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Olá boa noite é um prazer estar aqui com vocês no espes é um prazer receber esse convite do Ferdinando e do Fernando nessa noite quente aqui de São Paulo que a gente vai ocupar pensando essas questões eh nem sempre tão fáceis de pensar e que eu tentei trazer no livro Manifesto antim matala que dá nome aí a nossa a nossa conversa de hoje né Então a primeira coisa que eu queria trazer é que as pessoas costumam perguntar da onde que vêm as questões que desembocaram nesse livro e nesses eh outros livros que eh o Ferdinando
tão gentilmente apresentou aí na minha no meu na min minha minibiografia né eu venho aí de um de uma pesquisa de muitos anos com a questão da parentalidade e nesse primeiro momento a essa questão acabou eh produzindo esse esses cinco volumes que eu sou organizadora junto com a Daniela teperman e a thí garrafa e e no qual a gente tentou entender as questões eh das relações entre uma geração e outra geração então no caso as crianças os adolescentes né a próxima geração a partir da perspectiva dos cuidadores dos pais mas também das pessoas que trabalham
em instituições né Então porque a gente entendia que até então a psicanálise se voltava muito pra questão das crianças da psicanálise com crianças da Constituição do sujeito que é fundamental para todos nós obviamente mas eh sem pensar tanto sem se debruçar tanto pela perspectiva de das condições oferecidas pelos adultos para que as crianças pudessem se constituir como sujeitos né um tema caríssimo psicanálise eh então a gente eu a thí e a Daniela a gente foi fazendo uma certa definição do que a gente chama de parentalidade que eu vou até ler para vocês porque ela vai
ser muito operacional para depois a gente pensar onde é que entra o antimaterial ismo nessa história tá então a gente entende pro parentalidade que parentalidade se tornou um termo muito muito usado na internet né um guarda-chuva para um monte de coisas inclusive coisas extremamente voltadas ao neoliberalismo né então eh eu acho que é importante eh eu partir da da onde que eu tô né Eh me fiando para pensar as questões da parent idade né a parentalidade a gente entende como a produção de discursos e condições oferecidas pela geração anterior para que uma nova geração se
constitua subjetivamente em uma determinada época disso decorre considerarmos os sujeitos que se incumbem da tarefa parental no plano singular sem negligenciar o campo social que os enlaça então a gente não pensa a parentalidade como algo que se dá eh entre a mamãe e o bebê ou ou mamãe papai e bebê né a gente pensa a parentalidade como algo que se dá de uma geração inteira responsável por uma nova geração e as condições que são oferecidas é claro que na capilaridade do laço ali no um a um da Constituição subjetiva você vai ter poucos cuidadores cuidadores
principais que o lacam vai chamar de não anônimos Ou seja que entram entram com a sua subjetividade entram com o seu corpo numa relação muito específica Tá mas a gente não entende que isso se de só nesse nessa nesse laço último né mas esse laço último ele é representativo ele é eco de todos os laços que o antecedem porque esses sujeitos não estão soldos no espaço lacão é o autor que coloca muito claramente como eh o outro encarnado no cuidador principal né o outro da cultura o outro da linguagem transmissor da linguagem eh ele não
tá Solto No Espaço ele vai transmitir algo que é próprio da sua época que é próprio do da sua cultura que é próprio da sua história né então não existe para psicanálise como vocês sabem uma divisão entre o sujeito e a sociedade o lacam vai pensar numa numa num plano de moebius que é infinito que não tem dentro nem tem fora e ele se passa do sujeito pro outro do outro pro sujeito né então para pensar essas questões a gente entendeu que a gente precisava entender os discursos né as Em que condições estão colocados os
sujeitos que vão exercer Essa função para tá então a gente já com essa pequena definição né que parece muito simples mas na verdade ela ela foi bem trabalhosa pr pra gente definir nós três né a Daniela eu e a thí eh na medida em que ela ela se a gente não fala de gênero a gente não fala que é uma mãe e seu bebê ou uma mulher seu filho a gente não fala necessariamente que são laços eh eh de parentesco porque não necessariamente são quantas pessoas não são criadas em instituições ou são criadas por pessoas
que não são parentes né como a gente vai vai ver hoje ao longo da nossa conversa a gente também tentou colocar nessa definição a questão da época a questão da história a questão da cultura que atravessam essa relação Isso é uma forma da gente tentar escapar um pouco de uma visão ideológica que faz pensar que o que se passa na Constituição subjetivo é algo que se passa estrito Senso com uma mãe seu bebê e o pai entra depois para botar ordem ali naquela excesso de de contato corporal excessos de uma mulher né então a gente
já tem uma visão muito mais atravessada por exemplo pelas questões interseccionais ou seja quem são essas pessoas são pessoas negras são pessoas pobres são pessoas ricas h o que que tá são pessoas eh C gênero são pessoas transgênero são heterossexuais são lésbicos que a gente tem ali tantas questões de gênero de classe como de raça que a gente chama de questões interseccionais atravessando esses laços também para ser coerente com a própria proposta lacaniana Então a partir daí eh dentro dessa dessa pesquisa né a gente tem cinco volumes dessa essa coleção onde tem vários convidados de
pessoas que a gente admira muito a minha pesquisa sempre foi mais voltada paraas questões da Maternidade que eu achava que a chave acho que tinha e tem um viés ideológico extremamente forte né E esse é isso que chama maternalismo o maternalismo não é maternidade maternalismo é esse viés ideológico que atravessa a maternidade da nossa éa por isso eu tô dizendo que a maternidade a parentalidade a paternidade os cuidados com a com a próxima geração não estão soltos no tempo no espaço eu tô dizendo que existem diferentes maternidades existe a maternidade de 1900 existe a maternidade
de 2 de 23 e não sei até onde a humanidade vai mas enfim existem as outras perspectivas aí de maternidade assim como acho que um jeito simples de dizer isso você fala o casamento bom casamento casamento hoje você pode escolher com quem você casa a princípio você pode se divorciar você não precisa casar porque alguém te indicou por questões outras que não sejam eh afetivas mas um casamento em 1800 provavelmente era um casamento é um casamento no ocidente né o casamento da nossa eh tradição europeia eurocêntrica né Eh ele já era um casamento mais de
alianças entre famílias onde a mulher não tinha direito de decisão podia casar com uma pessoa 30 anos mais velha são são alianças de casamento são alianças e que formam famílias mas são muito distintas então a maternidade ela também não é a maternidade maternidade aonde né maternidade nos povos que estavam aqui antes da gente chegar né nos povos originários é diferente né quando os europeus chegaram aqui no Brasil e viram o cuidado ostensivo que a a toda a comunidade tinha com as crianças eles ficaram muito chocados porque na Europa não se tratava as crianças assim né
quer dizer então chegou-se aqui já com uma uma em plena construção da ideia de infância que ainda não ainda tava no seu nascedouro ali no começo da modernidade da da modernidade e se deram conta de que os indígenas brasileiros tinham um Cuidado um Zilo Tremendo com as crianças então não tinha uma disparidade enorme com relação a o que se entendia por maternidade e paternidade a depender na mesma época em culturas diferentes então pensando nisso me ocorreu pensar duas questões né primeiro uma questão Clínica Por que que as mulheres estão chegando no nosso consultório enlouquecidas tentando
conciliar trabalho e Maternidade vida conjugal vida pessoal tempo para si Ah por que que a gente tá caminhando para um déficit demográfico importante e déficit demográfico significa que nascem menos pessoas do que o necessário para repor as pessoas que estão velhas ou que morreram né então a gente eu tinha algumas questões para para localizar e eu queria entender então o que que é a maternidade da nossa época tá eh a outra coisa que eu queria entender porque eu não sou socióloga não sou historiadora só faço uso dessas dessas desses conhecimentos dessas áreas do saber eu
