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Muito boa noite, meu irmão, minha irmã. Estamos iniciando mais um Lente Católica nesta segunda-feira, dia 21 de agosto de 2023, dia em que a Igreja recorda a memória de São Pio Décimo. São Pio Décimo foi Papa no início do século XX. Sem dúvida alguma, ele foi o grande instrumento da providência divina para brecar todo o movimento de destruição e de demolição da Igreja, que já vinha crescendo no século XVIII, que criou raízes no século XIX, mas que foi de maneira formidável brecado e, em certa medida, vencido pelo pontificado do Papa Sarto, né? Giuseppe Maria
Sarto de nascimento, e depois Pio Décimo, né? O nome escolhido como Papa em homenagem ao seu predecessor, o Beato. Então, pensamos a São Pio X nesse dia especial em que começamos o nosso Lente, para que Ele nos ajude a ter a verdadeira Lente Católica, ter a verdadeira visão, a verdadeira catolicidade para interpretar tudo aquilo que nós vemos e ouvimos. E essa é a grande marca de São Pio Décimo, né? Ele foi um Papa impregnado de catolicidade, marcado pela fé da Igreja; foi vibrante naquilo que ensinou e naquilo que pregou. Que ele nos ajude a vencer
os problemas atuais da Igreja, que ele nos ajude a superar as dificuldades nas nossas comunidades, nas nossas paróquias, né? Nas realidades de Igreja mais variadas que todos conhecemos. Que São Pio X seja inspiração para nós! Para você que está chegando do Amor Poderoso da Live do Amor Poderoso, agora há pouquinho, Nilton Júnior e o Padre Daniel estavam rezando aqui no canal da comunidade. Se você acompanhou e continua agora conosco, seja muito bem-vindo! Se você está entrando agora diretamente aqui conosco também, seja muito bem-vindo neste dia 21 de agosto de 2023. Façamos, então, a nossa oração
para depois já entrarmos no nosso tema da noite, né? Hoje, nós falaremos sobre os sete pecados capitais. Na verdade, nós buscaremos aqui uma visão prática, né? Por que eu preciso conhecer os sete pecados capitais? Para que eu tenho de ter uma visão muito clara sobre isso, né? A gente vai entender daqui a pouquinho. Invoquemos a presença e a benção de Deus sobre nós e as luzes necessárias para que nós possamos aproveitar esse conteúdo desta noite. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e
acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazer que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre da sua Consolação, por Cristo, Senhor nosso. Amém! O Senhor possa nos abençoar, que Nossa Senhora interceda por nós e nos guarde no dia de hoje também. Peçamos as nossas vidas nas mãos de Nossa Senhora. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre
as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém! Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Muito bem, meus caros. Então, hoje nós vamos aqui prosseguir nas nossas conversas de segunda-feira, cada segunda com um tema, e hoje falando especificamente da questão dos sete pecados capitais. Semana passada, nós falamos dos temperamentos, né? Então, é interessante que nós estamos fazendo aqui um caminho. Quando Santo Agostinho
ensinava os seus dirigidos espirituais, os seus diocesanos, a buscarem um caminho para Deus, Santo Agostinho dizia que o início de tudo é o conhecimento de si. É o que os filósofos pagãos já falavam na antiguidade: conhece-te! Então, Agostinho vai dizer: conhece-te, aceita-te, supera-te. Então, não se trata apenas de autoconhecimento. Nós devemos nos conhecer, devemos nos aceitar como nós somos, como Deus nos fez, mas devemos nos superar. Nós não somos reféns nem do nosso temperamento, nem das nossas tendências, nem dos nossos pecados. Nós podemos transcender. Aí, entre o papel da graça de Deus, que nós falamos
tanto na semana passada quando tratamos dos temperamentos, né? Muita gente, quando a gente pensa em temperamento, às vezes pode ter uma tendência a imaginar que, ah, se eu tenho um determinado temperamento, então eu sou refém dele. Não há o que fazer, né? Não há saída, não há solução, eu sou assim mesmo. Não! Nós, que somos cristãos católicos, que recebemos no batismo a graça da filiação divina, que recebemos do crisma a plenitude dos dons do Espírito Santo, nós cremos que a graça de Deus atua poderosamente em nós. Só que a graça de Deus atua em nós
na medida em que nós temos conhecimento do tesouro que portamos e na medida em que nós colaboramos com Deus. Então, aqui, um aspecto importante: eu preciso colaborar com Deus. É o que Santo Agostinho dizia: Deus, que me criou sem mim, ele não quer me salvar sem mim. Então, eu preciso colaborar com a graça de Deus. Eu preciso rezar para entender as coisas como Deus entende. É na oração que Deus se derrama nas almas daqueles que o amam. Então, eu preciso rezar, eu preciso ter uma vida sacramental. Preciso manter abertas as vias pelas quais a graça
de Deus circula, assim como num corpo, num organismo. O sangue precisa circular pelas veias; a graça de Deus precisa circular na nossa vida. E o que vai desobstruir essas veias? O que vai irrigar a vida da nossa alma? A oração frequente, a recepção dos sacramentos, especialmente a confissão frequente, para mantermos abertos esses canais da graça de Deus se comunicando em nossa vida. A Eucaristia, que é vida para a alma, a oração do Santo Rosário, a leitura orante... Da palavra de Deus, para quem tiver a possibilidade, a liturgia das horas, as nossas práticas devocionais, mas também,
e sobretudo, a prática da caridade. É isso que mantém a vida da graça viva em nós, atuante em nós, irrigando a nossa alma, o nosso espírito. Então, é isso que nós temos de pensar. Porém, todos nós temos, apesar do nosso batismo, que apaga em nós toda mancha, toda a culpa, fica em cada um de nós, em mim, vocês, em todo mundo, uma inclinação para o mal, né? Então, isso é um mistério. O catecismo da Igreja vai dizer que o pecado se comunica de maneira misteriosa. O pecado original se espalhou e atingiu a humanidade toda, só
não foi atingido pelo pecado original nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus feito homem, e sua mãe santíssima, Virgem Maria. Antes deles, de Jesus e de Maria, só Adão e Eva não haviam sido tocados pelo pecado, mas eles, usando mal a sua liberdade, foram tocados pelo pecado. E, de maneira misteriosa, este pecado lá da origem se comunica. Maria foi a primeira a ser salva por Cristo, e aquilo que o Beato de uns esgoto chama em Nossa Senhora de redenção preventiva, ou seja, Jesus preventivamente salvou sua mãe, preservou sua mãe da mancha do pecado, para que
ela pudesse vestir-se de carne o Verbo de Deus, o Filho de Deus, que já existia no céu. Jesus já existia no céu desde toda eternidade; Jesus sempre existiu e sempre vai existir. Mas, no tempo, Ele se encarna no seio da Virgem Maria. Jesus existia como um espírito puro, mas Ele se encarna, Ele entra no tempo, Ele entra na história. E quem é que o gerou? Vestiu-se de carne e deu a Ele o Seu sangue? Foi Nossa Senhora. Então, não era conveniente que o Verbo de Deus, que é eterno, fosse vestido por uma carne corruptível e
