Nessa escola em Sjöbo, no sul da Suécia, o dia começa assim: os alunos têm que entregar os celulares logo na entrada. Aqui, a maioria já tem smartphone já na quarta série. Por isso, a professora os recolhe todas as manhãs.
A primeira aula é de matemática. E, hoje, a professora tem uma surpresa. Esses são os primeiros livros impressos que as crianças recebem depois de quase quatro anos na escola.
Até agora, aprenderam matemática praticamente apenas com laptops. Não demora muito para que eles comecem a notar diferenças. Folhear páginas reais novamente.
Na Suécia, muitas salas de aula estão, lentamente, tomando esse rumo inverso. Durante anos, mesmo os alunos do ensino fundamental foram ensinados quase exclusivamente de forma digital. Há apenas 5 anos, o Ministério da Educação emitiu diretrizes nacionais recomendando mais ferramentas didáticas digitais, como laptops ou aplicativos, em vez de livros.
A professora da aula seguinte é Jeanette Wilberg. Ela também percebeu os efeitos negativos das aulas puramente digitais. Na Suécia, existem escolas estaduais e diversas escolas particulares.
E a política educacional do país não é centralizada. Isso significa que escolas e professores não têm de seguir uma abordagem uniforme de digitalização. O governo atual quer mudar isso.
O primeiro-ministro conservador, Ulf Kristersson, convidou os vencedores de um concurso de leitura para uma pequena celebração. Ele diz que principalmente os alunos do ensino fundamental deveriam ler mais. E a ministra da Educação, Lotta Edholm, concorda.
Só este ano, o governo está disponibilizando 60 milhões de euros para a compra de livros. Se o governo da Suécia conseguir o que deseja, os professores receberão, em breve, novas orientações. A ministra quer evitar que os jovens fiquem grudados às telas ainda muito jovens.
Na escola em Sjöbo, agora é aula de geografia. As crianças pegam seus laptops para explorar a Suécia: saber onde estão as cidades e regiões do país e marcá-las na tela. Quando usar ou não meios digitais na escola?
O governo sueco salienta o papel dos professores nessa escolha. Eles precisam utilizar as novas ferramentas corretamente. E, instintivamente, um dos alunos já percebeu a vantagem dessa combinação.
A tela do computador travou, e ele logo busca o exercício no livro.