queria entender eh O que que a psicanálise tem a dizer sobre isso porque eu sou psicanalista né e eu escutava muitas coisas que eu discordava que eu não entendia ou que eu não não que eu t considerava na crônicas coisas para mim mesmo né coisas que eu mesmo falo Nossa será que é será que não é e ouvindo as mulheres falando né durante algumas décadas sobre a questão eh do lugar da maternidade na vida delas e também como mulher né Poderia não ser uma mulher mas no caso sou também sou mãe também tinha as minhas
próprias questões eh como profissional e e cuidando dessa das minhas filhas por exemplo no caso né eh e aí eu fui pesquisar um pouco aonde que a gente chafurda né qual porque não existe época sem uma certa ideologia não existe época sem discurso sem uma certa narratividade da da nossa experiência né e eu queria saber qual que era a nossa e o que eu fui entendendo com os estudos que já começa um pouco no meu livro mostar na maternidade que é sobre um caso Clínico né Eh eu fui entendendo que a gente eh a a
psicanálise ela é contemporânea né Eh lá no no seu nascedouro com Freud do discurso Maternal ista que é um certo tipo de discurso sobre a maternidade então o que que é o discurso maternal né o discurso [Música] maternalatividades né finais do dos anos 1800 para o século XX ah pros pros anos 1900 Então vamos vamos pensar um pouquinho o que que antecede isso eu vou dar um passinho para trás para ficar mais fácil pra gente entender como é que a gente chega no maternalismo né Eh a gente vem do feudalismo das relações mais comunais onde
os homens as mulheres têm uma divisão ali de quem manda em quem né as Mulheres sempre foram eh subiz adas em vários várias eh ao longo da história mas existia uma experiência mais comunal então mulheres e homens e crianças trabalhavam e tentavam sobreviver todos fazendo tudo que deveria ser feito Numa família sem a divisão sexual do trabalho que começa com a modernidade então existia assim uma um lugar subalterno das mulheres mas naquilo que dizia respeito aos cuidados com ao trabalho né a família todo mundo Fazia tudo que fosse necessário para sobrev viver as crianças iam
pra lavoura a ideia de Infância ainda não existia homens e mulheres dividiam as suas tarefas tá com a entrada da modernidade com a entrada do capitalismo ali nos seus primórdios e com a ideia da divisão sexual do trabalho a família burguesa se estrutura de uma outra forma né que vai dar criar as possibilidades da acumulação de Capital que vai criar as possibilidades do próprio capitalismo como a gente conhece hoje porque a gente acha que ele sempre existiu mas na verdade é uma menção relativamente recente na história da humanidade né então a divisão sexual do trabalho
significa que ao invés de todo mundo trabalhar nas nas territórios comunais né nos Espaços comunais ou seja do Comum eh ficava dividido da seguinte forma a mulher cabia o cuidado eh reprodutivo o cuidado com a família ah com os filhos com a casa com o espaço privado ao homem cabia o cuidado com a a sust financeiro com aquilo que de fato passa a ser chamado de trabalho porque ele é remunerado então trabalho que tem valor que é considerado como tal é o trabalho remunerado você veja até então todo mundo trabalhava e só existia um tipo
de trabalho para sobreviver a partir desse momento existe o trabalho remunerado qualquer lembrança do que a gente vive hoje é não é mera coincidência e o trabalho doméstico e o trabalho doméstico ele não ele passa a não ser mais considerado de fato um trabalho ele é um ato de amor ele é pelo bem da família ele é um trabalho invisibilizado né a Silvia federi é uma autora que vai mostrar essa passagem carregar bastante nas tintas né escrevendo o caliban e a bruxa e na qual ela vai mostrar que ela diz o seguinte aquilo que vocês
chamam de amor amor pelos filhos amor pelos sogros e as sogras o irmão o marido a casa nada mais é do que trabalho não remunerado eu não concordo com tudo que a Silvia fala ela ela tem uma visão da da da categoria mulher muito consistente muito ligada a pessoas eh com corpo né que a gente considera esse gênero Então eu tenho questões em relação a isso mas nessa parte Ela traz eh elementos muito importantes para mostrar como se como funcionou a a divisão sexual do trabalho sem a divisão sexual do trabalho sem as mulheres ocupando
essa função importantíssima da do da economia reprodutiva não teria capitalismo porque enquanto o o proletário a perdão o proletariado tá sendo explorado eh tem uma outra categoria embaixo sendo explorada pelo proletário que são as mulheres nos trabalhos eh domésticos né O que que isso significa significa que a mulher começa a ser associada e a gente vai ver isso até hoje a cuidadora tenha filhos ou não ela é a cuidadora ela é cuidadora do marido do sogro do irmão ela vai fazer profissões com que são associadas a ao Cuidado então é a professora é a enfermeira
são sempre é o trabalho doméstico na casa de outras famílias né então começa esse esse trabalho de divisão e segue aí qu a ideia qual seria essa sociedade que se forma entre homem e mulher né o homem provê financeiramente a mulher provê os cuidados Claro está que nesse combinado esse combinado extremamente idealizado extremamente fantasiado nem sempre funcionou né ou Digamos que pouquíssimo funcionou porque as mulheres apareciam grávidas de homens que nunca sumiram esses homens morriam ganhavam pouco então a mulher nesse combinado ela no fundo no fundo ela sempre trabalhou para além da do trabalho de
cuidados domésticos né a mulher sempre eh fez outros trabalhos tentando compensar ou simplesmente sustentar na ausência de um de um outro provedor eh e até hoje a gente tem aí uma uma de fato que as mulheres sempre trabalharam né Sempre trabalharam mas esse trabalho era visto como uma espécie de arremedo uma uma Ai que pena né quer dizer uma lástima na verdade ela deveria por função ficar em casa mas porque então o marido perdeu o trabalho ela ela é viúva ela não casou mas solteira ela vai ter que fazer essa coisa que é uma espécie
de mal necessário tá a gente dá um um um um nessa época um pouco mais paraa frente século 171 para convencer as mulheres a se ocuparem integralmente das Crianças eu vou dar um salto aqui acontece um monte de coisa que eu não vou citar agora para convencer as mulheres a se abrirem mão da da da vida pessoal né da vida e mundana da vida pública e realmente se fecharem dentro do espaço doméstico começa a se criar Eu recomendo muito a leitura de um texto que tá aberto em PDF na internet que é o texto bem
clássico bem conhecido da Elizabeth Badan na qual ela vai mostrar eh O que foi necessário que tipo de ideologia a gente ainda não tá no maternalismo exatamente mas que tipo de ideologia foi necessária para convencer as mulheres a abrirem mão da vida delas para basicamente eh serem valorizadas como mães né Eh primeiro a gente vai ter eh para forçar a mulher a voltar para casa medidas mais drásticas e violentas Inclusive a federi vai falar que é no Renascimento que se queima a maioria das mulheres nas fogueiras então em pleno renascimento não no feudalismo você vai
ter o auge da queima das bruxas como uma tentativa de tirar a mulher da experiência comunal e levá-la para dentro de casa as mulheres que não aceitavam eram eram mortas e torturadas enfim mas nessa passagem que a que a Badan vai contar ela vai dizer um um dado muito muito chocante que é um período da na França na qual eu vou ler só um trechinho tá eh eu até cito isso no meu livro 1780 né século XV a gente tá a o tenente de polícia lenoir constata não sem amargura que das 20.000 21.000 crianças que
nascem anualmente em Paris apenas 1000 São amamentadas pela mãe então 21 nascem uma né 1.000 são amamentadas pela mãe outras 1000 privilegiadas São aumentadas por amas de leite residente Então você tem 21.000 1000 com a mãe outras 1000 com uma ama de leite que é residente que tá na casa dessa família todas as outras ou seja 19.000 deixam o seio materno para serem criadas no no domicílio mais ou menos distante de uma ama mercenária então a absoluta maioria das Crianças parisienses a gente tá aqui falando de Paris século XVII 1780 as crianças mal participavam e
