Esse vídeo jogou uma bomba em mim, ou melhor, me lembrou que eu sou e sempre fui um amador. No ensino médio, eu era o cara talentoso, cheio de potencial, mas nunca quis encarar o trabalho duro. Agora, com 35 anos, sinto que é tarde demais para recomeçar.
Abandonei a arte h alguns anos depois de correr em círculos por muito tempo. Achava que tudo era sobre talento, fama e reconhecimento, mas agora estou deprimido. Entrei nessa buscando fama e aprovação, mas não investi esforço em todo o resto.
Você não deveria fazer isso. Entrei com a mentalidade errada e agora não me sinto digno para tentar de novo. E acho que a minha pergunta é: o que eu faço agora?
Devo apenas aceitar o meu destino, sendo um cara que trabalha no escritório porque eu não tive inteligência emocional. Esse foi um comentário que eu li em um vídeo que eu estava assistindo e eu me senti atraída por ele, porque eu já estive nesse lugar, um lugar de confusão, de frustração, como se eu tivesse atrasada para alguma coisa. Mas a frustração, a insatisfação, ela é o primeiro alerta que mostra que a gente tá distante do nosso potencial e por consequência a gente tá vivendo uma vida que a gente não deseja viver.
E para sair desse lugar, antes de qualquer plano, ação ou estratégias, precisei adotar como verdades algumas premissas. E se hoje eu tivesse diante dessa pessoa, eu gostaria de respondê-la com algumas dessas verdades. Hoje aqui eu vou citar quatro delas e cada uma exige uma escolha de quem quer de fato mudar de vida.
Verdade número um: você não atrai aquilo que você deseja. Você atrai aquilo que você acredita. Você desejava fama, aprovação, desejava ser visto, ser reconhecido, ser valorizado.
E na verdade o que você viveu foi o oposto. Você viveu a estagnação, a invisibilidade, a frustração. E o por que isso acontece?
Porque apesar de desejar uma coisa, a sua autoimagem, a imagem que você tem de si mesma, estava fundamentada em algumas crenças inconscientes, crenças de desvalor, de incapacidade, de não merecimento. E foram essas crenças e não o seu desejo que moldaram a sua realidade. E como que essas crenças se manifestam e traz pra gente esses resultados?
A sua própria resistência, a própria negação em aprimorar o seu talento pode ter sido uma forma inconsciente de sabotar o seu sucesso. E a autossabotagem é justamente isso. A gente cria e coloca obstáculos que nos impedem de chegar ao nosso objetivo.
A gente vive e a gente atrai experiências que confirmam as nossas crenças. A gente precisa entender o mundo como um espelho, como um reflexo de nós mesmos. As circunstâncias, a nossa realidade, aquilo que a gente vive, apenas devolve pra gente a imagem que a gente tem de nós mesmos.
E essa é uma ideia perfeita, porque nos dá a oportunidade de enxergar realmente aquilo, as verdades que regem a nossa vida. E a gente consegue a partir daqui mudar essa visão, mudar essa percepção, mudar as nossas crenças. Quando você se questiona se você deve aceitar isso como seu destino, é porque na verdade você acredita que a gente não tem poder de escolha e nem responsabilidade com a nossa própria vida.
E não é bem assim. O que a gente vive a nossa vida é o efeito de uma sucessão de escolhas. Você não está nesse escritório porque você está condenado a isso, porque algo ou alguém quis assim.
Você está aí porque a sua imagem, a imagem que você tinha de si mesmo e as suas crenças te conduziram até esse lugar através dos seus pensamentos e dos comportamentos que esses pensamentos geraram. E essa consciência não é para te gerar culpa, é para te gerar responsabilidade sobre as suas próprias escolhas. A partir desse momento aqui, compreendendo essa verdade de que a gente não atrai aquilo que a gente deseja, mas sim aquilo que a gente acredita, você está diante da sua primeira escolha.
Trocar a crença de que você é uma vítima pelo reconhecimento de que você é um criador da sua própria realidade. Quando você faz essa escolha e quando você se responsabiliza pela sua própria vida, você pode decidir criar algo novo. E para criar uma nova realidade, eu começaria dando clareza pra forma como eu gostaria de viver.
O que você gostaria de viver, qual a rotina você gostaria de ter. Essa é a sua intenção. E os seus desejos eles precisam ser autênticos, eles precisam ser seus.
Os desejos influenciados pelo coletivo, pela nossa família, pela sociedade, eles geram conflito interno e eles não causam em nós uma motivação suficiente pra gente enfrentar aquilo que a gente precisa enfrentar. Então, tire um momento para você pensar, para você refletir, para você decidir qual a vida você gostaria de criar. Se você não se sente tão confiante em colocar uma realidade muito diferente dessa realidade que você tá vivendo hoje, mire um alvo menor e esteja consciente que os seus desejos vão se lapidando à medida que você vai crescendo.
