[Música] [Aplausos] เฮ [Risadas] [Risadas] Olá bem-vindos à nossa segunda aula da 10ª edição do curso sobre uso terapêutico da canabis Para aqueles que estão chegando agora meu nome é Gabi Dainesi e eu sou uma das coordenadoras do curso Eu estarei com vocês nas aberturas das aulas Eu me apresentei e contei um pouco sobre a história do curso e o motivo de estarmos todos aqui na nossa primeira aula que na verdade foi uma aula de orientação Eu sugiro que aqueles que ainda não assistiram assistam pois a maioria das dúvidas de vocês foram respondidas ali Essas mesmas
orientações também estão na ementa do curso Os links dessa apresentação e de ementa estão postados aqui na descrição das aulas Basta para aqueles que a informação não aparece clicar em ver mais Essa inclusive é uma das nossas metodologias de comunicação Todos os recados estarão aqui na parte da descrição e todas as aulas em todas as aulas Quero aproveitar esse assunto para explicar mais uma vez que esse é um curso gratuito com muita qualidade e que as pessoas envolvidas nele seja a equipe administrativa seja os palestrantes estão aqui porque acreditam na divulgação de informações de qualidade
nessa quebra de paradigma sobre uma planta chamada cannabis sativa e todo seu potencial terapêutico econômico e ambiental Por isso eu peço que antes de qualquer coisa que a gente reflita que temos uma equipe pequena para responder milhares de alunos Ah mas aí alguém pode falar então por que milhares de vagas Eu vou responder primeiro porque esse é um projeto de difusão em massa de informações científicas e validadas Segundo porque a gente acredita na autonomia dos alunos e que todos se que se inscreveram já ultrapassaram a primeira barreira da desinformação E por último porque infelizmente bastante
gente acaba não concluindo realmente o curso e se a gente restringisse muito o número de vagas isso continuaria a acontecer Porém a gente não seria justo com aqueles que realmente gostariam de cursar o curso e de repente não conseguiriam a vaga Sobre esse assunto tenho um último ponto que eu gostaria de abordar hoje que é o papel de cada um de nós nesse movimento interno e externamente Como estamos aqui recebendo um conteúdo de maneira gratuita entendo que termos que temos todos a obrigação de sermos replicadores desse conteúdo Por isso vamos combater as fake news os
preconceitos ajude a divulgar o curso Fale com aquela vizinha com aquele parente que tem uma patologia que você sabe que a a cannabis pode ajudar sobre as possibilidades terapêuticas da cannabis Vamos desencarcerar essa planta essa que só foi criminalizada por puro preconceito e controle social ligado ao racismo além de diversas questões econômicas Importante ressaltar que os problemas de inscrição também que aconteceram eh eh com alguns eles já foram resolvidos em teoria Então eh aqueles que não conseguiram concluir o processo de de inscrição se reinscrevam e caso ainda continue com problema entrem em contato pelo nosso
e-mail curso.cannabismedicinal@moverecam.org Moviecom no final O e-mail é curso Eh @moverecam.org O e-mail é o nosso canal de comunicação oficial para otimizar Por isso decidimos que vamos restringir a comunicação oficial por lá Nos outros canais apenas a gente vai usar de maneira genérica ou seja dúvidas nominais aquelas que são necessárias identificação do aluno somente no e-mail Bom mas agora vamos mudar de assunto para o que para que a gente realmente possa começar a nossa aula né Antes esqueci de uma coisa Eu quero reiterar que no dia 14 de eh no dia 12 de abril 12/04 vamos
promover um grande encontro popular de canabis Ele vai se chamar Popcan e vai acontecer na região central de São Paulo capital que dentro dele acontecerá um simpósio direcionado aos médicos e demais profissionais de saúde do SUS ou populares porque a gente entende que muitos desses profissionais não têm condições de frequentar congressos encontros convencionais A ideia também é promover os empreendimentos pequenos negócios associações de pacientes através dos preceitos da economia solidária Por isso vamos eh por isso estamos divulgando hoje a forma dos interessados se pré-escreverem e entenderem como será a participação Tudo o que for arrecadado
nesse evento será revertido para uma entidade chamada CEDEN criada pelo padre Ticão e por um grupo de mães periféricas há mais de 30 anos atrás e que hoje acolhe e atende mais de 800 pacientes com deficiência física e intelectual e todos os seus familiares E por último mais importante a ideia é promover um grande encontro de todas as edições do curso Então vocês aluno aluno vamos sair de trás as telinhas e nos encontrar é pra troca de ideias e de experiências Então fica o convite e o compromisso de trazer na próxima aula na quinta-feira mais
detalhes para vocês E agora vamos pra aula Ah na aula de hoje nós vamos receber a professora titular da UNIFESP a Dra Eliana Rodrigues que também é coordenadora do curso para uma aula sobre etnofarmacologia da canabis sativa Boa aula a todos A gente se encontra na próxima quinta-feira e não esqueçam de seguir o canal de dar like no vídeo de comentar para que assim as redes sociais possam eh sugerir e distribuir esse e os outros conteúdos para mais gente pois a gente não impulsiona nem monetiza os vídeos e por isso precisamos de um crescimento orgânico
para alcançar aqueles que ainda precisam dessa informação Boa aula até quinta Olá a todos e todas Então bem-vindos né à 12ª edição do curso Uso Terapêutico da Cannabis Sativa A gente já se apresentou já me apresentei junto com a Gabi da Inese e a Cris Gato anteriormente né Eh a gente vai então dar início hoje com a aula assim que é realmente uma introdução ao tema no sentido de dizer afinal que planta é essa como é que as pessoas têm usado ela né eh ao longo da história Claro que não dá para falar tudo né
no tempo que a gente tem aqui mas alguma coisinha a gente vai eh fazer uma reflexão aqui Então eu sou Eliana Rodrigues como já me apresentei e hoje eu venho falar sobre a etnofarmacologia da cannabisativa né Eu sou professora da UNIFESP coordenadora do Centro de Estudos Ettnobotânicos e Ettoofarmacológicos dessa mesma universidade e criadora do Canabinal Tudo sobre canabinoides que é um projeto também de extensão assim como esse curso que nós estamos fazendo aqui né eh da UNIFESP Então mas mais lá à frente a gente vai falar um pouquinho mais dessas coisas mas vamos começar logo
