A capacidade de concentrar e estabilizar a mente é a base para todos os tipos de meditação. Na verdade, essa é uma habilidade básica para qualquer atividade. Fundamentalmente, a arte da concentração é um processo simples de focar e estabilizar a atenção em um objeto, e trazer a mente de volta a esse objeto repetidamente.
Isso requer que deixemos de lado os pensamentos do passado e do futuro, das fantasias e do apego, para trazer a mente de volta ao que está acontecendo; a realidade deste momento presente, assim como ele é. A concentração se desenvolve a partir de nossa dedicação de todo o coração a um assunto ou a uma atividade. Nos concentramos e nos libertamos de todas as distrações.
Para mentes modernas condicionadas à distração, isso não é fácil. Porém, a nossa mente pode realmente ser treinada. À medida que desenvolvemos a capacidade de concentração, nossa firmeza e foco aumentam.
Descobrimos que somos capazes de estar mais plenamente presentes, com todo o nosso ser. Há um belo Sutra, o Sutra da Atenção Plena na Respiração, em que o Buda diz a um monge: “Vá encontrar uma árvore, sente-se confortavelmente, cruze as pernas, feche os olhos, e veja se você consegue descobrir a natureza do mundo através da sua respiração. Isso traz grandes frutos; cultive essa concentração regularmente, e leve-a à perfeição”.
Vamos começar com essa prática; agora mesmo. Sente-se e concentre-se na respiração. Meditação – Concentre-se na Respiração.
Jack Kornfield. Por favor, sente-se com um senso de graça e leveza, ereto, se puder, para que haja um senso de presença, mas também de relaxamento. Encontre uma postura que seja firme e estável, mas de uma forma que você também possa relaxar e ficar à vontade.
Sente-se como um Buda: firme, gentil, de coração aberto, sábio e gracioso. Então, perceba o peso de seu corpo, sinta a força da gravidade, a firmeza do chão, e sinta que você tem raízes, que descem do seu corpo para a terra, como uma grande árvore. Você está firme e enraizado, imóvel, mesmo quando o vento sopra através dos galhos.
Sinta como você pode relaxar e soltar, deixando a terra te apoiar completamente, exatamente onde você está. Confie nisso. Aqui e agora, no meio de tudo o que está acontecendo em sua vida e no mundo, você tomou o seu lugar entre o céu e a terra.
Respire profundamente algumas vezes e diga a si mesmo: “Sim, eu estou aqui, presente e vivo. ” Quando você conseguir estabelecer essa sensação de conexão entre o chão e o seu corpo, permita que os seus olhos se fechem, suavemente. Agora, respire profundamente, duas ou três vezes: inspire, e expire.
Inspire, profundamente. Expire, profundamente. Então, comece a perceber, à medida que você traz a sua atenção para este momento presente, se há áreas de tensão ou rigidez em seu corpo.
E, ao notar essas áreas, relaxe. Relaxe profundamente. Deixe os olhos e o rosto relaxar, solte a mandíbula.
Relaxe os ombros, relaxe as mãos e os braços. Relaxe o abdômen. Simplesmente deixe seu corpo relaxar, profundamente.
Agora, deixe sua atenção repousar na respiração, sentindo o seu ritmo natural. O primeiro passo da estabilização é reconhecer o ritmo da sua própria respiração. Você pode sentir a sua respiração nas narinas, no peito, no abdômen, ou no corpo todo.
À medida que você sente a respiração, relaxe nela. Perceba essa respiração, exatamente como ela é. Sinta cada respiração, à medida que entra e sai.
Deixe que ela siga o seu ritmo natural, e convide a calma e a tranquilidade a crescer, respiração após respiração. A cada respiração, convide uma qualidade de calma e tranquilidade. Você pode sussurrar mentalmente: “Inspirando, calma; expirando, tranquilidade.
” Inspirando, calma; expirando, tranquilidade. . .
Com esse convite, deixe que a respiração te conduza a um sentido mais profundo de presença. Enquanto você sente cada respiração, com uma atenção gentil e consciente, perceba que você está se estabelecendo em uma consciência que testemunha a respiração. Descanse nessa consciência amorosa e atenta.
Você é essa consciência. Você é a presença, calma e estável, que testemunha a respiração. Agora, com essa presença, permita-se perceber como o seu corpo respira sozinho.
Você não precisa fazer nada para respirar, a respiração simplesmente acontece, por conta própria. Perceba que o seu corpo sabe como respirar; ele respira por si só, e você pode descansar. Observe essa respiração que está acontecendo, neste momento.
. . A respiração vem, e vai, naturalmente.
Concentre-se nisso. Observe o início, o meio e o fim de cada respiração. Conforme você relaxa e sente a sua respiração ir e vir, frequentemente haverá um fluxo de pensamentos.
Assim como a respiração acontece por si só, a mente produz imagens e palavras – isso simplesmente acontece. E assim como você observa a sua respiração que vem e vai naturalmente, observe os seus pensamentos, as imagens e as palavras que aparecem e desaparecem naturalmente. Você é a consciência amorosa, o espaço da própria consciência, a testemunha de tudo que surge e passa.
Descanse nessa consciência amorosa e atenta. Permaneça simplesmente aqui, na realidade do presente, observando a respiração, as sensações, os sons e os sentimentos. Você é a consciência amorosa, a testemunha da respiração, a testemunha das ondas de pensamentos que surgem por conta própria, e que depois se dissolvem por conta própria.
Descanse nessa consciência amorosa e atenta. Descanse, permitindo que todas as coisas apareçam e desapareçam. Sinta a respiração no centro de tudo.
Quando a sua atenção se desviar, traga-a de volta à respiração, de forma gentil e amável. Sem julgamentos, apenas retorne à respiração. Assim como você nota a sua respiração indo e vindo, quando um pensamento vier para o centro da sua atenção, lembre-se que você é a consciência amorosa, e deixe que ele se dissolva por si só, naturalmente.
E então, volte à respiração. Sinta a respiração no centro de tudo. Novamente, após algumas respirações, a atenção irá se desviar para novos pensamentos, planos, lembranças, sentimentos ou outros sons.
Quando isso acontecer, simplesmente traga a atenção de volta à respiração, gentilmente. É o próprio ato de retornar, repetidamente, que faz com que a mente se acalme. Agora, sem pressa, esteja simplesmente aqui, na realidade do presente, com esta respiração.
Neste momento, observe a respiração que está acontecendo, agora. Permaneça aberto, estável, e em paz. , imóvel, calmo, tranquilo.
Descanse na realidade do presente. Tome o seu lugar, e deixe que as coisas venham e vão. Você é a consciência amorosa, a testemunha amorosa, o ser estável, equilibrado e tranquilo, a testemunha das alegrias e tristezas que surgem e passam.
Você é a própria consciência amorosa e atenta, firme, graciosa e compassiva. Você é essa consciência que está ouvindo essas palavras. Você é a testemunha atemporal.
Permaneça assim, apenas mais um minuto. Agora, quando estiver pronto, permita que seus olhos se abram, suavemente. Através da pura consciência, observe todas as coisas que estão ao seu redor.
Isso é tudo. Obrigado por se juntar a nós, por sentar-se neste momento para praticar. Muito obrigado.