Olá a todos, mais uma vez sejam bem-vindos ao nosso canal, eu sou o Mário dirijo o Templo Espiritual Caboclo Pantera Negra e o Ilé Ifá Ajàgùnmàlè Olóòtọ Aiyé, hoje o nosso vídeo abordará um assunto que muitos me perguntaram nos comentários dos vídeos sobre as sete linhas de Umbanda, vamos tentar abordar esse assunto neste vídeo aproveitem! Bom, há uma grande dificuldade em estabelecer quais seriam as sete linhas de Umbanda. Desde o seu início se tentou falar sobre quais seriam essas sete linhas.
Mas por que sete linhas? Dessa história você tem que se remeter à ideia da magia, que o número 7 envolve os dias da semana, os sete planetas mais velhos, que entravam antes somente no cômputo da astrologia, então o número sete sempre foi lembrado. Dessa forma também se imaginou as sete linhas de Umbanda, esse corpo doutrinário da religião Umbanda também se formou com base nessas sete linhas, eu vou trazer alguns exemplos de pessoas que escreveram sobre as sete linhas, desde as primeiras literaturas que abordaram o assunto para que a gente possa ver as diferenças que existem, porque muito me perguntam: "Bàbá Mário, Quais são as sete linhas de Umbanda?
" e aí você vai ter que responder de acordo com aquilo que o seu terreiro segue, cada terreiro vai seguir uma determinada forma de se enxergar, eu trouxe alguns exemplos, que eu paro até os anos 50, porque depois dos anos 50 eles vão só se repetindo dos autores anteriores que eu vou trazer aqui para nossa a nossa pesquisa, então o primeiro que eu trouxe foi Leal de Souza, Leal de Souza foi um Jornalista e é considerado o primeiro escritor de Umbanda ele foi chamado por muitas pessoas como porta-voz da Tenda Nossa Senhora da Piedade, da Tenda Espírita Senhora da Piedade que era a tenda, primeira tenda que foi criada que era a tenda em que Zélio era o dirigente. Então como essa primeira tenda, ele frequentava esta tenda, e ele escrevia uma coluna no jornal, então ele foi o primeiro a registrar isso, ele trouxe no jornal "A Noite", diversos escritos sobre a Umbanda, não necessariamente o que ele escrevia era aquilo que se praticava, mas aquilo que ele percebia na tenda Nossa Senhora da Piedade, então podemos já começar a olhar para a tentativa de estabelecer Quais são as sete linhas de Umbanda, lembrando depois que Leal de Souza ele acabou assumindo uma própria tenda chamada tenda Nossa Senhora da Conceição, então para Leal de Souza a primeira linha de Umbanda é de Oxalá, a segunda de Ogum, a terceira de Euxóce, a quarta Xangô, a quinta Nhã San, a sexta Amanjar e a sétima a linha das Almas, então ele estabeleceu no seus escritos essa história, essa colocação das sete linhas de Umbanda Ok? O registro que me fez no jornais acabou sendo compilado no "Magia espiritismo e as sete linhas de Umbanda" que é quando realmente é compilado os artigos que ele escrevia no jornal "A Noite".
Em 39 nós temos Waldemar Bento que no seu livro "A Magia do Brasil" ele vai colocar uma outra sequência para as sete linhas de Umbanda, Exu primeira linha, depois Ogum, Xangô, Oxóssi já aqui escrito com os dois "S" como nós vemos escrito normalmente e Iemanjá, Oxalá e a linha das Almas, então em 33 Leal de Souza fez essa essa distribuição das linhas de Umbanda, em 39 um outro autor colocou essa essa sequência, em 1941 nós temos o primeiro congresso espiritismo de Umbanda nesse congresso na verdade não foram chamados de linhas, mas sim como graus de iniciação, então primeiro grau de iniciação à Umbanda era almas, o segundo grau de iniciação Xangô, terceiro grau Ogum, 4º grau Iansâ, quinto graus Oxóssi, sexto grau Iemanjá, sétimo grau Oxalá, então já houve diferenças em categorizar a sequência das sete linhas de Umbanda, então em que Pese o congresso ser convocado para estabelecer os paradigmas, os dogmas da nova religião, o espiritismo de Umbanda, essa sequência foi que se tentou estabelecer sobre as sete linhas de Umbanda, mas já em 42 um outro autor Umbandista Lourenço Braga ele vai colocar uma outra forma no seu livro "Umbanda e Quimbanda" ele coloca a primeira linha Santo ou Oxalá, depois Iemanjá, terceira linha Oriente, a quarta Oxóce, ele volta para aquela escrita que tinha anteriormente com "C", Diferentemente do que tem como demais dentro do congresso de espiritismo de Umbanda, ele já volta com o "C" denovo, Xangô, Ogum e ele coloca a lenha africana/São Cipriano, então na ideia de que essa linha seria uma linha voltada mais para a magia, então Esse aspecto maior é que este autor Lourenço Braga vai buscar isso, ele é um autor que é diametralmente oposto a qualquer influência que fosse afro, em que pese ele colocar a linha africana como uma sétima linha, ele realmente tinha uma característica eugenista, que tenta tirar qualquer lembrança que fosse afro da Umbanda, muito mais próxima do espiritismo, e para ele, na ideia desse autor Lourenço Braga a Umbanda havia vindo para o Brasil para tirar o fetichismo, para tirar a magia, a enganação, que as magias africanas proporcionavam e que a Umbanda iria tirar isso, então ele era bastante racista nesse sentido né, de tirar qualquer influência