aqui tem essa citação eh e do batizado delas mesmas então às vezes Tinha uma festa de batizado Cadê o bebê o bebê já tá com a alma mercenária não sei nas periferias de Paris eram mulheres também muito pobres que pegavam essas crianças para ganhar um dinheiro e cuidavam dessas crianças do jeito que dava cuidavam das delas cuidavam das vizinhas davam de mamá muitas crianças nunca voltavam morriam ou voltavam extremamente traumatizadas ou fisicamente prejudicadas porque não existia controle de natalidade e as crianças que que essas famílias queriam de fato ter com elas elas retinham e as
demais elas entregavam isso não era uma prática Assim vocês vejam 21 de 21.000 19.000 não era condenado era uma prática corriqueira tava tudo combinado essa era a maternidade daquela época essa era a maternidade daquela época né uma dessas cuidadoras chamava bienvenu eh ela teve um ano que ela perdeu 30 crianças que morreram sob os cuidados dela e o trágico que ela chamava benven que quer dizer bem-vinda né Eh então com isso a bandé o que que ela quer mostrar ela quer mostrar que é exatamente Neste período que se inventa a ideia de instinto materno é
aqui que começa a circular a ideia de que que a natureza feminina é diferente da natureza masculina e ela é uma natureza eh baseada no instinto materno vou beber uma água gente minutinho eh e ela vai provar bom que que é o instinto instinto é uma coisa que uma mesma espécie reproduz independentemente da época e do lugar né ser é algo que a gente brinca que vem de fábrica como uma resposta igual para espéci afeta um pouco a depender do ambiente afeta mas não significativamente então se existi Se existisse o instinto materno a gente não
poderia ter passado séculos Deixando as crianças morrerem como moscas sem que isso fosse um esc né então bandé com esse texto e eu super recomendo ela vai provar que não tem como a gente defender a ideia de instinto materno e mais do que isso ela vai mostrar exatamente por em que período histórico começa a circular essa ideia de instinto materno a ideia de instinto materno ela vai responder uma necessidade político econômica e social que era o fato de que a o estado não sabia o que fazer com as crianças que voltavam estupada que os del
entes as crianças a Horda de crianças que ficava solta ali nos orfanatos enfim não sabia o que fazer com os pivetes da época né então eles decidem que quem vai cuidar dessas crianças são as mães as mulheres e aí tem um detalhe interessante que é na mesma Essa época que começa uma verdadeira ó amamentação e uma campanha de amamentação e a gente tem uma autora muito interessante uma psicanalista Jan CJC que ela vai dizer bom é a mesma época que se cria a fão do Vampiro ele vai dizer bom esses que suga a vida do
outro essa ficção do Vampiro né essa esse personagem importantíssimo da literatura ele surge na mesma época em que as mulheres são praticamente obrigadas a leitar porque se não leit assem elas eram consideradas mulheres sem valor né então começa toda uma campanha do que que é mulher de valor né quem é a mulher que realmente merece respeito quem é boa mulher religiosamente esteticamente o que que são as mulheres valorizadas são aquelas que são acima de tudo mães até um tempo atrás isso não era uma verdade A maternidade não tinha esse lugar era constrangedor você elogiar um
filho em público isso que a gente faz o dia inteiro naquela época era de extremo Augusto então Eh vai começar a se construir uma nova ideia de Infância infância passa a ser um lugar no qual as crianças têm que ser protegidas da vida dos adultos e a mulher tem um papel Central aí se dedicando integralmente a aos afazeres domésticos e familiares no papel de mãe Então veja aí como começa a ideia de instinto materno tá ainda vigora você ainda ouve o tempo todo ah mas é porque a mulher tem um instinto você ouve isso na
boca de psicólogos se bobear você vai ouvir isso na boca de psicanalistas tá eh passado esse período a gente vai ter um outro momento muito importante que é a Revolução Industrial eh na qual os os índices de pobreza e as condições extremamente insalubres do trabalho levaram ao desesper milhares e centenas de milhares de mulheres que tinham que trabalhar nas fábricas trabalhar na avour trabalhar na casa de outras famílias e cuidar dos filhos ao mesmo tempo né porque claro ficou combinado que esse era o papel das mulheres então na ausência dos homens ou ou por viúvas
ou como eu disse né mães solteiras ou mulheres abandonadas ou maridos que não ganhavam o suficiente elas sempre trabalharam para tentar eh sobreviver então aí que começa na virada do 19 pro 20 com esse descalabro né dos cortiços eh insalubres e também da das condições das fábricas fábricas que chamaram chamadas de fábricas Infernais né Eh começa eu vou dar dei um novo salto agora né para falar dessa desse outro momento histórico começa uma ideia eh da filantropia e das outras mulheres mulheres brancas de classe média média alta que começam a se eh Se compadecer porque
era era um problema muito grave morriam muito né como ainda morrem em condições extremamente insalubres essas mulheres começam a fazer toda uma campanha eh pro bem-estar dessas mulheres mais pobres Então você imagina você tem uma as Mulheres Ricas elas não deveriam trabalhar se elas trabalhassem elas eram execrados eram sofriam preconceito porque o certo era molécul da da família Então na verdade eh a luta Maternal Isa em prol da Maternidade foi um jeito inclusive que essas mulheres encontraram para ter uma expressão social importante para participar da política porque em nome das Mães pobres elas iam a
em busca de de de de proteção do Estado né Eh tem estudos que mostram que o bem-estar social teria começado a ir né como uma tentativa de dar conta dessa população Então tem muito mérito nessa nesse primeiro movimento do maternalismo que busca implementar políticas públicas e também filantrópicas sensibilizar a sociedade para cuidar dessas mulheres que vivem numa situação de absoluta penúria né então de de boas intenções não vai faltar né a gente sabe o que qual que é a a expressão que a gente fala para onde que vão os bem intencionados às vezes né então
Eh na nessa nesse aspecto é é muito legal mas tem um caráter ideológico que logo lá naquela época 1920 algumas feministas já começam a denunciar porque elas falam assim bom tudo bem a gente precisa resolver a a vida dessas mulheres desde que a gente não reproduza a ideia de que a o cuidado com as próximas gerações é de responsabilidade delas e a gente vai vir ajudá-las ajudá-las lembra como essa palavra pode ficou pesada recentemente a fazer o que de fato é responsabilidade delas né então é que nem o marido que chega e falar a hoje
eu vou ajudar lavar louça não tenho nada a ver com isso né Eh porque eu tô te fazendo um favorzinho porque no fundo no fundo a louça a casa os filhos né tudo responsabilidade da mulher então ele vem dar uma força né então se a gente continua reproduzindo a ideia de cuidado de proteção com a infância como uma ideia na qual a gente só tá ali para ajudar a mulher a fazer o que é responsabilidade dela a gente eh acaba tem uma uma autora eh que eu não vou lembrar perdão não vou lembrar o nome
dela agora que ela faz é como se a gente tivesse instituído eh o machismo como política de estado Então queria deixar bem clara a diferença entre bom criar condições para que as mulheres se quiserem amamentem tenham creches licenças parentais eh mais igualitárias todo toda a condição oferecida para paraas mulheres pros homens pras famílias né crestes tudo que for necessário isso é in conteste necessário mas a forma como a gente pensa isso a gente pode acabar e a gente acaba de fato reproduzindo o pior né bom então Eh eu eu acho que ficou mais ou menos