aqui no título vendo Bom canabisativa é o nome da espécie da planta né É mas toda planta tem um nome científico e vários nomes populares Quais os nomes populares dessa planta Liamba diamba ganja fumo da Angola pito do pango e macunha né Então todos esses nomes que eu falei são nomes populares mas existe eh uma tendência já há alguns anos de se usar como nome popular cannabis Só que por aqui a gente vê que bom o como nome popular a gente pode criar a hora que a gente quiser Ele é aceito sim ele é aceito
como nome popular mas originalmente não era porque originalmente ele é o nome científico Tá aqui ó o gênero da planta né Cannabis ou cânnabis enfim Então eh aqui só pra gente começar uma reflexão falar: "Puxa mas por que será né a espinheira santa a gente fala espinheira santa a gente não fala maitenos né O nome científico da espinheira santa é maitenos e licefolia A gente não fala maitenos para se referir à espinheira santa Por que que com a maconha a gente faz isso A gente usa o nome cannabis né Eh então maitenos ele se folha
Para quem não sabe é o nome científico da Espinheira Santa Espinheira Santa é o nome popular Então por que que a gente faz isso Então ao final a gente vai fazer mais uma reflexão sobre isso mas pra gente começar essa provocação mesmo de tentar entender né Mas vamos lá Afinal de contas o que que é a etnofarmacologia né Então a etnopharmacologia ela é uma ciência né que estuda a relação entre diversas culturas e o uso de substâncias que elas fazem geralmente durante rituais de cura cerimônias religiosas né E para tanto essa ciência ela se utiliza
de métodos da antropologia cultural da botânica da zoologia né inclusive da micologia quando envolve o uso de fungos né nesses rituais E ela se dá por meio de entrevistas observações junto com os praticantes de cura locais Então se for numa comunidade indígena os os praticantes de cura que lá residem né que lá habitam e assim por diante E também é necessário que se faça coleta então dos animais dos vegetais dos fungos eh que são indicados durante esses usos né Então veja que é uma disciplina interd na verdade é uma disciplina interdisciplinar né Porque ela envolve
antropologia botânica zoologia micologia enfim né Então claro que ela ela é um desafio muito grande Mas por que que eu tô falando tudo isso Tô falando tudo isso porque é justamente a relação entre as pessoas e essa planta que eu venho falar hoje né sobre isso Mas para que a gente possa entrar e falar da planta primeiro é muito importante a gente saber que várias teorias já foram utilizadas para classificar essa essa espécie tá E na verdade essas classificações elas são extremamente eh polêmicas né Mas eh recentemente nós vimos então quais são as teorias Vamos
começar A primeira teoria que vocês veem aqui em a é de que a família né ela pertence à família canabácia e que seria uma espécie só cannabis sativa com três subespécies Cannabis sativa sativa cannabis sativa índica cannabis sativaes Numa segunda teoria a gente tem aqui a família e abaixo a gente teria três espécies: canabis sativa cannabis índica e cannabis ruderárias Alguns autores falam não duas só canabis sativa e cannabisíndica E outros falam não três inclui a ruderais E numa terceira teoria que é o que eu venho trazer aqui que é o mais recente na verdade
é uma única espécie que é a canabis sativa sem nenhuma subespécie O que ela tem Ela é fenotipicamente diversa ou seja ela tem várias aparências mas é uma espécie só e sem subespécies não é Eh e isso eh ocorre essa essa digamos conclusão até o momento a partir das novas evidências da genômica né que mostra pra gente que na verdade não se tratam de três espécies ou subespécies uma única espécie tá Então tendo dito isso a gente já parte do ponto de vista botânico para dizer para vocês que é uma espécie só Cannabis sativa lineus
Esse L aqui é de Lineus que é o botânico que deu nome né Batizou pela primeira vez essa planta há muito muito tempo atrás Bom que mais que a gente pode falar olhando só pra planta por enquanto sem os seres humanos sem o etno né Porque o eu não falei mas é o prefixo que denota cultura E farmacologia é a disciplina que estuda né a relação né das substâncias no nosso organismo nos organismos vivos né Então e a etnoofmacologia é isso é a ciência que procura entender como que é a farmacologia de outros povos ou
seja como que eles se relacionam com substâncias que ativam ã a questões fisiológicas do seu organismo né Então olhando agora por enquanto só pra planta também a gente sabe que além da gente saber que é uma espécie só sabemos que ela é uma erva anual ou seja ela tem um ciclo de 12 meses depois disso ela morre E ela pode estar as plantas podem ser divididas em fêmeas e machos mas também existem plantas que possuem tanto flores fêmeas quanto flores machos que a gente chama de hermafrodita né Mas olhando aqui ó a gente tem uma
planta típica fêmea ã aonde a gente tem aqui né as então as flores femininas que elas tem essa aparência né parece uma linguinha de cobra assim né Sei lá eu acho E ela tem e a planta fêmea vocês podem ver aqui que elas têm várias cores diferentes que é aquilo que eu falei né É uma espécie só fenotipicamente diversa ou seja posso ter uma roxa uma branca uma amarela né Isso tudo vai depender do quê Do quanto de terpen de que terpenos que tem nessas plantas e que concentração né Que quantidade tem Isso vai mudar
a aparência vai mudar cheiro e vai mudar também a propriedade terapêutica da planta né Então eu tenho uma planta que tem muitos terpenos além dos seus fitoconabinoides Então é óbvio que eu vou ter muitas eh diferenças né entre essas plantas as plantas fêmeas ã as flores né mais especificamente fêmeas elas têm THC no geral em em vai depender de tudo isso que eu falei né mas elas têm concentrações maiores de THC e outras substâncias psicoativas que nós temos também na planta macho não é só a planta fêmea né que tem psicoativos A gente vai discutir
mais tarde que na verdade a planta inteira é psicoativa né Tudo é psicoativo CBD THC pelo conceito de psicoativo né que se usa hoje erroneamente como se psicoativo fosse alucinógeno E não é psicoativo Ele pode se dividir em três tipos: aquilo que estimula aquilo que deprime ou a substância que altera a percepção né O THC dependendo da dose da via de administração pode alterar a percepção mas ele também eh é usado como ansiolítico como antidepressivo assim como o CBD Então ambos são psicoativos né Isso é muito importante a gente deixar muito claro porque tem muita
