ah seguindo com um caso Clínico que eu comecei mostrando na segunda-feira e é um caso Clínico ele ele não é longo mas ele traz algumas modificações tanto da modificações da do dos afetos modificação relacional isso é muito legal de se enxergar porque isso contribui para enriquecimento do nosso pensamento Clínico então agora 7:34 Bom dia psicanálise número 166 que o título é o que há por trás da autossabotagem autossabotagem algumas maneiras de escrever autossabotagem pode ser tudo junto com 2s pode ser separado assim enfim eh quando eu falo da autossabotagem é a pessoa se sabotar a
pessoa fazer alguma coisa que vai contra ela mesma né então sei lá tem tudo para dar certo matar o situação e na hora H ali parece que a pessoa faz algo contra ela mesma Claro que não É só isso né autossabotagem você está sabotando a si mesmo e você pode pensar em várias situações de autossabotagem e aqui eu trago uma das perspectivas para pensar a questão da autossabotagem que vai aparecer no caso Clínico que eu tenho comentado aqui com vocês então só para atualizar esse é um caso que começa é uma cente já uma jovem
mulher que procura analista e contando assim a história a nariz vai fazendo uma leitura de como a coisa de como a neurose dessa paciente foi se estruturando ao longo do tempo então isso é muito legal de enxergar n como as coisas vão se modificando para pensar não só na compreensão mas nas possíveis intervenções eu ainda não falei De onde é esse caso Clínico vou deixar para contar na sexta-feira Quem souber é só falar aí ou guarde para si mesmo mas sexta-feira eu conto de quem é então é uma mulher que procura atendimento e quando é
feito histórico dela aliás ontem eu estava dando uma supervisão e falando sobre o triângulo de malan tão importante pro atendimento Clínico que muitas vezes eu vou dar supervisão E aí eu vejo que o psicólogo psicanalista fica às vezes no único ponto e na psicoterapia breve o David manan tem uma uma das coisas que ele propõe é um triângulo é um triângulo que o tempo todo você fica triangulando em passado distante passado recente relação transferencial Então você fica nisso aqui pensando nisso essa paciente procura o atendimento com essa psicanalista e trazero questões da sua neurose as
questões atuais desse passado recente e o que a psicanalista faz além de escutar isso analisar a transferência é investigar a questão do passado distante a infância tão importante nessa triangulação às vezes falo assim que a psicanálise fica sempre no passado o que não é verdade e esse Triângulo é uma ótima forma de mostrar que não é só o passado é o passado distante é o passado recente e também a questão transferencial elação com analista nessa investigação nessa análise é apresentada a história de que essa mulher essa jovem que procurou atendimento Ela é filha do meio
e ela tem tanto irmãos quanto irmãs e aconteceu ali desde muito cedo o a questão da Inveja do pênis em relação aos irmãos já falei aqui na segunda na segunda-feira sobre a questão da Inveja do pênis sugeriu o Robert stoller porque ele fala tanto da Inveja do pênis quanto da Inveja do seio e Além da questão da Inveja teve a questão do ciúme o ciúme em relação à mãe porque a mãe engravidou outras vezes e e ah dava ali o cuidado necessário mas a leitura que essa mulher quando criança fazia é de que a mãe
preferia uma a outra filha o outro filho em relação a ela Então isso é muito interessante porque eh Ontem eu falei um pouco da fantasia quando Nós pensamos em psicanálise e a psicanálise dá uma importância muito grande à fantasia ainda que essa mãe fosse muito amorosa com essa essa paciente quando criança eh o que interessa vai ser a interpretação que ela vai fazer dessa mãe então se a mãe é muito amorosa mais um momento de necessidade em que ela reivindica a mãe a mãe não está disponível isso é experienciado como uma falta de cuidado uma
falta de amor a melan Klein ela até coloca né aquela divisão seio bom sei o mal que não se refere necessariamente à qualidade real da mãe então uma mãe que não gratif no momento que buscava gratificação ainda que seja uma ótima mãe mas faz de conta que ela está ocupada com algo sei lá cuidando de uma outra pessoa ou de uma outro filho ou enfim e o fato de não ter saciado aquela necessidade no momento que a criança buscou é experienciado como M mãe má Então isso é muito legal é muito importante porque mostra que
a psicanálise Claro que ela se importa com o o mundo real se a gente pode dizer assim Mas a questão da fantasia é muito importante de ser estudada e ser pensada Por isso às vezes me preocupa quando eu vejo a psicanálise muitas vezes hoje em dia caminhando para uma questão de uma suposta realidade compartilhada igual para todo mundo e as pessoas esquecem da questão da fantasia então se eu tenho lá por exemplo um um um paciente que se queixa de um pai pouco amoroso e faz de conta que eu conheço o pai desse paciente eu
