Meu chefe me humilhou diante de todos os funcionários mas quando descobriu que eu era a nova dona da empresa ficou chocado Renata cresceu em um bairro simples onde as casas eram pequenas mas sempre cheias de vida sua família nunca teve luxo mas também nunca faltou nada essencial seu pai José trabalhava na construção civil e sua mãe Martha passava os dias em frente à máquina de costura criando vestidos sob medida para as clientes do ba desde cedo Renata aprendeu que dinheiro não aparecia do nada via os pais saindo cedo e voltando tarde exaustos mas sempre com
um sorriso no rosto prontos para ouvir Como foi o dia da filha eles acreditavam que a única herança que poderiam deixar para Renata era a educação e por isso fizeram de tudo para que ela tivesse as melhores oportunidades a casa onde moravam era pequena com dois quartos e um quintal apertado mas para Renata era o lugar mais acolhedor do mundo o cheiro de café misturado com o som da máquina de costura era a trilha sonora das manhãs aos sábados José levava a filha para comprar pão na padaria da esquina e no caminho sempre falava sobre
a importância de ser honesta e trabalhar duro o mundo não é fácil filha mas quem se esforça sempre encontra um caminho ele dizia enquanto segurava a mão dela com firmeza rato ouvia tudo com atenção absorvendo cada palavra Mesmo Sem Entender completamente o peso do que aquilo significava na escola Renata era dedicada sabia que os pais faziam sacrifícios para pagar as mensalidades e compravam materiais escolares parcelados para que ela não sentisse falta de nada Enquanto algumas crianças reclamavam das lições de casa ela encarava cada exercício como um passo para mudar a realidade da família nos dias
de prova Marta preparava um lanche especial e deixava um bilhete na mochila da filha incentivando-a a dar o seu melhor esses pequenos gestos faziam Renata se sentir especial e motivada a continuar se esforçando os finais de semana eram sagrados mesmo cansados José e Marta reservavam os domingos para passear no parque ou visitar parentes para eles não bastava apenas ensinar sobre trabalho e responsabilidade era preciso também mostrar que a vida tinha momentos de descanso e felicidade Renata adorava essas saídas principalmente porque era uma chance de ver o pai mais relaxado contando piadas e se divertindo por
mais que o dinheiro fosse contado eles sempre davam um jeito de tornar o dia especial Nem que fosse comprando um algodão doce ou deixando Renata brincar até o sol Começar a se pôr quando Renata completou 12 anos José começou a levá-la para ver algumas de suas obras em construção ele queria que que a filha entendesse o valor do trabalho e visse de perto o que ele fazia todos os dias tá vendo essa parede Antes era só um monte de tijolos soltos mas com paciência e esforço a gente transforma isso em um lar para alguém explicava
com orgulho Renata olhava ao redor e começava a enxergar a magia por trás do trabalho do pai não era só cimento e tijolo era a construção de sonhos a cada visita ela entendia um pouco mais sobre o esforço que os pais para que ela tivesse um futuro diferente mar por outro lado ensinava Renata sobre paciência e dedicação através da costura a poucos foi mostrando a filha como funcionava a máquina de costura como escolher os tecidos e medir corretamente costurar é como a vida filha se você não tiver paciência acaba estragando tudo e tem que começar
de novo dizia enquanto alinhava os pontos com precisão Renata gostava de ouvir essas pequenas lições e sabia que cada uma delas tinha um significado muito maior do que parecia embora não quisesse seguir os passos da mãe como costureira admirava a paixão que Marta colocava em cada peça que fazia com o tempo Renata passou a perceber pequenas coisas que outras crianças não notavam como os pais mesmo cansados Nunca reclamavam na frente dela como José sempre sorria ao chegar em casa mesmo quando passava o dia inteiro Sob o Sol como Marta fazia malabarismos para manter as contas
em dia sem nunca deixar a filha perceber as dificuldades financeiras tudo isso fez com que Renata crescesse valorizando cada conquista e entendendo que nada vinha fácil ela queria dar orgulho aos pais mostrar que todo o esforço deles valeria a pena Renata sabia que a educação era a única forma de mudar sua vida seus pais sempre repetiam que o estudo abriria portas que eles mesmos nunca conseguiram atravessar José mesmo sem ter terminado a escola sonhava em ver a filha formada Marta entre uma costura e outra dizia que o diploma seria a segurança que ela nunca teve
Renata absorveu essas palavras como um compromisso não queria desapontá-los cada boletim escolar com boas notas era um presente para os pais que comemoravam como se fosse um troféu as dificuldades financeiras sempre estiveram presentes o salário de José cobria as contas básicas e o dinheiro que Marta ganhava com os vestidos encomendados era usado para despesas extras ainda assim Eles guardavam parte do que ganhavam para garantir que Renata estudasse em uma escola particular não era das mais caras mas oferecia uma estrutura melhor do que as escolas públicas da região o valor da mensalidade apertava o orçamento da
família mas desistir nunca foi uma opção ele eles acreditavam que aquele sacrifício valeria a pena no futuro para manter Renata na escola José começou a pegar mais serviços extras se antes ele chegava em casa às 6 da tarde agora voltava apenas à noite aceitava trabalhos nos fiz de semana fazia reformas pequenas nas casas vizinhas e até trabalhava nos feriados Marta por sua vez começou a costurar mais tarde da noite aproveitando qualquer pedido Extra que aparecesse Renata percebia o dos pais mas eles nunca reclamavam Pelo contrário sempre diziam que tudo aquilo era por um bom motivo
nas escola Renata via a diferença entre ela e os colegas alguns tinham tudo de mão beijada mochilas de marca celulares novos viagens nas férias ela por outro lado usava os mesmos materiais até o fim do ano e levava lanche de casa para economizar no começo sentia vergonha mas logo aprendeu a ver aquilo de outra forma Enquanto alguns não dam valor ao que tinham ela sabia exatamente o quanto cerno e livro custava para seus pais isso só a motiva mais quando chegou o ensino médio a pressão aumentou ren sabia que a fa era prximo pass mas
ideia dear por um curso superior impossível as mensalidades eram altas e o orçamento da família já estava no limite José e Marta no entanto não deixaram a filha desistir se for preciso trabalhamos dobrado José dizia vamos dar um jeito sempre demos Marta completava esse apoio fez Renata acreditar que era possível a solução veio através do esforço Renata se tornou uma aluna Impecável focada em conquistar uma bolsa de estudos passava horas estudando refazia exercícios até entender completamente cada matéria os professores notaram sua dedicação e começaram a incentivá-la Algumas Noites Marta encontrava a filha dormindo sobre os
livros e cobria seus ombros com uma manta José apenas sorria e dizia essa menina vai longe nos últimos meses do ensino médio Renata decidiu que tentaria entrar em uma universidade particular com bolsa integral sabia que a concorrência era grande mas não podia se dar ao Luxo de pagar um curso caro fez simulados estudou com colegas e passou Noites em claro se preparando para as provas no dia do resultado suas mãos tremiam ao abrir a página do vestibular quando viu seu nome na lista de aprovados a emoção tomou conta saiu correndo pela casa gritando e chorando
ao mesmo tempo José e Marta se abraçaram emocionados todo o esforço cada hora extra de trabalho Cada noite mal dormida tudo tinha valido a pena mar chorava em quanto dizia Eu sabia que você ia conseguir José com os olhos brilhando de orgulho apenas repetia Eu sempre acreditei naquele momento Renata entendeu que aquele não era apenas seu sonho era o sonho dos três construído com sacrifício e amor no primeiro dia de aula na universidade Renata sentiu um frio na barriga o campus era enorme cheio de alunos andando apressados cada um com seu próprio destino tudo era
novo diferente de qualquer coisa que já tinha vivido ela respirou fundo e lembrou-se dos Pais pegou o celular mandou uma mensagem dizendo que havia chegado e prometeu que daria o seu melhor José respondeu rápido sabemos que sim estamos orgulhosos de você os desafios da faculdade começaram a aparecer o ritmo das aulas era intenso os professores exigiam mais do que no ensino médio e os colegas pareciam sempre saber mais no começo Renata se sentiu perdida mas desistir nunca foi uma opção criou uma rotina rígida de estudos e passou a se dedicar ainda mais cada prova superada
era um lembrete de que estava no caminho certo nos dias difíceis quando sentia a vontade de desistir pensava nos pais lembrava-se de José chegando tarde do trabalho suado e exausto mas sorrindo lembrava-se de Marta costurando até tarde sem reclamar apenas para garantir que ela tivesse o melhor esses pensamentos a faziam seguir em frente mesmo quando tudo parecia difícil ela não podia falhar com o tempo Renata foi se destacando na universidade os professores começaram a notar seu esforço e algumas oportunidades começaram a surgir conseguiu uma bolsa para monitoria ajudando alunos mais novos e até mesmo uma
vaga de estágio aquilo foi um alívio para a família pela primeira vez Renata conseguia ajudar um pouco em casa mesmo que fosse com valores simbólicos cada passo na universidade era uma vitória mas o maior sonho ainda estava por vir a formatura Renata sabia que aquele diploma não era só dela era de José e Marta também eles tinham lutado tanto quanto ela para chegar ali e por isso não o que acontecesse ela faria de tudo para honrar esse esforço o primeiro sinal de que algo estava errado veio de forma discreta José começou a reclamar de dores
na barriga que iam e vinham sem aviso no começo ele achou que era só algo passageiro Talvez uma comida que não caiu bem ou o estresse do trabalho Mara insistiu que ele procurasse um médico mas José teimoso como sempre dizia que não era nada isso passa falava dando um sorriso cansado mas não passou pelo contrário as dores ficaram mais frequentes e ele começou a perder peso sem motivo aparente Renata percebeu que o pai estava diferente Ele sempre foi um homem forte acostumado a carregar sacos de cimento e trabalhar o dia todo sem reclamar Mas de
repente parecia mais frágil voltava do trabalho mais cedo sentava-se no sofá e ficava ali em silêncio com a mão no estômago quando perguntavam se estava tudo bem ele forçava um sorriso e mudava de assunto só que Renata e Marta sabiam que não era normal José nunca foi de reclamar então se ele estava quieto algo sério estava acontecendo o dia em que a verdade veio à tona ficou marcado para sempre na memória de Renata o exame que José fez mostrou um tumor no pâncreas e o médico foi direto era câncer e estava avançado a sala do
