LUCIA HELENA GALVÃO Explica 6 CONTOS INCRÍVEIS de MACHADO DE ASSIS

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MENTE FORTE 100
LUCIA HELENA GALVÃO Explica 6 CONTOS INCRÍVEIS de MACHADO DE ASSIS | Lições Poderosas para a Vida De...
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Machado de Assis falando um pouco a respeito do simbolismo das suas obras hoje nós vamos abordar um aspecto diferente vamos falar da atualidade de alguns contos dele peguei alguns contos muito selecionados e vou mostrar para vocês como ele fala de coisas que são o assunto do dia eu costumo falar que foi a primeira vez na minha vida que eu despertei para algo filosófico foi através da obra de Machado de Assis eu com meus 12 13 anos Anas era apaixonadíssima por marchado de Assis sou até hoje mas eu acreditava que ali havia algo mais aquilo não
era simplesmente uma historinha tinha um conhecimento mais especial e mais profundo que eu não sabia definir muito bem mas já me atraía muito e apaixonada por Machado de Assis fui cada vez mais entendendo a obra dele à medida que entendia um pouco mais da minha própria vida Entender a possibilidade de ir mais fundo na alma humana a um bruxo com amor outros da vida leram um só Capítulo tu Leste o livro inteiro uma homenagem do fabuloso Carlos drumon de Andrade ao Espetacular Machado de Assis Neste vídeo você terá seis contos de Machado de Assis explicado
pela extraordinária magnífica professora e escritora Lúcia Helena Galvão fique até o final desse vídeo porque está riquíssimo em conteúdo e o final está maravilhoso então se você está pela primeira vez aqui nesse canal eu te convido a se inscrever no canal deixar o seu like Ativ o Sininho da notificação que é importante compartilhe esse conteúdo para mais pessoas e o melhor deixe o seu comentário é muito importante pra gente melhorar o canal para você seje muito bem-vindo ao canal mente forte sem aqui é o professor Cícero Bispo que vos fala e agora deixo contigo professora
lucielena Galvão e os seis contos de Machado de [Música] Assis Então vamos lá Começando por um conto que se chama suje-se gordo esse Se não me engano pertence as Relíquias da Casa Velha e ele trata de uma questão sempre muito presente entre nós a nossa hipocrisia na aplicação da Justiça em todos os âmbitos e em todas as instâncias como somos relativistas na aplicação da Justiça de acordo com o nosso interesse de acordo com os nossos gostos com as nossas preferências pessoais então suj se gordo trata da história começa com uma pessoa falando em primeira pessoa
ela não se identifica dizendo que várias vezes ele foi chamado para o júri popular e que não gostava porque acreditava que julgar era próprio de Deus ele não se sentia com autoridade para julgar e ele começa a contar o episódio que aconteceu uma ocasião onde ele presidia um júri popular era um rapaz muito simples que havia confessado crime e tinha roubado uma quantia muitoo pequena 200 contos de R 200.000 réis era uma quantia que eu não sei dizer quanto equivaleria nos nossos dias mas pelo pelo contexto do conto era uma coisinha insignificante ele roubou porque
teve necessidade justificou confessou e naquele naquele júri popular os advogados fazendo todo o possível para acusá-lo ou para liberá-lo quando aquele Jú se retirou para conversar em segredo e dar o seu veredito ele próprio narrador diz olha eu defendi o rapaz De toda forma ele tinha causas Ele parece arrependido e tudo mais mas havia um grupo que não aceitava de forma alguma que ele fosse absolvido e esse grupo era presidido por um cidadão meio Ruivo gordinho chamado Lopes esse Lopes dizia não tem que condenar tá claro ele cometeu crime Além do mais roubar 200 R
réis é a santa paciência se você vai se sujar suje-se gordo e realmente aconteceu isso eles foram lá condenaram o rapaz rapaz saiu dali condenado para prisão e muito tempo se passou e esse narrador diz olha eu nunca mais me meti com Jure e passei um longo tempo longe mas depois de um tempo me pediram que voltasse a prestar esse serviço à Pátria invocaram o meu meu patriotismo pediram que eu voltasse a participar eu participei de mais um juri muito tempo depois era um homem que tinha roubado mais de um conto de RZ era uma
quantia bastante expressiva e esse homem Ruivo Eu quase não reconheci porque agora muito magro ele ficava o tempo todo com a cara mais tranquila do mundo como se estivesse assistindo um espetáculo no teatro durante o seu julgamento sorria faz uma cara tranquila super inocente não confessava nunca que o tinha feito Apesar de que havia provas que não acabavam mais contra ele mas a cara dele o tempo todo era de uma pessoa que estava absolutamente tranquila e quando juur se retirou a maior parte acreditou que aquele homem deveria ser inocente mesmo porque um culpado não ficaria
com aquela Face tão tranquila e quando eu fui olhar o nome e fui me deter a respeito de quem era aquele homem eu percebi que era o Lopes aquele mesmo Lopes que tinha participado da condenação do menino que tinha sido con enado por roubar uma ninharia Anos Antes e quando eu vi ele foi absolvido por ter roubado uma quantia vultosa muito maior do que a daquele rapaz e eu fui para casa pensando naquele caso e de repente me lembrei do que ele falou suje-se gordo ele estava muito tranquilo em paz consigo mesmo e com toda
a disposição para mentir ele achava que o que ele tinha feito tinha valido a pena porque era por uma quantia expressiva o erro que tinha sido condenado no anterior não era o de roubar mas do ser se sujado por tão pouco sujar-se sim se for por uma coisa que vale a pena Pagando Bem que Mal Tem digamos assim vocês imaginam Esse é o conto basicamente A reflexão desse narrador em relação à história do Lopes ausência total de critério moral por parte desse Lopes quando as coisas entravam num âmbito que valiam a pena né eram perfeitamente
