Convite à filosofia: pensando as verdades de Deus - Pr. @JonasMadureira

e dizem que a filosofia fala o que a gente já sabe com palavras que a gente não entende isso é implicância Isso é uma maneira talvez jocosa dizer que os filósofos de alguma forma tem um determinado vocabulário que a sombra que assusta seja porque as palavras são difíceis sejam porque as palavras e os conceitos não são comuns mas a grande Pergunta que a gente se faz hoje é porque um cristão deveria lançar mão dessas palavras dessa linguagem desses conceitos não basta apenas a Bíblia não basta apenas a teologia porque cristãos deveriam aceitar o convite da

filosofia para pensar penso que a filosofia deve ser um convite que aceito não só por cristãos mas por não cristãos porque Deus nos fez seres que buscam sentidos seres é uma ordem seres que buscam a compreensão da boa criação de Deus bem como do próprio Deus do seu ser dos seus atributos da sua obra do seu agir e desde as origens da filosofia tenta mostrar como o ser humano pode chegar ao conhecimento seja da ordem seja do sentido seja da razão de ser das coisas é verdade usando um vocabulário um conceito muito próprio muito peculiar

Mas isso faz parte de todo e qualquer linguagem a linguagem da filosofia é uma linguagem aqui de alguma forma tenta traduzir aquilo que nós muitas vezes não conseguimos traduzir em palavras mas apenas em angústia e a primeira angústia se desdobra exatamente em três grandes origens digamos assim da E aí é isso que eu pretendo falar nesses 20 minutos aqui três origens principais da filosofia que correspondem a três disciplinas basilares da filosofia e que por sua vez correspondem a três atitudes típicas da filosofia estou eu aqui para fazer jus ao mote de que filósofos falam que

todo mundo já sabe com palavras que ninguém entende Vamos tentar mais uma vez três origens principais três disciplinas basilares três atitudes típicas Quais são as três origens principais da filosofia espanto dúvida e sentido a palavra span Total Mat sem a palavra que os filósofos escolheram para designar o ponto de partida da filosofia ela aparece em vários lugares mais especialmente em duas da as duas grandes passagens da Fortuna filosófica uma no Banquete de Platão quando já está indo em direção à casa de agatão e ele no meio do caminho para e absorto não Pensamentos amigos percebem

que ele não vai continuar o caminho porque ele parece paralisado por algo que ninguém consegue entender o porquê que ele paralisou mas que o chamou atenção deixou no espanto com os amigos e já deixa só crise lado porque ele tem ele é filósofo ele tá no espanto dele vamos lá vamos vamos para casa de agatão ele vai chegar e depois a gente escuta o que ele tem a dizer uma segunda ocorrência aparece no outro diálogo diálogo TT doença diálogo um diálogo vem mais explicito Teodoro que é um matemático geômetra um Pensador que tem um discípulo

promissor com seus 18 anos de idade nesse momento chama-se te tu ele era um jovem brilhante tinha todos a os indícios para ser um grande filósofo e ele era a E se ele ele tinha um grande interesse em poder um dia conhecer Sócrates até o dia em que Teodoro convida Sócrates a até sua casa e e nessa ocasião é justamente momento em que a Teodoro apresenta Sócrates ateto então quando Sócrates conversa conteto nessa conversa Inicial com tt1 uma conversa sobre o conhecimento sobre como conhecemos a realidade Sócrates diz ateto que toda a filosofia começa com

tomates em e começa com espanto agora o que significa esses espanto Olá Alguém poderia simplesmente dizer né a filosofia começa com espanto você se a sombra diante de algo que você não consegue entender você não consegue explicar aquilo de Capitu admiração você está diante de algo que você não entende mas de alguma forma de prender a atenção e pronto dali em diante você começa uma pesquisa uma investigação para tentar entender aquele fenômeno que te chamou a atenção e você não conseguiu compreender até então essa Seria a primeira a maneira de entender e a maneira mais

equivocada de entender tal mate então mate não é um susto assombro um espaço um maravilhamento que você tem diante de algo que você não consegue entender e dali em diante você passa a pensar sobre a vida sobre as coisas ao seu redor sobre o mundo ao seu redor e o espanto filósofo e vai ser exatamente aquela experiência que vai não só iniciar o trabalho do filósofo mas vale mentar o trabalho dele ao longo de todo seu trajeto e não há um dia sequer da sua existência que um filósofo não esteja sob os efeitos do Espanto

o espanto portanto não é aquela aquela imagem que você deveria ter imagem do início da filosofia como um espanto a relacionada aquela ideia de você entrar no automóvel ligar o automóvel pronto a lhe deu a partida agora vou começar a dirigir então o espanto seria se momentos entra no carro e da partida no carro não e o espanto não é uma causa que depois de imprimir os seus efeitos desaparece ela permanece no interior de todo Labor filosófico Portanto o espanto é aquele movimento Inicial que faz com que alguém diante de algo que não consegue explicar

