Oi e aí pessoal gente bonita que se liga aqui não se liga nessa aula nós vamos falar sobre o cortiço de Aluísio Azevedo para a gente entender um pouco essa história nós vamos dar ênfase em quatro casais que fazem parte das pequenas histórias que compõem a grande história que é o cortiço então fica ligado que a aula tá começando perigo E aí E aí [Música] a Dori O Aluísio Azevedo autor de O Cortiço Ele nasceu no Maranhão mas se mudou para o Rio de Janeiro no momento em que a então capital do Brasil passava por
Profundas modificações que culminaram com a abolição da escravatura e também com a proclamação da república O Aluísio Azevedo é autor de o mulato o primeiro livro de estética naturalista aqui do Brasil mas é com o cortiço que ele alcança o auge desse estilo literário aqui no país é por meio dessa construção desta habitação coletiva que ele vai contar as histórias de várias pessoas que moram ali dentro daquela grande diversidade que habitava aquele espaço e presta bem atenção em Como que o Aluísio Azevedo descreve O Cortiço no finalzinho do primeiro capítulo do livro e naquela terra
encharcada e Fumegante naquela umidade quente e lodosa começou a me o cara is fervilhar a crescer um mundo uma coisa viva uma geração que parecia brotar espontânea ali mesmo daquele Lameiro e multiplicar-se como larvas no esterco Meio nojento né Mas a intenção do autor ao descrever desta forma aquele cenário aquele ambiente coletivo é transformar o cortiço São Romão em um organismo vivo que pode ser considerado o personagem principal dessa história como eu disse antes aquela habitação coletiva com gente de todos os tipos representava muito bem a divisão de classes que começava a surgir no Rio
de Janeiro naquele finalzinho naquela segunda metade de século 19 e a influência da ciência no naturalismo é marcante é muito perceptível principalmente porque aquelas novas correntes científicas que surgiram o século 19 traziam uma nova maneira de enxergar o mundo EA sociedade e claro que isso teve muitos reflexos na literatura e em outras árvores no caso de O Cortiço a gente percebe que os personagens não são mais retratados de forma idealizada como eram lá no romantismo ou então com uma profundidade psicológica muito grande como acontecia lá no realismo do Machado de Assis aqui um homem é
voltado a sua essência animal ao seu meio mais instintivo de se expressar dentro dessa obra O Cortiço a corrente científica mais presente é a do determinismo que pregava que o homem sofre uma influência da sua genética da geografia e também do momento sócio-histórico em que ele está inserido as palavras o comportamento humano é determinado pela raça pelo meio em que o homem está inserido e pelo momento que ele está vivendo mas voltemos lá história das Larvas no esterco essa mania do Aluísio Azevedo de ficar colocando comparando os personagens animais é uma característica muito comum da
escola naturalista E no caso do Cortiço então é muito utilizada ela se chama zoomorfismo ou zoomorfização que consiste em dar aos seres humanos características de animais um dos personagens por exemplo velho Libório eles dizem que ele mora no buraco ou melhor ele se esconde no buraco mais escuro do Cortiço ele faria estica os sobejos das pessoas para comer com as suas mandíbulas tão gente percebe ele mora no buraco ele farisco aqui ou seja de pareja e ele come com as suas mandíbulas e isso sim os outros personagens dá só uma olhada como é que o
cortiço acorda no capítulo 3 do livro daí a pouco em volta das Bicas eram uns um crescente uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas os homens esses não se preocupavam em não molhar o pelo ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as vendas e as barbas forçando e fungando contra as palmas da mão na história O Cortiço São Romão pertencia ao comerciante português João Romão e ficava no bairro de Botafogo lá no Rio de Janeiro João Romão é um verdadeiro explorador ele começou com uma pequena venda e aos poucos
ele comprou o terreno onde ele construiu o cortiço que uma Pedreira que ficava nos fundos do terreno e ali ele explorava tantos clientes da venda quanto os moradores do Cortiço quanto os operários que trabalhavam para ele o pedreiro agora para gente entender esse ambiente coletivo vamos dar uma olhadinha nesse esquema para gente ver como que era esse espaço físico do Cortiço São Romão O Cortiço era formado por um monte de casinhas enfileirados uma do lado da outra no desenho vemos em destaque as casas dos personagens Jerônimo e Piedade número um pombinha e dona Isabel número
dois Marciana e Florinda número 3 e Rita Baiana número 4 mas havia outros moradores ou personagens como é o caso de Paula a bruxa e colocou fogo no Cortiço duas vezes representada aí na figura número 6 enviado no meio do terreno do Cortiço com as janelas voltadas para o pátio do lugar ficava o sobrado do personagem Miranda rival de João Romão representado pelo número 5 e à frente do Cortiço bem ao lado da entrada ficava à venda de João Romão onde trabalhava bertuleza um centavos pelos números 7 e 8 ao fundo do terreno depois das
