Eu tenho um problema com o The Voice O The Voice é um dos símbolos dos tempos em que vivemos, em que os espectadores adoram ser alimentados por um conteúdo sem conteúdo. O The Voice é um estilo de programa que eu não suporto, o reality show, e assim como seus primos distantes, American Idol e xFactor, contribui para uma sociedade com opiniões e estilos cada vez mais homogêneos. Os participantes são cada vez mais doutrinados a seguirem rigorosas técnicas vocais e parecem robôs cantando no palco.
Todos iguais. Muitos dos músicos mais icônicos da história da música jamais passariam nessa peneira com jurados super especializados. Já se foram os dias onde as vozes pesadas da música marcaram época e inspiraram gerações com suas letras e atitudes.
Essa época deu lugar aos dias de hoje, onde tudo parece igual e quem tenta ser diferente e original acaba não tendo sucesso. Hoje o óbvio faz sucesso. Poucos artistas hoje arriscam e surpreendem com algo novo e ousado.
Cada vez mais a música segue as fórmulas para o sucesso. E isso não é algo novo, o que mudou durante os anos foram as variáveis dessa fórmula. A música mudou de local passando a ser cada vez mais visual com a MTV, popular com a pirataria e acessível com o Spotify e Youtube.
A música vinha seguindo um caminho cada vez mais comercial, mas ultimamente tomou outra proporção, especialmente com o TikTok. Ela já vem enlatada, pronta para o consumo e se a letra não tiver significado, melhor ainda, porque ninguém precisa pensar muito e agrada todo mundo. Melodias e progressões de acordes também foram se perdendo ao longo do tempo e as músicas estão ficando cada vez mais previsíveis e sem sal.
a música nunca foi tão corporativa. Uma espécie de fábrica. Sem inspiração e com foco total na viralização.
Mas como chegamos até aqui? E mesmo com tudo isso, por que vivemos na melhor época para escutar música? Essa frase de T-Bone Burnett diz muito sobre os dias de hoje: “Vivemos em uma época com pessoas que não gostam de música.
A indústria fonográfica descobriu há algum tempo que não há muitas pessoas que realmente gostam de música. Para muitas pessoas, a música é chata, ou no mínimo, elas não precisam dela. Eles descobriram que se eles pudessem vender música para muitas dessas pessoas, eles poderiam vender muito mais discos.
” As músicas explodem rapidamente, saturam na mesma velocidade e o ciclo se repete. E assim vamos de galho em galho sem conteúdo e pouca ou nenhuma música para se inspirar. E parece que as músicas são pensadas para se encaixarem nesse ciclo.
Em 1968 David Bowie ainda era só um letrista e precisava fazer uma letra em inglês para a música “Comme D’habitude”. Se você nunca ouviu essa música, ela foi a base para “My Way” do Frank Sinatra. Bowie escreveu uma letra, mas a agência decidiu ir com a letra de Paul Anka, transformando a música em um grande clássico.
Bowie ouviu a música na rádio meses depois, ficou furioso e resolveu se vingar lançando a sua própria versão de “My Way”. E assim nascia “Life on Mars? ”.
“Life on mars? ” possui tantos elementos nas letras e na progressão dos acordes, que é possível ficar horas analisando e decifrando qual era a intenção de Bowie com cada nota e o quê ele quis dizer com a letra. Talvez essa seja a maneira pela qual devemos nos inspirar com a música.
Não fazer igual e seguir uma fórmula. Bowie, respondendo a “My way”, criou uma obra de arte através da sua insatisfação, com originalidade e personalidade. Elvis Presley também tinha personalidade, mesmo fazendo sucesso com músicas cover e sem ser letrista.
Embora Elvis fosse atacado por ter feito apropriação cultural e popularizado um estilo de música afro americano, para alguns isso pode ser visto como algo positivo, pois as barreiras do preconceito foram quebradas, e isso foi muito importante especialmente nos Estados Unidos da década de 50. Isso é música. Quebrar barreiras, mudar conceitos, inspirar.
Se expressar através de letras que nos fazem pensar. E isso também é um dos problemas da música nos dias de hoje. As letras, ou melhor, a falta delas.
Músicas hoje focam em letras de fácil compreensão em que as pessoas possam se identificar rapidamente, e nenhum gênero dominou mais essa prática do que o sertanejo universitário aqui no Brasil. Claro, letra ruim não é exclusividade desse gênero, e existe muito mais do que a letra para se avaliar em uma música, aliás gêneros e artistas que eu gosto também possuem letras ruins. Mas quando músicas e letras são feitas para viralizar isso pode criar um grande problema.
