Intolerância religiosa: quem sofre mais? | Leandro Karnal e Vagner Gonçalves

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Prazer, Karnal - Canal Oficial de Leandro Karnal
Neste vídeo, recebo o professor Vagner Gonçalves para uma conversa sobre intolerância religiosa no B...
Video Transcript:
o Olá bem-vinda bem-vinda mais uma entrevista aqui no canal prazer carnal antes de mais nada por favor se inscreva toca esse Sininho para receber notificações de seu like o like é importante porque ajuda você orientar o algoritmo esse like vai ensinar para o YouTube que você gosta desse canal mais que isso a plataforma vai entender que você Aprecia conhecimento história educação pensamento crítico e outros temas abordados aqui aí mais vídeos sobre esses assuntos vão ser sugeridos para você fica aqui a dica o prazer canal tem um tipo de pauta que é constante que é recorrente
o combate ao preconceito de todos os tipos preconceito e quantas mulheres. Estrangeiros homossexuais transexuais negros indígenas e todos aqueles sentimentos de preconceito que a humanidade foi capaz de criar nessa linha vamos falar hoje de um muito específico intolerância religiosa no Brasil justamente e aquelas que mais sofrem com os ataques e difamações as religiões de matriz africana no futuro poderemos tratar seu preconceito contra outras religiões Mas é conversa de hoje é para espectadores de todas as crianças e para aqueles que nem criança tem conhecimento é o melhor remédio contra o preconceito meu convidado é um grande
conhecedor do assunto Professor Doutor Wagner Gonçalves da Silva professor da pós-graduação em antropologia social da Universidade de São Paulo com pesquisas consagradas sobre populações afro-brasileiras arte afro-brasileira representação iconográfica só para citar algumas no currículo um pós-doutorado na Universidade de Harvard e vários livros Como por exemplo o excelente orixás da Metrópole ou então Candomblé e Umbanda camisa devoção brasileira Exu O Guardião da casa do Futuro uma conversa e enriquecedora sobre religiões fundamental o nosso país a cultura brasileira a entrevista começa logo depois da vinheta Nelson por favor só hoje a nossa vinheta e vamos começar essa
conversa fundamental o prazer carne Professor Wagner muito obrigado por aceitar o convite para conversar sobre este assunto de tamanho relevância para o Brasil para começar a ser interessante tentar resumir as diferenças básicas entre as duas principais religiões de matriz africana Umbanda e candomblé quais seriam as divindades desse Panteão as diferenças dessas duas matrizes por favor obrigado Leandro por esse convite bofe é primeiro que é para fazer essa diferenciação essa definição a gente tem um complicador aí porque não existe Urca o singular nem ao Van Damme segurar né existem uma série aí mais uma série de
variações né da de candomblé de umbandas né no caso do Candomblé inclusive ele é ele está assim vamos ver assim é classificado né Por Nações Então você tem candomblé de nação Ketu ou Lagoa anumedi nação jeje candomblé de nação congo-angola que isso só referências na verdade aos grupos né étnicos né é que vieram para o Brasil e aí constituíram essas religiosidades né a gente costuma chamar e sal religiões né de matrizes africanas ou é sempre bom lembrar que a África ainda não existia como tal ela passou a existir Exatamente é com a invenção né difundido
de Fora para dente ou seja esses essas pessoas que vieram para o Brasil elas vir hoje pertencente a grupos né específicos grupos étnicos a uma vez conceito ainda de África long Grosso Otto o candomblé é é um conjunto né de religiosidades que tem como foco o culto as chamadas divindades africanas né novamente e lembrando que africanas e se nesse termo genérico aí então por exemplo se nesse no nesse candomblé se cultuam os orixás que são entidades de origem ioruba né na região que hoje seria Nigéria se ele cultua os voduns é um seriam divindades relativas
aos grupos de Egito como eu e sericultura aos em que esses são divindades vindas da África Central dos pés sempre africanos então nunca não bleau certo número vamos ver assim mais restrito de divindades cultuadas é a obviamente quando a gente fala a gente sempre tem falar de quais são os os critérios acreditar estabelecendo para essa diferença então por exemplo você me perguntou sobre a questão das divindades então do ponto de vista das divindades essas seriam as diferenças no caso da Umbanda A gente tem um conjunto maior de entidades ou divindades né que é cultuado é
o presente tem desde os próprios orixás né é que lá na umbanda vão ter muitas vezes uma outra é um outro significado outra forma de couro e passando por um Coutinho que vem caboclos pretos-velhos baianos ciganos boiadeiros exús E pomba-giras então a gente tem assim do ponto de vista do Panteão a gente tem essa diferença sempre lembrando que essas diferenças não são absolutas É sempre bom a gente perguntar para os grupos né que prático e se auto-identificam e muitas vezes a modelos intermediários das modelos de passagem vamos vamos ver a ser é Então esse é
um critério do ponto de vista do Papel sete foi pensado o ponto de vista da música da da cantiga anexe canta nos terreiros do ponto de vista das formas de contato com as divindades do ponto de vista dos ritos iniciáticos é uma muitas diferenças né mas a gente poderia grosso modo falar que do ponto de vista do plantão Essas são as principais diferenças que interessante porque o primeiro procedimento de uniformização até estabelecimento e Preconceito exatamente a generalização Então você estabelecem um grupo como se fosse um rio uniforme religiões afro-brasileiras E aí dividir nesse Rio dois