justificáveis pelo senso de oportunismo pelo nível de esperteza daquele que o fez não era o roubo em si que era condenável mas a pouca esperteza daquele rapaz que confessou foi humilde e se deixou se entregou tão facilmente Então esse fala de falta de senso moral falta de limite do que é ou não passível de ser punido e considerar como cabível tudo aquilo que atende o teu interesse pessoal de maneira vantajosa olha vamos e venhamos nós vivemos isso talvez mais do que no tempo de Machado decí então aquilo que é grande muitas vezes passa aliás quantas
vezes passa absolutamente impune aquilo que é pequeno é severamente condenado talvez mais pela pequenez do que pela desonestidade então é uma coisa curiosa é um pouco daquilo que a gente chama do tirar vantagem em tudo aque que sabe que é esperto que tem Jogo de Cintura que sabe se aproveitar bem das situações Esse é justificável o bobinho não aquele que tira só um pouquinho por necessidade não esse não é justificado então é curioso como ele em nenhum momento faz um juízo moral ou critica Ele simplesmente conta a história com todos os meandros das expressões do
rosto do Lopes em ambas as situações como ele estava em perfeita Paz de espírito quando roubou uma fortuna e indignado quando o outro rouba pouco e ainda assim o confessa É bem interessante eu deixo para vocês como uma reflexão não vou eu também fazer aquilo que Machado de Assis não fez não vou eu julgar deixo para vocês pensarem um pouco a [Música] respeito o outro que trouxe para vocês é um dos meus prediletos adoro inclusive Machado de Assis nesse conto que se chama o segredo do bonzo ele cria um português meio arcaico Colonial Fazendo de
Conta que foi uma viagem feita por um uma dupla de amigos para uma ilha a Amando de ao Rei para cumprir uma missão Ou seja a linguagem é toda toda Colonial toda de um português arcaico que já não se praticava evidentemente mais um tempo dele e é é incrivelmente eh curiosa humorística e ao mesmo tempo apontando esse certo cinismo da natureza humana vamos lá vamos conhecer então o segredo do bonzo o assunto principal é devemos valer porque por nós mesmos ou valer para opinião alheia bom havia uma cidade que era fusel na ilha de bungo
onde havia uma conjunto de sacerdotes de linha budista chamado bonzos e Diogo Meireles e o narrador o narrador não se identifica eu e Diogo Meirelles Fomos até essa Ilha Diogo Meirelles já tinha estado lá para fazer vendas Mas agora ele retornava como médico e Nós entramos na na cidade quando entramos em fusel nós encontramos uma cena estranha havia um homem de nome patim que ele em volta dele devia ter uma multidão de uns 100 pessoas nessa pequena cidade de fusel o uma multidão para uma cidade pequena e ele falava em voz alta e as pessoas
assistiam vidradas aquilo ele dizia que ele tinha descoberto que a origem dos Grilos estava numa junção do ar e das folhas de coqueiro na época da lua nova e que ele tinha feito aquela descoberta depois de um incansável esforço que não se realiza duas vezes na mesma vida pela honra e glória do reino de bungo e da cidade de f a que ele pertencia e que agora o mundo inteiro era devedor daquela Grande descoberta que ele tinha feito e as pessoas ficavam todas eufóricas viva viva viva patim mal pegavam ele nos ombros levavam para uma
casa serviam do melhor que tinha e eles ficam os dois né o narrador e o Diogo Meireles sem entender que que é isso mas adiante eles andam mais uma quadra encontram uma cena muito parecida mais uma vez um Nativo luru que dizia que ele tinha descoberto o princípio da vida futura que consistia numa certa gota de sangue de vaca que aquilo tinha custado um trabalho incansável que ele passou a vida naquela pesquisa e um monte de casos que ele admirou como os mortos gostam de ter vacas perto deles porque exatamente através do sangue da vaca
e um monte de coisas que aquilo era um préstimo dele a humanidade que ergueria o reino de fusel a glória eterna mais uma vez a mesma coisa o pessoal sai carregando ele e aquela coisa viva viva aluru é um grande homem os dois ficu entender o que que é isso Que história é essa de grilo na sede de ar e de Folha de coqueiro e princípio de vida futura em sangue de vaca Que negócio é esse Eles continuam caminhando vão até o local onde vivia um homem que confeccionava sapatos e esse homem que era um
amigo deles tité Ele eles conta uma história ele diz bom ele fazia sapatos bem toscos alparcas né sapatos bem toscos de couro ele diz Olha esses dois devem estar seguindo a filosofia de um bonzo muito famoso aqui dizem que o mais sábio de todos que é o pomada ele vive numa certa encosta de uma Colina se vocês quiserem nós vamos os três lá amanhã para conferir o que que é isso e assim foi no outro dia foram para essa Colina depois de uma série de cerimônias e tudo mais eles foram apresentados ao bons pomada e
pomada depois de certificar para que eles queriam aquela informação começou a falar para eles que ele passou toda a sua vida se dedicando ao estudo ao conhecimento e lá pelas tantas ele chegou à conclusão que tem duas maneiras de você valer valer porque realmente tem valor ou valer porque as pessoas pensam que você tem o conhecimento existe a possibilidade de você tê-lo de fato que é uma coisa tremendamente cansativa a vida inteira para você você conseguir isso ou fazendo o que os outros pensem que você tem que das duas formas A primeira é muito cansativa
e a segunda traz todas as vantagens da primeira sem tanto custo sem tanto desgaste portanto é muito mais interessante que você se deti que é fazer parecer que tem um conhecimento do que realmente tê-lo só traz cansaço e desgaste pela vida inteira e diz que isso era a sua filosofia o padis e Convida os dois diz que luru e patim eram discípulos seus e Convida os três que ali estavam a testar Eles voltam impressionados Com tamanha sabedoria do pomad dismo e resolvidos a aplicar aquela doutrina o primeiro que vai fazer é exatamente titano a suas
