Florestan Fernandes: Capitalismo dependente e classes sociais no Brasil -Por Miriam Limoeiro Cardoso

4.03k views7495 WordsCopy TextShare
Clio Psyché
No vídeo de hoje trazemos o pensamento do grande sociólogo marxista Florestan Fernandes, apresentado...
Video Transcript:
Eh boa noite a todos e a todas é uma alegria muito grande estar aqui com vocês hoje participando desse ciclo de debate eu agradeço enormemente ao professor galdo pela gentileza do convite eh Professor galdo com quem é sempre é muito estimulante muito agradável eh a convivência acadêmica o relacionamento pessoal essa figura ímpar que é o professor galdo e tudo aquilo que ele cria em torno dele eh então eu agradeço ao programa de de pós-graduação em políticas públicas e formação humana oo Centro de Estudos otaviani a caxo ao erge e eh aos organizadores desse desse ciclo
eh com essa característica tão interessante que é um um uma programação que é interna a pós-graduação mas ao mesmo tempo tem uma parte que é aberta eh possibilitando que a gente faça uma discussão eh mais mais abrangente e atraindo um público mais diversificado que não está ou ainda não está na pós-graduação eh de fato eh eu eu tenho trabalhado com florestan Fernandes de maneira sistemática eh nos últimos anos fazendo pesquisa e intensiva eh eh com algumas formulações eh já já publicadas um um livro em andamento que deve estar publicado eh Talvez esse ano Talvez ano
que vem floresan Fernand eh acredito que vocês todos que estão aqui sabem ele é certamente um dos grandes nomes um dos grandes autores do pensamento social brasileiro mas a meu juízo ele é o maior sociólogo eh brasileiro eh não só no campo eh do Brasil mas ele se insere em termos da produção com a contribuição original e muito importante eh para paraa construção da sociologia então num cenário que é um cenário internacional não é só um grande autor brasileiro ele é um grande autor brasileiro que tem uma contribuição teórica significativa a meu ver eh paraa
ciência social eh de uma maneira geral ele é eh como vocês também sabem eh uma figura ímpar de intelectual militante eh ele próprio diz eh na no prefácio que ele faz a um livro importante que é o circuito fechado eh aspas minha atividade sociológica como eu a entendo e a pratico um meio de relação crítica com a sociedade brasileira e de confronto com os dilemas históricos da nossa época Esse é o florestan sempre atento crítico e atuante solidário e presente às Lutas dos dominados e oprimidos aqueles que eles chamava Em geral os debaixo da onde
ele vinha porque a origem dele é lumpen ele nunca negou e essa raiz se ela se Manteve presente ele foi fiel a ela mesmo tendo percorrido todos os patamares do Poder da Universidade tendo se tornado intelectual da importância que Ele alcançou Ele toma como Norte na na sua produção e na sua vida a transformação da sociedade capitalista o que ele visa na sua produção é essencial na sua produção e na sua atuação é essencialmente conseguir contribuir paraa transformação da sociedade capitalista assumindo sempre em todas as dimensões a ótica o ponto de vista dos despossuídos dos
explorados dos humilhados ele acredita como eu também acredito que a transformação efetiva profunda da sociedade burguesa precisa dispor do conhecimento da dominação burguesa esse conhecimento da dominação burguesa é um conhecimento necessário para que se possa eh de alguma forma alcançar uma transformação mais profunda e mais efetiva da sociedade paraa transformação da sociedade é necessário portanto um conhecimento que seja capaz de apreender as relações fundamentais dessa sociedade na sua organização nos seus conflitos nas suas contradições e florestan se empenha o tempo todo em produzir esse conhecimento necessário a produção dele é muito diversificada reconhecidamente é uma
produção importantíssima sobre os índios Tupinambás amente original e avançada pra época em que ele produziu e até hoje é uma produção reconhecidamente importantíssima sobre o negro na sociedade de classes a ponto dele dizer que a formação do povo brasileiro não poderia ser entendida eh sem se passar pela participação do negro na formação eh desse povo eh e há um um outro núcleo de trabalho do florestan que não é tanto reconhecido mas também é importantíssimo e a meu ver é o mais importante de todos é a ele que eu venho me dedicando a a muitos e
muitos anos que é a explicação da nossa sociedade sociedade eh que costuma ou costumava ser chamada de subdesenvolvida quando ele para conseguir eh contribuir para para essa explicação que ele consegue ele faz ele produz o conceito de Capitalismo dependente não é apenas uma noção não é alguma coisa que que se acrescente é um conceito que tem uma uma uma formulação rigorosa e teórica o conceito de Capitalismo independente é a esta questão fundamentalmente que eu vou me dedicar aqui além disso eh ele tem uma reflexão Ampla sobre política eh e tem uma discussão crítica de políticas
concretas eh e análises mais pontuais como análise do folclore etc eh o conhecimento da nossa sociedade é a grande preocupação do florestan desde o início Desde quando ele começa a a a produzir eh depois de ter feito o o mestrado e o doutorado quando ele começa a indagar sobre o que é o Brasil como é que o Brasil se organiza primeiramente Portanto ele começa a pensar aquilo que aparece para ele como sendo o Brasil o recorte que ele faz inicialmente inicialmente é aquilo que ele chama e que nós chamamos Brasil e ele problematiza fundamentalmente algumas
questões Por que no Brasil a independência política não significou Independência efetiva por a exploração do trabalho e da população aqui é muito maior do que nos países chamados avançados Por que a democracia que conhecemos é tão restrita Por que no Brasil a a a burguesia não não fez ou não conseguiu fazer a revolução burguesa eh vou trabalhar essas questões eh especialmente em termos de eh três tópicos fundamentais primeiro o recorte do objeto e o deslocamento desse recorte eh para poder pensar e conseguir chegar até uma possibilidade efetiva de explica do que que seria esse Brasil