consultório ficou em silêncio por alguns segundos Martha segurou a mão do marido com força como se pudesse protegê-lo daquelas palavras Renata sentiu um nó no estômago E tentou entender o que aquilo significava de verdade José apenas abaixou a cabeça sem saber o que dizer aquele era um homem que passou a vida inteira resolvendo problemas mas agora se via diante de algo que não podia consertar a rotina da casa mudou completamente José precisou largar o trabalho para iniciar o tratamento e Marta começou a acompanhá-lo em todas as consultas Renata dividida entre a faculdade e a família
fazia o que podia para ajudar mas por mais que tentassem manter a esperança os médicos não davam boas notícias o câncer estava se espalhando rápido e a quimioterapia o deixava cada vez mais fraco em poucos meses aquele homem forte que passava os dias carregando blocos de concreto agora mal conseguia levantar da cama sem ajuda as noites se tornaram angustiantes mar quase não dormia preocupada com José Renata acordava no meio da madrugada e ouvia o pai tentando esconder a dor respirando fundo para não gemer era uma luta silenciosa mas Implacável cada dia parecia pior que o
anterior o sorriso dele que antes era constante agora aparecia cada vez menos José sabia o que estava por vir e tentava ser forte pela família mas todos sentiam que o tempo estava se esgotando o momento que Renata mais temia chegou Numa manhã chuvosa José acordou sentindo uma dor insuportável e Marta precisou chamar uma ambulância no hospital os médicos explicaram que ele estava entrando em falência múltipla dos órgãos Renata não queria ouvir aqui aquilo não podia ser verdade mas ao olhar para o pai viu nos olhos dele que ele já sabia José segurou a mão da
filha com o pouco de força que lhe restava e disse você vai continuar Renata você vai ser tudo o que eu sempre sonhei nas horas seguintes tudo aconteceu rápido demais a respiração de José ficou fraca os aparelhos apitava mais ali Marta desabou em prantos segurando o corpo do marido como se pudesse trazê-lo de volta Renata ficou parada sem reação sem acreditar que aquilo realmente estava acontecendo o homem que sempre foi seu Porto Seguro que ensinou sobre trabalho honestidade e superação tinha partido ela sentia um vazio enorme tomar conta do peito o velório foi um dos
dias mais difíceis da vida de Renata amigos e parentes se reuniram para prestar homenagens mas nada daquilo parecia real enquanto as pessoas Falavam sobre o quanto José era um homem bom e trabalhador Renata se perguntava como seguiria em frente sem ele Marta estava destruída e a filha sabia que agora precisava ser forte por ela mas como ser forte quando tudo dentro de si estava desmoronando quando jogaram Terra sobre o caixão Renata sentiu uma dor que nunca havia experimentado antes era um adeus sem volta ela queria gritar dizer que não estava pronta que ainda precisava do
pai por perto Mas a vida não esperava ninguém com os olhos cheios de Lágrimas segurou a mão da mãe e prometeu a si mesma que faria tudo o que pudesse para honrar a memória de José ele lutou a vida inteira para que ela tivesse um futuro e agora era sua responsabilidade fazer com que esse futuro valesse a pena nos primeiros dias depois da morte de José a casa parecia mais silenciosa do que nunca não era a falta da voz dele era algo mais profundo como se o lar inteiro tivesse perdido a vida Marta que sempre
foi forte e batalhadora ficou irreconhecível parou de costurar perdeu o interesse nas coisas simples do dia a dia e mal falava ela passava horas sentada no sofá segurando uma foto do marido olhando para o nada Renata tentava puxar assunto tentava animá-la de alguma forma mas nada parecia funcionar Marta estava ali fisicamente mas sua mente parecia estar em outro lugar presa na dor Renata também estava sofrendo mas não podia se dar ao Luxo de desmoronar sabia que sua mãe precisava dela então tentou ocupar a cabeça com a faculdade voltou a frequentar as aulas fez o possível
para acompanhar os estudos e Manteve a rotina mas toda vez que voltava para casa encontrava Martha ainda no mesmo lugar com o olhar perdido o cheiro de comida que sempre preenchia o ambiente desapareceu as conversas durante o jantar viraram silêncio o lar que antes era cheio de amor agora parecia apenas um espaço vazio com o tempo a saúde de Martha começou a piorar ela já tinha diabetes há anos Mas sempre se cuidou bem só que depois da morte de José parecia não se importar mais esquecia de tomar os remédios comia mal e recusava ir ao
médico Ren insistia brigava tentava convencê-la de que precisava se cuidar mas marth só balançava a cabeça e dizia para quê ele se foi essas palavras atingiam Renata como uma faca no peito ela entendia a dor da mãe mas também sentia medo tinha perdido o pai e agora sentia que estava perdendo a mãe também pouco a pouco os primeiros sinais graves vieram rápido Martha Começou a sentir tonturas constantes fraqueza e inchaço nos pés um dia enquanto Renata estudava no quarto ouviu um barulho alto na sala correu e encontrou a mãe Caída no Chão desmaiada o pânico
tomou conta chamou uma ambulância e segurou a mão de Marta o tempo todo até chegarem ao hospital o médico foi direto os níveis de açúcar no sangue estavam altíssimos e os rins já estavam comprometidos era era grave Renata ficou ao lado da mãe durante toda a internação segurando sua mão e tentando transmitir forças mesmo quando ela própria se sentia despedaçada mas Mara parecia cansada olhava para Renata com tristeza e acariciava seu rosto como se quisesse se despedir sem precisar dizer nada Renata não queria pensar nisso se recusava a aceitar que poderia perder a mãe também
mas no fundo ia que a mãe já não tinha forças para continuar lutando numa noite fria o telefone do quarto do hospital tocou e Renata soube antes mesmo de atender o coração acelerou as mãos tremeram e uma sensação de vazio tomou conta do corpo a voz do médico confirmou o que ela já temia Marta não resistiu Renata largou o telefone sentindo o chão sumir debaixo dos pés saiu correndo pelo corredor abriu a porta do quarto e encontrou a mãe imóvel na cama com uma expressão serena no rosto era como se depois de tanto sofrimento finalmente
tivesse encontrado pais o mundo de Renata desabou de vez se perder o pai já tinha sido um golpe devastador perder a mãe a deixou completamente sozinha sentiu-se como uma criança de novo sem direção sem saber o que fazer naquele momento percebeu algo assustador não não tinha mais ninguém não havia mais casa cheia risadas nos domingos cheiro de café pela manhã tudo o que construiu todas as memórias felizes pareciam ter ficado para trás o velório foi um borrão pessoas vieram disseram palavras de conforto mas nada fazia sentido Renata olhava para o caixão da mãe e sentia
um vazio inexplicável parecia surreal pensar que em questão de meses sua família inteira tinha desaparecido amigos tentavam consolá-la mas ninguém conseguia entender de verdade o que era ficar sozinha no mundo dessa maneira não era apenas luto era uma solidão que cortava a alma quando voltou para casa depois do enterro encontrou tudo exatamente do jeito que havia deixado as roupas da mãe ainda estavam no varal a xícara usada no café da manhã ainda estava na pia mas agora não havia mais ninguém ali além dela sentou-se no sofá Onde Marta costumava ficar e olhou ao redor pela
primeira vez sentiu que aquela casa não era mais um lar apenas um espaço cheio de lembranças um lugar que agora era grande demais para apenas uma pessoa nos primeiros dias após a morte da mãe Renata sentiu que sua vida tinha perdido o sentido acordava por precisava comia porque o corpo exigia mas tudo parecia mecânico a casa se silenciosa era um lembrete constante de que agora ela estava completamente sozinha o simples ato de abrir os olhos de manhã se tornava uma batalha mas por mais que a dor parecesse insuportável ela sabia que não podia desistir seu
pai e sua mãe passaram a vida inteira lutando para que ela tivesse um futuro se ela se entregasse à tristeza estaria jogando fora tudo pelo qual eles batalharam a faculdade se tornou sua única âncora mesmo com o coração pesado Renata se Forçou a voltar para as aulas no começo sentia-se deslocada enquanto os colegas conversavam sobre finais de semana com a família ou viagens em feriados ela fingia sorrisos e escondia sua dor mas no fundo sabia que precisava seguir em frente se tinha aprendido alguma coisa com os pais era que a vida não esperava ninguém e
por mais que doesse ela ainda tinha um caminho para trilhar o dinheiro era um problema sem os pais as contas começaram a pesar a bolsa cobria os estudos mas havia despesas básicas como alimentação transporte e aluguel Renata vendeu algumas coisas da casa para conseguir um pouco de fôlego financeiro Mas sabia que aquilo não duraria para sempre então sem perder tempo começou a procurar emprego passava madrugadas enviando currículos topando qualquer oportunidade que que permitisse se manter enquanto terminava os estudos a primeira porta que se abriu foi em uma pequena empresa onde conseguiu um estgio mal remunerado
o salário era pouco mas já ajudava os dias se tornaram uma corrida contra o tempo faculdade de manhã estágio à tarde e Estudos à noite não havia espaço para Descanso o cansaço era absurdo mas Renata não reclamava se sua mãe conseguiu costurar até tarde da noite para garantir seu futuro ela também poderia aguentar se seu pai passou anos trabalhando sob o sol não tinha o direito de desistir a rotina puxada começou a mostrar resultados no estágio os chefes perceberam sua dedicação e começaram a dar pequenas responsabilidades a mais era nítido que Renata queria aprender queria
crescer Enquanto alguns colegas encaravam o trabalho como algo temporário ela enxergava como Um Degrau para algo maior o tempo todo lembrava-se De onde veio e do esforço dos Pais ela não trabalhava apenas por dinheiro trabalhava porque tinha um objetivo construir um futuro melhor apesar da pressão Renata não descuidou dos estudos passava horas na biblioteca revisando conteúdos e se preparando para provas dormia pouco comia rápido mas cada conquista fazia o esforço valer a pena quando tirava boas notas ou entregava um trabalho elogiado por professores sentia que estava honrando a memória dos Pais cada avanço era um
lembrete de que estava no caminho certo houve momentos em que sentiu vontade de desistir noites heem que chorou sozinha Exausta perguntando-se se realmente valia a pena tanto esforço mas nesses momentos lembrava-se do Olhar orgulhoso de José e Marta lembrava-se das palavras de incentivo do pai doss bilhetes motivadores da mãe eles não estavam mais ali fisicamente mas Renata sentia que ainda caminhavam ao seu lado torcendo por ela isso era o que lhe dava forças para continuar Depois de meses de esforço Renata foi promovida no estágio agora além de ganhar um pouco mais tinha mais responsabilidades e
desafios aos poucos começou a perceber que estava realmente construindo algo já não era mais A Menina Perdida que havia enterrado os pais agora era uma mulher determinada que aprendia a se virar sozinha ainda sentia saudade ainda tinha dias ruins mas agora também tinha um propósito no último ano da faculdade Renata já não era apenas uma estudante esforçada era uma profissional em ascensão reconhecida por sua dedicação e inteligência oportunidades começaram a aparecer e pela primeira vez ela enxergava um futuro promissor o medo de ficar sozinha ainda existia mas agora era menor a dor da perda não