pecadora. Não faz sentido! Deus é Santíssimo, é por isso que Ele não podia se vestir de pecado. São Paulo, quando diz que Cristo se fez pecado, usa essa expressão; ele não está dizendo que Jesus pecou. Ele está dizendo que Jesus assumiu a mesma condição dos pecadores, que é a condição humana. E, na condição humana, todo mundo é pecador, menos a mãe dele, Nossa Senhora, que Ele nos dá como nossa mãe. No Alto da Cruz, no capítulo 19 do evangelho de João, Jesus nos entrega, ao entregar a João, Ele entrega Nossa Senhora, toda a Igreja: “Eis
aí a tua mãe”. Não era conveniente que aquela que carregaria dentro de si o Deus eterno, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, fosse pecadora. Não faz sentido! Como que Deus, puríssimo, se misturaria, se vestiria de carne a partir de uma mulher pecadora? Não faz sentido! Tanto é que o Arcanjo São Gabriel vai dizer a Maria na Anunciação: “Ave, cheia de graça!” Nossa Senhora é cheia de graça; não há espaço para mais nada que não seja Deus. Ela foi preservada, e este dom, esta graça, foi em vista de Jesus, em vista de seu Filho Santíssimo, nosso
Senhor Jesus Cristo. Olha que coisa, né? Que grande graça! E esta mãe, que é tão grande, que é tão santa, Jesus não a quer só para Ele. Ele a deu como Mãe da Igreja; Ele, que tomou a nossa condição humana, nos deu a sua mãe, que, na sua condição humana, foi importantíssima na obra da salvação. E aí Ele não quis ficar com uma mãe tão boa, tão santa, imaculada, só para si; Ele nos deu a sua mãe, Ele repartiu conosco. Ele, que se fez nosso irmão, repartiu conosco tudo que era dEle: a sua vida, os
seus exemplos, e até mesmo a sua mãe Ele nos deu como nossa mãe. Então, em Cristo, todas as coisas são restauradas. Hoje a gente celebra São Pio X. São Pio Décimo é o papa que tomou como lema o lema de São Pio Décimo, que era justamente este: "Instaurar omnia in Christo", restaurar todas as coisas em Cristo. A obra da Encarnação e da Redenção restaurou todas as coisas em Cristo. Cristo é o modelo por excelência, só que, em cada um de nós, homens a quem é dada a graça da filiação divina pelo batismo, ficou uma marca
do pecado original, uma inclinação para o mal. Na catequese para as crianças, quando eu vou falar de pecado original, eu sempre costumo utilizar a analogia do prego. Eu sempre digo às crianças: "Imagine um prego! Eu bato um prego na parede para segurar um quadro, qualquer coisa. Depois eu vou lá e tiro o prego. O prego esteve ali; eu sei que ele esteve ali porque eu vejo o buraco na parede, mas o prego já não está mais lá." Assim é o pecado original. O pecado original já esteve em nós; ele já não está mais, porque, pela
graça do batismo, ele já não está mais em nós. Mas nós sabemos que o pecado original esteve, porque há em nós uma inclinação para o mal. Esta inclinação para o mal é perceptível porque, por mais que desejemos, por mais que tentemos fazer o bem, vez ou outra a gente cai. O próprio apóstolo São Paulo diz que "o bem que eu quero, eu não faço, e o mal que eu não quero, eu faço." Então, vejam que mistério! Se em São Paulo, um homem tão santo, um grande missionário da Igreja primitiva, isso estava presente, imagine em nós,
pobres pecadores: "O bem que eu quero, eu não faço, mas o mal que eu não quero, às vezes eu acabo fazendo." É a marca do pecado! Então, pelo batismo, nós temos a graça da filiação divina. O pecado é apagado, mas nós tornamos a pecar, e Deus nos socorre. Nós temos os sacramentos; nós temos, sobretudo, o Sacramento da Penitência. Só que essas inclinações para o mal nos levam também a desenvolver, às vezes, vícios. E o que é o vício? É a prática. O vício não é um pecado isolado; ele é a repetição de um ato mau
até que se torne um hábito. E aí isso se torna um vício que pode arraigar-se e nos fazer um mal. O dano espiritual é muito grande. E é aqui que entram os pecados capitais; é aqui que entra o nosso tema, o nosso assunto de hoje. Quando falamos de pecado capital, vamos entender primeiro a terminologia que usamos. Por que se chama pecado capital? Porque a palavra vem do latim, da palavra "caput" ou "capite", que significa cabeça. Assim, o pecado capital é aquele que é a cabeça de outros pecados. Da mesma forma que uma cabeça governa um
corpo, os pecados capitais são sete e nunca vêm sozinhos. Geralmente, quando uma pessoa começa a cair em um determinado pecado capital, diversos outros vêm junto, porque esse pecado é apenas a cabeça de vários outros pecados; vários outros pecados vêm junto. Quem comete um dos pecados capitais nunca comete um só; geralmente, outros vão vindo e se enraizando. Por isso, muito cedo, na história da Igreja, sobretudo os santos monges, já lá no século IV e no século V, começaram a perceber a presença desses pecados, a nomeá-los e a criar estratégias para combatê-los. Porque o que o monge
quer? A vida religiosa, a vida consagrada, nasceu para quê? Na Igreja, os monges surgiram para quê? Para ser um martírio, incluindo um martírio sem derramamento de sangue. Na Igreja Primitiva, lá no comecinho da Igreja Católica, quem era católico, quem era cristão, era perseguido; podia ser morto. Quantos santos mártires! A gente pega Santa Luzia, que teve seus olhos arrancados; São Sebastião, que foi flechado vivo; Santo Caio, que era Papa, foi enterrado vivo; Santa Filomena, a jovem mártir, foi jogada no fundo do mar com uma âncora amarrada ao seu corpo; Santa Perpétua e Santa Felicidade foram atacadas
por leões dentro de uma arena. Quantos cristãos foram decapitados, foram arrastados! São Saturnino, por exemplo, que era bispo de Toulouse, na França, foi amarrado a um touro enfurecido; esse touro saiu arrastando São Saturnino pelas ruas. Ser cristão era sinônimo de correr risco de morte. Só que, num dado momento, o Imperador Constantino, em Roma, liberou o cristianismo e mandou cessar a perseguição aos cristãos. A partir do momento em que ele faz isso, houve um grande número de conversões, só que nem todas foram conversões genuínas. Muitas pessoas começaram a se converter ao cristianismo por conveniência. Antes, o
Império Romano perseguia os cristãos; agora, se o imperador está favorecendo os cristãos, então vamos nos tornar cristãos também. E aí começou a haver um esfriamento na vivência da fé. Mas o Espírito Santo, que governa a Igreja, não permite que nada esfrie ou diminua sua ação na Igreja. E o que o Espírito Santo faz? Ele suscita a vida consagrada. Então, muitos homens e mulheres começaram a ir para os desertos, para viver como eremitas, viver sozinhos, rezando e trabalhando. Santo Antão, São Paulo Eremita, quantos e quantos eremitas! Santa Maria do Egito, homens e mulheres começaram a buscar
