Durante o auge econômico da Venezuela, quando o país era conhecido como a "Venezuela Saudita" devido à prosperidade e abundância de petróleo que o tornava o quarto país mais rico do mundo, nascia um menino apaixonado pelo esporte e pela música. Filho de uma professora e de um economista e ativista político, este poderia ser o início da história de um famoso jogador de beisebol, já que o menino demonstrava uma dedicação excepcional ao esporte mais popular do seu país, participando de campeonatos metropolitanos e chegando a ser convidado para um teste em um time de beisebol nos Estados Unidos. Também poderia ser o começo da trajetória de um astro do rock, uma vez que a biografia de Nicolás Maduro Moros afirma que ele integrou uma banda de sucesso nos anos 1980, e um vídeo que circula na internet supostamente mostraria Maduro tocando e cantando em um programa de televisão.
O jovem, entretanto, não se tornou um astro da música ou do esporte. Outro destino grandioso acabou por cruzar seu caminho. Em 8 de dezembro de 2012, o revolucionário Hugo Chávez anunciava em um discurso que Nicolás Maduro era o sucessor que ele desejava para a continuidade do seu governo: “Minha opinião firme é que, de acordo com o que manda a constituição, devemos convocar de novo eleições presidenciais e deselegir a Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana da Venezuela”, se pedia desde o meu coração.
Após a morte de Chávez, formavam-se filas que lotavam as ruas, tentando ao menos se aproximar de seu caixão. Perto do caixão estava aquele menino apaixonado por beisebol, que cresceu imerso nas ideias revolucionárias de seu pai, e agora se despedia do revolucionário que mais o inspirou e transformou sua vida. Com um discurso emocionante, voz embargada e lágrimas nos olhos, Maduro estava agora pronto para se tornar presidente.
Seu destino glorioso seria cumprir a vontade de Chávez, de manter seu legado que prometia a reconstrução da democracia e a redistribuição da riqueza para a população que agora chorava sua perda em uma catarse coletiva. Mas eu te prometo, existe um lado oculto nessa história. A história de Nicolás Maduro Moros é obscura desde o seu nascimento.
Apesar de dizer ter nascido em Caracas, não se pode afirmar com precisão se Maduro sequer nasceu na Venezuela, pois mais de cinco paróquias diferentes foram apresentadas por oficiais de seu governo como seu local de nascimento. Investigações conduzidas pelo historiador Walter Marques, bem como mais de 10 testemunhos de pessoas que o conheceram na infância, indicam que o então presidente da Venezuela pode ter nascido, na verdade, em outro país, mais especificamente na Colômbia. A questão é pertinente o suficiente para impedir sua posse na presidência, uma vez que, de acordo com a constituição da Venezuela, é exigido que o candidato ao cargo seja venezuelano nato.
“Não é presidente da Venezuela porque nasceu na Colômbia, porque é colombiano de nascimento e porque é filho de colombiano”, e a constituição colombiana estabelece que "filho de colombiano é colombiano. " A hipótese de que Maduro sequer seja venezuelano ganha força, considerando que seus pais são de fato colombianos e que até hoje não foi apresentada uma certidão de nascimento oficial de Maduro na Venezuela. Correspondentes notaram também que diversas páginas de livros notariais em cartórios da Colômbia foram eliminadas, rasgadas, e índices foram adulterados, justamente após a data do seu nascimento, o que reforça essa suspeita.
O local de nascimento de Maduro tornou-se um enigma, assim como sua suposta participação em uma banda de rock venezuelana chamada Enigma. Embora a biografia recomendada por ele mesmo afirme que Maduro fez parte da banda, um vídeo que viralizou na internet mostra um homem de bigode farto, supostamente como sendo o futuro presidente. Posteriormente, foi confirmado que Maduro nunca cantou nem foi baixista da banda.
Os membros do grupo Enigma desmentiram que o indivíduo no vídeo seja Maduro, afirmando que ele nunca se apresentou e nunca gravou com a banda. Ao contrário do que o livro sobre sua vida afirma, o homem do vídeo viralizado e divulgado como se fosse Maduro na verdade se chama Carlos Carrilo, o vocalista do grupo. A divulgação de uma informação flagrantemente falsa em sua própria biografia, no entanto, não impediu que o próprio Maduro divulgasse e recomendasse a leitura do livro que apresenta inverdades sobre sua vida.