tinha desaparecido mas já não a paralisava quando chegou o dia da formatura Renata olhou para o céu e sentiu um misto de Emoções não tinha ninguém na plateia para aplaudi-la Mas sabia que de alguma forma seus pais estavam ali ao segurar o diploma um peso sair dos ombros não apenas havia vencido mas tinha feito isso sem trair os valores que aprendeu com a família e naquele momento percebeu que apesar de tudo nunca esteve realmente sozinha a formatura foi um Marco na vida de Renata mas estava longe de ser o fim da luta agora ela precisava
transformar aquele diploma em algo real algo que garantisse estabilidade e crescimento sem tempo para comemorações voltou sua atenção para o trabalho já estava empregada na mesma empresa onde havia estagiado Mas sabia que não podia se acomodar precisava crescer aprender mais se destacar Enquanto muitos colegas se contentavam com o básico Renata queria mais ela se oferecia para tarefas difíceis aceitava Desafios que ninguém queria e ficava até mais tarde para entender como tudo funcionava o esforço começou a dar frutos em pouco tempo Renata foi promovida seu salário melhorou e pela primeira vez sentiu que poderia ter uma
vida mais confortável Mas mesmo com a segurança financeira chegando aos poucos não se esquecia do que queria de verdade construir algo próprio trabalhar para alguém nunca foi seu objetivo final ela queria ter seu próprio negócio tomar suas próprias decisões queria ser dona do seu destino os primeiros meses após a promoção começou a guardar dinheiro cortou gastos desnecessários economizou cada centavo e passou a estudar sobre empreendedorismo durante as madrugadas Enquanto o mundo dormia ela estava em frente ao computador absorvendo tudo o que podia sobre mercado investimentos e gestão Sabia que não bastava ter força de vontade
precisava estar preparada para quando a oportunidade surgisse a ideia para o primeiro negócio veio de onde menos esperava durante uma reunião na empresa percebeu uma falha na logística dos fornecedores era um problema recorrente que atrasava prazos eava custos extras enquant todos Renata energ uma ch se existia uma demanda não atendida havia uma oportunidade de negócio foi então que comeou a traçar um plano abriria uma empresa especializada em soluções logísticas focada exatamente nesse tipo de problema a decisão de sair do emprego não foi fácil era sua segurança seu Porto Seguro mas Renata nunca teve medo de
arriscar pegou suas economias pesquisou fornecedores montou um plano sólido e finalmente deu o primeiro passo com um pequeno escritório e apenas dois funcionários nasceu sua empresa no começo nada foi fácil teve dias em que se perguntou se havia feito a escolha certa mas cada obstáculo que surgia só reforçava a sua determinação o crescimento veio mais rápido do que esperava com sua experiência e conhecimento do mercado conseguiu clientes importantes logo nos primeiros meses o diferencial de sua empresa era simples eficiência e compromisso Renata sabia exatamente o que os grandes empresários queriam porque já esteve do outro
lado isso fez com que sua empresa se destacasse e conquistasse espaço no mercado com o tempo o pequeno escritório já não era suficiente o número de clientes aumentava os contratos ficavam maiores e Renata precisou contratar mais pessoas a sensação de ver sua empresa crescendo era indescritível mas ao mesmo tempo sabia que isso significava mais responsabilidade não podia falhar o peso das decisões agora era todo dela anos se passaram e o que que começou como um projeto Modesto se transformou em algo gigante sua empresa expandiu para outras cidades e Renata se tornou uma referência no setor
mas ao contrário de muitos empresários que adoravam aparecer em revistas e eventos ela preferiu manter um perfil discreto queria que sua empresa fosse reconhecida não sua imagem poucos sabiam Quem estava por trás daquele império e ela gostava sim mesmo com todo o sucesso Renata nunca esqueceu de onde veio continuava simples focada no trabalho e sem ostentações para quem havia de fora era apenas uma mulher de negócios mas por trás daquela fachada ainda existia a mesma menina que cresceu em uma casa humilde ouvindo os pais falarem sobre honestidade e esforço agora ela estava ali vivendo o
futuro que eles sonharam para ela e no fundo sabia que tudo aquilo era apenas o começo Renata sempre foi uma Líder que gostava de ter o controle de tudo mesmo com sua empresa crescendo e se tornando um império nunca quis ser uma daquelas donas Intocáveis que só aparecem para assinar contratos e dar entrevistas queria entender cada detalhe do seu negócio saber exatamente como as coisas funcionavam na base nos primeiros anos conseguia acompanhar de perto mas com a expansão em novas filiais percebeu que isso estava se tornando cada vez mais difícil os relatórios que recebia mostravam
números positivos os diretores garantiam que tudo estava sob controle mas algo dentro dela dizia que precisava ver com os próprios olhos a ideia surgiu de repente estava revisando um e-mail sobre cultura organizacional Quando pensou Será que minha empresa realmente funciona como eu imagino como será que tratam os funcionários mais simples será que seguem os valores que eu defendo os números podiam ser mas cultura não se mede com gráficos só havia um jeito de descobrir se misturando entre os funcionários não bastava apenas visitar como dona pois sabia que nesses momentos tudo era maquiado precisava estar lá
ver como era o dia a dia sem filtros sem que ninguém soubesse quem ela realmente era no começo a ideia parecia absurda como uma mulher que construiu um impo infiltrar na própria empresa sem ser reconhecida mas quanto mais pensava mais fazia sentido mudaria o cabelo usaria roupas simples escolheria uma filial distante e assumiria um nome falso o plano parecia ousado mas Renata nunca fugiu de desafios e no fundo esta animada com a ideia de sair do escritório luxuoso e viver a realidade do que construiu Depois de alguns dias de planejamento decidiu que seria uma funcionária
da limpeza era o cargo perfeito para se tornar invisível ninguém presta muita atenção nos faxineiros e isso lhe permitiria circular por toda a empresa sem levantar suspeitas escolheu uma filial em outra cidade onde nunca tinha aparecido pessoalmente criou documentos básicos com o nome Lúcia e entrou em contato com o setor de RH dizendo que precisava de um trabalho simples a contratação foi E assim a poderosa Renata virou uma faxineira dentro de sua própria empresa no primeiro dia o choque foi imediato ao entrar no prédio pela entrada de funcionários percebeu que ninguém prestava atenção nela as
pessoas passavam sem olhar conversavam entre si mas a tratavam como se fosse parte do cenário pegou seu uniforme um jaleco Azul simples e recebeu instruções básicas sobre as tarefas em poucos minutos já estava esfregando o chão de uma sala de reuniões que tempos atrás poderia estar sendo usada para fechar negócios milionários com sua presença agora era apenas Lúcia a nova da limpeza nas primeiras horas observou mais do que trabalhou prestava atenção nos olhares no tom das conversas na forma como os funcionários interagiam entre Si percebeu que a hierarquia dentro da empresa era visível até nos
pequenos gestos os diretores e gerentes quase não falavam com os funcionários mais simples alguns ignoravam completamente a presença dos faxineiros outros falavam de maneira ríspida sem sequer olhar nos olhos aquilo incomodou Renata mais do que imaginava sempre quis que sua empresa fosse um lugar onde todos se sentissem valorizados mas agora via que na prática as coisas eram bem diferentes o pior momento do dia aconteceu quando precisou limpar a sala de um dos executivos mais importantes Rodrigo Vasconcelos ele estava ao telefone falando sobre negociações importantes e nem notou sua entrada Quando desligou olhou para ela rapidamente
e soltou um comentário frio espero que saiba fazer café Renata sentiu um aperto no peito não era pelo café mas pelo tom de superioridade na voz dele não se apresentou apenas sorriu e continuou limpando mas por dentro ficou refletindo como alguém em uma posição de liderança podia tratar os funcionários desse jeito nos dias seguintes foi se acostumando à rotina cada canto da empresa tinha sua própria dinâmica alguns funcionários eram gentis e educados tratavam na com respeito mas a maioria simplesmente ignorava sua presença o que mais a impressionou foi como as pessoas mudavam de comportamento Dependendo
de quem estava por perto quando um diretor passava os funcionários se esforçavam para parecer produtivos mas quando estavam apenas entre eles alguns faziam comentários maldosos sobre os colegas reclamavam das chefias e em alguns casos desprezavam os funcionários de cargos mais baixos Renata começou a enxergar falhas que nunca apareceriam nos relatórios viu funcionários sobrecarregados sem receber reconhecimento equipes desmotivadas e chefes autoritá que não demonstravam empatia aos poucos foi entendendo que sua empresa estava longe de ser o ambiente que sempre imaginou e isso a fez perceber que a decisão de se infiltrar foi a melhor escolha que
poderia ter feito a cada dia que passava como faxineira Renata sentia que estava descobrindo uma realidade oculta dentro do próprio Império no final do expediente voltava para casa Exausta mas com a mente cheia de pensamentos agora mais do que nunca sabia que precisava agir e a primeira pessoa na sua lista de atenção era Rodrigo Vasconcelos algo nela dizia que aquele homem ainda tinha muito a revelar Renata já esperava que sua experiência como faxineira na própria empresa não seria fácil mas nada a preparou para a indiferença que encontrou no primeiro dia passou pelos corredores carregando um
balde e um pano de chão enquanto funcionários esbarravam nela sem nem pedir desculpas era como se fosse invisível tentava cumprimentar as pessoas com um bom dia discreto mas a maioria nem se dava ao trabalho de responder alguns apenas olhavam e desviavam o olhar como se ela não estivesse ali aquilo a fez perceber o quanto A Hierarquia dentro da empresa era rígida o refeitório era um dos lugares onde isso ficava ainda mais Evidente os funcionários de cargos mais altos se sentavam juntos sempre nos mesmos lugares trocando conversas animadas sobre viagens e reuniões importantes já os da
limpeza e serviços gerais ficavam num canto comendo rápido quase como se não tivessem o direito de ocupar aquele espaço Renata observava tudo em silêncio sempre acreditou que sua empresa era um ambiente justo onde todos eram valorizados mas naquele momento percebeu que havia uma linha invisível separando as pessoas e quem estava na parte de baixo simplesmente não era visto durante a semana sua impressão só pior algumas funcionárias comentavam entre si que os diretores eram arrogantes mas falavam em sussurros como se temessem ser ouvidas outras já pareciam acostumadas com a situação como se a falta de respeito