Escreva num caderno a sua intenção de forma clara e específica. Se a gente atrai aquilo que a gente acredita e não aquilo que a gente deseja, a gente precisa mudar as nossas crenças. Mas a nossa mente precisa de uma direção.
A direção é essa intenção definida. A mente, ela não pode se transformar em nada que ela não consegue visualizar. Então, seja capaz de criar uma intenção clara agora pra sua vida.
Então eu começaria dando clareza paraa minha intenção e eu faria isso consciente de que eu precisaria trabalhar as minhas próprias limitações e esse seria o trabalho da identidade. E aqui a gente tá diante da segunda verdade. O nosso maior propósito é fazer a correção da nossa identidade.
É a gente se aproximar do nosso potencial enquanto a gente corrige as nossas limitações. A gente escuta muito que todos nós temos um propósito e a gente deveria encontrá-lo como se ele fosse um trabalho, uma carreira ideal, uma missão. E isso gera ansiedade, gera paralisia.
a gente se sente ainda mais atrasado, olhando para todo mundo, porque parece que todo mundo já tá vivendo o seu propósito. E a verdade é que o propósito ele não é um ponto fixo, ele é um processo. À medida que a gente vai subindo na vida, que a gente vai mudando as nossas motivações, as nossas necessidades, a gente vai vivendo um processo de mudança de identidade.
Propósito é o caminho que você decide viver enquanto você cria a sua intenção, seja ela qual for. Mesmo que você esteja hoje no nível um e você tá mirando o nível dois, esse processo, esse caminho que você tá fazendo do nível um pro nível dois já é o propósito, porque nesse caminho do nível um pro nível dois, você já tá trabalhando as suas virtudes, você já tá trabalhando as suas limitações, você já tá criando uma nova realidade e esse é o seu propósito. É o caminho da criação intencional.
Você escolhe o que você quer criar e você aceita ser lapidado nesse processo. Você aceita crescer enquanto você vive aquilo que você deseja de forma profunda. Quando eu internalizei essa verdade, eu mudei completamente a forma de enxergar tudo aquilo que eu tava fazendo, porque eu me permiti criar, independente de aprovação, independente se eu estava preparada ou não, porque eu entendi que o desejo de criar era justamente o desejo de crescer.
Então, mais que viver o meu objetivo, é claro que eu quero viver o meu objetivo, mas mais do que viver isso, é lapidar a mim mesma, é ver a mudança em mim, querer algo sem querer mudar a sua identidade atual, é perder completamente o propósito de qualquer objetivo na vida. Sabe quando a gente tem um desejo muito grande, um desejo profundo, que a gente não consegue nem explicar direito porque que a gente quer tanto isso? Eu tenho para mim que, na verdade, esses desejos são formas de Deus.
de colocar no nosso coração o impulso da gente se desenvolver. Quando a gente caminha em direção a esse desejo, a gente precisa quebrar tanta coisa em nós, a gente precisa quebrar tantos padrões, a gente precisa adquirir tantas virtudes. E esse para mim é o propósito da nossa vida.
Então, quando a gente deseja algo, mas a gente não quer passar pelo processo da mudança, a gente tá perdendo completamente o propósito. Então, olhando para você que escreveu esse comentário, se eu pudesse te falar algo hoje, é, você tá num ponto de inflexão, você tá num momento de crise, ou você pode acreditar que é tarde demais para fazer qualquer coisa, ou você pode internalizar essa verdade, que o seu propósito é fazer esse processo de mudança e fazer a escolha. Por isso, a sua escolha seria aceitar o processo de mudança de identidade como o propósito da sua vida.
E não é uma questão de dignidade. Todos nós precisamos acordar para isso. Se você entender essa verdade, você é há de concordar comigo que nunca é tarde para isso.
O momento que você teve essa consciência, você precisa fazer uma nova escolha pra sua vida. Feita a sua segunda escolha de que você aceita a mudança de identidade como propósito de vida, você precisa agora selecionar uma ideia, uma ideia para você aplicar a diligência, uma ideia que te leva àquilo que você deseja e ao mesmo tempo serve como um campo prático pra construção dessa nova identidade. Então agora a gente tá próximo da nossa terceira verdade.
Verdade número três. Toda intenção precisa de uma ideia e diligência para existir. Se você tem um desejo de viver algo, mas não tem uma prática, me desculpa.
O que você vive é uma fantasia. Agora que você já se responsabiliza pela sua própria vida e agora que você aceita passar pelo processo de mudança de identidade, você precisa de uma ideia que conecta a sua intenção com uma prática, algo que seja coerente, que te leve à sua intenção e que ao mesmo tempo faça o trabalho da identidade. No meu caso, eu selecionei uma ideia pautada naquilo que eu tinha curiosidade e naquilo que eu acredito que eu tenho predisposição em me tornar boa, ou seja, o meu talento.