Mais um fato incontestável no livro é o engajamento de Maduro na política, inspirado por seu pai desde a mais tenra idade, que o levou a ser presidente do centro de estudantes de sua escola. Já na adolescência, lutando pela promoção do socialismo e da solidariedade. Desde então, anos depois, Maduro trabalhou como motorista de ônibus, tendo se destacado nessa fase de sua vida como sindicalista, defendendo a transição para o socialismo em seus discursos aos colegas motoristas.
Em uma citação que consta em sua biografia, Maduro afirma: “Entrei lá para trabalhar, seguindo a estratégia da liga socialista para construir uma força sindical de classe e revolucionária nas empresas fundamentais do Estado venezuelano. Elaboramos um plano para desenvolver forças revolucionárias sindicais nessas empresas e unir com as forças populares dos bairros e as forças camponesas. A ideia estratégica que compartilhávamos era que tudo isso convergisse em uma insurreição geral contra o sistema.
” Todo esse engajamento político levou Maduro a conhecer, em 1993, o comandante Chávez, que estava preso após uma tentativa de dar um golpe de estado. Chávez e seus companheiros do Movimento Bolivariano Revolucionário 200, mais conhecido como MBR-2, haviam tentado tomar o poder na Venezuela em 1992. O golpe fracassou, mas conferiu fama a Chávez, que era visto por Maduro como um mito.
Nas palavras do próprio Maduro, ele descreveu o momento em que visitou Chávez pela primeira vez na prisão: “Foi como viver um momento histórico. Eu estava diante de uma lenda, um mito vivo. ” Em 1997, Maduro foi, junto com Hugo Chávez, um dos fundadores do Movimento Quinta República (MVR), o partido que elegeu Chávez como presidente.
Em 1999, a proximidade de Maduro com o então presidente o levou a ocupar cargos importantes no governo, como Ministro das Relações Exteriores e vice-presidente. Uma prova da confiança depositada em Maduro foi o papel desempenhado por ele na campanha eleitoral para Chaves em 2012. Em um exemplo de colaboração entre os membros do Foro de São Paulo, cuja face oculta eu já revelei, Maduro era o responsável pelo pagamento dos marqueteiros políticos que foram enviados pelo PT à Venezuela.
Em depoimento durante as investigações da Lava Jato, Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, declarou que aproximadamente 11 milhões de dólares foram pagos pela campanha eleitoral. Esse pagamento foi feito em caixa dois; Maduro entregava pastas abarrotadas de dólares diretamente para Mônica Moura e se certificava de que ela seria escoltada no caminho com mais dois carros, um na frente e um atrás. "Me levava pra chancelaria, entrava pela garagem, os seguranças subiam comigo pra sala dele.
Eu ficava lá esperando. Estava muito chateada. O Maduro não tinha o menor compromisso com horário.
Depois ele me chamava na sala dele, conversava um pouquinho, conversa fiada de política, depois me entregava o dinheiro ele próprio. Não mandava ninguém me entregar, ele me entregava o dinheiro. Depois eu descia com segurança dele para a mesma garagem.
O carro estava me esperando, ele me levava até o hotel de volta. As entregas variavam entre 500 mil de cada vez. Às vezes, 300.
Cheguei a receber 800 mil de uma vez só. " Os milhões de dólares renderam um resultado. A estratégia da campanha foi um sucesso e Chaves venceu as eleições.
Na Venezuela, o presidente Lula faz campanha pela reeleição do presidente Hugo Chaves. "Eu acho que poucas vezes na história da Venezuela se preocuparam com a gente pobre como Chaves está se preocupando, e eu acho que isso vai ser levado em conta na campanha eleitoral. " Mas, pouco tempo depois de ser reeleito, Chaves perdeu a batalha para o câncer.
Antes de falecer, no entanto, se preocupou em deixar seu último pedido à população: que Maduro fosse eleito como seu sucessor. Após a morte de Chaves, Maduro assumiu a presidência de forma interina e posteriormente venceu as eleições presidenciais, algo que Maduro já sabia que ocorreria, uma vez que, antes de sua eleição, ele afirmou que Chaves lhe apareceu na forma de um passarinho e abençoou sua candidatura. O braço direito e leal de Chaves durante sua vida, permaneceria um defensor fervoroso também de sua memória.
