Unknown

Muito bom dia a todos vocês, meus irmãos! Sejam bem-vindos à meditação do dia de hoje. Peçamos a Deus a sua bênção, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós, dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Muito bem, meus caros! Hoje vamos caminhando aqui para a conclusão do Capítulo 31, né, do Caminho de Perfeição.

Nos diz Santa Teresa: vamos, pois, concluir dizendo que, posta a alma nesta oração, a oração Quietude, já me parece que o Pai Eterno lhe concedeu o pedido de dar-lhe aqui na terra o seu reino. Ó feliz pedido, pois tanto bem pedimos nele, sem o compreender! Feliz maneira de pedir!

Por esse motivo, desejo, irmãs, que atentemos para o modo como rezamos o Pai Nosso e todas as outras orações vocais, porque, tendo recebido de Deus essa graça, descuidar das coisas do mundo. Pois, chegando o Senhor, dele tudo lança fora. Não digo que todos os que a tiverem estejam necessariamente desapegados por inteiro do mundo; eu queria, ao menos, que entendessem o que lhes falta, humilhando-se, procurando desapegar-se do todo.

Porque, se não fizerem, pararão aqui para a alma. O fato de Deus lhe dar semelhantes penhores significa que Ele muito a quer; se não for por sua culpa, avançará muito. Mas se vê que, pondo o reino do céu em sua casa, ela volta para a terra, o Senhor não só não lhe mostrará os segredos que há em seu reino, como poucas vezes lhe concederá essa graça.

E por um breve espaço de tempo, pode ser que eu me engane quanto a isso, mas é o que observo e sei que é assim, e considero isso a causa da existência de poucas pessoas espirituais. Porque, como não respondem nos serviços de acordo com a graça tão grande, já que não voltam a preparar-se para recebê-la, e tiram das mãos do Senhor a vontade que já lhe tinham entregue, fixando-se em coisas baixas, Ele vai procurar quem o queira para dar mais. Se bem que não tire de tudo o que deu, quando a pessoa vive com a consciência limpa, há, porém, pessoas — e eu fui uma delas — que o Senhor enternece, e a quem dá inspirações santas e iluminação sobre todas as coisas.

Enfim, Ele vai lhes dando esse reino e pondo-as nessa oração de Quietude, enquanto elas se fazem de surdas, por serem tão amigas de falar e de dizer apressadamente muitas orações vocais, como quem quer acabar logo a sua tarefa, já que julgam bastante dizê-las todos os dias. Mesmo que o Senhor lhes ponha o seu reino nas mãos, não recebem, pensando que, com suas orações, obtêm maior proveito e, assim, se distraindo. Não façais isso, irmãs!

Fiquem atentas! Quando o Senhor vos fizer essa graça, vede que é um grande tesouro e que fazeis muito mais com uma palavra ferida de quando em quando do Pai Nosso do que dizendo muitas vezes apressadamente. Aquele a quem pedis está muito perto de vós e não vos deixará de ouvir.

Crede que aqui está o verdadeiro louvar e santificar o Seu nome. Como pessoas da família, glorificam o Senhor e o louvam com mais afeto e desejo, parecendo que não podeis deixá-lo de servir. Então, encerramos aqui o Capítulo 31, que é um capítulo um pouco mais longo.

Amanhã começaremos o 32. Iniciando o Capítulo 32, amanhã nós entramos nos dez últimos capítulos do Caminho de Perfeição. Então já estamos caminhando para o fim, né, do livro O Caminho de Perfeição.

Então, meus caros, no dia de hoje, Santa Teresa nos fala a respeito da oração de Quietude. A oração de Quietude, né, não é completamente, totalmente ainda a oração de contemplação. Contemplação é um estado em que Deus se dá de modo mais completo.

A oração de Quietude é a porta para isso. Então, Santa Teresa vai dizer que, quando nós rezamos bem a oração vocal, né, principalmente, e principalmente, né, quando estamos com o coração disposto, isso é interessante, é importante, né. Porque você, me ouvindo aqui, lendo Santa Teresa, pode pensar assim: "Puxa vida, mas quem está rezando, quem já se colocou num caminho de oração, quem já faz muito bem a sua oração vocal, faz muito bem a sua oração mental, está vivendo na graça de Deus, né?

" O que que falta mais, né? Já não está bom? Já não está, né, bem encaminhado?

Bom, se nós formos nos comparar com o padrão geral das pessoas, é lógico que vai estar muito bom. O grande problema é que nós temos o costume, o mau costume, o mau hábito de nos comparar com aqueles que são muito piores. Então, é por isso que às vezes a gente não avança na vida espiritual.

Então, tem muita gente que vai dizer assim: "Ah, mas eu sou uma pessoa muito boa! Não, eu rezo muito, eu rezo o dia inteiro. " Tá, se você se comparar com uma pessoa que está aí no Carnaval, bebendo desde sexta-feira, é óbvio que você reza mais, é óbvio que você está buscando mais as coisas de Deus.