desde o descobrimento o que passou a ser o Brasil já foi constituído como parte da expansão pelo mundo aa do capitalismo que então se formava tô falando ainda do descobrimento e a história do Brasil até hoje faz parte da história dessa expansão capitalista portanto para entender o Brasil o objeto a analisar não pode ser simplesmente Brasil o fundamental passa a ser entender como essa expansão articula o Brasil como ela envolve o Brasil como ela faz com que o Brasil faça parte dela expansão capitalista como esse capitalismo isso por um lado por outro lado como esse
capitalismo em expansão é apropriado pelo Brasil quer dizer como que essa região particular como que ela se deixa envolver e como ela passa a participar desse processo de expansão nas palavras do próprio florestan diz ele na verdade o capitalismo está aí presente e estuante o que se precisa explicar é sua evolução em quadros particulares que não levam a revolução burguesa clássica nem ao estado representativo democrático burguês ou a autonomia Nacional diz ele ainda é preciso compreender o capitalismo da Periferia e aonde ele conduz portanto a pesquisa teórica precisa ser redefinida e reorientada um ideal um
ideal simplista de cientificação levou sociólogos historiadores e economistas a supor que as sociedades nacionais são totalmente autônomas e autodeterminadas que contém dentro de si mesmas todas as forças de sua organização expansão e evolução esse ideal mecanicista está em crise e não explica nada em particular quando o objeto da análise é o capitalismo difícil e selvagem da Periferia fecha aspas isso tá num texto que chama eh foi publicado em português como capitalismo dependente e imperialismo que está eh em busca do socialismo e outros escritos é uma das últimas publicações já feitas depois da morte do florestan
Portanto o primeiro ponto que eu quero destacar é que essa produção eh do florestan para conseguir explicar o Brasil faz com que ele eh detidamente eh com todo o critério precise sair do limite geográfico do que seja o Brasil para pensar o Brasil como parte que é do mundo capitalista ou do que algumas vezes aparece como civilização ocidental sempre entre aspas Quando vocês tiverem lendo o florestão vocês vão ver isso ele às vezes fala em civilização ocidental Mas entre aspas ele tá falando em capitalismo então ele desloca o objeto da análise do Brasil como tal
pro capitalismo em expansão eh tentando localizar Qual é a forma de integração do Brasil nessa expansão e há algo mais que é mais importante ainda uma vez que a gente tenha nítido eh essa questão eu tô destacando particularmente porque eu sei que boa parte das pessoas que estão aqui fazem pesquisa eh ao fazerem seus projetos T grande dificuldade na na delimitação de qual vai ser o universo né o recorte do objeto passa a ser uma preocupação fundamental para mestrandos e principalmente para doutorandos e todo mundo que trabalha de alguma forma com pesquisa então eu tô
eu tô enfatizando eh essa questão o foco da análise passa a ser segundo flor aspas as influências estruturais e dinâmicas da Ordem Social Global sobre a absorção e a expansão do capitalismo no Brasil a formação de um Estado Nacional independente eh no caso é uma preocupação enorme que ele tem vai estudar quem leu a revolução burguesa sabe isso ele vai estudar o processo histórico todo para tentar ver eh o que que foi que cercou o processo de indep E por que que a independência eh política formal ela não significou uma Independência eh mais Global não
levou a formas de autonomia e ele lembra né que a formação de um Estado Nacional independente acompanha a elevação da Inglaterra a condição de grande potência Colonial o deslocamento no caso eh da hegemonia eh Lusitana num determinado momento para Pra Inglaterra quando o estatuto Colonial já deixava de de funcionar para garantir a nova forma de expansão eh eh capitalista no mundo nesse momento se pode verificar que os laços coloniais eles mudam de caráter florestan vai acentuar que esses laços de tipo Colonial eles se mantêm Mas eles mudam de caráter eles passam a ter outra outro
caráter eles passam a ter outra forma essa é uma questão no caso crucial é um é uma questão metodológica crucial eu vou voltar a isso no final da exposição eh quando ele quando ele presta atenção a que transformações de fase de desenvolvimento do capitalismo elas repercutem na maneira pela qual essa nova fase eh provê a incorporação de antigas ou novas áreas a essa mesma expansão quer dizer uma coisa é é no momento da da acumulação primitiva a outra coisa é é o capitalismo concorrencial e na fase monopolista quer dizer quando se tá no em pleno
imperialismo na fase monopolista já não se tem mais uma dependência jurídico-política formal mas se tem formas de farsad Mas muito eficazes em que essa dependência se mantém o conceito de Capitalismo dependente vai vai girar em torno dessa questão é isso que ele vai tentar explicar então Eh as mudanças de hegemonia elas provocam mudança de caráter eh dos laços coloniais eles eh naquele momento momento da Independência no momento em que a a a hegemonia tá na Inglaterra passa está passando paraa Inglaterra os laços deixam de ser jurídico-políticos formais e passam a ser cada vez mais econômicos
o que florestan vai acentuar quando ele discute isso é que eh de uma forma ou de outra eh se o colonialismo se esvai se o colonialismo se desfaz né seja por conta de lutas de de movimentos de libertação eh ou ou não eh o fato de que a Inglaterra ela não consegue mais manter a a liderança e hegemonia do processo de expansão eh se o colonialismo ele se desfaz formam-se novas formas Então você tem o neoc colonialismo chamado neocolonialismo e ele prefere utilizar desde o começo uma expressão que é a expressão de heteronomia quer dizer