gente falando inclusive na academia usando o psicoativo como sinônimo de alucinógio Isso é terrível né Por quê Porque na academia até hoje não se tem uma nova classificação A classificação que se tem é essa que eu acabei de falar né Deli DNA enfim Bom e a planta macho como vocês podem ver aqui ela tem o quê flores masculinas com baixas concentrações no geral né de THC E ela ela é mais utilizada com a finalidade de fibras né para confecção de tecidos que também a gente conhece como cânhamo Por quê Porque tem baixas concentrações do THC
Bom aqui pra gente começar a ver a interação entre a planta e as pessoas no mundo a gente vê nessa enciclopédia que se chama plantas psicoativas a etnofarmacologia e suas aplicações Tem duas monografias sobre a cannabis uma sobre a cannabis sativa e outra sobre a cannabis índica É claro vocês vão ver em alguns livros do passado que se separavam em duas espécies mesmo só que agora com a biologia molecular como eu expliquei uma espécie só Mas ainda assim se você pegar aqui você vê olha quantos nomes populares paraas cannabis sativa existem no mundo E a
mesma coisa pro paraa cannabisa né Ou seja mostrando o quê Que essa planta vem sendo utilizada há muito tempo por muitas culturas Daí um monte de nome popular que a gente vê E realmente né a gente sabe que a origem geográfica dela a teoria mais aceita é que seja da Ásia Central ali na China aquela região e que esse processo e depois ela claro foi se distribuindo pelo mundo E isso ocorreu dentro de um processo de domesticação que o homem foi fazendo Alguns autores a maior parte dos autores diz que isso ocorreu há 12.000 1000
anos antes de Cristo esse processo né de de de domesticação Mas na verdade existem outras evidências mais antigas por exemplo desse autor aqui Rio de que ela tenha sido já cultivada há quase 27.000 anos antes de Cristo na República Checa Existem evidências arqueológicas né E esse a outra literatura aqui venta a possibilidade dela ter sido a primeira planta domesticada pelo homem Então não é à toa que hoje ao mesmo tempo que a gente sabe que é uma única espécie a gente sabe que são cerca de 6.000 plantas variedades agronômicas como a gente pode ver aqui
Olha quão diferentes elas podem ser em termos de cor em termos de morfologia tipo né a folha uma mais delgada a outra mais densa mais gordinha né Então isso tudo aqui é resultado do processo de domesticação Agora olhando do ponto de vista químico e farmacológico é óbvio que embora seja uma única espécie não é uma única espécie por outro lado né Por quê É mas ela pode aplacar diferentes doenças Por quê Porque cada uma vai ter uma concentração diferente de um determinado fitocanabinoide que a gente sabe que hoje que tem cerca de 140 150 tipos
de fitocanabinoides 600 tipos de terpenoides Então a composição de cada um desses princípios ativos fitocanabinoides flavonoides terpenos vai determinar a característica química e farmacológica ou seja para que que aquela planta em termos terapêuticos pode ser mais benéfica Então daí a gente já começa a entender a dificuldade nos artigos científicos nos estudos Por quê Porque a gente tem uma grande variedade de de química e que aplica praticamente vários processos se não todos fisiológicos do nosso organismo como nós vamos ver nos próximos nas próximas aulas que eu vou dar para vocês também Então não é um desafio
fácil né Porque não é como se fosse uma única planta ali com alguma variedade e tal e que aplacasse dor de cabeça só Não né Então claro que os desafios científicos com as evidências científicas elas são mais complexos por isso né A gente vê aqui por exemplo nesse site né que que é onde fornece sementes pro mundo né várias strains ó as da as da que então de novo né quando era separado em índica em sativa os híbridos né isso tudo que eu falei é muito atual de que ela é considerada uma única espécie né
já expliquei Então quando você clica em uma dessas dessas sementes aqui que estão no site você vê por exemplo a C99 é uma híbrida né a Cinderela 99 Então você tem aqui ó o ranking né dos pacientes que compraram elas e essa semente que usaram E aí você vê aqui ó o efeito medicinal Ah ela é muito boa para estress boa também para depressão um pouco menos mas paraa dor né fadiga perda de apetite assim vai E tem os efeitos negativos também Ah aqui ó ela tem boca seca 100% dos pacientes falaram que ela dá
boca seca né óleos secos e assim por diante Então esse site ele é muito interessante porque ele é uma espécie de do que a do que a ciência deveria estar podendo fazer com todas essas variedades que tem no mundo né Olha então aqui essa daqui é boa para sei lá Parkinson essa aqui é melhor para Alzheimer essa aqui é melhor para autismo dentro de cada uma dessas aqui que acho que é um pouco isso que a ciência vai tentar se debruçar nos próximos anos se a gente tiver falando de fitoterapia porque aí é isso a
fitoterapia é a planta em toda a sua complexidade né E não só o CBD ou só enfim qualquer outro princípio ativo que aí não é fitoterapia mas a gente vai falar sobre isso Vamos voltar aqui para as evidências arqueológicas né Então mostrando aqui o consumo da planta Aqui a gente tem vários nós vamos ver no próximo slide aqui vários artefatos né utilizados que demonstram né alguns até lembram narguil outros são vasos né onde se queimavam então a planta para inalar e sentir né o efeito seia inalatório né Aqui a gente também consegue ver a tumba
de um chamã na China E entre os objetos pessoais deles o que foi dele o que foi encontrado Flores femininas né Incluindo sementes também galhos e folhas da canabis sativa num cestinho ali do lado deles né Ã e também a gente sabe né que na verdade se a gente for olhar essa planta ela não serve apenas como medicamento né Ela também nos oferece e óleos azeites né muito ricos em vitaminas ô Então aqui é um alimento né Ela também nos fornece eh eh fibras para confecção de tecidos então tênis cordas enfim Hoje em dia até