A música sempre foi um importante fator cultural e social ao longo de toda a história humana. Ajudou pessoas a formar laços tribais e muitas vezes atendeu às necessidades religiosas e espirituais. A música resistiu ao teste do tempo desde a era pré-histórica até hoje.
Ao longo dos tempos a maneira como a música é consumida mudou muito. Foi de gravações rudimentares para superproduções, do analógico para o digital e do físico para o virtual. Mídias físicas praticamente desapareceram por um tempo e voltaram com força através da nostalgia dos discos de vinil.
A música como forma de comunicação está profundamente enraizada na cultura afro-americana. Especialmente na época dos escravos africanos que foram sequestrados e enviados para os Estados Unidos. Escravos de diferentes países, tribos e culturas usavam o canto como forma de comunicação durante a viagem.
Eles foram capazes de procurar parentes, compatriotas e mulheres através da música. Embora os tripulantes não pudessem entender o que os africanos diziam, eles captavam o tom triste das canções. Quando chegaram lá, cantar nos campos ajudou os escravos a entender melhor a relação entre escravidão e liberdade.
A música era uma maneira de os escravos expressarem seus sentimentos, fosse tristeza, alegria, inspiração ou esperança. As canções foram passadas de geração para geração durante a escravidão. Música é algo que une pessoas que pensam diferente.
A política, a religião e a economia parecem sumir quando existe uma música que os une. Uma prova disso é a música “Wind of Change”, da banda Scorpions. Ela foi lançada em 1990 e foi inspirada nos "ventos de mudança" que a Europa passava com o fim da Guerra Fria, o desmembramento da União Soviética, e a queda do Muro de Berlim.
Em 1989, a banda se apresentou no “Moscow Music Peace Festival”, um evento que visou promover a paz no mundo e estabelecer a cooperação internacional na luta contra as drogas naquela região. O vocalista Klaus Meine disse: "Todos estavam lá: o Exército Vermelho, jornalistas, músicos da Alemanha, da América, da Rússia, o mundo inteiro em um único barco. Foi como uma visão, todo mundo estava falando a mesma língua, e foi uma vibração muito positiva.
Aquela noite foi a inspiração básica para “Wind Of Change”. O Brasil passou por algo semelhante no regime militar. Letras e harmonias complexas expressavam a insatisfação de uma maneira sutil e artística.
Músicas como “Sabiá” e “Lígia” foram base inclusive para um estudo de Irna Priore e Chris Stover, analisando as letras, a melodia e todo o cenário no qual as músicas foram criadas. A música serviu de inspiração para grandes mudanças, desde os escravos até a guerra fria e hoje ela é um simples plano de fundo das nossas vidas. Virou plano de fundo do churrasco, dos encontros e dos trajetos, assumindo um papel secundário em qualquer lugar que você vá.
Não se para mais pra escutar música, ela foi de voz principal para segunda voz. E esse é o grande problema de criar música com o intuito de ser viral. O conteúdo da música não importa mais, já que ela precisa somente ter um ritmo para a dança.
E mais uma vez a música é o plano de fundo, dessa vez para as dancinhas do TikTok. E a indústria da música se abraça nisso. O assunto foi matéria quando a cantora Halsey alegou que a Capitol Music se recusa a lançar sua nova música, a menos que esta atinja certa viralidade.
Ela ainda completa dizendo: “Estou nessa indústria há oito anos e vendi mais de 165 milhões de discos e minha gravadora está dizendo que não posso lançá-la a menos que eles possam fingir um momento viral no tiktok. ” Curiosamente ela criou um momento viral tentando não fingir um momento viral. E segundo uma matéria do Washington Post, as gravadoras querem TikToks virais dos artistas.
Isso não é novo, só mudou de local. Joni Mitchel numa entrevista em 2000 disse algo que fica cada vez mais verdadeiro a cada dia que passa: “. .
o negócio da música sempre foi operado por pessoas desonestas (crook) [. . .
] Mas pelo menos eles adoravam música. Mas acho que se tornou mais extremo quando gostar da música não é o principal. Tudo está se encaminhando para atingir um determinado público seguindo determinadas fórmulas.
” Esse é um ponto muito importante e se encaixa com algo que eu venho elaborando há tempos. Eu tenho uma teoria de que a Anitta não gosta tanto assim de música. Ela só usou a música pra chegar onde ela chegou, se tornando uma celebridade, uma pessoa da mídia.