claro que se trata o maternalismo né é uma ideologia que pensa que a mulher é acima de tudo mãe e que o estado e e a sociedade tem que vir ajudá-la a fazer aquilo que é a sua obrigação né então 19 pro 20 passagem do 19 pro 20 é exatamente o período eh da do nascedouro da psicanálise né exatamente o período do nascedouro da psicanálise então o o Freud tá colocado ali como todos estavam na época eh e pensando que e tentando provar Teoricamente e tentando interpretar Clínica e a a partir da ideia de que
uma mulher é acima de tudo uma mãe e as só uma parte porque agora eu vou entrar mais na questão psicanalítica né Eh as as feministas que denunciaram que o maternalismo era ideológico foram as anarc feministas feministas anarquistas as demais só estavam mais interessadas no sufrágio Universal né no voto feminino e apoiavam totalmente né A maternidade compulsória o aleitamento compulsório casamento as anarc feministas falavam de amor livre de aborto de uma pauta que levou 40 anos para voltar nos anos 1960 tá eh então o maternalismo ele ele parte dessa ideia e vai reproduzindo isso o
que que acontece com o Freud o Freud ele vai reproduzir isso ele vai dizer olha no Édipo feminino a boa solução do Édipo feminino se seria aquela na qual uma mulher se torna uma mãe essa é a saída tá você tem uma outra saída que a mulher se recusa né você vai ter uma inibição sexual a mulher se recusa a estabelecer uma relação e com a com a feminidade com um homem com a reprodução e aí você vai ter uma inibição e você vai ter a mulher que quer ser um homem que compete com o
homem você vai ter um traço perverso colocado aí a saída saudável seria aquela mulher que deseja ser mãe mesmo que ela não se torne mãe porque o que tá em jog pro Freud não é que ela vai ter que ser mãe que acontece com as que não se tornaram mas que ela é uma cuidadora ou que ela é Maternal E acima de tudo ela pode se tornar enfermeira ela pode se tornar ela vai ser uma cuidadora se ela tiver a sorte ela vai ser mãe de alguém né e o Freud não vai além vai dizer
se el tiver mais sorte vai ser um menino porque esse menino compensaria a falta narcísica de não ter um pênis a gente tá aí né no em outra época né a gente tá ali no comecinho do século XX a gente tá com o Freud profundamente atravessado pelo maternalismo profundamente atravessado por um discurso misógino isso não tira em nada o valor desse autor uma vez que ele cria um método que é tem como eh motor a autocrítica então frud era um cara que se tivesse hoje aqui entre nós estaria se autoc criticando revendo essas posições como
ele fez isso eh dezenas de vezes tem textos que tem mais nota de rodapé revendo o que ele escreveu quase do que o texto original então que é são os três ensaios por sinal né então frag é um autor que nunca se furtou a mostrar os andam da própria obra Então você encontrava ali as partes por onde ele tava vindo ele mostrava e se autoc corrigir Então eu acho que tem uma coisa datada que a gente só não pode reproduzir né Eh e nesse momento então o Freud vai vai definir o lugar da mulher na
sociedade uma mulher é acima de tudo uma mãe e eu até lembraria um texto que vai sair agora da Maira Marcondes eh na qual ela ela vai dizer que ah pro Freud ela lembra um trecho do Freud muito muito célebre mas ela leva até as últimas consequências a discussão no qual o Freud diz e que um casamento que dá certo aquele no qual a mulher se torna e praticamente a mãe do marido tá então a mulher ela é Mãe Mãe inclusive do marido como é que vai a Fin ironia da maa bom Como é que
vai resolver isso na vida sexual você transar com a mãe fica um pouco complicado mas a gente sabe que a conjugalidade apresenta esses problemas mesmo né então um homem que se faz de filho e uma mulher que se faz de Mãe do marido eh e como isso vai funcionando né então o Freud ele vai botar em questão que o desejo último de uma mulher é ser mãe e ao fazer isso ele também vai botar em questão a própria sexualidade feminina que ele vai dizer bom eh então uma mulher pode até prescindir do objeto amoroso que
é o homem em prol da do filho o filho fica E ele fala isso textualmente né Eh fica praticamente como substituto do objeto amoroso né Eh veja e eu o Freud dá ainda mais uma um tiro aí né nesse nesse lugar faz mais munição pra gente infelizmente ter que criticá-lo ou felizmente né porque é uma obra que depois de de mais 100 anos Vale presta para ser criticada Então não é pouca coisa e o Freud ainda vai fazer uma coisa que você que não existe na história eh da ciência até então que é acreditar que
existiria o orgasmo vaginal né e isso é importante porque eh a gente vai ver que tudo vai caminhando né a ideia do do orgasmo vaginal a ideia da Maternidade acima de tudo tudo vai caminhando para uma uma questão sobre Será que a mulher realmente tem prazer sexual Será que a Sexualidade da mulher tá na altura da sexualidade do homem o homem o homem precisa se a mulher se a esposa não quiser transar o homem precisa sair porque ele precisa vocês já ouviram ho vocês ouvem isso hoje né Vocês ouvem isso terrivelmente na internet ainda hoje
né os red Pill dizendo não mas a Sexualidade masculina é uma coisa que tem que acontecer senão não sei né agora a mulher não mulher não gosta tanto e se gosta tanto ela tem alguma perversão né esse é um discurso que que se reproduz dessa época também né que é muito diferente da sexualidade e pensada ali no século da mulher inclusive do século 167 tá então eh o o Freud vai tentar responder o problema de como a gente pode caminhar para uma sexualidade que tem como meta final a reprodução né embora ela começa comece eh
perversa polimorfa ela tem que ir caminhando para uma finalidade reprodutiva eh que seria o saudável né embora ele não condene a homossexualidade ele vai dizer que ali a coisa não deu muito certo el não não Condena o sujeito homossexual mas ele diz que aquilo não saiu como deveria eh mas ele vai caminhando como como pode ser que a gente caminho por uma sexualidade reprodutiva eh se a mulher para ter o prazer que o homem tem ela não precisa de penetração vaginal sendo que não existe reprodução sem penetração vaginal né então o Freud vai tentar resolver
um problema e teórico com uma forçada de barra anatômica eu super recomendo esse texto do Thomas laker tá é um texto que tá se tornando um clássico se é que já não se tornou chama inventando sexo corpo e gênero dos gregos a Freud e aí eh acaba com com o texto freudiano onde ele vai mostrando por ar mais B como o Freud Vai tentando fazer uma leitura uma interpretação da anatomia extremamente equivocada eh para responder problemas teóricos da psicanálise eh e eu gostaria só de citar um trechinho do início no qual ele fala assim que
ele tá falando da pesquisa dele né e ao ler os manuais das parteiras do século X então 1600 né em busca de material sobre a organização dos nascimentos acabei encontrando conselhos para mulheres que desejam engravidar as parteiras e os médicos acreditavam que o orgasmo feminino era uma das condições para uma concepção de sucesso e davam várias sugestões para que a mulher o atingisse o orgasmo era considerado uma rotina uma parte mais ou menos indispensável à concepção ele vai contando como isso surpreendo a questão do clitores ou clítores como a gente quiser chamar e a questão
do orgasmo feminino estava completamente colocada antes de Freud eh ninguém precisou descob descobrir o critores depois na verdade foi escondido para ser redescoberto mas já se falava dele eh já né no feudalismo já se falava dele no começo eh da modernidade eh o clitores e e e chegaram o orgasmo eram questões é óbvio que ninguém precisa de um orgasmo tirando o homem para para engravidar mas havendo essa crença a gente sabe que toda a Sexualidade feminina já estava muito mais avançada do que a gente tem hoje e o Freud ele ele produz esse ideário extremamente
eh misógino datado mas que ainda a gente vai ver repercussões desse pensamento bom eh herdeiros de Freud somos nós né Os Herdeiros de Freud Vocês ainda vão ouvir aí textos que vão falar da Inveja do pênis né o lacam vai dar um salto e vai falar bom não inveja é do pênis é do falo né de um certo lugar inclusive na sociedade de uma certa posição eh o falo pode estar colocado em qualquer um de nós em qualquer objeto e e que e ele vai diz dizer que o pênis pode ser uma forma uma Encarnação
