bom então vamos começar Dona Rita sobre o que que é o vídeo de hoje olha sobre o qu sobre a classe trabalhadora segura minha bolsa anja [Música] Obrigada tem uma questão aqui que é muito cara para nós que é que a gente possa pensar Qual é a classe que produz a arte mas mais do que isso Qual é a classe que legitima discurso produtor da arte e se você não tá me entendendo você pode pensar o seguinte fecha o olho gente respeita os meus cabelos brancos hoje literalmente eu tô vendo que tem gente de olho
aberto fecha o olho e fotografa o que vai vir na sua cabeça tá 3 2 1 escultura escultura escultura Fica de olho fechado próxima palavra 3 2 1 artesanato artesanato artesanato abre o olho qual era de rico e qual era de pobre rapaz entende que entre escultura e artesanato a gente tem meramente um recorte de classe que é mais ou menos o mesmo recorte que a gente vai ter entre língua e dialeto um é a posição de poder o outro é a posição do subalterno é isso que os distingue é isso que os distancia e
a nossa questão é o que acontece quando a classe porque a classe que legitima o discurso é sempre a mesma é a classe dominante que tem o poder de dizer o que vai ser e o que não vai ser mas aqui o nosso debate é outro é a gente ainda tem classe trabalhadora produzindo arte e eu espero que você saiba que eu vou contar para você que a resposta é cada vez menos Então bora lá tem um estudo de pesquisadores na Inglaterra eu vou deixar o link aqui que eles vão fazer um um Panorama de
Quantos trabalhadores e trabalhadoras das Artes e aí eles vão contar com atores e atrizes musicistas gente das artes plásticas e autores e autoras dos anos 70 para cá o número de pessoas que vieram da classe trabalhadora que os pais eram da classe trabalhadora no Reino Unido caiu pela metade e é importante Dizer para vocês que o número já não era muito grande tá o estudo vai revelar que a geração nascida entre 53 e 62 tinha mais ou menos 16% de pessoas na classe artística Então os trabalhos criativos desempenhados por pessoas da classe trabalhadora 16% 40
anos depois então quem nasce entre 93 e 2002 esse número se reduziu de 16.4 para 7.9% a cada 100 pessoas trabalhando nas artes nos trabalhos criativos sete pessoas tinham vindo da classe trabalhadora Você tá entendendo do que que eu tô falando quando a gente tá pensando em gente das artes plásticas atores e atrizes autores a gente tá pensando a produção de Cultura imagética de significado de símbolo de signo de um povo e essa produção cada vez mais na história tá sendo menos feita pela classe trabalhadora e mais pelas classes remediadas as classes médias a pequeno
burguesia e as classes dominantes don't touch exart os autores do estudo vão apontar que isso é um alarme porque a gente tá vendo uma redução da mobilidade social os trabalhos criativos costumam ser e aqui eu não tô falando apenas dos artísticos trabalhos criativos costumam ser os trabalhos mais bem remunerados numa sociedade e que cada vez menos a classe trabalhadora tem acesso a esses trabalhos nos diz alguma coisa para onde a gente tá caminhando # plutocracia mas não é só isso também tem um fenômeno de cultura que tá acontecendo ao redor do mundo que é o
poverty porn significa um filme pornô da pobreza o fetiche da pobreza quando a gente vai assistir Produções que relatam a vida da classe trabalhadora não como a maioria da experiência da população de um país mais uma coisa estranha e exótica ai Cidade de Deus e você fala nossa que exótico Dadinho é o meu nome é Zé Pequeno agora se a classe trabalhadora não é a classe que produz as narrativas sobre si como será que serão essas narrativas sobre o que elas falarão como elas vem a classe trabalhadora como a classe trabalhadora vai ser retratada nas