fosse algo normal Renata sentiu um aperto no peito Será que sempre foi assim e ela nunca percebeu Será que sua posição privilegiada a impediu de enxergar a realidade essas perguntas martelava dela enquanto limpava corredores e banheiros ouvindo conversas que nunca ouviria como CEO Rodrigo Vasconcelos era a pior parte do trabalho como um dos principais executivos da empresa ele tinha uma presença forte e intimidadora alto bem vestido e sempre com uma expressão séria parecia não se importar com ninguém além de si mesmo na primeira vez que entrou na sala dele para limpar Rodrigo sequer levantou a
cabeça do computador apenas apontou para um Copo Sujo sobre a mesa e disse tira isso daqui o Tom não era grosseiro mas era frio como se estivesse falando com um objeto não com uma pessoa Renata pegou o copo e saiu sem dizer nada mas por dentro sentiu um misto de raiva e decepção os dias seguintes foram uma sequência de situações desagradáveis Rodrigo nunca dirigia a palavra a ela a não ser para dar ordens quando deixava algo cair nem sequer olhava para trás simplesmente esperava que alguém recolhesse se precisava de algo Apenas apontava sem ao menos
um por favor ou obrigado para ele Renata ou melhor Lúcia não passava de mais uma funcionária sem rosto e o pior era que ninguém achava aquilo estranho todos ao redor aceitavam esse comportamento como se fosse normal em um certo momento Renata começou a testar reações um dia deixou cair de propósito um pano de limpeza Perto da mesa de Rodrigo Ele olhou franziu a testa e simplesmente continuou O que estava fazendo ignorando completamente a situação outra vez tentou puxar assunto dizendo algo sobre o tempo mas ele nem respondeu apenas a olhou como se ela tivesse falado
algo sem importância e voltou para sua tela era como Se existisse uma barreira entre eles um muro feito de superioridade e indiferença o que mais irritava Renata não era só o comportamento de Rodrigo Mas a forma como ele tratava todos que não estavam no mesmo nível hierárquico que ele com os diretores era respeitoso até cordial mas com funcionários de cargos mais baixos era impaciente e seco se um estagiário cometia um erro Rodrigo o corrigia de forma dura sem dar chance para explicações com a equipe de serviços gerais era ainda pior tratava como se fossem parte
da mobília Renata começou a perceber que Rodrigo exercia um tipo de poder silencioso sobre a equipe muitos funcionários evitavam cruzar o caminho dele abaixavam a cabeça quando ele passava e tomavam cuidado para não chamarem atenção ele não precisava gritar ou ameaçar ninguém seu olhar e sua postura já eram suficientes para impor respeito e até medo para quem estava de Fora Rodrigo era apenas um executivo exigente mas para quem trabalhava perto dele era alguém que fazia questão de lembrar a todos que estava no topo da cadeia alimentar a frieza de Rodrigo começou a despertar algo em
Renata No começo era apenas incômodo Depois virou curiosidade o que fazia um homem agir assim ele sempre foi assim ou se tornou dessa forma ao longo dos anos será que por trás daquela arrogância existia algo mais ou será que ele simplesmente não se importava com ninguém essas perguntas não saíam da cabeça dela Renata sabia que precisava continuar observando precisava entender mais mas no fundo já sentia que Rodrigo seria uma peça chave naquela experiência a cada dia que passava Renata se tornava menos empresária e mais Lúcia a rotina Pesada da limpeza começava cedo e no final
do expediente seus músculos doíam de tanto esfregar chão carregar baldes e organizar salas mas mais do que o cansaço físico o que realmente a afetava era o que via ao seu redor o que antes eram apenas números em relatórios agora se tornava real diante dos seus olhos sua empresa funcionava gerava lucro mas o ambiente interno era frio carregado de hierarquia e medo Renata se acostumou a ser ignorada ninguém fazia questão de conhecê-la perguntar de onde vinha ou como estava era como se a presença de uma faxineira não fosse relevante o suficiente para gerar curiosidade isso
permitiu que observasse tudo sem chamar atenção ela se movia pelos corredores limpava salas organizava papéis jogados nas mesas e ouvia conversas que nunca ouviria Se ainda fosse cou aos olhos dos funcionários e quanto mais observava mais percebia que algo estava errado as relações dentro da empresa eram baseadas no interesse os funcionários tentavam impressionar os superiores o tempo todo rindo das piadas dos chefes fingindo estar sempre ocupados quando alguém da diretoria passava mas nos Bastidores a história era outra assim que os líderes saíam da sala começavam os comentários Renata ouviu coisas como esse projeto nem faz
sentido mas vou concordar porque ele gosta de ser bajulado ou aquele cara só conseguiu a promoção porque é amigo do Chefe o jogo de poder era Evidente e quem não sabia jogar acabava ficando para trás os funcionários mais simples eram tratados como invisíveis Os seguranças o pessoal da manutenção a equipe de limpeza todos existiam mas ninguém notava Renata viu situações pequenas mas significativas como uma recepcionista que passou um cafezinho para um diretor com um sorriso no rosto mas minutos antes tinha ignorado um estagiário que pediu um copo de água ou um gerente que passou direto
por um funcionário do almoxarifado que tentou falar com ele essas pequenas atitudes deixavam claro que ali dentro existiam divisões bem marcadas Rodrigo Vasconcelos era o centro de muitas dessas dinâmicas como um dos executivos mais importantes ele tinha uma presença forte e impunha Respeito sem precisar falar muito mas sua postura era sempre distante ele falava pouco com funcionários de cargos baixos e raramente parecia relaxado Estava sempre sério focado no trabalho como se qualquer distração fosse uma perda de tempo os outros diretores se esforçavam para parecer acessíveis mesmo que de forma superficial mas Rodrigo não ele simplesmente
não fazia questão Renata percebeu que havia uma espécie de silêncio ao redor de Rodrigo quando ele entrava em uma sala as conversas diminuíam os funcionários evitavam fazer perguntas diretas para ele com medo de receber uma resposta curta e impaciente e quando ele falava ninguém ousava interrompê-lo era um respeito forçado sustentado mais pelo medo do que pela admiração e o mais curioso era que ele parecia confortável com isso mas por trás dessa postura rígida Renata começou a notar detalhes diferentes Rodrigo chegava sempre antes de todo mundo e saía depois quase não tirava pausas raramente participava dos
momentos de descontração e não parecia ter amizades dentro da empresa enquanto outros executivos faziam reuniões mais informais em cafés ou almoçavam juntos Rodrigo preferia comer sozinho em sua sala ele parecia carregar um peso que ninguém enxergava ao mesmo tempo Renata também observava aqueles que realmente moviam a empresa os funcionários que faziam o trabalho pesado acontecer havia pessoas extremamente competentes que mantinham o negócio funcionando sem receber reconhecimento eram eles que garantiam que os processos seguissem no prazo que os sistemas não falhassem que os problemas fossem resolvidos Antes de chegarem até os diretores mas ninguém prestava atenção
neles eram peças invisíveis de uma máquina que só se preocupava com os resultados finais nos corredores Renata começou a ouvir his que não est nos relatos sobre funcionários que trabalhavam além do horário sem receber nada a mais sobre Estagiários que Eros sem explic sobre de cresciment profiss Nuna erid perbe que a empresa esta cresendo custas doe de muita gente seua forte por for hav rachaduras na base Renata continuou sua análise silenciosa juntando cada peça do quebra cabeça o que começou como um experimento para entender o ambiente da empresa agora se tornava algo muito maior ela
não estava apenas investigando uma cultura corporativa estava descobrindo verdades que nunca enxergou quando estava no topo E acima de tudo estava começando a entender que Rodrigo Vasconcelos o homem que parecia o exemplo perfeito de frieza e autoridade poderia ser a chave para mudar tudo Renata já tinha aceitado que Rodrigo Vasconcelos era uma pessoa difícil ele não mostrava emoção não fazia questão de ser gentil e parecia viver fechado dentro de uma bolha de superioridade para ele os funcionários mais simples eram invisíveis e A Hierarquia dentro da empresa era uma barreira intransponível mas depois de semanas observando
Renata percebeu que havia algo estranho Rodrigo era frio e distante mas também parecia Solitário não participava das conversas no Café evitava interações desnecessárias e passava horas a mais no escritório como se não tivesse para onde ir a primeira rachadura nessa armadura aconteceu numa noite em que Renata estava limpando os corredores do andar da diretoria já passava das 8 da noite e quase todos os funcionários haviam ido embora a empresa estava silenciosa e a única luz acesa vinha da sala de Rodrigo pela porta entreaberta Renata viu algo que nunca esperaria Rodrigo sentado à mesa com a
as mãos no rosto respirando fundo sua postura rígida tinha sumido seus ombros estavam curvados e sua respiração era pesada como alguém tentando segurar algo dentro de si não era o homem impenetrável que todos imaginavam Renata hesitou mas algo dentro dela a fez entrar na sala pegou um pano e fingiu limpar a mesa ao lado esperando que ele a expulsasse como sempre fazia mas para sua surpresa ele nem reagiu apenas Ficou ali imóvel olhando para a tela do computador sem realmente enxergar nada o silêncio era pesado pela primeira vez Rodrigo não parecia um chefe autoritário mas
sim um homem quebrado ela sabia que estava cruzando um limite mas sem pensar muito perguntou tá tudo bem a frase simples ecoou na sala e por um momento Rodrigo pareceu confuso ninguém per contava aquilo para ele ele ergueu o olhar lentamente como se tentasse entender porque uma faxineira se importava por um instante Renata achou que ele ignoraria a pergunta e voltaria à sua postura habitual Mas em vez disso ele soltou um suspiro e passou a mão pelo rosto cansado minha mãe morreu ontem ele disse a voz baixa e rouca Renata sentiu um frio na espinha
não era a resposta que esperava Rodrigo Vasconcelos o homem mais fechado e indiferente da empresa estava ali sentado sozinho em sua sala escura lidando com a dor da perda sem ninguém ao seu lado por um momento Renata não soube o que dizer ela conhecia aquela dor sabia exatamente o que era perder alguém tão importante e sentir que o mundo continuava girando enquanto tudo dentro de si desmoronava Rodrigo não chorava não demonstrava abertamente o sofrimento mas Renata via no olhar dele aquilo que só quem já passou por uma perda entende aquele vazio insuportável aquele Nó na
