[Música] eu sou Ed renek vitz e correl é o meu podcast estamos em férias e em breve vamos voltar com a temporada de 2024 Enquanto isso você tem a oportunidade de ouvir a minha participação nos encontros de espiritualidade que realizei em parceria com o labor o laboratório de política comportamento e mídia da Fundação São Paulo da PUC São Paulo o labor tem a curadoria do luí Felipe Pondé e a coordenação da Andrea kogan fica aqui a minha gratidão porque os encontros no tucarena com o labor foram das coisas mais legais que eu fiz em 2023
foi uma experiência muito significativa para mim e eu tenho alegria e o prazer de compartilhar com você o Episódio de hoje é é a respeito da banalidade do mal no encontro mediado com o grupo que estuda hann arent então hann arent é a banalidade do mal esse conceito extraordinário que vem da experiência de hann arent no julgamento de eichman de Adolf eichman em Jerusalém um conceito que foi muito revolucionário pra época e até hoje se estuda a banalidade do mal que mal é esse onde está esse mal onde ele se manifesta e como a gente
supera esse mal banal e nesse Episódio eu trato das dimensões do mal e da maldade até chegarmos no mal banal então Desejo que você seja inspirado a ouvir sobre o mal a fazer um caminho do bem desejo que seja útil para você inspirativo para sua vida divirta-se bom proveito [Aplausos] Boa noite bem-vindos bem-vindas prazer mais uma vez estar aqui nessa conversa nessa Arena nesse tucarena para mim isso aqui é um sonho né porque uma quarta-feira à noite ho é quarta né é quarta-feira à noite a gente conversando sobre mal bem banalidade do Mal num espaço
acadêmico num num templo da arte né o tucarena é um templo da arte também e fazer esse diálogo com todas estas eh vozes que se misturam aqui né a fundação São Paulo a PUC o labor a filosofia a espiritualidade a pastoral idade a teologia e tudo isso misturado então e a gente tá aqui reunido para falar sobre isso nesse espaço né Nós não estamos no lugar da religião mas nós estamos falando de coisas profundamente religiosas e espirituais e para mim é um sonho uma alegria e aí a minha gratidão a ao Labor ao Pondé Andreia
ao grupo de pesquisa Adriana obrigado obrigado mesmo eh falar ou comentar a banalidade do mal eu queria eh localizar todo mundo de do que eu quero falar de onde eu falo e por falo então localizando historicamente a Andreia já nos deu asman em Jerusalém julgamento a participação de ashman no horror que foi o holocausto Então a gente tem ali um crime minoso alguém que cometeu um crime edondo sendo julgado e hann arent vai acompanhar esse julgamento para fazer uma cobertura jornalística e ali ela sai com essa expressão e na verdade eu acho até que ela
nem usa banalidade do mal ela usa só a palavra banal no texto dela banal aparece o banal e aqui a gente tá discutindo banalidade do mal então saiu dali 1961 Jerusalém aisman no banco dos réus e han arent observando agora por trás disso tudo eu queria buscar e tentar fazer um fio sobre o próprio conceito de mal conceito de mal quero falar sobre isso falar do mal em cinco dimensões ou cinco dimensões do Mal até a gente chegar nesse mal que a hann arent chamou de banal e quero fazer isso lembrando não precisaria mas vou
lembrar que eu sou pastor e sou teólogo e eu vou puxar a brasa muito pra minha sardinha eu não tô no grupo de pesquisa do labor eu não tô na universidade eu eu eu venho de fora desse lugar da reflexão filosófica e de toda a reflexão acadêmica eu venho do púpito da minha igreja eu venho do púpito da minha igreja eu venho do meu gabinete Pastoral não entendi ô sensacional eu vou explicar você tiver paciência eu vou explicar então assim eu eu venho de fora desse eu venho de fora desse debate desse debate todo da
academia sobre mal banalidade do mal mas ao mesmo tempo eu venho de muito dentro desse lugar aí talvez eu possa reivindicar que eu estou mais dentro da discussão de banalidade do mal do que o próprio grupo de pesquisa de hann arent e eu arriscaria dizer eh do que a própria hann arent por quê Porque nós estamos no ocidente e o ocidente ele é naturalmente identificado ificado como judaico Cristão a gente não fala de mal sem buscar na primeira página da Bíblia Sagrada mal de onde vem a ideia de mal vem do texto bíblico sagrado vem