Eu sou uma defensora de que todos nós temos talentos, mas eu não acredito que a gente nasce pronto. Eu acredito no talento como uma predisposição e a gente precisa aplicar prática deliberada em cima desse talento para que a gente consiga, enfim, transformar essa predisposição num ponto forte. Então, a minha ideia de criar esse podcast foi criar um território onde eu pudesse construir essa nova identidade.
Pegue seu caderno de volta, reflita e começa a anotar os temas que você tem mais curiosidade. Começa a anotar aqueles desejos que sempre voltam, começa a anotar aquelas ações que você sempre está impulsionada a fazer, mesmo sem motivo se comunicar, planejar, organizar, escrever, ler. seu comentário, você citou a arte, por que não retomar o seu processo de arte?
Mas agora como um território onde você vai se lapidar como artista e não mais buscar somente pela fama. O talento é uma pista. Eles apontam para ideias que nos levam ao estado de flow.
O flow é aquele momento que provavelmente você já viveu. É aquilo que te desafia, mas ao mesmo tempo te energiza. É aquelas atividades que a gente não tem nem vontade de parar de fazer.
Mas ouça de novo, o flow tem desafio e energia. Quando a gente tira o desafio da equação, na verdade a gente deixa que as nossas limitações superem nossos talentos e esse é o oposto do propósito. Então, compreendendo essa terceira verdade de que toda intenção precisa de uma ideia e de diligência, você precisa agora fazer sua terceira escolha, decidir qual ideia você vai praticar a diligência, que te leve à vida que você deseja e que ao mesmo tempo te lapide no processo.
E aqui tem um detalhe importante, você não precisa e nem deve abandonar tudo, nem pedir demissão. Você vai aplicando isso em um projeto paralelo como o laboratório da sua nova identidade. E é isso que vai te dando condições de tomar melhores decisões.
E agora a gente vai pra nossa quarta e última verdade. Não existe passado e nem futuro. Somente existe o presente.
A gente ouve muito falar sobre a importância do presente, mas às vezes é difícil compreender o que de verdade isso quer dizer. Mas o que eu entendo sobre isso é que o passado ele já foi e a gente deve utilizá-lo como informação pra gente reconhecer os nossos padrões, pra gente ver o que deu e o que não deu certo e pra gente tomar melhores decisões. Ele não deve ser usado para definir a nossa identidade.
Então, se o que você fez te levou hoje a ser o cara que trabalha no escritório, você pode analisar tudo aquilo que te levou a ter determinados comportamentos e fazer uma nova escolha a partir de agora. Ele não deve definir a sua identidade. O cara que tinha potencial, que fez más escolhas e hoje é o cara do escritório.
Aprender com o passado é saber transformar as nossas experiências em sabedoria. Se você ficar preso ao passado, aquilo que você poderia ter feito diferente, as escolhas que você poderia ter feito e não fez, o que você vai fazer, na verdade é repetir o seu passado no seu futuro. Agora, quanto ao futuro, o futuro também não existe.
Na verdade, o futuro ele vai ser um amontoado de muitos presentes. Então, na verdade, o que sempre importou e o que sempre vai importar é o que a gente faz no momento presente. É por isso que a gente tem que estar muito atento ao presente, porque é no aqui agora que a gente vai fazer as novas escolhas.
O futuro vai ser uma consequência dessas escolhas. A quarta escolha que você precisa fazer, ela é diária. Você precisa estar presente todos os dias para essa intenção e para essa ideia que você escolheu.
Nada acontece no futuro. O passado já foi. Tudo é presente.
Você precisa de atenção no presente para criar a sua intenção no futuro. É aqui no agora que você vai precisar enfrentar as resistências que a sua identidade antiga vai insistir em projetar. Os seus medos, a crítica, o sentimento de impostor, a procrastinação, doenças, a falta de uma rotina organizada.
No momento presente, você precisa estar consciente de que essas resistências vão surgir e elas vêm de formas diferentes, mas elas vem de um único lugar, de uma identidade antiga que não quer mudar. E é por isso que você precisa se lembrar diariamente do seu propósito, que é se aproximar do seu potencial enquanto você corrige suas limitações. Sua vida está acontecendo no agora e enquanto ela existir, você terá a chance de acordar pro seu propósito de criar.
Tua vida está acontecendo no agora. Enquanto ela existir, você sempre terá a chance de acordar pro seu propósito de criar. E se você quer criar um novo futuro, você precisa ancorar a sua forma de pensar.
e as suas escolhas em uma nova intenção, em uma nova ideia e trabalhar uma nova identidade. Esse é o nosso propósito da vida e nunca será tarde para isso. Esse foi mais um conselho de propósito.
Te vejo próximo episódio.