eh do falo mas o bebê também né então ele ele consegue descolar um tanto embora existe o próprio polêmica de usar a palavra falo que remete a pênis e tem aí uma discussão importante da da Lea Silveira sobre isso né Deixa eu ver controlar meu tempo aqui bom Eh aí a gente vai para um outro autor muito importante que Nós também amamos muito e a gente quando a gente ama a gente pode até falar mal né Porque é importante quem der a gente escreve esse co coisas que no futuro alguém se desse ao trabalho né
mais de 100 anos de discutir e é o caso também não não tem 100 anos mas do texto do wincor wincor ele é um um autor maior né também como Lacan com melan Klein e que vai discutir eh o que ele entende pro maternidade e o wicor Infelizmente foi um dos araos do do maternalismo né Por quê Porque o inicot sempre foi pediatra foi psiquiatra foi foi pediatra e psicanalista a vida inteira então ele tinha uma dupla clínica que raros psicanalistas tiveram ou terão ele atendia mães e seus bebês que nos anos 40 50 60
basicamente era o que tinha quem que levava e até hoje quem que leva no pediatra um bebê senão a sua mãe né geralmente a genitora que o pariu então Eh e mães que não necessariamente tem sintomas que estão levando para um psicanalista mas estão levando para pediatra então ele teve uma clínica muito privilegiada da observação da interação mãe e Bebê da observação das Mães das puérperas das Gestantes Veja a clínica dele era muito diferente e a gente tem também ali toda a escuta sensibilidade talento criatividade do wicor na na escuta com psicanalista as coisas que
andavam juntas né e o inicot ele cria um texto muito problemático e mais ou menos mas assim paradoxal porque é um texto maravilhoso que eu super recomendo que vocês devem conhecer quem é da área que é a preocupação materna primária né copo para mim não dá viu gente porque vai de Jarra aqui porque é muita água é vai me dando agonia que o copo vai acabando Então já trago um né Na preocupação materna primária o inicot ele vai ué deixa eu ver se tá certo tá marcado aqui certo oot ele vai ele vai postular um
período da da nossa existência fundamental ele tá conversando com a com a Ana frud Ana frud tá dizendo que as já naquela época em 59 ele já tá de 1959 ele tá ele a na Freud tá falando olha gente não dá para imputar tudo a mãe né mesmo uma mãe dedicada a vida é cheia de privações e um uma criança sofre independentemente da Dedicação materna el tá falando a gente tá carregando muito nas tintas da da neurose associada às falhas maternas né e o inic fala eu concordo mas eu gostaria de dizer então o que
que é o papel da mãe aí e aí ele vai falar da preocupação materna primária então primeira questão do texto do inic que é um texto muito pequeno primoroso e que eu não achei aqui que eu mexo tanto Ah tá aqui anoto tanta coisa que acaba se confundindo as páginas né a preocupação materna primara de 1956 tá E e o un fal assim olha mas a gente tem que prestar atenção numa coisa assim e eh tem alguma coisa que acontece quando um bebê nasce que é muito importante a gente observar que ele não tem condição
ele não tem um um eu instituído suficiente para aguentar certas privações a experiência dele é de laceração de né ele precisa ser atendido de um jeito muito diferente da criança maior porque ele observava os bebês lá ele precisa de um adulto profundamente identificado com as necessidades dele eh profundamente dedicado a ele né Ahã sensibilizado mesmo né claro um bebê recém-nascido um bebezinho eh vai precisando dessa Ultra adaptação às necessidades hipersensibilidade hiper identificação Até que a com o tempo ele vai havendo uma desadaptação e ele vai conseguindo eh né lidar melhor com as faltas com as
com as privações Enfim então bom o incot tá falando uma coisa maravilhosa né ele tá falando bom esses primórdios e é interessante que o winicott é um dos poucos autores que o lacam respeita se dá os nomes né às vezes ele nem se dava o trabalho de dar o nome do autor com quem ele tava dialogando eh e ele vai ele vai descrever o que que um bebê precisa no Nascimento é lindo maravilhoso outra coisa que o winicott fala precioso nesse texto é que ele vai dizer eh o que que se passa isso é bem
claro em várias passagens Eu aponto bastante isso no livro ele vai dizendo o que se passa com quem gestou e pariu E aí também é um Primor ele vai dizer Olha acontece alguma uma coisa na gestação e no parto de que a a pessoa que passa por essa experiência fica um pouco louca né vai vai usar esquizoparanoide de de forma que a pessoa tem que ter saúde mental suficiente até para voltar da loucura que é ter gestado e parido né Aí ele tá ele tá descrevendo um outro fenômeno maravilhoso que é a experiência Perinatal experiência
de atravessamento do corpo com uma gestação com o parto qual o problema básico onde aparece o maternalismo no texto Unic cortiano ele pega o parto né que gestou e pariu e ele pega o nascimento e ele faz uma certa relação de causa e efeito Então veja ele descreve dois fenômenos lindos super bem descritos mas ele erra ao dizer que o bebê recém-nascido precisa que o cuidado seja feito por essa pessoa que tá louca porque gestou e pariu que essa seria o padrão do cuidado e que todos os outros são uma quase uma tentativa de chegar
lá só que não e que para esta pessoa conseguir fazer esse essa hipers sensibilização e essa hiper dedicação enfim na verdade ela tá sempre se referindo a gestação e o parto então praticamente ela teria que ser genitora né Eh e também ela tem que ter uma identificação com a sua feminilidade não pode cair nos dois outros casos de inibição nem de de perversão ela tem que estar ah colocando né a feminilidade entendida como maternidade acima de tudo E aí a partir daí com sensibilidade ela conseguiria criar o ambiente que o bebê necessita isso é bem
ideológico porque a gente vai ter inúmeros casos Nos quais casos da literatura mas casos né que a gente encontra na clínica e outros mais facinhos de de identificar Nos quais quem nasceu foi cuidado pelos avôs pelos avó pela mãe adotante Eh por outras figuras que não gestaram e pariram casos de de bebês que foram paridos por homens trans que não tem nenhuma identificação com a feminilidade e foram muito bem cuidados sim homens trans que pariram e que viveram a preocupação materna primária esse esse esse enlouquecimento né próprio da da experiência traumática da gestação e não
tem identificação nenhuma com o feminino muito pelo contrário né mal pariram já estão tomando eh testosterona Então o que o inic consegue visualizar por conta também de ter uma clínica muito enviesada é que ele tem ele tá descrevendo dois fenômenos maravilhosamente bem mas ele cria uma relação de causa efeito que cria o padrão que eu chamo no livro de padrão Ouro da Maternidade que é a genitora né Eh e que também aí eu faço uma uma uma intervenção onde eu vou dizer a genitora Branca rica casada se gênero heterossexual tudo isso tá colocado ali com
o padrão ouro tudo que vem depois é mãe mas é mãe a remedo é mãe de segunda classe aquela é a mãe solo é a mãe negra periférica mãe pobre enfim as outras mãe mãe transexual a mãe lesbica seriam figuras eh decaído que isso não apareça aqui nesse texto explicitamente isso aqui tá implícito no texto Então acho que é um texto que a gente precisa retornar a ele de forma que a gente possa aproveitar o melhor do wincor eh para para se livrar do maternalismo dentro do texto freudiano winnicottiano lacaniano tá E aí a gente
vai usar aqui né lembra que eu falei usar o o Freud contra o Freud em favor do Freud a gente vai usar o winicott contra o inicot a favor do inicot porque ele tem num outro lugar aqui gente eu tô aqui conversando com vocês mas eu tô com duas assistentes maravilhosas Emília e a Iara e Emília vai me dizer se a gente tem bateria para continuar você vai ter que fazer um Break não vai precisar por causa do calor que o calor esquenta tudo até as baterias mas eu vou ler e vejam então o tá