Garganta que parece nunca ir embora ela se sentou na cadeira ao lado sem pedir permissão e ficou em silêncio por alguns instantes não havia o que dizer palavras de conforto nunca mudam a realidade então depois de um tempo ela apenas disse sinto muito Rodrigo fechou os olhos por um segundo e assentiu levemente como se agradecesse por aquela pequena demonstração de empatia ela estava doente há meses ele continuou falando mais para si mesmo do que para Renata eu fiz de tudo os melhores médicos os melhores hospitais mas nada foi suficiente sua voz era cheia de frustração
como se não aceitasse que todo o dinheiro do mundo não pode salvá-la Renata sentiu um aperto no peito a história Era parecida demais com a dela seu pai também havia adoecido e por mais que ela quisesse acreditar que poderia mudar o destino dele no fim foi impotente a vida não se curva ao dinheiro ou ao poder quando a hora chega nada impede Rodrigo ficou em silêncio por um tempo encarando o nada Renata percebeu que ele não estava acostumado a falar sobre sentimentos provavelmente passou a vida escondendo qualquer sinal de fraqueza se tornando essa pessoa dura
e intocável mas agora diante da morte da mãe essa barreira estava ruindo ela era minha única família ele disse quase num sussurro agora não sobrou mais ninguém essas palavras atingiram Renata em cheio porque eram exatamente o que ela sentiu quando ficou sozinha no mundo pela primeira vez Rodrigo não era o chefe arrogante e distante ele era apenas um homem lidando com a dor da perda da Solidão da impotência e Renata sabia melhor do que ninguém que quando se perde tudo a pior parte não é o luto imediato mas o que vem depois os dias vazios
o silêncio insuportável a sensação de que o mundo seguiu em frente sem se importar com sua dor ela queria dizer que entendia queria contar que já passou por isso Mas sabia que aquele não era o momento Rodrigo não precisava de palavras motivadoras nem de frases de efeito precisava apenas saber que naquele instante ele não estava completamente sozinho Renata se levantou e voltou para o trabalho mas antes de sair da sala disse algo que nunca imaginou que diria para ele se precisar conversar eu tô aqui Rodrigo não respondeu apenas desviou o olhar como se ainda estivesse
processando tudo mas sabia que ele ouviu e naquele momento pela primeira vez desde que pisou na empresa como faxineira sentiu que talvez houvesse muito mais em Rodrigo Vasconcelos do que todos imaginavam nos dias seguintes Renata percebeu que algo havia mudado Rodrigo continuava o mesmo chefe exigente com olhar sério e poucas palavras mas havia uma diferença Sutil ele não a ignorava mais não era um tratamento especial longe disso mas agora quando entrava na sala para limpar ele levantava os olhos do computador por um segundo às vezes fazia um leve aceno com a cabeça quase imperceptível para
qualquer outra pessoa aquilo Não significava nada mas para Renata que vinha observando Rodrigo há semanas era um sinal Claro de que aquele momento de vulnerabilidade que ele teve não tinha sido esquecido ela continuou sua rotina normalmente sem forçar qualquer tipo de conversa sabia que algumas pessoas não lidam bem com a ideia de parecerem frágeis e Rodrigo era claramente uma delas mais de tempos em tempos ela o via sozinho na sala encarando um documento por tempo demais ou mexendo no celular sem realmente prestar atenção ele não falava sobre sua perda com ninguém o ambiente de trabalho
seguiu como se nada tivesse acontecido e Renata achou estranho como ninguém parecia notar que Rodrigo estava diferente Talvez notassem mas por medo ou respeito ninguém ousava perguntar Renata sabia como era se sentir assim quando perdeu seus pais também teve que continuar vivendo como se nada esse mudado as pessoas ao redor demonstravam apoio no primeiro momento mas depois seguiam suas vidas enquanto a dor ainda pesava no peito no começo ela não queria falar sobre aquilo achava que poderia superar sozinha mas com o tempo percebeu que a solidão fazia o luto ser ainda mais Cruel Rodrigo estava
nesse estágio agora achava que se ignorasse a dor ela simplesmente desapareceria mas Renata sabia que não era assim numa tarde enquanto limpava a mesa de vidro da sala dele viu uma foto virada para baixo Sabia que não deveria mas movida pela curiosidade olhou de relance era uma foto antiga um homem mais jovem ao lado de uma mulher de meia idade Rodrigo e sua mãe ele notou o olhar dela e pela primeira vez não pareceu irritado apenas pegou a foto e segurou por alguns segundos como se estivesse decidindo se falava ou não ela odiava tirar fotos
ele disse com Um meio sorriso cansado sempre dizia que era perda de tempo Renata parou o que estava fazendo e apenas ouviu Rodrigo girou a moldura nas mãos e mas nesse dia eu insisti foi na inauguração da minha primeira grande negociação aqui na empresa eu queria que ela visse onde eu tinha chegado Renata sentiu um aperto no peito sabia o que era querer que os pais sentissem orgulho sabia o que era trabalhar incansavelmente para retribuir tudo o que fizeram mas também sabia como era olhar para uma foto e sentir um vazio absurdo por saber que
aquela pessoa não estaria mais ali para ver suas próximas conquistas ela devia estar muito orgulhosa de você Renata disse sem hesitar Rodrigo soltou um suspiro curto e colocou a foto de volta na mesa Eu espero que sim a forma como ele disse aquilo deixou claro que no fundo tinha dúvidas Renata queria dizer a ele que sim sua mãe estava orgulhosa que qualquer mãe estaria Mas sabia que não era assim que funcionava as palavras certas nunca conseguem preencher a ausência de alguém em vez de tentar consertar a dor dele decidiu apenas continuar ali presente nos dias
que seguiram a dinâmica entre os dois mudou não se tornaram amigos não começaram a ter conversas longas mas Rodrigo Parecia um pouco menos fechado de vez em quando fazia pequenas perguntas nada Pessoal Mas que demonstravam que ele a enxergava como mais do que apenas uma funcionária da limpeza perguntou se ela sempre trabalhou na Área Se achava o serviço pesado se gostava da cidade perguntas simples mas que para alguém como Rodrigo acostumado a manter distância de todos significavam muito Renata respondia sem se aprofundar Sabia que não podia revelar demais sobre sua verdadeira identidade mas ao mesmo
tempo queria manter aquele canal aberto Rodrigo não era apenas o chefe rogante que ela imaginou no começo ele era um homem que carregava um peso invisível e de alguma forma sentia que ele via nela alguém que entendia o que era lidar com essa dor uma noite enquanto terminava de organizar a sala Rodrigo pegou seu palitó e antes de sair disse algo que a Pegou de surpresa obrigado por ouvir foi rápido quase hesitante mas sincero sem esperar resposta ele apenas saiu Renata ficou parada por alguns segundos absorvendo aquilo Rodrigo Vasconcelos o homem que parecia uma fortaleza
inabalável havia acabado de agradecer a uma faxineira por simplesmente ouvir e naquele momento Renata Teve certeza de que mesmo que ele não admitisse essa conexão silenciosa entre os dois estava apenas começando Renata já estava acostumada a ser ignorada dentro da empresa desde o primeiro dia como faxineira percebeu que funcionários como ela eram invisíveis para a maioria as pessoas falavam ao seu redor sem filtro como se ela não estivesse ali como se suas opiniões não importassem no começo isso a irritava mas depois percebeu que essa indiferença lhe permitia enxergar a empresa por uma perspectiva que jamais
teria do Topo mas nem sempre a indiferença era o pior Às vezes o desprezo vinha disfarçado de brincadeira naquele dia enquanto limpava um dos corredores ouviu risadas altas vindo da sala de café não deu muita atenção apenas continuou esfregando o chão até que escutou seu nome ou melhor o nome falso que usava ali dentro a Lúcia tá demorando para limpar as salas hoje hein disse um dos funcionários rindo outro respondeu isso porque nem café sabe fazer direito só tá aqui porque ninguém mais quer esse tipo de trabalho Renata sentiu um frio na espinha já tinha
ouvido comentários maldosos antes mas aquilo a Pegou de surpresa talvez porque por mais que estivesse acostumada com a arrogância de alguns funcionários ainda se chocava com a facilidade com que as pessoas desrespeitavam aqueles que julgavam inferiores ela respirou fundo ignorando como sempre fazia mas antes que pudesse continuar seu trabalho outra voz surgiu uma que ela reconheceu na hora repete o que você disse o ambiente ficou em silêncio o Tom era firme Sec Renata olou para trás e viu Rodrigo Vasconcelos parado na entrada da sala de cafée encarava o funcioná que tinha feito a piada os
braços cruzados apressão o homem que antes ria ficou sem graça tentando disfarçar ah Rodrigo foi só uma brincadeira sem drama Rodrigo deu um passo à frente o silêncio na sala ficou mais pesado todos os presentes perceberam que ele não estava levando aquilo na brincadeira engraçado Rodrigo disse a voz baixa mas carregada de autoridade porque eu não vi graça nenhuma o funcionário engoliu em seco tentou rir mas o som saiu fraco eu só quis dizer que eu entendi o que você quis dizer Rodrigo cortou e estou dizendo que esse tipo de comentário não vai acontecer de
novo nem com ela nem com ninguém Renata sentiu um nó na garganta Rodrigo estava a defendendo ele que sempre foi indiferente que tratava todos com frieza agora estava ali colocando alguém no lugar por tê-la desrespeitado o funcionário assentiu rapidamente murmurando um pedido de desculpas antes de sair da sala os outros continuaram quietos alguns abaixando a cabeça fingindo que nada tinha acontecido Rodrigo olhou em volta e depois saiu sem dizer mais nada Renata Ficou ali parada sem saber o que pensar nunca esperou que Rodrigo fizesse algo assim mas de alguma forma aquele momento provou que ele
não era tão impenetrável quanto parecia algo dentro dele estava mudando e talvez sem perceber ele já não era mais o homem completamente frio que todos achavam que depois do dia em que Rodrigo a defendeu algo mudou não era uma mudança óbvia Não era como se ele tivesse se tornado uma pessoa completamente diferente de uma hora para outra mas Renata sentia que a barreira entre eles estava cada vez menos sólida O silêncio que antes era carregado de indiferença agora parecia confortável quase familiar ele ainda não falava muito ainda mantinha aquela postura séria e fechada mas de
alguma forma parecia menos inacessível ela começou a notar pequenas coisas como o fato de que toda vez que entrava em sua sala para limpar Rodrigo fazia questão de dar um pequeno aceno com a cabeça algo que ele jamais teria feito antes ou como Em alguns momentos do dia quando cruzavam o mesmo corredor ele desviava levemente o olhar para ela como se quisesse dizer algo mas desistisse no último segundo eram gestos mínimos mas Renata sabia que para alguém como Rodrigo significavam muito um dia Enquanto limpava sua sala Rodrigo fez algo ainda mais inusitado em vez de