na China estão fazendo roupas eh paraa guerra né anti-inflamatórias Então muito importante também Eh e também propriedades eh narcóticas né para alterar a percepção como qualquer outra substância que altera a percepção como bebidas alcoólicas e tudo mais né Não tô aqui colocando no mesmo patamar não é isso que eu tô fazendo mas eu tô querendo dizer que há também um eh um dos interesses e nós vamos falar sobre esses dois aqui na na apresentação de hoje que tá em vermelho né Porque essas propriedades narcóticas que a gente fala pra gente é narcótico mas por exemplo
um indígena é sagrado Então é a forma como ele tem de se relacionar com o sobrenatural que é por meio dessa relação dessa comunicação que ele vai oferecer ali um respaldo médico para numa determinada comunidade onde ele habita né Então o que pra gente é narcótico para eles é sagrado né Só pra gente também alinhar aqui as os as terminologias né Então a gente sabe que por exemplo na Ásia né central e na no leste asiático eh os processos de cura né que que levam ao trânsito como eu falei tanto para eh para eh auxiliar
né questões médicas quanto para realizar profetizações mesmo E profetizações pode ser assim olha que remédio que eu vou usar nesse paciente né É isso É um pouco isso também né Que doença será que é Nossa não consegui fazer aqui a namnese não consegui fazer o diagnóstico Então eu vou utilizar uma planta que vai me colocar em contato com sobrenatural como se fosse um WhatsApp espiritual né Eu vou para lá vou descobrir trocar uma ideia aqui e aí eu trago a resposta eh para essa questão médica aqui né Então no Nepal esses processos né eles são
conhecidos no mundo como chamanismo né que é um termo e da antropologia E no Nepal os chamãs eles veneram o deus chiva que é esse deus que vocês estão vendendo Então existe uma forte conexão entre esse deus que é o deus da destruição né Você tem os três deuses lá na no hinduísmo né o Brama que é o do do da criação o Vichnum que é o da manutenção e o Shiva que é o da destruição né Eles acreditam né que foi Chiva que descobriu e ensinou as receitas sobre como usar essa planta pros outros
chamãs Por isso ele é considerado o chamã digamos primordial né Então vocês vão ver várias relações entre chiva e a canabis sativa Então também em outros países ali da Ásia né Índia Afeganistão Paquistão Nepal as resinas das flores femininas elas são extraídas esfregando as mãos diretamente nessas nessas folhas em Natura E essa resina que sai na mão são conhecidas como charas ou xarras ou xura ou churros não é E elas podem essas resinas serem misturadas a outros alimentos e consumidas ou também misturadas com outras plantas e fumadas como se fosse um cigarro do tipo blend
Então isso acontece claro na história mas isso acontece até hoje né É algo do passado mas que ainda se mantém Além das charas um outro produto que também é muito potente utilizado na região da Ásia é a ganja não só lá né mas nasce lá né Então como que se extrai a ganja né Também a partir das influorescências femininas na geral só que não não em natura mas sim desidratadas e também não são não são espregadas né Elas podem ser fumadas eh ou então adicionadas outras plantas né Eh também como um blend né Ou fungos
ou por exemplo a manita muscária E aqui a gente vê um yoga fumando o seu chilum né O que que é o chilum né Esse espécie de um cachimbo onde ele fuma a ganja E não sei não acho que não dá para vocês verem mas aqui o que que tá eh eh o que que tem nesse estilo né Uma imagem da do Chiva né Também de novo fazendo aquela menção que eu falei aqui Também existe um terceiro tipo de produto que se se faz há muito tempo que é a bang né o bang que também
se usam eh que na verdade não aqui não são as flores aqui são as folhas né utilizadas para no preparo de uma bebida Então essas folhas elas devem ser socadas em água e depois misturadas com açúcar ou mel leite e vários outros produtos Então aqui vocês podem ver os tricomas nós vamos ver daqui a pouco que é da onde se extraem essas eh essas resinas né Aqui também a gente tem a a é muito importante a gente perceber que todo esse que todo esse esse conhecimento que a gente tá falando ele veio também ã de
várias textos né que foram escritos ao longo da história textos que a gente chama de farmacopeia assim como a gente tem a farmacopeia brasileira né né Eh a gente tem outras digamos farmacopeias uma delas então é a farmacopeia de de Shenum a cerca de 2700 anos antes de Cristo e portanto a cerca de 5.000 anos Nós temos a segunda mais antiga que é a de papiro de Éber cerca de 1500 anos antes de Cristo Egito Nós temos a de matéria médica de Dioscóides greco romano de 50 a 70 anos depois de Cristo E finalmente a
nosso primeira farmacompeia que é de 1926 que eh nesse momento isso é uma coisa interessante de se falar ela estava a planta estava nessa farmacopeia ela constava lá como um medicamento né Porque a farmacopeia nada mais é do que um livro da farmácia que diz: "Olha aqui os medicamentos podem ser usados assim assim assim assim assim" O que que acontece na segunda edição da Farmacopeia brasileira Nós estamos na sexta indo pra sétima aqui né Que na verdade a sétima já foi publicada em novembro de 2024 se não me engano Então na primeira a canabisativa estava
A partir da segunda ela foi banida porque ela começou a ser criminalizada né a planta E ela só voltou agora em novembro de 24 paraa sétima edição da farmacopeia brasileira Então veja a segunda terceira quarta quinta sexta farmacopeias brasileiras elas não têm essa planta porque ela foi proibida Então nós estamos aqui no momento de transição né Agora em todos esses livros o que que a gente observa Livros não obras né Farmacopés que essa planta ela é indicada para vários medic para várias questões Então paludismo beriber constipação dor reumática distração contínua sedativa inflamação vaginal combater insanidade
é muita coisa né Aí mas só que tem um detalhe isso se conecta muito nós vamos ver daqui a pouco com o que a gente tá vendo hoje Então é muito comum a falar assim: "Nossa mas essa planta é uma panaceia" Não é legal usar esse termo Por quê Porque tudo filosoficamente é nada né Agora por outro lado tudo bem não vamos usar a palavra panaceia mas será que é possível a gente chegar um pouco perto dessa dessa dessa ideia de panaceia Vamos olhar aqui Se a gente viu que no passado essa planta estava envolvida