a vida consagrada. Queriam uma vida dura, era uma vida em que trabalhavam, faziam penitências e rezavam. E tentavam corrigir seus próprios erros, lutar contra as próprias tendências. Porque a vida religiosa nasceu para ser um martírio, incluindo isso. Esse é o cerne da vida consagrada. O sujeito queria se consagrar porque pensava: "Eu quero ser um cristão que viva de acordo com a radicalidade do batismo". E se hoje já não há mais aquela perseguição que pode matar ou tirar a minha vida, então eu me imponho uma peregrinação. Não para tirar a minha vida, mas para me impor
uma perseguição aos meus pecados que querem tirar a vida da minha alma. Então, eu faço um martírio; eu faço penitência e ofereço a Deus, não o meu sangue de uma vez só, mas a minha vida, uma vida penitente, uma vida sacrificada, uma vida que quer se oferecer a Deus. A vida religiosa surge, então, como essa grande profecia, esse grande martírio, incluso na Igreja Primitiva. É o Espírito Santo buscando meios, buscando formas de governar a Igreja. E, então, quando pegamos esses primeiros autores, esses primeiros monges, os padres do deserto, que chamamos, sobretudo, de Vágner, quântico, que
foi um desses primeiros eremitas, ele começou a identificar alguns pecados e a perceber que estes pecados são a cabeça de outros pecados. Essa lista com sete pecados capitais vai ser melhor elaborada e explicada por ninguém menos que Santo Agostinho. Santo Agostinho, quando escreveu o seu livro intitulado "A Cidade de Deus", vocês acham esse livro em português; até hoje existem várias traduções dessa obra. O mais famoso de Santo Agostinho é o livro "Confissões", que é uma autobiografia onde ele fala da vida dele, que, além disso, vale muito a pena ler: "As Confissões" de Santo Agostinho. Mas
no livro "A Cidade de Deus", onde ele fala do mundo dos interesses contrários aos interesses de Deus, ele vai falar dos sete pecados capitais. Santo Agostinho vai dizer que existe uma cidade de Deus e uma cidade dos homens. O que é a cidade de Deus? É a Igreja. O que... Que é a Cidade dos Homens? É o mundo. Por que a Igreja é a Cidade de Deus? Porque a Igreja já adianta, neste mundo, o que todo mundo vai viver no céu. O que é o céu? É a Igreja Eterna, é a Jerusalém Celeste. Mas no
céu, aquilo que nós vivemos já agora, nós continuaremos a viver lá. É a Cidade de Deus. Agora, a Cidade dos Homens é a cidade onde imperam as paixões, os vícios, os pecados. Santo Agostinho dizia: "Existem duas cidades: a Cidade de Deus, onde os homens, por amar tanto a Deus, são capazes do desprezo de si." Olha que bonito isso! Essa é a Cidade de Deus, e aquela sociedade de homens e mulheres que amam tanto a Deus que são capazes do desprezo de si. Eu sou capaz de deixar de lado algo que é meu, algo que eu
gosto, algo que eu quero; eu deixo de lado por amor a Deus. Por amor a Deus, no mundo individualista como o nosso, como que eu posso espelhar essa Cidade de Deus? Me casando, tendo filhos, tendo coragem de ser família católica, tendo coragem de ter filhos e de educar os filhos para Deus. É assim que eu sou Cidade de Deus. Por quê? Porque, se eu for pensar, hoje em dia está muito difícil criar filho. Ah, olha o mundo como está, a escola como está. Olha que não! Ah, é melhor nem ter filhos! Isso é covardia! É
covardia, meu irmão, é covardia. É olhar para o mundo e não querer lutar. Deus nos colocou vivos neste tempo; não foi em outro tempo, não! Não é no século 18, não é no século 19, é agora! Nós somos convidados a dar testemunho de Cristo agora. Nosso Senhor nos pede o nosso "sim" hoje, não é lá no passado. Muita gente fica vivendo nas condições ideais do passado: "Mas antigamente tinha isso, tinha aquilo." Só que antigamente também existiam os desafios daquela época, mas estes desafios não são os nossos hoje. Então, como que eu vou viver nessa Cidade
de Deus sendo corajoso, abraçando a minha vocação? Se eu sou chamado a ser leigo, a me casar, então eu vou me casar, vou constituir uma família católica, vou ter os meus filhos e vou ter a coragem de educar os meus filhos de uma maneira diferente. Eu vou educar meus filhos de acordo com os princípios da fé católica, da doutrina católica. Eu vou ensinar os meus filhos a não ter vergonha de rezar, a não ter vergonha de dizer qual é a sua fé. Entendeu? É assim que nós seremos Cidade de Deus. Porque, se eu for pensar
humanamente, eu vou dizer: "Não, o mundo está muito difícil." E outra, né? Olha a crise econômica em que nós estamos no Brasil, olha as dificuldades que as famílias passam. Não! Eu não posso! Veja bem, meu irmão, não estou dizendo para você ser imprudente. A prudência é uma virtude. Nós devemos ser prudentes ao nos casar, a ter os filhos, a formar família; a prudência deve nos orientar. Mas eu não posso fugir disso. Seria muito mais cômodo não ter filho nenhum, viver só marido e mulher naquela vidinha fechada, ali, só nós dois. Mas não! O sentido do
matrimônio cristão é duplo: ele é um motivo, mas ele é procriativo. Esse amor se multiplica. Então, como que eu sou Cidade de Deus quando sou capaz de desprezar a minha segurança financeira? Não estou dizendo para ser imprudente, mas o dinheiro que eu poderia ficar todo para mim, para minha esposa, não! Eu vou repartir com os meus filhos. João Paulo II dizia que não existe pobreza mais terrível para uma criança do que a pobreza de não ter pais que queiram ser pais de verdade. Então, veja, isso é Cidade de Deus! Eu sou capaz de desprezar aquilo
que seria o mais cômodo. Ah, não! Para que eu vou ter dois, três filhos? Dá muito trabalho! Então eu vou ficar com um só! Mas eu amo a Deus e eu percebo que Deus pede de mim e eu posso, então eu dou espaço. Já pensou, né? Seu pai e a mãe de São Gabriel, de Nossa Senhora das Dores, é um santo que eu gosto muito. São Gabriel da Virgem Dolorosa é um santo passionista da Congregação dos Passionistas. Ele morreu; ele já era religioso, queria ser padre, mas morreu antes de ficar padre. Ele foi o décimo
primeiro filho da família dele. Imaginem se o pai e a mãe dele tivessem dito não ao plano de Deus para aquela família! Nós não teríamos São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, nós não teríamos esse grande santo, porque os pais teriam dito não ao plano de Deus. A Cidade de Deus já se concretiza na Igreja. Na Cidade de Deus, eu sou capaz de me desprezar. Ah, eu queria dormir, mas eu sou católico, eu tenho um compromisso com Deus. Eu vou rezar! Nós estamos em tempo de quaresma. Ah, estou cansado, trabalhei o dia inteiro. Puxa vida,
não resenha na quaresma! Pois então eu vou me endireitar, vou me sentar e vou rezar, porque eu tenho um compromisso. Eu sou capaz de desprezar o meu cansaço por amor a Deus. A Cidade de Deus ama tanto a Deus que é capaz do desprezo de si, mas Santo Agostinho completa: mas existe uma Cidade dos Homens. O que é a Cidade dos Homens no mundo? O mundo ama tanto a si mesmo que é capaz do desprezo de Deus. Então vejam, em qual cidade você... Tá vivendo, meu irmão, na Cidade de Deus ou na Cidade dos Homens?