casinhas ficava a Pedreira de João Romão para entendermos melhor o enredo de O Cortiço vamos analisar os quatro casais principais da obra eles são bastante diferentes mais o que acontece com eles ali é uma boa representação é um bom exemplo do que acontecia na sociedade daquela época e até porque não dizer na sociedade atual o primeiro casal de que nós vamos falar é João Romão e bertuleza o dono do Cortiço era um sujeito explorador Como eu disse antes e isso não era diferente com a sua esposa na verdade eles não eram casados mas viviam matrimonialmente
juntos bertoleza era uma escrava de ganho o quê que é isso ela tinha um dono tá ela era ela não era livre mas ela podia sair para trabalhar parte do dinheiro que ela ganhava com trabalho ela repassar O antigo dono e a outra parte ela guardava para posteriormente comprar a própria Liberdade comprar a sua carta de alforria bom nessa época o João Romão conhece a bertoleza e logo conquista a confiança dela e os dois então passam a morar juntos e a exploração começa a partir daí já que foi com o dinheiro que a bertoleza tia
ganho que ele comprou que ela tinha ganho guardado que ele comprou o terreno ou de posteriormente foi construído o cortiço EA exploração seguiu Vida Fora a exploração do trabalho de mulheres pelos maridos é comum até os dias de hoje mas no caso de João Romão e bertoleza isso chegava a limites extremos isso de certo modo porque a bertoleza se sentir falsamente protegida ao lado do João Romão e ele acabava aproveitando dessa fragilidade daquela mulher para explorar o trabalho dela explorar a mão de obra dela o pior de tudo é que quando a e começou a
interferir nos planos do João Romão para crescer mais e mais na vida ele acaba Armando um plano para tirar ela de cena o segundo casal é formado pelo antagonista de João Romão O também comerciante português Miranda e a mulher dele Dona Stela Dona Estela era membro da aristocracia ou seja vinha de uma família muito rica e o Miranda se casou com ela obviamente por interesse no Dote que era oferecido pelo pai dela só que com o passar do tempo não havia amor nenhum entre os dois obviamente o Miranda chegou a flagrar a sua esposa em
pleno ato de adultério sabe que ele fez ficou quietinho preferiu fazer Vista grossa para as traições da esposa e assim garantir o dinheiro que ajudava ele é manter o comércio de tecidos que eles tinham bom de modo geral eles eram uma família perfeita aos olhos da sociedade tinham e eram muito respeitados mas tudo aquilo era só um casamento de fachada a história desses dois casais Romão e bertoleza Miranda e Stella se cruzam diante da necessidade da vontade de o dono do Cortiço em subir socialmente na vida o que que acontece o João Romão era rico
ele tinha bastante dinheiro mas ele era um Zé ninguém diante da sociedade carioca daquela época já o Miranda não o Miranda era respeitado era bem vista não comerciante bem sucedido e todo mundo admirava ele João Romão tinha na verdade muita inveja do Miranda aí quando Miranda passou por uma dificuldade financeira ele achou uma solução para os seus problemas arrumando o casamento do João Romão com a sua filha a Zulmira E aí era a chance que João Romão tinha de escalar socialmente na vida para isso ele precisava se livrar da bertoleza e aqui se entregando ela
para os filhos do antigo dono da época que ela ainda era escrava de ganho o final dessa história acaba sendo bastante trágico o terceiro casal que merece destaque em O Cortiço é Jerônimo e Piedade os dois são portugueses vieram para o Brasil em busca de trabalho e acabaram indo morar lá no Cortiço do João Romão O gerou de mulheres era funcionário do João Romão era ele que coordenava o trabalho dos Operários na pedreira que ficava lá no fundo do Cortiço Jerônimo e Piedade era um verdadeiro casal de novela ela o amava ele a amava os
dois se amavam e viviam a vida muito tranquila tem outro dos costumes portugueses a piedade cuidava da casa enquanto Jerônimo trabalhava e no final do dia Jerônimo voltava para casa se sentava a porta dedilhava sua viola cantava músicas portuguesas EA vida dos dois seguir assim em plena tranquilidade a qualidade de Jerônimo e Piedade vai para o brejo quando entra na história o nosso quarto casal Firmo e Rita Baiana eles não Era exatamente um casal Eles não eram casados a Rita Baiana era moradora do Cortiço mas ela não estava morando no início da história lá no
Cortiço ele estava morando com o Firmo bem longe dali em Jacarepaguá a Rita não se amarrava homem nenhum Como ela mesma dizia e o Firmo era o tipo malandro que trabalhava durante toda a semana para gastar todo o dinheiro em um único dia no final de semana ele ainda era capoeirista uma coisa que era muito mal Vista lá naquele período naquele finalzinho do século 19 lá no Rio de Janeiro esses dois representa o desejo carnal o desejo sexual pura e simplesmente quando a Rita Baiana volta para o cortiço é que as coisas começam a complicado
então para o Jerônimo e para Piedade esses dois casais Jerônimo e Piedade firme e são totalmente opostos um é português o outro é brasileiro um vive uma relação estável o outro vive entre Idas e Vindas Jerônimo e Piedade parece esse amar verdadeiramente enquanto Rita e ficam se aproximam somente pelo desejo sexual pelo Desejo carnal até que um dia claro essas duas histórias se cruzam dentro do Cortiço num Belo final de tarde Jerônimo estava lá na porta da sua casa tocando a sua viola quando teve que parar porque começou uma roda de samba lá no pátio