sempre nas grandes obras né eh em várias doenças o que que hoje a farmacologia observa Nós temos aqui o corpo humano com vários órgãos O que que a farmacologia sabe Que existem receptores para essa planta CB1 CB2 em praticamente todos os órgãos do nosso sistema Percebeu-se que nós temos um sistema endocanabinoide com receptores para essa planta Então veja bem se eu tenho no meu organismo um sistema e praticamente todas as células o meu cabelo minha unha todas praticamente todas tem receptor para canabisativa o que significa é que essas pessoas do passado lá aquelas eh farmacopeias
e outras obras elas não estavam tão erradas assim Então aqui acontece aquilo que a gente gosta de parar e pensar poxa aqui é o momento onde eu vejo que a etnofarmacologia se conecta com a farmacologia né Ou seja aquilo que foi falado no passado né pelos pelos pelos grandes mestres chineses e greco-romano e tudo mais e pelos indígenas né aqui no Brasil se conecta com o que a farmacologia tá vendo hoje Então é a etnofarmacologia se encontrando com a farmacologia né As duas com métodos diferentes observando a mesma coisa Isso é muito legal isso é
muito incrível porque nos dá força para entender poxa é verdade né Da onde veio a morfina veio do conhecimento tradicional de uma planta que é a papola né Da onde veio a aspirina veio do conhecimento tradicional de uma planta que é o sálix né O chorão Então né de novo né nós a partir das plantas nós estamos vendo como que o nosso sistema eh reage tudo isso Isso aqui é o máximo né Bom mas voltando aqui paraa farmacologia né Existe um banco de dados no Jardim Botânico no Instituto de Botânica de Barcelona aonde ele tem
coletado dados sobre os usos tradicionais da planta em mais de 40 países E o que se vê que 75% desses usos é o medicinal 8,35 eles chamam de psicoativo mas aqui nós vamos falar não psicoativo nós vamos falar em narcótico porque a gente sabe que a planta inteira é psicoativa e todos os medicinais eles não todos mas a planta está nesses três tipos de psicoativo Pode estimular pode deprimir ou pode alterar a percepção né Depois vem o uso alimentar com 7% e fibras e assim por diante tá Então esse banco de dados ele é muito
importante porque ele mostra pra gente por exemplo aqui ó que as raízes e folhas são extremamente importantes também para além das flores né Então fal assim olha a raiz é usada há séculos Então da mesma forma como eu disse aqui olha gente se a se a etnofarmacologia falou que a planta servia para tantas doenças e hoje a farmacologia vê que realmente serve né De novo se a aspirina veio do conhecimento tradicional e a gente usa então esse conhecimento tradicional vamos olhar para ele E é isso que eu tô mostrando aqui para vocês né Então aqui
o que que esse canuse faz Esse banco de dados ele traz dados eh da etnofarmacologia muito importantes por exemplo sobre a raiz que serve paraa gota inflamação Então será que a gente não deveria também para além das flores né femininas eh estudar também as raízes estud estudar também as folhas Então já tem gente fazendo isso Que bom né E eu também queria dizer que eu tô indo paraa Europa agora passar se meses no projeto da FAPESP para trabalhar junto com esse banco de dados aonde eu vou buscar na literatura eh dos dos nativos do dos
naturalistas que vieram pro Brasil do século XIX como que eles eh faziam um registro dessas do uso dessa planta aqui no Brasil entre indígenas e e os e os africaniz e os e os escravizados né Então eu vou nas bibliotecas da Europa entender como que os naturalistas vieram pro Brasil e fizeram esse registro para depois eh poder colocar isso num numa espécie de um livro para saber conhecer como que é afinal de contas a história né da etnobotânica eh no Brasil É isso que eu vou trazer aqui para vocês o ano que vem uma aula
especial sobre isso e contribuir com esse banco de dados aí Bom mas será que isso aqui é possível Será que realmente se eu o conhecimento tradicional faz sentido Será que eu posso usar algum a raiz para tratar alguma doença né Será Porque a gente sabe o seguinte aonde é que estão os remédios né da da canabisiva Estão nos tricomas O que que é tricoma uma célula né que fica ali na superfície da planta modificada e ela tem essa cabecinha né onde vocês podem ver é onde se secreta e se a acondiciona as resinas repletas de
fitocanabinoides dos flavonoides dos terpenos como vocês podem ver aqui Então olha que legal aqui eu tenho um tricoma né na superfície de ou de uma folha ou de uma flor Quando ele ainda tá virgem digamos imaturo depois ele vai ficando ó a cor a cabecinha dele vai ficando meio amarelinha dourada Aqui o remédio tá no seu melhor ponto Aqui é a hora de eu coletar esse remédio né Não aqui mas sim aqui quando ele tá amba Mas onde é que eu tenho esses tricôas Não é só na flor feminina Se é só na flor feminina
então não adianta Essa é farmacologia tá toda errada Para que que eu vou estudar raiz Que a gente sabe que na verdade todas as partes da planta possuem tricomas Essa células aqui todas Então se o tricoma é o que acumula que faz é o que cria né e reserva a as resinas que é o remédio Ora se eu tenho tricoma na planta inteira nas flores femininas nas flores masculinas nas raízes eh nos galhos nas sementes até nos pólens eu tenho tricoma Então em teoria eu tenho claro em diferentes concentrações né eh dos fitocanabinoides mas também
diferentes tipos de terpenos flavonoides e fitocanabinoides Então é fica evidente a partir desse slide de que esse conhecimento tradicional deve ser investigado ou seja vamos dar raiz vamos dar folha né Bom vamos olhar um pouquinho a gente já falou lá na Ásia vamos olhar um pouquinho pro uso da cannabis sativa no passado aqui no Brasil Como eu já disse eu vou trazer dados o ano que vem frescos lá da Europa se Deus quiser se eu conseguir voltar se o avião der tudo certo né que eu morro de medo Mas vamos vamos ver como que ela
chegou no Brasil Então entre as entre as hipóteses que a gente tem é de que os escravizados negros trouxeram essa planta tá aí o nome fumo de Angola Então nós temos esse documento oficial do governo brasileiro né do Ministério das Relações Exteriores de 1959 dizendo né a planta teria sido introduzida no nosso país a partir de 1549 pelos negros escravos como a Lude Pedro Correa E as sementes de cânhamo eram trazidas em bonecas de pano amarradas nas pontas das tangas Então esse aqui é um relato que foi extraído da de um de um de um