Tá, mas e qual é o problema com isso? Essencialmente a música está perdendo sua musicalidade, uma vez que artistas focam mais em notícias e polêmicas do que na música. É só pesquisar por Anitta no google e ver que as notícias falam pouco ou nada sobre a música dela em si e as próprias músicas sempre vem acompanhadas de mais um elemento, nunca é somente música na pura forma da arte.
Recentemente a vencedora do BBB, Juliete, lançou um EP que começou a ser produzido pela Anitta quando ela ainda estava dentro da casa, ou seja, sem ela saber e sem a sua participação no processo de tomada de decisão criativa. Pode parecer estranho, mas até aí nenhum problema, ela aceitou, assinou o contrato e gravou as músicas que já estavam prontas com vocais da Anitta. Isso não é algo novo e já aconteceu muitas vezes na história da música.
A grande questão que envolve o EP lançado pela Juliette é que a música cada vez mais vira algo corporativo, e isso também não é novidade, já faz tempo que grandes empresários e gravadoras assumem o controle dos negócios para que tudo ocorra conforme o planejado e sem pedras pelo caminho, mas talvez nunca foi tão evidente e escancarado. Mais do que a música, a Anitta aproveitou o timing da recém campeã do BBB. Aliás, a ideia inicial era lançar o álbum uma semana depois do fim do programa, claro, porque ainda tem muita mídia em cima do assunto.
Deixar para depois arriscaria ninguém querer ouvir o álbum dela, porque a própria Anitta sabe que as notícias e o frenesi morrem rapidamente. Mas felizmente para a Anitta a Juliette continuou na mídia pelo fato de que muitos brasileiros admiravam a pessoa Juliette, sua simpatia e humildade, mesmo com tanta fama. Talvez algo que contou pontos na hora de aceitar o projeto foi o fato de que era um sonho pessoal dela e que se tratava da Anitta, uma artista a qual ela admirava, mas mesmo que o álbum fosse direcionado para ela, ainda se tratava da ótica da Anitta.
Certamente Juliette aceitou fazer o projeto porque sentiu que era a cara dela e certamente ela contribuiu no produto final, mas quando daqui a alguns anos ela olhar para esse projeto e perceber que não se trata de uma obra original sua, mas sim de entidades com muito poder, ela pode se arrepender. É fácil ir no twitter simplificar a decisão da Juliette de aceitar ou não fazer parte do projeto, mas existem inúmeras variáveis que não são discutidas, e cada vez mais vamos andando em direção ao caminho onde o artista não está se expressando através da arte da música, cantando músicas que não retratam sua realidade, suas decepções e felicidades. Em 1977 foi lançado um dos melhores álbuns já produzidos na história da música, Rumors do Fleetwood Mac.
Ele é recheado de peso como um reflexo do momento polêmico em que a banda vivia. Divórcios, drogas e abusos. E nenhuma música no álbum representa melhor essa tensão entre os membros do que “The Chain”.
A música possui toda uma harmonia e ritmo dinâmico que completam a letra pesada, falando sobre a relação de Stevie Nicks e Lindsey Buckingham que dividem os vocais na música. Era possível ver a tensão em cima do palco, quando ambos gritavam a letra um ao outro em 1982. O final épico fala sobre os músicos que não se suportam mais, mas “a corrente” vai manter eles juntos.
Ou seja, a banda é maior do que qualquer um deles. O significado por trás da música não para por aí e também é motivo de profunda análise por parte da crítica. A banda expressou todo o seu momento conturbado em um álbum pesado, recheado de músicas ótimas.
Ao escutar as letras tentando entender o que se passava na época da banda, podemos refletir junto com eles e até se identificar com algumas das músicas em determinada época das nossas vidas, e isso pode ajudar na hora de passar por momentos difíceis. Da mesma maneira, não tem como ficar triste ou parado escutando uma banda como AC/DC, por exemplo. Após a morte do vocalista Bon Scott, a banda lançou o épico álbum Back in Black em homenagem a ele.
A banda conseguiu transformar um momento ruim em um dos melhores álbuns já feitos. Quando se entende o significado e a história por trás de uma canção fica ainda mais fácil de se identificar com ela. A música inspira, nos faz refletir.