alguns setores eles heteronomia sempre em oposição à autonomia então alguns setores seriam autônomos e outros setores seriam heterônomas né e o o o Brasil estaria nessa condição a conclusão a que ele chega é de que há uma condição Colonial permanente embora instável e mutável eh eu não sei se vocês conhecem esse texto eh me parece que aqui eh estão os textos talvez mais cruciais da elaboração eh do florestan Especialmente um capítulo que é o primeiro capítulo desse livro que tem o nome de sociedade de classe subdesenvolvimento que ele apresentou num congresso eh na Alemanha ao
qual também participou do qual também participou o cels Furtado em que ele ele ele consegue embora isso tenha ocorrido em 1967 ele consegue eh se se opor de forma forte criteriosa a toda a perspectiva de de desenvolvimentismo que tava sendo colocada naquele momento então é ali o que ele vai acentuar é que o desenvolvimento não resolve essa questão eh eu chamo atenção especialmente para a leitura da nota dois desse Capítulo não adianta eu dar a página porque as edições elas se sucedem e há diferenças de de paginação então não adianta mas é a nota dois
na nota dois ele diz o seguinte é uma condição Colonial permanente embora instável e mutável está claro que essa condição se altera continuamente Primeiro ela se prende ao antigo sistema colonial depois se associa ao tipo de colonialismo criado pelo imperialismo das primeiras grandes potências mundiais na atualid vincula-se aos efeitos do capitalismo monopolista na integração da economia internacional ela se redefine no curso da história mas de tal modo que a posição heteronômica da economia do país em sua estrutura e funcionamento mantém-se constante portanto em florestan Fernandes essa condição de heteronomia ela só faz sentido porque ela
é referida a uma autonomia existente no sistema de expansão do capitalismo pelo mundo trata-se de uma autonomia capitalista geradora de heteronomia capitalista a responsabilidade não é como Eh vamos ver se nós chegarmos a discutir por exemplo todos os modernizadores a chamada teoria da modernização a responsabilidade não é é dos países que se atrasaram a responsabilidade é do próprio desenvolvimento capitalista como Len ensinou no seu texto escrito em 1916 sobre o imperialismo ao qual o florestan está umbilicalmente ligado quer dizer a a meu juízo a construção dessa noção que a gente está tentando trabalhar aqui de
Capitalismo dependente ela provém da reflexão eh do Lenin lá na lá na na proposta dele de imperialismo eh curiosamente disse que costuma-se dizer que o florestan ele é eh um funcionalista quando os o o estrutural funcionalismo a construção que foi feita por eles é a construção exatamente da modernização que diz que nós somos eh como somos porque somos atrasados num processo que seria o mesmo processo de desenvolvimento ou de modernização então correndo um pouco com com o o barco eh porque para voltar aqui pro nosso pro nosso campo e a noção que tá em jogo
a meu ver é a noção de desenvolvimento desigual ele diz não é porque fomos colônias não é porque eh Há um há uma colonização que foi feita e que deixou suas marcas e nós vivemos essas marcas até hoje não é que o capitalismo no seu desenvolvimento ele sempre gera desigualdades ele é a que conduz o processo de expansão ela é inerentemente geradora de heteronomas ela é geradora de desigualdades e de subordinações Então essa a heteronomia qual ele refere o Brasil é vista por ele como parte de um sistema que é único e é integrado o
capitalismo em expansão Mundial florestan fala dessa autonomia como o capitalismo diferenciado porém subdesenvolvido e dependente eh então eh como é que ele define o capitalismo dependente antes de mais nada eh e quando vocês forem estudar as a chamada teoria da dependência vocês vão sentir uma diferença enorme em relação a isso que eu tô falando porque em primeiro lugar antes de mais nada se trata de Capitalismo não é uma dependência não é um satélite em relação ao centro não não se trata meramente de uma periferia A questão não é geográfica a questão é fundamentalmente de lógica
Econômica antes de mais nada é capitalismo são formas diferenciadas pelas quais o capitalismo se se se faz se produz se constrói eh em segundo lugar é aquilo a que ele se dedica basicamente que é tentar discernir uma forma determinada de Capitalismo Uma Forma determinada essa determinação é o ser dependente é o capitalismo dependente capitalismo dependente então para ele é uma especificidade do capitalismo eh algumas definições dizer-lhe o seguinte ainda no texto sociedade de classes e subdesenvolvimento que para mim é um texto chave eh o capitalismo dependente eh significa uma situação específica que só pode ser
caracterizada através de uma economia de mercado capitalista duplamente polarizada destituída de autossuficiência e possuidora no máximo de uma autonomia limitada a dupla polarização do mercado suscita uma realidade histórica nova e confundível trata--se de uma economia de mercado capitalista constituída para operar estrutural e dinamicamente como uma entidade especializada ao nível da integração do mercado capitalista Mundial como uma entidade subsidiária e dependente ao nível das aplicações reprodutivas do excedente econômico das sociedades desenvolvidas e como uma entidade tributária ao nível do ciclo de apropriação capitalista internacional no qual ela aparece como a fonte de incrementação ou de multiplicação