já já vi alguma coisa assim não e vejo que que o cara é super amoroso eu não tenho o menor direito de dizer não mas seu pai não é assim seu pai na verdade é muito amoroso Porque daí eu estaria confrontando realidades o que acontece é que eu preciso escutar como é que esse pai é montado nessa dimensão e para esse sujeito né o lacant é uma ideia interessante de tomar coisa pela pela Tríade real simbólico Imaginário e sim é importante o pai real Claro o pai de carne e osso mas é importantíssimo escutar o
pai Imaginário né o pai dos exageros aí aquele pai sei lá super potente ou Super frágil enfim aquela coisa que uma criança ou mesmo um adulto você escuta eles relatando sobre o pai e parece que o pai é um monstro aí você vê assim sei lá você vai ver faz de conta que você vai ver esse pai o cara é um catatal franzindo que não oferece risco nenhum mas tem a dimensão imaginária exagero que é colocado ali que tem a ver com o narcisismo da criança que tá no adulto e a dimensão simbólica do pai
né a função desse pai numa estrutura lugar que o filho tem nessa relação com esse pai enfim tem muita coisa então você tomar o pai a mãe no caso aqui tô dando esse exemplo por uma mãe real por aquilo que a mãe é de uma realidade objetiva pra psicanálise seria uma parte do trabalho né e ainda assim você não trabalha com isso você pode ter essa perspectiva mas o psicanalista não trabalha por aí pois bem então ela tem esse ciúme em relação à mãe só que ao mesmo tempo assim ela por conta do ciúme ela
odeia essa mãe ela tem tem raiva dessa mãe vamos colocar ódio porque o ódio é constante né A raiva é uma coisa momentânea e ao mesmo tempo ela busca ser amada Então ela monta logo de cara uma uma ambivalência que tem tanto essa mãe que ela odeia Mas também essa mãe que ela espera amor por conta disso desde cedo ela vai fazer uma operação de cisão dessas duas desses dois afetos ou se quiser seria a gente pode pensar como trouxe para vocês também a questão de montar o amor como derivação lógica do ódio né o
amor para tentar neutralizar isso que o ódio e o ódio se apresenta o amor ser uma forma de neutralizar isso mas enfim O interessante é que ela faz isso E aí começa a colocar a mãe no lugar de uma idealização e essa idealização vai toda a história dessa paciente eu falei para vocês na clínica e na vida se você só vê qualidades numa pessoa só tem coisa boa para falar de uma pessoa não vê defeitos Com certeza você está lidando com a pessoa idealizada por isso um dos motivos até aproveitando aqui fão de política se
seu político tudo que ele faz ele está certo você está idealizando uma pessoa e Até recentemente estava numa conversa em família e é interessante que na família tem tanto um de extrema esquerda outro de extrema direita e é interessante que todos os acertos do Lula são excepcionais e mesmo os erros quem é fanático idealizador vai dizer não mas veja porque ele quis então tem todo uma uma malabarismo para dizer o quanto o Lula está certo e nessa mesma mesa tinha ali um bolsonarista defendendo aquilo que o bolsonaro fez de certo e aquilo que é absurdo
qualquer pessoa vê que tá errado também o barismo para manter ali essa idealização de que o bolsonaro é perfeito então sempre você tem idealizações sempre você não consegue criticar alguma coisa você só vê o quanto é bom tudo é só desdobramentos do que é bom você está lidando com alguém idealizado não é real é uma posição infantil inclusive bem narcisista de manter o mundo idealizado né mas Seguindo aqui a história essa é feita uma cisão E aí então ela mantém a mãe nesse lugar de ser amada mas o ódio que ela sentia vai aparecer na
na delinquência na conduta dela no dia a dia na casa n na quebrando coisas na bagunça da casa isso aqui não é exatamente como o inicot fala então já dou a dica que esse texto não é do inicot ainda não vou dizer de quem é mas ela era amiga do inicot eh que o falar de delinquência mas num outro sentido ele amplia né A essa noção Mas de qualquer forma existe uma primeira cisão aqui que para não odiar a mãe ela tem esses atos delinquentes e mantém a mãe no lugar de idealização depois como eu
tô falando da uma evolução aí do tanto da da apresentação dos afetos e da e das relações ela vai fazer uma operação de deslocamento ao invés de colocar né o o ódio nas suas ações delinquentes ela começa então leja uma mulher Muler significativa e começa a odiar essa mulher significativa mantém a mãe idealizada e odeia essa mulher e aí até falei para vocês que pode ser que a irmã seja essa figura uma tia uma avó e vocêes escuta na clínica isso um ódio absurdo de uma pessoa em relação à irmã por exemplo ou em relação