se mova para tentar entender Por que as coisas são como elas são e o primeiro e mais importante de todos os problemas é porque que existem ao existem as coisas Porque existe uma ordem por quê que existe uma estrutura e Imagine que uma pessoa quando Pensa a seguinte né nesse exato momento nesse instante numa mata fechada existe uma borboleta com as asas coloridas batendo elas batendo suas asas e não tem nenhum ser humano ali provavelmente aquela borboleta vai passar por todo o trajeto da sua vida sem ter sido apreciada por qualquer ser humano a pergunta

é porque a as asas daquela borboleta tinha que ser coloridas é porque tinha que ter ordem Alice ninguém ia ver aquela ordem se ninguém ia perceber aquela estrutura a não ser que a estrutura a ordem das coisas por sua uma razão de ser para os uma uma uma algo que explique por que que elas são dessa forma então o primeiro movimento que dá origem a filosofia é o espanto e ele dá ele está em correspondência a uma disciplina fundamental da filosofia que Alguns chamam de odontologia o estudo dos seres que só é possível por pessoas

que têm confiança na ordem e não é possível você estabelecer nenhuma ontologias em uma confiança na ordem das coisas em outras palavras a primeira experiência de um filósofo é a experiência do Espanto diante de uma coisa que o causa admiração pela sua ordem pela sua estrutura e não sabe explicar muito bem mas ele confia que a uma ordem a uma confiança numa ordem que independe dele independe Das suas vontades independente do seu pensamento e ele começa a simplesmente olhando para essa realidade e confiante nessa realidade ele começa a descrever essa realidade perguntar para essa realidade

e buscar na análise na observação dessa realidade tudo aquilo que de alguma forma explica a sua natureza é mas a filosofia não permanece no espanto ela dá um segundo passo se o primeiro passo é um passo objetivo é um passo que se dirige as coisas Esse passo provoca não só uma disciplina como a busca do ser das coisas mais uma atitude diante das coisas uma atitude diante do mundo essa atitude diante do mundo é esta confiança a confiança de que aquilo que estamos vendo a ordem que estamos encontrando na frente Essa ordem ela existe Independente

de nós e até o dia em que a gente faz o segundo movimento da filosofia das origens principais da filosofia que a dúvida e não é a dúvida aqui que eu me refiro a se você vai comer hoje uma coxinha ou quibe se hoje você vai torcer para o Liverpool ou para o Real Madrid não é uma dúvida do tipo eu escolhi o Audi mas é aquela dúvida que te faz de alguma forma colocar em cheque a validade de toda essa apreciação que você fez do mundo ou de toda essa ordem que você encontrou no

mundo Imagine que num belo dia você diante de algo extraordinário diante de uma beleza que você não consegue explicar mas que te cativa alma você começa a pensar e não só a pensar mas a fazer daqui um problema da sua vida quem sabe dali a pouco e não é mais o mundo que te atrai não é mais o mundo que aparece diante de você como um convite a pensá-lo O que é mais ou menos um movimento sobre você sobre seus pensamentos você vai pensando tanta coisa tanta coisa tanta coisa que você acha que eu tô

ficando doido acho que eu tô toda acho que isso aqui não faz sentido só que tá esquisito aí mas não é só uma questão de achar esquisito é a questão de no meio da posição diante do mundo diante da realidade que te certa você se perguntar o mundo é como eu tô vendo ou será que as coisas são como eu penso que elas são e sempre aparece alguém para dizer para você que você tá errado sempre vai aparecer alguém que vai questionar você na na filosofia antiga no contexto de Platão havia um filósofo chamado George

mesmo cão é um dia um dos platônicos estavam lá dizendo não é olha o homem é um bípede implume explicando tentando definir o ser humano dessa forma de Jesus o cão sai de pena o frango volta a água joga na cara do filósofo Platônico um frango depenado eles Olha tá aí o seu bípede implume tá aí o seu homem e o filósofo Quando recebe aquele frango depenado diante dele ele tem que repensar tudo o que ele tava dizendo sobre o ser humano ele tem que repensar sobre tudo que ele estava pensando é como se aquele

filósofo que apareceu ali desdenhosamente criticando que ele estava dizendo provocar acender uma espécie de dúvida com relação ao seu saber dúvida com relação ao seu pensamento é ele começa a colocar em cheque o que ele tava pensando será que eu tô pensando sobre a realidade é de fato verdade mas então a gente chega um problema quem é que vai dizer se o que eu tô pensando sobre o mundo é verdade ou não quem é autoridade esse segundo movimento da filosofia que é um movimento de dúvida ele nos leva para uma disciplina chamada eles termologia uma

