Caríssimos, chegamos enfim ao último pedido do Pai Nosso. E Santo Tomás de Aquino, como um dos grandes comentadores desta oração dominical, conhecida como "oração dominical", traça o paralelo que é o mesmo de Agostinho com relação aos dons do Espírito Santo e às bem-aventuranças, né? Sete das bem-aventuranças em São Mateus.
Mas aqui, agora, para encerrar o seu comentário ao Pai Nosso, ele ainda, depois de comentar o último pedido, a última petição, acrescenta uma sinopse do Pai Nosso, referindo-se àquilo que nós desejamos que Deus nos dê, no primeiro ponto dos primeiros pedidos, e depois também aquilo que devemos evitar em ordem a alguns bens espirituais a serem adquiridos conforme a vontade de Deus. E aqui a conexão é entre o Dom da Sabedoria, que, de todos, hierarquicamente é o superior, que torna felizes os pacíficos, que são chamados os filhos de Deus. Eu estou aqui com, em minhas mãos, eu tenho em minhas mãos o livro sobre o Sermão do Senhor da Montanha, a edição do início deste século, que é o "Moni Domine" e "Montanha", de Santo Agostinho.
Depois eu fiz editar pela realizações a mesma obra, e é uma obra extraordinária, um comentário de Santo Agostinho. Santo Agostinho é um dos maiores gênios teológicos do Ocidente e ele traça esse paralelo entre os pedidos do Pai Nosso, entre os dons do Espírito Santo e entre as bem-aventuranças em São Mateus. Então, no caso, é a sabedoria esta mesma que torna felizes os pacificadores, os chamados filhos de Deus, que fazem um homem pedir a libertação do mal.
É próprio do sábio ordenar as coisas aos fins que lhe são próprios. Ora, que coisa melhor no mundo pode haver do que alguém se libertar de todas as classes de males, né? Então, como é a última das aulas deste minicurso que eu estou disponibilizando no meu canal do YouTube, eu vou retomar brevemente o que diz o Servet Pinkers, que foi um tomista belga, a respeito deste paralelo que ele pôs num quadro.
Então, do lado, no caso do primeiro pedido, que é "santificado seja o vosso nome", ele diz que ali o dom implicado é o temor de Deus, que torna felizes os pobres de espírito, né, pela promessa do reino. Então, é a humildade que faz alguém pedir a Deus que "santificado seja o nome dele" e não o próximo. O segundo dom da Piedade torna felizes os corações mansos pela terra recebida como herança: "bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra".
Eu disse lá atrás que a palavra mansidão, segundo a etimologia de Santo Isidoro de Sevilha, provém de uma expressão latina que seria "cimano asseto", como que domesticado pela mão. O manso é aquele que se domesticou, é o que é dócil. E que tipo de docilidade é esta?
É a daquela pessoa que dominou as suas emoções, minimamente, e neste domínio favoreceu a inteligência e a vontade para que exercessem o seu império. Então, o dom da Piedade torna felizes os corações mansos, né? E este segundo, esta segunda dupla, né?
Dom e bem-aventurança têm a ver com "vem a nós o vosso reino", que é o segundo pedido. Só quem tem piedade no coração deseja este Reino. Eu não vou explicar novamente cada um dos pedidos; vocês vão às aulas correspondentes.
Estou apenas, como é a última, refazendo o quadro sinóptico para que, quando rezarmos o Pai Nosso, tenhamos na nossa mente o que está por trás. No terceiro caso, é o dom da ciência que torna felizes os que choram: "bem-aventurados os que choram, né? Graças à Consolação, pois serão consolados".
Então, esta ciência, de Santo Agostinho, e Santo Tomás a repete com toda a clareza, não é uma ciência qualquer; é a ciência da própria pequenez. Ou seja, o homem, quando se vê pecador e olhando para si mesmo com realismo, vê a quantidade de falhas em que caiu e ele chora. Então, Santo Tomás, comentando um Salmo, diz: "Estas lágrimas são as lágrimas que lavam os nossos delitos".
Quando Cristo diz: "bem-aventurados os que choram", são os que, enxergando a própria miséria, choram por ela, né? E este choro humilde é um vetor de felicidade. E é este que faz com que a pessoa peça a Deus que seja feita na vida dela a vontade de Deus.
Porque quem chora porque se viu muito fraco entende que essa fraqueza foi se atualizando por um monte de escolhas equivocadas da vontade. Então, é melhor que a vontade de Deus reine em nós do que a nossa própria. Mas para chegar a este ponto, só com o mínimo de acese interior, porque, no ordinário, no dia a dia, o que nós queremos é fazer a nossa vontadezinha, ainda quando ela seja medíocre.
Portanto, em seguida, o dom da fortaleza que torna felizes os que têm fome e sede de justiça e que serão saciados é associado por Santo Agostinho ao pedido do pão de cada dia. Nós precisamos de força para lutar a cada dia para adquirir o pão com que nós vamos sobreviver dentro de uma reta ordem. Porque, é claro que uma pessoa pode ganhar o pão de cada dia de maneira desonesta.