Ajuda em momentos ruins e te dá uma injeção de adrenalina quando preciso. Por isso quando eu escuto uma música que não faz nada disso eu tenho a impressão que ela está perdendo a essência. Além disso, a música como arte não é o principal, ela está lá como um trampolim para a fama e nunca está sozinha, é sempre acompanhada por um algo a mais, uma polêmica, um videoclipe, uma repercussão.
A Anitta é campeã nesse assunto e também é motivo de estudo, mas como sempre, não por suas letras ou música, e sim pelo marketing utilizado por ela para alavancar sua carreira. Se a música vai para esse caminho mesmo, então deixa a inteligência artificial tomar conta da indústria da música, somente baseada em o que vai viralizar ou não. Mas algumas pessoas já cansaram desse novo modelo da indústria.
A compositora Andrea Stolpe, que também ensina técnicas de composição de música na Berklee College of Music, disse que: “a chamada fórmula musical do TikTok pode criar música que soa como outras músicas populares, mas que muitas vezes não tem a autenticidade que os ouvintes podem se conectar. ”. Muitas das coisas que estão sendo faladas aqui não são novidades na indústria da música.
Mas com o TikTok algumas coisas estão mudando. Esse é Sting falando que um dos elementos mais importantes da música é a surpresa, e assim como esse elemento é essencial para uma boa música, existem outros tantos. É claro que eu também gosto de músicas sem muito conteúdo e sem muita complexidade.
Eu mesmo gosto de vários artistas de hoje que fazem sucesso, e também acho que não é necessário compreender e decifrar todas as músicas que você ouve. Música é uma arte e ela vai mudando com o tempo. Assim como a maneira como a consumimos e como ela é produzida.
Uma coisa que mudou bastante é o fato de que os artistas não precisavam ser bem sucedidos no TikTok antes de lançar uma música. Eles não precisavam fazer o trabalho da gravadora antes de se tornarem bem sucedidos. O caminho sempre foi o mesmo: assinar com o artista, encontrar um produtor, gravar o álbum, encontrar o engenheiro de som, mixar, enviar os artistas para estações de rádio para apertar as mãos e fazer o que tinha de ser feito para promover discos.
Ao mesmo tempo em que as gravadoras vêm perdendo espaço para o independente, elas não gostam de correr riscos com novos talentos, e elas estão usando o TikTok para poder eliminar de vez o risco de falha no lançamento de um novo artista. Essa prática está cada vez mais evidente, e mesmo assim, pessoas continuam caindo nas armadilhas da indústria. Agora, é óbvio que existem ótimos artistas e músicas maravilhosas no top10 do spotify global, com todos os elementos que eu acabei de descrever, surpresa, complexidade e boas letras.
Sempre vão existir bons artistas que fazem boa música. Mas olhar o top10 não diz muita coisa sobre o atual momento da música no geral sendo que isso é só a ponta do iceberg. Como a música chega nas primeiras posições também mudou.
Eu não assisto Stranger Things, mas sei que a série tem o poder de levar uma música esquecida ao top10. Em meados de 2022 a música “Running up that hill” de Kate Bush, lançada em 1985, alcançou o primeiro lugar na lista das mais ouvidas, depois de tocar na série. A música é excelente e é ótimo ver uma música boa ser reconhecida tanto tempo depois.
O que me faz perguntar se a música é muito a frente do tempo dela, atemporal, ou se só existe o frenesi por conta da série. Talvez seja uma combinação desses fatos. E claro, quando uma música antiga do nada explode, todo mundo utiliza nas redes sociais, todo mundo enche o saco dela e o ciclo se repete.
Ao invés de descobrir novos artistas, as pessoas preferem utilizar o que tá em alta, contribuindo para a música crescer ainda mais, mas cair no esquecimento ainda mais rápido. A música quase sempre foi uma forma de protesto, de união e de sentimentos. Não se importar com essas raízes destrói o propósito da arte de fazer música.
E mesmo com tudo isso, por que vivemos na melhor época para escutar música? No livro “A cauda Longa” de Chris Anderson ele explica que com a chegada da internet não temos mais que nos limitar ao que a loja de discos e o rádio nos oferecem e podemos descobrir uma infinidade de artistas de qualquer época de qualquer lugar. Mesmo no passado, quando a música era mais elaborada e não tão industrializada, as músicas do rádio e da TV geralmente não representavam o melhor daquela época.
Sempre tivemos o movimento das músicas mais populares de uma geração, e muitas vezes elas não eram tão boas assim. Mas a diferença é que antigamente era muito mais difícil encontrar novos artistas. Hoje as pessoas escutam música enlatada da indústria por que querem, a internet tá aí pra você descobrir novos artistas todos os dias.