alpacas ele pega uma espécie de um jornal muito tosco que era fabricado lá para dar as notícias da ilha e manda escrever que toda a China estava importando as alparcas de Titan que vários mandarins tinham mandado importar e que ela tinha recebido o nome de eh alparcas do reino e que tit né declinava de toda essa glória porque amava eh o seu reino e portanto não gostaria nunca de de traí-lo de sair dali mas que ele era hoje considerado o maior fabricador fabricante de alparcas do mundo muito honrado na China enfim ele fez circular isso
no Jornal Local E vendeu todas as suas duas alpacas é um preço altíssimo aí quando os dois vão conversar com ele o narrador e Diogo Meirelles eles dizem bom tá bom você lucrou bastante mas isso ainda não é uma aplicação do pomad dismo correta porque você fez que as pessoas acreditassem nas suas alpacas que são muito das medianas diga assim de passagem mas a Teoria é para fazer as pessoas acreditarem em você que você é especial e aí começaram os testes os dois né primeiro o próprio narrador ele tocava muito mal uma uma espécie de
uma flauta e ele diz que vai dar um concerto na ele e ele se coloca na posição com ar Altivo muito bem vestido manda que tragam a flauta numa bandeja de prata e as pessoas já todas impressionadas que quando ele toma a flauta e olha com ar Altivo PR as pessoas já estavam as pessoas em Glória achando que ele era o maior musicista que tinha passado por ali mas ele diz olha o melhor mesmo a melhor experiência eu narro rapidamente a minha experiência que a melhor foi a de Diogo Meirelles para vocês verem como a
doutrina realmente funciona Diogo Meirelles que era médico na época havia um mal na ilha que era um negócio terrível que várias pessoas estavam sofrendo dessa doença que fazia com que os narizes crescessem terrivelmente ficassem deformados desformes e a única solução era remover os narizes mas as as pessoas não queriam isso achavam que seria terrível ficar sem nariz então eh ficou aquela situação onde ninguém queria remover o nariz que era o mais indicado aí o nosso querido amigo Diogo Meirelles fez todo um discurso na ilha dizendo que ele tinha uma técnica que era de substituir o
nariz físico por um nariz metafísico invisível que ele tinha trazido equipado de praticantes até hoje vale muito mais parecer que você sabe do que realmente saber vale muito mais a aparência do que Essência porque o propósito do conhecimento em geral não é o conhecimento em si mas pelo que você pode ganhar com ele ou seja ter status ter uma boa colocação ter um reconhecimento social o conhecimento em si só vale para você se você não dá valor a ele porque tê-lo tá então o conhecimento de fachada conhecimento que é mais acumulativo do que propriamente transmutador
amor ao conhecimento em si eu acho que hoje é mais raro do que na época do pomada de uma certa maneira eu acredito que nós vivemos pomad dismo nunca como antes quem realmente ama o conhecimento quem amaria o conhecimento Independente de ter reconhecimentos ter fortunas por ele mesmo pelo que ele pode construir dentro de você como ser humano quem tem um conhecimento que é vertical profundo capaz de ir às raízes da sua consciência e promover uma forma forma nova de ver a vida ou quem tem apenas extensão quantidade quem aplica o conhecimento na sua vida
de tal maneira que quando você olha o Rastro diz por aqui passou um ser humano que sabia o que estava fazendo percebam que isso é pomad ismo da melhor espécie ou seja esse conto que é um dos meus prediletos sempre me deu uma certa desconfiança temos mais pomadas hoje do que nunca pense um pouco a respeito honrai os conhecimentos com a prática só é justo Só é bom só é nobre o conhecimento que nos torna melhores e isso é muito raro bom o próximo É também um conto bom o próximo É também um conto maravilhoso
daquelas inspirações maravilhosas de Machado de assim chama-se a Sereníssima República é um conto que trata de um assunto muito atual quando temos problemas pensamos em mudar os modelos políticos as tendências políticas as posições políticas As instituições e não pensamos em mudar o homem como se isso fizesse alguma diferença e esse conto inteligentíssimo muito bem construído é uma prova disso começa com um Cônego o chamado Cônego Vargas que chama toda a imprensa porque queria fazer uma declaração ele tinha visto no Globo que um um cientista inglês Estava Descobrindo a linguagem de alguns insetos e ele antes
que isso fosse proclamado como verdadeiro ele chama a imprensa porque ele queria que o mérito fosse do Brasil ele tinha feito muito mais do que isso ele tinha descoberto a linguagem de uma espécie de aranhas ele diz sei que vocês vão absurdo mas a aranha é um dos animais um dos insetos mais industriosos que existem não é como a formiga não é como outros insetos que só retiram do homem ela trabalha constantemente produz as suas redes enfim é uma obra de Engenharia e eu descobri uma espécie delas que tem o dom da fala ele explica
que um dia estava no seu jardim encontra uma aranha bastante curiosa que tinha uma cor vermelha muito brilhante com uma faixa azul na diagonal provavelmente Machado de Assis fazia uma referência a alguma coisa com essa ambientação aí da aranha e ele diz que primeiro encontrou uma e prestou atenção nelas e começou a observar os ruídos daqui a pouco duas um determinado momento ele tinha 490 aranhas desse tipo dentro do seu quintal ficou um longo tempo fazendo um trabalho tremendo de escrever os fonemas que elas pronunciavam catalogar a língua estava inclusive escrevendo uma gramática da língua
do aracnido do arakne que era a língua das Aranhas e quando ele conseguiu então decifrar essa linguagem começa a se comunicar com elas e ao se comunicar com elas ao falar a língua delas aquele ser enorme da mais vestio aquela batina elas acreditavam que ele é um ser Divino ele começou a organizá-las a ajudá-las a se organizarem para ter uma vida melhor em comunidade começaram a obedecer os preceitos dele e ele diz que elas tinham recentemente se organizado politicamente e que ainda estava o processo um pouco incerto mas mas que ele via que elas com
