as fontes primárias como essência da elaboração do seu trabalho historiográfico e por que eu disse que isso tem a ver com a sua carreira diplomática porque o Brasil sendo esse novo país e um país que até pouco tempo atrás era parte de um império Português ou seja o império eu eu não
tinha basicamente muitas Fontes escritas sobre o Brasil aqui no Brasil então van Hagen ele foi buscar muitas coisas em Portugal e aí por exemplo mesmo nos seus estudos em Portugal antes da independência ainda jovem antes dele vir para o Brasil melhor dizendo ainda jovem ele já tinha trabalhado na torre do Tombo nos arquivos da torre do Tombo em Portugal ele quando trabalhou na embaixada em Viena também buscou muitos arquivos também buscou muito nos arquivos muitos documentos sobre o Brasil sobre a história brasileira então isso foi muito importante e uma coisa elementou a outra a sua
carreira diplomática permitia ele ao estar sempre viajando ou então residindo na Europa residindo a América do Sul ele foi casado com uma chilena depois vasculhar os arquivos em outros países os museus de outros países coisas perdidas coisas que estavam ali jogadas num canto pegando poeira e vasculhando nesses arquivos encontrar e compilar diversos documentos sobre o Brasil e usar esses documentos como a sua principal fonte para a escrita da história que é algo algo que hoje é basicamente o normal é o mínimo que você espera de um trabalho historiográfico porém nesse momento histórico estamos aqui falando
a primeira metade do século 19 ainda a história ainda ela tinha muitas características né não científicas ela tinha muitas características muito mais de Literatura e alguns momentos né quando você olha por exemplo alguns que recebem o nome de forma honorífica digamos assim historiadores Romanos por exemplo para ficar ou medievais é algo muito mais próximo muitas vezes da literatura do que exatamente da produção historiográfica moderna e Isso é óbvio então o Van Hagen ele foi um pioneiro no Brasil nesse tratamento metodológico das fontes históricas que é parte essencial do estabelecimento da história como uma ciência um
processo metodológico científico ao que ocorreu apenas o século 19 essa é outra coisa também que eu já mencionei por aqui agora entra outra faceta do trabalho do Van hag Como eu disse lá no início do vídeo na introdução ele é uma figura que acaba sendo um pouco dupla que é do seguinte nesse projeto do ihgb Mesmo ele sendo Pioneiro nessa metodologia historiográfica do uso dos documentos ele trabalhava a serviço de uma perspectiva já pré Concebida ou seja ele trabalhava para justificar alguma coisa né que ao contrário de qualquer pensamento científico né você faz a questão
primeiro ele não ele já tinha a resposta e queria justificar ter chegado resposta Então em vez de se perguntar o que é o Brasil ele já tinha a resposta do que era o Brasil era um país europeu civilizador de outras culturas bárbaras branco e católico basicamente Então vou mostrar como isso é a resposta correta então esse é o principal norte da sua considerada a obra-prima que a história geral do Brasil publicada em dois volumes na década de 50 do século 19 e que foi reeditada durante muitas vezes recebeu edições comentadas a mais famosa comentada pelo
Capistrano de Abreu no início do século XX eu vou falar um pouquinho mais disso e essa inclusive é uma perspectiva que ficou no debate público brasileiro na mentalidade brasileira no ensino de história brasileiro durante décadas inclusive com resquícios disso até hoje então essa acaba sendo a principal crítica a principal ponderação caso um de vocês Valeu van Hagen por exemplo aqui embaixo tem algumas e tem inclusive as suas obras que mas eu não sei quem será que você seja muito aficionado ou então seja um estudante de história que vai fazer um trabalho sobre Van Hagen você
vai ler por quê Porque nessa ideia de que a história agora é uma ciência ele vai dar um tratamento científico a esses documentos é existe a ideia de fazer algo completamente distinto daquela história mais baseada em Fontes orais daquela história muito parecida com literatura então será uma escrita completamente cartesiana que eu quero dizer com isso é uma leitura insuportável de chata então realmente não precisa ler a não ser que vocês estejam com muita vontade ou sejam obrigados Como foi o meu caso no primeiro ano de faculdade né van Hagen é algo que você passa na
faculdade de história nas aulas de metodologia lá no primeiro ano então o que isso quer dizer que a produção historiográfica do Van ela vai ser primeiro homogênea ela vai partir de uma narrativa desse novo estado que tem uma monarquia que inclusive patrocina o seu trabalho então esse será o norte da sua construção historiográfica todos os aspectos serão detalhes ou serão omitidos muitas vezes então por exemplo os movimentos nativistas que todo mundo hoje Vê nas escolas São virtualmente omitidos ou colocados como regionalismos como coisas anti essa coroa portuguesa da qual Brasil defende que tem essa missão