livro do professor Carlini que chama História da Maconha no Brasil num aliás é de um artigo de 2006 né Então o que que a gente sabe A gente sabe isso não é Então essa é a melhor hipótese E nós também sabemos que entre o século X 17 X eh essa planta ela era utilizada inicialmente pelos escravizados canavieiros e ela era cultivada em meio aos a esse canavial lá no Nordeste e depois ela foi se espalhando para pescadores né a partir dos escravizados trabalhadores eh caipiras e outros outros povos indígenas né E assim ela se tornou
conhecida como óbio dos pobres Por quê Porque os escravizados tanto os negros quanto os indígenas eles pertenciam as camadas socioeconômicas menos eh favorecidas Então é claro que ela ia ser vista como óbio do do pobre Então é claro que hoje a gente tem essa questão de falar maconha muito conectada ao indígena mas sobretudo ao negro que veio da África escravizada Então daí né como todos eh eh historiadores praticamente né nos nos ensinam né o preconceito ele vem daí então né por que que a gente não tem preconceito com o whisk a whisk vem lá da
né eh Rússia né se não me engano enfim não importa Mas o que eu quero dizer é que a maconha ela não vem da Europa ela vem da África ela vem no negro né Eh não veio da Ásia não veio da Europa ela veio da África do negro escravizado né Então por que que eu vou dizer que eu tô me tratando com maconha Não vou Então aqui a gente tem várias detalhes subliminares aqui que eu tô trazendo para vocês Bom mas esse vício então dos pretos o ópio dos pretos né como era conhecido eh isso
começa a quebrar um pouco e e começa essa planta começa a utilizada por camadas mais digamos eh favorecidas socioeconômica do ponto de vista socioeconômico por exemplo eh com a com a Carlota Joaquina que era a esposa do rei Dom João VI que sofria de constantes dores de cabeça crises epiléticas Então ela não só tomava o chá mas ela também fumava né Então no começo do século XIX claro eh tinha ainda esse preconceito mas começa a ter ali uma abertura pela coroa né Também a gente sabe que do século pro século até o século XIX a
coroa ela incentivava o cultivo da planta aqui no Brasil com a finalidade de usar a fibra as suas fibras E isso passa a ser proibido em 1936 com a proibição do plantil da planta que aliás o Brasil foi o primeiro a proibir essa planta no mundo né antes mesmo dos Estados Unidos Então aqui já chegando no no fim do século XIX a gente já eh eh sabia tinha-se né no final do século eh eh XIX antes ainda né lá do de que eu tava dizendo aqui antes da proibição em 1936 né mas no finalzinho do
século XIX começou essa planta começou a ser usada aqui no Brasil por diversas camadas da sociedade não só lá né a Carlota que eu tava falando Por quê Porque muitos trabalhos começaram a ser de fora né da França começaram a ser publicados no Brasil Então por exemplo esse esse professor Jean Jackson Morrô da Faculdade de Medicina de DATU e outros poetas europeus né Bodeler enfim começaram a fazer uma propaganda positiva em relação à planta e por isso a comunidade médica brasileira começa a aceitar e traz pro Brasil nas boticas então aqui que eram as antigas
farmácias né as boticas que foram trazidas pela Europa pro Brasil começam se vendesse cigarros cigarrilhos índios eh cigarros índios e aí para várias coisas de novo Ó lá asma catarro insônia gripe né Grimô Muitos se chamavam cigarrilhos índios de grimô Fazendo menção então a essa e a França né Ó de novo ó para várias coisas Então eu lembro o professor Cine dizia o avô dele era médico professor Cine era médico o avô dele era médico e o avô dele usando a farmacopeia brasileira de 1926 onde constava a cannabis ativa ele rentava esses cigarros pra pessoa
ir na farmácia e comprar na botica e comprar né Então veja era sim a partir do momento em que ela passa a ser proibida como eu já expliquei em 1936 tá bom Mas será que a gente só tem fitocanabinoides eh na nessa planta né que são os grandes eh eh princípios ativos assim né que agem no nosso organismo como eu tava explicando Será que só a cannabis ativa tem Então eu vou mostrar dois estudos que eu realizei no meu doutorado eh junto com o professor Carlini em dois trabalhos de campo aonde a gente acha será
que essas plantas podem agir no sistema endocanabinoide também assim como a cannabis ativa Então um deles é o que a gente conhece como fumo tira capeta Eh foi esse foi um trabalho muito interessante que foi realizado no quilombo da Sesmaria Mata Cavalos com o seu Cesário né que era ele era uma grande liderança eh política e também é um grande médium muito respeitado na na região da do município da Nossa Senhora do Livramento no Pantanal de Poconé né Então eh uma das coisas interessantes que a gente né que ele eh me ensinou né durante esse
trabalho de campo é que ele tinha esse fumo tira capeta e que muitas famílias vinham de Cuiabá até ele para comprar esse fumo para dar pro filho quando o filho estava eh usando muita maconha por exemplo né e para substituir E eu não estou aqui dizendo que esse fumo ele é mais ou menos nocivo que a canativa muito pelo contrário eh vários estudos a gente fez né com esse vários não mas um onde a gente viu uma alta toxicidade de uma dessas plantas né Então eh talvez não seja tão eh favorável essa substituição Mas enfim
como que ele aprendeu sobre esse cigarro tira capeta né A avó dele costumava quando vinha uma pessoa muito eh irritada muito ansiosa com muitos problemas eh ela sentava essa pessoa ela começava a fumar o tiracapeta e baforar o a a fumaça no corpo da dessa pessoa né pelo corpo tal e tudo que tava ali perto cachorro gato ficava todo mundo mais tranquilo né Ele contava E também ela essa planta esse cigarro é muito importante porque ele dizia é um fumo celebroso no no sentido de fortificar o cérebro né Então por exemplo ele oferecia esses cigarros
paraos seus netos para terem uma melhor desempenho na escola né Ele falava para mim você por exemplo você pensa muito você usa muito a cabeça você precisa fumar três por dia mas não mais que três porque senão pode ficar agressivo Então ele tinha toda uma uma metodologia para para explicar né Agora por que que eu acho que isso pode ter ação no sistema endocanabinoide Porque de fato ao fumar um cigarro tira capeta os primeiros minutos você tem uma espécie de uma eh um estímulo interessante mas seguido de pitose palpebral fome né relaxamento muito grande ã