do mito da queda do mito de Adão vem do mito da criação não se fala de mal no ocidente sem falar de Paulo Apóstolo Saulo de Tarso sem se falar em Santo Agostino e toda a discussão filosófica posterior é uma discussão que vai debater com a teologia e tentar encontrar um lugar não religioso não sagrado não teologal para falar sobre mal então eu quero puxar para cá e falar das cinco dimensões do Mal Até chegar na R na área para mim a primeira dimensão de mal é o mal possível o mal como possibilidade o mal
é uma possibilidade no mito da criação o que diz o o mito da criação tô usando o mito com respeito ao ambiente o mito da criação diz que o ser criador decide Criar e criar um outro ser à sua imagem e semelhança esse ser a imagem e semelhança do criador é um ser livre livre no sentido de criado com a possibilidade de virar as costas para o criador o mal é uma possibilidade inerente à criação e ao mundo conforme nós o conhecemos a pergunta ah não dava para ter criado um mundo sem o mal esse
aqui não esse aqui exige o mal como possibilidade não teríamos conceito de alteridade sem a possibilidade do mal não teríamos conceito de compaixão misericórdia perdão não teríamos conceito de liberdade sem incluir o mal como possibilidade o mal é possível Ele não é real ele é possível no mito criador Lembrando que no mito da criação no Jardim do Éden a árvore do conhecimento do bem e do mal não é a única ávore existe uma outra ávore ali no jardim é a áv da vida o ser criado ele não está diante do bem e do mal ele
está diante da vida e da morte o texto sagrado vai dizer o seguinte Olha se você comer da ávore do conhecimento do bem e do mal você morre agora se você comer da Árvore da Vida é Outra experiência existencial completamente diferente o comer da árvore do conhecimento do bem e do Mal pode ser interpretado teologicamente como apropriar-se da prerrogativa de decidir o que é bem e o que é mal não é que ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal a criatura adquire conhecimento ou adquire consciência do bem e do mal não
é isso porque que se a criatura não tem consciência de bem e mal ao comer não pode ser julgada por ter comido o comer da árvore do conhecimento do bem e do mal é tomar nas mãos a prerrogativa de definir o que é bem e o que é mal às expensas da relação com o criador se eu como da Árvore da Vida eu me ligo diretamente a fonte da vida e na linguagem na lógica do entendimento ali eu me ligo à fonte da eu me ligo ao criador e passo a conviver com o mal possível
mas sem trazer para a realidade o mal que é possível Ten o mal possível mas ele não é real da mesma forma que no criador o mal é possível mas ele não é real comer da Árvore da Vida é vincular me ao criador e passar a conviver com a possibilidade do mal mas sem a realidade do mal agora quando eu como da árvore do conhecimento do bem e do mal eu tomo para minha prerrogativa e eu digo pro criador eu não preciso dessa fonte de vida porque eu tenho vida em mim Isto é eu faço
a opção por mim isso que depois nós vamos chamar de pecado original não é um ato moral é um ato ontológico é uma questão ontológica uma questão de ser de condição de ser de natureza do ser de opção de ser não é um ato de desobediência é um ato em que a criatura diz eu não preciso do Criador para me sustentar na existência e não preciso do Criador para definir o meu caminho entre o bem e o mal eu defino em linguagem mais simples é a criatura fazendo opção por si isso viria ser o pecado
original a criatura escolhe a si mesma e dá as costas ao criador e isso é um ato de autoafirmação do ser e esse ser que só é porque recebe do Criador a condição de ser ao romper com o criador que lhe dá condição de ser mergulha de maneira inexorável na sua finitude e na sua mortalidade nesse momento o mal Deixa de ser possível e se torna real concreto e os teólogos e os filósofos depois E aí podemos até chegar em cant que a han conversa muito com c vai discutir Teologia Moral ou filosof filosofia moral