do Cortiço e nessa roda de samba Jerônimo viu a seguinte cena e viu a Rita Baiana que foram trocar o vestido por uma saia surgir de ombros e braços nus para dançar ela saltou em meio da roda com os braços na cintura rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça ora para a esquerda ora para a direita como numa sofreguidão de gozo é um requebrado luxurioso que a punha ofegante já correndo de barriga empinada já recuando de braços estendidos a tremer toda como se fosse afundando num prazer Grosso que nem azeite em que se não toma
pé e nunca se encontra fundo é pessoal quando Jerônimo viu a Rita Baiana serpenteando sensualmente naquela dança no meio da roda de samba ele que amava profundamente a piedade acabou ficando louco de desejo pela mulata a Rita Baiana que já arrastavam uma asinha para o Jerônimo Então se aproximou e logo os dois se tornaram amantes o Firmo claro ficou sabendo ficou cheio de ciúme daquilo e acabou dando uma surra no Jerônimo e deixou de todo machucado o Jerônimo por sua vez para se vingar contratou dois caras para dar uma surra no Firmo e eles acabaram
matando o capoeirista e o eixo da história que envolve Itabaiana Jerônimo Piedade e Firmo é o que mais representa o determinismo dentro da obra isso porque Jerônimo que era da raça portuguesa acaba sim influenciado pelo meio em que ele vivia ou seja um Cortiço e também que por aquele momento histórico e social de muitas dificuldades em que ele estava inserido com isso a sua mudança de comportamento É muito visível outra que também passa por uma mudança muito grande é a piedade e depois de ser abandonada pelo marido acaba se tornando uma mulher alcoólatra ao contrário
daquela dona de casa Zé losa aquela sempre foi vocês devem ter percebido que a Sexualidade é bastante a florada em alguns personagens de O Cortiço e acaba servindo até como fio condutor de algumas das tramas paralelas onde isso acontece porque é prostituição Adultério homossexualidade e tratados como patologias sexuais do século 19 e o sexo era considerada a necessidade mais distintiva do ser humano por isso o Luiz Azevedo usa e abusa da temática sexual dentro de O Cortiço agora além dos adultos né a Dona Estela esposa do Miranda e do próprio Jerônimo outros personagens da história
também apresentam um comportamento sexual ou ortodoxo para aquela época pombinha é um dos personagens que apresentam comportamento homossexual na história a moça filha de Dona Isabel era até noiva de um rapaz bom de família trabalhador mas a mãe não permitiu o casamento porque a filha ainda não havia menstruado embora pombinha já tivesse idade para que isso acontecesse bom quando a Bendita da menstruação finalmente chega a pombinha acaba mudando o seu comportamento ela se apaixona pela prostituta o que acaba vivendo um romance lésbico com ela além da Pombinha o personagem Albino é um homossexual bastante afeminado
que trabalha junto com as ladeiras que moram ali no Cortiço O Albino é vítima de todo o tipo de chacota todo tipo de gozação das pessoas que moram ali no Cortiço uma coisa curiosa porque esse comportamento social de criticar e menosprezar os homossexuais é muito comum até os dias de hoje também existe espaço para a loucura dentro das tramas paralelas e O Cortiço O velho Libório que já foi citado aqui por ser um cara que parecia muito um bicho que morava no pior buraco do Cortiço com minhas obras de comidas das pessoas e Andava todo
esfarrapado na verdade tinha uma grande fortuna em dinheiro escondida dentro de garrafas mas acabava vivendo na penúria como um ser humano sovina da pior espécie Além disso tem a personagem Paula conhecida e a bruxa que apesar de ser bastante respeitada pelos moradores do Cortiço por ter algum conhecimento com ervas medicinais era também considerada louca Aliás ela Tenta colocar fogo duas vezes no Cortiço até que ela consegue finalmente numa das sequências mais dramáticas da história Além disso desfilam pelo Cortiço São Romão vários representantes das camadas mais baixas da sociedade carioca daquela época como Mascates escravos e
ex-escravos mulheres abandonadas pelos maridos ou mães solteiras aproveitadores entre muitos outros tipos Ou seja é um verdadeiro retrato daquela sociedade Urbana ainda iniciante no Rio de Janeiro no século 19 e pra encerrar essa aula eu quero dar uma dica mais antes da dica dá um joinha aqui no vídeo se inscreve no canal ativa o Sininho para ficar sempre ligado nas notificações nas atualizações aqui do se liga tá bom a dica é a seguinte O Cortiço virou filme em 1978 e tá disponível completo na versão completa aqui no YouTube tá vale muito a pena assistir porque
o filme é muito bem feito e ele é bem fiel ao livro porém não fique preso somente ao filme e muito menos a adaptações acontece com o cortiço é uma obra muito rica em detalhes são muitos personagens que acabam construindo sendo fundamentais para a construção da história como um todo então leia o post Isso é uma das obras mais Geniais da literatura brasileira eu espero que vocês tenham gostado e a gente se vê numa outra ocasião beijo YouTube