civilizatória em relação aos povos bárbaros E aí vai entrar uma série de descrições racistas né enfim a palavra é essa sobre a questão dos negros e dos indígenas no Brasil tanto que as teses do Van Hagen depois serão base para política de branqueamento da população brasileira o incentivo a migração europeia porque o Brasil não daria certo enquanto ele tivesse uma composição indígena e negra na sua população e a perspectiva dele é do português branco ou seja uma é uma é um trabalho inclusive dissociado da realidade já que né a maior parte da população desse país
que ele estuda naquele momento não era Branca sobre o racismo é um aspecto importante de que o Van Hagen tinha suas teses a serviço de legitimar esse país esse estado que era um governo escravista então ele vai também justificar esse escravismo com a superioridade do Branco colocando que o índio era preguiçoso era Canibal era perverso e por isso merecia ser colonizado ou então amenizando inclusive alguns casos de extermínios indígenas e colocando que o negro nem deveria ter vindo para o Brasil porque ele embora respeitasse o seu braço forte colocava aquele trazia hábitos ruins condenava as
religiões africanas Então existe um componente racista muito importante na obra do Van que estava serviço desse projeto de um estado baseado numa civilização Portuguesa e branca embora é importante frisar que não se trata de fazer um julgamento baseado no que Nós pensamos hoje senão a gente cai num anacronismo embora também no período era possível pensar de outra forma tanto que nós tínhamos os movimentos abolicionistas então é importante sobre a questão do racismo explícito nas obras de uma Hagen lembrar que isso também colabora para o projeto político a qual ele serve naquele momento você vai ter
além dessa questão de homogeneidade de um só discurso para legitimar esse discurso você vai ter a falta de periodização porque porque já que é o Brasil é uma coisa é mais ou menos o seguinte Olha o Brasil de 1850 começou com Pedro Álvares Cabral Quando Ele pisou no Brasil então de lá pra cá é uma coisa só não haverá uma diferente periodização não haverá o retrato de tensões é uma narrativa homogênea partindo de um pressuposto que deve ser provado E aí entra a principal crítica ao trabalho do Capistrano que vem do Capistrano de Abreu que
é basicamente a falta de questões populares na obra de Van hack já que ele vai partir sempre dessa aristocracia dessa nobreza Portuguesa que Funda o estado brasileiro que deve guiar o estado brasileiro mais ainda então entram em suas principais críticas e aí entra a questão novamente da história que como uma tem a sua metodologia Renovada hoje a perspectiva e mais ainda a forma de trabalho do Van Hagen ela é considerada obsoleta ela é importante para ser estudada para entender como chegamos até aqui para entender essa perspectivas historiográficas de cada período porém já não é mais
a perspectiva já não é mais a maneira melhor dizendo já não é mais maneira de se escrever história que aceita essa questão homogênea de você já partir de pressupostos iniciais de você partir de questionamentos você não retratar eventos em sua totalidade enfim toda essa questão da obra que está muito presente na obra do Van Hagen embora repito isso não anula a importância dele tanto para historiografia como um pioneiro do tratamento das fontes da pesquisa em arquivos do acúmulo dessas Fontes né Lu trazer esse assuntos para o Brasil para elas serem estudadas no Brasil Ele também
fez estudos nessa linha extremamente como é que eu posso dizer nacionalista dele ele foi um dos Pioneiros inclusive da ideia de que o Brasil a capital do Brasil deveria ser no centro do Brasil por conta da influência dos rios e os rios eram as artérias do grande coração que o Brasil e depois esse pensamento será difundido será bem aceito será colocado na Constituição pelos republicanos e depois posteriormente como sabemos teremos a construção de Brasília no local muito resumo do defendido pelo vahg como onde deveria ser a capital do Brasil bem no centro do país favorecendo
a interiorização nessa questão das Fronteiras brasileiras ele também estudou bastante por ser Diplomata mas aí já entram outras questões então para concluir o Van hack acaba sendo uma figura muito interessante para entendermos o início da metodologia historiográfica ao mesmo tempo um pioneiro no tratamento das fontes históricas no tratamento dos documentos fez grandes descobertas de fontes ele que descobriu por exemplo o túmulo de Pedro Álvares Cabral ao mesmo tempo ele é um ótimo exemplo de uma narrativa histórica que é construída com um propósito anterior para ser colocada serviço de uma política para ser colocada serviço de
um governo para ser colocada serviço de uma visão específica do assunto e não uma verdadeira abordagem científica partindo de questionamentos Então é isso espero que vocês tenham gostado Espero que tenha achado interessante Como costumo fazer aqui embaixo na descrição do vídeo tem algumas referências algumas leituras Breves sobre ele tem as obras dele em PDF inclusive mas repito não sei se é necessário ler não recomendo não diria que uma leitura sei lá obrigatória alguma coisa assim como sempre perguntas dúvidas sugestões críticas fica à vontade no espaço Dos comentários ele é de vocês então é isso muito
obrigado e até a próxima