Esta aqui está longe de ter no seu horizonte espiritual um pedido do Pai Nosso. Então, Santo Tomás reitera que seja feita a vontade de Deus no nosso corpo e no nosso espírito para que a paz se instaure em nós. Então, e Santo Agostinho diz: "O que é a paz?
A tranquilidade na ordem". Então, por aí vamos vendo como o Pai Nosso tem de tesouro espiritual. O quinto dom é o do Conselho, que torna felizes os misericordiosos, ou seja, aqueles que têm a miséria.
Leia no próprio coração, quem tem a miséria. Próprio coração é capaz de pedir o perdão das dívidas, e é um pedido condicional, assim como nós perdoamos os nossos próprios devedores. Né?
Quem não perdoa, não será perdoado. O sexto, que foi da aula passada, é o dom, né? É da inteligência, né?
Que torna felizes os corações puros. Né? Os puros de coração verão a Deus.
Ora, quem está neste vetor pede para não cair em tentação; a tentação torna o coração dúplice e não puro. E agora, por fim, é o dom da sabedoria que torna os pacíficos ou pacificadores. Filhos de Deus serão chamados filhos de Deus.
Esta é a bem-aventurança hierarquicamente superior. Esta sabedoria que pede a uma pessoa, no contexto deste dom, que o pedido do Pai Nosso pela libertação do mal ganha todo o seu fulgor. Né?
Pois muito bem, e recapitulada o quadro sinóptico desses sete pedidos, vamos finalmente ao que diz Santo Tomás Jaeno neste pedido, em seu comentário. E aqui, vale, estou valendo-me aqui, neste conjunto de aulas, da tradução do Thiago Gadot, que saiu publicada na minha biblioteca católica. Pois vamos a ela.
Então, aqui, como eu disse, faço o papel de lector de leitor, que depois vai explicando os conceitos daquilo que está sendo dito. Né? Eh, mas livrai-nos do mal.
Amém. Assim termina o Pai Nosso. Ora, Santo Tomás começa por comentar: "O Senhor nos ensinou a pedir o perdão pelos pecados, e como evitar as tentações.
" Aqui, ensina-nos a pedir que sejamos preservados dos males. E este pedido é geral; ou seja, contra todos os -- quer dizer, contra tropeços existenciais chamados pecados, doenças e aflições, conforme diz Santo Agostinho. Aqui, a citação é a do comentário ao Sermão da Montanha.
Mas, como já falamos sobre o pecado e a tentação, agora convém falar sobre outros males, ou seja, as adversidades e aflições deste mundo, das quais Deus nos liberta de quatro maneiras. Então, eh, vejamos o que Santo Tomás vai comentar. Olha que beleza!
Isto é, Deus nos liberta das aflições do mundo em primeiro lugar, impedindo a aflição de acontecer; em segundo lugar, consolando-a; em terceiro lugar, cumulando de bem os aflitos; e em quarto lugar, transformando as aflições em bens espirituais, em ordem à salvação, ou seja, dando-nos paciência. Então, vamos a Santo Tomás. Eh, retomo a frase de onde parei.
Eh, convém agora falar sobre os outros males, ou seja, as adversidades e aflições deste mundo, das quais Deus nos liberta de quatro maneiras. Primeiro, ao impedir que a aflição ocorra. Então, quando nós pedimos que Deus nos liberte do mal, antes e acima de tudo, estamos pedindo que ele nos liberte de uma aflição, de que ela venha a ocorrer na minha vida.
E Santo Tomás dirá: "Mas isso raramente acontece. " Essa observação é especiosa para quem acha que vai viver a vida toda sem sofrimento. Eh, como prometem alguns coaches.
Aí está, "seja felicíssimo agora", etc. Então, isso raramente acontece, pois até os santos neste mundo sofrem. Porque, abre aspas, ele vai citar a segunda carta de Timóteo, São Paulo, 3:12: "Todos os que querem viver piamente em Jesus Cristo padecerão perseguição.
" Ou seja, eh, apliquemos isto às verdades mundanas. Basta uma pessoa querer viver na verdade que ela vai arrumar um milhão de problemas para ela própria. Em geral, o homem distraído de si mesmo acaba sendo derrotado pelo mundo, nesse sentido de que o mundo se entranha nele de uma maneira grandemente perigosa.
Então, quem quer viver na verdade, com a verdade, pela verdade, será perseguido. Ora, estamos aqui falando de quem quer viver na verdade suprema, que é Cristo, que disse de si mesmo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. " Voltemos a Santo Tomás.
Contudo, ainda assim, às vezes Deus concede a alguém que não seja afligido pelo mal, quando sabe que a pessoa é impotente e não conseguiria resistir. Diz o ditado: "Deus não nos dá pesos para além do que somos capazes de carregar. " E assim como o médico não dá remédios violentos a um paciente fraco, se o remédio for muito forte, tiver para além do que o paciente é capaz de resistir, vai acabar matando e não sarando.