do excedente econômico das economias capitalistas hegemônicas a forma dependente periférica e dependente do capitalismo não é apenas satélite ela é a forma que assume eh essa essa heteronomia no capitalismo na fase monopolista do capitalismo que sob o capitalismo monopolista o que associa é o segundo ponto o que associa inexorável e inextricavelmente as formas nacionais e estrangeiras do Capital financeiro Então eh começa a ficar mais claro eh nesse ponto ess essa citação que eu acabei de fazer tá em Nova no livrinho chamado Nova República interrogação lá na página 50 começa a ficar mais clara a a
a vinculação com a formulação do Lenin quando ele começa a falar de Capital financeiro quando ele mostra quando ele aprende com Lenin e reflete tentando pensar a nossa realidade à luz daquele ensinamento quando ele reflete que eh no no imperialismo o eh não só temos a a a enorme o enorme desenvolvimento da indústria o enorme a enorme concentração do processo Industrial capaz de criar monopólios então um processo de monopolização eh e além desse além dessa concentração além desse monopólio e Além do fato de que essas esses novos monopólios eles concentram numa mesma empresa diferentes Ramos
de produção é o que é o que o Lenin vai chamar de combinação eh tudo isso eh faz com que a dominância o os bancos passam assumir um novo papel então a dominância do processo nessa nova hegemonia é uma dominância cada vez mais clara do Capital financeiro eh e esse vai ser um ponto interessantíssimo para ser discutido o que o florestan começa a apontar e para ele é uma questão crucial uma questão fundamental é que sendo assim ao pensar a expansão capitalista as formas dependentes de integração a essa expansão capitalista não podem ser pensadas em
termos de estado nação as relações de dependência não são relações entre nações o estado nação é uma Instância importantíssima da análise mas ele não é agente histórico quem é o agente histórico o agente histórico são grupos de homens homens grupos classes sociais sobre o capitalismo conflitos de classe contradições de classe mas uma vez eh fica fica muito claro que eh a relação é uma relação Direta com Marx nesse caso uma relação teórica Direta com Marx uma construção da sociedade no caso a sociedade capitalista o florest entende a a existência de classes dentro dessa sociedade capitalista
Isso é uma outra discussão na qual a gente não vai entrar mas o segundo ponto pro qual eu quero chamar atenção o primeiro foi o deslocamento do âmbito da análise do recorte do objeto o segundo é a centralidade das relações de classe na análise do florestano universo da análise é o capitalismo em expansão mas o que move o desenvolvimento do capitalismo Ou melhor o que move essa expansão do capitalismo são as relações entre as classes sociais e não relações entre nações a explicação sociológica do subdesenvolvimento diz ele eh deve ser buscada de ver a citação
correta a explicação sociológica do desenvolvimento econômico teria que ser procurada no mesmo fator que explica sociologicamente o desenvolvimento econômico sob o regime de produção capitalista dois pontos como as classes se organizam e cooperam ou lutam entre si para preservar fortalecer e aperfeiçoar ou extinguir aquele regime social de produção Econômica quer dizer o fundamental para poder explicar eh a sociedade chamada eh subdesenvolvida ou em desenvolvimento teria que ser buscada essa explicação no mesmo ponto Aonde se pode conseguir a explicação das sociedades chamadas desenvolvidas ou no caso autônomas eh que é como como que as classes se
organizam Como como que elas se juntam se ajudam cooperam entre si para manter e aperfeiçoar o sistema ou como elas combatem umas às outras para poder transformar o sistema eh para florestan então a história não se faz a história é feita pelos homens são os homens que fazem a história mas não a fazem como querem eh o texto do florestan é assim a história é feita coletivamente pelos homens e sob o capitalismo através de conflitos de classe de alcance local nacional e mundial Brasil em compasso de espera página 62 eh concluindo aspas a história nunca
se fecha por si mesma e nunca se fecha para sempre são os homens em grupos e confrontando-se como classes em conflito que fecham ou abrem os circuitos da história ele tá falando isso em plena ditadura no Brasil texto circuito dechado introdução pna 5 isso traz consequências teóricas e políticas imensas como a gente pode facilmente notar né é toda uma oposição que ele vai fazer eh as propostas tão comuns a toda uma parcela importante da esquerda as propostas dos partidos comunistas e à frente delas que é a era no caso a necessidade de integração nacional com
os setores do trabalho e da massa da população aderindo as propostas do suposto empresariado Nacional da o mito da burguesia nacional que é uma vez constituída essa união se teria forças para poder enfrentar algo que era o inimigo que estava do lado de fora o inimigo não estava do lado de dentro quando florestan coloca a centralidade das relações de Classe A consequência imediata é mostrar a Extrema importância que tem a burguesia local a burguesia local como parte da grande burguesia que no caso é internacional diz ele eles são parceiros essa burguesia que que se chama
Nacional ela não chegou a empolgar nenhum projeto de nacionalidade Ela não ela não não não conseguiu fazer não se envolveu no fazer uma revolução burguesa ela não conquistou formas de autonomia ela se satisfez em ser parceira da grande burguesia internacional embora parceira menor e subordinada eh a ênfase é assim ela é parceira menor e subordinada mas parceira quer dizer a ênfase é que ela é parceira e na hora que há um processo de transformação mais profundo a união se dá entre as frações da burguesia a burguesia local e a burguesia Internacional e não a burguesia