com o pensamento do cant quando quando esse essa criatura mergulha na sua finitude e na sua mortalidade ela ela não comeu da Árvore da Vida ela mergulhou aqui o mal se torna real é que a teologia vai dizer que o mal ele não é apenas possível mas o mal é radical Radical por quê Porque agora ele faz parte de mim ele ele está entranhado na minha natureza o mal não é só uma possibilidade ele é uma radicalidade e mais do que isso ele se torna inevitável o mal radical é o mal inevitável se a criatura
convivia com a possibilidade Ela poderia fazer o mal mas não necessariamente agora com essa segunda da dimensão do mal o mal radical ela não pode evitar o mal ela caiu na finitude ela caiu na limitação ela se torna escrava desse mal ela é na visão do Santo Agostinho e aqui parêntese né a gente tá falando da maneira como Saulo de Tarso vai ler o mito do Gênesis e da maneira como Santo Agostinho vai ler o próprio Saulo de Tarso Então como é que o o Saulo de Tarso o apóstolo Paulo vai ler esse esse mal
ele diz Miserável homem que sou o bem que eu quero fazer eu não faço o mal que eu não quero eu faço e se eu faço o mal que não quero já não sou eu quem o faz mas o pecado que habita em mim quer dizer é o mal enraizado em mim que me leva a fazer o mal quer dizer é é essa é essa leitura que o o Santo Agostinho vai dizer que na sua queda o ser humano perde o controle sobre si e perde o controle sobre a sua vontade e a partir de
então livre arbítrio é uma expressão que não faz o menor sentido o mal radical é o mal do ser criado e quedado caído é o mal radical aí a gente entra no terceiro mal porque a gente tem o mal radical a gente diz assim ó eu quero fazer o bem e não consigo não quero fazer o mal mas acabo fazendo já prometi 10 vezes que eu não ia te sacanear e te sacaneiam do mal que é o mal instrumental é o mal com como meio para chegar num fim é um mal com cálculo é um
mal com argumentação é um mal quase como virtude ou é um mal necessário infelizmente para chegar onde eu quero chegar eu na condição de ser quedado numa realidade de contingência tocada pela finitude e pela queda não tenho como evitar o mal então Infelizmente eu vou ter que praticar o mal contra você me desculpe se fosse possível eu chegar no mesmo objetivo que pretendo chegar sem praticar o mal eu chegaria mas não é possível nós estamos na contingência nós estamos na finitude nós estamos num numa realidade novamente teologicamente observando nós estamos numa realidade quedada caída em
que o mal está enraizado não dá para viver então no mundo ou numa realidade não ideal não dá pra gente viver de maneira ideal Então Eu Vou praticar o mal e vou pedir desculpas inclusive às vezes eu vou tentar não praticar vou tentar praticar menos mas para defender os meus fins eu vou acabar praticando mal e outra essa é a inteligência por exemplo do cant ele vai dizer o seguinte que o mal é a subordinação da opção por si não é a subordinação é a subordinação da lei a opção por si entre respeitar o certo
o justo e fazer o bem e cuidar de mim eu vou sempre cuidar de mim quando eu tiver que escolher entre mim e você quem eu vou escolher a mim mesmo sempre por qu se um dia eu tive que escolher entre mim e o criador e escolhi eu mesmo você acha que diante de você eu vou escolher você e não eu então A nossa condição humana acaba sendo essa a gente faz isso de maneira polida a gente faz isso de maneira justificada a gente faz isso com maneira cheio de argumentação mas quando a gente tem
que escolher entre o bem pessoal egocêntrico egoísta próprio inclusive com as nossas próprias definições do que vem a ser bem Nós escolhemos sempre o nosso bem o nosso E dos nossos Esse é o mal instrumental Esse é o mal com finalidade Esse é o mal calculado Contra esse mal inclusive de vez em quando a gente luta a gente não quer fazer isso é o Paulo lá dizendo o bem que eu quero eu não faço o mal que eu não quero esse eu acabo fazendo eu luto para não fazer mas acabo fazendo o mal instrumental ele