não que seja uma droga bifásica não é isso mas ela lembra muito os efeitos da cannabis eh sativa né Então essas essa esse fumo ele é preparado com nove plantas a maior parte do Pantanal outras não A gente já publicou artigos aqui eu tenho os artigos né Para quem tiver interesse tem no nosso site do CE também do Centro de Estudos Étnobotânicos e étnofarmacológicos né que eu falei inicialmente E aqui a gente tem um segundo estudo de caso que foi um segundo trabalho de campo entre os indígenas craô uma parte dos indígenas né que eu
tô falando especificamente da aldeia nova da antiga aldeia nova E o shaman lá é conhecido como aaká ele se autodenomina oaká E quando eles eh t né realizar uma cerimônia de de cura né eh eles podem usar várias plantas mas uma delas é a Yamho que é a canabis sativa que eles chamam lá de Yamho Então foi muito interessante porque um dia eu tava acordando né de manhã cedo 5 da manhã até antes né a gente acorda na aldeia cedo bem cedo E o Inor que é é esse Waaká que tá tô mostrando aí que
recentemente fui para lá visitei tá uma família gigante de 65 filhos né Ele e a Crutico que é a mulher dele Ele disse o seguinte ele veio com um cigarro na minha rede era 5 da manhã mais ou menos ele falou: "Peque meu nome lá é PQ" Eh me me deu esse cigarro né Aí eu pensei assim: "Nossa que será que é isso né?" Eu falei: "Mas o que que é né?" Ele falou: "Ah isso daqui é para você temperar a sua cabeça" E eu achei aquilo incrível Quer dizer temperar a cabeça Quer dizer o
que seria da comida sem tempero por que não temperar a cabeça né E aí eu experimentei obviamente achei interessante e aí eu resolvi montar com ele uma espécie de uma uma espécie de um de uma tabela com as plantas deles que temperam eventualmente a cabeça que podem temperar a cabeça E aí é óbvio que eu tive que montar isso baseado única exclusivamente na única planta que a gente conhece aqui que é a maconha ou lá eles chamam de yamro né Então por exemplo as a essas três plantas com a cloré trancorir r corrit ela tempera
a cabeça igual a Yemô né Essas outras plantas temperam mas temperam 1 grau a menos né Temperam um degrauzinho a menos e essas duas aqui já temperam a mais né Então é óbvio que tudo isso daqui é muito subjetivo né Não vamos sair correndo Nossa eles sabem tudo de Não é isso né que eu quero mostrar aqui O que eu tô tentando mostrar é que existem o Brasil existe uma grande no Brasil existe uma grande eh potencialidade nesse universo também né das plantas que poderiam substituir a canabativa já que a gente não pode estudar ela
né Eh bom aqui nós temos uma outra planta que ela termina o epítodo específico dela é canabinum Olha que interessante Então será que as plantas né foi um amigo Maurício Rúbio Pinto Alves que me deu essa essa dica Ele falou: "Será que as plantas que terminam em canabino também não podem ter fitocanabinoides?" Eu não sei Tô deixando aqui uma sugestão de estudo né Outras pessoas podem estudar O que eu sei é que dentro desse livro do Rat que eu mostrei aquela enciclopédia gigante existem 37 plantas utilizadas em substituição à cannabis no mundo né E que
três dessas 37 são aqui são aqui no Brasil Então a primeira delas é esse sestron laev gato que nada mais é do que a dama da noite Então o nome popular só para vocês terem uma ideia né O nome popular é maconha no Brasil e outras duas cujo nome popular é Maconha Brava Uma é a zórnia latifóle a outra é a zórne dífila né Então vejam existem plantas do conhecimento popular cujo nome popular é maconha ou maconha brava aqui no Brasil denotando o quê Que sim que é possível que outras plantas tenham fitocanabinoides não só
a maconha tenha né E sim de fato a recentemente a Universidade Federal do Rio de Janeiro recentemente não já acho uns três 4 anos né traz a notícia de que a terema micantra que é essa planta que vocês estão vendo aí ela tem CBD e o mais incrível ela não tem THC né E aí a gente fica super constrangido né com essa informação porque parece que é uma boa informação Só que no fundo no fundo eu não sei eu acho que não Aí eu vou deixar aqui a crítica para vocês né Se a gente achar
se a gente satanizar o THC sim ah o THC é ruim é do mal então legal é uma planta que só tem coisa boa Só que não a gente sabe que o a na fitoterapia né o THC junto com os outros eh princípios ativos da planta sem ele eu eu não é muito difícil tratar questões de fibromialgia Sem ele é muito difícil tratar questões de enjoo náuseas da quimioterapia ou eh dor neuropática ou anorexia ou Então quer dizer e mais que isso nós vamos ver na próxima aula uma coisa muito interessante quais são os principais
medicamentos que tem no mundo e eles são à base do quê CBD THC Então fica atento que na próxima aula eu vou falar sobre isso também Então existe um preconceito sobre o THC Então primeiro é isso precisa ter THC para algumas doenças Segundo CBD não faz tudo sozinho ele tem um monte de outros fitocanabinoides junto com ele e terpenos e flavonoides que fazem um efeito comitiva né Que não vou falar sobre efeito comitiva também na próxima aula não vou dar spoiler agora né Então só para dizer assim é uma boa notícia será que é uma
boa notícia Não sei Tanto que já faz tr 4 anos e parece que o assunto meio que deu uma não ouvi falar mais nada sobre isso não posso estar enganado E agora voltando né àquela provocação que eu fiz no começo então a gente usa o nome científico como se fosse um nome popular cannabis Mas por quê Por que que a gente faz isso né Também a gente fala assim: "Ah maconha medicina" Quando usa maconha nossa quando usa o termo maconha então aí é né o cannabis medicinal maconha medicinal Eu uso CBD É muito comum a
pessoa falar: "Ah não eu uso CBD Ah é o canabinoide é o canabidiol" Mas vem cá da onde vem o CBD Existe maconha que não seja medicinal Existe cannabis que não seja medicinal A planta não é o problema O problema é como o ser humano usa a planta né Então eu tenho o uso medicinal o uso médico uso não médico Agora a planta ela não é medicinal ou não medicinal percebe Ela é uma planta Ela nem sabe que ela se chama maconha Ela nem sabe que ela é demonizada por por mão de Ela tá lá