local eh com o trabalho e com a massa da população Portanto o capitalismo dependente quando fala de dominação essa dominação não é uma dominação externa ela não é somente nem Principalmente uma dominação externa ela é uma dominação externa que se conjuga com uma dominação interna e mais a dominação interna ela só se faz por intermédio da dominação interna quer dizer a burguesia local ela é parceira menor e subordinada da burguesia internacional mas a burguesia local é aquela que assume o poder e faz funcionar todos os mecanismos para grande burguesia internacional poder oferir os resultados da
dominação que ela impõe em termos imperialistas eh nas palavras do florestan a a dominação externa ela se conjuga com uma dominação interna eh e uma não se faz sem o fortalecimento da outra eh já já afirmei e agora a gente tem eh mais clareza para poder entender de que então as relações características do capitalismo dependente não são relações entre nações [Música] eh e é por isso que em florestan Fernandes o conceito que ele cria de de Capitalismo dependente leva ao desmascaramento simultâneo da dominação imperialista exercida de fora para dentro e da dominação das burguesias locais
eh chamadas nacionais quanto ao externo e ao interno Esse é um problema que eu acho que o florestan não resolveu eh ele não se deteve o suficiente para para resolver essa questão porque ao falar de externo e interno você tá tendo um Marco que é o Marco do Estado Nacional a política eh de modernização de desenvolvimento ela não prescinde do Estado Nacional ela se faz por meio do Estado Nacional Mas a questão Teoricamente ela precisa ser mais burilada eh ele não ele não se deteve nisso ele foi adiante Mas o que ele diz quanto ao
externo ao interno é que um não se fortalece sem ou contra o outro as burguesias locais desempenh um papel decisivo para que a dominação externa se Exerça portanto Elas têm uma enorme responsabilidade eh pelo pelo caráter dependente que o desenvolvimento capitalista se faz no país daí o erro político grave de supor que essas burguesias locais em geral possam ser parceiras do trabalho contra a dominação imperialista externa eh erro que opôs eh florestan em termos políticos a boa parte eh da chamada esquerda no Brasil eh de posse desses elementos é possível chegar à aquilo que o
florestão vai chamar de sobre apropriação e sobre expropriação capitalistas sob o capitalismo dependente ele diz o seguinte aspas o modelo concreto de capitalismo que rompeu e vingou na América Latina reproduz as formas de apropriação e expropriação inerentes ao capitalismo moderno com um componente adicional específico e típico dois pontos acumulação de capital institucionaliza-se para promover a expansão concomitante dos núcleos hegemônicos externos e internos ou seja as economias centrais e os setores sociais dominantes em termos abstratos as aparências são de que esses setores sofrem a espoliação que se monta de fora para dentro vendo-se com pelidos a
dividir o excedente econômico com os agentes que operam a partir das economias centrais continuo florestan de fato a economia capitalista dependente está sujeita como um todo a uma depleção permanente de suas riquezas existentes ou potencialmente acumuláveis o que exclui a monopolização do excedente econômico por seus agentes privilegiados na realidade porém a depleção de riquezas se processa a custa dos setores assalariados e destituídos da população submetidos a mecanismos permanentes de sobre apropriação e sobre expropriação capitalistas isso lembra eh e eu sugiro de novo que vai se ler o florestan sobre o capitalismo independente tendo ao lado
o texto do Lenin isso lembra aquilo que o Lenin fala de super lucro porque o capitalismo para funcionar ele só funciona por meio da a e da exploração é assim que ele funciona eh e e o que se vê num determinado momento que é o momento do imperialismo é que o tipo de exploração que é que o capitalismo exerce no próprio país pensando país autônomo é muito menor do que a exploração que vai ser exercida no capitalismo sobre o capitalismo dependente por porque eh é necessário o nível de exploração para poder dividir os resultados obtidos
entre as frações das burguesias envolvidas no processo essa essa Isso é um problema é isso é um problema mas é isso que tá colocado desde o Len e que o florestan vai colocar também quer dizer nós vivemos sob um regime nos eh nos países capitalistas dependentes se vive sob um regime capitalista em que a a a exploração e a ação é exacerbada é isso que ele chama de sobre apropriação ou Super apropriação e sobre expropriação capitalistas no capitalismo dependente eh em função de quê daquilo que ele chama de natureza compósita da burguesia quer dizer essa
burguesia que é por um lado externa imperialista e por outro lado eh local daí a importância eh enorme da burguesia local para funcionamento a manutenção eh do eh do do capitalismo dependente e por outro lado quer dizer olhando pelo outro lado isso significa o quê a exasperação das relações de classe internas quer dizer o nível de de exploração é tão grande que exige que o nível de dominação seja também maior daí a importância imensa que a ideologia né Eh por um lado e a repressão quando quando ela se torna necessária ela elas sejam muito maiores
sobre o capitalismo dependente isso não é uma questão eh ocasional isso não é uma questão eventual Isso é uma questão estrutural que ele tá dizendo é que o a forma dependente A especificidade Dependente da expansão capitalista cria esse tipo de mecanismos então a a exasperação das relações de classe super exploração super de expropriação do trabalho e da massa da população portanto há um padrão de acumulação de Capital que é característico da relação de parceria desigual das burguesias envolvidas o florestan chama isso de sobre apropriação repartida do excedente econômico tá em classes sociais na América Latina