o tempo chegariam a uma boa ordem ele resolveu implantar um modelo político para organizar aquela Comunidade dos Aranhas Ele pensou bom eu não quero nenhum modelo vivo eu não quero ter que estabelecer comparações isso poderia ser injusto com elas Então vou pegar alguma coisa que já tem existido não exista mais aí ele pegou a Sereníssima República de Veneza nessa Sereníssima República uma das fases da eleição de gentes era um sorteio de bolas colocadas dentro de uma urna ou de um saco ele resolveu fazer não como uma das fases mas como o único critério paraa eleição
de uma aranha dirigente de um conselho de aranhas dirigentes esse critério de um saco eleitoral com bolas com o nome de candidatos escritos lá dentro alguns candidatos se habilitavam seus nomes eram escritos em bolas como as aranhas são muito boas tecedeiras 10 damas aranhas foram direcionadas vai seria uma casta de tecedeiras que iam tecer o saco eleitoral e algumas pessoas alguns funcionários eram criados que iriam ali fazer aquela seleção daquelas bolas naquele momento e assim começa todo o processo né primeiro lugar aconteceu quando o saco foi criado começou um determinado momento o pessoal perceber que
às vezes Tinha duas bolas com o mesmo nome lá dentro aí resolveram acabar com isso aí mudaram o formato do saco eleitoral fizeram uma lei e mudaram o formato aí fizeram o saco de forma triangular aí eles perceberam que sempre uma bola ficava mais baixo podia dificultar aquele candidato E aí Fizeram outro modelo voltaram a fazê-lo quadrado aí começaram a perceber que também às vezes os nomes eram colocados incompletos lá dentro isso uma coisa curiosa faltava uma letra faltava outra e ninguém era eleito aí mudou-se novamente a lei criou-se uma falei que haveria um oficial
interpretador e que quando uma bola fosse retirada faltando uma letra ou outra ele e um grupo de pessoas podiam decidir se aquela bola correspondia a aquele candidato mas aí num determinado momento havia bolas todas elas incompletas e uma das bolas Foi retirada e faltava a letra Final O Advogado do outro candidato fez provar que o que definia o candidato vencedor não era o que tava escrito mas a letra que estava faltando que era a primeira letra do nome de outro candidato enfim forjaram novamente uma fraude Eles mudaram a lei as aranhas começaram a fazer para
que não houvesse mais esse problema proibiram bolas com nomes incompletos e para terem certeza disso pediram que elas fizessem o saco de um fio Fino que se pudesse ver as bolas lá dentro as aranhas fizeram aí o que que acontecia um candidato suborn Ava o oficial que Ava bola quando ele pegava uma bola ele fazia assim ele soltava pegava a outra até que ele pegasse o nome dele né se descobriu isso mais uma vez o saco foi mudado e assim foi feito muitas muitas vezes com várias fraudes até que num determinado momento uma das aranhas
mais sábias ali daquele grupo de nome Erasmos chegou para as aranhas tecedeiras as 10 aranhas que eram as tecedeiras oficiais que est novamente fazendo um novo saco para evitar uma nova fralde e disse para ela vós sois as penélopes do nosso reino tcei tcei infindavel o saco até que Ulisses cansado de dar as pernas venha viver entre nós Ulisses é a sabedoria eu acho lindíssimo percebam que é uma ironia perfeita você muda milhões de vezes o saco eleitoral se você não muda o caráter dos seres humanos se ulices trazendo a sabedoria não chega para cada
ser humano as mudanças institucionais mudança da forma do saquinho ou da tendência ideológica ou seja lá o que for são inúteis se você não muda o homem né se o homem não se transforma num ser moral por ele mesmo por amor e por dignidade por honra por querer corresponder à sua natureza humana São simplesmente simplesmente formas diferentes de fraudar para chegar à consecução do seu objetivo pessoal porque na verdade não existem muitas posições políticas Existem duas um homem que é realmente humano e um homem que é dominado pelos seus instintos e interesses ou seja um
homem íntegro e um homem corrupto isso são as duas únicas divisões que existem na natureza humana todas as demais são balela enquanto você não tiver homens íntegros Nós vamos ter que ter muitas gerações de aranhas dedeiras para fazer sacos eleitorais diferentes e quem acha que vai resolver através de soluções externas vai continuar prorrogando o processo de chegada de Ulisses dentro de si próprio não há outra coisa a fazer sen não buscarmos através de nós mesmos que o lí chegue o mais rápido possível não esqueça só existem duas modalidades dois partidos duas tendências o homem íntegro
e o homem corrupto tudo mais é em invenção e não resolve nada embora o nosso Cônego Vargas acreditasse que uma hora ela chegaria algum lugar eu acredito lamentavelmente Cônego que as aranhas devem estar tecendo esse saco eleitoral até hoje bom o próximo é o espelho muito interessante essa também é a história de um jovem na verdade começa de uma maneira diferente começa com um conjunto de amigos já maduros numa casa no Morro de Santa Teresa conversando entre eles e eram cinco um deles o quinto era o Jacobina Jacobina era um rapaz era um senhor já
nessa época que não gostava de polêmica de forma alguma ele brinca inclusive no início que perguntaram para ele por que que ele não falava nada ele disse é porque eu acho polêmica ruim aí o outro disse Mas a polêmica é uma coisa muito boa ele disse você tá certo só para fugir da Polêmica não falava absolutamente nada aí um dia calhou eles começarem a discutir sobre a alma humana eu Jacobina num canto sem falar nada e a polêmica se acirrou mil opiniões aí num determinado momento Alguém falou E aí Jacobina dá pelo menos um palpite
ele diz olha não vou dar um palpite Mas eu posso contar uma história se vocês prometerem que vão ficar calados porque se tiver qualquer polêmica eu paro de contar eu vou embora não gosto de polêmica tá bom conta aí fala pra gente tá certo vou contar vou dizer para vocês na verdade o ser humano não tem uma alma só ele tem duas almas uma que olha de dentro para fora e outra que olha de fora para dentro e eu tive a oportunidade de constatar isso na minha juventude aos 17 anos todo mundo já perplexo aí