Cidade dos Homens. Ela ama tanto as próprias paixões, vícios e pecados que ela é capaz do desprezo de Deus. Eu digo isso assim, sem medo de errar, meu irmão, que Deus ele é desprezado por muita gente no mundo hoje em dia. Mas para o Sagrado Coração de Jesus, não há desprezo pior do que aquele vindo dos católicos batizados. O desprezo vindo dos maus católicos ofende mais a nosso Senhor, porque o católico é aquele que recebeu mais graças. Ele foi batizado, ele foi crismado, ele conhece, ele está na igreja fundada por Nosso Senhor. Ele tem a
doutrina da vida, a doutrina católica que é completa, que não é mutilada. É a doutrina da Verdade ensinada pelo próprio Cristo, que é a Verdade encarnada. Nós temos Nossa Senhora, nós temos os anjos, nós temos os santos, nós temos todos os meios de salvação. E nada ofende mais ao Sagrado Coração de Jesus do que o desprezo daqueles que deveriam amá-lo e fazê-lo. Então, meu irmão, os nossos pecados, os seus e o meu também, são aqueles que mais doem no coração de Nosso Senhor. Nós devemos fazer de tudo para consolar nosso Senhor. Então, por isso, é
necessário conhecer a cabeça destes pecados e como a gente vai vencer esses vícios, esses pecados capitais, através da virtude oposta. Se o vício é a repetição de um ato mal que vira um hábito, a virtude é a repetição de um ato bom que vira um hábito. A um pecado capital, um vício capital, eu posso opor uma virtude capital. Também existem virtudes capitais, virtudes que são cabeça de outras virtudes e se você adquire uma virtude, outras virtudes começam a florescer. Assim também o pecado: se eu cometo demais um pecado, ele começa a frutificar, ele começa a
fazer brotar outros pecados. Então, quando o assunto é pecado capital, vamos começar pela soberba. A soberba, Santo Agostinho mesmo dizia que ela é um dos piores pecados capitais. Santo Agostinho diz que dos sete pecados, ele classifica dois como os piores, que são justamente a soberba e a inveja. Porque foi pela soberba e pela inveja que o pecado entrou no mundo. Satanás é soberbo, ele é soberbo desde o início. Satanás quis interferir nos planos de Deus, ele não admitiu que Deus pudesse criar o ser humano. Por isso, a grande obra de Satanás e dos seus anjos
qual é? A destruição da grande obra de Deus, da obra-prima de Deus. E quem é a obra-prima de Deus? Você, eu, toda a humanidade. Todos os homens e todas as mulheres de todos os tempos formam essa grande obra de Deus, essa obra-prima que é a humanidade. Então, o grande objetivo do inferno é o de destruir a humanidade, de destruir esta imagem e semelhança de Deus que grita em nós e que atrai a ira do inferno sobre nós. Porque cada ser humano, cada vida humana, pelo simples fato de existir, é um grito de louvor ao Criador.
Por que o diabo insiste tanto e usa de todos os meios para que as nações aprovem o aborto? Porque cada aborto é um triunfo do inferno que conseguiu destruir aquela vida humana. Aquela vida humana, porque pelo simples fato de existir, ela já louva Deus, ela já reflete essa imagem e semelhança com Deus. Satanás é soberbo, ele queria dizer a Deus o que Deus deveria ou não fazer, e Satanás é invejoso desde o princípio, porque ele viu que o homem, além de ter espírito e alma, o homem tem um corpo. Nós, seres humanos, temos corpo, nós
somos um ser misto; nós temos corpo, nós podemos amar fisicamente, nós podemos abraçar. Deus criou para a humanidade o sexo, a sexualidade. Nós nascemos homens e mulheres; Deus criou a sexualidade, o sexo é uma criatura divina. Olha que coisa, né? Então, ele criou, veio das mãos do Criador essa capacidade de se unir pelo amor e também essa capacidade de ser co-criador com Deus. Então, o pecado da soberba em que consiste? O pecado da soberba, né? A gente pode dizer que ele é o pecado assim por excelência, né? É a cabeça dos outros pecados. A soberba
está muito ligada à arrogância, é você se considerar mais do que aquilo que você é. É você ter você mesmo em alta conta, achar que você é aquilo que você não é, se sobrepor aos outros, se impor aos outros, imaginando que a sua opinião, que a sua visão, que aquilo que você é, que você faz, sempre é melhor, sempre maior e sempre deve ser considerado. O soberbo é aquele que se entristece com qualquer coisa que o contrarie, ele não suporta que alguém se lhe opõe. O soberbo não aceita oposição, ele é a referência, ele é
a fonte, e ninguém pode dizer nada que o contrarie. O soberbo é arrogante. Todos nós, em alguma medida, nós trazemos esses pecados. Todos nós trazemos esses pecados, mas nós podemos vencer. E a soberba, eu posso pôr uma virtude. Qual é a virtude que vence a soberba? A humildade. A humildade se opõe à soberba. Por isso, Satanás odeia a humildade. A humildade é como o nome mesmo diz, né? A pessoa se anula, ela humilha o inimigo das almas. Satanás não pode resistir aos humildes. Nossa Senhora diz isso no Magnificat, né? Que Deus elevou os humildes. E
o que é a virtude da humildade? Como eu cultivo a virtude da humildade? Primeiro, eu devo rezar. Todos nós, batizados e crismados, temos em nós o Espírito Santo, que é fonte de todos os dons e de todas as virtudes. Então, eu posso pedir ao Espírito Santo que me faça humilde. O que é a virtude? Da humildade, eu me considero como eu sou; percebo que eu tenho dons, percebo que eu tenho defeitos e limitações. Não me prender aos meus defeitos; eu devo aproveitar os meus defeitos para amar mais a Deus. Isso é uma tentação muito comum,
né? A gente se abater diante de uma queda. Às vezes, a gente queria fazer o bem, queria fazer uma coisa direitinho, e aí não fez. Aí a gente fala: "nossa, mas eu não valho nada, eu não presto". Se a gente entrar nisso, nós devemos nos lembrar do seguinte: Satanás é o acusador; a Sagrada Escritura diz isso com uma clareza muito grande. Ele é o acusador, ele vai apontar o dedo para os homens e dizer: "olha lá, né? Você não acredita no seu Deus. Olha o que você..." Satanás é o acusador, não podemos dialogar com o
mal. Para, para pensar: hoje, no seu dia, concretamente, você fez tudo que deveria fazer? Você agradou a Deus em tudo? Certamente não, certamente não. Mas você não pode se deixar abater pelo seu pecado! Antes de dormir, quando você for fazer o seu exame de consciência para pedir a Deus perdão pelos seus pecados, lembre-se de que no fim do dia nós devemos sempre fazer o exame de consciência. O que é importante? É importante que você diga para Deus onde você caiu, e que isso não te abata. Você não pode deixar isso te bater, te entristecer. Não
estou dizendo para você não dar importância ao pecado. É uma linha tênue; a gente pode cair tanto numa lamentação e aí a gente entra na acusação do inimigo, e nos apropriamos dessa acusação; e, assim, não saímos do lugar, e entramos em um estado de paralisia espiritual: "aí eu não valho nada mesmo, aí eu não tenho jeito". Então, cuidado! Nós devemos estar atentos e vigilantes em relação a isso. Eu não posso me deixar abater pelo pecado, mas também não posso desprezar o pecado. Eu preciso pegar esse pecado e apresentá-lo a Deus todo dia, no meu exame
de consciência. "Senhor, eu não queria ter caído, eu não queria ter feito isso, mas eu fiz. Eu sou miserável, mas eu quero te amar mais, apesar disso. Eu quero te ver no céu, eu não quero me perder. Me socorre!" E quando a gente faz isso, nós nos colocamos na posição de filhos necessitados, e nada atrai mais o coração de Deus do que isso: humildade. Eu reconheço quem eu sou; estou te apresentando, meu Deus, a minha queda. Vou me confessar assim que puder. "Me ajuda! Me ajuda!" É aquela oração que os antigos padres do deserto faziam,
né? Que era justamente: "Eu pequei, eu caí, mas eu te amo, eu te peço perdão, ajuda-me mais." Então, quer dizer, Deus já nos ajudou muito, mas a gente precisa ter humildade de pedir: "ajuda-me mais, porque eu sou tão fraco que eu preciso de mais." Então, o que vai combater a soberba? A humildade! Se você errou, reconheça que você errou; isso é humildade! Você combate a soberba em você, você não deixa a soberba nem crescer em você. Se errou, se você ficar sabendo que errou, imediatamente, se tiver jeito, já peça desculpas, já conserte o seu erro.