Pouco depois da partida de Chaves, Maduro afirmou em uma entrevista que sentiu uma dor ainda maior do que quando seu pai e sua mãe morreram e defendeu Chaves de uma minoria cheia de ódio que insiste em envenenar o povo venezuelano contra ele: "Sentí dolor grande, sentí inclusive con la muerte de mi propia madre, mi propio padre físico. Esto que esta gente nosotros lo hacen es decirle a nuestro pueblo: 'Vivan el amor como guerrero del amor. '" O último desejo de Chaves, que Maduro o sucedesse, foi cumprido, mas as promessas de uma Venezuela mais igualitária não se concretizaram, a não ser que consideremos que as dificuldades foram distribuídas com eficiência entre quase toda a população do país.
Após a posse de Maduro em 2012, o país, que já vinha em crise, mergulhou em um abismo, com escassez de alimentos, de medicamentos e até mesmo de água e de energia elétrica, que chegou a afetar 94,5% da população. A Venezuela experimentou a maior contração econômica da sua história, com uma queda de 75% no PIB, um declínio sem precedentes na história moderna para países que não estão em guerra. Enquanto o caos se instaurava pelo país de maneira cada vez mais explícita, ficou igualmente explícita a paixão de Maduro desde a infância pelo beisebol.
Isso porque, logo após a morte de pelo menos 12 manifestantes que protestavam contra o seu governo em 2017, a reação de Maduro à tragédia foi fazer uma publicação jogando beisebol, tranquila e alegre, em contraste com a condição desastrosa do país que levou milhares de venezuelanos à rua em busca de novas eleições. Maduro declarou, enquanto jogava bola serenamente, que "a justiça virá para os grupos". Curiosamente, palavras parecidas com as que ele repete agora nas manifestações que surgem após as eleições de 2024.
Momentos como este de descolamento gritante entre a situação de Maduro e a realidade da população venezuelana se tornaram cada vez mais frequentes desde sua ascensão ao poder em 2018. Enquanto a população enfrentava uma das maiores crises humanitárias e alimentares da história, Maduro foi flagrado fumando um charuto e jantando em um dos restaurantes mais caros da Turquia e do mundo, o famoso South Bay, onde uma refeição pode custar mais de 1. 000.
O salário mínimo na Venezuela é de menos de 4. O presidente não demonstrou qualquer constrangimento pela ostentação, mas o proprietário do restaurante acabou removendo sua postagem nas redes sociais após uma onda de indignação pública e comentários de venezuelanos revoltados com a situação. Essa constante revolta da população, que já lidou com uma inflação de 63.
000% e com o maior índice de subnutrição da América do Sul e que já atingia 6,5 milhões de pessoas em 2023, parece não afetar Maduro, que nega persistentemente a crise na Venezuela e recusa até mesmo o recebimento de ajuda. Em 2019, Maduro rejeitou o socorro humanitário e determinou o bloqueio militar da entrada de diversos veículos carregados com alimentos e medicamentos que aguardavam liberação na fronteira. Maduro afirmou que não iria aceitar a ajuda porque "a Venezuela não é mendigo de ninguém", enquanto ele fazia essas declarações, cenas de pessoas buscando comida no lixo proliferavam pelo país.
Um em cada três venezuelanos não conseguia atingir exigências nutricionais mínimas e mais de 5,4 milhões deixaram o país devido à fome, segundo dados da ACNUR e de um relatório do Programa Mundial de Alimentos. ONU, mas por um presidente se interessaria em não receber ajuda para combater a fome em seu país? A solução apresentada por Maduro para a fome eram os comitês locais de alimentação e produção, os CLAP.
De acordo com denúncias de venezuelanos, esses comitês se tornaram a única solução para muitas famílias conseguirem comer. Assim, a bolsa alimentação de Maduro servia como mais uma arma política no arsenal do governo. Isso é: a fome virou uma moeda de troca eleitoral no país.
Afinal, o medo de não poder alimentar os próprios filhos é a lealdade nas urnas, até para os piores governantes. Chantagem de que, se não votas, te voy a quitar la bolsa de comida. Este: se não votas, no vas a recibir el gas.