Abre aspas para o livro do Apocalipse: "Eis que pus diante de ti uma porta aberta que ninguém pode fechar, pois tens pouca força. " Eh, volta Tomás na Pátria. Porém, ou seja, a pátria aqui entendamos por este nome o céu.
A libertação será universal e ninguém será afligido pelo mal. Então, outra notícia que Santo Tomás já nos dá aqui no comentário, que é bom termos como tópico de reflexão: a felicidade perfeita não pertence a este mundo de efemerides, este mundo de derrotas, este mundo em que a vida acabará mal, até mesmo porque acabará. Temos que ter esta clara visão.
Eh, então no céu, na Pátria, a libertação sim, lá sim será universal. Eh, de seis tribulações nas tribulações da vida presente, que se distribui por seis eras, ele te libertará, e a sétima o mal não te tocará. E ele cita o Livro de Jó.
Eh, isto é uma citação do Livro de Jó. Jó seria o arquétipo do justo, que é, digamos assim, levado pelo demônio. Ele tem todo tipo de derrota, porém não se abala interiormente porque o seu coração hierarquizou todos os bens.
Ele não maldiz a vida, ele não maldiz a Deus; ele encontra a resignação. E a resignação não percamos de vista, que é fruto da caridade, do amor. Quem não ama não se resigna com nada.
Para quem não ama, cada derrota ganha um caráter terminal; para quem não ama, o desespero é logo ali. E aqui não se trata de um amor qualquer, não se trata do amor enquanto apetite do bem, como para Platão, por exemplo. Então, eh, a citação ao Livro de Jó é muito a.
. . Propósito, aliás, Santo Tomás leu e meditou profundamente sobre o livro e a moral em Jó de São Gregório Magno.
O próprio Santo Tomás de Aquino tem um extenso comentário ao livro de Jó, que é um tesouro espiritual. Fica aqui a dica para um editor que não queira apenas ganhar dinheiro, mas, além de ganhar dinheiro para tocar a sua editora, partilhar bens: traduza e publique o comentário de Santo Tomás ao livro de Jó. Então, em primeiro lugar, Deus pode impedir que a aflição ocorra.
Em segundo, o Senhor liberta o homem quando o consola nas aflições. Só para recapitular, de quatro maneiras Deus pode nos libertar do mal: impedindo que o mal ocorra, ou seja, a aflição; consolando o homem na aflição; nada como, no sofrimento, termos um amigo fiel que nos oferece o ombro, cumulando de bens aquele que se afligiu; ou seja, depois, até restituindo a ele bens que ele tinha antes de ser derrotado pelas desgraças da vida, como é o caso de Jó; e, por fim, transformando as aflições em bens espirituais. Então, em segundo lugar, o Senhor liberta o homem quando consola nas aflições.
Se Deus não o consolasse, o homem não poderia resistir. E aqui Santo Tomás vai abrir aspas para São Paulo: "Segundo a carta de Coríntios 1:8, fomos oprimidos acima das nossas forças. Deus, porém, consola os humildes consolos.
" Assim, tenhamos o coração humilde, que encontraremos verdadeiro consolo nas desgraças da nossa vida. O coração soberbo culpa o mundo, culpa o próximo, aponta para o vizinho, e na hora que vem um problema, o problema é o sócio, é a mulher, é o amigo; nunca ele próprio. Para um soberbo, é insuportável.
E vai citar também o Salmo 93: "A porção das muitas dores que atormentaram o meu coração, as tuas consolações alegraram a minha alma. " Em terceiro lugar, Deus cumula de tantos bens os aflitos, que estes se esquecem dos males depois da tormenta da bonança. Ele cita aqui o livro de Tobias.
Santo Tomás é pródigo, e aqui, este comentário, assim exposto no YouTube, para mim está sendo interessante, porque muitos têm uma ideia errônea de Santo Tomás, achando que ele é apenas um filósofo cerebrino em seu escritório, com altas considerações metafísicas. Aqui vemos um homem com um coração quente, passando aos outros um pouco desse calor. Então, depois da tormenta da bonança, assim as aflições e tribulações deste mundo não devem ser temidas, porque são facilmente suportadas, tanto por causa do consolo que se lhes segue quanto por sua brevidade.
Ensinamento para todos nós: todos nós temos um ponto de interrogação contínuo na nossa vida; não sabemos nem sequer se o dia de hoje acabará e se nós acabaremos vivos ao final dele. Então, a nossa vida é um grande ponto de interrogação no sentido prático do dia a dia. Porém, assim como um barqueiro está no meio da tempestade, tendo a bússola, ele se orienta no meio da tormenta e faz de tudo, de acordo com a sua habilidade, para chegar ao porto; assim também devemos entender as tribulações e dificuldades como coisas passageiras e não como coisas definitivas.