né como como é que foi isso pois é eu tinha 17 anos era de uma família muito pobre e com consegui receber o título de Alferes E esse título que era para um jovem tão humilde como eu que havia sido pleiteado por vários jovens muitos ficaram com inveja mas aqueles que eram meus amigos aqueles que gostavam de mim comemoraram infindavel ficaram muito felizes Inclusive a minha farda foi toda presenteada por doações de amigos e a minha família orgulhosa por ter um Alferes na família e todos querendo me ver todos querendo me presentear até que num
determinado momento a minha tia Marcolina que morava num sítio ela pediu que eu fosse lá vê-la que ela queria ver o alfer estava contentíssimo da minha tia Marcolina chegou lá ela mandou dizer pra minha mãe que não me soltaria antes de um mês e me encheu de mimos tempo todo ela e o seu cunhado o tempo todo me chamando de Alf férias al férias senhor al féries o melhor lugar na mesa era meu e os escravos me serviam em primeiro lugar e todo mundo me bajula o tempo todo sen al féries vai casar com uma
mulher muito boa o sehu Alferes vai chegar a General o sehu Alferes o senhor al férias e aquilo foi aos poucos constituindo uma coisa diferente em mim eu já não lembrava bem de quem eu era o Joãozinho a partir daí eu era o Alferes fui mudando fui me identificando totalmente com isso aí chegou um dia que a a minha tia soube que a filha dela que era casada com um cidadão que morava longe dali relativamente longe Estava muito doente a beira da morte mesmo aí ela falou para que eu ficasse na fazenda cuidasse lá que
ela iria com o seu cunhado rapidamente ao tal local para ver a sua filha ver o que se poderia fazer que eu ficasse ali e cuidasse tudo bem eu fiquei bastante chateado porque na verdade fiquei apenas com escravos Mas eles continuaram me bajulando me tratando muito bem mas um Bel o dia quando eu fui dormir no outro dia de manhã de manhã quando acordei os escravos os cinco escravos tinham todos fugido levaram até os cães eu fiquei só com gado e galinha sozinho naquela Fazenda e com o tempo aquilo foi me dando uma angústia não
era medo não sentia medo eu sentia uma angústia Como se eu tivesse perdendo a identidade não soubesse mais quem eu era e aquele sufoco aquele desespero as horas se arrastavam e eu não conseguia mais ficava desesperado pensava em fugir mas pensava na minha tia O que aconteceria se a casa fosse abandonada e fui ficando num desespero tal até que um dia vi um grande espelho no meu quarto que a minha tia tinha mandado tirar era a peça mais bonita da casa tinha mandado colocar no meu quarto um espelho de corpo inteiro muito bonito antigo quando
eu olhei pro espelho eu não conseguia me enxergar direito eu forçava a vista as linhas eram tênues a forma tava se dissolvendo eu fiquei quase louco com aquilo Como assim andava para um lado pro outro chegava na frente do esp não conseguia me ver mais até que lá pelas tantas eu tive a ideia Redentora fui lá e vesti toda a farda de Alferes e foi pra frente do espelho acredita que quando eu cheguei na frente do espelho eu comecei a me enxergar perfeitamente E aí eu ficava todos os dias no mesmo horário eu ia lá
e vestia farda de al féres sentava na frente do espelho Lia olhava de lado a alma externa me identific novamente a alma interna se perdeu a alma externa imperou completamente eu só era alguma coisa quando era al féries então quando eu vestia a farda de Alferes eu me via me enxergava perfeitamente no espelho sem ela eu não conseguia me enxergar e os rapazes ouvindo aquilo ali todos perplexos boca é abertos quando ele terminou de contar a história foi embora para não haver polêmica orora vejam que que interessante isso a sua imagem totalmente constituída pel opinião
alheia ninguém pensa nada de você Ninguém considera absolutamente nada que você faz Você é invisível só pelo que você considera de si próprio daria para viver só pelo apreço pelo respeito pelo amor que você tem a você mesmo daria para viver você precisa do reconhecimento externo precisa que outros digam quanto você é bom quanto você é respeitável ou quanto você é belo Atlético ou Quanto é esperto ou seja lá o que for você precisa da Alma externa só com a alma interna você daria conta percebam que essa quarentena é interessante pra gente ver se não
tem síndrome de Jacobina né síndrome de Alferes só nós dentro da nossa casa com as nossas ideias e os nossos livros muitos estão com a família mas alguns estão sozinhos só com o apreço que a nossa alma interna tem por nós só com reconhecimento da nossa própria consciência sem precisar que ninguém lembre nem que você exista dá para se sustentar bem dá para ter equilíbrio ou você também está dominado e escravizado pelo Alferes pela alma externa pelo que pensam de você como é atual né Perceba como um homem chega a esses meandros de uma maneira
quase que humorística a representar um fato tão dramático da psique humana se eu não sou visto pelos demais eu não sou ninguém se o meu sucesso não é sobre os demais se eu ganho alguma coisa tem que ter um monte de derrotados lá embaixo olhando dizendo ó como ele é bom eu não posso ganhar junto eu tenho que ganhar sobre porque a vitória só tem graça se tem vários derrotados me invejando tudo tem que ser em relação aos demais nada de vida interior Será que nós não sofremos de síndrome de Jacobina de síndrome de alfis
Será que não fomos dominados pela alma exterior Olha que isso daria só isso uma palestra que mais temos aqui pai contra mãe esse pai contra mãe é talvez não tem outros igualmente pesados mas é um dos mais cruéis contos de Machado de ass doloroso todos até agora foram meio humorísticos né esse é bastante doloroso e fala de uma coisa o egoísmo e a cegueira para aquilo que não me afeta a indiferença a dor do outro para o sofrimento do outro aquilo que causa todos os males que conhecemos como a tradição tibetana diz maior mal do