Sabes, los beneficios no son beneficios; ese es un derecho que tenemos como venezolanos. E eu se lo digo muito à gente, mas a gente le tiene miedo a esa responsabilidad sobre ela e invoca constantemente a culpa do imperialismo e dos embargos econômicos dos Estados Unidos para os problemas que a Venezuela enfrenta, ignorando que suas ações são a causa dos embargos. Além disso, a situação do país já era crítica antes mesmo das sanções americanas, que se iniciaram no governo Obama.
Diante de tantos problemas, os métodos de Maduro para conter seus críticos não são nada democráticos. Líderes da oposição, quando não são presos, exilados ou impedidos de concorrer às eleições, costumam desaparecer de forma tão misteriosa quanto os registros de nascimento de Maduro. Alguns até aparecem mortos e torturados misteriosamente após se oporem de forma incisiva ao governo, como foi relatado pelo irmão de Edmundo Pipada no documentário "Infiltrados: Venezuela" da Brasil Paralelo.
"Ven, fundando partido Buo de Gnera, Gnera Hem Nosos Veno. Trabando de mano con la comunid con social. Así ha mi mam, así ha mi padre, mis abuelos.
Y bueno, mi hermano, que lamentablemente el régimen lo asesinó hace ya, va a cumplir 4 años en octubre. Fue un caso muy sonado a nivel nacional e internacional. Caso del concejal Edmundo Pipo Rada fue encontrado sin signos vitales en la carretera Pet Mariche, parcialmente quemado.
Tortura. Frente a escena, se repete. Agora, o presidente da Assembleia da Venezuela, Jorge Rodríguez, o mesmo que pediu a prisão de Pipo, que depois foi torturado e assassinado.
Recentemente, a prisão dos líderes da oposição alegando que eles estariam promovendo uma agenda fascista. Essa movimentação que você vê é um cara, líder da oposição, sendo colocado dentro desse carro, não sei por quem. Uma ditadura em que as decisões são tomadas desse jeito.
Aqui, opositores de Maduro têm denunciado há muito tempo a perseguição e a violação dos direitos humanos pelo governo. E para aqueles que se recusam a ouvir a oposição por questões ideológicas, há também o relatório oficial da ONU que reforça a violação de direitos humanos no país. O relatório indica que as forças de inteligência e segurança da Venezuela torturaram diversos detidos políticos e seus familiares.
Casos de tortura que incluem choques elétricos nas pálpebras e ais, espancamentos com tábuas, sufocamento com sacolas plásticas e produtos químicos, afogamento, exposição a baixas temperaturas, entre outros abusos assustadores, foram relatados pelo escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2014. Durante manifestações contra o governo, manifestantes que não ofereciam resistência foram gravemente feridos, mortos e brutalmente espancados pelas forças de segurança e grupos armados pró-governo. Além de matar manifestantes à queimar roupa, essas forças realizaram ataques violentos a edifícios residenciais.
O confronto entre os agentes do regime e a população é bastante desigual, uma vez que uma das primeiras medidas adotadas por Maduro ao assumir a presidência foi a proibição da posse de armas por civis. A população também sofre com a censura, já que a imprensa é constantemente silenciada no país. Maduro já determinou o fechamento de diversos canais de TV e estações de rádio, acusando-os de incitar violência e desordem, palavras repetidas novamente agora quando ele se refere aos opositores.
E manifestantes, jornalistas na Venezuela enfrentam ameaças, agressões físicas e detenções. Em 2019, o jornalista e defensor de direitos humanos Luís Carlos Dias foi preso por agentes do governo e foi acusado de ser um dos culpados pelo apagão no país. Um repórter brasileiro, Rodrigo Lopes, também foi preso no mesmo ano, interrogado e ameaçado pelo governo enquanto tentava cobrir a crise e os protestos na Venezuela.
Além disso, uma lei de responsabilidade social na mídia audiovisual implementada no país acaba concedendo poder ao governo para restringir a cobertura de notícias, impondo multas e penalidades aos canais que compartilhem conteúdos que na visão do governo sejam prejudiciais à ordem pública. Maduro conta ainda com canais de comunicação estatais que divulgam apenas aquilo que é autorizado e desejado pelo governo. Mesmo com essa lei, as notícias continuam se espalhando.