Igarapés realizado sob o candomblé é isso acontece e quando os ingleses inventam o hinduísmo no sentido de unificar milhões de questões religiosas sobre uma determinada gaveta rótulo que é hinduísmo mesmo ocorre uniformização que o estudo aqui na América dos indígenas não constituindo uma unidade para os europeus não para os grupos indígenas um quadro de religiões indígenas que é uma coisa que não existe lá a rede e se você imaginar que essas religiosidade que a gente chama grosso modo de afro-brasileiras São religiosidades que dizem de três grandes matrizes vamos dizer assim né a matriz europeia com
o catolicismo ibérico né as matrizes indígenas nos vários grupos indígenas com as suas cosmologias e depois as matrizes africanas as vários grupos versus que trazem diferentes formas de culto por exemplo a forma de culto da África ocidental é muito diferente a forma de culto da África Central essas formas de Cultura se encontraram no Brasil né sobretudo no Brasil Então dentro da do esse esse contato entre essas várias cosmologias formou centenas né de denominações então algumas mais próximas da tradição indígena com catolicismo faz tem a pajelança o Toré né A Jurema ou Catimbó mais próximas da
atriz das tradições africanas aí você tem um Candomblé em todas as suas variações né o tambor-de-mina Maranhense o batuque Gaúcho o Candomblé baiano chamou Pernambucano né e mais próximas que a gente poderia dizer assim do contato entre africanidades cosmologias indígenas e catolicismo mas sim gente tem a umbanda nas suas também variações mas há uma dificuldade além dessa questão da generalização que nós O que é a tratar de dimensionar o tamanho dessa comunidade o Censo do IBGE 2010 que é o que nós temos até agora dar como 0.3 por cento da população brasileira o Datafolha de
2019 estima em dois por cento haveria Um número mais preciso Mas vamos falar de uma questão mais delicada os fiéis envergonhar aqueles que não revelam a sua crença ou a sua prática por medo preconceito medo do julgamento existe uma possibilidade quantificar Olha é muito difícil a gente pensar nessa quantificação por quê porque depende da pergunta que você faz eu sempre digo que o IBGE é encontra respostas para as perguntas que ele faz se você modifica a pergunta a resposta Será diferente é uma a uma certa tradição dessas religiosidades delas serem abertas né estão só religiosidades
o que englobam inclusive outras formas né não são religiosidades excludentes aliada à grande experiência no terreiro no Brasil foi formar um a sociedade que pela primeira vez se pensou como a sociedade de inclusão né porque porque muito muito antes do Brasil ser Brasil nas nessas práticas nos terreiros na eu chamo Super Heroes esse espaço essa organização negro-brasileira nessa organização de origem Negra Alice testou uma fórmula de Brasil no sentido que você tinha que reunir várias etnias etnias diferenciadas esses Deuses que eram Deuses sobretudo de Deus de antepassados eles se tornaram Deuses de pessoas de pessoas
que muitas vezes não tinham mais aquela origem étnica propriamente de ou seja ele procurou aglutinar diferentes povos diferentes tradições aglut os homens e mulheres ver o terreiro é o uma das poucas instituições em que as mulheres chegam ao sacerdócio total é ele aglutinou diferentes pessoas de grupos raciais brancos negros né então ele elaborou uma o a fórmula de Brasil que acontece quando a gente pensa em que religião religião é sobretudo um conceito muito tributário daquilo que se formou no século 19 sobre o que é religião é uma certa dificuldade de chamar essas expressões né de
religiões para presente ditas né então é quando se pergunta muitas vezes é para por um adepto afro-brasileiro Qual é a sua religião ele tem uma certa dificuldade de entender o que que exatamente se entende por religião se aquela religião institucionalizada na qual muitas vezes ele faz parte né Nós temos grande sacerdote o motivo que sempre professaram também uma fé católica Cristã enfim porque porque são religiões que o Cabinho paralelamente com outras e não sei e não é o problema de vamos assim de ir até de vergonha de zelo né então assim é pelo contrário é
uma forma de aglutinar várias experiências então o que que acontece de fato IBGE ter indica o percentual muito pequeno para as religiosidades EA Nossa experiência de Brasil a gente sabe que é muito mais do que isso mas não é só a questão de ser mais o ponto de vista que eu digo quantitativo Essa é mais do ponto de vista daquilo que o terreiro projetou como cultura nacional ou seja embora seja 0,3 por cento o Brasil ele é fruto da ideia dessas experiências de terreiro em várias áreas então a gente poderia dizer o seguinte bons a
gente tem uma um Ethos nacional que envolve Versa em cidades como o carnaval é como os outros os outros folguedos que que ocorre Neste período que é marcadamente sair dos terreiros existentes a processos maracatus os jogos a gente tem outras manifestações como a capoeira a nossa música nacional por Excelência né constituída sobretudo nos anos 30 que é o samba música Saída de terreiro Então a gente tem na nossa literatura a gente for pensar o nosso primeiro best-seller foi Jorge Amado ele escreveu sobre tudo sobre o povo sangue mas sobretudo a experiência é dos terreiros E
