Rumi - Entregue-se ao Silêncio

55.44k views430 WordsCopy TextShare
Corvo Seco
Poemas selecionados de Rumi. Rūmī (Jalal al-Din Rumi), também conhecido como Mawlana, (1207 - 1273)...
Video Transcript:
O que magoa a alma? Viver sem nunca poder provar a água da sua própria essência. Uma riqueza que você nem sequer pode imaginar flui através de você.
Não considere aquilo que os estranhos dizem. Isole-se na sua casa secreta,  nessa taça de silêncio. Você sabe o que você é?
Você é um manuscrito de uma carta divina. Você é um espelho refletindo um rosto nobre. Esse Universo não está fora de você.
Olhe para dentro de você, tudo  que você queria, você já é. Você faz visitas regulares a si próprio? Comece agora.
Pare, abra-se, entregue-se ao silêncio. Você está procurando um tesouro no mundo. Mas o verdadeiro tesouro é você mesmo.
Pare. Abra-se, e Entregue-se ao Silêncio. Rumi.
Não penses. Não se perca em seus pensamentos. Seus pensamentos são um véu sobre a face da lua.
Esta lua é o seu coração, e são os  pensamentos que o mantém coberto. Então deixe-os ir. Apenas deixe-os cair na água.
Não penses. Não penses. Os pensamentos são como a chama que de alto a baixo tudo consome.
Perde a razão, endoidece de embriaguez e assombro, e de cada broto nascerá a cana-de-açúcar. A bravura é demência, tira-a da cabeça, renuncia! Como o leão e os homens, renega as vás esperanças.
Os pensamentos são armadilhas,  é proibido desperdiçá-los. Para que tanto sacrifício por migalhas? Se não te absténs desse alimento, é inútil querer livrar-te de tais ardis.
Se a avidez reclama, sê surdo aos seus apelos. Deixe de lado a sua mente, e então fique atento. Tape os ouvidos e escute.
Escute! Feche sua boca e fique em silêncio, Como a concha de uma ostra. Pois essa sua língua é inimiga da alma, meu amigo.
Basta de pensar. Faça silêncio, e apenas se deixe desaguar rumo a eternidade. .
. Meu amigo, meu amor, meu semelhante, você mal faz ideia do que virá adiante! Morre agora, morre!
Morre neste amor. Quando morto estiveres, nova vida receberás. Morre agora, morre.
Não temas esta morte, pois todos hão de elevar-se da terra e tocar os céus. Morre agora, morre! Liberta-te de vez da alma carnal:  ela é a grade, tu o prisioneiro.
Toma a ferramenta e cava o chão da prisão,  quando dela tiveres escapado, serás príncipe e rei. Morre agora, morre diante do belo Rei! E quando morto estiveres ante tal  majestade, hás de tornar-te insigne senhor.
Morre agora, morre! E remove esta nuvem. Quando saíres de trás dela  serás radiante lua cheia.
Silêncio! Faz silêncio! O silêncio é o sinal da morte.
Em nome da vida, não fujas  mais do que guarda silêncio!
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com