Eu vou repetir a frase de Santo Tomás: "Assim, as aflições e tribulações deste mundo não devem ser temidas, porque são facilmente suportadas por causa do consolo que se lhes segue e também por sua brevidade. " Ele vai abrir aspas de novo para São Paulo, em 2 Coríntios 4:17: "O que presentemente é para nós uma tribulação momentânea e ligeira, produz em nós um peso eterno de uma sublime e incomparável glória. " Então, o cristão verdadeiro não é o cristão de Facebook, não é o cristão de internet, não é o influenciador digital.
O cristão que verdadeiramente procura, com toda dificuldade, seguir a Cristo, ele vai ter resignação e paciência na tribulação. Aliás, a frase é famosa: "Sejais pacientes na tribulação. " Quando está tudo bem, nós não precisamos nem sequer de paciência.
A paciência é a capacidade de saber sofrer. Em quarto lugar, porque a tentação e a tribulação se convertem em bem, por isso se diz: "Livrai-nos. " Não se diz: "Livrai-nos da tribulação," mas: "Livrai-nos do mal.
" Ou seja, Cristo não nos ensinou a pedir "Livrai-nos dos problemas"; ele ensinou-nos a pedir "Livrai-nos do mal". E o mal é a privação do bem devido. Para este copo aqui, não é mal que ele não veja uma floresta que esteja diante dele, porque ele não tem potências visíveis.
O mal é a privação do bem devido. Ora, o mal para o homem é a privação dos bens superiores da alma, ou seja, a verdade que a inteligência é capaz de assimilar e a bondade que a vontade naturalmente apetece. Uma pessoa má perverteu o seu coração e obliterou a sua inteligência.
Seu coração só quer coisas menores, em detrimento das maiores; não hierarquizou as coisas. Eu disse aqui em uma dessas aulas que a inteligência hierarquiza tudo, dando a cada coisa o seu devido valor, conforme é recebido pela inteligência na realidade. Porém, é o amor o hierarquizador, porque o amor elege as prioridades.
É o amor que faz alguém arriscar a vida para salvar um ente amado, um filho, por exemplo. Então, Deus, Santo Tomás está salientando, Ele não, Cristo, Deus na segunda pessoa, não nos ensinou a pedir que nos livrasse dos problemas, das tribulações, e sim do mal, porque as tribulações são para os santos uma coroa; por isso eles se gloriam nas tribulações. Quantos santos da história da Igreja são modelos, né?
Eu digo: eu não sou santo, gostaria de sê-lo, peço a Deus que me dê um dia a santidade, mas quando eu vejo um grande santo, um santo. . .
Antônio, um São Francisco, uma Santa Teresa d'Ávila e um São João da Cruz, etc. , e vejo que ele é capaz de se alegrar na derrota. Aí entendo o sentido profundo do ensinamento do próprio Cristo.
Eh, vai abrir aspas agora para a carta aos Romanos, né? Então, por isso, se gloriam os santos nas tribulações, e abramos aspas: "não somente na esperança da glória dos filhos de Deus, mas também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência", verdade salientada por São Paulo. A tribulação, ou seja, a dificuldade, o grave problema, produz a paciência.
Agora, só é capaz de ser paciente quem tem um objetivo maior do que o que está no final do mês, no final do dia. É a paciência que dá a uma pessoa uma estabilidade no meio dos vai e vem deste mundo de mutabilidade. No tempo da aflição, ele vai ser outra citação bíblica: "perdoas os pecados aos que te invocam".
Então, assim, Santo Tomás, neste comentário, está sempre fazendo, eh, de maneira recorrente, alusão àquela verdade que é pétria pro Cristão: recorramos a Deus sempre. Eh, claro que devemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para minimizar os problemas da nossa vida. Isto é um dever moral, inclusive.
Agora, se a pessoa começa a confiar só nas suas próprias forças, nos seus projetos, ela se esquece que pode atravessar a rua aqui e ser atingida até por um raio no meio de uma chuva. Eh, portanto, volta a Tomás: Deus liberta o homem do mal e das tribulações, convertendo-os em bem. Isso é sinal de máxima sabedoria, porque cabe ao sábio orientar o mal ao bem.
Eh, Deus permite o mal em ordem a bens infinitamente superiores. Isso se faz na paciência, no caso humano, cultivada nas tribulações. Aí, outra observação especiosa eu pus aqui.
Eu já tenho outras edições desse comentário, mas agora, relendo na tradução que saiu na minha biblioteca católica, eu rabisco tudo. Vocês podem ver aqui, né? Eu rabisco e faço anotações à caneta.
Eu pus assim aqui do lado: uau! Em que que eu pus uau, né? Santo Tomás comenta que as outras virtudes, que não a paciência, se utilizam do bem, mas a paciência se utiliza do mal.
Então, que maravilha! A paciência utiliza o mal para realizar um bem. Todas as outras virtudes, T, como pavimento, algo bom.