obras se não é ela que produz bom se você não sabe aqui no canal a gente fez um vídeo tem um tempo sobre as LGBT que que acontecia quando não éramos nós que produzíamos as narrativas a nosso respeito a gente era vista como um bando de fida tem mais coisa o que a gente vai vendo é a medida que avançam as as plataformas de streaming as narrativas que poderiam ser narrativas sobre a classe as dificuldades da classe os se tornam narrativas sobre outras coisas nunca antes na história do planeta houve tanta Ode a riqueza Talvez
nos anos 80 com dynasty mas agora quando você pensa nos seriados que que vão pro top um das redes de streaming e é uma escola de gente Milionária que a galera de 17 tá sendo interpretada pela galera de 30 né mas enfim uma Juventude descolada que usa [Música] drogas um bando de rico que anda de iate inclusive isso tá resultando numa nova Trend estética chamada old money vestir-se como alguém que tem dinheiro a mais de duas gerações quando a classe dominante consegue fazer com que a classe dominada tenha por el admiração apreço é desejo de
ficar parecido respeito a gente vai ficando cada vez mais distanciada da ideia da justiça social do ódio de classe e não existe ponto sem nó é um projeto que a gente tá vivendo Deixa eu ver se eu consigo dar um exemplo mais próximo de nós no Chaves o burguês safado Seu Barriga é o vilão da história e a gente como plateia é treinada para odiar ele para gostado do Trabalhador lump em proletariado o Seu Madruga que vive de bico que tem o emprego aqui o emprego lá né que dá seus pulos para conseguir comer que
tá há 14 meses sem pagar o aluguel mas consegue dar balão no burguês safado que vai cobrar o aluguel da Vila inteira que é dele e a gente torce pelo trabalhador e odeia o proprietário agora no Aprendiz do Roberto Justos a gente ama o burguês safado e o ponto alto da obra é quando ele diz você você tá demitido e a gente como classe trabalhadora Fala Ei T demitido Eba lá na Inglaterra a Natasha carth que é uma autora que organizou um festival de autores e autoras da classe trabalhadora diz que cada vez menos você
tá tendo gente Dessa classe escrevendo primeiro porque o Imaginário tá colonizado essas pessoas não pensam que podem escrever não pensam que T do que escrever não tem sobre o que falar as suas vidas não são de dignas de serem narradas elas não vê na Netflix elas não vê no Amazon elas não vem na TV elas não vê na novela mas mais do que isso as possibilidades materiais dessa classe de ir para Londres se hospedar para fazer um curso se matricular num curso fazer um curso depois do expediente estão sendo tomadas dessa classe à medida que
o acesso ao trabalho formal está sendo tomado de nós o que a gente vai conhecer se o cenário não mudar dá nas próximas décadas é a lumpen proletarização de todo mundo lumpen proletariado é um termo que o seu Carlinhos usa para designar aquele profissional que não tem um emprego mas ele vive do que aparecer é a uberização do 18800 também vale pensar que à medida que um interesse por esses assuntos que não são da classe trabalhadora crescem o interesse pelos assuntos que são da classe trabalhadora diminuem e a gente tá criando treinando um proletariado que
tem cada vez menos interesse em pensar sua situação e sua condição e Tem cada vez mais interesse em acender o que não existe nessa sociedade que a mobilidade social tá sendo reduzida mas tem cada vez mais interesse em acender para uma classe que ele nunca vai pertencer quando o povo de um território não tem interesse pela arte pela cultura o que que acontece não sei mas a gente já fez um vídeo sobre o 8 de janeiro e como como as obras do patrimônio artístico brasileiro foram destruídas pelo povo brasileiro a gente vive num sistema que
é mestre em restringir e negar acessos inclusive e principalmente aquilo que nos humaniza como seres a nossa luta é sempre por mais e melhores acessos mas mais do que isso pela democracia radical que permitiria a todo mundo nas palavras do seu Carlinho pescar de manhã cuidar de outro trabalho à tarde e escrever crítica literária à noite todo mundo é um artista e um intelectual a gente só não recebe incentivo para ser até o próximo vídeo beijinho [Música] tchau [Música] [Música] C [Música] w