se a gente for pensar na nossa primeira Palma de Ouro no cinema né em Cannes foi o pagador de promessa que foi uma temática afro-brasileira então no fundo nós temos uma constituição de Brasil muito tributária dessas experiências religiosas só que não se expressa como tal e tu quer que eu gosto dentro de de enfatizar o fato do percentual ele não dá conta do impacto que essa religiosidade teve na Constituição da cultura nacional Basta ver que por exemplo as nossas festas de Largo como carnaval lavagem do Bonfim ou as festas de Iemanjá seja no oito de
dezembro seja no final do ano seja Dois de Fevereiro são festas que levam milhões de pessoas as ou seja ao Ethos aí Brasileiro né que é marcadamente afro-brasileira e marcadamente Nego né então por isso que é sempre bom a gente olhar as estatísticas com certo cuidado né a sua resposta tá tem duas coisas da sensibilidade antropológica a pergunta do pesquisador dirige o objeto em no caso que eu trabalho doméstico dos franciscanos pergunta os indígenas como era o inferno para vocês e não se reúne e pergunta o que que é inferno e os franciscanos explicam que
é o lugar tão de umas pessoas mas eles param de nós temos um de cima do me clã por onde eu vou inventar um inferno que corresponderá a pergunta a mesma coisa mesmo antropólogo moderno pergunto você são patrilineares ou matrilineares e três tem que ter uma consciência que até aquele momento não parecia existir é a segunda questão é que mesmo sendo numericamente acho que não dominante tem uma influência cultural gigantesca e não se concebe exatamente como uma religião aliás eu lembro de algumas lideranças do Candomblé que se diziam católicas eu lembro relação à questão e
para nós talvez não seja tão claro mas essa minoria nos pontos de vista numérico é curioso porque é inversamente proporcional o tamanho da comunidade em relação ao preconceito porque Ministério dos direitos humanos a denúncia intolerância Candomblé e Umbanda são 25 porcento total de caso no levantamento mais antigo só no Rio de Janeiro chega 71 por cento de que as religiões de matriz africana são alvos de preconceito de onde vem essa intolerância com as religiões estão maior do que a expressão numérica Girls e a gente tem vários aspectos aí né Leandro a gente tem o fato
de que essas religiões foram regiões historicamente perseguidas nelas foram perseguidas primeiramente pela inquisição né na época do Brasil colonial é após o período inquisitorial elas foram no período inclusive Trial foram perseguidos pela igreja católica depois elas foram perseguidas pela constituição já dados do Estado Nacional né seja no império seja na República né basta dizer que o nosso código civil Republicano jacko já já penalizava né já mobilizavam a prática dessa religiosidade sobre o subterfúgio de atribui a ela crime é crime é uma contravenção né prática do Faustão medicina sortilégios e Magias né então ele tem uma
longa trajetória histórica A Perseguição é a esse excesso de velocidade que se soma obviamente ao nosso racismo institucional o estrutural então é essas religiões elas passaram a ser still ou né é a prática uma prática Cultural de um outro grupo com qual o Brasil se debate desde a sua formação ou seja o Brasil é mais Negro do que do que quer ser né ao ao projeto de embranquecimento na nossa sociedade e nesse esse projeto de embranquecimento ele ele Visa uma das coisas que ele Visa exatamente eliminar aquilo que seria representativo da cultura negra no Brasil
então começa por aí essa essa essa intolerância é fruto desse racismo o que acontece nos últimos nas últimas décadas né é que ela teve o vamos assim ó a cidade de processo de aceitação dessa religiosidade algum que isso tenha sido por volta dos anos 70 quando o Brasil passa também por um uma espécie de movimento contracultural tropicalismo e a gente tem uma série de de movimentos culturais né de Vanguarda que inclusive coloca o essas religiosidade como algo bastante é digerível para uma certa para uma certa a camada média inclusive urbana do sudeste é essa prática
sempre foi prática das populações negras né e mas tem muita visibilidade eu não ser para os seus próprios para sua própria comunidade a visibilidade que ela adquirida é nesses casos que eu que Eu mencionei mas nunca atribuindo inclusive aos seus agentes né a verdadeira autoria né das dos seus produtos né então a gente tem uma longa história e de espoliação inclusive é dessas obras e sai do terreiro com samba enfim né que não que não atribuem aos seus autores a necessária autoria então nos anos 70 quando a esse Ápice né é da aceitação dessas religiosidades
em que vários cantores inclusive querem mostrar o seu pertencimento a essas religiosidades né a gente tem um processo logo depois anos 70 estão processo é terrível de crescimento do ataque esse crescimento do ataque ele ele já não é mais um crescimento apenas do Estado né não é mais nos este país nesse momento uma certa perseguição por parte do Estado né obviamente que ainda continua havendo o preconceito mas nesse momento ao crescimento de um movimento é cristão né vão segmento Protestante neopentecostal e esse segmento neopentecostal e ele se coloca no mundo né é como a gente
de uma batalha e a explicação é mais ou menos essa existem males do mundo esses males do mundo são causados pela presença do demônio na terra e esse então demônio vai estar identificado com as divindades afro-brasileiras porque eu já vendi uma longa tradição e conhecer essas divindades né associar essas divindades aos demônios então o exemplo clássico é o exu sempre foi associado ao demônio Então o que acontece esse movimento com o crescimento EA gente tem os dados também do IBGE é leão o crescimento vertiginoso do segmento evangélico e dentro do segmento evangélico segmento neopentecostal é