é 57 então conforme florestão a dominação inerente ao imperialismo implica eh a aspas uma dominação total que opera a partir de dentro dos países neocoloniais e dependentes daí resulta um capitalismo típico extremamente moderno entre aspas e por vezes extremamente dinâmico e flexível que é um capitalismo difícil um capitalismo selvagem tá também naquele texto eh eh capitalismo dependente imperialismo diz ele uma hegemonia compósita de classe liga os interesses capitalistas dominantes externos e internos colocando o Estado Nacional no CNE mesmo da nova opressão Colonial então Eh esse processo não é um processo que você possa detectar unicamente
no nível eh da organização Econômica da sociedade no nível Empresarial ele passa necessariamente pelo Estado que é um meio através do qual as políticas são eh produzidas e ex cidas para permitir que esse processo de sobre apropriação repartida do excedente econômico possa se realizar eh questão eh importante eu acho para ser pensada ao nível de um programa como esse programa no qual nós estamos então trata--se de uma história que se recompõe simultaneamente a partir de dentro pela dominação burguesa e a partir de fora pela dominação imperialista constantemente novos modelos de desenvolvimento capitalista que exigem a
conciliação do arcaico do moderno e do Ultra moderno Ou seja a articulação de antigas estruturas coloniais bem visíveis a novas estruturas coloniais disfarçadas sabemos e é voga é dominante Brasil eh mais claramente do que em outros lugares né Eh que a aquilo que é apresentado como sendo modernização é algo que se opõe a um tradicional a um arcaico que aparece como sendo obstáculo criando obstáculo para que a modernização possa se fazer então é uma dualidade que é apresentada e que só se resolveria com o desenvolvimento a noção de desenvolvimento desigual ensina que é é o
próprio desenvolvimento que cria necessariamente a presença do arcaico junto com o moderno e com o ultramoderno é o arcaico ele cumpre determinadas funções então não se trata de uma dualidade se trata de um processo histórico próprio eh do capitalismo eh tentando ver rapidamente as consequências desse tipo de análise pro campo diretamente político florestan vai falar em autocracia eh Diz ele que na especificidade dependente do capitalismo o fundamento que é econômico que é a expropriação é drasticamente exagerado tornando-se Ultra expropriação sobre expropriação supere expropriação e Diz ele que a esta exacerbação corresponde uma drástica redução da
Democracia que é restrita ao ponto de se tornar uma democracia de iguais quer dizer o nível de exploração é de tal ordem que qualquer abertura maior do processo democrático é sentido como sendo uma ameaça a essa super exploração isso faz com que eh sob o capitalismo dependente nós não conheçamos eh uma democracia eh mais profunda ela seja uma democracia democracia dos iguais é a democracia deles né uma democracia da qual o povo a a grande massa da população tá excluída então o capitalismo dependente é uma organização social extremamente desigual com uma minoria social dominante que
retém para si todos os privilégios como se fossem direitos e que exclui A grande maioria de todos os direitos como se isso fosse natural nesse sentido essa burguesia se torna tirânica ela exerce a tirania burguesa de forma crua sem disfarces e se torna uma democracia restrita eh que cria então um estado autocrático burguês terceiro ponto eh eu disse que eu ia tratar de três questões a primeira o deslocamento do do objeto da análise a segunda a centralidade das relações de classe o terceiro é uma questão eh caracteristicamente metodológica eh o conceito de Capitalismo dependente ele
não se aplica a uma sociedade do tipo da sociedade brasileira em qualquer momento da vida eh do Brasil o conceito de Capitalismo independente é um conceito que se aplica à fase monopolista da expansão capitalista quer dizer é o capitalismo dependente é a nova forma de dominação Colonial eh profundamente disfarçada ela é disfarçada sobre a forma de política de desenvolvimento de política de modernização eh isso a gente não vai ter tempo de ver aqui mas mas é né Eh que ocorre sob o imperialismo eh já desde desde o início do do do século XXX mas que
se exacerba e se torna muito mais clara muito mais nítida quando a gente se detém na Segunda Guerra Mundial e no pós-guerra quando a hegemonia ela sai das mãos da Inglaterra e se torna eh a hegemonia dos Estados Unidos em construção e que esse processo vai ser um processo absolutamente essencial para construção dessa hegemonia norte--americana eh então o conceito de Capitalismo independente ele ele ele se refere à fase monopolista do desenvolvimento capitalista se refere ao capitalismo monopolista ao imperialismo criador de Capitalismo monopolista então a especificidade desse desenvolvimento desse desse capitalismo dependente ela não decorre do
passado nem sempre as pessoas eh com a gravidade dessa dessa afirmação é que se opõe a uma série de de influentes pensadores eh da sociedade brasileira Qual é a questão é uma questão que tá presente eh por exemplo com muita clareza nas palavras do próprio florestan eh na revolução burguesa ele diz assim O importante e decisivo não está no passado remoto ou recente mas nas Forças em confronto histórico o passado você quando quando ele fala de história a noção de história que ele tá se reportando é uma noção de história do Marx mas há leituras
e leituras da noção de história do Marx mar certamente vocês já se defrontaram com várias leituras eh da história no Marx que tem uma formação nitidamente hegeliana em que a história é uma história que se repete porque trabalha em termos do Eterno Retorno a noção de germe aquilo que é o futuro é o que já estava contido em germe no passado né quer dizer reduzindo reduzindo reduzindo reduzindo a a a noção eh no Rei é isso que a gente tem então se o que vem a ser já está contido em germe no passado eh eu