tá muito bem exemplificado com a palavra do Sumo Sacerdote caifas quando diante do sinédrio que é o tribunal religioso do Judaísmo de então dos dias de Jesus caifás se levanta e diz o seguinte esse Jesus que pretende ser o Messias está se tornando Popular demais ele está Conquistando o coração de muita gente isso vai dar ruim quando o Imperador Romano ficar sabendo que há um Messias Popular numa colônia Romana e o governador o preposto do Imperador não fez nada o Imperador vai passar o cerol no Messias no povo do Messias mas vai passar o serol
também no Governador romano em você Pilatos então tem a famosa frase de caifas é melhor que morra um só homem do que toda uma nação ou mal instrumental Pode ser ou até poderia ser sabe lá tô agora conjecturando que o cai faz até gostasse do tal Jesus de Nazaré Fala pô eu gosto de você não tenho nada contra você mas convenha comigo que é melhor morrer só você do que todo o mundo tá vendo mal instrumental é o mal inevitável Tem pior do que isso tem que é a quarta dimensão do mal que é o
mal diabólico é o mal absoluto tô tô dialogando com Kant bastante acho que eu li bastante cant por causa da tal da han arent ele diz assim que a santidade é a convergência entre o dever e a vontade quando o que é justo o que é certo o que é bom o que é bem e é aquilo que eu devo fazer coincide com o que eu quero fazer e e aquilo que eu devo fazer eu o faço não porque devo mas porque é uma expressão de mim então por que que você não mente não porque
se a minha mulher me pegar mentindo eu tô ferrado se o fisco me pegar mentindo eu tô ferrado se a polícia federal me pegar mentindo eu tô ferrado então aqui não tem virtude mas quando eu digo porque você não mente falou eu não mento porque eu não sou mentiroso porque mentir não tem nada a ver comigo mentir me agride mentir não é é uma expressão do que eu sou aí tem virtude é a a ação justa como expressão do ser não como imposição do dever o oposto se faz verdadeiro é o mal praticado a partir
de uma condição de existência tão maligna que fazer o mal é Tão natural ao que o pratica Quanto tcir é natural para o tuberculoso ou quanto a laranja é natural pra Laranjeira quer dizer o mal absoluto o mal diabólico é esse mal que que é praticado cometido e ele veio nessa nessa espiral de descida de de decadência em que o mal possível se torna mal radical de radical ele se torna instrumental e eu instrumentalizou tanto a prática do mal em que de de tal maneira que não apenas o mal que eu pratico é deletério para
minha realidade para você pro Brasil pro mundo pro sei lá quem o mal ele passa a ser deletério para mim mesmo ele me altera ele altera a estrutura de ser de de tal maneira que em algum momento praticar o mal me é absolutamente natural esse é o mal absoluto é o é a prática do Mal me degenerou tanto que eu não apenas pratico mal eu sou malvado então a gente chega em 1961 eichman hann arent seu bloquinho de notas e ela olhando paraa cara do sujeito e aqui tô dando asas a minha imaginação harent diz
o seguinte isso não é ma radical isso não se explica pelo Mal instrumental e não se explica pelo Mal absoluto porque o grande problema da han arent que ela levanta para nós é que isman não é um demônio não é um monstro Não é um desumano hman é na linguagem da han arent um sujeito comum é uma pessoa comum el ela diz eu não estou diante de um demônio eu não estou diante de um monstro ela diz o mal monstruoso não foi feito por um monstro foi feito por um homem banal Medíocre por um burocrata
por um sujeito que praticou o mal e nem se deu conta de que estava praticando mal não é que ele julgou O que estava fazendo muito embora ele vai justificar que ele faz como cumprimento do dever dando uma sugestão de que ele pensou sobre o que ele tava fazendo mas não o que a a a han arent percebe é que ele ele pratica o mal sem ter refletido sobre o mal que estava praticando ele ele faz no piloto automático não é que ele julgou que aquilo era mal e mesmo assim escolheu praticar o mal não