o que acontece esse segmento ele passa a fazer do púlpito da sua igreja uma espécie de entrevista né com demônio e o demônio que se mostre naquele momento tem a cara dos exus da Umbanda o Candomblé então a novamente aí um exercício né é de demonizar esses segmentos afro-brasileiros sobretudo porque são segmentos que a como que eles como que eles inclusive absorvem todas as essas essas outras eles velocidades né então ficou mais fácil para identificar esse de molho dentro dos terreiros e obviamente que passa não as a ficar sua frente dentro dos terreiros mas começa
a disputar espaço nos palcos das igrejas neopentecostais então é este o ponto que a gente está vivendo atualmente né o crescimento vertiginoso de um fundamentalismo neopentecostal esse fundamentalismo está associado ao racismo é porque se associa geralmente essa essa religiosidade com as populações negras né E a gente tem então novamente a rede estão dessa O que é de perseguição né e é lamentável né porque a gente vê que atualmente a coisa tá tá tá indo a proporções gigantescas né é da gente ter para o terreiros tendo incendiados terreiros sendo destruídos pessoas sendo apedrejados na rua pessoas
que têm a qualquer sinal é de pertencimento religioso afro-brasileiro então podem ser retirada de ônibus enfim né e mais ainda lembra gente tem uma institucionalização da intolerância nos Espaços do estado da isso que eu acho também um sério problema é do Brasil atual nós temos atualmente por exemplo a lei 10.639 né que falta é pelo ensino da Cultura Africana e afro-brasileira nas escolas e a gente sabe né a pesquisa sobre isso inclusive da grande dificuldade de aplicar essa lei É porque quando os professores é um tema inter-disciplinar né quando os professores Vão falar da questão
africana o afro-brasileira e mencionam a questão das divindades trazida pelos africanos isso geralmente é visto como proselitismo Ou seja é como você querer dar uma aula de Grécia e de Roma sem poder falar dos deuses gregos ou dos Deuses Romanos per você sabia fazendo proselitismo querendo que a pessoa se converta talvez a ao culto de Apolo Afrodite sei lá então esse que é um sério problema atualmente né os espaços escolares os espaços não-escolares mais culturais né é quando eles estão estão dominados né Por uma tendência conservadora e fundamentalista né é de cunho Evangélico ele não
permite que isso seja colocado não não tô nem vendo o ponto de vista religioso o ponto de vista mesmo é cultural né Então faz parte da formação do Brasil quer queiramos ou quero não queiramos né a as heranças africanas E isso não pode ser explicitado assim então esse é o momento que a gente vive né você já citou A negatividade então da palavra Exu identificado exatamente por preconceito com demônio Pomba Gira preto velho a própria palavra macumba enquanto que as palavras de origem mais nitidamente tradicionais como Santo e a gente tem sentido sempre positivo a
língua também um sinal de preconceitos é como é que a gente pode quebrar esse preconceito além da Lei além da tradição além de tudo isso o preconceito na língua o preconceito linguístico ele é terrível porque o que ele implica em conteúdos né a língua é Como dizia Virginia Woolf é o invólucro né que tenta se o print das nossas ideias né então quando a gente diz por exemplo é macumbeiro né Há um preconceito em torno desse termo quando esse termo significa alguém que toca a macumba que é um instrumento é uma palavra de origem Inclusive
bantustão a princípio não haveria não haveria nenhuma conotação aí né Na ponto de vista linguístico nessa é chamado de macumbeiro mas isso se tornou pejorativo é outros outros termos fazer magia negra né a gente vive se deparando com esse com esse conceito de magia negra O que que a magia negra né mas eu não tem cor né magia magia processo é do pensamento ou sociológico né então quando você estabelece que essa magia negra e Magia pago o mal você tá já fazendo uma associação entre negro e mal bom então se fosse mais dia dos negros
né É mas é uma magia negra ou seja ela é já pautada por essa ideia é Bom enfim se a gente fosse discorrer aqui um léxico é de palavras preconceituosas né que são usados o tempo todo né É seria assim não daria um dicionário né O que é mais interessante é que a questão do da linguística né ela envolve também uma tradução circular né é eu quero que fique Trabalhei nos últimos anos com o exu né com as variações as transformações no culto essa identidade é curioso que nos dicionários ingleses e franceses né É do
termo Exu que é uma divindade yorubá associada a dinâmica do mundo neve é uma espécie de comunicador né é o termo usado para ele é Ivo né ou seja de Mônico o tema né Ou seja a u1 a tradução né do Exu com demônio tanto na língua inglesa quanto na língua francesa quando começam a termos primeiros funcionários de Ouro BA O Curioso é que no olho para traduzir para para dicionarizar o próprio ter mexo se usa o termo também em inglês ou francês demônio Ou seja é um processo circular que o muitas vezes o grupo