devo ir ao passado para tentar encontrar esse germe e depois eu vou acompanhando como é que esse germe vai se desdobrando desvelando desenvolvendo e senhores não muda no fundamental não muda a história pensada nesses termos é uma história evolutiva ela evolui mas ela não transforma o florestan eh chegou ao Marx Quando ele era estudante de graduação ele fez parte do movimento rista vocês sabem ele foi militante político direto e como tarefa da militância Ele ainda era estudante quando ele traduziu a contribuição à crítica da economia política e além de traduzir ele fez uma alentada introdução
da melhor qualidade está traduzido em português e ele aprendeu ele chegou ao Marx com a a noção nítida e Clara da importância decisiva pro Marx eu tô fazendo um parênteses mas é que eu não consigo não fazer eh ele chegou a a a importância eh pro para entender o Marx daquele texto que tá lá na introdução a famosa introdução de 1857 que é parte da contribuição que se supõe que seja parte da introdução tem uma dúvida se se ela é dos dali ou não e tal mas o texto chamou método da economia política naquele texto
o Marx diz o seguinte quando você tem uma história marcada por Profundas diferenças ele tá introduzindo a noção de modo de produção é um modo de produção que tem uma lógica que é dele e um outro modo de produção que tem outra lógica que é dele você não pode entender a lógica nova posterior a partir da anterior porque senão você perde o quê O que é novo o diferente o que foi mudado o que foi transformado então eh eh se a construção do Real ela foi feita tá assim ela ela começou antes e tem um
depois que vai sendo construída o entendimento não pode ser esse para entender eu tenho que entender de hoje para trás o importante é o presente só que por favor esse presente não é o hoje eh marcado em termos de dias meses da semana anos é o hoje modo de produção para o que tá sendo dito é o seguinte para entender o modo de Capital o modo o modo de produção capitalista não adianta eu entender o modo de produção feudal eu só posso entender o próprio modo de produção feudal na diferença que ele tem com modo
de produção capitalista se eu for estudar o que o Marx fez ele não foi estudar a história antiga Ele foi estudar o capitalismo surgimento do capitalismo as relações do capitalismo então é é esse presente que é decisivo Essa é a leitura do Marx que o florestan tem e que tá lá colocada na introdução que ele faz a esse texto eh acho eu isso tá num texto que eu fiz é um pequeno texto eh eu não me lembro mais o ano houve foi a primeira grande homenagem que foi feita ao floristan ele tava vivo ainda foi
um grande seminário em Marília eh o livro chama o Saber militante eh e lá tem um pequeno capítulo que é uma reflexão sobre a revolução burguesa que é é meu em que eu coloquei esta questão e o florest ficou muito feliz com essa colocação no debate tá colocado e tal eh eu tô eu já estava convencida e cada vez eu tô mais convencida eh disso vocês que estão estudando eh pensamento social brasileiro que estão lidando com diferentes autores certamente vocês vão ter outras outras visões inclusive eh do próprio Marx por exemplo como como vai est
no Caio que tem uma Caio Prado que tem uma interpretação diversa né Eh eh e em vez de se deter eh no no no capitalismo monopolista O Caio vai fazer o quê ele vai se deter no final da colonização para no final da colonização ser capaz de apreender o sentido da colonização ele vai pro início do século XIX são opções de recorte distintas eh que decorrem de metodologias distintas e nesse caso particular de interpretações diferentes de um mesmo autor que no caso é o Max é o que não falta interpretação diferente do do próprio Marx
então Eh Essa é essa a a questão eh essas são as três questões que eu que eu queria colocar eh essa essa especificidade capitalista portanto ela não decorre do passado ela nem nem copia em atrás um outro passado né como como pensam os modernizadores a a a a formulação da mod ação que a gente estaria atrasado em relação a um processo que seria único eh de desenvolvimento num caminho só numa velha noção de progresso dentro de uma perspectiva bem evolucionista que é retomada é retomada e assumida então a especificidade capitalista dependente nem ela decorre do
passado nem ela tá sendo uma cópia atrasada de um outro passado que seria o passado dos países hoje eh avançados eh são essas as questões que eu queria colocar eu tenho eu tenho anotações eh que eu gostaria de poder fazer uma uma inserção eh mas eu comentei com o professor gald que eu achava que era demasiado e e eu eu constato que é mesmo eu gostaria de fazer uma inserção eh dessa perspectiva que é a perspectiva que eu que eu assumo na leitura que eu faço do florestan em relação a ao ismo do Len em
relação aos teóricos da modernização alguns toques Eu já eu já eu já fiz avançar eh então eh eu acho que nós podemos ficar por aí a única coisa que não dá para falar de florestan e não dá para falar de Capitalismo dependente ainda mais porque eu sei que pelo menos uma pequena parcela das pessoas que estão nessa audiência leram um texto meu que chama capitalismo dependente autocracia burguesa e revolução social porque o florest retomando o início da fala que foi permanentemente o intelectual militante e eu entendo que Essa militância ele ele exercia com a maior
eficácia enquanto produtor quer dizer a produção dele a produção de um conhecimento necessário PR transformação e que ele a todo momento tentava zir tentava explicar de maneira clara e sintética eh inclusive em artigos do jornal e na na própria militância direta política mas ele é militante na medida em que ele aprofunda a produção do conhecimento que sirva para transformação e que possa ser apropriada por muitos outros que não apenas uma figura que seria a figura dele enquanto um militante como como já se já se disse uma vez militante Solitário não tem nada de militante solitário