na natureza Agora como que eu vou usá-la É que é a questão Eu vou usar ela com fins medicinais Eu vou usar ela Então a maconha ela não é medicinal ou não medicinal ela é uma planta né E o nome popular é isso é liamba debam é maconha não é cannabis Agora o que acontece As pessoas querem se esconder atrás de um nome que não seja maconha Então CBD E a gente vai ver na aula que vem que usar só o CBD não é tão legal porque aí não é fitoterapia Por quê Porque é como
se tivesse usando só aspirina um princípio ativo né Então é vai aplacar algumas coisas mas não vai aplacar tão eficazmente né Então a gente na maior parte das vezes a nossa sociedade ela é tão hipócrita que ela quer se ela quer usar porque ela sabe que funciona A maior parte das pessoas que eu conheço hoje quer usar porque sabe mas tem medo Ah não é não não uso uma coisa uso CBD Ah não eu uso a cannabis medicinal Então para para pensar o nosso curso chamava cannabis medicinal e há três ou quatro edições a gente
conseguiu mudar porque essa é uma ideia inicial do padre do professor Carlini mas que hoje não faz mais sentido né Então hoje o nosso curso se chama uso terapêutico da canativa Não é nem uso médico é uso terapêutico Por quê Porque não é só médico né Hoje é hoje são só três médicos que podem mas no futuro a gente acha que talvez possa ser ampliado né E a divulgação científica sobre essa planta é muito importante né Então se você ainda tem dúvida se você ainda tem preconceito ou você tem alguém na sua família que ainda
tem preconceito é muito importante que vocês tragam ajudem a gente nesse trabalho de formiguinha a falar sobre que a planta ela não é um demônio né Eh talvez o demônio seja como as pessoas se relacionam com ela né Comprando aí desse comércio que é ilegal porque é uma planta ilegal no Brasil né Então assistam ou mostrem para as pessoas esse filme ilegal A vida não espera Se você depois que assistir esse filme ainda achar que a planta é do mal que tem então aí é melhor você rever a sua existência né Porque realmente eh nós
vamos ver também na aula que vem que nós produzimos maconhinhas dentro da gente Então se a gente é contra maconha maconha a gente tem que rever a nossa própria existência porque nós né mas é mais que isso esse filme é sobre uma criança e sobre centenas e milhares de crianças que hoje vivem eh o que essa mulher viveu ou que viveram que ainda vivem algumas Então é muito importante vocês assistirem esse filme e passar para quem ainda tem preconceito E também o Beto Brant todo mundo conhece maior cineasta que a gente tem aqui no Brasil
né que a gente ama de paixão ele é muito querido Eh ele tem dois filmes sobre a canabisativa que é chama-se A Planta no Brasil e o La Planta um filme Uruguai Então procura aí também que o La Planta já tá na na no YouTube A Planta ainda não que é aqui no Brasil né Foi gravado no Brasil E a gente também tem um trabalho de divulgação científica claro em decorrência de toda essa herança do professor Carlini né que é considerado o pai da maconha medicinal aí né o nome maconha medicinal e o padre Ticão
né Dermelino Mataraz Então esses dois gigantes eles não se uniram por acaso Eles se uniram no passado montaram esse curso que nós estamos aqui hoje Por quê Porque eles acreditavam eles estavam ligados pela planta né com o falecimento dos dois né a Gabi Dainese a Crissato e eu a gente falou: "Não vamos continuar o que eles começaram lá atrás para não se perder né Mas a gente sabe que os grandes mestres os grandes gigantes que deram início a toda essa questão foram os dois e a gente sempre reverencia em todas as aulas né Então nós
temos aqui um jornal do Observa Maconha e o Boletim Maconha Abraço que são dois eh que a gente tem no nossos sites no canal do YouTube do CE da Unifesp aqui depois quem quiser ver né a gente publica eh esse Maconha Bras ainda pelo Cebrid né que é o centro que o professor Carline a vida inteira tocou que é o Centro Brasileiro de Estudos sobre as Drogas Psicotrópicas Centro Brasileiro eh de informaçõ ações sobre drogas psicotrópicas É isso né E a gente tem aqui uma minissérie também sobre o padre TC sobre o professor Carline É
muito interessante são nove episódios Então esse é um trabalho de divulgação científica que a gente vem fazendo né para falar quem foram essas pessoas a importância dessas pessoas para além do Beto Brant né E finalmente um último trabalho também que que eu tô tocando junto com o pessoal todo aqui dessa equipe Gabi Cris e outras pessoas na equipe é o canabinal tudo sobre canabinoides Então canab de canabinoides em au em tudo né Por quê Porque a gente sabe né que são muitas as doenças que que estão sendo tratadas Por quê Porque a gente tem essa
essas substâncias químicas muito parecidas com a com a com a planta no nosso corpo inteiro praticamente Então é em al nesse sentido né E também é tudo sobre canabines porque a gente toda semana tá trazendo um artigo científico atualizado recente sobre uma determinada doença De modo que quando acabe esse curso vocês vão poder continuar não só enquanto estão fazendo o curso também vocês vão acompanhar o canabinal lógico mas quando acabar o curso vocês vão estar sempre atualizados sobre as novidades médicas né eh científicas sobre essa planta e o nosso sistema endocanabinoide Então se você não
se inscreveu ainda inscreva-se compartilhe com seus colegas amigos familiares e ajuda a gente a disseminar né esse conhecimento saindo do terrorismo e entrando na realidade né Porque para você criticar você precisa primeiro conhecer Ninguém tá falando para você falar coisas maravilhosas sobre algo que você não conhece Não não é nada disso A gente tá dizendo o seguinte: você quer criticar Ótimo mas primeiro vai conhecer Porque criticar só pela fake news ali para né pra gente ficar reproduzindo uma coisa pronta sem fazer sem saber sem entender sem conhecer isso é péssimo né Então vamos conhecer para
depois a gente poder fazer a crítica e aí a gente fica à vontade para fazer a crítica Então era isso que eu queria ter falado para vocês Eu espero que eh tenha ampliado um pouquinho o conhecimento de vocês sobre a etnofarmacologia dessa planta E me aguardem porque a próxima aula eu vou falar sobre a fitoterapia no Brasil e vou trazer claro bastante coisa sobre a cannabis sativa Então eu espero vocês lá na semana que vem ou talvez até nessa semana ainda porque a gente apresenta as aulas de terça e quinta ainda não sei exatamente mas
na próxima aula eu vou estar com vocês Um beijo no coração muito obrigada e até a próxima aula