doutrina do conhecimento uma busca de entendimento do processo pelo qual a gente chega a compreensão da realidade que nos cerca Ou seja a gente diz TAM e da realidade A gente não mais contempla a realidade não é mais o mundo tal como aparece mas como é que a gente conhece esse mundo você já eu não me volto mais para as coisas eu me volto para minhas ideias para os meus pensamentos para o conhecimento que eu tenho das coisas e começa a me perguntar Será que o que eu tô pensando sobre as coisas é verdade e

essa atitude portanto é atitude de desconfiança do mundo e observe a primeira atitude da filosofia o espanto e nos levam antologia nos leva as coisas mesmos e ela nos leva a uma atitude diante do mundo uma atitude de confiança confiança nas coisas que nós enxergamos Sabe aquela ideia de que o senso comum é válido de que quando você olha para um ser humano e você diz assim esse é um ser humano Isso não é um animal e você fala assim não é verdade são ser humano e ninguém questiona porque simplesmente é um dado do senso

comum da apreensão da realidade comum e as isso é um segundo movimento que quando a gente questiona o próprio senso comum a gente percebe que os nossos sentidos podem nos enganar que nossa compreensão da realidade pode nos enganar nós colocamos em dúvida nosso conhecimento Então temos uma disciplina a filosofia chamada epistemologia que vai lidar com isso e alise a gente uma atitude uma atitude de desconfiança do mundo desconfiança das coisas que nos cercam o terceiro e último ponto que diz respeito à origem da Filosofia é aquele eu vou chamar aqui de sentido então espanto dúvida

e sentido São esses os três as três origens principais da filosofia o sentido ele surge sempre de uma crise é uma vez que tudo que você conhece é passível de dúvida uma vez que você colocou em xeque o conhecimento da realidade uma vez que o senso comum não se é suficiente de que você não tem aquelas garantias Racionais que você gostaria de ter para julgar que as coisas que você tem visto elas são realmente o que elas são você então diz o seguinte bom eu preciso encontrar algum sentido para vida porque se não existe uma

verdade última assim não existe um valor último se não existe um valor Supremo se o que eu tô enxergando pode não ser o que eu estou enxergando eu posso estar enganado sobre tudo o que eu estou pensando o que vai me livrar do desespero da Agonia de que este mundo que eu antes achava que fazia tanto sentido que tinha ordem e que pressupunha uma razão de ser agora perdeu a razão de ser se tornou o mundo sem sentido sem significado esse é o movimento de busca do sentido que se a É uma disciplina chamada Logos

entre o logia essa logos em trilogia ou logocentrismo é a inclinação que todo ser humano tem de na crise de significado por não encontrar uma ordem não conseguir explicar a realidade diante das questões e diante da dúvida Não superada este alguém toma uma decisão sentimental uma decisão da Ordem do sentimento da Ordem da comoção existencial e para lhe dizer eu preciso de um sentido para a vida se o mundo não pode me dar um sentido último se as coisas à minha volta não pode me dizer o que elas realmente são eu preciso então dar o

significado para as coisas é nesse momento a gente descobre que aquele que um dia se espantou com a realidade do mundo e que agora atravessado por dúvidas suspende toda a sua afirmação sobre a realidade porque não sabe se aquela realidade que ele Analisa é realmente aquele Analisa que ele então precisa tomar uma grande decisão na vida porque se a vida não faz o menor sentido se tudo é um grande absurdo senão a ordem se não consigo encontrar descanso se tudo o que eu estou pensando pode simplesmente não se verdadeiro pode não ser real Então eu

preciso ou como diz Diógenes o cão encontrar uma corda para pendurar o meu pescoço ou encontrar uma razão para viver essa razão é exatamente a terceira e última atitude atitude portanto de buscar com a vitória sobre a dúvida com a afirmação de um significado não mais pautado no mundo mas pautado numa escolha pessoal particular emocional sobre aquilo que no mundo vai te dar sentido então em algum momento aquele que se encantou com o mundo se desencantou com o mundo e desencantado com o mundo percebe que não vai conseguir viver desencantado com o mundo precisa se

encantar de novo e não consegue como não consegue se encantar com o mundo novamente é preciso projetar nesse mundo o significado é preciso projetar esse mundo uma ordem é preciso transformar esse mundo para que ele possa se adequar aquilo que faz sentido aquilo que de alguma forma nos toca e nos faz perceber como a gente gostaria que o mundo fosse eu acabei de escrever não só três esse e basilares da filosofia contrário das suas três origens e das três atitudes diante do mundo com relação a elas mas eu acabei de escrever para vocês não sua