falando que no fundo no fundo mãe é tudo e genitor então é o top da balada e os outros não vão conseguir fazer o que ela precisa Coitadinho desse bebê mais ou menos é isso né mas veja que lindo esse livro do inicot que chama os bebês e suas mães muitas não psicanalistas muitas mulheres leem isso daqui eh é um clássico do inicot e tem na página 4ro ele fala assim prestem bastante atenção sugiro como vocês sabem e Suponho que todos concordem que comummente a mãe entra numa fase uma fase da qual ela comumente se
recupera nas semanas e meses que se seguem ao nascimento do bebê tá para ele é sempre a questão eh do Nascimento né lá nos primórdios e na qual em grande parte ela é o bebê e o bebê é ela é isso que é preocupação materna primária essa quase confusão com outro uma identificação tão forte é uma uma hipersensibilidade tão forte uma coisa um pouco enlouquecida e esquis Paranoid Então ela tá confundida ela não sabe o que que é o bebê o que é ela tá e não há nada de Místico nisso tá não é nada
de Místico não é biológico inclusive ali ele vai dizer não é biológico tá a afinal de contas Então agora ele vai justificar Por que que acontece isso não é biológico não é místico afinal de contas ela também já foi um bebê e traz com ela as lembranças de ter lucido lembranças conscientes inconscientes né marcas minicas tem igualmente recordações de que alguém cuidou dela e essas lembranças tanto podem ajudá-la quanto atrapalhá-la em sua própria experiência como mãe tudo bem maravilhoso né quer dizer então a mãe marcada pelo fato de ter sido um bebê e cuidada de
um jeito x ou Y traz lembranças mas também traz fantasias traz memórias inconscientes e que lindo né só que veja bem afinal de contas ela também foi um bebê vocês conhecem alguém que não foi um bebê porque se é isso que tá em jogo aqui se é o fato de ter sido um bebê cuidado por alguém que nos permite cuidar de um bebê ou não Ou talvez não nos permite liita talvez tenha sido uma experiência terrível talvez a gente não queira queira fazer outra coisa da vida mas que se é isso que nos permite H
Rigor Todo mundo que já foi bebê como diz o o poeta né Eh poderia cuidar de um bebê neste nível de Cuidado então Win cots acaba dando pra gente a chave do que é o cuidado alçado à categoria de cuidado materno esse cuidado excepcional que a gente acha que só uma genitora pode fazer porque ela é o padrão ouro não qualquer genitora branca gênero hetrosexual de classe média alta casada enfim eh e aí ele ele mostra que ele tá tateando aqui e ele encontra alguma coisa são as experiências de cuidados que recebemos e que aprendemos
a exercer no laço social que vão ser reatualizado no Cuidado com o bebê é claro que as mulheres sa na vantagem Cultural de que elas foram eh ensinadas a cuidar do irmãozinho da da boneca da própria mãe e os meninos foram ensinados a cuidar eh de si mesmos e serem cuidados e muitas vezes nem de si mesmo porque sempre vem uma mulher para cuidar Então se trata de uma transmissão cultural do Cuidado mas a base que ele tá dizendo a experiência como bebê Hum então o chão de fábrica aqui é igual para todos independentemente do
gênero e resta a cultura transmitir para homens e mulheres e para homens e mulheres trans não binários e o que vocês quiserem em termos de gênero a a tecnologia vamos dizer a técnica do Cuidado assim como tem uma técnica do aleitamento mas uma técnica do cuidado e a lugares de reconhecimento nos nos quais as pessoas de diferentes gêneros sintam e percebam que o cuidado não fere quem elas são porque se você acha que sendo homem cuidar de um bebê te desvirilizado de usar duas figuras por públicas Pops né que é o Rodrigo Hilbert que é
um homem bonito casado heterossexual casado enfim com três filhos e ele sempre aparece cuidando tricotando cozinhando você tem Lázaro Ramos são são figuras masculinas que positivam o cuidado com a prol não como uma coisa de caráter eh feminina mas de caráter Universal né Então aí a gente começa sair dar um passo eh longe do do maternalismo e pensa que as condições de cuidado não são dadas pelo gênero tá Tô só dando uma controlada aqui no nosso tempo tenho mais 10 minutinhos eh e eu queria mostrar por exemplo como isso a gente vê isso aqui na
na antropologia né Margaret mid em sexo e temperamento ela vai vai discutir eh a várias culturas e uma das culturas que ela discute que se tornou extremamente célebre é da tribo arepe e o que ela percebe nesse grupo é que ah quando nasce um bebê o pai e a mãe do bebê se encerram ali na o que seria a oca deles né na casa deles eles são sustentados suportados pelos pelos outros eh participantes da Aldeia eh mas as tarefas do homem e da mulher são idênticas durante o parto o homem passa mal eh o homem
tem que cuidar para que o bebê sobreviva dentro do corpo da mulher tendo relações sexuais porque se acredita que o esperma alimenta o bebê em útero e ele vai ter as mesmas privações e exatamente a mesma dedicação que a mãe e quando ela vai descrever isso daqui ela vai dizer o seguinte veja eh um paies ele cuida como uma mãe mas ela não se furta de usar cuidados maternais ela não consegue dizer que esses são cuidados paternais Porque mesmo pra Margaret mid cuidado Maternal é um tipo de cuidado que só acontece a partir de um
certo lugar de gênero ela não ela tá observando um fenômeno que é diferente da nossa cultura Mas ela tem que chamar de maternal como é na nossa cultura provando que a gente acabou colocando sobre o guarda-chuva materno uma certa forma de cuidado sendo que de fato a depender da época do lugar sobre esse guarda-chuva podem existir muitas outras formas de cuidado e a gente foi reduzindo essa experiência a uma experiência das mulheres agora vamos pensar eh a partir dos anos 1960 a as mulheres que sempre trabalharam continuam trabalhando também só que acontece uma novidade as
mulheres querem ter carreira Elas não querem mais trabalhar escondidinha pegar o dinheiro e fingir que não ganhou não tem mais começam a não ter vergonha de ganhar mais que o marido começam a querer ocupar todos os postos de trabalho e o trabalho que sempre existiu Deixa de ser invisibilizado e se torna positivado trabalho no espaço público né com isso a gente vai chegando num ponto no qual fica impossível pra mulher hoje manter o discurso mat internalista que entende que ela é a verdadeira capaz o padrão ouro do cuidado e a verdadeira responsável por instinto por
por questões eh subjetivas psíquicas por conta do feminino da feminilidade ou o que que que a gente qu queira colocar aí de justificativa porque elas estão totalmente no espaço público e os homens não fizeram a contrapartida de entrar no espaço doméstico Então a gente vai chegando num ponto de colapso só que na clínica esse colapso ainda aparece eu acho que essa é uma chave Clínica super importante no discurso das mulheres que dizem o seguinte Olha a minha avó conseguiu a minha mãe conseguiu como é que eu não consigo preciso tomar um remédio tô deprimido mas
eu tenho que tomar um remédio para conseguir essa é um forma de discurso ela tá tão identificada com o maternalismo com o modelo Maternal que ela tenta reproduzir até exau até o Burnout e E com isso o sintoma ela vai falando eu quero dar um truque nesse sintoma porque eu não quero abrir mão da onipotência de tentar fazer tudo ao mesmo tempo agora então seria um primeiro uma primeira posição Então ela ela se queixa Mas ela não se queixa da condição na qual ela tá ela se queixa dela mesmo como alguém que não é capaz
de corresponder ao que é impossível Então a primeira coisa colocada aí como uma uma ideia da castração da dificuldade de lidar com a castração a segunda não é muito diferente mas tem um uma nuance que é assim quando ela se queixa eu ah chego em casa eu trabalho sou cou da empresa mas ainda tenho que botar o o o filho para dormir aí eu me separei eu tenho que mandar o lanche na escola o marido não comparece bá bá bá ela também tá se exibindo Veja isso é um manejo Clínico disso é delicado porque ela
ainda não reconhece que ela tá se exibindo Então ela tá sofrendo adoecendo passando mal de fato mas ela não consegue abrir mão eh de um certo lugar histórico né no qual ela é valorizada como Aquela que se mata a mãe é aquela que se mata em prol da da PR né e faz parte do manejo clínico é uma coisa que o Freud coloca desde o dia um que é bom qual a tua parte naquilo que você se queixa né O que que que gozo secundário né que que vantagem que você leva nisso tudo que tem