aceita a definição do outro dos seus próprios temos né e passa usar esses esse termo para se auto definir então a desconstrução é que é preciso fazer do ponto de vista linguístico é uma disco a absorção da semântica dessas palavras né e a gente tentar o tempo todo muito atento a isso porque elas transportam é preconceito pela elas transportam visões equivocadas mundo né então é é o caso típico de Exu Exu foi demonizado pelos pela religião cristã no terreiro esse show foi ressignificado e agora ele volta para as igrejas cristãs né como o themonio mas
esse demónio foi atribuído pela igreja cristã a ele né esses em sua origem eles não tinha nada a ver ou com demónio né mas se você me permite eu queria também fazer o adendo é isso porque quando a gente fala sobre isso normalmente a gente fala muito do ponto de vista de uma imposição das estruturas dominantes sobre as estruturas dominadas como se essas e ela simplesmente ficaram em silêncio tiraram como vítima desse processo história né Eu acho que também faz parte da nossa diz construção linguística também desconstruir este o processo ou seja é vamos pegar
o exemplo do Exu demônio né é o Woody Exu que muitas vezes descem nos terreiros de Umbanda de Candomblé e se fechou ele pode sim estar associado a este processo de demonização né Porém esse exu ele pode tanto fazer aquilo seria o bem ou mal dentro do sistema católico ou seja ele pode fazer algo positivo para alguém ele pode ajudar uma pessoa a encontrar um emprego a encontrar a resolver um problema de saúde algum problema afetivo e como ele pode também fazer uma coisa que for que seja prejudicial alguém ou seja esse demónio é um
demônio e lido sobre a ótica do sistema não dicotômico africano E afro-brasileira então se houve uma demonização do Exu houve uma eixos ização do demônio Cristão porque ele deixou de ser uma ao absoluto da tradição judaico-cristã ele é só o mal absoluto você não faz pacto com ele um dia antes de pedir saúde amor proteção a esse demónio porque ele vai cobrar a sua ele vai ter o preço vai ser caras vai perder a sua alma se você quiser fazer um pacto com ele ou seja é um processo que a gente tem que perceber uma
agência que os grupos africanos também fizeram sobre essas estruturas é dominantes né eles eles impuseram a elas também uma forma de absorção do seu próprio sistema então não foi simplesmente a aceitação desse sistema sem nenhum tipo de forma de olhar para esse mundo e olhar nos seus próprios termos o que história nosso amamos o conceito circularidade que tem bactine tem também no Guinness Book Historiador muito importante nessa área de contatos de como sistemas se ressignificam mutuamente e que nós em geral historiadores nós rejeitamos muita palavra sincretismo porque ela queria lugar pressupõe uma matriz pura hora
então umas e citou as datas oito de dezembro e Dois de Fevereiro Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Luz Nossa Senhora da Purificação e você imagina tenho que essa nossa senhora se associa a entidades africanas e forma e emanjar quando na verdade o cristianismo é uma religião de múltiplas origens judaicas romanas neoplatônicas helenísticas de cultos locais é isso ao ter contato com outras expressões culturais forma nova circularidades que se ressignificam e e é muito complicado falar em sincretismo que pressupõe tal como mestiço que existe uma raça pura caso o mestiço fosse hoje é
um belo problema porque faz surgir releituras muito grande seu olhar se o Brasil na noite Trinta e Um de dezembro Com milhões de pessoas vestidas de branco fazendo ofertas à beira-mar diz que terra de tolerância extraordinária e tantas pessoas que eu conheço que apresenta uma guia de orixá no pescoço explicam sobre isso e assim por diante a consulta EA orixás ou Mães de Santo e assim por diante mas é é muito mais complicado que isso porque não é um contato africano com uma religião de Matriz é mas é o contato de inúmeras expressões com outras
inúmeras expressões e às vezes eu acho que só existem religiões para que a gente possa dar aula sobre elas porque a gente tem que agrupar não foi um grande pacote para poder falar de por exemplo do culto indígena mexicana com esse sal 4 o Deus da serpente a serpente emplumada e assim por diante não mas eu quero falar de um fato muito contemporâneo que o Museu da República Palácio do Catete Recebeu agora pouco uma coleção enorme de 500 peças religiosas vindas de terreiros de Umbanda de Candomblé objetos que o desde lá de trás a gente
tem essas narrativas fortes estado novo por exemplo de invasões oficiais de terreiro e de 1889 elas República positivista conseguiu reforçar esse esse preconceito e assar a igreja separada do estado na República parece que tornou o estado mais intolerante ainda e estava em pé o dops a polícia civil os pés da Polícia Civil qual a importância deste acervo para os fiéis Então qual o sentimento que eu acho que os especialistas tem quando vem esse riquíssimo material retirado da clandestinidade era deve ser uma coisa importantíssima leva que a água na igreja se separa do Estado né enquanto
a igreja estava atrelado ao estado era própria igreja que perseguia. É quando a igreja se separa do estado no período Republicano o estado passa seu braço armado né da igreja o que não dá para dizer se a pior ou melhor que nesse processo na pior eo melhor mas o que dá para dizer que isso se reveste de uma positividade de uma de uma ação Legal ou seja do ponto de vista da Constituição de uma república isso é tremendamente complicado né porque você enquanto está no plano da perseguição religiosa Você tá no plano de uma certa