é que ele tinha uma finalidade para o mal que estava praticando se o nazismo tinha se o Hitler tinha se se se aqu aquele horror todo tinha uma finalidade é mal instrumental se a solução final do nazismo é um mal instrumental em asman não é o mal instrumental é o que a arent vai dizer é um cara banal é um cara comum daí a banalidade do mal não é o mal que é banal é a maneira como o mal foi praticado é que é banal a maneira banal de se praticar o mal é a banalidade
do mal essa essa maneira de de de praticar o mal sem sem nem passar pela consciência e pela subjetividade de quem pratica o mal uma reflexão sobre bem e mal É é o é o seguir no fluxo e no flow a a gente usa essa expressão o Maria vai com as outras a gente muito recentemente usou no Brasil a a a a figura do Gado né o aisman pessoal é um um Avan Premier da tia do Zap o aisman o o wasman ele é um um paraninfo dessa galera que que que replica que que que
transfere mensagem que fake News E aí a gente entende como é que a gente tem uma sociedade que é antivacina e que acredita que a Terra é plana e o que é assustador nisso que que a Hana arent vai falar ela e ela usa essa expressão que essa constatação é apavorante de de o eichman ser uma pessoa ela ela usa a seguinte expressão eichman é terrível e assustadoramente comum ela diz não tem malignidade nele não tem maldade nele Tem banalidade nele e ela diz isso que essa constatação de de que o mal pode ser praticado
com essa banalidade é tão apavorante quanto o próprio mal praticado porque agora essa pessoa vai praticar esse mal de maneira banal é seu vizinho sua tia sua [Aplausos] cunhada é o pastor da sua igreja que você acha que é um homem de bem ele inclusive cuida do Pet dele ele tem a netinha dele que ele gosta dela ele cuida Ele ama mas é um nazista é um assassino exemplo aconteceu na ditadura militar aqui no no Brasil e e eu falo isso com pesar e dor no coração de de um Capitão de exército que entrava na
sala para torturar um prisioneiro político e no intervalo da Tortura ele evangelizava o sujeito falava de Jesus bacana né Eh esse esse sujeito que ele sai de uma sala de tortura e ele põe um terno e uma gravata e ele vai paraa Igreja Batista no domingo ou ele sai do culto de domingo da Igreja Batista e ele vai queimar negros numa árvore e ele põe um capuz Branco queima Os Pretos na árvore e volta no domingo seguinte pro culto ele vai buscar o neto dele na escola e você conversa com ele na porta da escola
o nome dele é Adolf eichman e isso é muito assustador essa noção de que E aí Eu discordo da ran arent viu Adriana quando ela fala né Aliás não preciso pedir licença para discordar da ran arent né mas é uma questão de respeito pela Hana arent e por você eh a Hana arent diz assim não não é todo mundo que pode não é todo mundo sim você também eu também porque se a sua cunhada pode porque que você você não pode que que você é melhor do que ela por que que você é melhor do
que seu avô que era nazista seu bisavô que era nazista seu bisavô que era dono de escravo porque você é melhor do que ele por que que hoje você se incomoda com a questão da escravização se o seu patrimônio familiar foi construído com escravo seu bisavô E por que que seu bisavô tinha porque na época do se obav todo mundo tinha escravo Ele deu sorte de não ser escravo ou escravizado ele deu sorte de ser o dono do escravizado e ele não pensou E aí a hann arent olharia pro meu bisavô e diria assim você
é um homem banal que faz o que todo mundo faz que normaliza o mal que todo mundo faz e você não faz juízo crítico E aí é que está a grande contribuição da da da arent que diz isso que esse mal banal ele é praticado por quê Ou por quem por quem não pensa criticamente porem Abriu mão da sua e da sua inalienável e intransferível responsabilidade para com a vida a começar da responsabilidade para consigo mesmo e com o seu semelhante Abriu Mão disso e e nesse sentido Abriu mão da sua própria humanidade talvez se