Imediatamente! Você deveria ter ouvido a sua esposa, o seu esposo, o seu filho; se não ouviu, volta lá. Humildade! Olha, "a gente estava conversando aquele dia lá, eu te cortei, não deixei falar o que você ia falar." Pode ser que a pessoa tenha ficado chateada e não queira falar, mas pelo menos você vai fazer o exercício da humildade. O exercício da humildade nos coloca no nosso lugar certo. Depois, nós temos o pecado da avareza. O que é avareza? Avareza é o apego excessivo e desordenado aos bens materiais, à segurança material. Veja bem: todos esses pecados
capitais têm uma linha tênue entre aquilo que é bom e aquilo que é pecado. Então, por exemplo, você querer uma segurança para sua família, você querer um emprego melhor, você investir, sei lá, num imóvel para alugar e ter uma renda extra... isso não é avareza! Se você está buscando meios de subsistência, meios de prover a sua casa, de ter uma segurança financeira, de ajeitar, de ter as contas em dia, tudo bonitinho, muito bem, isso não é mal. Mas pode se tornar um mal, e o que limita, né? Qual é o limite da avareza em cada
um de nós? O limite da avareza está aqui, ele está na nossa consciência. Uma pessoa pode ter muitos bens materiais e não ser avarenta, e uma pessoa pode ser pobre e avarenta. O avarento é aquele que, por exemplo, ele não tem muita coisa, mas ele tem, sei lá, um objeto de estimação. Aí acontece algum problema; sei lá, o cachorro derrubou, quebrou, ou um filho estava brincando e deu uma bolada, quebrou um determinado objeto; a pessoa perde a paz, ela se consome, ela se lamenta, ela ofende quem está à sua volta. O avarento, extremamente apegado a
um bem, é capaz de perder a paz, ele é capaz de ofender a quem está à sua volta porque se inquietou por conta de um bem. Então, a avareza não tem a ver com riqueza ou pobreza; ela tem a ver com o apego aos bens. Um sujeito pode ser rico e não ser nem um pouco apegado aos bens. Santa Isabel, rainha de Portugal, ela distribuiu os seus bens, dava esmolas todos os dias aos pobres nas ruas de Lisboa. Uma vez, uma dama de companhia dela disse: "Senhora, não precisa sair..." Senhora, mesmo a fazer a caridade
para com os pobres, basta que a senhora mande algum dos seus empregados. E o que que Santa Isabel respondeu? "Minha filha, você não entendeu nada. Deus me deu trono e riqueza para fazer a caridade." Ou seja, Santa Isabel é uma mulher de quem a avareza passou longe; ela era riquíssima, era rainha de Portugal, mas os bens não a possuíam, era ela quem possuía os bens. Essa é a ordem correta: nós devemos possuir as coisas; as coisas não podem nos possuir. A avareza é quando as coisas começam a mandar em nós. Então, querer ter uma casa
boa é pecado? Não. Querer ter um carro bom, um carro melhor, é pecado? Não. Não querer melhorar aquilo que eu tenho, dar um conforto melhor para os meus filhos, para minha família e para minha mulher, para as minhas crianças, é um pecado? Não, não é um pecado. Aliás, é muito bom que a gente queira isso, que a gente queira isso para os nossos filhos, para nossa esposa, para nossa casa. É bom que a gente queira isso. Agora, isso não pode ser o meu Deus. Tem gente que coloca toda a sua segurança no emprego, no diploma,
no cargo que tem ou que desempenha dentro da empresa, e a pessoa se esquece de Deus. Nós, aqui da comunidade Pantocrator, temos casas de missão na França. Uma vez, um dos nossos missionários lá na França contou que eles estavam fazendo uma evangelização e foram, porta a porta, tentando aproximar essas pessoas de Deus, da igreja. Enfim, um desses irmãos de comunidade me contou isso, e na época eu lembro que me impactou bastante essa história. Eu falei: "Meu Deus, que pobreza!" Esse irmão missionário me contou o seguinte: eles foram visitar um apartamento de um rapaz muito educado
que recebeu os missionários e os convidou para entrar. O sujeito foi falando do emprego que ele tinha, do dinheiro que ele ganhava, mostrou o apartamento luxuoso que ele tinha, falou das viagens que fazia. E, ao final dessa apresentação de tudo que ele tinha e tudo que ele fazia, o que ele disse para os nossos missionários? "Então vocês estão vendo? Falar de Deus? Eu já tenho tudo isso. Para que Deus?" Olha que tristeza! Olha o nível de pobreza que esta pessoa chegou, de colocar toda a sua segurança no seu emprego, no seu dinheiro, no seu apartamento.
Isso tudo acaba. Tudo acaba. Uma doença pode nos tirar tudo isso, um acidente pode nos tirar tudo isso. Hoje eu tenho, amanhã eu não tenho; só Deus não muda. O avarento coloca a sua segurança nas coisas, a sua esperança nas coisas e o seu amor nas coisas. E, para equilibrar o pecado da avareza, para combater a avareza, nós temos uma virtude: a virtude da generosidade, da liberalidade. O que é liberalidade? É a generosidade, a alegria em repartir, em dar, em fazer o outro feliz a partir daquilo que eu tenho. Eu me lembro que, quando era
criança, tinha uma senhora que morava perto da casa dos meus pais. Ela era idosa, aposentada, muito pobre. Ela vivia sozinha, já não tinha mais os filhos junto com ela; os filhos moravam, inclusive, em outra cidade. Mas era uma pessoa de fé, uma pessoa de Deus, uma pessoa extremamente feliz. A vizinhança toda costumava visitá-la, ver se ela precisava de alguma coisa. E, mesmo quando criança, eu lembro que eu ia até a casa dessa senhora e eu nunca saía da casa dela sem alguma coisa na mão. Nem que fosse uma goiaba; ela tinha goiabeira no quintal. A
alegria dela era poder entregar alguma coisa na nossa mão, nem que fosse uma goiaba. Ela falava: "Não, leva uma goiaba." Eu lembro que, às vezes, eu não gostava muito de fruta; falava: "Não, eu não vou nem levar porque eu não como." Ela falava: "Então você leva e você dá para algum amigo seu." Então veja, a generosidade! Ela era uma pessoa pobre materialmente, mas riquíssima espiritualmente. Quando ela morreu, a quantidade de pessoas que tinham recebido conselhos, orações ou acolhida dela era impressionante. A falta que ela fez! Porque ela, na verdade, era uma pessoa muito rica, muito
