COMO LIDAR COM CONFLITOS FAMILIARES? | MARIA HOMEM

conflitos familiares família é ao mesmo tempo lugar de máxima idealização como a gente tem trabalhado aqui muitas vezes no nosso canal em várias redes e ao mesmo tempo é conflito é eu diria assim o segundo nome de família é conflito por qu um é proximidade é intimidade é viver junto e vive junto e tá pertinho lembra o dilema do porco espinho toda vez a gente também volta Nesse paradoxo schopenhauer né eu tô próximo de você o suficiente pra gente se espetar mas eu não posso ficar longe de você o suficiente pra gente morrer de frio

Esse é o dilema do porco espinho da vaca do cachorro do humano do sapes Ou seja a gente vai o tempo todo numa profunda equilibração ah eu tô com uma saudade de você eu quero ficar grudadinho vem cá fica comigo quero colar em você quero né preciso encostar em você ler o jornal ler o livro ver o filme ver a série grudado comer Nossa me irrita me irrita não aguento mais ai só de pensar que tal tal pessoa tá lá tal figura tá lá Preciso dar um tempo preciso de férias melhor coisa pro casamento é

morar em casas separadas é viajar fazer um trabalho em outra cidade poder ir e ver né poder se separar poder retornar essa dialética esse onof né pluga des pluga olha só Aí a gente vamos aprofundando aqui por qu né Por quê Porque viver com o outro sempre é difícil nunca nunca é óbvio gente A verdade é que rarim é algo é algo que flui que vai E mesmo quando você tem a sorte de encontrar esse fluir né esse esse essa relação que é rica que é interessante que é descoberta que é né eroticamente interessante intelectualmente

também challenging é é um desafio é né criação conversa é né da tesão tá perto ainda assim é um outro e é sempre um outro ponto de vista é uma outra escala de valores é uma outra sensibilidade e isso querendo não dá trabalho por que que dá trabalho porque é o o seu jeito de entender por exemplo o que é futebol O que é natal o que é fala muito o que é fala pouco quer se expressar sempre vai ser diferente do meu jeito então Eh na prática no cotidiano da relação sempre a gente erra

a gente erra ou Enfim nem chama errar e acertar chama eh a presentificação da diferença eu sempre vou falar um pouco a mais do que você gostaria ou um pouco a menos aí vai ter queixa por exemplo você é calado você não fala nada você é fechado demais mas porque você não me disse mas porque né E aí nossa ela não para de falar é mas é o dia inteiro é o tempo inteiro ó chego em casa quero silêncio e ela fica ali tá tá tá tá metralhando né isso tudo a gente já tá dizendo

de uma atenção primária que tem no interior de todas as famílias casal parental né macho fêmea macho macho fêmea fêmea trisal ou mesmo eh quando é single né Por quê Porque aí vai ter uma tensão também inevitável entre as gerações Porque qualquer geração ela vai fazer uma proposta pra geração seguinte de leitura de mundo assim como ela recebeu também da geração que a precedeu dos mais velhos ela recebeu um desenho desse mundo então além dessa horizontalidade e dessa sexuação né masculino feminino aqui que tem uma tensão que pode ser erótica pode ser interessante pode né

dar barato a gente tem uma outra grande tensão que é aqui se a gente fosse fazer um desenho aqui né tem eletricidade eletromagnetismo e aqui por mais que a gente ame nossos filhos e ame nossos pais sempre tem conflito é da estrutura também ser conflitante assim como masculino feminino são eh relações diferentes em relação à falta à castração a a aquilo que deveria ser esperado do comportamento de cada um e pais e filhos avós netos e todas as eh diferentes leituras de realidade e lógicas de dizer então como é que o mundo funciona ou como

deveria funcionar Quais são os valores tanto que a gente tem Por exemplo essa expressão Ah isso é muito cringe né Ah não isso é muito velho Ah você tá velho a isso a estranho esse cringe né É É aquela é aquele estranhamento quando nossa isso daí quanto séculos é isso nossa você não tá vendo que você já tá velho você não deveria usar esse decote ou essa roupa ou esse estilo as diferentes gerações tem uma estrutura de repressão umas sobre as outras Claro os pais educam os filhos e como Como já dizia Freud né a

educação é sempre repressão o malestar na civilização que malestar é esse é pelo recalque da pulsão a gente não pode deixar os impulsos aí à tona Ah eu trepo com quem eu quero faço x cocô eu bato eu mato quem eu quiser eu estrangulo eu bato uma aqui no sofá da sala não tá louca né então a gente é coibição coersão e precisa do outro para fazer isso e as gerações elas se autorre recalc sejam as mais novas que diz Nossa essa coisa isso é uma velharia isso já passou tá fora de moda ou não

pode mais ou agora né tanto que a gente tem debates por exemplo sobre raça sobre gênero isso é misogenia isso isso é misantropia isso É racismo homofobia para algumas pessoas elas falariam Oi Como assim mas eu sempre né então que interessante que as gerações também se transformam e vão pensando outros valores outras lógicas e de preferência valores que sejam inclusivos que ampliem a ideia de subjetivação a ideia de cidadania inclusividade diversidade a gente tá eh ralando um pouco para chegar nisso né como é que é que mais pessoas possam ser sujeitos plenos de direito numa

mais Ampla Justiça isso tá dentro da família nessas eh eh divisões e nessas brigas e conflitos e debates a gente já tem todas as farpas né né todas as alfinetadas todas as fofocas votou em quem tá em qual lado eh admira qual pessoa tem Qual estilo qual roupa qual cabelo Qual jeito de sentar de comer de cortar tudo isso também tá dialogando com os ideais de cada geração de cada família e de cada classe social Então olha o poderão complexo que é o universo familiar no natal no ano novo nas viagens de fim de ano

nos Verões e nos invernos né o tempo todo a gente tá com esse microcosmos que tá dialogando com todos os vetores conflitantes da nossa cultura da nossa sociedade e para fechar aqui a conversa a gente não poderia deixar de trazer a matriz conflitante edípica o Édipo já é em si uma disputa por amor por reconhecimento quem é que ele ama quem é que ela ama quem é que o pai prefere quem é o Predileto quem é que ama mais que ama menos ou seja rivalidade entre os irmãos o reconhecimento dos pais sobre os filhos a

disputa de um lugar de Privilégio quando a gente fala de Privilégio e fala de gênero de classe de raça tudo isso que eu falava agora a pouco isso também tá no microcosmos dos irmãos de mesma às vezes né quase sempre mesma classe às vezes mesmo gênero mesma raça mas que tá aqui com as pequenas diferenças lembram narcisismo das pequenas diferenças que não são menos violentas e que a dor essa falência de um lugar de reconhecimento pode vir com ódio pode vir com uma disputa pode vir com um desejo assassino de morte de apagamento de eliminação

do outro justamente porque as diferenças são mínimas então no Natal como é que tá aí a matemática a topologia das grandes e das pequenas diferenças