As 3 etapas da inteligência artificial e por que 3ª pode ser fatal

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BBC News Brasil
A enorme popularidade do ChatGPT gerou todo tipo de discussões e especulações sobre o impacto que a ...
Video Transcript:
A Inteligência Artificial já transforma a  todo vapor a forma como usamos a internet, as nossas relações de trabalho e o uso de  conhecimento. Mas essa revolução está só no começo. Alguns especialistas identificaram  três etapas do desenvolvimento da Inteligência Artificial – e dizem que ainda estamos na primeira  delas.
Eu sou Camilla Costa, da BBC News Brasil, e neste vídeo detalho essas fases e conto porque a  terceira causa temor entre especialistas no ramo. Antes, um pouco de contexto e uma definição: o  que é Inteligência Artificial? .
Em termos simples, trata-se da habilidade de uma máquina em realizar  tarefas geralmente associadas à inteligência humana – como resolver problemas ou aprender de  experiências prévias, por exemplo. O ChatGPT é provavelmente o exemplo recente mais significativo  do poder disruptivo da Inteligência Artificial. Esse chatbot que responde nossas perguntas  e pedidos usando o conhecimento acumulado da internet virou o aplicativo com o crescimento mais  rápido da história.
São 100 milhões de usuários ativos nos poucos meses desde que o ChatGPT foi  lançado, no final de 2022. Essa popularidade gigantesca aumentou o debate sobre o impacto  da Inteligência Artificial na nossa vida – e como esse impacto vai crescer no futuro. É que  os avanços nesse setor estão sendo tão rápidos que já há inteligências artificiais capazes de  produzir textos e imagens indistinguíveis do trabalho humano.
Um relatório recém-lançado pelo  banco de investimentos Goldman Sachs calculou que a Inteligência Artificial poderia substituir  um quarto de todos os empregos que hoje são de humanos – embora essa nova tecnologia consiga  também aumentar a produtividade e criar demanda por novos tipos de trabalho. Vamos, então,  às três etapas da Inteligência Artificial. A primeira, e que estamos vivendo atualmente, é a  ANI, sigla em inglês para Inteligência Artificial Estreita.
Ela ganhou esse nome porque tem  algoritmos projetados para realizar uma só tarefa específica. O conhecimento acumulado que esse  algoritmo obtém dessas tarefas não vai servir automaticamente para outras funções. Geralmente,  essa IA é treinada a partir de um banco de dados, como a internet.
Esses sistemas podem igualar e  até superar a inteligência humana – mas só na área específica em que eles atuarem, já que não são  capazes de realizar outras tarefas. É por isso que essa IA também é chamada de “fraca”. Um exemplo  desses poderes e limitações são os programas de xadrez que usam IA.
Eles são capazes de derrotar  até mesmo os melhores enxadristas do mundo, mas não fazem nada além disso. Os sistemas de IA  Estreita já estão mais presentes na nossa vida do que você talvez imagine. Os smartphones,  por exemplo, estão cheios de aplicativos com essa tecnologia: desde os mapas no seu GPS até  os aplicativos de música e vídeo que aprendem os seus gostos para te recomendar o que ouvir  ou assistir em seguida.
Assistentes virtuais como Siri e Alexa também se encaixam na IA  Estreita. O mesmo vale para o buscador do Google, que talvez tenha te trazido para este vídeo. Os  sistemas estreitos também já foram incorporados nas linhas de produção de fábricas, no mercado  financeiro e até em hospitais, para ajudar nos diagnósticos.
Até sistemas mais sofisticados,  como carros autônomos ou o próprio ChatGPT, são formas estreitas - já que não podem operar  fora das categorias pré-determinadas pelos seus programadores nem tomar decisões por conta  própria. Mas alguns especialistas acham que sistemas como o ChatGPT, que estão programados  para aprender automaticamente – ou seja, para realizar o aprendizado de máquina  – podem passar para a seguinte etapa. Estou falando da segunda categoria, que é  a de Inteligência Artificial Generalizada, ou AGI na sigla em inglês.
É quando uma máquina  consegue alcançar as capacidades cognitivas de um ser humano. Ou seja, quando é capaz de  executar qualquer tarefa intelectual feita por uma pessoa. Então, se o primeiro tipo de  IA era chamado de “fraco”, este é conhecido como “forte”.
E alguns pesquisadores desse ramo  acham que estamos prestes a chegar lá. Por isso, em março de 2023, mais de mil especialistas em  tecnologia escreveram uma carta aberta pedindo às empresas de IA que deixem de treinar durante  ao menos seis meses os programas mais poderosos que a versão mais recente do ChatGPT. Seria  uma espécie de moratória no que eles chamam de “perigosa corrida” no desenvolvimento de IAs  cada vez mais “imprevisíveis”, que poderiam sair do controle dos seus próprios criadores.
Essa  pausa, segundo signatários como Elon Musk e Steve Wozniak, daria mais tempo para que  governos e entidades criassem protocolos de segurança para reger essa nova tecnologia. A  ideia da carta é que, no ritmo e no modelo atuais, os sistemas de IA trazem riscos enormes,  inclusive o de superar numericamente os humanos, torná-los obsoletos e fazer com que percamos  o controle da nossa civilização. Nas palavras do diretor-geral da OpenAI, criadora do  ChatGPT, diante do Congresso americano: Isso nos leva à terceira etapa, a  da Super Inteligência Artificial, ou ASI na sigla em inglês.
Seria a etapa em  que a inteligência artificial teria superado a inteligência humana. Segundo Nick Bostrom,  filósofo da Universidade de Oxford e especialista em IA, a superinteligência consiste, entre aspas,  em. .
. “um intelecto muito mais inteligente do que os melhores cérebros humanos em praticamente  todos os campos, inclusive a criatividade científica, a sabedoria geral e as habilidades  sociais”. E alguns especialistas acham que o intervalo entre a segunda e a terceira  fase da IA seria breve.
O chamado padrinho da inteligência  artificial, Geoffrey Hinton, fez um alerta semelhante. Em entrevista à BBC,  ele afirmou que as máquinas ainda não são mais inteligentes do que nós, mas podem virar em  breve. Por isso, o debate agora é: será que a eventual chegada da superinteligência vai ser  benéfica ou prejudicial para a humanidade?
Há  quem acredite que ela poderá nos ajudar a superar  nossas barreiras biológicas e resolver os grandes desafios da humanidade. É o caso do pesquisador do  Google Ray Kurzweil, que chegou a prever que até 2030 os humanos alcançarão a imortalidade graças  a nano-robôs atuando dentro do nosso corpo. Mas há quem veja uma grave ameaça à nossa existência. 
O falecido físico britânico Stephen Hawking, por exemplo, fez advertências quase uma  década atrás, em 2014. Muitos especialistas, como os signatários da carta aberta que eu  mencionei acima, acham que a velocidade no desenvolvimento, sem que haja limites claros nem  regulações, é preocupante. Por isso, o desafio apontado por especialistas é:  o que podemos fazer agora para evitar um futuro em que máquinas muito mais inteligentes do que  nós assumam o controle?
Com isso eu fico por aqui. Temos mais vídeos interessantes sobre  como funcionam a inteligência artificial e algoritmos - dá uma olhada na nossa playlist de  ciência no YouTube. Obrigada e até a próxima.
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