ideia de muro de origem de enfim e é uma disputa vamos dizer assim não por ideologia quando você tá no plano republicando que que Teoricamente né seria um estado laico né E você vê esse tipo de perseguição Aí sim você tem um problema da própria Constituição da Cidadania sobretudo da Cidadania do do povo é a água brasileiro ou negro no Brasil ou seja é o estado ele passa a perseguir os terreiros sobre o código penal na Constituição tá na tá na em códigos civis códigos penais a sobre qual o argumento né bom é um argumento
patologizante de sempre né desde que os terríveis começaram a ser observados por pessoas como médicos e analistas né como Nina Rodrigues e Astro Ramos né porque sempre uma a patologização das expressões do terreno e da outra a patologia neve é isso obviamente associada associado sempre com a população negra O que é o que aumenta então há a questão da da fatores de ação a república ela começa a perseguir através das delegacias de polícia né inclusive dos serviços de higiene mental né os anos 30 do estado novo e começa a invadir os terreiros exatamente com esse
argumento E essas peças que são apreendidas são a gente chama de peça mas na verdade são são são antes são divindades né a materialidade do que a gente observa vi tem que ser muito bem é colocada né não são peças não são objeto né É como você chamar mal comparando a uma hóstia já consagrada né Depois o processo da transubstanciação você chamar aquilo de objeto é aquele pedacinho de pão é isso depois da transubstanciação pro Cristão aqui não é mais objeto aqui é um corpo de Cristo todo o respeito que se deve ter aquela materialidade
que já não é mais uma materialidade contida na sua forma porque ela tem um conteúdo diferenciado a mesma coisa é são esses objetos esses objetos que a gente chama de objetos mas que são na verdade é assentamentos são é insígnias ferramenta dos orixás divindades né eles ela só preservadas dentro do próprio terreiro sobre o cuidado muito grande porque elas ficam inclusive no quarto separado né que é o pediu comércio em Como é o nome que se dê e a invasão policial ela não só profanava porque ela invadiu os espaços como esses esses assentamentos eles eram
vistos como prova do crime então por isso os bares para delegacia era instaurado o processo então eles eram vistos como prova de crime Então um Feliz frente gente tem o Brasil a sermos de assentamentos e ferramentas afro-brasileira né é formado a partir da repressão né é a gente tem por exemplo nos anos 30 a uma Mário de Andrade sempre foi um grande defensor né das culturas populares ele tem duas ações importantes uma é a Constituição da missão de Pesquisas folclóricas né aqui em São Paulo é que é uma missão que tem o objetivo de para
o Nordeste e norte nordeste e filmar registrar né documentar todas as manifestações possíveis inclusive aquelas de cunho mais religioso ou seja o tambor-de-mina o Babaçu e o Xangô Pernambucano agora é o Brasil o país estão é que eu digo que ele é racista esquizofrenia né que é um tipo de racista é piorado né porque que ele é racista esquizofrênico ao mesmo tempo que o estado ia lá para registrar aquilo como prova da sua da sua exuberância cultural as pessoas que só vão ter uma carta uma autorização da do delegado de polícia para permitir que aquele
tambor de mina fosse executado Ou seja você vai registrar algo que faz parte da cultura nacional mas ao mesmo tempo a polícia precisa permitir que você filme aquilo que aqui na crime então é uma loucura isso né dizer nível de esquizofrenia misturada com o racismo A então o próprio a própria missão de Pesquisas folclóricas quando ela chega em certos lugares ela vai encontrar essas peças na delegacia inclusive assim jogadas as fotos dessas peças no chão da delegacia né E essas peças São peças competição ah certamente eu não mistura por exemplo o assentamento é que vai
entender que o assentamento que não vai vender de um orixá de uma divindade associada ao fogo como essa divindade associada a muitas vezes a água então em todo o respeito tem todo um cuidado mas ele aqui é uma coisa ou dormia Ou se você quiser uma cosmografia né que é preciso respeitar você não viram tambor no acabar aqui de ponta cabeça porque porque ele é um ser vivo mas recebe oferendas Então tudo isso era simplesmente catado era retirado do terreiro e levado para a delegacia aí começaram os primeiros acervos né é de coleções né que
ele que ficaram nos museus da da polícia então no caso do Rio de Janeiro ele tem um museu da Polícia Civil né que durante há décadas né preservou esses objetos é como provas de crime pior do que a situação do Rio de Janeiro era a situação é do museu Estácio de Lima em Salvador porque havia e nesse museu Estácio de Lima esses objetos que fazer um inclusive parte da coleção do Leila Rodrigues eles ficavam ao lado de outras provas de crime como por exemplo facas revólveres é é provas de patolou outras patologias como por exemplo
feto de duas cabeças é uma pessoa decapitada por um trem a cabeça de uma pessoa decapitado por um trem até as cabeças decapitadas do do grupo de Lampião estavam ali né aí depois obviamente que houve um processo essa esse essas cabeças foram honesto os corpos foram enterrados mas ainda assim foram feitas réplicas que ficavam ali se de um lado o assentamento de o show e do outro lado com o feto malformado ou seja totalmente contraditório porque os juntos e ver a divindade da procriação da proteção né então esses isso ficou durante décadas não foi isso