mundo é heresia da separatividade o nosso tão conhecido egoísmo essa história fala de um homem chamado Cândido Neves esse Cândido Neves era um rapaz que daqueles que não se dá bem em profissão nenhuma porque não tem paciência para fazer nada com regularidade eu tinha tentado as vendas não aceitava porque os clientes eram muito autoritários autoritário já tinha trabalhado numa pequena fábrica não aceitava porque o patrão cobrava demais dele não conseguia fazer nada com método nada com disciplina não achava emprego em lugar nenhum até que um dia ele achou um emprego que era bom para ele
que ele trabalhava quando ele queria e ele se sentia com autoridade que era caçador de escravos foragidos os escravos na época fugiam e às vezes ficavam na própria cidade no Rio de Janeiro ou nas redondezas da cidade e havia esses homens que se dedicavam a isso que andavam com aord que vha atrás tentando receber Recompensas atrás de escravos foragidos isso ele trabalhava quando queria ganhava um dinheiro para um tempo ficava sem trabalhar isso para ele era uma profissão ideal uma espécie de Capitão do Mato um dia ele se apaixona por uma jovem uma jovem orfa
Clara que vivia com a sua tia a tia Mônica e a tia e as amigas falam Olha esse rapaz não tem muitos meios de vida não dá você vai casar assim mesmo mas eles se apaixonam e Clara resolve se casar a sua tia desde cedo fala olha Vocês não tem condições de ter filhos porque falta comida pra gente é a sobrevivência incerta para nós três não inventem de ter filho mas apesar de tudo os dois muito apaixonados e muito irra iais também um dia Clara engravida e a tia imediatamente diz olha quando essa criança nascer
é melhor colocar na roda Talvez os mais jovens com certeza não devam conhecer isso antigamente nessa época os orfanatos tinham uma espécie de uma roda que ficava como num espaço na parede aquela roda tinha espaço para que a criança fosse colocada e o pai ou mãe giravam a roda ela ia pro lado de dentro era pega pelas irmãs de caridade fosque em fosco tivesse lá dentro e era criada como um órfão e o pai e mãe O doador não precisavam se identificar e a tia diz olha quando essa criança nascer Vamos colocar na roda porque
não tem condições ela vai morrer de fome e os dois ficam indignados com aquilo não Claro que não nosso filho na roda de jeito nenhum só que como a tia previa a situação vai ficando cada vez pior eles são expulsos por não pagar o aluguel vão morar de favor na casa de uma pessoa por algum tempo e a criança nasce no meio de tudo isso um menino recém-nascido e sem comida sem nada dentro de casa e a tia falou agora chega de brincadeira de vocês amanhã você Cândido Vai e leva esse menino pra roda e
eles meio desesperados sem sem querer fazer isso né mas não havia jeito mesmo e o Cândido Neves diz olha tá bom deixa eu ficar com ele mais essa noite amanhã eu levo ele pra roda ele tinha olhado naqueles dias para tentar conseguir algum dinheiro todos os anúncios de captura de escravos e ele viu que havia particularmente um que era muito atraente que era de uma negra que havia foragido havia sido fugida e que se oferecia 100 contos de réis por ela e ele pensou bom que ótimo se eu encontrasse essa negra porque seria esse dinheiro
seria bom poderia ficar com meu filho mas andou um pouco não encontrou não teve jeito mesmo chegou aquele dia fatal que ele teve que levar o menino pra roda ele resolveu pegar o caminho mais longo para poder ficar um pouco mais com o filho nos braços a mãe amamenta pela última vez entrega para ele e ele leva o menino quando ele está andando por dentro da cidade do Rio de Janeiro uma daquelas roelas ele olha do outro lado e pela descrição que ele tinha lido era uma mulata que era a Escrava que tinha sido fugida
e ele vê se assusta corre para uma farmácia próx que tinha ali sem que o farmacêutico entendesse muita coisa ele disse olha fica com esse bebê aqui um pouquinho que já já eu volto para pegar e sai correndo e deixa o bebê lá o farmacêutico não ter o que fazer uma criança recém-nascida e ele sai correndo ele grita o nome da Escrava ela vira para olhar e quando ela menos percebe ele já tinha amarrado as suas mãos com a corda e sai arrastando ela estava grávida e ela sai chorando gritando mas pessoas na rua quando
olham veem que era uma escrava foragida ninguém ajuda e ela GR gritando pedindo socorro se atirando no chão Dizendo para ele que ela estava grávida que o patrão era muito cruel que ele ia espancá-la que ela não podia apanhar na situação que ela tava que ele perdoasse que se ele tinha filhos que ele pensasse no filhinho dela e ele nem pensa sai arrastando arrastando arrastando até que chega à porta da casa do seu dono e o homem estava lá dentro quando o homem vem ela cai no chão em desespero e o cidadão diz essa é
ela mesmo tira os 100 conos de réis e dá para Cândido Neves que é mulher tão desesperada de dor se atira no chão começa a se contorcer e aborta o bebê ali mesmo e a criança já nasce morta e ele vê aquela cena horrível mas mete o dinheiro no bolso e Vai Correndo à farmácia pegar o seu filho pensando consigo mesmo muitas crianças não vingam e vai lá pega o seu filho na farmácia e leva de volta para casa muito feliz que o seu filho tinha sido salvo lembram o nome desse conto é pai contra
mãe o meu se salvou o que importa o do outro ele leva um nível de crueldade extrema dentro do contexto que ele vivia achá de Assis viu em Vida abolição da escravatura ele coloca uma situação crudelíssimo o Mais Cruel que a gente possa imaginar dentro do contexto que ele vivia para mostrar o que é o egoísmo não importa se não é a minha criança não tem importância muitas crianças não vingam Eu salvei a minha parem para perceber que talvez não com tanta intensidade mas esse pensamento que não é meu não tem importância não é a