apenas ignorá-la como costumava fazer ele fechou o notebook encostou-se na cadeira e disse Sem Rodeios você sempre trabalhou com isso Renata Ficou surpresa com a pergunta até ali Rodrigo nunca havia demonstrado interesse em sua história nunca tinha perguntado nada sobre sua vida ela hesitou por um segundo escolhendo as palavras certas para manter sua identidade falsa nem sempre respondeu sem dar muitos detalhes Rodrigo apenas assentiu parecendo satisfeito com a resposta curta mas naquele momento Renata soube que ele queria continuar a conversa e isso era algo que jamais teria acontecido algumas semanas atrás a partir desse dia
os diálogos entre os dois se tornaram mais frequentes ainda eram conversas curtas sem profundidade mas estavam lá Rodrigo fazia perguntas ocasionais sobre coisas simples se ela gostava do trabalho se achava o prédio bem organizado se já havia morado naquela cidade por muito tempo Renata respondia sem se aprofundar sempre cuidadosa para não revelar quem realmente era mas o fato de que ele estava perguntando já era algo significativo E então em uma noite qualquer quando Renata estava terminando de limpar sua sala Aconteceu algo inesperado Rodrigo em vez de sair e deixá-la sozinha ficou na mesa pensativo Depois
de alguns minutos soltou um suspiro pesado e quase sem olhar para ela disse a pior parte é chegar em casa e perceber que ninguém te espera Renata parou aquilo Pegou de surpresa Rodrigo Nunca havia falado de seus sentimentos de forma tão aberta sempre os escondia atrás de sua frieza de sua postura rígida Mas agora ele estava ali confessando algo tão pessoal algo que ela mesma entendia melhor do que ninguém Ela poderia ter ignorado poderia ter continuado limpando como se não tivesse ouvido Mas em vez disso se virou para ele e disse com sinceridade eu sei
como é Rodrigo ergueu os olhos para ela e por um instante os dois ficaram ali se encarando compartilhando um tipo de dor que poucas pessoas entendiam a partir desse dia algo mudou entre eles não era amizade não era romance Ainda não mas era algo diferente um tipo de conexão silenciosa uma compreensão mútua que dispensava palavras e sem que nenhum dos dois percebesse aquilo foi o começo de algo que mudaria tudo naquela sexta-feira Rodrigo fez algo que Renata jamais esperaria no fim do expediente quando ela estava terminando de limpar a recepção ele se aproximou e disse
Sem Rodeios quer jantar comigo Renata congelou por um segundo a pergunta foi direta sem espaço para segundas interpretações Rodrigo não era um homem de rodeios mas ainda assim aquilo a pegou desprevenida ele percebeu sua hesitação e continuou dessa vez com um tom mais leve não precisa aceitar se não quiser só achei que seria bom sair um pouco daqui Renata olhou nos olhos dele tentando entender Rodrigo não era o tipo de pessoa que fazia convites casuais se estava chamando-a para um jantar havia um motivo talvez quisesse conversar talvez apenas precisasse de companhia ou talvez fosse algo
mais o que quer que fosse Renata sentiu que precisava descobrir tudo bem respondeu sem pensar muito Rodrigo assentiu levemente e pediu que a encontrasse em um restaurante discreto no centro da cidade não era um lugar sofisticado mas também não era simples um equilíbrio entre casual e refinado exatamente como Rodrigo parecia ser quando chegou ao restaurante Renata percebeu que estava nervosa vestia uma roupa simples condizente com a personagem de faxineira que criara Rodrigo já estava lá sentado em uma mesa reservada usando a mesma camisa social de sempre mas com as mangas dobradas e sem a gravata
o que o fazia parecer menos rígido você veio disse ele sem esconder o alívio Claro seria estranho recusar um convite do Chefe brincou Renata tentando aliviar a atenção Rodrigo soltou um sorriso discreto Não era uma ris aberta mas era algo o jantar começou com conversas banais Rodrigo perguntou sobre coisas simples se ela gostava da cidade se já tinha morado em outros lugares Renata respondeu sem se aprofundar ainda cuidadosa para manter seu disfarce mas a noite tomou um rumo diferente quando ele de repente suspirou e olhou para ela de um jeito diferente tem algo que eu
preciso dizer Renata sentiu o estômago revirar O que foi Rodrigo passou a mão pelo rosto como se estivesse reunindo coragem depois encarou Renata diretamente Eu acho que estou gostando de você o silêncio entre os dois foi absoluto Renata não sabia o que dizer Rodrigo o homem mais fechado e inacessível da empresa estava ali confessando que sentia algo por ela ele continuou como se precisasse tirar aquilo do peito eu não sei bem como isso aconteceu só sei que de alguma forma você se tornou a única pessoa com quem consigo realmente falar e isso isso significa muito
Renata respirou fundo parte dela queria acreditar que aquilo era real mas outra parte sabia que ele não estava se apaixonando por Lúcia a fachineira ele estava se aproximando dela sem saber quem ela er rodo começou sem saber exatamente o que diria em seguida mas antes que pudesse continuar ele Balançou a cabeça como se entendesse eu não estou esperando uma resposta agora só queria que você soubesse Renata o observou por alguns segundos ela não podia contar a verdade não ainda mas ao olhar nos olhos dele percebeu que pela primeira vez estava sendo o Executivo arrogante ou
o chefe impiedoso ele estava apenas sendo um homem tentando Ender seus próprios sentimentos isso por si só mudava tudo Renata saiu do jantar Rodrigo sentio o peso de um segredo que crescia a cada dia não era apenas a mentira sobre sua identidade mas tudo o que aquilo representa ela se infiltrou na própria empresa para entender o que acontecia longe dos relatórios para ver como seus funcionários tratavam aqueles em posições mais simples mas no meio do caminho se viu presa em algo que não esperava Rodrigo o Executivo que antes parecia inalcançável agora olhava para ela de
um jeito diferente ele não estava interessado na verdadeira Renata Almeida a dona da empresa ele estava se apaixonando por Lúcia a faxineira que ele mal notava no começo nos dias que seguiram a confissão de Rodrigo não saiu da cabeça de rata ele não a pressionou por uma resposta mas sua atitude mudou continuava o mesmo profissional sério e reservado mas quando os dois estavam sozinhos sua expressão suavizava ele passou a puxar conversa com mais frequência a perguntar sobre pequenas coisas do dia a dia e o mais estranho ele parecia ouvir de verdade isso a confundia ainda
mais Rodrigo sempre foi um mistério para ela um homem frio e distante mas agora se mostrava alguém que também carregava cicatrizes que começava a baixar a guarda na presença dela o problema era que tudo aquilo era construído sobre uma mentira cada vez que Rodrigo olhava nos olhos dela pensando que estava conhecendo Lúcia Renata sentia o peso da farça aumentando como ele reagiria quando descobrisse a verdade o que sentiria ao perceber que a única pessoa com que quem havia se aberto nos últimos tempos era na verdade sua chefe ele confiava nela estava baixando suas defesas mas
sem saber quem ela realmente era isso fazia Renata se perguntar se tinha ido longe demais se deveria acabar com aquilo antes que fosse impossível voltar atrás ela pensou várias vezes em contar a verdade começou frases que nunca terminou tentou encontrar um momento certo que nunca chegou toda vez que olhava para via nele alguém que pela primeira vez em muito tempo se permitia sentir algo verdadeiro e isso a assustava porque se ele estava sendo sincero então não era apenas um jogo não era apenas um interesse passageiro e quanto mais Renata tentava se convencer de que precisava
colocar um ponto final naquilo mais percebia que no fundo não queria o dilema crescia dentro dela se Contasse a verdade agora tudo poderia acabar Rodrigo se sentiria enganado traído e talvez nunca mais quisesse olhar para ela mas se continuasse com aquela farça o que aconteceria quando ele descobrisse por conta própria porque mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer e quanto mais tempo passava pior seria a queda a mentira não era apenas sobre um nome falso ou um cargo inventado era sobre a confiança que estava se construindo entre eles e confiança uma vez quebrada dificilmente
se reconstrói o medo de perder Rodrigo aprendia mas o peso do segredo também ela nunca gostou de mentiras sempre seguiu os princípios que aprendeu com os pais sobre honestidade e trabalho duro mas agora estava presa em uma situação que parecia não ter saída como dizer a verdade sem destruir tudo o que haviam construído como continuar mentindo sem se perder no meio disso Rodrigo começou a fazer parte dos seus pensamentos diários e isso a apavorava porque quando percebeu que não queria machucá-lo entendeu que de alguma forma já estava envolvida demais a cada dia o nó em
seu peito ficava mais apertado quando Rodrigo a olhava quando a chamava pelo nome falso quando compartilhava pequenos pedaços de sua vida com ela Renata sentia um incômodo que crescia era como se estivesse se dividida entre duas versões de si mesma a Renata Almeida a empresária determinada que construiu um império e a Lúcia a mulher simples com quem Rodrigo começava a criar um laço nenhuma das duas poderia existir por muito mais tempo em algum momento a verdade viria à tona e quando isso acontecesse alguém sairia machucado o pior era que por mais que tentasse encontrar uma
solução não conseguia não havia um que garantisse que tudo ficaria bem a única certeza era que quanto mais tempo levasse para resolver aquilo mais doloroso seria no final mas mesmo sabendo disso Renata se viu presa entre o que era certo e o que seu coração começava a desejar e pela primeira vez percebeu que por mais controle que tivesse sobre sua empresa não tinha nenhum sobre o que estava sentindo Renata Sabia que não podia mais adiar o peso do segredo estava e quanto mais tempo passava mais difícil seria contar a verdade Rodrigo confiava nela olhava para
Lúcia como alguém real alguém com quem ele podia ser ele mesmo mas aquela confiança não tinha base era construída sobre uma mentira que estava prestes a desmoronar ela passou Noites em claro tentando decidir a melhor forma de contar tentando prever a reação dele mas no fundo Sabia que não importava como dissesse o resultado Seria o mesmo o momento aconteceu em um fim de tarde quando Rodrigo a chamou para dar uma volta após o expediente ele parecia diferente mais leve do que o normal como se estivesse finalmente baixando as barreiras que sempre Manteve ao redor de
si caminharam lado a lado por um parque próximo ao escritório sem pressa como se aquele momento fosse um refúgio para ambos a conversa fluía com facilidade mas Renata conseguia prestar atenção seu coração estava acelerado as mãos frias Cada Segundo que passava sem contar a verdade Parecia um atraso para o inevitável Rodrigo parou perto de um banco vazio olhou para ela e Sorriu de um jeito que ela nunca tinha visto antes não era o sorriso profissional controlado era um sorriso Genuíno um que mostrava que pela primeira vez em muito tempo ele estava feliz foi nesse momento