A paciência é capaz de utilizar o mal em ordem ao bem. Eh, por isso, só é necessária nos males, ou seja, nas adversidades. Aí ele vai citar o livro que, para mim, da Bíblia, é um dos principais do Antigo Testamento, que é o Livro dos Provérbios: "a doutrina do homem conhece-se pela paciência", Provérbios 19:11.
Muito blá-blá-blá, eh, no dia a dia, né? Quando tá tudo no bem, bom, quando a conta bancária tá cheia, os amigos estão todos à nossa volta, nós comemos muito e bem, etc. Agora, aí é fácil tapinha nas costas.
Quereis saber se tendes amigos? Fracassa! Fracassar na vida, que vocês vão, que vereis que são poucos os amigos.
Porém, é no fracasso que, eh, muitas vezes, nós encontramos a dimensão profunda da debilidade do homem, que muitas vezes não suporta fracassar, mas também do vetor de grandeza que há em sua alma. Diz a escritora, disse uma vez a escritora brasileira Clarice Lispector, que entrevistou o dramaturgo Nelson Rodrigues. Vou abrir um parêntese, brasileiro, e uma reportagem que saiu no Jornal do Brasil, aqui no Rio, eh, na época em que o Jornal do Brasil ainda tinha alguma coisa prestante em suas páginas.
Eh, uma entrevista ping-pong e ela diz no início que ficou desconcertada porque o Nelson, ele dizia frases tão absurdas que o interlocutor se perguntava se ele estava falando a sério ou não. A Clarice, a certa altura, lhe pergunta: "Nelson, eh, o que é importante nesta vida? " E o Nelson teria respondido, provavelmente com aquela voz que parecia a barca Rio-Niterói singrando a Bahia de Guanabara: "O importante na vida é fracassar.
Tudo mais é relativo. " Esta é a verdadeira importância. Cristo, entre aspas, né?
Foi o sucesso verdadeiro na cruz, mas um fracasso humano, né? Então, só o cristianismo é capaz de dar ao fracasso um vetor sublime. Sublime!
Por isso, volta a Tomás: o Espírito Santo, pelo Dom da Sabedoria, eu fiz aqui a correlação entre o Dom da Sabedoria e este pedido último do Pai Nosso nos faz pedi-la. Assim, também alcançamos a bem-aventurança, que é efeito da paz. O que diz a bem-aventurança?
"Bem-aventurados os pacificadores, porque pela paciência temos paz. " Tanto na prosperidade como na adversidade. Santo Agostinho tem um livro intitulado "De Paciência", sobre a paciência; belíssimo!
Eu acho que se encontra, para quem lê italiano, aí tem uma edição maravilhosa, à ópera omnia de Santo Agostinho, obra-prima. Eh, em que ele vai mostrando que a paciência é fruto do amor. Quem não ama tá sempre impaciente.
Por isso, os pacificadores são chamados filhos de Deus, sendo semelhantes a Deus, porque, assim como nada pode prejudicar a Deus, também nada pode prejudicar a eles interiormente. É claro, quem tem a virtude moral da paciência tem uma fortaleza tremenda para suportar os males. Eh, volta a Santo Tomás, eh, nesse sentido se diz: bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Amém! É a confirmação universal de todos os sete pedidos. Então, Santo Tomás encerra esta catequese que ele deu no ano de 1273 com este último pedido.
É um centenário! O sete é a representação simbólica da perfeição. Eh, tenhamos isso no nosso horizonte: as sete palavras de Cristo na cruz, as s bem-aventuranças, as sete pedidos do Pai Nosso e, eh, os sete dons do Espírito Santo.
O sete está presente como signo da perfeição perfeitíssima em vários livros da Sagrada Escritura. Inclusive, mas, aí, no final, ele dá um resumo de toda a oração, né? Para resumir, deve-se saber na que na oração do.
. . Senhor, estão explicitadas todas as coisas desejáveis e todas as coisas detestáveis.
Que maravilha de catequese! Imagino aqui eu, Santo Tomás, porque ele tinha bom humor falando isso, entre sorrisos. Dentre tudo o que é detestável, o mais amável e desejado é Deus; por isso, pedimos primeiro a glória de Deus, como quando dizemos: "Santificado seja o vosso nome.
" No entanto, três coisas desejamos receber de Deus: a primeira, alcançar a vida eterna. Isso pedimos ao dizer: "Venha a nós o vosso reino. " A segunda, fazer a vontade de Deus e a sua justiça, e por isso pedimos: "Seja feita a vossa vontade, assim na terra, na alma, como no céu, no corpo.
" Para ficarmos com uma só analogia, a terceira é ter o necessário para a vida, e por isso pedimos: "Quando isso pedimos, quando dizemos: 'O pão nosso de cada dia nos dai hoje'. " Sobre essas três coisas, diz o Senhor: "Buscai em primeiro lugar o reino de Deus" (São Mateus 6:33), "e a sua justiça" quanto ao segundo, "e todas estas coisas vos serão acrescentadas" quanto ao terceiro dos pedidos. Então, não é blá blá blá; ou hierarquizam realmente os amores, ou a nossa vida vai ser um perene tormento.