n em toda essa desvantagem que não uma figura da mãe uma figura maior né Lembrando que no espaço público mesmo quando as mulheres estão numa posição de destaque elas não prezam do mesmo reconhecimento e valor que do que elas prezam quando elas chegam em casa e conseguem fazer coisas que às vezes os homens simplesmente não querem mas também nem sabem fazer porque não se atreveram a fazer então né a mulher chega em casa e ela só ela sabe botar a criança para dormir por exemplo só ela dá consegue alimentar Então tem um lugar ali muito
marcado né e historicamente de muita valorização então eh O Manifesto antim Maternal ele traz essa questão histórica mas ele traz essa questão histórica para dentro da lógica da psicanálise naquilo que a psicanálise reproduz desse ideário tentando pensar que a gente tem que encontrar saídas mas eu gostaria só de fazer uma última fala que é o seguinte eh essas saídas não podem ser pensadas no espaço privado né então a gente vai começar a com esse discurso aqui transformar a cabeça dos homens para que eles compareçam e vamos dividir a tarefa fif f porque tem muitos homens
que dividem 50% da tarefa mas enquanto a responsabilidade estiver na da mulher ela que tá fazendo exatamente a mesma coisa que o homem só que não porque ela tá pensando o homem é aquele que obedece o que o sargento mandou fazer mas ele não se ocupa da responsabilidade então Eh quando a gente pensa que se trata só do mundo privado de um homem que vai começar a comparecer e dividir igual a gente tá chafurdando na ideologia neoliberal Então vamos dizer e a a prol né Ela é responsabilidade dos casais e das famílias e a gente
não tem nada a ver com isso se vira né para vocês cuidarem disso Isso é puro suco de de Capitalismo neoliberal porque ele não não entende não reconhece que as próximas gerações são responsabilidade e necessidade da geração que antecede senão a gente entra no déficit demográfico que quebra os países que quebra as economias né só não quebra as economias quando chegam os imigrantes para tapar esse buraco mas a gente sabe também como isso é precário e terrível e toda a violência em jogo nessa negação de que a gente precisa da força de trabalho que entra
né então Eh o que que tá em jogo nessa negação colocar no privado algo que é assunto de caráter público e social geral então a mudança de mentalidade não é uma mudança só de vamos ajudá-los a fazerem o que é responsabilidade deles mas vamos pensar coletivamente eh uma inversão que eu até fiz no meu artigo da folha dessa semana que é eu cansei de ouvir aquela expressão precisa de uma uma aldeia para cuidar um provérbio africano né Precisa de uma aldeia para cuidar de uma criança concordo plenamente estamos muito longe deste provérbio que é comum
nesses países porque se pensa coletivamente a infância eu diria eh que nós precisamos de muitas crianças para cuidar de uma aldeia Porque sem o nascimento da próxima geração a gente não tem sociedade né então não é uma Eu uso esse exemplo para dizer que isso não é um assunto privado Esse é um assunto de todos nós e enquanto for tratado como privado nós vamos ver homens e mulheres se recusando a ter descendência o que estão totalmente no direito deles não tô fazendo nenhuma campanha tenha filhos de jeito nenhum cada um que que Assuma a sua
posição Mas é bom a gente saber eh aonde nos leva o maternalismo e a que colapso ele vai nos levando e o que que a gente precisa começar a rever no nosso discurso enquanto psicanalistas e na clínica escutando os sujeitos então agora depois dessa longa fala que eu espero que vocês tenham aproveitado um tanto porque é claro que não deu desenvolver tudo que caberia num livro obviamente eu chamo o Ferdinando aí para para continuar a segunda parte do nosso encontro Muito obrigado professora Vera parabéns parabéns mesmo pela fala parabéns pela apresentação do Livro Manifesto antim
maternalatividades formulário é para fazer um sorteio para vocês para todo mundo que estiver presente aqui na live só para quem estiver presente na Live Então você vai preencher esse formulário e assim que você precher esse formulário você vai entrar lá numa plataforma que vai fazer o sorteio no final da Live assim que terminar as perguntas que a professora Vera vai responder Daqui uns 20 minutos mais ou menos eu volto para dizer quem ganhou o sorteio e o outro sorteio o outro livro que vai ser sorteado será pro pessoal que faz parte da da da comunidade
espc e da família esp que são os grupos de WhatsApp que pertencem ao grupo esp então esses dois Eh esses dois livros que são autografados um para quem está aqui presente na Live e que vai responder o formulrio que tá aí na tela né para no final eu volto e chamo essa pessoa se ela falar presente aqui vai receber o livro em casa e outro pro pessoal que é da comunidade esp Cash e da família esp que são os grupos de WhatsApp tudo bem Então agora vocês ficam aí com as perguntas da professora Lembrando que
no final da Live para quem não ganhou o livro autografado se receberá também um cupom de desconto eh exclusivo pro pessoal que faz parte dessa Live e dos grupos do espc e da família esp tá bom obrigado professora daqui a pouco eu volto Vamos com a primeira pergunta então da lija Ah não do Paulo a senhora já atendeu mulheres que se queixam da Maternidade por ser algo caro financeiramente alegando que poderiam estar viajando ou estudando olha Paulo a gente já viu todo tipo de queixa mas sim de fato eh a gente sabe que pro Freud
o dinheiro é libido né então o que é caro pode não ser caro para uma pessoa é super caro para outra e assim sucessivamente uma vez que a gente se identifica com alguma coisa deseja alguma coisa ela fica barata né Eh então se queixar de que tá se privando de coisas por conta dos filhos eh também fala de um investimento libidinal e e sim de fato a gente vai de aer aí né porque você vai falar de mulheres que se queixam de não conseguir sobreviver por conta dos filhos passam fores todos juntos né e de
mulheres que se privam de uma vida pessoal né de coisas para si que pode ser viagem mas também pode ser euo acho que a maior queixa de fato é o tempo o tempo para si que vai se traduzir em viagens que vai se traduzir em outras atividades né mas o tempo o dinheiro e a libido estão ligados estão ligados como as privações e da Maternidade que a maternidade exige das mulheres e que não necessariamente exige dos homens AIC D ância significativo do papel da função materna como o conceito da mãe suficientemente boa uhum Como poderíamos
pensar esse conceito A partir dessa revisa de valor tão necessária é ótimo Lígia porque materno aí não é mãe né A princípio se usa a expressão função materna e função paterna porque elas são representativas de uma certa época na qual homens e mulheres como pais e mães cumpriam ali algo que se assemelhava que que a gente chama de função materna e paterna o Lacan já vai dizer olha é função é função matemática Não importa se tem um homem encarnado ali ou uma mulher algo tem que acontecer que a gente tá chamando de materno e paterno
para sair desse enrosco ou seja dessa generificação da função porque função matemática quer dizer um elemento tá relacionado tá em função do outro pode ser um pai uma mãe um avô uma pessoa não binária não sabemos Mas ela tem que exercer uma função para esse outro tá E então o lacão vai dizer olha é função materna não quer dizer que tem uma mãe ali eu tenho um pai ali a gente tem que desim maginar isar isso daí e para sair disso a tem gente que vai usar função desejante função da lei vão usar outros outras
expressões para escapar eu uso funções eh constituintes da subjetividade no meu livro explico porquê Porque você vê fica esse ru ido né ai mas essa criança ela ela não tem pai como fica a função paterna não tem nada a ver não tem nada a ver mesmo porque função paterna e materna são dialéticas e cada sujeito que cuida da criança tem que poder exercer Essas funções porque não dá para espera o seu pai chegar para entrar a lei aqui nessa relação e que incestuosa não existe isso né Então as funções a gente tem que eh deixar