rica. Ela não tinha bens materiais, mas era muito rica; era uma pessoa que tinha a virtude da liberalidade. Então, a liberalidade coloca o nosso coração em ordem na relação que nós devemos ter com os bens materiais. Certo? Depois, nós temos o pecado da luxúria. O pecado da luxúria é a desordem na sexualidade. A desordem na sexualidade. Então, por exemplo, para os homens, é muito mais comum o pecado em relação à sexualidade pela visão, pelo sentido da visão. Os homens têm uma tendência maior a olhar. Então, os homens podem cair nesse pecado de luxúria olhando. Olha
que interessante: o Antigo Testamento falava do ato do pecado. Jesus, ele já dá um passo a mais. Jesus fala, quando menciona o adultério, que, se você olhou para uma mulher com a intenção em seu coração de possuí-la — e isso, obviamente, Jesus está falando para homens casados — você já cometeu adultério no seu coração. Então, quer dizer, você não precisa trair a sua esposa com outra mulher. Se você olhou para outra mulher, desejando essa mulher e querendo possuí-la, imaginando e criando uma cena aí na sua cabeça, você já cometeu adultério. O pecado da luxúria é
um pecado mortal; nós pecamos por pensamentos, por palavras, por atos e por omissões. Então, pecado no pensamento também é pecado. Olhar com prazer para o corpo de outras mulheres, ficar consentindo em pecados, imaginando coisas... Prática, né? De alimentar maus olhares. Aí você começa a alimentar maus pensamentos, e de maus pensamentos você passa para maus atos, que podem ser, inicialmente, a masturbação; depois pode cair na pornografia e, em sequência, numa traição de fato física. Olha como o pecado é... o pecado vai devorando. É o plano do Inferno destruir a vida humana. Você destrói um matrimônio, você
destrói o relacionamento, você destrói a pessoa. E, quando você destrói um patrimônio, imagine isso: o que o demônio faz ao destruir um patrimônio? Ele não afeta uma pessoa, ele afeta várias pessoas; ele destrói a família toda. Então, isso é infernal. Nós devemos combater esse tipo de luxúria. Ela entra por isso: “Ah, não, mas é só dando uma olhadinha. Ah, passou uma mulher bonita, não estou só dando uma olhadinha, não, mas não estou pensando em nada.” O que o pecado faz? Ele entra pela brecha. E aí você vai se acostumando a só dar uma olhadinha. Daqui
a pouco você se acostuma a um mau pensamento; logo, se acostuma à prática da masturbação, depois se acostuma à pornografia, e depois se acostuma a buscar a traição fora do matrimônio. É o pecado da luxúria, é a desordem na sexualidade. A desordem na sexualidade: a mulher pode fazer isso, desprezando o seu esposo. Então, às vezes, quando a mulher começa a enxergar só os defeitos do esposo... “Ah, porque ele é isso, ele é aquilo, ele é aquilo outro.” A mulher peca menos pelo sentido da visão, mas peca também pela visão, porque, na medida em que ela
deprecia o próprio esposo, ela começa a olhar para outros. Mas, mais do que olhar, o que a mulher começa a fazer? Ela começa a ouvir outros homens, outras vozes, e a imaginar. Então, a traição, para a mulher, a traição no coração, no pensamento, começa por aquilo que ela ouve: “Ah, mas o Fulano fala tal coisa. Olha, meu marido não fala, né? Ai, mas o Fulano... olha como ele é educado, olha como ele é bom, olha como ele se veste melhor, olha como ele é isso, aquilo que o meu esposo não é.” E aí começa a
consentir. Primeiro, vai ouvindo outras vozes; depois vai imaginando também uma outra cena; depois já vai desprezando o próprio esposo e, depois, já vai separando, apartando o seu coração daquilo que foi prometido ali, diante do altar, no matrimônio. A luxúria, então, também entra por outras vias. Os nossos adolescentes hoje... Eles escutam muito, né? Eu trabalho em escola e vejo isso: o quanto eles ouvem músicas ruins, músicas assim, de um conteúdo horroroso que trata mulher como objeto, homem como objeto. É que faz uma... não é nem alusão, né? Antigamente as músicas faziam uma alusão a conteúdo erótico;
hoje em dia, conteúdo erótico explícito. Isso vai entrando não só nos ouvidos, mas na alma. Vai corrompendo os nossos filhos que vão se acostumando a essa visão de sexo como coisa, sexo desligado de matrimônio. O palavreado: falar muito palavrão. Jesus fala: “A boca fala do que o coração está cheio.” Quem fala muito palavrão, xinga muito, o tempo todo, está com o coração cheio de impureza. Nós devemos pedir a Deus a graça da pureza. Então, a luxúria... tem gente que pensa: “Eu não traí, mas olho para todo mundo, falo palavrão, ouço coisas que não prestam, assisto
coisas que não prestam.” Luxúria já entrou. E como combatemos a luxúria? Pela virtude da castidade. Pela virtude da castidade, eu vou procurar me vestir bem, eu vou procurar não falar palavrão, não xingar, não blasfemar. Jamais vou procurar falar de Deus. Quando eu for falar de alguém, se eu não puder falar bem, eu não falo nada. Eu evito falar. É isso que devemos procurar. É fácil? Não é fácil. É difícil. É difícil no mundo em que vivemos. Essas coisas vêm até nós e nem sempre é fácil resistir. Mas a castidade é o que? É treino. “Ah,
mas eu vi... a mulher era muito bonita, não teve como não ver.” Ou lógico que tem como não ver. Você desvia o seu olhar, você abaixa a sua cabeça, você olha para o outro lado. Se você é homem e é casado, você tem que pensar: “Eu tenho minha mulher lá em casa; eu tenho que olhar para minha mulher, eu tenho que olhar para minha casa, para minha família, para os meus filhos.” Você tem que pôr na sua cabeça: “Olhando para minha mulher, eu vou conseguir olhar para Deus na eternidade. Se eu olhar para outra, eu
posso perder a visão de Deus.” E eu quero ver a Deus, eu quero ver Nossa Senhora, eu quero ver os santos e os anjos na eternidade. É fácil? Não é fácil, mas é possível. Então, a castidade é treino. Depois, nós temos o pecado da ira. O que é o pecado da ira? É o descontrole na raiva. Sentir raiva não é pecado, se o motivo for justo. Por exemplo, se eu vejo alguém atacando a minha fé, aquilo sobe em mim; eu estou com raiva porque está sendo atacada a honra de Deus. Mas isso não é ira.