que Renata percebeu que independentemente do que acontecesse a seguir nada mais seria como antes ele segurou sua mão de leve Sem pressa como se Esperasse algo dela e foi aí que ela soube que não podia mais esconder com um nó na garganta Renata respirou fundo e disse as palavras que mudariam tudo Rodrigo eu não sou quem você pensa que eu sou a a expressão dele se desfez na mesma hora ele franziu a testa confuso e soltou a mão dela devagar como se tentasse entender o que aquilo significava o que você quer dizer com isso ele
perguntou a voz séria mas sem raiva ainda Renata sentiu as pernas fracas Mas continuou Meu nome não é Lúcia eu sou Renata Almeida O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor Rodrigo piscou algumas vezes como se Esperasse que ela se corrigisse que dissesse que era uma piada ou um engano mas quando percebeu que ela falava Sério deu um passo para trás como se precisasse de espaço para processar Renata Almeida ele repetiu quase sem acreditar a dona da empresa ela assentiu lentamente sentindo o coração disparar Rodrigo riu mas não foi uma risada de humor foi uma risada
curta vazia incrédula isso é algum tipo de brincadeira ele perguntou mas Renata apenas Balançou a cabeça o choque deu lugar à raiva em segundos Rodrigo passou a mão no rosto respirando fundo e quando voltou a olhar para ela seu olhar não tinha mais traços da conexão que estavam construindo então todo esse tempo você estava me enganando ele disse a voz baixa mas carregada de frustração Renata tentou se explicar mas ele levantou a mão interrompendo não eu quero entender isso foi o quê um jogo uma experiência Você queria ver até onde eu ia cada palavra dele
era como um golpe e Renata sentiu a dor de cada uma delas ela tentou se aproximar mas Rodrigo deu mais um passo para trás como se não suportasse estar perto dela naquele momento eu confiei em você ele disse e essas palavras foram as que mais doeram eu me abri com você contei coisas que nunca disse para ninguém e o tempo todo você estava me observando estudando a minha reação testando até onde podia me levar Renata sentiu as lágrimas subindo mas segurou firme não podia fraquejar agora não foi assim disse a voz embargada eu nunca quis
te machucar mas Rodrigo riu de novo um riso amargo mas machucou o silêncio entre os dois se tornou pesado sufocante Rodrigo Balançou a cabeça como se não reconhecesse mais a pessoa à sua frente eu preciso de um tempo ele disse sem olhar nos olhos dela eu não posso ficar aqui agora e sem esperar resposta virou as costas e foi embora Renata Ficou ali parada vendo se afastar sentindo que com cada passo dele algo dentro dela estava desmoronando ela sabia que contar a verdade teria consequências só não sabia que perder Rodrigo daquela forma seria tão doloroso
Renata não soube Por quanto tempo ficou parada ali vendo Rodrigo se afastar a cena ape em câmera lenta como se seu cérebro se recusasse a processar o que estava acontecendo ele não olhou para trás não hesitou apenas foi embora como se tudo o que tinham construído nos últimos meses não significasse nada e talvez para ele agora realmente não significasse quando finalmente conseguiu se mover sentiu as pernas trêmulas como se tivesse acabado de correr uma maratona o peito doía de um jeito que ela não sabia explicar não era apenas tristeza era perda nos dias que seguiram
Rodrigo a evitou completamente era como se ela tivesse deixado de existir no escritório ele passava por ela sem sequer desviar o olhar antes Renata tinha se acostumado à frieza dele mas agora era diferente não era apenas indiferença era rejeição ele fazia questão de ignorá-la como se estivesse tentando apagar qualquer vestígio do que tinham compartilhado no começo Renata tentou dar espaço acreditando que ele só prava de tempo mas conforme os dias passaram e ele continuou distante percebeu que talvez não houvesse volta a pior parte era saber que Rodrigo não estava apenas magoado ele se sentia traído
E essa era uma dor difícil de consertar Renata conhecia bem esse sentimento sabia como era confiar em alguém e descobrir que tudo não passava de uma mentira o problema era que dessa vez ela era responsável por essa dor e isso a consumia por dentro cada olhar frio de Rodrigo cada silêncio carregado de ressentimento era um lembrete de que ela tinha feito exatamente aquilo que mais temia machucá-lo ela quis explicar quis dizer que nunca foi um jogo que nunca quis brincar com os sentimentos dele mas como fazer isso sem parecer uma desculpa como convencê-lo de que
o que sentia era real se toda a base daquela relação tinha sido construída em uma mentira Rodrigo sempre foi um homem difícil de se aproximar alguém que mantinha o mundo à distância e agora depois de finalmente ter se permitido confiar em alguém essa pessoa o enganou Renata sabia que no lugar dele também teria dificuldades em perdoar as noites se tornaram longas e vazias ela se pegava revivendo cada momento que passaram juntos tentando encontrar os sinais do momento exato em que tudo saiu do controle em que ponto deix deixou de ser apenas uma observação da empresa
e se tornou algo pessoal Quando foi que começou a se importar com Rodrigo de verdade e por mesmo agora sabendo que tinha arruinado tudo ainda sentia que não queria desistir dele a dor da rejeição era sufocante no trabalho Tudo parecia mais pesado mais difícil de suportar sabia que Rodrigo não comentaria nada com ninguém mas a for como a tratava era o suficiente para que as pessoas percebessem que algo havia mudado os olhares curiosos os sussurros nos corredores tudo contribuía para que ela se sentisse ainda mais deslocada como se já não pertencesse mais aquele lugar Rodrigo
por outro lado Parecia ter levantado uma Muralha ainda mais alta ao seu redor ele se jogou no trabalho com ainda mais intensidade passou a ser mais frio com todos não apenas com ela nos momentos em que cruzavam o mesmo espaço Renata via em seu olhar não apenas raiva mas também decepção ele não a odiava talvez fosse mais fácil Se odiasse mas o que via nos olhos dele era pior era a dor de quem confiou e foi traído ela pensou em procurá-lo fora do trabalho tentar uma conversa sem a pressão do ambiente profissional mas toda vez
que imaginava a cena via Rodrigo recusando ouvir qualquer coisa que ela tivesse para dizer ele era orgulhoso e o fato de ter se permitido abrir para alguém e ter sido enganado só tornava tudo mais difícil Renata percebeu que mesmo que ele ainda sentisse algo por ela o orgulho e a mágoa falavam mais alto o tempo passou mas a dor não diminuiu se antes ela tinha medo de contar a verdade e perder Rodrigo agora percebia que o medo se tornou realidade ele não estava mais ali e talvez nunca estivesse de novo por mais que tivesse tomado
a decisão certa ao revelar a verdade a sensação de fracasso a consumia porque no fundo mesmo sem admitir Renata sabia que tinha se apaixonado por ele e agora talvez fosse tarde demais para consertar tudo Rodrigo não era do tipo que demonstrava Suas Emoções desde criança aprendeu que sentir demais era uma fraqueza e que confiar nas pessoas Só levava a mas com Renata foi diferente ele se permitiu acreditar que poderia baixar a guarda que finalmente tinha encontrado alguém que o enxergava Além do cargo e da reputação e no final tudo não passou de uma mentira a
raiva que sentia não era só pelo engano mas por ter sido ingênuo o suficiente para acreditar ele não queria apenas distância queria apagar qualquer vestígio de Renata Almeida da sua vida nos di dias seguintes Rodrigo mergulhou no trabalho de uma forma ainda mais intensa chegava mais cedo saía mais tarde preenchia cada minuto do dia com algo que o impedisse de pensar mas não funcionava por mais que tentasse sua mente voltava para aquela conversa no parque para o momento em que Renata disse seu verdadeiro nome para a sensação de que tudo o que viveu nos últimos
meses tinha sido uma ilusão ele se perguntava se em algum momento algo daquilo Foi Real se ao menos uma palavra dita um olhar trocado uma risada compartilhada tinha sido sincera e a dúvida O consumia naquela noite ele não quis voltar para casa sabia que assim que colocasse a cabeça no travesseiro seria obrigado a encarar o silêncio sufocante do apartamento vazio então quando um colega o chamou para sair e beber ele aceitou sem hesitar precisava de qualquer coisa que o fizesse esquecer nem que fosse por algumas horas no bar os copos foram se acumulando na mesa
e Rodrigo não se preocupou em controlar a quantidade o álcool amorte os pensamentos tornava tudo um pouco mais suportável mas no fundo ele sabia que essa fuga não mudava nada a madrugada chegou e Rodrigo decidiu que era hora de ir embora mesmo com a visão turva e os reflexos lentos insistiu em pegar o carro não queria chamar um motorista não queria esperar só queria ir embora dirigir sem rumo até sentir que não havia mais nada dentro de si o vento frio entrava pelas janelas enquanto ele acelerava pelas ruas vazias da cidade as luzes dos postes
passavam como borrões e ele mal prestava atenção no caminho sua mente ainda estava presa a mesma pergunta que o atormentava desde aquela noite por que Renata fez aquilo com ele an seguinte tudo aconteceu rápido demais um farol vermelho ignorado um cruzamento perigoso um clarão vindo do lado esquerdo Rodrigo ouviu o som estridente da buzina antes do impacto violento o mundo girou o vidro estilhaçou a lataria do carro se dobrou como papel o barulho do Choque foi ensurdecedor seguido pelo silêncio absoluto Rodrigo sentiu o corpo sendo lançado para o lado a dor aguda Tom conta de
cada parte dele depois tudo ficou escuro a notícia se espalhou rápido quando Renata recebeu a ligação seu coração quase parou a informação era Clara e direta Rodrigo Vasconcelos havia sofrido um acidente grave estava no hospital inconsciente o estado era crítico Ela não pensou duas vezes antes de correr para lá durante todo o trajeto sentiu o desespero crescer o medo de perdê-lo era muito maior do que qualquer culpa ou mágoa nada mais importava Só precisava chegar até ele quando entrou no hospital tudo Parecia um borrão o cheiro de álcool e desinfetante misturado o barulho dos monitores
as vozes apressadas dos médicos seu peito subia e descia rápido os olhos varrendo o corredor em busca de alguma resposta até que viu um médico se aproximando com uma expressão séria ele sobreviveu ao Impacto mas está em estado CR disse a voz calma mas sem dar nenhuma garantia os próximos dias serão decisivos Renata sentiu o chão sumir so seus pés o homem que dias atrás a olhava com raiva agora estava entre a vida e a morte e naquele momento percebeu que nada absolutamente nada importava mais do que vlo abrir os olhos novamente o hospital tinha
um cheiro forte de ácool Infante o tipo de Cheiro que grudava na pele e parecia impossível de ignorar Renata estava sentada no corredor com as mãos entrelaçadas e os olhos fixos na porta da UTI esperando alguma notícia de Rodrigo o tempo Parecia ter parado desde que chegou tudo o que os médicos disseram era que o estado dele era grave e que os próximos dias seriam decisivos mas ela precisava de mais do que isso precisava saber que ele ia abrir os olhos que Voltaria a respirar sem ajuda das máquinas que sairia dali mas ninguém podia dar