né quer dizer é uma milit que tá aberta na medida em que ele produz o conhecimento e oferece esse conhecimento se esse conhecimento é válido eh ele tá sendo oferecido com muita generosidade para ser apropriado por quem quer que possa estar de alguma forma contribuindo para um processo de transformação e ele acreditava eh que o processo de transformação Eh tava em curso né ocorria Eh pode-se achar que é um um otimismo exagerado né eu sempre achei que era um otimismo exagerado eh mas na verdade quer dizer a tarefa do intelectual que ele tava se impondo
o tempo inteiro e quando eu falo o tempo inteiro era o tempo inteiro mesmo é do homem que tá morrendo e que tá no hospital escrevendo até até a véspera da Morte estava escrevendo Endo os seus artigos tava tava oferecendo aquilo que ele podia dar né e é dessa generosidade que eu tô falando eh o exagero taria talvez da gente ter urgência de que aquela transformação eh ocorresse mas ele ele tá ele tá falando não só para quem tá do lado e não só para quem tem acesso direto naquele mesmo momento ao seu escrito mas
ele já se foi em 95 e a gente tá aqui talvez discutindo florestando de maneira muito mais profunda do que se discutia em 94 antes de que ele morresse né Eh e para ele essa revolução é uma a a revolução social ela está em marcha ela está em marcha como um processo submerso como um processo que tá lá no fundo mas é essa essa sobre expropriação essa super espoliação essa super dominação ela ela gera aquilo que ele chama uma espécie de ódio pesado no ar e que eh o processo de de transformação eh que ocorre
com a força desse desse ódio eh capaz de construir alternativas ela virá a a promover uma uma uma outra sociedade de forma diferente que ele eh sonhava que fosse a sociedade soci né Eh na verdade eh ele se definia como comunista né ele sonhava com a possibilidade de transformação E ele via que em termos de Capitalismo não há solução para o tipo de super exploração que que o capitalismo cria eh n no capitalismo dependente não há solução isso não quer dizer que ele pensasse como gunder Frank de que eh o desenvolvimento dos subdesenvolvimento é desenvolvimento
do subdesenvolvimento não ele sabia que o capitalismo ia se desenvolver passando por aqui aliás é uma das poucas teorias que conseguem sobreviver a à fase multinacional a fase da globalização eh não sofre nada nenhum arranhão a formulação dele é perfeitamente atual Você pode ler e tentar entender o que tá acontecendo agora né Eh o que ele o que ele não é só um sonho ele acreditava que esse processo de transformação viria e esse processo de transformação não seria possível mantendo-se a forma eh capitalista revolução dentro da ordem como ele falava
Related Videos
Capitalismo dependente e as origens da “questão social” no Brasil
2:01:38
Capitalismo dependente e as origens da “qu...
Dept.Serviço Social PUC-Rio
2,173 views
“Florestan Fernandes e a revolução brasileira”, com Roberto Leher
1:19:27
“Florestan Fernandes e a revolução brasile...
Renato Cinco
12,856 views
14. A Saída de Israel do Egito - (Ex 12:29-51)
30:00
14. A Saída de Israel do Egito - (Ex 12:29...
Augustus Nicodemus
1,219 views
Aula 41- Florestan Fernandes Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina- 3 ano FFSE
18:58
Aula 41- Florestan Fernandes Capitalismo d...
Escritor Élder Raimundo
1,586 views
Palestra sobre o pensamento de Florestan Fernandes
59:22
Palestra sobre o pensamento de Florestan F...
Coletivo Resistência
14,388 views
Florestan Fernandes, por Fernando Henrique Cardoso
54:01
Florestan Fernandes, por Fernando Henrique...
Canal USP
13,357 views
Documentário | Florestan Fernandes - O Mestre [2004]
46:21
Documentário | Florestan Fernandes - O Mes...
Câmara dos Deputados
8,793 views
Celso Furtado: Estado e economia na sociedade brasileira - Por Profª Tânia Bacelar de Araújo
1:27:32
Celso Furtado: Estado e economia na socied...
Clio Psyché
224 views
A Revolução Burguesa no Brasil, de Florestan Fernandes
58:58
A Revolução Burguesa no Brasil, de Florest...
Lista de Livros
2,114 views
Capitalismo Dependente, Dominação Burguesa e Estado no Brasil. Plínio de Arruda Sampaio Jr
2:35:49
Capitalismo Dependente, Dominação Burguesa...
Ivanete Boschetti
3,453 views
Nise, Jung e o Estudo das Imagens
48:28
Nise, Jung e o Estudo das Imagens
Roberto Gambini
2,126 views
Florestan Fernandes - Mito da Democracia Racial e a  Revolução Burguesa no Brasil
27:27
Florestan Fernandes - Mito da Democracia R...
Diego Batista
2,300 views
Capitalismo Dependente e Imperialismo Total
58:15
Capitalismo Dependente e Imperialismo Total
Canal IE
1,021 views
O trabalho na ontologia do ser social de Lukács
1:54:30
O trabalho na ontologia do ser social de L...
Espaço Marx - Campo Mourão
5,708 views
Lênin: vida e obra | João Quartim de Moraes | Curso Livre Lênin #1
2:12:30
Lênin: vida e obra | João Quartim de Morae...
TV Boitempo
8,790 views
Jessé Souza explica divisão de classes no Brasil I Identidade Geral
15:28
Jessé Souza explica divisão de classes no ...
Revista Novo Tempo
182,945 views
Entenda a importância do pensamento de Florestan Fernandes
9:21
Entenda a importância do pensamento de Flo...
Grupo Editorial Global
26,919 views
A REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL:   ENSAIO DE INTERPRETAÇÃO SOCIOLÓGICA (Florestan Fernandes) AULA 1
30:03
A REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL: ENSAIO D...
Felipe Aragão
9,617 views
Palestra do Prof. José Paulo Netto - Modernidade e Pós-modernidade
1:28:39
Palestra do Prof. José Paulo Netto - Moder...
Cezar Maranhão
67,897 views
A burguesia brasileira e a política externa de FHC e Lula: conversa com Tatiana Berringer (UFABC)
35:13
A burguesia brasileira e a política extern...
Errante Internacional
305 views
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com