Então, há nos pedidos do Pai Nosso uma escala ascendente de perfeição da vida cristã, em que vamos cada vez mais interiormente nos desgarrando das coisas materiais. As coisas detestáveis e que devemos evitar são tudo aquilo que é contrário ao bem. Ora, há quatro bens que devemos desejar.
Como vimos, o primeiro é a glória de Deus, e nenhum mal se lhe pode opor. Ele vai citar Jó: "Se pecares, que dano farás tu a Deus? Se as tuas iniquidades se multiplicarem, que farás tu contra ele?
" Ou seja, Deus é o ser absoluto, inatingível pela nossa miséria (Jó 35:6). Mas a glória de Deus, diz Santo Tomás, resulta tanto do mal, quando pune, quanto do bem, quando recompensa. Que espetáculo, né?
Punir o mal é um bem. O próprio Inferno, para Santo Tomás, não é a coisa que está ali, a esmo, brotou do nada, né? É um lugar de Justiça, de Justiça universal manifestada de maneira gloriosa.
O segundo bem que devemos desejar é a vida eterna, já mencionada, e o pecado se opõe a ela, porque é pelo pecado que a perdemos. Portanto, para remover isso, dizemos: "Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores. " Estou fazendo a tradução à minha maneira; já salientei que Gadot preferiu, na tradução, usar a fórmula que hoje se usa: "Perdoai-nos as nossas ofensas.
" Na aula correspondente, eu mostrei de maneira suficiente que uma coisa é ofensa, outra coisa é uma dívida. E é o único pedido condicional: se nós não perdoarmos, não seremos perdoados. O terceiro é a justiça e as boas obras, e a tentação se opõe a isso, porque as tentações nos impedem de fazer o bem, o melhor.
E para remover isso, pedimos: "Não nos deixeis cair em tentação. " O quarto bem são os bens necessários à nossa vida; as adversidades e tribulações se opõem a eles, e para remover isso, pedimos: "Mas livrai-nos do mal. " Amém.
Então, o mal aqui é sentido e considerado tanto no seu aspecto abstrato quanto no seu aspecto concreto. Houve gente importante na história da Igreja que disse também que está implicado aí no pedido: "Livrai-nos do maligno," que é aquele por cujo intermédio um sem-número de males se apresentam a nós. Assim, com esta oitava aula, que se refere ao sétimo pedido, porque houve uma relativa ao prólogo, eu encerro este comentário.
Agradeço a quem partilhar este conteúdo, porque o meu propósito aqui é que estou cumprindo uma promessa que fiz a mim mesmo no início do ano, que pegaria parte desse conteúdo de Santo Tomás, que não é propriamente filosófico, e o colocaria de graça para que as pessoas tivessem acesso a ele. Meu canal é pequeno no YouTube. Fiquei muito feliz que o primeiro pedido do Pai Nosso já está com quase 20.
000 visualizações, que para mim é até surpreendente, porque o dia que Santo Tomás foi bestseller estaremos no céu. Não estou vendendo aqui felicidade, não vendo gato por lebre. Vou encerrar, já que a bem-aventurança correspondente ao sétimo pedido é a dos Pacificadores, citando aqui o Alex Rio.
Este livro aqui, que já foi mencionado, tem a tradução que saiu pela Quadrante: "A Ação do Espírito Santo na Alma," em que ele fala sobre a paz. O amor e a alegria, diz o Rô, que são os primeiros frutos do Espírito Santo, têm como efeito cumular a alma de uma paz indescritível e inabalável, que constitui o terceiro dos frutos do Espírito Santo, mencionados por São Paulo na carta aos Gálatas. Esta é a paz que o apóstolo tão ardentemente deseja aos primeiros cristãos.
Ele diz lá na carta aos Colossenses que a paz de Cristo reine nos vossos corações. Ou seja, a Pax Cristã não é a Pax Mundana. A paz de Cristo é interior; a paz do mundo pode ser política, pode ser moral, pode ser social, mas esta é inferior.
Vejamos: qual é a natureza desta paz e qual a sua importância para a nossa vida, bem como quais os meios de que dispomos para encontrá-la e mantê-la nas nossas almas? Quem diz "tranquilidade," mas não devemos concluir daí que toda a tranquilidade constitua a verdadeira paz. Por exemplo: a comodidade material quer dizer paz.
Eu mesmo conheci pessoalmente uma pessoa, não vou citar nomes, que se jogou do terraço de onde morava; era milionária, né? Todas as comidas materiais. A paz não é sinônimo; quando se diz "tranquilidade", não é tranquilidade.