O que é diferente de antigamente, quando tínhamos só rádio e tv para ditar o que deveríamos escutar, e mesmo que quiséssemos descobrir um novo artista comprando um álbum, as lojas que vendiam cds geralmente vendiam somente as músicas mais populares que eles tinham certeza que venderiam, pois não podiam ocupar espaço de prateleira com o que não era comercial ou vendável. Eu mesmo conheço muitos artistas que jamais iriam ter seus álbuns vendidos na loja de discos da cidade ou mesmo sendo vendidos pela internet. Aliás, eles talvez não tivessem nem álbuns.
São artistas independentes que conseguem produzir suas músicas num porão e lançá-las na internet, para o mundo escutar. Ótimos artistas, originais e talentosos. Antigamente ficar refém do rádio era comum e aceitável, pois as opções eram poucas, portanto muitas pessoas aceitavam o que lhes era enfiado goela abaixo, porém hoje ficar refém das novas estratégias de venda e comercialização da música é uma escolha, pois você pode escolher sair da bolha e encontrar novos artistas, novas experiências e outras culturas musicais, porque a música é o que nos move, é o que nos acompanha quando estamos tristes, felizes, fazendo festa ou viajando, mas infelizmente parar e somente escutar música dificilmente vai ser a nossa principal escolha.
Mas por que eu me importo com isso? Simplesmente por que eu amo música, eu vivo ela e não estou contente com o rumo que ela está tomando. Fabricar música sem alma e coração não serve para inspirar.
A música fez e faz parte de movimentos poderosos ao longo dos anos, e serviu de plano de fundo para algumas das grandes mudanças na sociedade. E quem é o Tales do Elementar pra falar essas coisas? Eu sou um músico frustrado que nunca fez sucesso.
Aliás, sucesso como a Anitta eu não quero mesmo. Prefiro manter o legado da música intacto, assim como eu a conheci e passei a amar. E talvez eu ainda me importo com a música porque nunca fui um profissional da música e nunca tive contato com gravadoras.
Muito se fala sobre as grandes gravadoras que basicamente se adonam do artista, fazem eles assinar contratos absurdos deixando sua alma como garantia e não estão nem aí para a música como arte, somente pro dinheiro. Em última análise, a indústria da música é um negócio, e negócios precisam de dinheiro, mas colocar os lucros na frente de pessoas nunca é um bom negócio. Cada vez mais vemos artistas se rebelando contra o sistema e muito se discute sobre isso, inclusive sobre o fato de que tradicionalmente, quando os artistas assinam os contratos, dão os direitos autorais das suas gravações à gravadora.
Isso significa que os artistas só têm direito a royalties. Como disse Prince: “se as gravadoras querem entregar música, tudo bem, mas nem a Fedex diz que é dona das coisas que transporta”. Aliás, as grandes gravadoras estão sofrendo duras críticas de grandes artistas, então se você quer ver um vídeo só sobre isso, deixa um comentário aqui embaixo.
Eu gravei um EP e ele está disponível na internet para qualquer pessoa ouvir, e por mais que não seja uma superprodução, é algo original, simples, autêntico e feito por três amigos, cuja paixão pela música os uniu. Meu álbum não foi produzido por um engravatado que sabe o que vende mais nos dias de hoje e não foi alimentado pelo que o marketing pesado oferece. Apesar de a música comercial hoje ser bem estranha, ela não é a única que temos acesso, então eu te encorajo a ir atrás de novos artistas e deixar de ser influenciado pelo que a indústria está produzindo.
E se você tem interesse em ouvir as minhas músicas, no link aqui abaixo tem essa música que você acabou de ouvir da minha banda lá no Canadá, então escute essa e as outras e se quiser deixa um comentário lá pra dizer o que você achou. Agora eu quero saber de você: O que você acha das músicas de hoje? Comenta aqui embaixo e dá uma olhada no que o pessoal tá falando sobre isso.
Se você quer descobrir como eu produzo esses vídeos aqui e como você pode criar um negócio contando histórias, confere uma aula grátis no primeiro link da descrição. Se você ficou até aqui, então você precisa assistir esse vídeo aqui, onde eu te conto a história bizarra do violão de 180 milhões de dólares, e quem quebrou ele. Então aperta ai nele que eu te vejo lá em alguns segundos.
Por esse vídeo é isso, um grande abraço e até mais.