minha pele que dói não tem importância não é na minha mesa que falta comida não tem importância como é comum como vivemos esse conto do pai contra a mãe para todos os lados de todos os jeitos quanto aquilo que não bate na nossa porta não tem muita importância dói muito faz parte da vida agora quando bate na nossa porta é uma tragédia e achamos inadmissível que os outros não compreendam a nossa tragédia deveríamos esperar quando nós temos uma postura diante da vida é muito fácil supor que todos os outros sejam iguais se não nos importa
a dor do outro por que a cargas d'água temos o direito de exigir que importe para os outros a nossa dor e aí vivemos esse drama que vivemos nos dias atuais o império do egoísmo que eu espero que um dia a gente possa tomar consciência como tomamos quando lemos esse conto perceber que Nós ainda somos personagens desse conto em diferentes situações mais amenas ou até mais grave ainda somos personagens desse e por último mais curto mais ligeiro um conto inclusive um pouco menos conhecido se chama terpsicore e terpsicore trata da Absoluta irresponsabilidade do ser humano
em relação aos seus recursos econômicos e o drama que faz quando eles faltam por não assumir a responsabilidade para si próprio terpsicore conta a história de Porfírio que não tinha uma profissão muito fixa também não tinha praticamente onde cair morto mas um dia inventa de se casar ele passa por uma casa noturna onde as pessoas dançavam se divertiam e olha pela janela e vê clara clara não era propriamente uma mulher bonita mas ela dançava muito bem tinha todo um jeito que fazia dela naquele salão Uma rainha e todos olhavam para ela e ele de olhar
aquilo pela janela ficou louco por Clara já começou a sentir ciúmes do rapaz que dançava com ela ali começa a lhe fazer a curte e mais uma vez os seus parentes dizem Olha esse rapaz não tem futuro esse rapaz não tem nada mas ela apaixonada aceita o casamento e quando ele aceita o casamento a sua mãe diz olha vamos fazer uma coisa bem simples já que vocês não TM absolutamente nada Vamos fazer vocês vão a pé pra igreja os convidados vão a pé lá a gente faz um casamento Zinho mas porfilho junta todas as economias
que ele tinha e queria fazer um grande casamento Imagina aí contrata um carro e faz um casamento que se torna histórico Ali no bairro com todo luxo e gastou evidentemente todas suas economias no casamento aí começa a luga uma casa com um preço muito acima do que ele poderia pagar porque não queria colocar Glória em qualquer lugar né e o tempo vai passando um mês 2 meses 3 meses 6 meses de aluguel devido e o proprietário ameaçando colocá-lo para fora a qualquer momento um belo dia ele acorda senta-se na cama angustiado porque o proprietário tinha
dado 48 Horas sen não ia botar tudo dele para fora EA expulsá-los ele não podia mais pedir a família de Glória o seu tio tinha dito que não daria mais nemhum centavo para eles porque eles eram uma mão furada não sabiam economizar eles achavam aquilo um absurdo mas deviam não só ao proprietário mas também a Quitanda onde pegavam comida deviam tudo tinham já uma dívida enorme e ali ele naquela angústia Glória tentando animá-lo e ele sem saber o que fazer sai para tentar procurar uma casa mais barata para se mudarem para não serem jogados na
rua e lá pelas tantas ele passa por um homem vendendo um bilhete da Loteria ele acha os números interessantes compra o bilhete desde o momento em que ele compra ele começa a fantasiar Ah aqui tá a solução dos meus problemas eu vou se eu ganhar eu pago minhas dívidas vou comprar um vestido de seda pura pra Glória não Ela merece tá mulher que não pode se vestir de qualquer maneira e vou fazer não sei o quê Nem ganho tinha ainda quando chega em casa chega otimista Abraça a esposa a esposa que que aconteceu você consegiu
alguma solução não mas vai vir a solução e não é que c é dele realmente ganhar Aquele B ganha R 500.000 O que faz o senhor porfilho vai e Paga todas as suas dívidas que deu um montante de R 300.000 e os R 200.000 restantes leva para casa e glória diz vamos colocar na poupança Vamos guardar isso na caixa e ele diz não que isso a gente coloca mas primeiro eu quero comprar um vestido de seda para você e feito por costureira não quero que seja qualquer um Você é uma mulher que merece um vestido
de de ceda e ela não mas tudo mas acabou se convencendo também por vaidade aí vão fazem um vestido de seda com a modista aí ele tem a ideia de fazer uma festa não festa não a gente tem que guardar o dinheiro não mas vamos fazer uma coisa só para amigos vamos chamar só uns umas seis pessoas cinco ou seis pessoas vamos fazer uma coisa simples mas você vai gastar não mas tá bom a gente tem que fazer no final a festa já tinha 30 convidados e as pessoas diziam Nossa o Porfírio deve ter ganho
um conto de R cinco contos de réis para dar dando uma festa para tanta gente assim e a noite passando e os dois dançando ele a chamava de terpsicore que é a dança a musa grega da dança e os dois dançando até o dia amanhecer e o dinheiro todo se esvaindo tudo indo embora esse é o conto terpsicore é um conto bastante pequeno que fala da capacidade do ser humano de ser irresponsável em relação ao seu futuro e quando o futuro chega sempre terceirizar as culpas sempre é o proprietário que foi incompreensivo o tio que
não entende a situação deles o mundo que é cruel mas sempre que surge uma oportunidade volt ao velho vício de não ter nenhuma capacidade de controle dos seus ímpetos das suas paixões Ou seja vão de crise em crise a vida vai pulando de crise em crise Sempre esperando que alguém os Resgate e nunca tomando uma providência para organizar a sua vida vocês vão dizer que isso é coisa do passado que não temos isso hoje em dia não é à toa que às vezes podemos medir um pouco o comportamento das pessoas por exemplo pela capacidade de
poupança que elas têm não sei se vocês sabem que a nossa capacidade de poupança é muito baixa no Brasil nosso nível de poupança é muito baixo isso significa filosoficamente a falta de capacidade de conter os nossos ímpetos de conter os nossos impulsos os nossos desejos de uma certa maturidade de um certo autocontrole e responsabilidade porque nos assusta às vezes tanto assim uma crise que não estamos preparados temos uma compulsão tal que não pensamos no futuro como se ele não existisse e não fosse chegar Será que isso é defasado será que isso ficou no passado Como