Graças às redes sociais, talvez por isso, mais recentemente, Maduro atacou o WhatsApp, acusando o aplicativo de estar sendo usado para ameaçar a Venezuela e pedindo que os jovens desinstalassem o aplicativo de seus celulares. Além disso, afirmou que vai banir também o ex-antigo Twitter do país. No Judiciário, Maduro nomeou procuradores e juízes leais ao seu governo, e a Suprema Corte de Justiça é controlada pelo chavismo.
Legislativamente, Maduro promoveu reformas judiciais que ampliaram o controle do executivo sobre o sistema legal e convocou uma Assembleia Nacional Constituinte em 2017, composta por aliados de seu governo, para reescrever a constituição e retirar os poderes da Assembleia Nacional, que naquele momento possuía muitos opositores ao seu governo. Além disso, diversas decisões da Assembleia Nacional já foram anuladas pelo Tribunal Supremo de Justiça, com seus juízes alinhados ao chavismo. Nas Forças Armadas, Maduro nomeou diversos oficiais militares para cargos de grande poder, estreitando ainda mais seus laços de lealdade e conta ainda com milícias e grupos armados.
Próximo aos protestos para as eleições de 2024, a oposição, que historicamente sempre foi muito fragmentada e sem capacidade de formar uma frente unida. Contra o governo, conseguiu finalmente se organizar em eleições primárias que definiriam o candidato que enfrentaria Maduro. Maria Corina Machado, uma das líderes oposicionistas mais proeminentes, foi a grande vencedora com 92% dos votos.
Mas, quando a esperança de uma disputa eleitoral minimamente justa começava a se formar, uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, conhecido por seu alinhamento com o governo, declarou Maria Corina inelegível. Para piorar, Corina, sua substituta imediata, simplesmente não conseguiu registrar a candidatura por problemas no sistema. Foi então que o diplomata aposentado Edmundo Gonzales, menos conhecido que Maria Corina, mas que contava com experiência e respeito na oposição, surgiu como candidato.
No entanto, essa esperança foi novamente golpeada. Em uma eleição marcada por graves suspeitas de fraude e diversas irregularidades denunciadas, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) declarou Maduro vencedor, um resultado contestado por vários países e impossível de acordo com os cálculos de votos realizados pela oposição. Maria Corina afirmou que a oposição venceu com cerca de 70% dos votos, de acordo com as atas às quais tiveram acesso e que foram divulgadas na internet.
Quando questionado, Maduro afirmou estar, abre aspas, diante de um golpe de estado elaborado pelos fascistas da extrema direita e apoiado pelo imperialismo norte-americano, fecha aspas. O resultado do pleito segue sem uma definição até o momento da gravação deste programa. Apesar de o lado obscuro de seu governo estar cada vez mais exposto, Maduro ainda possui defensores fervorosos, especialmente entre os militares, que adquiriram ainda mais poder durante sua gestão, e uma ala da esquerda que adota o seu discurso de que os principais problemas enfrentados durante o governo são atribuídos ao imperialismo, à oposição fascista e aos embargos impostos pelos Estados Unidos, sendo reverenciado por uma parte da população na Venezuela e fora dela.
"Cintura solta, lev Maduro as mãos em cima, cintura solta do lev Maduro. " Maduro, até o momento, já acusou a oposição, hackers, o imperialismo, a agenda fascista, os Estados Unidos, Elon Musk e até o WhatsApp, entre muitos outros, de serem responsáveis pelo que ocorre no país. As manifestações que tomam conta das ruas após as eleições de 2024 ocorrem principalmente em bairros que antes eram verdadeiros bastiões do movimento chavista e que apoiavam ferrenhamente o governo de Maduro, indicando uma mudança radical de cenário.
Até o momento da gravação deste programa, Maduro já prendeu mais de 2. 000 venezuelanos em repressão às manifestações contra o seu governo. O número de mortes em poucos dias de protestos já ultrapassa 20 e continua a crescer.
[Música] Se você conhece alguém que precisa conhecer a história completa de Nicolás Maduro, indique a assinatura da Brasil Paralelo. E para aqueles que acham que os seus segredos estão enterrados em segurança nas covas perdidas da história, tenha cuidado, pois existem três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e as faces ocultas que eu vou revelar.