A matéria esta pode até favorecer que nós tenhamos mais tempo para uma vida contemplativa, etc. , mas não são sinônimos, né? É isso que ele está dizendo: nem toda a tranquilidade constitui verdadeira paz.
Com efeito, há uma falsa segurança, uma tranquilidade enganosa que só tem aparência de paz. É a falsa paz de que falam as escrituras, a paz dos pecadores empedernidos que já não sentem a mordedura do remorso. Ele cita aqui o Salmo 72; olha que maravilha: uma consciência que ainda não se obliterou por completo, ela remorde quando a pessoa age mal, né?
É aquele "grilo falante". Então, assim, embora o remorso esteja com relação ao arrependimento, assim como o imperfeito está para o perfeito, é melhor ter remorso do que não tê-lo, né? Pelo remorso, pode ser que eu chegue ao arrependimento.
O remorso é isso: a consciência morde e remorde; ela acusa que algo errado foi feito. Quem vai cauterizando a consciência vai perdendo todas as bússolas, né? Então, né?
A paz dos pecadores empedernidos que já não sentem a mordedura do remorso e que exclamam "paz, paz", quando não há paz (citação de Jeremias 6:14), essa paz encobre, com frequência, uma multidão de misérias, e tantos e tão grandes males dão a eles o nome de paz. O livro da Sabedoria, 14:22, assemelha-se a essa sensação de bem-estar que os moribundos às vezes experimentam e que lhes conferem a impressão de estarem a caminho da cura, quando, na verdade, essa melhora aparente não é senão o começo da morte. Quem de nós não sabe que, às vezes, o sujeito está numa situação dramática de saúde, tem uma melhora para morrer, né?
Essa é a analogia que ele está fazendo aqui. Então, tenhamos cuidado. Na prosperidade, aqui abro de novo um parêntese para dizer o que foi dito na quarta aula: no catolicismo não existe nenhuma brecha, nenhuma, zero, para a teologia da prosperidade.
Podemos e devemos até desejar prosperidade, mas teologia da prosperidade é algo que não existe. É pelo sofrimento que Deus nos faz nos testar. E diz aqui o Rio que Deus nos livre de semelhante peste, que talvez deixasse o nosso amor-próprio bem a seu gosto, mas que é tão perigosa para a nossa alma.
Abre aspas: "Não há maior miséria do que ser miserável sem o suspeitar". Ele cita aqui um sacerdote, né? O venerável Liebermann.
Essa falsa paz é a da desordem. Olha que observação especiosa! Olha, se Rio aqui escreveu esse livrinho, esse livrinho é um tesouro espiritual e tem tudo a ver no contexto do comentário de Santo Tomás ao Pai Nosso.
É um bom fecho, eh? Essa paz é a da desordem, como a que reina numa família em que os pais cedem a todos os caprichos do filho, com o mentiroso pretexto de que assim poderão ter um pouquinho mais de paz. Ou seja, o pai que pega aqui um celular, "é difícil educar o filho", deixa o filho lá ver a porcaria que quiser no celular, delegam o que é dever e vivem numa falsa paz.
Estão dando tudo, pagando o colégio caríssimo pro filho, etc. As analogias são todas bastante pragmáticas aqui, né? É como se, numa cidade, sob o pretexto de não contrariar ninguém, se deixasse os ladrões e os assassinos cometerem livremente as suas malfeitorias.
A tantos e tão grandes males, dão eles o nome de paz, e é a isso que o homem mundano chama paz. Então, eh, o mundano chama paz a algo que não é paz, eh? É algo falso, e era essa falsa paz do mundo que se referia a Jesus.
Mas Mateus 10:34 diz: "Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada". Quantos católicos, inclusive, se esquecem desta mensagem claríssima neste versículo! Cristo não veio trazer paz política nem resolver os problemas do mundo; ele veio trazer a espada, no sentido de que a verdade divide os homens.
Assim como a espada, se tiver o fio, né, o gume afiado, vai dividir um corpo, uma matéria qualquer, a verdadeira paz, pelo contrário, consiste na tranquilidade da ordem. Como acertadamente já definiu Agostinho, é como o bem-estar que resulta de um organismo em perfeita saúde, ou como a tranquilidade que reina numa família em que os filhos obedecem aos pais em tudo o que é justo, e esses pais, por sua vez, se portam de forma exemplar. A paz autêntica tem dois pressupostos: um elemento negativo, que é a ausência de agitação, que é precisamente o oposto da paz; e o elemento positivo, o descanso da vontade na posse estável do bem desejado.
Quando eu desejo algum bem e o adquiro, eu descanso o meu querer. Então, a verdadeira, olha o que ele está dizendo, a autêntica paz tem dois pressupostos: um elemento negativo, a ausência de agitação, e um positivo, o descanso da vontade na posse do bem desejado. Ora, esse é precisamente o estado em que se encontra a alma inteiramente entregue à ação do Espírito Santo.