Agora, se você se comparar com estelionatário, com um ladrão, é óbvio que você está muito melhor. Mas nós não devemos nos comparar com aqueles. .

. que estão muito mal, nós devemos nos comparar com aqueles que estão muito bem, com aqueles que têm uma vida perfeita. Nós devemos nos comparar com os santos.

Então, nós devemos olhar para a oração dos santos, como os santos rezavam, e aí, sim, nós teremos uma base de comparação adequada. Jesus, que é Deus, ele rezava; ele se retirava de tempos em tempos, geralmente nos montes, para falar ao seu Pai, porque, enquanto Deus, ele tudo sabia, estava unido ao Pai e ao Espírito Santo. Mas, enquanto homem, na sua natureza humana, era preciso ter momentos para falar com o Pai, porque isso faz parte da natureza humana.

E Jesus também fazia isso para nos dar exemplo, para nos ensinar. Então, vejam, né, como é importante pensar nessas coisas, como é importante fazer a comparação a partir do ponto correto. Então, Santa Teresa aqui vai nos dizer: se nós aprendermos a fazer bem a oração vocal, ela é porta de entrada para a oração mental.

Aqui, ela está falando do Pai Nosso. Quantas vezes a gente reza de maneira corriqueira o Pai Nosso e não presta atenção no que estamos pedindo? "Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino.

" E aqui, Santa Teresa vai dizer que o que é esse Reino de Deus, já aqui na terra, já aqui nesse mundo, é o gozo de Deus, é você beber dessa presença de Deus. Então, na medida em que vamos rezando bem e pedimos "vem a nós o vosso reino," na medida em que vamos não só contemplando, observando, pensando nas palavras que dizemos na oração do Pai Nosso, mas vamos conversando com Deus a respeito dessas palavras, vamos aquietando os nossos sentidos, vamos treinando a nossa imaginação para que não fique solta, pensando num monte de coisas. Na medida em que vamos fazendo isso, Deus vai começando a se derramar na nossa alma e aí, então, nós vamos nos entregando a Ele.

Porque quando Deus se derrama, quando Deus vem, quando nós percebemos esta presença de Deus que já está em nós, mas nós, às vezes, não conseguimos perceber; mas, na medida em que vamos rezando bem, nós começamos a ter uma percepção espiritual das coisas e aí, quando vamos entrando nisso, vamos percebendo essa presença de Deus: Deus que já estava em nós, mas que nós mesmos não deixávamos Ele agir, não deixávamos Ele falar. E aí, vamos notando, né, que Deus está aqui. Nós vamos ler, depois, mais para frente, o "Castelo Interior.

" Santa Teresa fala justamente desta entrada, né, dessa entrada nesse castelo interior que é a nossa própria alma, e no centro da nossa alma, no centro do castelo interior, quem está? Deus. Então, quando nós vamos percebendo isso, nós começamos a entrar.

Essa expressão, a própria Santa Teresa criou, né? Nós vamos começando a entrar na cela do nosso coração, né? Assim como as religiosas entravam na cela, no seu quartinho, para rezar.

Santa Teresa fala: retirar-se para fazer uma oração mental bem feita é retirar-se para a cela do nosso coração. Então, quer dizer, é algo interior, é um movimento interior. E aí, o que vai acontecendo?

Deus vai se comunicando, Deus vai dando a entender a sua presença na alma. E aí, qual é a reação natural que a gente começa a dar? Tudo para Deus.

"Não, Senhor, eu te entrego a minha vontade, eu te entrego a minha vida, tudo isso," porque isso nos alegra, isso nos preenche. Então, nós queremos dar a Deus a nossa vida, nós queremos oferecer a Deus aquilo que é nosso. E aí vamos dando.

Só que qual é o problema? Somos pecadores e somos apegados às coisas que estão fora de nós. Então, às vezes, nós começamos a dar, Deus começa a se comunicar e aí parece que nós entramos numa oração que vai dar muitos frutos, é a oração de quietude.

Agora, qual é o problema? Se nós estivermos com o coração muito apegado às coisas exteriores, às preocupações exteriores, aquilo que a gente deu para Deus com uma mão, na hora que os sofrimentos, as complicações da vida, voltarem, a gente começa a tirar com a outra. Então, eu dei aqui e eu pego aqui.

E aí, qual é a grande questão? A grande questão é que eu estaciono na vida espiritual, eu paro. Não é que eu vou decair, porque se eu estiver em estado de graça, se eu estiver com o coração realmente sincero, né, Deus não vai tirar as graças que Ele me deu.

O problema é que eu paro aqui, eu não avanço mais. E Deus gostaria de dar muito mais; Deus gostaria de fazer de cada um de nós gente muito santa, mas às vezes eu paro aqui porque eu já tive alguma alegria espiritual, eu começo a imaginar que isso é tudo. E, na verdade, esta alegria espiritual que Deus dá é simplesmente para nos animar no caminho para Ele.