falei para vocês eu selecionei apenas esses seis contos para trazer para vocês uma ideia do que é macha de Assis como ele que tem essa capacidade Fina de entrar nos detalhes dos defeitos humanos e expor sem criticar expor de uma maneira até engraçada algumas vezes mostrar essas tendências que estão aí no subsolo da nossa consciência Chamando por uma boa obra em Nego que a gente desça lá e domine tudo isso e reverta tudo isso a nosso favor que na verdade não consiste em extinguir impulsos mas em domesticá-los fazer com que tudo isso trabalhe ao nosso
favor como um bom cavaleiro o seu cavalo e faz com que ele corra numa única direção e não em todas as direções relinchando e derrubando o seu Cavaleiro ou seja esse domínio dos nossos impulsos é preciso vê-los constatar que eles existem para depois impor sobre eles um domínio da Consciência Humana sobre a consciência animal como um Centauro grego né onde o humano domina o animal e por fim eu fecho com um trecho de um verso de Carlos Dr Andrade ele faz um poema para Machado de Assis bastante interessante chamado a um bruxo com amor eu
gosto bastante desse verso que ele diz outros da vida leram um só Capítulo tu Leste o livro inteiro é isso que parece mesmo um ou outro você vê um toque ali de uma certa argúcia sobre a natureza humana mas toques como esse você vê vários em um único conto de Machado de Assis seja aí existe uma profundidade muito grande e ainda é para mim um pouco surpreendente que não esteja incluída entre as muitas habilidades dele a de um bom filósofo um profundo conhecedor e observador do drama humano e é isso não sei se temos perguntas
temos de Machado de [Música] ass eu gosto de Bras Cubas pessoal vai dizer talvez Dom casmu mas gosto também de Dom Casmurro mas eu começaria por brascubas brascubas é interessante porque ele começa depois de ter morrido ele começa a contar a história olhando a sua vida que já passou muitos elementos muito interessantes Brasca chega ao ponto de ter um capítulo todo em branco que é o velho diálogo entre Adão e Eva onde ele troca juras românticas com com com Eugênia Então tudo é previsível pontinhos pontinhos pontinhos interrogação pontinhos pontinhos pontinhos reticências é tão interessante que
ele faz uma crítica um diálogo de apaixonados com uma coisa que não precisa escrever nada todo mundo já sabe o que tem ali tem uma descrição de natureza Pandora no início do livro que é mítico aquilo a natureza elevando ele mostrando o drama dos seres humanos sendo sacudidos pelos seus desejos e destruídos feito mulambos Ele olha para procissão da vida humana tem muitos pontos muito interessantes então Lógico eu gosto eu gosto até das obras da fase romântica de Machado de Assis das Crônicas do que ele escreveu para jornal gosto muito leio desde jovem mas Bras
cuas é muito especial eu aconselharia começar por aí como construir uma imagem real e não precisar da aprovação dos outros fez a síndrome ou seres sociais Precisamos do referenci olha ser social não precisa que você seja medido pela apreciação ali muito pelo contrário eu costumo dizer que a beleza beleza de um quadro por exemplo é composta da combinação de várias cores totalmente diferentes se tivesse uma cor só provavelmente ele não seria Belo a beleza de uma melodia é combinação de notas totalmente diferentes em escalas totalmente diferentes a harmonia das Diferenças produzem a beleza fato de
cada um ser aquilo que é viabiliza a vida em sociedade você medido pela opinião Alia é massificação você tem que se enquadrar num padrão social onde todo mundo abre mão de si mesmo para ser Aceito o melhor a fazer é acreditar que dentro de você existe um recado a dar ao mundo uma individualidade um segredo que o mais precioso encontro que viemos realizar no mundo é o encontro conosco mesmo a nossa essência o nosso aporte a vida e evoluir é simplesmente lançar luz sobre aquilo que sempre fomos mas ainda não vimos sair daqui vendo mais
a nossa essência humana sair daqui fazendo diferença no mundo porque quando nos realizamos como seres humanos deixamos pegadas humanas no mundo fazemos diferença seja mais vida interior mais reflexão mas busca de entender o que realmente te realiza mas busca de ter contato com princípios e Valores Humanos mas busca de conhecer aqueles homens que foram homens admiráveis na história e ver como eles se relacionavam com as coisas com como referência né com certeza conhece-te a ti mesmo domina-se a ti mesmo transforma-te a ti mesmo que é um prolongamento da máxima de Delfos grega nós nesse momento
sofremos o drama de não ter vida interior a solidão se torna insuportável solidão para Platão era extremamente necessária era os divinos ósseos onde o homem se dedicava às coisas da Alma enquanto o negócio segundo o latim era se dedicar às coisas do corpo então mais reflexão mais vida interior mais respeito por si próprio um processo de conhecer quem somos e aonde queremos chegar com tudo isso E para isso nasceu a filosofia uma preciosa ferramenta para construção do ser humano verdadeiro de dentro para fora só isso então é isso agradeço muito a presença de todos vocês
e espero tenho esperança que passem a utilizar mais esse autor Machado de Assis com uma chave de aut muito valiosa ele merece muito esse respeito e essa consideração do Futuro muito obrigada E aí gostou Espetacular né escreva no comentário Qual foi o conto que você mais gostou e o que mais se identificou com você te convido também a assistir os outros vídeo do canal e vou deixar aqui a palestra completa agora aqui ó chegando aqui a palestra completa está lá no canal Nova Acrópole aproveito se inscreva também no canal nova ACL Tá bom muito obrigado
por ter chegado até aqui gratidão a você e nos veremos nos próximos vídeos [Música]
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