tornou banal se tornou banal eh não pensar porque o máximo da nossa capacidade de pensar é o juízo crítico não é pensar apenas o Grande Lance da nossa capacidade de pensar não é a gente ter ideia a minha netinha de 4 anos é uma linda e ela de vez em quando vem para mim e diz assim vovô tive uma ideia a questão não é se ela teve uma ideia ela tem ideias a questão é se ela consegue enxergar que ela está num mundo em que não somente ela tem ideias a questão é se ela consegue
fazer juízo de valor das ideias questão é se ela consegue colocar as ideias as outras ideias em diálogo a questão é se ela consegue fazer com que todas as ideias em diálogo façam uma avaliação crítica da realidade onde ela vive para Que ela possa tomar decisões de tal maneira que ela não seja uma mulher banal praticando um mal sem se dar conta da banalidade do mal bom termino eu acho duas coisas pra gente sair disso primeiro é que infelizmente a gente tem que concordar com os mecanismos sociais de controle Infelizmente o nosso amigo Rob estava
certo não é o o que nós gostaríamos é que o ideal bíblico né de de todo ser humano guiado pela sua própria consciência vai concorrer para o bem comum Isso é uma Utopia então isso não existe então a gente faz defesa de direitos humanos a gente tem tribunal a gente tem lei a gente tem legislação a gente tem educação a gente vai vai criando ambientes coletivos para que esse ser humano cujo mal lhe é enraizado esse ser humano viciado e instrumentalizar o mal esse ser humano com potencial de degeneração ele encontre no coletivo um ambiente
que pode atenuar a maldade que ele é capaz de fazer e de colocá-lo num caminho de bem coletivo então sim eh nós temos que levantar Bandeiras e fazer piquetes e ir pra rua e PR Arena públ debater pra gente construir uma sociedade onde os mecanismos de controle funcionem e que as instituições que favoreçam o coletivo sejam fortalecidas e não solapadas né somente um desculpa a expressão também preciso pedir desculpa mas sou educado só um idiota quer concentração de poder na mão de uma pessoa só ou de um grupo só ou de um partido só só
um imbecil não entendeu ainda que o poder precisa ser coletivo e precisa estar em disputa constante e que todo o poder concentrado na mão de um só Vai resultar numa ação tirânica e maldosa maligna e diabólica e destrutiva e a segunda coisa que eu penso para encerrar mesmo é que como é que a gente supera esse mal do possível pro radical pro instrumental pro que nos degenera a ponto de fazer parte da nossa própria condição de ser e nos tornar malvados como é que a gente supera isso eu disse que ia puxar Brasa para minha
sardinha né então sozinho a gente não supera né o ser humano acreditar que supera o seu mal é o mesmo que acreditar que é capaz de levantar-se do chão puxando-se pelos cabelos né ou vem uma outra mão que me ergue do chão ou eu vou ficar preso ao chão eu não consigo me arrancar da minha condição e nisso a espiritualidade é o caminho não é da autotranscendência é da transcendência nisso as tradições de espiritualidade estão gritando ou vocês comem da Árvore da Vida ou vocês vão continuar escravizados enraizados e presos nesse mundo e nessa contingência
e nessa condição humana onde o mal é inevitável ou vocês comem da Árvore da Vida ou é Apocalipse Nal para vocês é a experiência espiritual a experiência de espiritualidade a experiência de conexão com o Divino Qualquer que seja o seu Divino agora é claro que eu tenho o meu mas tem que ser uma outra mão tem que ser um poder que não é o humano porque o Humano que fez a opção por si afundou-se na sua finitude e na sua mortalidade é com da Árvore da Vida que nos leva para fora desse lugar muito obrigado
boa noite espero que esse episódio tenha sido útil para você tenha despertado a sua reflexão tenha acrescentado na sua reflexão e eu desejo muito que a gente se encontre eventualmente no tucar nessa temporada de 2024 Fique atento nas nossas mídias sociais nas nossas redes que nós vamos divulgar Os encontros mensag de espiritualidade que realizamos junto com o labor o laboratório de política comportamento e mídia da Fundação São Paulo da PUC São Paulo eu sou Ed ren kivitz e correl é o meu [Música] podcast h