Deus sabe da nossa fraqueza, então Deus nos dá algumas graças para nos animar, para nos levantar no meio do caminho, né, e faz isso sabendo que nós temos uma tendência ao desânimo, temos uma tendência a abandonar as coisas d'Ele, a desanimar. Então, Deus nos dá esse incentivo, né, nos dá esta graça. Então, pensemos nisso, né?

Pensemos nisso. Nós precisamos avançar. Deus quer fazer de nós grandes santos, mas nós precisamos ter um coração desapegado.

No ano passado, quando nós fazíamos aquelas meditações, Santo Afonso de Ligório, que é um discípulo de Santa Teresa, Santo Afonso leu muito Santa Teresa. Ele dizia exatamente isso, ele batia muito nisso. Ele falava assim: a oração, para ter fruto, ela deve vir de um desapego muito grande.

E Santo Afonso dizia: nós devemos pedir a Deus, muitas vezes, a graça do desapego, porque a gente não consegue fazer isso sozinho, né? Mas Deus. .

. Sabe que o desapego do coração é uma coisa boa? Se pedirmos, ele dará.

E, às vezes, se você pedir dinheiro ou emprego, Deus não vai dar, mas se você pedir desapego do coração, isso é uma graça espiritual que vai te ajudar a avançar e a se salvar. Então, isso Deus vai dar. A cada vez que rezarmos o Pai Nosso, dizendo "vem a nós o vosso reino", lembremos disso: o Reino de Deus pode vir a nós já agora, já neste mundo, na medida em que a nossa alma vai se unindo mais profundamente a Ele.

Venha a nós o vosso reino. Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude nessa busca, nesse desejo. A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

Amém. Senhor todo-poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo o mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Respondendo aqui algumas questões, deixa eu ver aqui, né? Eh, a Cátia está falando: "Preciso que você me fale sobre a caixinha de oração pelas almas".

Salve Maria! Não consegui achar o vídeo em que você fala disso. Essa questão da caixinha de orações pelas almas é uma prática devocional que eu citei no conjunto de Liv, está aqui no canal, a respeito das almas do purgatório.

É um costume que, em alguns países da Europa, se tem de fazer uma caixinha ou de fazer um papel com os nomes dos falecidos da família. Na Alemanha, na Áustria, por exemplo, o pessoal faz isso: faz esse papel, coloca numa caixinha, geralmente debaixo de uma imagem de Nossa Senhora ou do Sagrado Coração, e oferece ali todas as orações pelas almas do purgatório. Então, isso é comum em várias igrejas.

Aqui no Brasil, ainda existe o costume de se colocar dentro do altar ou debaixo do altar uma caixinha também com os nomes dos falecidos. Aqui em Campinas mesmo, nós temos duas paróquias que abrem o altar e introduzem dentro do altar uma caixa com as intenções. É sempre no mês de novembro que eles colocam os nomes dos falecidos, das almas, e rezam 500 missas durante o ano em sufrágio por aquelas almas.

Essa prática de devoção. A Helen comentando aqui: "Quando essa oração de quietude e união? " Eh, quando se fala da oração de quietude e união, o próprio Deus conduz a oração da pessoa também, sim.

Na oração de quietude, não é muito a nossa inteligência que conduz a oração. A oração mental, sim! A oração mental é onde a gente vai pedir, vai agradecer, vai falar com Deus.

A oração de quietude é quando nós começamos a meditar, a pensar sobre um ponto. Santa Teresa recomenda pensar sobre as palavras do Pai Nosso. Se a gente começa a pensar na presença de Deus sobre um ponto e repetimos, tentando tirar um fruto daquilo, aí Deus mesmo vai começando a conduzir.

Deus mesmo vai começando a preencher a nossa oração. Isso é oração de quietude. Aí Deus vai conduzindo.

O grande problema da oração de quietude é que, às vezes, Deus vai conduzindo e a gente interfere, começa a falar e entra, e não deixa Deus conduzir. Então, às vezes, Deus quer dar a graça, mas nós, no nosso barulho interior, não permitimos. É mais ou menos por aí.

Eh, depois aqui, deixa eu ver um outro comentário da El. Rezando vocalmente e colocando a imaginação para trabalhar, cresce muito a oração mental. Isso é verdade!

Quando nós pronunciamos as orações bem e usamos a nossa imaginação para pensar nas coisas de Deus, nós vamos avançando, vamos crescendo. Muito bem. E a Ana Paula comentou: "Quais são os próximos livros que a gente vai usar?

" O próximo livro que a gente vai ler é o livro da vida de Santa Teresa. Vamos terminar o Caminho de Perfeição e entrar no Livro da Vida, e depois vamos entrar no Castelo Interior, ou o Livro das Moradas. Essa vai ser a sequência que nós vamos fazer.

Tá bom? Que Deus nos abençoe! Ótimo feriado aí para vocês.

Aproveitemos bem o nosso tempo. Fiquem com Deus e até amanhã. Amanhã, quarta-feira de cinzas, é o início da Quaresma, né?

E, se Deus quiser, será um tempo muito abençoado aqui na companhia de Santa Teresa. Fiquem com Deus.