abrir o a repatriação desses objetos tem tem um grito agora 2010 ouvir a do Estácio de Lima o da Polícia Civil ocorreu agora 2019/2020 ou seja era é uma falta de percepção de que esses assentamentos e eles são produtos de uma cultura e não produtos de uma patologia né e felizmente graças a uma série de Agentes é movimento negro sacerdotes é academia enfim né todas as pessoas voltadas né é a para para o combate ao racismo então esses objetos nessas existem ir para lugares né mais adequados ainda que alguns desse também possam ser questionadas infinitos
continua dentro de museus mas pelo menos não as museus é de crime mas museus etnográficos antropológicos né museus culturais grande parte do que você diz me remete ao pensamento quando focou mostra como os médicos do século 19 herdaram o discurso sobre o desvio que os sacerdotes inquisidores tinham antes então o sodomita da Inquisição vira o homossexual a a pessoa que era possuída vira a pessoa histérica e ao citar o Nina Rodrigues e tantos outros esses positivistas e cientificistas lombrosianos e toda essa turma erdon discurso religioso agora com uma nova roupagem Campos curso de exclusão na
como eu vou determinar o que é normal o que é adequado daquilo que é pa o disco e assim por diante mostrando que o preconceito ele perpassa diversas expressões na e é muito complicado porque nós temos em todos os campos novos discursos Talvez isso Explique a ação que o Supremo teve que resolver sobre sacrifícios de animais por exemplo e o Supremo decidiu por unanimidade por sinal e o sacrifício faz parte da liturgia é protegido pela constituição um dos ministros falou que era puro preconceito que estava ali e ainda alertou uma denúncia via fotos incluídas no
processo que nem diziam respeito à práticas religiosas como relevante é esse sacrifício na a tradição das religiões afro-brasileiras no reino de fazer dois comentários um em relação ao que você mencionou sobre as teorias né É patologizantes do século 19 s a Emília Rodrigues é curioso que a Nina Rodrigues escreveu o primeiro livro que a gente tem sobre religiões afro-brasileiras que é o animismo fetichista dos negros baianos né ou seja ele vai entender as religiosidade como uma espécie de animismo fetichista ou seja traduzido é alguém que coloca um certo espírito de uma certa coisa que não
seria animada você já a anima algo que não tenha muito curioso que o pensamento deste período reconhece ou o dizem o presente científico Diz que esse tipo de religiosidade é uma felicidade inferior né a religiosidade politeísta ou mesmo monoteísta né Eu sempre gosto de dar um exemplo que esse daqui normalmente uma o o orixá ele pode ser assentado Né nenhuma pedra né É porque a pedra do que a pedra é uma a expressão é uma versão né pelas suas características de uma de uma divindade dá uma pedra branca como essa ROM lista né arredondado é
uma pedra de Oxalá então aqui pelo branco pela forma né uma pedra mais rústica né uma espécie de pedra é irregular né avermelhada e filho pode ser uma pedra de assentamento de Exú que é um ser associado a ordem a desordem a comunicação então o pensamento do 19 dizia bom colocar uma divindade aqui né significa ser animista mas os cientistas que mediam os crânios no 19 né através de uma de uma na época era científica o pensamento na frenologia vocês e medir o crânio né e determinava pelas medidas do crânio seu a pessoa tinha ou
não a Patologia e obviamente que a gente sabe o sorriso é a reconhecidas né como patológicas eram aquelas que a gente já sabe o quais são né os negros os indígenas enfim né os ciganos em por aí vai é muito curioso né quiser aí isso é quem coloca uma divindade numa pedra uma divindade positiva mas o cara que identifica numa cabeça pelo seu formato uma patologia né o espírito maligno né não é considerado o anime Isto é considerado um cientista então só para fazer essa essa observação né dessa nesse caso bem curioso entre ciência e
religião em relação ao sacrifício o sacrifício ele é fundamental nas religiosidades afro-brasileiras mas assim como ele é fundamental nos outros ele teve cidades né se a gente considera por exemplo o catolicismo ou o sacrifício é a principal é o elemento Central e é de uma liturgia comprei uma missa Aí quer dizer a ideia de que você é comum que com o sacrifício de Jesus né devorando vamos chamar assim né o próprio o próprio Jesus o próprio corpo né que se trans substância ou naquela naquela hóstia né É É Central no e no catolicismo ou seja
a maioria das religiões senão todas elas trabalham com uma ideia de sacrifício o que que é o sacrifício é a transferência de aí cada religião vai definir o que é isso energia humanidades outra logias enfim cada religião definir o que seja isso mas todas as religiões ela se Trabalhou essa ideia entre um Deus o homem e o animal né então no catolicismo que que houve houve a matança do Deus né no cristianismo propriamente ouvir a matança do Deus o próprio Jesus para que como se fosse um animal por isso que é um Cordeiro de Deus
né então ele é sacrificado e os cristãos né eles refer eles revivem esse sacrifício com uma forma de chegar mais perto de Deus tem religiões como as afro-brasileiras os as africanas que sacrificam o animal para o Deus para que esse e como ninguém com Deus essas propriedades é autor lógicas e o fim de energia de vitalidade né E tem religiões né a gente sabe você inclusive é um estudioso disso não tem religioso fazer os próprios sacrifícios humanos né é que era uma forma também né de doar o que era mais precioso né que era Humanidade