cair um pouco os termos materno e paterno cair cair de velho sabe e uma hora eles vão acabar íos mas antes disso lembrem função materna não diz respeito necessariamente à mãe e nem ao pai é quem exerce tá a George pergunta Vera mas como ficaria as categorias lacanianas de função materna e paterna bom acho que a gente tá falando da mesma pergunta o Lacan foi o que deu o melhor tiro nessa história porque ele vai falar olha materno não é a mãezinha tá e paterno não é o paizinho existe alguém que está lá numa relação
íntima sufici gente para Lidi binar e erotizar um corpo e existe e e isso é erótico necessário esse banho de linguagem esse esse corpo a corpo mesmo e essa relação narcísica que é quase uma Reintegração do outro dentro de mim ele é uma parte de mim que eu quero recolocar Tá mas tem que ter nesse sujeito que faz isso não importa quem seja também o que se chama função paterna na qual ele diz eu não posso reintegrar ele é outro não vou engolir de volta né são e tem veja como as expressões são maternas em
uma certa medida e como elas estão datadas e tem que ser repensadas Mas se vocês pensarem Lia eu não lembro o nome da outra pessoa essas dois colegas Jor Jorge jorgia jorgia liia e todos que estão ouvindo se vocês pensarem tirarem essa imaginara de materna e paterna e pensarem na função vai abrir a cabeça de vocês loucamente No melhor sentido do loucamente vai ampliar a Escuta vocês vão sair de daquela no romancinho familiar neurótico que ai Será que essa mãe veio o pai ai só a mãe traz na escola o pai não traz ou só
o pai traz a mãe não traz ai um casal homossexual esquece gente as funções têm que ser exercidas estudem as funções a gente nem no livro eu entro nelas Eu nem consegui entrar aqui que seria um outro Capítulo mas estudem as funções vocês vão ver que se vocês degener ficarem vocês vão encontrar elas sendo exercidas por cada sujeito tá eh Ana Souza Boa noite professora Vera eh você é a primeira a escrever sobre [Música] antimatéria e e Jorge séo que tenho certeza que tem um monte de gente que tá pensando como é que fica fação
materna e paterna degener ficada entendeu então é isso que eu tento mostrar no livro gente isso aí Vai facilitar muito a vida porque vocês vão ter uma clínica moderna atual onde chegam dois homens duas mulheres um trisal só uma mãe um avô uma avó né e eu vou mostrando como é que isso eh como a gente vai encontrar no texto do Freud do Lacan eh eh que isso tá colocado lá mas eles não sustentam até o final porque a clínica deles era toda enada era era papai mamãe filhinho mesmo entendeu então enfim eh Ana Elisa
Maia pergunta como você identifica o maternalismo nos casos de divórcio com filhos bom maternalismo fica muito Evidente porque a gente na na maioria dos casos sobra pra mãe né ah hoje com a guarda compartilhada a guarda compartilhada ela foi muito rejeitada pelas mulheres elas falar como assim vou deixar meu filho metade do tempo do pai que não sabe trocar uma fraula não sabe fazer nada ela começa realmente a funcionar quando eh tem toda uma leva de homens que começam aprender a cuidar dos filhos e também porque os homens não queriam pagar pensões né gente não
você ser ingênuo com a guarda compartilhada acaba as pensões né Eh e com a guarda compartilhada você começa a perceber claramente a diferença porque Embora esteja compartilhada vamos supor que seja compartilhada 50 50% a ainda assim muito frequentemente a carga mental ou seja toda o que tem que ser feito toda a logística tá na cabeça da mulher e não do homem né então esse desequilíbrio tanto e outras questões né no divórcio o homem que se divorcia dos filhos desaparece vai fazer uma outra família com outros filhos com El confunde ali né como se os filhos
fossem da mãe e aí quando se divorcia da mulher desaparece é mais comum é mais comum porque aquilo é da mãe ele vai ter outra mulher que os outros filhos também vão ser da outra da outra mulher então não tem um comprometimento Total com com a PR J pergunta Vera Como se dá o manejo na clínica com mães que ainda carregam estas marcas e obrigações sobre a maternagem bom o manejo na clínica é sempre igual você escuta o sujeito não dá palpite não dá opinião não dá conselho porque você tem que escutar o sujeito para
tentar entender aonde que aquele fenômeno recai sobre ele né porque não tem a mãe o pai e a mulher você tem um sujeito e eu vou dar um exemplo que eu acho que que para afastar um pouco né na pandemia todos sofremos a pandemia né só que não sofremos iguais cada um psico tizou o outro acabou o pânico porque não tinha mais que sair na rua o outro criou uma um curso novo o outro ficou deprimido o outro saiu da depressão porque para psicanálise é muito cara a ideia de que um fenômeno né social é
um acontecimento 10 mulheres que foram atacadas sexualmente 10 famílias que perderam uma pessoa por suicídio ainda assim cada pessoa em cada família cada sujeito responde de um jeito único e essa resposta tá ligada à constituição subjetiva única singular daquela pessoa ali nos primórdios da história dela e tudo que veio depois então a gente continua fazero no nosso trabalhinho a gente ouve como ela lida com o fenômeno que pode ser o racismo que pode ser o maternalismo pode ser o que for para tentar entender Qual é a parte dela naquilo do qual ela se queixa sempre
a gente vai trabalhar com isso sem dar conselho sem dar palpite sem consolo nosso trabalho é muito assertivo a última Ah mas eu complementaria só uma coisa a lição de casa é a gente ver em que ponto que a nossa escuta luta tá fechada pelo maternalismo pelo racismo pelo classismo e essa é a lição de casa da supervisão do estudo da nossa análise pessoal né a última pergunta então da Leandra Boa noite professora você já atendeu casos de mães adolescentes fico pensando como elas se localizaram a partir desse posiciono frente ao Édi perfeito olha Leandra
eh a gente também não pode dizer que mãe adolescente seja uma categoria tá então foi Esso o tempo que você fala mãe adolescente é um problema não é bem assim porque por exemplo em classes sociais mais baixas nas quais eh também se deseja casar e ter filhos como em geral as pessoas pensam que que é o ideal eh um pensamento hegemônico né nas classes mais baixas não tem ninguém tá esperando fazer faculdade doutorado viajar pro posterior e fazer um monte de coisa antes de ter filho a pessoa acabou quando acabou o colegial já é uma
um feito enorme e aí já parte para para ter filhos e provavelmente rece uma pessoa adolescente e a família recebe com com alegria então tem muitos casos né Eh agora adolescência por outro lado né paradoxo é que a adolescência eh principalmente quanto mais protegida ela é Ela é um momento e de muita de muita impulsividade de muita coisa para provar de muita sensação de que o mundo vai acabar amanhã de exageros afetivos Então você junta isso com a maternidade e com as novas responsabilidades então a gente sente sempre Fica de olho nos adolescentes para tentar
ajudá-los a atravessar essas duas coisas né adolescência e a parentalidade da melhor maneira possível a gente põe tudo isso na conta Esquece tudo isso e escuta aquela pessoa única que chega lá para nós como se nada houvesse acho que é isso F voltar gente tá aguardando Ferdinando voltar agradeço muitas perguntas e vamos lá beleza agradeço Parabéns aí os sorteado Espero que gostem do texto e tô aqui à disposição quiserem mandar mais perguntas depois pelo e-mail tô disponível também muito obrigado então professora Vera Agora vou deixar você descansar depois dessa excelente aula Muito obrigado pela sua
generosidade e vou falar um pouquinho sobre o cupom de desconto Então tá Ok muito obrigado boa noite obrigada gente bom gente então agora esse é o cupom de desconto né só para informar para vocês então vocês têm 20% de desconto né pelo entrando no site lá da companhiadasletras né pcom.br do Manifesto antim matern lista vocês têm 20% de desconto usando esse código aí esp2 esse cupom vale até dia 30 de setembro de 20223 Tá OK muito obrigado a todos boa noite bom descanso a todos mais uma vez Muito obrigado professora vela pela sua generosidade até
uma próxima gente tchau tchau
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