africana da Umbanda, em 1949 nós temos Florisbela Franco, Florisbela Franco escreveu um livro chamado "Umbanda" em que ela tenta descrever o que é Umbanda na sua obra, o livro se chama "Umbanda" que é de 49, essa autora ela é muito mais próxima do espiritismo do que qualquer outra prática, ela tem outras obras que ela vai escrevendo ao longo do tempo que também marcam muito isso na vida, do terreiro que ela dirigia e também na obra que ele escreve. Então, ela colocou como primeira linha de umbanda, linha do Santo, a linha do mar, a linha do oriente, a linha de Oxossi, a linha de Xangô, a linha de Ogum e a linha Africana, e Florisbela como falei ela tinha uma característica muito mais próxima ligada ao espiritismo, e ela falava que ela escrevia as suas obras sob a influência de alguns padres, e inclusive de Aleijadinho que ela tinha alguns contatos espirituais com esses seres Já em 50 Oliveira Magno faz uma nova distribuição de quais seriam as linhas de Umbanda Oliveira Magno foi um autor, um dos mais influenciados pela teosofia de Helena Petrovna Blavátskaya, ele se baseia em seus escritos para escrever muitas coisas, nesse livro que ele serve essas linhas de Umbanda, chama-se a "Umbanda esotérica E iniciática" então ele escreve sobre esse assunto antes de Matta e Silva que vai escrever quatro, cinco anos depois sobre o mesmo tema e também assim como Oliveira Magno, Matta e Silva também é fortemente influenciado pela teosofia de Helena Petrovna Blavátskaya que era um movimento muito grande na Europa, que também chega no Brasil especialmente por meio de dos ocultistas, então além do livro que escreveu sobre "Umbanda iniciática e esotérica" ele coloca Exu, Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá, Oxalá e Omolú, então é a primeira vez que você vai ver Omolú pela primeira vez na linha, assim como o primeiro que citou Iansã e pela última vez Iansã foi citada, foi a primeira obra que foi feito por Leal de Souza que ele cita "Nhã San" é a primeira obra que citou Iansã, depois nós só vamos ter de novo no Congresso que vai citar Iansã, então somente duas vezes Iansã é citada e a primeira vez que Omolú entra como uma das linhas de Umbanda, em 51 Byron Torres e Tancredo da Silva Pinto que são expoentes da Umbanda Omolokô, especialmente no Rio de Janeiro, também trazem a sua própria visão das sete linhas de Umbanda, então nessa distribuição ficou primeira linha Oxalá, Iemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxum e Omolú é a primeira vez que Oxum entra, também antes nós não temos Oxum como partícipe das sete linhas de Umbanda, como todos já viram nos Nossos Vídeos, a importância que tem Tancredo no resgate da origem africana daquilo que o povo africano trouxe em colaboração à aquilo que a Umbanda vai sendo depois construída, então essa ideia mais africanizada também se reflete nas linhas que o próprio Tancredo e Byron que era um Jornalista que escrevia como eu falei outros vídeos Tancredo não tinha tanta habilidade para poder escrever um livro então é Byron Torres de Freitas que era jornalista, e ele que escrevia as obras que falavam sobre o assunto, a obra onde essas sete linhas são escritas está na obra "Doutrina e ritual de Umbanda" de 51 como está escrito aqui na lousa. Já em 52 Aluizio Fontenelle, ele é famoso por inúmeros livros escreveu mais de 20 livros abordando toda a tradição de Umbanda, escreveu sobre o Orixá, sobre entidades de Umbanda ele tem uma produção literária de Umbanda bastante grande e ele vai colocar na sua sequência, Aluizio Fontenelle no seu livro "O espiritismo no conceito das religiões e a lei de Umbanda" ele vai colocar Santo ou de Oxalá primeira linha, a segunda linha Iemanjá, ou e Iamanjá ele coloca um uma outra forma de escrever a palavra Iemanjá, do Orixá Iemanjá, a linha do oriente ou da magia, a linha de Oxossi, a linha de Xangô, a linha de Ogum e a linha africana, então vocês vejam, eu trouxe vários autores da Umbanda no tempo em que a Umbanda se desenvolve e cada um tem uma opinião a respeito das sete linhas de Umbanda, então quando me perguntam "Bàbá, há sete linhas de Umbanda?
" eu vou responder de acordo com aquilo que nós seguimos que é a umbanda Omolokô, seguindo a ideia de Tancredo e de Byron que está registrado em livro, e que é o que nós praticamos também aqui com a ideia das sete linhas de Umbanda. Então para falar "é isso ou aquilo", cada um vai ter uma opinião sobre a forma como vai se enxergar a tradição que segue, quando me perguntam quais são as sete linhas de Umbanda, para nossa prática é Oxalá, Iemanjá, Ogum, Oxóssi Xangô, Oxum e Omulú, no seu terreiro é de acordo com aquilo que o seu terreiro segue, não sou eu a dizer qual vai ser o que seu terreiro vai seguir, mas no nosso é isso que nós seguimos. Não deixe de ver nossos demais vídeos, compartilhar os nossos vídeos também com as pessoas que vocês conhecem, curtir, comenta, pedir mais vídeos para que nós possamos atender aqueles que nos pedem vídeos, para que expliquemos algumas coisas, fiquem à vontade para comentar nos nossos vídeos também, um grande abraço até o próximo vídeo!