Agora, quando a raiva vira? Quando eu passo a odiar a pessoa, a desejar o mal, a desejar a morte, a desejar uma doença, uma desgraça para outra pessoa. Isso é a ira. Como eu combato a ira? Com a virtude da mansidão. A virtude da mansidão também não cai do céu. Eu tenho que praticar até que ela se torne um hábito. Como eu vou praticar a virtude da mansidão? Eu vou moderar uma resposta que eu vou dar. Estou vendo uma coisa que me ofende muito, ofende a minha fé. Eu poderia acabar com a raça da pessoa
aqui, ofendê-la aqui. De um jeito para ela não esquecer nunca mais. Mas se eu for manso, às vezes eu consigo um fruto maior ainda. Mas isso é difícil: a mansidão não é uma virtude fácil. Numa certa ocasião, aqui na comunidade, né? Tô dando exemplos bem concretos de coisas que eu vi. Numa certa ocasião, nós tivemos uma missa aqui, e um celebrante que veio de fora, aqui na comunidade, estava ali na Santa Missa e ele se irritou muito com uma determinada postura de Piedade de algumas pessoas e, né, falou ali uma porção de coisas, etc. e
tal. Só que são coisas assim que são opiniões dele, do celebrante, entendeu? Não é doutrina da Igreja, não é o que está escrito no Missal, não é o que a Igreja manda fazer, é mais uma opinião dele. O que poderíamos ter feito enquanto comunidade, naquele momento? Nós poderíamos ter feito uma oposição, poderíamos ter esbravejado, poderíamos ter retrucado o que ele falou. E o que aconteceu ao final da celebração? Foi feito um agradecimento a ele pela disponibilidade de vir celebrar. Foi dito a ele o porquê que ele foi convidado; ele era uma pessoa muito ligada à
história da comunidade. Então, nós agradecemos à pessoa que falou lá no momento. Agradecer não polemizou, foi manso, foi sábio ali naquele momento. E o que isso produziu? Este celebrante ficou tão confuso que ele tentou se desculpar, ele tentou remendar o que tinha feito; ele se constrangeu e ele entendeu o erro que ele mesmo tinha cometido. Sem briga, sem oposição, pela mansidão, a virtude da mansidão. Ela vence a ira. Depois, nós temos o pecado capital da gula, que é a desordem na comida, no comer, no beber. Então, eu quero um prazer, mas eu não quero que
tenha limite. Eu quero comer até me empanturrar, eu quero beber até me embriagar. Eu quero comer além da necessidade do meu corpo, eu quero beber além da necessidade do meu corpo. E, às vezes, quando a gente está numa situação em que a comida é muito boa, muito gostosa, às vezes a gente se permite isso. Só que isso produz um mal físico, inclusive. Quantas vezes, por gula, a gente não passou mal depois? Comendo demais, bebendo demais... Quanta gente não provoca acidente de trânsito por beber demais? É gula. É um pecado capital. Para ceder a um capricho
físico, a pessoa põe em risco a vida de outro, ou a pessoa compromete o dom mais precioso que Deus nos deu, que é a vida. Às vezes, a pessoa fala: "Ai, mas tá tão bom que eu vou comer. O médico disse para não comer, eu sou diabético, eu não posso comer doce, mas eu vou comer." E vai e come. Aí a diabetes sobe, aquilo causa um dano à saúde. Eu estou tentando a Deus por um capricho, por um pecado, por um vício. Eu estou comprometendo a minha saúde. A gula geralmente traz consigo dois outros problemas,
dois outros pecados, que são o pecado da luxúria. A luxúria está muito ligada à gula. Quem é desordenado para comer, é desordenado sexualmente. A desordem, São Tomás de Aquino ensina, na alimentação, gera uma desordem na sexualidade. Às vezes a pessoa fala assim: "Ah, mas eu não consigo vencer o pecado da masturbação, o pecado da pornografia." Se a pessoa for procurar, lá, às vezes tem alguma ligação com a gula. Às vezes a pessoa também bebe demais, come demais, come a qualquer hora, não tem disciplina para nada. Entendeu? Um pecado, ele sempre vem ligado a outro. E
a gula também está ligada ao pecado da preguiça, que é um outro pecado capital. Então, a gula anda de mão dada com a preguiça. Por quê? Porque a gula provoca moleza. Eu quero comer demais, beber demais; isso provoca aquele torpor, aquela moleza, aquela falta de energia para fazer, para realizar as coisas. Né, como eu vou combater a gula? Pela virtude da temperança. O que é a temperança? O nome já fala: eu vou temperar. Eu vou doar as coisas na medida certa. Isso é a temperança, a virtude da temperança. E como que eu faço isso? Eu
vou comer aquilo que eu sei que é o suficiente para que eu me mantenha. Eu não preciso me empanturrar. Eu vou comer, e todo mundo sabe o limite do seu corpo. São Clemente Hofbauer é um santo nascido no século XVIII, faleceu no comecinho do século XIX. São Clemente era um homem muito grande, gordo, forte, e ele tinha um apetite imenso. Só que ele percebeu que o pecado da gula rondava a vida dele o tempo todo: ele sempre queria comer e sempre tinha aquele desespero de achar que, se ele não comer, ficaria fraco e não daria
conta. E aí ele fez um voto. Qual o voto que ele fez para Deus? De comer o suficiente, mas de sempre sair da mesa com fome. Ele nunca satisfazia totalmente um instinto dele de comer. Por quê? Porque, como ele era grande, ele já era mais corpulento, ele tinha uma tendência a comer além daquilo que precisava. E aí ele começou a ordenar essa fraqueza nele e a vencer o pecado da gula. Depois, nós temos o pecado da inveja. O que é inveja? Aqui também, de novo, linha tênue. Uma coisa é você ver alguma coisa que alguém
tem e querer ter igual. Isso não é inveja. É… sei lá, as mulheres têm muito disso, né? Vê lá outra com sapato, com uma blusa: "Nossa, onde você comprou essa blusinha, esse sapato? Ai, que legal, não sei o quê. Ai, vou procurar também." Então, quer dizer que toda mulher que é mais visual, às vezes, vê alguma coisa que a agrada, ela quer também, ela acha legal. Ótimo! Isso não é inveja. Inveja é você se entristecer com o bem do outro e passar a desejar mal para o outro porque o outro tem e você não. Então,
o outro tem uma condição financeira melhor. Ah, ele tem um carro, mas eu queria aquele carro! Eu não consegui. O outro tem... E aí, aquilo vai te corroendo. Você queria ser o outro, você queria ter. E as pessoas têm inveja das coisas mais variadas, né? Tem gente que tem inveja até dos filhos que o outro tem, da família que o outro tem, do relacionamento do outro, dos bens do outro. E a pessoa se entristece quando ela olha para si e vê que ela não tem, e ela deseja mal, e ela fica se corroendo por isso.