a figura feminina por exemplo que na verdade é um deslocamento desse ódio que Originalmente é em relação à mãe posso pensar isso na figura do pai deslocando para as figuras masculinas e por aí vai bom e claro e também eu posso ter aquele negócio de amar sua mãe e odiar tudo aquilo que é o feminino por exemplo mas idealizar essa mãe esse ódio em relação ao feminino tem muito a ver com essa questão do ódio que não pode ser direcionado para essa mãe é muito comum isso por exemplo pegando emprestado aqui quando você pega o
re falando por exemplo dos fálicos narcisistas que tem aquela coisa de uma mãe idealizada a mãe é santa a mãe é a única mulher que presta e todas as outras mulheres do mundo são né são desprezíveis E aí então esse cara odeia todas as mulheres mas ama de forma idealizada a mãe tá fazendo essa mesma operação aqui que é descrito nesse caso clínico e o mesmo a gente pode pensar numa operação em idealizar um pai e odiar todos os outros homens que isso acontece também bom aí que é interessante ela usa essa estratégia só começa
a se mostrar também vem uma estratégia muito cansativa porque ela sofria muito com isso aí vem uma ter aí vem um outro passo um outro mecanismo que ela vai inverter o ódio esse ódio que primeiro foi na delinquência depois é deslocado para uma outra mulher ela agora vai inverter e vai jogar contra ela mesma começa agora então aí ela coloca aqui acusava se torturava se e atribuía-se sentimentos de característica de inferioridade ela se dizia inferior se sentia inferior se posicionava como inferior e colocou ó Fazia tudo que podia para se colocar em desvantagem e lesar
seus próprios interesses aqui então que eu tenho autossabotagem uma das leituras uma das possibilidades decorrente de um ódio que Originalmente era de uma de um ciúme inveja ali inveja do dos irmãos ciúme da mãe que depois vira o ódio numa num ato num ato delinquente que depois vira um ódio deslocado para uma outra figura feminina e agora esse ódio é invertido ela joga contra ela mesma e se põe nesse lugar de se acusar de se torturar de ter esse sentimento de inferioridade de fazer de tudo para ficar em desvantagem se sabotar e destruir os próprios
interesses cada vez mais ela vai se submetendo as pessoas numa posição masoquista e claro ela acaba por fim entando e se posicionando e ocupando esse lugar de masoquista de masoquismo que que é o masoquismo não é o prazer em sofrer esse lugar de Sofrimento esse lugar de ser o objeto de tortura de abuso do outro e é importantíssimo isso porque se você pega uma pessoa que se estruturou dessa forma assim na clínica e a clínica da fantasia é muito importante aliás até o ano que vem eu pretendo fazer um longo estudo em um grupo de
estudo sobre fant iia nós precisamos escutar isso porque às vezes chega para você só chega no seu consultório a pessoa falando da posição masoquista E aí você já vai com aquele furor da lacração ah esse masoquismo é porque na verdade o discurso tal falou que você é isso ah por né já temem aquela com aquela explicação pronta que é super preguiçosa e não faz essa arqueologia de como a coisa e desenvolvimento de como os afetos foram se modificando e modificando suas posições por isso que eu acho que a lacração seja independentemente de qual lado ela
for é muito pobre é muito ruim por você pega só o final dessa história en tá numa posição masoquista E aí você acha na clínica que é só fazê-la reivindicar para um lugar Saia Desse Lugar masoquista não adianta você querer tratar isso Nesse sentido porque você tá tratando só a ponta final de um negócio você tem toda uma questão anterior você tem ali uma criança ferida você tem ali uma criança invejosa ciumenta que você precisa escutar isso você precisa escutar você precisa fazer intervenção precisa levar uma uma elaboração disso para Que ela possa seguir então
isso é muito importante de se pensar deixa eu ver se tem algum comentário aqui pra gente poder finalizar e essa semana eu lanço aqui em novembro eu vou dar vou montar duas oficinas sobre clínica uma numa perspectiva que eu vou trabalhar o feren numa uma aula depois na outra aula vou trabalhar o balent depois na outra aula vou trabalhar o wincott e depois no outra aula vou trabalhar o massud decan esses quatro autores dentro de uma perspectiva chamada ética do cuidado eu lembro que eu montei uma página do Facebook há uns 10 anos atrás chamado
ética do cuidado e vinha alimentando ali e recentemente eu já tô um bom tempo devendo uma algo desse tipo que tem muitos casos que pensar com esses é É bem interessante assim é muito rico e além disso vai ter uma outra oficina voltada para Lacan falando sobre sobre a clínica sobre disruptura de Lacan em relação a Freud para uma clínica contemporânea numa perspectiva Clínica e política mas isso aí eu vou anunciar aqui nos próximos dias vai ser ao vivo vai ser pelo zoom Então quem tiver interesse aí se prepare para estudar junto comigo esses dois
temas ou um ou outro Então bom dia PR você bom dia PR você e até amanhã no Bom dia psicanálise