história da filosofia ocidental em três atos mas a história de toda a vida de uma pessoa que busca o entendimento sobretudo nos nossos dias toda a história da filosofia de certa forma pode ser trabalhado em três grandes Arcos é o primeiro ato é o ato do Espanto nesse espanto mundo real ele pode ser conhecido a gente vai encontrar a nos Lusíadas lá aquela expressão maravilhosa da máquina do mundo que reflete a curiosidade do seu protagonista em decifrar o Enigma do mundo o mundo portanto é um enigma que pode ser solucionado a encontrar no fim das

contas a máquina do mundo de acordo com aquele Mineiro do poema de Carlos Drummond de Andrade que encontrando no meio da estrada pedregosa de Minas a máquina do mundo que se abrirá diante dele oferecendo toda a explicação da Ordem do universo simplesmente passa Largo tentando levar em consideração que que ele perdeu no meio do caminho e descobrindo portanto e não perdeu de vista nada mais nada menos do que aquilo que antes provocava o grande Frisson da humanidade que o enigma do mundo o Enigma do mundo a máquina do mundo ela simplesmente fica pequenininha murcha desaparece

e o mineiro continua o seu caminho tentando descobrir o que que foi que aquilo que passou no meio da que tava ali no meio do caminho dele em outras palavras e esse Mineiro representa a nossa virada última de toda essa história de em três atos né o encantamento do antologi da odontologia que envolve a antiguidade idade média e se desencantamentos Odontologia que envolve a nossa modalidade nosso universo contemporâneo e mais contemporaneamente esse nosso cinismo diante do enigma do mundo o mundo não mais é um enigma que a gente tem que a gente quer decifrar ninguém

mais quer decifrar o enigma nas universidades as pessoas não querem descrito decifrar o enigma elas querem mudar o mundo nunca me esqueço Quando entrei na universidade de linha a primeira frase que tava lá a um daqueles daqueles tópicos do Manifesto de Marx Quando ele disse que o mundo não deve ser mais explicado mas deve ser interpretado e transformado Ou seja a partir do momento em que não temos mais uma esperança em absolutamente um significado último nós somos entregues aos nossos próprios desejos e as nossas próprias escolhas bom como isso se torna para gente como uma

oportunidade por último E com isso eu encerro a oportunidade duas coisas a primeira delas a de no meio do desespero de falta de sentido não desistir da dúvida e esse é o nosso maior trunfo maior trunfo de um crente é descobriu o segundo ato da filosofia como o ato mais importante pegar na mão de todo aquele que está atravessado pela dúvida e dizer pra ele assim você ainda não foi a fundo você ainda não desceu até o máximo que você poderia descer na sua dúvida você leonid Marx e Freud você aprendeu a suspeitar do mundo

você aprendeu a sustentar de Deus mas agora você vai aprender a suspeitar de si mesmo e essa é a maior uma das suspeitas a maior de todas as dúvidas a mais poderosa de todas as dúvidas a mais temível mas é a única que levará o homem ao conhecimento ao conhecimento de sua miséria a suspeita de si mesmo e de sua descrença é somente nessa suspeita de si mesmo que a oportunidade o segundo e Último Movimento e com ele eu encerro a única oportunidade de um filósofo ser feliz na verdade é de no testemunho interno do

Espírito Santo e descobrir que a ordem do universo vai ser resumida num pelo que está fora mas pelo que está dentro mas não por aquilo que está dentro como se fosse seu mas aquilo que está dentro como de Deus o testemunho interno do Espírito Santo é uma obra da Graça Divina é um segundo espanto é o espanto que faz nascer um filósofo que não mais olha para o mundo porque o mundo espanta mas agora diante da palavra é espantado Por ela ferido por ela e aí dessa ferida ele vai refletir agora sobre o mundo sobre

a realidade não mais a partir da sua busca de entendimento da ordem interna das coisas mas daquilo que Deus revelou através de sua palavra esse segundo espanto é aquele que só pode experimentar aqueles que de fato enfrentar um ceticismo até o um instante até o seu último momento e esse ceticismo último é aquele em que você vai ficar realmente entre quatro paredes não aquele inferno sartriano não aquelas quatro paredes do Sartre Mas aquelas quatro paredes e faz você olhar para dentro de você e descobrir que não há salvação nenhuma É nessa hora que o filósofo

levanta a mão para o céu e disse e o senhor me alcança pela tua graça eu vou continuar no escuro que o Senhor nos encontra aqui filósofos capaz de ir até o final de encontrar na dúvida mais poderosa que a dúvida de se encontrar a verdadeira miséria que faz a gente levantar as mãos e dizer salva-me Senhor cura-me para que eu vejo que eu não vi até hoje Que Deus abençoe ele E aí