Com efeito, que pode ainda perturbar essa alma? A doença, as fraquezas; mas se ela sabe perfeitamente que essas coisas são permitidas pelo Pai Celeste para seu bem, a morte, então, como poderia, se à semelhança de Santa Teresa do Menino Jesus, ela a espera com amor e descobre dentro de si que não lhe falta coragem para aceitá-la? De novo, o tema da resignação presente nos pedidos do Pai Nosso.
Serão as humilhações exteriores. É verdade que a alma não pode deixar de senti-las vivamente, mas não ignora que são as graças mais preciosas que o Salvador concede às almas que lhe são queridas. Então, assim, se está tudo maravilhoso, é aí que há o maior perigo.
Eh? Queiramos o bem, mas muito. Cuidado para não nos apaixonarmos por essa paz mundana.
Bem-aventurados serão, diz Cristo, quando vos insultarem e perseguirem e com mentira disserem contra vós todo gênero de mal por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa; está lá em Mateus 5, 11 e 12. Pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
Será, enfim, na secura da oração, aridez de sentimento, distrações e tentações de todo tipo que assaltam a nossa vida interior, que isso tudo nos tirará a paz? Essa mesma que terão os Pacificadores. Ter essa felicidade interior não é porque essa alma, sob o influxo do Dom da Ciência, compreendeu com São João da Cruz que, para ela, o sofrimento é preferível às consolações, a amargura ao prazer, a privação dos bens à sua posse, a sede e a desolação às suaves comunicações do céu.
Então, o que está a pressupor em todos os pedidos do Pai Nosso – e aqui o rio nos faz o favor de tornar claro, e eu ponho como complemento esse comentário de Santo Tomás – é que nós somos chamados, se somos cristãos, a um estado em que seremos luz do mundo e sal da Terra. Não podemos ter o mesmo desassossego que têm as pessoas mundanas. Ele vai citando aqui um livrinho bom.
Sabe que é nessas ocasiões que posso oferecer a Deus um amor purificado de toda a contemplação em si mesma, diz Santa Teresinha, Santa Teresa de Lisieux. Eu não vou ler todo o capítulo sobre a paz, que é grande, só um trechinho: essa alma, chegada nesse estado de paz interior, tem consciência de estar de posse do único bem perfeito a que está apegada. Sabe que possui a Deus.
Então, ele vai terminar aqui esse trecho dizendo que a paz é a condição necessária para que a vida da graça chegue ao seu perfeito desenvolvimento em nós, ou seja, a graça é o sol. Eu preciso ter o ambiente em que estou aberto, para que a luz do sol entre nele. A intranquilidade seria um empecilho; seria como uma cortina que eu pus na minha sala que impede que a luz da graça chegue a mim.
Aqui ele faz uma menção ao inimigo da nossa salvação, o demônio, que sabe muito bem disso. Por isso, procura de todas as maneiras semear a inquietação nas almas, particularmente nas que se dedicam, de alguma maneira, a Deus. Essa é a meta imediata dos seus esforços.
Uma alma intranquila tende a deixar-se tomar pela tristeza e a dobrar-se sobre si mesma, o que a impede de abrir-se ao sol do Amor Divino e, em consequência, de dar glória a Deus em tudo como deveria. A maneira de sair dessas situações, para o católico, ele salienta aqui, é abrir o coração humildemente a um confessor. Então ele vai dizer, para encerrar, que a paz é o fruto da santidade e do amor filial.
Com estas considerações, eu encerro este conteúdo em oito aulas aqui no canal do YouTube, lembrando a todos que se trata de um tesouro para o nosso usufruto comum. Santo Tomás, em quem também o Alexis se inspira, porque o cita várias vezes nesta obrinha, é uma espécie de cume teológico. Então, vale sempre muito a pena ouvir o que ele tem a dizer nesta matéria também.
Santo Agostinho, chamado Doutor da Graça, está ali numa espécie de cordilheira e está muito próximo de Santo Tomás. Santo Agostinho é um gênio extraordinário, para além de tudo, um artista da palavra, inspirado, um retórico que dominava todos os recursos dessa bela arte. Então, estarmos perto desses dois gigantes, de alguma maneira, nos ajuda a entender um pouco melhor, pelo intermédio deles, a oração dominical, a oração do Senhor, aquela que traz todos os tesouros que devemos guardar para que tenhamos a vida melhor possível neste mundo, que para nós é apenas uma passagem.
O homem é homo viator, é o viajante rumo à Pátria Celeste. Obrigado a todos que acompanharam estas aulas, e peço a quem delas tirou algum proveito que partilhem. Não por mim, que nada mereça – de coração falo isso aqui sem nenhuma afetação –, mas pelo bem que elas encerram, pois quem diz o que diz aqui é o Doctor Comun, Santo Tomás de Aquino.
Grande abraço, e se Deus me der forças, vou também publicar uma série de aulas gratuitas sobre o comentário de Santo Tomás ao Credo e o comentário de Santo Tomás aos dez mandamentos. Não sei qual é o melhor. Um abraço!