para o Divino para que esses homens também ficassem mais próximo o que é mais escandaloso eu acho desse processo todo de perseguição às religiões afro-brasileiras é que o sacrifício Parece que só existe nelas as religiões afro-brasileiras ela seja um sacrifício cristão não é visto como sacrifício o sacrifício que a no judaísmo né É no Islamismo Então isso é visto como sacrifício parece que a uma perseguição apenas as afro-brasileiras vamos se elas tivessem tentado sacrifício e não o sacrifício ser algo pertencente a Os Religiosos né inclusive com discurso que une intolerância religiosa né com movimentos ecológicos
enfim de defesa dos animais no na verdade esses animais eles são sacrificados assim como são sacrificados todos os animais que a gente usa no nosso no nosso cardápio cotidiano né Ou seja quando comemos o frango o como quando fazemos os nossos churrascos né esta estamos ali né comendo animais foram mortos foram sacrificados então a uma certa uma certa hipocrisia também nessa nessa nesse discurso né aquele que levanta a bandeira abaixo sacrifício nas religiões afro-brasileiras logo depois né coloca a sua bandeira do lado vai fazer um churrasco ou seja e é algo que tem a ver
muito mais com a percepção do que ao Sacrifício do que ele é efetivamente lembrando inclusive que os animais para serem utilizados né como oferendas nessas religiosidades eles são a forma do sacrifício uma forma muito especial ou seja não só eles não são utilizados E por quê Porque se de forma violenta nem de forma a trazer algum tipo de dor porque faz parte do próprio Prefeito religioso que esses animais eles eles sejam alimentados eles sejam lavados antes de ir né fazer parte deste desse Ritual e principalmente Esses animais eles são servidos a comunidade no final das
celebrações né então é algo que e eles criam a celeuma né relação a esse a esse tema eu acho muitas vezes por uma falta até de conhecimento sobre o processo né que está vendo tanto no interior dos terreiros culto nas outras religiosidades né Nós tratamos na ao longo dessa que assim prevista tão os elementos de teogonia teodicéia de casos de concepção do mundo e assim por diante mas que meu principal objetivo que foi muito bem tratado pela sua análise era questão sobre a intolerância religiosa então para encerrar o nosso tempo chegou o final eu queria
uma Fala Final sua especificamente sobre isso sobre a intolerância religiosa Em uma sociedade como o Brasil por favor vai o Brasil ele se Funda a partir da intolerância religiosa né ah se a gente observa o quadro da primeira missa no Brasil a gente tem o esquerdo da tela um custo da lapidada né já que que é a cruz é o tronco né desbastado e o lado luminoso né da que chama atenção vamos ver do contato com o sagrado que ao sagrado cristão católico e do lado inferior direito a gente tem na tela né o conjunto
de abro o agrupamento indígena o inclusive alguns é em cima de troncos de árvores e me parece que sua muito significativo não seja o processo de ocidentalização das culturas tradicionais seja indígenas sejam africanas foi um processo assentado sobre a intolerância religiosa é um processo de levar adiante um projeto cultural que tem como base a não aceitação do outro nas suas formas de Constituição cultural constituição religiosa O que é o inicialmente o que é curioso é que o terreiro né como esse espaço com essa formação negro-brasileira ele tava promovendo exatamente o contrário né o dele estava
é se constituindo como espaço de inclusão de inclusão de grupos raciais diferentes grupos étnicos inclusão de várias orientações pessoas e várias orientações sexuais de gênero inclusive as pessoas em geral dizem isso né que a experiência dos terreiros é uma experiência de ver agrupamentos de vários tipos inclusive inclusão de pessoas até com deficiência porque porque os orixás também podem ser o inchaço e Tragam Tragam marcas no seu no seu corpo né é daquilo que a gente poderia chamar é de necessidades especiais então é muito interessante que lamentavelmente a gente esteja vivendo um processo de intolerância contra
grupos o que que deveriam ser exemplos de tolerância que são exemplos de tolerância né ou seja grupos que é construir uma cosmovisão de mundo construíram uma uma teogonia como construíram uma percepção de relação homem-natureza né que deveria ser um exemplo Então acho que essa nossa herança Nossa principal herança nas herança civilizatória né brasileira que a gente infelizmente né É nos últimos tempos sobretudo tem perseguido de uma forma fundamentalista de uma forma violenta de uma forma que só que afirma aquilo que eu falei de um racismo estrutural na sociedade brasileira é muito interessante e muito obrigado
Wagner vou trazer tantas informações na primeira vez que eu escuto ela falando sobre isso e Aprendo muito eu conheço quase nada As tradições que você trabalha e tem uma vontade enorme de aprender e de ler mais sobre isso e aqui no canal a gente sempre traz bons especialistas para que cada pessoa que nos acompanha no prazer carnal possa ter uma capacidade maior de discernimento que eu conhecimento crítico debatido é um grande instrumento para diminuir o até eliminar o preconceito eu espero então que vocês tenham gostado tanto quanto eu na próxima quinta-feira Nova entrevista aqui no
canal não se esqueça de ativar e de se inscrever e muito obrigado e até a próxima semana até logo eu que agradeço lembro obrigado O prazer é [Música] [Música] [Música] E aí E aí E aí E aí
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