É o pecado da inveja. Para combater o pecado da inveja, qual virtude devemos opor à inveja? A caridade, que é a maior de todas as virtudes! A caridade. A caridade é o quê? Quando eu sou capaz de me alegrar pelo bem do outro. O outro pode ter; que bom que ele pode ter! Que bom! E se ele pode ter, porque Deus permitiu que ele tenha? Talvez Deus não deu para mim porque Deus sabe que, se me der um determinado bem material, se me der dinheiro, isso vai ser ruim para mim, para a minha salvação. Então,
às vezes, Deus não me deu. E às vezes, para me purificar, Deus me dá uma outra condição, uma outra situação. Pode ser até que Deus vá me dar, mas não agora. Mas eu me sinto feliz. Que bom que Deus deu para ele! E o que Deus me dá agora é bom para mim também, porque Deus sabe melhor do que eu. Então, a caridade é quando eu sou capaz de me alegrar com o outro e de desejar o bem para o outro. Ah, mas eu não sou capaz disso? Então, faça o exercício. Ah, eu queria ter
a vida do outro, os bens do outro. Então você vai dizer, nem que seja o dia inteiro para você: "Cada vez que um pensamento vier, ‘mas o outro tem ou não tem’, Jesus, abençoe a vida do fulano. Jesus, que eu não fique olhando para aquilo que o fulano tem e desejando aquilo. Tira isso de mim, Jesus. Abençoe." E você vai falando, vai falando, vai falando, vai falando, até que isso aí vai sair de você. A virtude é assim que se adquire, com insistência. E, por fim, o último pecado capital é a preguiça. Esse, de certa
forma, afeta todos nós, né? Se não for fisicamente, pelo menos espiritualmente, a preguiça nos afeta. Isso é fato. É a preguiça de, às vezes, rezar. É a preguiça, a falta de energia, a falta de força e capacidade para realizar as coisas, fazer as coisas. Então, pode ser uma preguiça física de não querer trabalhar ou de fazer o próprio trabalho de qualquer jeito, mas pode ser uma preguiça espiritual: assídia de não querer rezar, de não querer se empenhar nas coisas de Deus, né? Para combater a preguiça, eu tenho a virtude da laboriosidade, né? É aquela virtude
que me coloca a serviço, que me faz trabalhar, que me faz buscar sempre uma ocupação. Santa Teresa de Jesus sempre dizia isso: que, quando os demônios vierem nos tentar, que nos encontrem ocupados, porque, assim, eles não terão entrada, né? As tentações não surtirão efeitos se estivermos ocupados. Então, tenhamos isso em mente, certo? Bom! E aqui nós já vamos caminhando para o fim, né? Já estamos bem adiantados aqui na hora, talvez não dê tempo de responder muita coisa, mas aproveito aqui para agradecer a todos os que estão doando, né? É para a nossa campanha de evangelização
digital. Nós já atingimos 53%, né? É pouco ainda da nossa campanha. Já estamos no dia 21, temos que fechar o mês, mas, se Deus quiser, a gente vai conseguir fechar, e a sua contribuição, a sua ajuda, é muito importante, tá bom? E também não deixe de aproveitar as promoções da loja Pantocrato. Tem uma porção de produtos; a loja inteira da comunidade está com descontos este mês. Então você tem descontos desde 10% até 50%. Você vai encontrar nos produtos da loja. Ao adquirir, você também nos ajuda na nossa obra de evangelização, tá bom? As perguntas que
vocês enviaram, depois a gente, na medida do possível, vai tentando responder. Inclusive, agora, no comecinho de setembro, nós teremos outra live: "Pergunte e Responderemos". E aí vamos tentar responder essas dúvidas, tá bom? Respondendo rapidinho aqui duas questões: a primeira, a inveja é o pior dos pecados capitais ou seria o orgulho? Na verdade, elas andam de mãos dadas, né? Porque o princípio dos pecados capitais foi a inveja. O demônio, Satanás, e os anjos que caíram junto com ele sentiram inveja do fato de Deus ter criado o ser humano. E aí, o que eles fizeram? Plantaram a
soberba no coração do homem. E aí o ser humano se achou no direito de querer ser igual a Deus, foi lá e deu ouvidos ao inimigo. Então, pecado é uma invenção angélica. O pecado da inveja e da soberba andam juntos. Mas a inveja, certamente, ela corrói mais, ela é muito mais destrutiva. Ela destrói mais rápido que a soberba. Mas nós devemos evitar a todos com a virtude oposta, certo? Depois, a Rosana mandando aqui: "Após 30 anos na igreja protestante, voltei à igreja católica. Fui batizada e crismada na Igreja Católica." [Aplausos]. Ela fala que foi batizada
novamente quando estava na igreja protestante. "Perdi o meu batismo católico?" De jeito nenhum! Aliás, né, esse papo que muita gente fala: "Ai, quando eu era católico, fui batizado..." Na Igreja Católica, uma vez batizado, sempre batizado. Existem, né, três sacramentos que não se apagam; eles têm uma marca. Indelével é uma marca de fogo na alma humana que ninguém apaga. Que é o batismo, a crisma e o sacramento da Ordem. Então, um batizado é católico no céu, na terra, no inferno e na igreja protestante. No budismo, o católico pode renegar a fé dele o quanto quiser; ele
continua sendo católico. É um católico que está renegando a fé, é uma aposta, mas é católico. Ele não deixa de ser católico, e mesmo que vá para o inferno, ele vai ser católico no inferno. Entendeu? Não tem como apagar o batismo. Então, muita gente fala: "Nossa, eu fui protestante, depois eu voltei. Será que isso aí apaga o batismo?" Não apaga o batismo, tá aí! As graças do batismo estão aí. Se você vai para o protestantismo, o que acontece? As graças recebidas no batismo e na crisma são por você passar a professar uma fé diferente. Você
não acessa essas graças que Deus derramou através da igreja. E muita coisa você não consegue acessar; no protestantismo, não tem Eucaristia. Então, essa graça você não acessa. O perdão dos pecados, através da confissão, essa graça você não acessa. Mas a porta está aberta, porque é batizado. Uma vez batizado, sempre batizado, né? Então, tem gente que fica pensando: "Eu fui batizado na igreja católica, andei em outras religiões. Será que não posso voltar?" Você continua sendo católico. Aliás, você nunca deixou de ser, né? Quem às vezes sai nega, mas não deixa de ser católico, né? Porque às
vezes a pessoa, ou por desconhecimento, ou sei lá, numa revolta, numa determinada situação, ela sai da igreja. Ela sai da igreja, mas a igreja não sai dela. Ela é católica e continua católica onde estiver. Entendeu? Então, na verdade, a graça do batismo e dos outros sacramentos que você recebeu – não sei se você já era aqueles, nada quando mudou de religião –, mas se é batizado e crismado, as graças estão aí, né? Ah, você fala que foi batizada e crismada na igreja católica, né? Você fala aqui na sua pergunta. Então a graça do batismo e
a graça do crisma estão em você. Você foi, agora, graças a Deus, você voltou. Seja bem-vinda de volta, né? Que bom que você voltou, que você teve essa graça de voltar. Mas você não deixou de ser católica; não precisa batizar ou crismar novamente. Esses sacramentos – o batismo, a crisma e a Ordem – não se renovam. Você recebe uma só. A mesma coisa acontece com o sujeito que é ordenado padre. Tem gente que fala assim: "O Fulano é ex-padre." Não existe ex-padre. Existe padre casado, existe o padre que abandona o ministério sacerdotal, pede licença ao
Papa. O Papa pode dar essa licença, só que ele continua sendo padre. Ele não deixa de ser padre, ele vai ser padre casado que não pode celebrar, não pode exercer o ministério, mas é padre. É padre até morrer. Inclusive, um padre que pede dispensa do ministério sacerdotal e se casa, vamos supor que ele esteja passando por uma estrada e tenha um acidente lá, e um sujeito querendo se confessar. Não vai dar tempo de chegar outro sacerdote. Este sacerdote que está afastado do ministério para se casar, pode ser até casado, pode até ser pai; ele pode
atender validamente a confissão dessa pessoa. Ele pode, a Igreja permite, nesse caso, pelo bem e pela salvação dessa alma. Por quê? Porque ele é padre, ele continua sendo padre, entendeu? Por mais que negue. Martinho Lutero fundou o protestantismo. Ele deixou de ser padre? Não deixou. Foi excomungado pela Igreja e tudo mais, mas continua sendo padre, porque o sacramento da Ordem não se apaga, certo? Depois, para quem quiser continuar essa conversa, a gente pode continuar a conversa lá no meu perfil do Instagram. Lá no Instagram eu estou como Rafael com "ph", arroba Rafael com "ph" ponto
Tonon. Tá bom? Então a gente pode conversar lá; manda sua pergunta, conversa comigo lá que eu vou atendendo, né? Aquilo que vocês vão mandando durante a semana, tá bom? E tem também o meu canal do YouTube, Rafael Tonon. Se inscreva lá! Esses conteúdos todos dos vários lugares onde eu vou participando de lives, aulas, eu vou colocando tudo lá. Então siga lá, se inscreva no canal, ative as notificações. E se você também não é inscrito aqui no nosso canal da comunidade Panturcreto, faça isso. Deus abençoe. São Pio Décimo, rogue por nós, para que sejamos bons e
valentes católicos. São Pio Décimo, rogai por nós. Deus abençoe você. Até semana que vem!
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