essa garantia as imagens do acidente não saíam da sua cabeça ela não estava lá mas conseguia imaginar a cena com perfeição Rodrigo ao volante distraído pelos próprios pensamentos ignorando o cansaço a bebida e o perigo o Son do impacto os vidros estilhaçados o carro girando sem controle até parar ele poderia ter morrido se o outro motorista não tivesse freado a tempo se o socorro demorasse mais alguns minutos se o impacto tivesse atingido Outro ponto do veículo Renata sentiu um arrepio Só de pensar o médico apareceu no corredor e ela se levantou de imediato o coração
disparado ele parecia cansado como todos ali mas sua voz era calma e objetiva o quadro está estável mas ainda é delicado explicou ele teve um traumatismo craniano leve e algumas fraturas estamos monitorando mas ainda não sabemos quando ele vai acordar as palavras eram neutras sem Promessa de recuperação mas Renata se agarrou ao fato de que Rodrigo ainda estava ali ainda tinha uma chance ela conseguiu permissão para entrar e sentiu um aperto no peito ao vê-lo Rodrigo estava irreconhecível deitado na cama com fios e tubos conectados ao corpo o monitor cardíaco emitia um som constante ritmado
como se marcasse cada segundo daquele pesadelo seu rosto Tinha alguns cortes e o braço direito estava engessado ele parecia mais frágil do que nunca era difícil associar aquela imagem ao homem que ela conhecia sempre tão forte tão no controle agora ele estava a mercê do próprio corpo lutando para voltar Renato puxou uma cadeira e se sentou ao lado da cama olhou para ele por um tempo tentando encontrar palavras que fizessem sentido mas não havia palavras certas tudo o que ela queria era que ele abrisse os olhos que dissesse algo qualquer coisa em vez disso apenas
respirou fundo e segurou a mão dele estava fria ela a apertou levemente Como se quisesse transmitir alguma força alguma presença você precisa voltar sussurrou as horas passaram e Renata continuou ali não sabia quanto tempo ficou sentada ao lado dele apenas observando sua respiração esperando algum sinal de melhora Em algum momento sem perceber começou a falar contou sobre como se sentiu quando o viu indo embora naquela noite sobre como nunca quis machucá-lo sobre como o medo de perdê-lo era muito maior do que qualquer culp que carregava falou sobre sua própria dor sobre o que foi perder
tudo e ter que se reconstruir sozinha Talvez ele não estivesse ouvindo talvez suas palavras se perdessem no vazio mas aquilo não importava Ela só queria que ele soubesse que estava ali em um certo momento da noite sua voz falhou o peso das emoções do cansaço da preocupação tudo se acumulou de uma vez Renata fechou os olhos e encostou a testa na mão dele sentindo a respiração pesada Foi então que sentiu um leve movimento fraco quase imperceptível mas real seu coração acelerou ela levantou a cabeça devagar e viu quando os dedos dele se moveram de novo
pequenos trêmulos como se tentassem responder ao seu toque Rodrigo chamou a voz quase saindo como um sussurro esperou por um momento achou que tinha imaginado Mas então ele franziu levemente a testa como se estivesse lutando para sair de um sono profundo o coração de Renata disparou o monitor a o lado começou a registrar um aumento nos batimentos a respiração dele mudou e então devagar como se fosse o maior esforço do mundo Rodrigo abriu os olhos os olhos dele estavam pesados confusos el piscou algumas vezes tentando focar aão até que finalmente seus olhos encontraram os dela
houve um instante de silêncio absoluto onde nada existia além daquele momento Renata senu o ar preso em seus pulmões sem saber o que dizer foi Rodrigo Quem Quebrou o silêncio sua voz saiu fraca roucca quase inaudível mas ela conseguiu entender cada palavra Você ainda está aqui Renata sorriu mesmo com os olhos cheios de Lágrimas apertou a mão dele de novo dessa vez com mais força para que ele soubesse que aquilo não era um sonho eu nunca fui embora respondeu e pela primeira vez em dias sentiu que talvez ainda houvesse uma chance de consertar tudo Rodrigo
passou dias no hospital se recuperando lentamente a princípio falava pouco apenas o necessário o acidente o deixou fisicamente fragilizado mas o impacto emocional ainda era maior ele não perguntou por Renata estava ali talvez já soubesse a resposta ela não queria invadir seu espaço então apenas ficava ao seu lado esperando que ele estivesse pronto nos momentos em que ele dormia segurava sua mão sem que ele soubesse nos momentos em que estava acordado fazia perguntas simples tentando trazer um pouco de normalidade para a situação e aos poucos percebeu que ele não a afastava mais a primeira vez
que Rodrigo realmente a olhou nos olhos depois do acidente foi alguns dias depois estava mais forte já conseguia se sentar sem tanto esforço Renata entrou no quarto com um café na mão e ele a observou em silêncio antes de dizer com a voz rouca você não precisa mais ficar aqui ela sentiu um aperto no peito mas respirou fundo antes de responder eu sei mas eu quero ele desviou o olhar pensativo como se tentasse entender os próprios sentimentos ainda havia mágoa em seu olhar mas também havia algo diferente algo que Renata não conseguia nomear foi só
no fim daquela tarde que ele tocou no assunto que os dois evitavam o quarto estava silencioso quando ele disse de repente por que você fez aquilo Renata soube imediatamente sobre o que ele falava não tentou se defender nem minimizar a dor que causou apenas respirou fundo e disse a verdade no começo era apenas um teste eu queria ver como minha empresa realmente funcionava Mas então você apareceu Rodrigo ficou em silêncio esperando que ela continuasse e quando percebi já não era mais um teste era real você foi a última pessoa que imaginei encontrar nesse processo Mas
acabou se tornando a única que realmente me viu Rodrigo passou a mão no rosto cansado Você mentiu para mim disse sem raiva mas ainda com dor eu confiei em você Renata sentiu um nó na garganta porque sabia que nada que dissesse poderia apagar aquilo eu sei e eu nunca vou me perdoar por isso mas tudo o que senti por você foi real ele a olhou por um longo momento como se tentasse encontrar alguma mentira em suas palavras mas não havia só verdade só arrependimento só a vontade desesperada de que ele acreditasse nela os dias seguintes
foram cheios de momentos silenciosos onde os dois tentavam entender o que restava depois de tudo Rodrigo não a mandou embora mas também não deu sinais de que poderia perdoá-la era um meio termo estranho onde ela não sabia se ainda tinha uma chance ou se ele estava apenas esperando a recuperação para seguir sua vida sem ela mas no fundo Renata sabia que ele não a deixaria ali se não quisesse sua presença isso significava algo momento decisivo aconteceu quando Rodrigo finalmente recebeu alta Renata o acompanhou até a saída do hospital e quando o motorista abriu a porta
do carro para ele ele parou olhou para ela e perguntou quer dar uma volta ela piscou surpresa agora ele deu um leve sorriso um daqueles raros que não mostravam só os lábios mas também os olhos agora Renata assentiu e entrou no carro com ele durante o trajeto os dois ficaram em silêncio não era um silêncio pesado mas um cheio de significado nenhum deles sabia exatamente para onde estavam indo apenas que precisavam estar ali juntos Rodrigo olhava pela janela perido em pensamentos até que finalmente disse eu tentei te odiar Renata prendeu a respiração e conseguiu ele
virou a cabeça para encará-la não Renata não conteve o sorriso não era um perdão imediato nem uma declaração de amor mas era um começo Rodrigo ainda precisava de tempo e ela respeitaria isso mas naquele instante soube que ele estava disposto a tentar e isso depois de tudo o que passaram era tudo o que ela poderia pedir os dias após a saída do do hospital foram diferentes não houve promessas imediatas declarações emocionadas ou finais perfeitos o que existia entre Renata e Rodrigo ainda carregava cicatrizes mas pela primeira vez tudo estava às claras Não havia mais disfarces
não havia mais Segredos Rodrigo sabia exatamente quem ela era e Renata sabia que se ele ainda estivesse ali era porque queria estar eles não precisavam correr não precisavam definir nada naquele momento apenas precisavam aprender a se enxergar de novo sem a sombra da mentira entre eles Rodrigo voltou ao trabalho algumas semanas depois e Renata também retomou sua posição oficial na empresa a transição foi estranha no começo os funcionários estavam acostumados a vê-la como uma faxineira mas agora viam a verdadeira Renata Almeida alguns ficaram constrangidos outros surpresos e alguns poucos fingiram que nada tinha acontecido Rodrigo
por outro lado voltou a ser o Executivo sério e focado Mas quem o conhecia bem notava que algo nele tinha mudado ainda era exigente ainda mantinha a postura firme mas sua frieza não era mais um escudo inquebrável a relação entre eles evoluiu devagar no início as conversas eram casuais sem o peso do passado recente Rodrigo evitava demonstrar demais e e Renata respeitava seu tempo mas aos poucos começaram a encontrar uma nova forma de se conectar trocas de olhares durante reuniões almoços compartilhados Sem pressa conversas que duravam mais do que o necessário não havia pressa para
definir o que eram mas havia uma certeza silenciosa de que não eram mais apenas colegas o que sentiam ainda estava ali esperando o momento certo para Florescer de novo um dia Rodrigo apareceu na sala de Renata no final do expediente ficou parado na porta por alguns segundos antes de entrar como se estivesse reunindo coragem ela olhou para ele esperando que dissesse algo Mas em vez disso ele se sentou na poltrona em frente à sua mesa e soltou um suspiro você me enganou Renata disse sem raiva apenas como um fato ela assentiu devagar eu sei ele
ficou em silêncio por um tempo [Música] observando-a Mas você também foi a única pessoa que realmente me viu ela sentiu o coração acelerar e você foi a única que me fez querer ser alguém melhor naquela noite Rodrigo a convidou para jantar novamente mas dessa vez não havia incertezas nem Segredos era apenas ele e Renata sem máscaras sem personagens quando ela chegou ao restaurante ele já estava lá esperando Mas diferente da primeira vez seu olhar não carregava dúvidas quando ela se sentou Rodrigo sorriu agora que eu sei quem você é de verdade acho que podemos tentar
isso do jeito certo Renata sorriu de volta pela primeira vez sentiu que não precisava esconder nada o tempo passou e o que antes era uma relação baseada em um jogo de mentiras se transformou em algo real não foi fácil não foi rápido mas foi verdadeiro Rodrigo e Renata aprenderam a se conhecer de novo a confiar a construir algo sem as sombras do passado um ano depois ele a levou para um passeio no mesmo parque onde tudo desmoronou naquela noite da Revelação mas dessa vez não havia medo ou dúvidas ele segurou sua mão com firmeza e
disse Sem Rodeios Casa comigo Renata riu emocionada Isso não é um teste certo sua mão e Sorriu dessa vez é de verdade